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Info 808 STF PDF
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Processos excluídos deste informativo esquematizado por não terem sido concluídos em virtude de pedidos de vista: RE
845779/SC; MS 33406/DF; MS 33406/DF; MS 30364/PA.
Julgados excluídos por terem menor relevância para concursos públicos ou por terem sido decididos com base em
peculiaridades do caso concreto: AP 913 QO/AL; RMS 23111/DF.
ÍNDICE
DIREITO CONSTITUCIONAL
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
O STF não admite a teoria da transcendência dos motivos determinantes.
CNJ
Revisão disciplinar e prazo de instauração.
DIREITO ADMINISTRATIVO
TETO REMUNERATÓRIO
As vantagens pessoais do servidor também devem respeitar o teto, mesmo que sejam anteriores à EC 41/2003.
DIREITO PENAL
LEI DE DROGAS
A causa de aumento prevista no inciso V do art. 40 não exige a efetiva transposição da fronteira.
DIREITO CONSTITUCIONAL
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
O STF não admite a teoria da transcendência dos motivos determinantes
A Constituição Federal, em seu art. 102, § 2º, estabelece os efeitos da decisão proferida pelo STF no
controle abstrato de constitucionalidade:
Art. 102 (...)
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
Em suma, pela teoria da transcendência dos motivos determinantes, a ratio decidendi, ou seja, os
fundamentos determinantes da decisão também teriam efeito vinculante.
Ocorre que o STF NÃO adota a teoria da transcendência dos motivos determinantes (teoria extensiva).
O STF já chegou a manifestar apreço pela teoria da transcendência dos motivos determinantes, mas
atualmente, a posição da Corte é no sentido de que não pode ser acolhida.
Quando o STF julgou as ADIs 3715 MC/TO, 1779/PE e 849/MT, ele realmente decidiu que:
As contas dos chefes do Poder Executivo são julgadas pelo Poder Legislativo (no caso dos
Governadores, pelas Assembleias e, se for Prefeito, pelas Câmaras Municipais);
No caso das contas dos chefes do Poder Executivo, o Tribunal de Contas apenas emite um parecer
prévio, que poderá ser acolhido ou não pelo Poder Legislativo.
No entanto, o STF mencionou essas duas conclusões acima expostas apenas na fundamentação do
julgado. O dispositivo da decisão foi a declaração de inconstitucionalidade de normas das Constituições do
Estado de Tocantins (ADI 3715), de Pernambuco (ADI 1779) e de Mato Grosso (ADI 849).
O dispositivo do acórdão do STF que julgou as ADIs 3715 MC/TO, 1779/PE e 849/MT possui eficácia
vinculante e erga omnes?
SIM. Logo, a decisão do STF de que são inconstitucionais esses artigos das Constituições do TO, PE e MT
deve ser respeitada por todos e, em caso de descumprimento, pode-se ajuizar reclamação no STF.
A fundamentação utilizada pelo STF ao julgar essas ADI’s 3715 MC/TO, 1779/PE e 849/MT possui eficácia
vinculante e erga omnes?
NÃO. Porque o STF não adota a teoria da transcendência dos motivos determinantes.
O Supremo acolhe a teoria restritiva, de forma que somente o dispositivo da decisão produz efeito
vinculante. Os motivos invocados na decisão (fundamentação) não são vinculantes.
Assim, ainda que a Constituição do Ceará tenha um artigo com redação idêntica ao da Constituição do
Tocantins (que foi declarado inconstitucional), não se poderá ajuizar reclamação diretamente no STF caso
o Tribunal de Contas aplique normalmente esse artigo da Carta cearense. Teria que ser proposta uma nova
ADI impugnando a Constituição cearense ou então valer-se o interessado dos instrumentos processuais
para a defesa do seu direito e a declaração difusa de inconstitucionalidade.
