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Zeus, deus dos céus e pai dos deuses, deu a superintendência dos ventos a Eólio, que vivia
na ilha flutuante de Eólia juntamente com Aurora, sua mulher, e seus 6 filhos e 6 filhas
casados entre si.
Quando Ulisses saiu da ilha, foi-lhe dado um odre que continha os "os ventos uivantes"
podendo ser libertados consoante as necessidades. O sopro de Zéfiro foi então enviado
para ajudar os barcos a afastarem-se e prosseguirem a sua odisséia. No entanto, a
curiosidade e a ganância dos seus homens fez com que estes abrissem o odre, pensando
conter riquezas, libertando assim os ventos e desencadeando uma tempestade na qual
se afundariam, salvando-se apenas Ulisses.
Na mitologia moderna a história é outra e a explicação um pouco mais complexa. E assim...
Devido ao aquecimento e arrefecimento da superfície terrestre, formam-se respectivamente zonas de baixas e
altas pressões. Para equilibrar estas diferenças de pressões o ar desloca-se de uma alta para uma baixa
pressão, dando origem ao que chamamos Vento. Este ainda sofre umas deflexões devido a uma força
resultante da rotação da Terra (força de Coriolis), explicando-se assim o sentido de rotação diferente dos
ciclones no hemisfério Norte e Sul. A força do vento depende da velocidade do ar em movimento.
Meteorológicamente é dada em metros/segundo, mas, em termos náuticos, em nós (milhas marítimas/hora).
Desde o séc. XVI ou começo do seguinte, a tabela do piloto português Gaspar Manuel (cerca de 1604) era
preparada em função da ação do vento sobre uma nau da carreira da Índia. O nosso piloto chamou-lhe de
Léguas que uma nau das da carreira da Índia, poderá andar por singradura conforme ao vento que levar.
Esta é a primeira tabela que se conhece de classificação dos ventos.
A que se apresenta a seguir contem as respectivas conversões para milhas e nós.
Em 1805 o almirante irlandês Sir Francis Beaufort (1774-1857), ao serviço da marinha inglesa, idealizou
uma tabela que escalava a força do vento por 12 partes, tendo esta sido reconhecida pelo Almirantado Inglês
em 1838. O Comitê Meteorológico Internacional adotou-a em 1874.
Escala de Beaufort
Velocidade Altura da
Símbolo Possibilidades de
Força do vento em Descrição Aspecto do mar Vaga
meteorológico navegação
nós (metros)
Descai-se com a corrente;
0 0-1 Calma Mar de azeite 0 não se pode manobrar, é o
paraíso do descanso.
Rugas na água em forma de
escamas, sem cristas de Já se pode manobrar,
1 1-3 Aragem 0 - 0.10 largar um "spinnaker”.
espuma.
Pequenas vagas curtas mas
O "spinnaker" dá para o
marcadas; cristas
2 4-6 Fraco
translúcidas, mas não 0.10 - 0.25 largo e aumenta-se de
velocidade.
rebentam
Pequenas vagas mais O barco adorna, o mar
alongadas, as cristas molha o convés e os
3 7 - 10 Bonançoso
começam a rebentar, espuma 0.25 - 1.0 pequenos barcos
vítrea; alguns carneiros. regressam ao porto.
O vento puxa, a tripulação
Pequenas vagas alongadas, está atenta às manobras,
4 11 - 16 Moderado
mais carneirada. 1.0 - 1.50 pensa-se em rizar pano
nos barcos pequenos.
Os veleiros maiores
reduzem panos, as
Vagas médias de forma
tripulações dos pequenos
5 17 - 21 V. Fresco alongada, aumenta a 1.50 - 2.50 barcos têm todo o
carneirada
interesse em tomar uma
bebida no bar do clube.
Os veleiros metem nos
segundos rizes; a
Vagas grandes em formação;
Muito Fresco tripulação enverga a
6 22 - 27 (Frescalhão)
cristas espumantes com 2.50 - 4.0 paramenta de salvação e
ronciana.
está tudo preparado para o
mau tempo.
As vagas acumulam-se a Se nada de urgente houver
espuma alonga-se em fieiros a fazer no mar fica-se no
7 28 - 33 Forte
esbranquiçados na direção do 4.0 - 5.50 porto; navega-se com
vento. estai de tempo.
Vagas medianamente altas,
mas compridas; as cristas Toda a gente se põe ao
Muito Forte rebentam em turbilhão, a abrigo caso contrário
8 34 - 40 (Muito Rijo) 5.50 - 7.50 arranja-se mareação para
espuma estende-se em fieiros
correr com o tempo.
nítidos na direção do vento.
Vagas altas, fieiros densos, o
Sentado à lareira pensa-se
mar enrola, a ronciana
9 41 - 47 Tempestuoso
diminui, por vezes, a 7.5 - 10.0 naqueles que estão no mar
desejando-lhes boa sorte.
visibilidade.
Vagas muito altas, de cristas
compridas e pendentes,
ronciana em lençóis Conversa-se, discute-se
estirados em faixas brancas, sobre barcos e deseja-se
10 48 - 55 Temporal
superfície da água 10.0 - 12.0 de novo boa sorte aos que
esbranquiçada, o rolo é estão no mar.
violento e caótico, má
visibilidade.
11 56 - 63 Temporal Vagas excepcionalmente 12.0 - 16.0 As discussões passam a
Desfeito altas, mar coberto de faixas ter altos e baixos e quando
de espuma, os picos das o vento assobia soltam-se
cristas são poeira de água,
exclamações de espanto.
má visibilidade.
O ar está saturado de espuma Começa-se a dar conta de
e ronciana, mar que a navegação é uma
12 > 64 Furacão
completamente branco, > 16.0 coisa linda, desde que se
péssima visibilidade. fique em terra!
A verdadeira Escala de Beaufort dava a força do vento avaliada pelo pano que um navio à vela podia largar.
Posteriormente foi convertida em função da velocidade do vento, pelo que existem diversas escalas com
algumas discrepâncias, dependendo de quem a calculou.
Ora as vagas são relação direta do vento e o seu tamanho a sua conseqüência. Poderão ser agravadas pelas
marés sobretudo nas alturas de lua cheia e lua nova. São as chamadas marés vivas.
Escala de Douglas
(referente ao estado do mar)
Altura da Vaga Designação
(em metros)
0 Estanhado
0.00 a 0.10 Mar Chão
0.20 a 0.50 Encrespado
0.50 a 1.25 Pequena Vaga
1.25 a 2.50 Cavado
2.50 a 4.00 Grosso
4.00 a 6.00 Alteroso
6.00 a 9.00 Tempestuoso
9.00 a 14.00 Encapelado
Mais de 14.00 Excepcional