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Avaliação de Força Muscular e

Função Sensitiva

Marcos F. Calixto
Terapeuta Ocupacional
Realizou Aprimoramento Profissional em Terapia Ocupacional –
Reabilitação Física – no Instituto Lauro de Souza Lima, Bauru/SP
A AVALIAÇÃO
 “Os profissionais de TO estão
preocupados com o desempenho
ocupacional dos clientes, isto é, com suas
capacidades de realizar, com sucesso, suas
atividades de autocuidado, trabalho e
lazer no dia a dia. Consequentemente, os
terapeutas ocupacionais avaliam esse
desempenho ocupacional, seus
componentes e seus contextos”.
(NEISTADT in DE CARLO; LUZO, 2003)
 AVALIAMOS:

◦ As áreas de desempenho ocupacional (AVD, produtivas


e de lazer);
◦ Os componentes de desempenho (componentes
sensóriomotores, musculoesqueléticos, cognitivos e
habilidades psicossociais);
◦ Contextos de desempenho (ambiente físico, social e
cultural).

(DE CARLO; LUSO, 2003)


AVALIAÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR

 INCLUI:

◦ Histórico clínico (procedimentos, cirurgias, Tratt. medicamentoso)


◦ História da Moléstia Atual (HMA)
◦ Dados pessoais
◦ Exame físico (postura, arcos e pregas, dor, características da pele,
atrofias e reabsorções, dominância e uso de dispositivos externos)
◦ Edema
◦ Força Muscular
◦ Amplitude de Movimento (ADM)
◦ Sensibilidade
◦ Função Manual/Destreza Manual
FORÇA MUSCULAR
 “Força muscular é a habilidade para
demonstrar um grau de potência
muscular quando um movimento é
resistido tanto por objeto como pela
gravidade” (TROMBLY, 2008);

 A fraqueza muscular (redução do


potencial desse músculo) deve ser
avaliada pois interfere diretamente no
desempenho ocupacional.
FORÇA MUSCULAR
 A avaliação é importante para:
◦ Localizar lesões com mais exatidão;
◦ Indicar possíveis transferências tendinosas;
◦ Determinar o grau de reinervação do
músculo;
◦ Determinar compensações ao realizar o
movimento.

Na presença de espasticidade está contra


indicado a avaliação de força muscular!!!
FORÇA MUSCULAR
 Alguns quadros:

◦ Lesões de neurônio motores superiores e inferiores;


◦ Doenças Neuromusculares;
◦ Comprometimentos neurológicos generalizados
(Síndrome de Guillain-Barré) e localizados
(neuropatias periféricas).

PARESIA X PLEGIA
 A força muscular é avaliada pelo Teste Manual
de Força e/ou pela Dinamometria.
DINAMOMETRIA
 Dinamômetro Jamar (preensão palmar):

◦ Paciente sentado confortável, ombro aduzido, cotovelo


flexionado a 90° e antebraço/punho em neutro ou numa
extensão máxima de 30°, pés bem apoiados no chão;

◦ O dinamômetro possui 5 manoplas, mas recomenda-se


utilizar na segunda posição;

◦ Mão E e D são avaliadas alternadamente, por três vezes


cada, e feita a média dos valores;

◦ Resultado em Newton ou quilogramas-força (kgf).


(FREITAS, 2006)
DINAMOMETRIA

 Dinamômetro Pinch Gauge (polpa-a-polpa,


trípode e lateral):

◦ Polegar em discreta flexão da IF, e demais dedos


não envolvidos na avaliação em semiflexão;
◦ Para o escore final utilizar a média das três
avaliações.
Idade Homens Mulheres

20 45,3 24
20-30 48,4 24,4
Aperto ( mão principal) 30-40 49,3 30,8
40-50 48,9 23,5
50-60 45,7 22,1

Pinça lateral 17-60 9,89 6,83

Pinça Trípode 17-60 8,47 6,02

Pinça polpa a polpa 17-60 6,69 4,47


TESTE MANUAL DE FORÇA
 “Arte e ciência da palpação, do posicionamento
ou da resistência aplicada por uma força
externa e manual direta para determinar se um
músculo ou um grupo de músculos pode
mover um segmento corporal contra a
gravidade ou em caso de gravidade eliminada,
com ADM parcial ou total”(DE CARLO; LUZO,
2003);

 Graduação vai de 0 (sem contração muscular)


até 5 (contração máxima).
TESTE MANUAL DE FORÇA

 O examinador fixa o segmento proximal


ao que será avaliado, e com a outra mão,
se necessário, resiste ao movimento;

 Palpa-se a contração do músculo com a


mão que estava fixando o segmento;

 É uma avaliação subjetiva!!!


Graduação Qualificação Descrição

5 Normal Movimentação contra gravidade e resistência total

4 Bom Movimentação contra gravidade e resistência parcial

3 Regular Movimentação completa contra gravidade

2 Mau Movimentação completa eliminando a gravidade

1 Traços Pouca contrabilidade sem mobilidade articular

0 Paralisado Sem nenhuma evidência de contrabilidade

• O TO pode indicar com sinal positivo ou negativo após o número para


tornar mais precisa a avaliação. (P. ex.: é atribuído o valor de 2- para
pacientes que, eliminando a gravidade não realizam o movimento
completo).

• Quais os tipos de exercícios para cada grau?