CNJ
Revisão disciplinar e prazo de instauração
O CNJ possui a competência para rever, de ofício ou mediante provocação, as decisões das
Corregedorias locais que julgam, a favor ou contra, juízes e membros de Tribunais. No entanto,
essa competência revisora deverá ser exercida no prazo máximo de 1 ano depois da decisão
proferida (art. 103-B, § 4º, V, da CF/88).
STF. 2ª Turma. MS 32724/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2015 (Info 808).
Primeira pergunta: em tese, o CNJ pode rever processos disciplinares de Juízes e membros de Tribunais
julgados pelas corregedorias dos Tribunais?
SIM. Essa competência está prevista expressamente no art. 103-B, § 4º, V, da CF/88.
Segundo decidiu o STF, ao apreciar o caso acima, apesar de o CNJ ter instaurado processo disciplinar para
apuração dos fatos antes de se ter o julgamento da questão pela corregedoria local, o feito estava sobrestado
no Conselho aguardando a decisão do TJ. Uma vez decidida no TJ, a reanálise do caso pelo CNJ adquiriu
natureza revisional. Em razão disso, deveria ter sido retomada dentro do prazo de 1 ano previsto na CF.
DIREITO ADMINISTRATIVO
CONCURSOS PÚBLICOS
Teoria do fato consumado: inaplicabilidade em concurso público
Importante!!!
O candidato que toma posse em concurso público por força de decisão judicial precária
assume o risco de posterior reforma desse julgado que, em razão do efeito “ex tunc”,
inviabiliza a aplicação da teoria do fato consumado em tais hipóteses.
A posse ou o exercício em cargo público por força de decisão judicial de caráter provisório não
implica a manutenção, em definitivo, do candidato que não atende a exigência de prévia
aprovação em concurso público (art. 37, II, da CF/88), valor constitucional que prepondera
sobre o interesse individual do candidato, que não pode invocar, na hipótese, o princípio da
proteção da confiança legítima, pois conhece a precariedade da medida judicial.
Em suma, não se aplica a teoria do fato consumado para candidatos que assumiram o cargo
público por força de decisão judicial provisória posteriormente revista.
STF. 1ª Turma. RMS 31538/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado
em 17/11/2015 (Info 808).
STF. Plenário. RE 608482/RN, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 7/8/2014 (repercussão geral)
(Info 753).
A Teoria do Fato Consumado é admitida pela jurisprudência no caso de posse em cargo público por força
de decisão judicial provisória?
NÃO. A posse ou o exercício em cargo público por força de decisão judicial de caráter provisório não
implica a manutenção, em definitivo, do candidato que não atende a exigência de prévia aprovação em
concurso público (art. 37, II, da CF/88), valor constitucional que prepondera sobre o interesse individual
do candidato, que não pode invocar, na hipótese, o princípio da proteção da confiança legítima, pois
conhece a precariedade da medida judicial.
Em suma, não se aplica a teoria do fato consumado para candidatos que assumiram o cargo público por
força de decisão judicial provisória posteriormente revista.
STF. Plenário. RE 608482/RN, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 7/8/2014 (repercussão geral) (Info 753).
E por que o STF não aplica o princípio da proteção da confiança legítima para os casos de posse em
cargo público por força de medida judicial provisória posteriormente revogada?
Porque nesses casos a nomeação e a posse no cargo ocorrem por iniciativa, provocação, requerimento do
próprio particular interessado e contra a vontade da Administração Pública que, inclusive, contesta o
pedido feito na Justiça.
Logo, não há que se falar em legítima confiança do administrado, já que não foi a Administração Pública
quem praticou o ato nem reconheceu o direito.
Em situações envolvendo concurso público não faz sentido invocar-se o princípio da proteção da confiança
legítima, haja vista que o candidato beneficiado com a decisão não desconhece que o provimento
jurisdicional tem natureza provisória e que pode ser revogado a qualquer momento, acarretando
automático efeito retroativo.
Vale ressaltar, por fim, que a concessão da tutela antecipada corre por conta e responsabilidade do
requerente.
