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Utilidade (economia)

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Em economia, a utilidade, é o grau de rentabilidade ou satisfação que
obtemos do uso das coisas, uma medida de satisfação relativa a um agente da
economia. A análise da sua variação permite explicar o comportamento que
resulta das opções tomadas por cada agente para aumentar a sua satisfação. A
utilidade é frequentemente usada para estudar as decisões de consumo
quando se coloca em alternativa vários bens e serviços, a posse da riqueza ou
o usufruto de tempo de lazer. Um caso típico é o estudo da forma como um
indivíduo decide dividir o seu tempo disponível entre trabalho e lazer.

A utilidade é normalmente aplicada pelos economistas em construções como


a curva de indiferença, que apresenta, para um determinado nível de
satisfação, a quantidade de bens que um indivíduo ou uma sociedade
aceitariam ter. Utilidade individual e utilidade social pode ser interpretados
Curvas de indiferença são curvas que
como a variável dependente de uma função de utilidade (como um mapa da representam combinações de consumo
curva de indiferença) e como uma função de bem-estar social, do bem X (Good X) e do bem Y (good Y)
respetivamente. Quando associado à produção ou à escassez de bens, sob que auferem o mesmo nível de utilidade.
certos pressupostos, essas funções podem apresentar uma eficiência de Na figura, estão três curvas de
Pareto, como ilustrado pelas caixas de Edgeworth nas curvas de contrato. indiferença, cada uma com infinitas
possibilidades de combinação de
Essa eficiência é um conceito central na economia do bem-estar. Utilidade é
consumo entre o bem 1 e 2
a capacidade que objetos ou serviços possuem em satisfazer uma ou mais
necessidades.

Índice
Unidade de medida
Histórico
Função utilidade
Exemplo
Tipos comuns de funções utilidade
Referências
Ver também

Unidade de medida
A utilidade é uma grandeza que tem apenas dimensão ordinal [1]. Isto quer dizer que não há uma unidade de medida universal e
comparável de utilidade que permitiria dizer, por exemplo, que o consumo de 1 colher de arroz gera 2 unidades de utilidade e o
consumo de uma jóia gera 10 unidades.
No entanto, em cada problema, um determinado valor de utilidade é atribuído a cada vetor de consumo de modo que[2]: 1) a
vetores considerados indiferentes entre si pelo consumidor (e que portanto estão na mesma curva de indiferença, são atribuídos os
mesmos valores de utilidade. 2) se o consumidor prefere o vetor de consumo A ao vetor de consumo B, então o valor de utilidade
atribuído a A é maior que o atribuído a B.

Histórico
A doutrina do utilitarismo viu a maximização de utilidade como um critério para a organização moral da sociedade. De acordo
com os utilitaristas, como Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1876), a sociedade deve ter como objectivo
maximizar a utilidade total de indivíduos, apontando para "a maior felicidade para o maior número de pessoas ". Numa outra
teoria, de John Rawls (1921-2002), a sociedade teria o papel de maximizar a utilidade dos indivíduos que inicialmente recebem
um montante mínimo de utilidade.

Função utilidade
A utilidade ou satisfação que um consumidor aufere de cada bem ou serviço é medida, pelo menos em teoria, por uma função
chamada de função utilidade. Ou seja, a função de utilidade é uma transformação (modelagem) do conceito de utilidade, que faz
uma ordenação dos benefícios apercebidos por uma pessoa, de acordo com a satisfação que estes lhe trarão.

Em termos formais, seja X o conjunto de todas as escolhas (alternativas) disponíveis ao agente econômico (consumidor). uma
função é uma função utilidade se atribui a cada elemento de X (que é o domínio da função) um valor numérico, o
que permite ordenar os elementos de X de acordo com as preferências do agente [3]. Por exemplo, se a função atribuir valor 1 ao
bem "banana" e valor 2 ao bem "maçã", saberemos que o agente econômico que tem aquela função utilidade prefere maçã a
banana.

Exemplo
Num jogo, o resultado é incerto, desconhecido. A informação disponível permite apenas inferir as probabilidades dos eventos
favoráveis e desfavoráveis. Na teoria das probabilidades, o valor esperado fornece o lucro esperado caso seja positiva, ou o
prejuízo esperado caso seja negativa. Em jogos de azar, por exemplo, a expectância sempre é negativa para o jogador e positiva
para a banca. Ao jogador cabe buscar uma estratégia que torne a sua expectância de lucro a maior possível.

Entretanto, pode-se dizer que existem diferentes perfis de jogadores. Uns preferem arriscar-se mais a perder se isso trouxer a
possibilidade de altos ganhos. Outros preferem arriscar-se menos a perder, mesmo que isso signifique um menor lucro.

A função de utilidade de um jogador expressa o seu perfil de aversão ao risco. Por exemplo, quando o gerente de um banco infere
sobre o perfil de investidor de um cliente (agressivo, arrojado ou conservador), na verdade, está sendo analisada a função
utilidade que caracteriza esse cliente como investidor.

Quando se deseja então buscar uma estratégia de jogo otimizada que leve em conta o perfil do jogador, não se busca maximizar o
valor esperado dos pontos adquiridos, mas o valor esperado da função utilidade, que é uma função dos pontos.

Tipos comuns de funções utilidade


Alguns formatos específicos de funções utilidade são encontrados frequentemente na literatura econômica. São eles:

funções de utilidade homotéticas


funções de utilidade quase-lineares
funções de utilidade com separabilidade aditiva: não são homotéticas. Têm a forma
. São muito utilizadas para representar a utilidade

preferências de consumo entre diferentes períodos do tempo (por exemplo, consumir na juventude e não poupar para a velhice ou
o contrário). [carece de fontes?]

Referências
1. SARAIVA, António. Microeconomia. Instituto superior de contabilidade e administração do Porto. Disponível em:
<http://www.iscap.ipp.pt/~asaraiva/Ficheiros/MicroeconomiaI.pdf>. Página 63.
2. SARAIVA, António. Microeconomia. Instituto superior de contabilidade e administração do Porto. Disponível em:
<http://www.iscap.ipp.pt/~asaraiva/Ficheiros/MicroeconomiaI.pdf>. Página 63.
3. MAS-COLELL, Andreu; WHINSTON, Michael D. e GREEN, Jerry R. Microeconomic theory. New York: Oxford
University Press, 1995. 981 páginas. ISBBN-13 978-0-19-507340-9

Ver também
Tutorial sobre funções utilidades aditivas (http://www-desir.lip6.fr/~gonzales/research/tutoriel_utilite.php) (em
inglês)

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