AVALIAÇÃO SENSITIVA
AVALIAÇÃO SENSITIVA
 Avalia a habilidade de sentir ou perceber
um estímulo aplicado em uma área.
◦ Sensação é uma informação que o nervo
aferente leva ao SNC;
◦ Sensibilidade é uma habilidade de sentir ou
perceber, envolvendo reconhecimento e
discriminação da impressão sensorial;
◦ Auxilia no processamento cognitivo e
orientação do movimento.
AVALIAÇÃO SENSITIVA
 Usada para:
◦ Avaliar o status da sensibilidade dos nervos;
◦ Determinar grau de regeneração e reinervação;
◦ Indica um prognóstico funcional;
◦ Auxilia na determinação da melhor órtese a ser
utilizada;
◦ Determina o tipo de intervenção (educação para
prevenir sequelas, reeducação sensorial e
dessensibilização).

Mais utilizados: Estesiômetro (Monofilamentos de


Semmes Weinstein) e Discriminação de dois pontos
estáticos de Weber.
AVALIAÇÃO SENSITIVA

 Estímulos necessários nas diversas atividades


do cotidiano:

◦ Toque;
◦ Pressão;
◦ Movimento e Posição do corpo.
AVALIAÇÃO SENSITIVA
 Indicações:
◦ Lesões do SNC (AVE) do SNP (neuropatias);
◦ Lesão Medular;
◦ Queimaduras;
◦ Artrite;
◦ Fraturas;
◦ Má formações congênitas, transtornos
invasivos do desenvolvimento....
ESTESIÔMETRO
 Também conhecido como Monofilamentos de
Semmes Weinstein;

 Avalia Toque leve ou limiar de pressão profunda;

 Usado para avaliar lesão ou compressão de nervos


periféricos, bem como déficit sensoriais associados a
doenças crônicas (diabetes, hanseníase);

 O kit é formado de 5 a 20 filamentos de Nylon com


diâmetros diferentes exercendo força de pressão
diferentes.
ESTESIÔMETRO
 Paciente sentado confortavelmente, mão em supino, sobre um
suporte que pode ser um rolo de toalha;

 Demonstre em outra região do corpo como será o teste e em


seguida peça para o paciente fechar os olhos;

 Paciente apresenta hipersensibilidade ao toque? VERIFICAR!

 Cada monofilamento é aplicado perpendicular à pele por 1,5s;

 Monofilamento verde (0,05g) e azul (0,2g) é aplicado três vezes e


espera a resposta do paciente. Os demais são aplicados apenas
uma vez;

 Paciente indica se sentiu (Sim ou Não).


DISTRIBUIÇÃO SENSITIVA
DISCRIMINAÇÃO DE 2P ESTÁTICO
 Utilizado para determinar gnosia tátil, trata-se de
um teste de inervação de densidade que mede os
múltiplos campos periféricos receptivos e a
densidade da região;

 Avalia duas regiões simultaneamente;

 Começar com distâncias menores entre as pontas


aumentando progressivamente até paciente acertar
as respostas (pelo menos 7 de 10);

 De distal para proximal e paciente com visão


ocluída.
DISCRIMINAÇÃO DE 2P ESTÁTICO

DP2 estático Interpretação


<6 mm Sensibilidade normal
6 a 10 mm Sensibilidade regular
11 a 15 mm Sensibilidade ruim
Reconhece só 1P Sensibilidade só protetora
Não reconhece Anestesia total
CO-RELAÇÃO ENTRE TESTES
Funções sensoriais
ESTESIÔMETRO Grafestesia D2P Texturas Estereognosia Propriocepção Dor Temperatura

Verde (0,05g)
+ + + + + + +
Azul (0,2g)
± + ± + + + +
Violeta (2g)
- - - - ± ± -
Vermelho fechado
(4g)
- ± - -
Vermelho com X
(10g)
- -
Vermelho aberto
(300g)
- -
Preto (anestesia)
ESTEREOGNOSIA

 Função sensorial mais complexa!

 “Habilidade para identificar objetos por


meio da propriocepção, cognição ou
sensibilidade de toque” (TROMBLY, 2008);

 Paciente de olhos vendados ou fechados;

 Pacientes com afasia irão indicar o objeto


em fotografias após o reconhecimento tátil.
PROPRIOCEPÇÃO
 “Interpretação de estímulos originados
nos músculos, articulações, ou outros
tecidos internos que oferecem
informação sobre a posição de uma
porção do corpo em relação as demais”
(TROMBLY, 2008)

 Movimente o segmento corporal do


paciente e peça que ele reproduza com o
lado contralateral.
CINESTESIA
 “Habilidade para identificar a excursão e
direção de um movimento articular”
(TROMBLY, 2008)

 Terapeuta realiza um movimento com o


segmento corporal, e o paciente de olhos
fechados indica a direção desse
movimento (para cima, para baixo, direita,
esquerda, diagonal..).
REFERÊNCIAS

 LATHAM, Catherine A. Trombly; RADOMSKI, Mary


Vining. Terapia ocupacional para disfunções
físicas. 5. ed. São Paulo: Santos, 2008. xvii, 1157 p. :
ISBN 8572885498

 DE CARLO, Marysia M. R. do Prado; LUZO, Maria


Cândida de Miranda (Org.). Terapia ocupacional:
reabilitação física e contextos hospitalares . São
Paulo: Roca, 2004. xxvii, 323 p. : ISBN 857241519X

 FREITAS, Paula Pardini. Reabilitação da Mão. São


Paulo: Atheneu, 2006.
AULA PRÁTICA!!!

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