O servidor que teve a sua posse tornada sem efeito em virtude da revogação da decisão anterior terá
que devolver as verbas recebidas? Em nosso exemplo, Maria terá que restituir a remuneração que
percebeu ao longo desses anos?
NÃO. Isso porque a remuneração possui caráter alimentar que, como regra, é irrepetível. Além disso, se
fosse exigida a devolução, haveria enriquecimento ilícito por parte do Estado, considerando que o servidor
trabalhou durante esse período.
TETO REMUNERATÓRIO
As vantagens pessoais do servidor também devem respeitar o teto,
mesmo que sejam anteriores à EC 41/2003
Importante!!!
Alguns servidores continuavam tentando excluir do teto as vantagens pessoais que haviam
adquirido antes da EC 41/2003 (que implementou, na prática, o teto no funcionalismo).
Argumentavam que a garantia da irredutibilidade de vencimentos, modalidade qualificada de
direito adquirido, impediria que as vantagens percebidas antes da vigência da EC 41/2003
fossem por ela alcançadas. O STF acolheu esse argumento? As vantagens pessoais anteriores à
EC 41/2003 estão fora do teto?
NÃO. Computam-se para efeito de observância do teto remuneratório do artigo 37, XI, da
Constituição da República, também os valores percebidos anteriormente à vigência da EC
41/2003 a título de vantagens pessoais pelo servidor público, dispensada a restituição de
valores eventualmente recebidos em excesso e de boa-fé até o dia 18/11/2015.
STF. Plenário. RE 606358/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/11/2015 (repercussão geral)
(Info 808).
Exeções:
Estão fora do teto as seguintes verbas:
a) parcelas de caráter indenizatório previstas em lei (§ 11 do art. 37);
b) verbas que correspondam aos direitos sociais previstos no art. 7º c/c o art. 39, § 3º da CF/88, tais
como 13º salário, 1/3 constitucional de férias etc. (Fernanda Marinela);
c) quantias recebidas pelo servidor a título de abono de permanência em serviço (§ 19 do art. 40);
d) remuneração em caso de acumulação legítima de cargos públicos. O STJ entende que, se o servidor
acumular dois cargos públicos nas hipóteses admitidas na CF/88, a remuneração de cada cargo não
poderá ser superior ao teto constitucional, sendo possível, no entanto, que a soma dos dois ultrapasse
esse limite (STJ. 2ª T. AgRg no AgRg no RMS 33.100/DF, Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado
em 07/05/2013). Ex.: se determinado Ministro do STF for também professor da UnB, ele irá receber
seu subsídio integral como Ministro e mais a remuneração decorrente do magistério. Nesse caso, o
teto seria considerado especificamente para cada cargo, sendo permitido que ele recebesse acima do
limite previsto no art. 37, XI da CF se considerarmos seus ganhos globais.
Os proventos recebidos pelo agente público aposentado também estão submetidos ao teto?
Sim. A redação do art. 37, XI, menciona expressamente os proventos.
Dessa forma, na prática, o teto passou a vigorar no Brasil a partir da EC nº 41/2003, que foi publicada em
31/12/2003. Isso porque, como vimos acima, essa Emenda afirmou expressamente que, enquanto não
houvesse lei regulamentando o inciso XI, o valor do teto seria a remuneração do Ministro do STF na época.
O primeiro valor do teto remuneratório foi de R$ 19.115,19, remuneração do Ministro do STF naquele
momento.
Quando o teto foi finalmente implementado na prática (EC 41/2003), o que aconteceu com a
remuneração das pessoas que recebiam acima do teto que foi instituído? Essas pessoas tiveram direito
adquirido de continuar recebendo acima do teto?
NÃO. O art. 9º da EC nº 41/2003 determinou que qualquer remuneração ou proventos que estivessem
sendo recebidos acima do teto deveriam ser imediatamente reduzidos ao limite fixado, não podendo a
pessoa invocar direito adquirido.
Assim, em 01/01/2004, se o servidor público tinha uma remuneração de R$ 25.000,00, por exemplo, ele
passou a receber apenas R$ 19.115,19.
