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AÇOS ROLAMENTO
PONTA GROSSA
2019
ALEFE JOÁS SANTOS
FELIPE DE PAULA FREITAS
RAUL SCHIAVETTO MARTURANO
AÇOS ROLAMENTO
PONTA GROSSA
2019
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Seção transversal de um eixo automotivo de aço de alto carbono temperado
à superfície................................................................................................................. 7
Figura 2 - Microestrutura do aço SAE 52100 a condições de solidificação normais. . 9
Figura 3 - Aço de rolamento após processo de esferoidização. ............................... 10
Figura 4 - Aço de rolamento temperado após sofrer uma esferoidização. ............... 10
Figura 5 - Microestrutura típica de um aço de alto teor de carbono recozido e
temperado ................................................................................................................ 11
Figura 6 - Microestruturas típicas de componentes de rolamento cementados. ...... 12
Figura 7 - Efeito do enriquecimento de carbono na superfície do aço 52100 no
desempenho do contato de rolamento. A, barras de teste carburadas; Por barras de
teste não carburadas................................................................................................ 19
Figura 8 - Resistência à fadiga do feixe rotativo de endurecimento por caixa,
endurecimento e aços de ferramentas em função da dureza da superfície. (a)
Diâmetro da peça de teste de 6 mm (0,25 pol.), torque triangular. .......................... 20
Figura 9 - Efeito do teor retido de austenita no teor de carbono das ligas ferro-
carbono. ................................................................................................................... 20
Figura 10 - Rolamentos de esferas e rolos. ............................................................. 21
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composições químicas de aços de baixa liga típicos. .............................. 7
Tabela 2 - Especificações ASTM que incorporam designações AISI SAE............... 17
Tabela 3 - Composições nominais de rolamentos para alta temperatura. ............... 19
SUMÁRIO
1. AÇOS DE ROLAMENTO .................................................................................................. 5
2. MICROESTRUTURA ........................................................................................................ 9
2.1 MICROESTRUTURAS: TRATAMENTOS TÉRMICOS .................................................... 9
2.2 REAGENTES METALOGRÁFICOS .............................................................................. 12
3. TRATAMENTOS TÉRMICOS ......................................................................................... 14
3.1 TÊMPERA..................................................................................................................... 14
3.2 AÇOS E FABRICAÇÃO DE ROLAMENTOS ................................................................. 14
3.3 REVENIMENTO ............................................................................................................ 15
3.4 ESFEROIDIZAÇÃO ...................................................................................................... 15
3.5 CARBURAÇÃO OU CEMENTAÇÃO............................................................................. 15
3.6 TRATAMENTO A FRIO DE AÇO .................................................................................. 16
4. PROPRIEDADES, PROCESSAMENTO E APLICAÇÕES ............................................. 17
4.1 APLICAÇÕES ............................................................................................................... 20
4.2 PROCESSAMENTO DE AÇOS ROLAMENTO ............................................................. 21
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 24
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 25
5
1. AÇOS DE ROLAMENTO
Na antiguidade observou-se que quando movemos um objeto era necessário
um grande esforço para iniciar seu movimento, assim levando em conta a utilização
de trilhas de cilindros que geralmente eram compostas de madeiras, que ajudaram
muita na movimentação dos objetos com peso elevado, assim ao invés de arrastá-los
os mesmos deslizavam ao longo da superfície cilíndrica das trilhas de madeira.1
Os aços mais utilizados para a fabricação destes rolamentos são os SAE
52100, cujo elevado teor de carbono e cromo podem conferir propriedades mecânicas
que se destacam além de uma boa resposta a tratamentos térmicos.