Obviamente, tal situação gerou reação das pessoas prejudicadas, que recorreram ao Poder Judiciário
questionando a constitucionalidade dessa previsão. O que decidiu o STF? Era possível aplicar
imediatamente o teto previsto na EC nº 41/2003, reduzindo a remuneração de quem ganhava acima
desse valor?
SIM. O STF decidiu, em sede de repercussão geral, que o teto de retribuição fixado pela EC nº 41/2003 é
de eficácia imediata e todas as verbas de natureza remuneratória recebidas pelos servidores públicos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios devem se submeter a ele, ainda que adquiridas
de acordo com regime legal anterior.
A aplicação imediata da EC nº 41/2003 e a redução das remunerações acima do teto não afrontou o
princípio da irredutibilidade nem violou a garantia do direito adquirido.
Em outras palavras, com a EC nº 41/2003, quem recebia acima do teto fixado, teve a sua remuneração
reduzida para respeitar o teto. Essa redução foi legítima.
STF. Plenário. RE 609381/GO, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 2/10/2014 (Info 761).
Mesmo após a decisão do STF no RE 609381/GO, alguns servidores continuavam tentando excluir do
teto as vantagens pessoais que haviam adquirido antes da EC 41/2003 (que implementou, na prática, o
teto no funcionalismo). Argumentavam que a garantia da irredutibilidade de vencimentos, modalidade
qualificada de direito adquirido, impediria que as vantagens percebidas antes da vigência da EC 41/2003
fossem por ela alcançadas. O STF acolheu esse argumento? As vantagens pessoais anterior à EC 41/2003
estão fora do teto?
NÃO. Computam-se, para efeito de observância do teto remuneratório do art. 37, XI, da CF/88, também os
valores percebidos anteriormente à vigência da EC 41/2003 a título de vantagens pessoais pelo servidor
público.
O art. 37, XI, da CF/88, na redação da EC 41/2003, é expresso ao incluir as vantagens pessoais ou de
qualquer outra natureza para fins de limitação dos ganhos ao teto remuneratório do serviço público.
A EC 41/2013 não violou a cláusula do direito adquirido, porque o postulado da irredutibilidade de
vencimentos, desde sua redação original, já indicava que deveria ser respeitado o teto remuneratório (art.
37, XI, da CF/88).
Em outras palavras, a Constituição assegurou a irredutibilidade, mas no mesmo dispositivo já mencionou
que deveria ser respeitado o teto remuneratório.
Assim, a Constituição não só autoriza, como exige o cômputo, para efeito de incidência do teto, de
adicionais por tempo de serviço, sexta parte, prêmio de produtividade e gratificações, ainda que
qualificados como vantagens de natureza pessoal percebidas antes do advento da EC 41/2003.
STF. Plenário. RE 606358/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/11/2015 (repercussão geral) (Info 808).
E os servidores que receberam vantagens pessoais acima do teto antes dessa decisão do STF deverão
devolver os valores? A Administração Pública poderá ingressar com ações cobrando o ressarcimento
dessas quantias recebidas acima do teto a título de vantagens pessoais?
NÃO. O STF afirmou que os servidores não estão obrigados a restituir os valores eventualmente recebidos
em excesso e de boa-fé até o dia 18/11/2015 (data da decisão do STF).
Em todos os julgamentos de recursos extraordinários com repercussão geral reconhecida, o STF elabora
uma frase que resume a tese adotada pelo Tribunal. A tese fixada pela Corte neste caso foi a seguinte:
Computam-se para efeito de observância do teto remuneratório do artigo 37, XI, da Constituição da
República, também os valores percebidos anteriormente à vigência da EC 41/2003 a título de vantagens
pessoais pelo servidor público, dispensada a restituição de valores eventualmente recebidos em excesso
e de boa-fé até o dia 18/11/2015.
STF. Plenário. RE 606358/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/11/2015 (repercussão geral) (Info 808).
O § 2º do art. 557 do CPC 1973 (§ 4º do art. 1.021 do CPC 2015) prevê que, quando
manifestamente inadmissível ou improcedente o agravo, o tribunal condenará o agravante a
pagar ao agravado multa de
1% a 10% do valor corrigido da causa (CPC 1973)
1% a 5% do valor atualizado da causa (CPC 2015).
2) Após ouvir a ré, o juiz proferiu uma decisão interlocutória denegando a tutela.
3) Contra as decisões interlocutórias prolatadas pelo juízo de 1ª instância qual é o recurso cabível?
No CPC 1973: cabia, em tese, agravo retido ou agravo de instrumento, conforme o caso concreto.
No CPC 2015: cabe agravo de instrumento nas hipóteses listadas pelo art. 1.015. Se não se enquadrar
em uma dessas situações, a parte prejudicada só poderá atacar a decisão nas razões de apelação (art.
1.009, § 1º). Assim, as decisões interlocutórias que não puderem ser impugnadas por meio de agravo
de instrumento por não estarem no rol do art. 1.015 não ficam sujeitas à preclusão imediata e
poderão ser discutidas pela parte em preliminar de apelação (se ela for a recorrente ao final) ou nas
contrarrazões (se não foi ela quem interpôs a apelação). O que é muito importante que você guarde:
no novo CPC não mais existe agravo retido.
4) No caso concreto, era hipótese realmente de agravo de instrumento (art. 522 do CPC 1973 / art.
1.015, I, do CPC 2015).
6) A parte prejudicada (João) interpôs o agravo de instrumento. Para isso, teve que dar entrada no
recurso diretamente no Tribunal (entregou no protocolo do Tribunal e não no do Fórum), conforme
determina o art. 524 do CPC 1973 (art. 1.016 do CPC 2015).
7) O agravante, no prazo de 3 dias, teve que juntar aos autos do processo em 1ª instância cópia da
petição do agravo de instrumento interposto e do comprovante de sua interposição, assim como a
relação dos documentos que instruíram o recurso. Como há algumas inovações no CPC 2015 sobre o
tema, importante você conhecer a nova redação:
CPC 1973 CPC 2015
Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, Art. 1.018. O agravante poderá requerer a
requererá juntada, aos autos do processo de juntada, aos autos do processo, de cópia da
cópia da petição do agravo de instrumento e do petição do agravo de instrumento, do
comprovante de sua interposição, assim como a comprovante de sua interposição e da relação
relação dos documentos que instruíram o dos documentos que instruíram o recurso.
recurso. § 1º Se o juiz comunicar que reformou
Parágrafo único. O não cumprimento do inteiramente a decisão, o relator considerará
disposto neste artigo, desde que argüido e prejudicado o agravo de instrumento.
provado pelo agravado, importa § 2º Não sendo eletrônicos os autos, o agravante
inadmissibilidade do agravo. tomará a providência prevista no caput, no
prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do
agravo de instrumento.
§ 3º O descumprimento da exigência de que
trata o § 2º, desde que arguido e provado pelo
agravado, importa inadmissibilidade do agravo
de instrumento.
9) Relator CONTRÁRIO ao recurso do agravante (art. 527, I do CPC 1973 / art. 932, III e IV do CPC 2015):
O Desembargador Relator poderá, de forma monocrática:
CPC 1973 CPC 2015
Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no Art. 932. Incumbe ao relator:
tribunal, e distribuído incontinenti, o relator: III - não conhecer de recurso inadmissível,
I - negar-lhe-á seguimento, liminarmente, nos prejudicado ou que não tenha impugnado
casos do art. 557; especificamente os fundamentos da decisão
(...) recorrida;
Art. 557. O relator negará seguimento a recurso IV - negar provimento a recurso que for
manifestamente inadmissível, improcedente, contrário a:
prejudicado ou em confronto com súmula ou a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do
10) E se a parte não concordar com essa decisão monocrática do Relator, o que ela poderá fazer?