Logo a fabricação destes aços de rolamento podem ocorrer em algumas
etapas: inicialmente o ajuste da composição, solidificação, laminação, esferoidização
e a produção de bobinas.1
Os rolamento podem ser produzidos a partir de aços de baixo, médio e alto teor
de carbono, onde os principais tratamentos térmicos responsáveis pelo aumento da
resistência mecânica são a têmpera e o revenimento. Dentro destes aços o que
apresenta a maior predominância no mercado mundial para a fabricação do aços
rolamento é o aço SAE 52100.1
Para os aços de alto carbono o recozimento é o primeiro tratamento a ser feito
para a obtenção de uma microestrutura esferoidizada, pois este tratamento induz uma
modificação da perlita lamelar para carbonetos esferoidizados em uma matriz ferrítica,
proporcionando a diminuição da dureza do material, e aumentando sua
conformabilidade, sendo uma boa microestrutura para se obter antes de realizar a
têmpera, deixando o crescimento dos grãos austeníticos reduzidos, fissurando menos
e aumentando a temperatura de trabalho.1
Outro tratamento térmico muito utilizado para os aços rolamentos é a têmpera
que a partir de uma microestrutura metaestável decorrente de um resfriamento muito
brusco, temos a transformação da fase austenita em martensita. 1
Inicialmente podemos trabalhar com os aços de baixa liga que são constituídos
de uma categoria que apresenta materiais ferrosos que têm propriedades mecânicas
melhores que os conhecidos aços de carbono simples, onde esta melhora de
propriedades é decorrente da adição de elementos de liga como níquel, cromo e
molibdênio. Os teores totais dessas ligas podem variar desde 2,07% a níveis quase
equivalentes aos aços inoxidáveis que contém no mínimo 10% de Cr em sua liga. 2
6
Figura 1 - Seção transversal de um eixo automotivo de aço de alto carbono temperado à superfície.
.
9
2. MICROESTRUTURA
Inicialmente para determinar a microestrutura de aços de rolamentos
característicos foi-se determinado um aço SAE 52100 para a análise, pois este se
encontra entre os mais comercializados quando o assunto são aços de rolamento.
Portanto ao analisarmos este aço de acordo a Tabela 1 já citada, estes aços
apresentam uma composição típica de carbono que varia de 0,98% a 1,10%.
Compreendido no Callister que aços que apresentarem teores de carbono que variam
dentro da faixa de 0,77% e 2,11% são classificados como aços hipereutetóides, tendo
uma microestrutura basicamente de austenita e cementita proeutetóide. 5
Ao analisarmos uma microestrutura de um aço 52100 solidificado a condições
normais sem nenhum tratamento térmico podemos notar que sua microestrutura por
ser hipereutetóide acima da linha eutetóide forma-se cementita proeutetóide e
austenita, porém abaixo da linha eutetóide forma-se filmes de cementita proeutetóide
nos contornos de grão e perlita na região onde era encontrado a austenita,
demonstrado na Figura 2. Formando as fases da cementita e ferrita características de
uma estrutura cristalina ortorrômbica e cúbica de corpo centrado respectivamente. 6,7
Figura 2 - Microestrutura do aço SAE 52100 a condições de solidificação normais.
3. TRATAMENTOS TÉRMICOS
3.1 TÊMPERA
O termo têmpera consiste em um tratamento visando a formação de martensita.
Sendo que esse tratamento térmico visa resfriar o aço, após austenitização, a uma
velocidade suficientemente rápida para evitar as transformações perlíticas e bainíticas
na peça. Sendo obtido estrutura metaestável martensítica.13
Para que seja possível controlar a taxa de resfriamento, é utilizado distintos
meios de têmpera, com capacidades de extração de calor variados. Contudo, os meios
de têmpera mais utilizados comumentes são: água, óleo e ar. Sendo possível ser feita
em meios gasosos.13
Quando é desejado obter valores de resistência mecânica e tenacidade
desejados, é necessário logo após o tratamento da têmpera, proceder com o
revenimento.13
Para o caso dos aços de rolamento o tratamento térmico referente a têmpera
vem para aumentar a resistência do material, assim como sua dureza a partir de um
resfriamento bruto para aumentar a quantidade de martensita em minha estrutura
cristalina. Demonstrando a microestrutura e seus microconstituintes na seção
“MICROESTRUTURAS: TRATAMENTOS TÉRMICOS” e na Figura 4 a representação
característica.