A parte poderá, neste caso, interpor um agravo interno para o órgão colegiado do Tribunal
questionando a decisão monocrática do Relator.
12) Imaginemos que o Relator negou seguimento ao agravo de instrumento e João interpôs um agravo
interno manifestamente infundado (“abusivo”) contra a decisão que negou seguimento ao agravo de
instrumento.
Se o órgão colegiado do Tribunal considerar que o agravo interno (“agravo regimental”) interposto é
manifestamente inadmissível ou improcedente, ele aplicará ao recorrente duas sanções:
12.a) condenará o agravante a pagar ao agravado uma multa;
12.b) condicionará o depósito do valor da multa em juízo para que futuros recursos sejam recebidos.
14) Para a aplicação da multa, exige-se que a decisão do Tribunal tenha sido unânime?
CPC 1973: NÃO. Não era necessário.
CPC 2015: SIM. A aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º do novo CPC exige votação unânime.
15) A multa prevista para o agravante que interpuser recurso manifestamente inadmissível ou
improcedente aplica-se também para a Fazenda Pública? A sanção explicada no item "12.a" acima
aplica-se também ao Poder Público?
SIM. Tanto no CPC 1973 como no CPC 2015.
16) A legislação prevê uma segunda punição, qual seja, exige o depósito do valor da multa em juízo para
que futuros recursos sejam recebidos. Essa sanção explicada no item "12.b" acima aplica-se também
para a Fazenda Pública?
CPC 1973: SIM. O CPC 1973 não falava expressamente sobre a Fazenda Pública ao tratar dessa
sanção. Diante disso, o STJ entendia que, havendo condenação do Poder Público ao pagamento da
multa prevista no art. 557, § 2º, do CPC 1973, a interposição de qualquer outro recurso ficava
17) A multa prevista para o agravante que interpuser recurso manifestamente inadmissível ou
improcedente (item "12.a" acima) aplica-se também para o beneficiário da justiça gratuita?
SIM. No entanto, há uma diferença de tratamento no caso:
CPC 1973: a parte beneficiária da justiça gratuita não está isenta do pagamento da multa do art.
557, § 2º do CPC 1973. Porém, o recolhimento da multa ficará suspenso por 5 anos para ver se a
parte conseguirá melhorar sua condição econômica e auferir recursos para pagar a sanção,
conforme prevê o art. 12 da Lei nº 1.060/50. Nesse sentido, decidiu o STF, 1ª Turma. RE 775685
AgR-ED/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2015 (Info 808). Na prática, ela quase nunca
irá pagar.
CPC 2015: o novo CPC trata sobre o tema nos §§ 3º e 4º do art. 98. Compare:
18) A legislação prevê uma segunda punição, qual seja, exige o depósito do valor da multa em juízo para
que futuros recursos sejam recebidos. Essa sanção explica no item "12.b" acima aplica-se também para
a parte beneficiária da justiça gratuita?
NÃO. O CPC 2015 trata sobre o tema de forma expressa:
Art. 1.021 (...)
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa
prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o
pagamento ao final.
LEI DE DROGAS
A causa de aumento prevista no inciso V do art. 40 não exige a efetiva transposição da fronteira
Importante!!!
O art. 40, V, da Lei de Drogas prevê que a pena do tráfico e de outros delitos deverá ser
aumentada se ficar "caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o
Distrito Federal".
Para que incida essa causa de aumento não se exige a efetiva transposição da fronteira
interestadual pelo agente, sendo suficiente a comprovação de que a substância tinha como
destino localidade em outro Estado da Federação.
Ex: João pegou um ônibus em Campo Grande (MS) com destino a São Paulo (SP); algumas horas
depois, antes que o ônibus cruzasse a fronteira entre os dois Estados, houve uma blitz da
polícia no interior do coletivo, tendo sido encontrados 10kg de cocaína na mochila de João, que
confessou que iria levá-la para um traficante de São Paulo.
STF. 1ª Turma. HC 122791/MS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2015 (Info 808).
Como primeira tese, a defesa alegou que o agente levou a droga no transporte público, mas não a
ofereceu nem comercializou para as pessoas que estavam dentro desse meio de transporte. Logo, não
deveria incidir a causa de aumento do inciso III. Essa tese é aceita pela jurisprudência? Para que incida
essa causa de aumento, é necessário que o agente comercialize a droga no interior do transporte
público?
SIM. A majorante do art. 40, III, da Lei 11.343/2006 somente deve ser aplicada nos casos em que ficar
demonstrada a comercialização efetiva da droga em seu interior.
A mera utilização de transporte público para o carregamento da droga não leva à aplicação da causa de
aumento do inciso III do art. 40 da Lei nº 11.343/2006.
Com base em uma interpretação teleológica, o disposto no art. 40, III, somente pode ser aplicado se
houver a comercialização da droga em transporte público, não alcançando a situação de o agente ter sido
surpreendido quando trazia consigo droga em ônibus intermunicipal, sem que nele a tivesse vendido.
STF. 2ª Turma. HC 120624/MS, Red. p/ o acórdão, Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 3/6/2014 (Info 749).
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.295.786-MS, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 18/6/2014 (Info 543).
INDULTO NATALINO
Período de prova no sursis não pode ser equiparado a cumprimento de pena
Indulto natalino
É bastante comum o Presidente da República editar um Decreto, no final de todos os anos, concedendo
indulto. Esse Decreto é conhecido como “indulto natalino”.
No Decreto de indulto já constam todas as condições para a concessão do benefício. Caso o apenado
atenda a esses requisitos, o juiz das execuções deve reconhecer o direito, extinguindo a pena pelo indulto.
Gabarito
1. E 2. C
OUTRAS INFORMAÇÕES
REPERCUSSÃO GERAL
DJe de 16 a 20 de novembro de 2015
CLIPPING DO D JE
16 a 20 de novembro de 2015
RMS N. 28.428-SP
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO
PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO – RECEBIMENTO – DISTRIBUIÇÃO – APRECIAÇÃO – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE –
PORTARIA – INSUBSISTÊNCIA. Cumpre observar o princípio da legalidade, o que se contém no artigo 397 do Código de Processo Penal Militar,
não subsistindo Portaria de teor contrário.
*noticiado no Informativo 798
AG. REG. NO RE N. 798.740-DF
REDATOR P/ O ACÓRDÃO: MIN. MARCO AURÉLIO
RECUPERAÇÃO JUDICIAL – NATUREZA – RECURSO – INADMISSIBILIDADE DECLARADA NA ORIGEM. Questionamento sobre a
natureza estritamente política de atos praticados surge relevante, abrindo a via de acesso ao Supremo.
*noticiado no Informativo 797
MS N. 27.601-DF
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO
CONCURSO – ATIVIDADE JURÍDICA – ESPECIFICIDADE – ARTIGO 129, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ALCANCE. A expressão “três
anos de atividade jurídica”, contida no artigo 129 da Constituição Federal, não encerra vinculação a atividade privativa de bacharel em direito.
*noticiado no Informativo 800
Acórdãos Publicados: 404
TRANSCRIÇÕES
Com a finalidade de proporcionar aos leitores do INFORMATIVO STF uma compreensão mais
aprofundada do pensamento do Tribunal, divulgamos neste espaço trechos de decisões que tenham
despertado ou possam despertar de modo especial o interesse da comunidade jurídica.
Ação Rescisória - Coisa Julgada Material - Erro de Fato - Conceito - Precedentes (Transcrições)
(v. Informativo 808)
AR 2.347/AM*
RELATOR: Ministro Celso de Mello
EMENTA: AÇÃO RESCISÓRIA. DECISÃO RESCINDENDA QUE APRECIOU O MÉRITO DA CONTROVÉRSIA. CUMULAÇÃO
OBJETIVA, EM ORDEM SUCESSIVA, DO “JUDICIUM RESCINDENS” COM O “JUDICIUM RESCISSORIUM” (CPC, ART. 488, I).