3.3 REVENIMENTO
O revenimento se trata de um tratamento térmico o qual se faz em aços já
temperados, onde sua finalidade consiste em diminuir a sua fragilidade, tornando-os
menos quebradiços.16
O processo de revenimento é feito realizando um aquecimento na peça
temperada até uma determinada temperatura seguida de um resfriamento. 16
O revenimento tem como efeito a diminuição da dureza da peça temperada, no
entanto aumenta a sua resistência aos choques. Normalmente, a peça toda
temperada passa pelo processo de revenimento, sendo normal dizer "peça
temperada" ao invés de dizer "peça temperada e revenida".16
3.4 ESFEROIDIZAÇÃO
O processo de esferoidização consiste em realizar uma melhora na
conformabilidade a frio dos aços. Esse tratamento é também realizado para melhorar
a usinabilidade dos aços hipereutetóides, além dos aços ferramenta.17
A microestrutura esferoidizada é desejável para moldagem a frio, sendo que
nesse caso se tem uma diminuição da tensão de fluxo do material. A tensão de fluxo
pode ser determinada pela proporção e distribuição de ferrita e carbonetos. A
resistência da ferrita irá ser dependente do tamanho do grão e além da taxa que o
material sofrerá resfriamento. Se os carbonetos estiverem presentes na forma de
lamelas em perlita ou esferóides, isso afetará radicalmente a formabilidade do aço. 17
Os aços podem sofrer o processo de esferoidização, onde se consiste em
aquecer e resfriar e devido a isso acaba se obtendo uma estrutura de carbonetos
globulares em uma matriz ferrítica.17
Figura 8 - Resistência à fadiga do feixe rotativo de endurecimento por caixa, endurecimento e aços de
ferramentas em função da dureza da superfície. (a) Diâmetro da peça de teste de 6 mm (0,25 pol.),
torque triangular.
4.1 APLICAÇÕES
Assim estes aços rolamentos podem ser aplicados em relação aos seus
contatos, ou qualidades especiais. Portanto quando falamos sobre temperaturas muito
altas, temos que os aços inoxidáveis, aços ferramentas, carbonetos cimentados,
21
interno quanto da parte externa. Sendo que ambas as faces serão submetidas ao
processo de abrasão ao mesmo tempo, com isso resultando na largura final do anel.
Após esse processo, temos que o diâmetro externo do anel externo será retificado,
até a sua dimensão final, que ocorrerá em máquinas retificadoras sem centro (center
less). Isso também ocorrerá na superfície interna do anel interno, no entanto será em
retificadoras cilíndrica universais, as quais se utiliza rebolos que apresentam formato
cilíndrico. No intuito de se ter um acabamento mais fino, rebolos que apresentam fina
granulometria são utilizadas no processo de polimento das pistas, onde se tem uma
precisão de nanômetros. Para que seja obtido um acabamento perfeito das pistas, é
realizado o processo de superacabamento, o qual tem finalidade de eliminar os
defeitos que estão na forma de riscos e estrias.27,28
Após o processo de fabricação de todas as partes que constituem o rolamento,
parte-se para o processo de montagem. Sendo que esse processo consiste em
colocar os anéis interno e externo de forma concêntrica na linha de produção, fazendo
com que se preencha o espaço entre eles com as esferas. Em relação ao tamanho
das esferas que serão utilizadas, é realizada a medida do diâmetro da ranhura do anel
interno, sendo esse processo feito automaticamente na linha de produção. Quando
essa informação é obtida, as esferas com tamanho adequado são fornecidas. Logo
em seguida, tem-se que um divisor de esferas realiza a organização das esferas
uniformemente entre os anéis e outra máquina acaba adicionando metade da gaiola
com os furos para rebites.27,28
Para o término desse processo de montagem da peça, uma outra máquina irá
adicionar a outra metade da gaiola que possui os rebites. Com esse processo
finalizado, a peça irá para um banho de solvente e em seguida será realizado uma
série de testes de controle de qualidade.27,28
Por fim, essas esferas acabam sofrendo inspeção, onde elas passam por
máquinas de alta precisão, a qual irá determinar suas classes de tolerâncias.27,28
24
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este aço rolamento trabalhado é um material muito distinto, pois podemos
variar suas propriedades conforme caminhamos em seu teor de carbono, tanto
quando mudamos seus processamentos e tratamentos térmicos.
Primeiramente este nosso material pode ser considerado um material
hipereutetóide, ou seja, suas composições se encontram após o ponto eutetóide de
um gráfico típico de ferro-carbono, implicando em uma microestrutura básica de perlita
com filmes de cementita proeutetóide.