ERRO DE FATO COMO PRESSUPOSTO DE RESCINDIBILIDADE DO JULGADO (CPC, ART. 485, IX E § 1º). ÓRGÃO
JULGADOR QUE, AO DECIDIR A CAUSA, INCIDIU EM ERRO DE PERCEPÇÃO, RECONHECENDO OCORRENTE FATO
EFETIVAMENTE INEXISTENTE. APLICAÇÃO EQUIVOCADA DE PRECEDENTE, FIRMADO EM REPERCUSSÃO GERAL (RE
563.965/RN), QUE NÃO GUARDA QUALQUER PERTINÊNCIA COM A SITUAÇÃO JULGADA PELO ACÓRDÃO RESCINDENDO (RE
602.300-AgR/AM). A NOÇÃO DE ERRO DE FATO NA VISÃO DA JURISPRUDÊNCIA E DA DOUTRINA. POSSIBILIDADE DE
REJULGAMENTO DA CAUSA EM SEDE DE AÇÃO RESCISÓRIA. INVIABILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
INTERPOSTO PELO ESTADO DO AMAZONAS. APELO EXTREMO INCOGNOSCÍVEL, POR VEICULAR CONTROVÉRSIA
INFRACONSTITUCIONAL. DIREITO LOCAL (SÚMULA 280/STF) E OFENSA INDIRETA. PRECEDENTES ESPECÍFICOS DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUE DESAUTORIZAM A PRETENSÃO RECURSAL EXTRAORDINÁRIA DEDUZIDA PELO
ESTADO DO AMAZONAS. AÇÃO RESCISÓRIA JULGADA PROCEDENTE.
DECISÃO: Trata-se de ação rescisória ajuizada em 07/01/2013 e que, promovida com fundamento no art. 485, incisos IV e V, do CPC, visa a
desconstituir acórdão emanado da colenda Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal que negou provimento a recurso de agravo interposto
contra decisão monocrática que dera provimento ao apelo extremo deduzido pelo Estado do Amazonas (RE 602.300-AgR/AM).
O acórdão rescindendo – que transitou em julgado em 16/11/2011 – está assim ementado:
“Agravo regimental no recurso extraordinário. Servidor público. Estabilidade financeira. Vantagem incorporada. Revisão.
Inexistência de direito adquirido a regime jurídico. Irredutibilidade de vencimentos. Desvinculação. Possibilidade. Precedentes.
1. É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que, embora constitucional o instituto da estabilidade financeira, não há
direito adquirido à forma de reajuste da remuneração, o que implicaria direito adquirido a regime jurídico, ficando assegurada, contudo, a
irredutibilidade de vencimentos.
Publique-se.
INOVAÇÕES LEGISLATIVAS
16 a 20 de novembro de 2015
Decreto de 18.11.2015 - Convoca as Conferências Nacionais dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos
Direitos da Pessoa Idosa, de Políticas Públicas de Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais, dos Direitos da Pessoa com Deficiência e de Direitos Humanos. Publicado no DOU, Seção 1, Edição nº
221, em 19.11.2011.
Decreto nº 8.573, de 19.11.2015 - Dispõe sobre o Consumidor.gov.br, sistema alternativo de solução de conflitos
de consumo, e dá outras providências. Publicado no DOU, Seção 1, Edição nº 222, em 20.11.2015.
Lei nº 13.190, de 19.11.2015 - Altera as Leis nos 12.462, de 4 de agosto de 2011, que institui o Regime
Diferenciado de Contratações Públicas - RDC, 7.210, de 11 de julho de 1984, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 8.935,
de 18 de novembro de 1994, 11.196, de 21 de novembro de 2005, e 12.305, de 2 de agosto de 2010; e dá outras providências.
Publicada no DOU, Seção 1, Edição Extra nº 222, p. 1, em 20.11.2015.
Secretaria de Documentação – SDO
Coordenadoria de Jurisprudência Comparada e Divulgação de Julgados – CJCD
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