Porém quando trabalhos com aços de rolamento uma das propriedades mais
importantes é a resistência à fadiga, esta que pode ser gerada a partir de tratamentos
térmicos na superfície do material como por exemplo: a cementação que aumenta a
resistência da superfície do material, e torna seu núcleo dúctil diminuindo as tensões
superficiais compressivas evitando sua falha por fadiga, ou seja, aumenta sua
resistência a fadiga.
Assim quando trabalhamos com esta liga hipereutetóide a cementita
proeutetóide que cresce em forma de filmes nos contornos de grãos da austenita
prejudicam suas propriedades, necessitando de um tratamento térmico que aumenta
a resistência do material. Uma das alternativas a cementação já foi citada
anteriormente, porém um método muito utilizado é a esferoidização que busca formar
uma matriz de ferrita com carbonetos, melhorando sua moldagem a frio.
Logo esta liga apresenta grande gama de utilizações em rolamentos e esferas
para rolamentos, tanto os esféricos quanto os cilíndricos e cônicos. Para produzir
estes elementos temos alguns passos que devem ser seguidos, sendo eles a
obtenção de barras de aço , em seguida o forjamento as transformando em esferas,
cilindros entre outros. Após este forjamento estas peças apresentam um anel que é
eliminado pelo desbaste, e por não apresentarem a dureza necessária sofrem um
tratamento térmico e por fim são polidas.
Concluindo-se que esta liga além de apresentar diversas aplicabilidades de
conceitos importantes para materiais metálicos, podem prover um possível estudo no
futuro pela sua grande gama de estudos.
25
REFERÊNCIAS
1 FURTADO, E. A., NASCIMENTO, L. F., THEODORO, S. R. P., TEODORO, S.
W. Aços hipereutetóides para fabricação de rolamentos automotivos: Estudo e
caracterização do aço sae 52100. FARO, p. 1-16, 2018.
2 ASM HANDBOOK. Properties and Selection: Irons Steels and High
Performance Alloys. v. 1, ASM International, 1990, p. 388-408.
3 HAROLD BURRIER, Jr. High-Carbon or Low-Carbon Steels. In: AMERICAN
SOCIETY FOR METALS. Properties and Selection: Irons Steels and High
Performance Alloys. v. 1, ASM International, 1990, p. 986-991.
4 MECÂNICA INDUSTRIAL. Diferentes utilizações do aço com baixo teor de
carbono. Disponível em: <https://www.mecanicaindustrial.com.br/481-diferentes-
utilizacoes-do-aco-com-baixo-teor-de-carbono/>. Acesso em: 29 Out.2019.
5 CALLISTER, Willian D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução.
7ª ed. Rio de Janeiro: LTC, p. 174–176, 2008.
6 BARRETT, C. S. Crystallographic Terms and Concepts. In: AMERICAN
SOCIETY FOR METALS. Metallography and Microstructures. v. 9, ASM
International, 2004, p. 73.
7 PORTER, D. A., EASTERLING, K. E., OLSON, G. P., OWEN, W. S. Martensitic
Structures. In: AMERICAN SOCIETY FOR METALS. Metallography and
Microstructures. v. 9, ASM International, 2004, p. 422.
8 HERNANDEZ Jr., P.C. et al. Desenvolvimento de metodologia para
avaliação de aços esferoidizados. Tecnol. Metal. Mater. Miner. São Paulo. V.6, n.3,
p.158-169. 2010.
9 HAROLD BURRIER, Jr. Microstructure Characteristics. In: AMERICAN
SOCIETY FOR METALS. Properties and Selection: Irons Steels and High
Performance Alloys. v. 1, ASM International, 1990, p. 992-994.
10 American Society for Testing and Materials, ASTM E 407. Test Methods for
Microetching Metals and Alloys. West Conshohocken: ASTM, 2007, p. 22.
11 FILHO, L. M. R. H. Análise de ataques químicos para revelação de
microestrutura de soldas dissimilares de aços inoxidáveis austeníticos e
ferríticos. Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, p 1-77. 2013.
12 COLPAERT, H. Metalografia dos Produtos Siderúrgicos Comuns. 3ª ed,
São Paulo, Edgar Bluncher, p. 150. 1974.
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