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SUMÁRIO
II - DO CASAMENTO............................................................................................. 4
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 69
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Exame de Ordem
Direito Civil (Direito de Família e das Sucessões)
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DIREITO DE FAMÍLIA
I – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
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II - DO CASAMENTO
1 – CONCEITO: É o ato solene pelo qual um homem e uma mulher se unem, de
conformidade com a lei, a fim de legitimarem suas relações sexuais, prestarem
mútuo auxílio espiritual e material, procriarem e educarem a prole comum. Gera a
família legítima ou matrimonial. Segundo o Código Civil, "o casamento estabelece
comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos
cônjuges", sendo "defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado,
interferir na comunhão de vida instituída pela família".
2- NATUREZA JURÍDICA:
- Teoria contratualista ou individualista - originária do direito canônico, considera
o casamento como um contrato civil;
- Teoria institucionalista ou supra-individualista - adotada por Maria Helena Diniz
e por Amoldo Wald - considera o casamento como uma instituição social,
retratando uma situação jurídica que surge da vontade dos nubentes, sujeita,
entretanto, às normas, forma e efeitos preestabelecidos em lei;
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3 - CARACTERES:
- liberdade de escolha do nubente;
- solenidade do ato nupcial;
- caráter público da legislação respectiva; exclusividade de união;
- permanência da união (diferente de indissolubilidade).
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Mais aind a:
TJMT - Tribun al de Justiç a do M ato G rosso .
QUARTA C ÂMA RA CÍVEL RECU RS O DE
APELAÇÃO C ÍVEL Nº 73459/2006 - CLASSE II -
20 - COMA RCA DE VÁRZ EA G R ANDE. Partes:
APELANTE: VIVIAN E DA CUNHA B A RB OSA.
APELADO: JÂNIO YAMAZAKI
Ementa:
DANO MORAL - R OMPIMENTO NOIV ADO -
AUSÊNCIA DE PR OVAS DA EXISTÊN CIA D O
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OBS:
A IN 52/2012 do INSS permitiu o requerimento de pensão por morte nos
casos de uniões homoafetivas.
O CFM editou resolução permitindo a utilização de técnicas de reprodução
assistida entre casais homoafetivos.
Conforme o texto da resolução 175 do CNJ, caso algum cartório se recuse a
concretizar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, o cidadão deverá
informar o juiz corregedor do Tribunal de Justiça local e, “a recusa implicará
imediata comunicação ao respectivo juiz corregedor para providências
cabíveis."
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De acordo com o art. 1.516, §3°, do Código Civil, será nulo o registro civil do
casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver contraído
com outrem casamento civil.
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- o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer
inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
- o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos
bens do casal;
- o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados, ou
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou
curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas;
Nos três últimos casos, é permitido aos nubentes
solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas, provando-se a
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9 – DA CELEBRACÃO DO CASAMENTO
- Formalidades essenciais:
a) petição dos nubentes dirigida à autoridade que
houver de presidir o ato, acompanhada da certidão de habilitação, a fim de que
designe data, hora e local para o ato; a solenidade realizar-se-á, em regra, na sede
do cartório, ou, querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro
edifício público ou particular;
b) publicidade do ato nupcial, que deve ser celebrado a
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portas abertas;
c) presença simultânea dos nubentes, em pessoa ou
por procurador especial, das testemunhas, do oficial do registro e do presidente do
ato;
d) afirmação dos nubentes de que pretendem casar por
livre e espontânea vontade;
e) declaração pelo presidente do ato de que se
encontra efetuado o casamento, nos seguintes termos: "De acordo com a vontade
que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e
mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados". Pelo art.1.514 do Código Civil, o
casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam,
perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara
casados;
f) lavratura do assento de matrimônio no livro de
registro, a ser assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, pelas testemunhas
e pelo oficial de registro - esta formalidade tem objetivo meramente probatório.
- Casos de suspensão:
a) se algum dos contraentes recusar a solene afirmação de sua vontade,
declarar que esta não é livre e espontânea ou manifestar-se arrependido.
OBS: O nubente que, por algum desses fatos, der causa à suspensão do ato, não
será admitido a retratar-se no mesmo dia;
b) oposição séria de impedimento;
c) retratação do consentimento dos pais, tutor ou curador, cuja autorização
for necessária;
d) revogação da procuração, no caso de o casamento ser realizado mediante a
apresentação da mesma.
- Número de testemunhas:
se o casamento for realizado na casa de audiências -
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termo avulso que o oficial ad hoc lavrar será registrado no respectivo registro
dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.
Casamento nuncupativo ou in extremis vitae momentis ou in articulo mortis
- Quando um dos nubentes se encontrar em iminente risco de vida, não
obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de
seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis
testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta,
ou/na colateral, em segundo grau. O nubente que não estiver em iminente
risco de vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo.
Realizado o casamento, devem as testemunhas
comparecer perante a autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias,
pedindo que lhes tome por termo a declaração de que foram convocadas por parte
do enfermo, que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo, e que, em sua
presença, declararam os contraentes, livres e espontaneamente, receber-se por
marido e mulher.
Se as testemunhas não comparecerem
espontaneamente, poderá qualquer interessado requerer a sua notificação.
Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá as diligências para
verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária, ouvidos os
interessados que o requererem, dentro em quinze dias. Se o Juiz que colher as
declarações não for o competente, deve encaminhá-las, depois de autuadas, à
autoridade que o for, para a adoção das aludidas providências.
Verificada a idoneidade dos cônjuges para o
casamento, assim o decidirá a autoridade competente, com recurso voluntário às
partes. Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos
recursos interpostos, o juiz mandará registrá-la no livro de Registro de Casamentos.
O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do
casamento, quanto ao estado dos cônjuges, à data da celebração. Serão
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10 - PROVAS DO CASAMENTO:
- Diretas:
a) Específicas:
1. casamento celebrado no Brasil- certidão do registro (sistema da prova pré-
constituída);
2. casamento celebrado fora do Brasil - de acordo com a lei do país onde se
celebrou (locus regit actum), devendo o documento estrangeiro ser
autenticado, segundo as leis consulares para produzir efeitos no Brasil;
3. casamento contraído perante agente consular brasileiro - certidão do
assento no registro do consulado. Entretanto, o casamento de brasileiro,
celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules
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ocorreu ou não o ato de sua celebração, mas é inidôneo para convalescer um vício
que o invalida.
- Prova da celebração de casamento resultante- de
processo judicial- o registro da sentença no livro do Registro Civil produzirá todos
os efeitos civis desde a data do casamento, tanto no que tange aos cônjuges como
no que diz respeito aos filhos.
11 - DEFEITOS DO CASAMENTO
- Casamento Inexistente - não previsto no
Código Civil e criticado por alguns autores. Pode-se citar, dentre outros, os
seguintes casos:
a) inexistência de celebração;
b) inexistência de manifestação de vontade dos
nubentes.
- Efeitos: Em princípio, dispensa ação judicial para sua
desconstituição, eis que não há o que desconstituir. Entretanto, havendo registro
ou sendo necessária a produção de provas, pode se tornar necessária a propositura
de ação judicial para a desconstituição deste (registro), em obediência aos
princípios do contraditório e da ampla defesa. Não se convalida pela ratificação ou
pela prescrição, nem admite declaração de putatividade.
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contar, para o menor, do dia em que perfizer 16 anos e, para seus representantes
legais ou ascendentes, da data do casamento.
b) Do menor em idade núbil, quando não autorizado
por seu representante legal. Contudo, não se anulará o casamento quando à sua
celebração houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou tiverem, por
qualquer modo, manifestado sua aprovação. O casamento do menor em idade
núbil; quando não autorizado por seu representante legal, só pode ser anulado se a
ação for proposta em 180 dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-Io, de seus
representantes legais ou de seus herdeiros necessários. Tal prazo é contado do dia
em que cessar a incapacidade, caso a ação seja proposta pelo incapaz; do dia do
casamento, se proposta por seus representantes legais; e da morte do incapaz, se,
proposta por seus herdeiros necessários.
c) Por vício de vontade, se houver por parte de um dos
nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro. O prazo
decadencial para pleitear a anulação no caso sub examine é de três anos, a contar
da celebração do casamento. Considera-se erro essencial quanto à pessoa do outro
cônjuge:
c.1) o que diz respeito à sua identidade, sua honra e
boa fama, sendo esse erro tal, que o seu conhecimento ulterior torne insuportável
a vida em comum ao cônjuge enganado;
c.2) a ignorância de crime, anterior ao casamento, que,
por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
c.3) a ignorância, anterior ao casamento, de defeito
físico irremediável ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança,
capaz de por em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
c.4) a ignorância, anterior ao casamento, de defeito
físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e
transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro
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Efeitos:
a) a anulabilidade do casamento pode ser alegada
apenas por algumas pessoas;
b) O casamento anulável encontra-se sujeito a prazos
decadenciais relativamente exíguos, podendo ser confirmado, tacitamente, pelo
decurso do tempo;
c) admite a declaração de putatividade;
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Efeitos pessoais:
I - deveres de ambos os cônjuges: fidelidade recíproca,
vida em comum no domicílio conjugal, mútua assistência, respeito e consideração;
II - assunção pelos cônjuges da condição de consortes,
companheiros e responsáveis pelos encargos da família, havendo igualdade de
direitos e deveres;
III - direção conjunta da sociedade conjugal, no
interesse do casal e dos filhos; havendo divergência, qualquer dos cônjuges pode
recorrer ao juiz, que decidirá tendo em consideração tais interesses; se qualquer
dos cônjuges estiver em lugar remoto ou não sabido, encarcerado por mais de
cento e oitenta dias, interditado judicialmente ou privado, episodicamente, de
consciência, em virtude de enfermidade ou de acidente, o outro exercerá com
exclusividade a direção da família, cabendo-lhe a administração dos bens;
IV - concorrer, na proporção de seus bens e dos
rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos,
qualquer que seja o regime patrimonial;
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Efeitos patrimoniais:
I - decorrentes do regime de bens - serão analisados adiante;
II - não decorrentes do regime de bens:
restrições à liberdade de ação dos cônjuges:
um cônjuge não pode, sem a autorização do outro:
alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis, ainda que do domínio
particular de qualquer deles;
pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
prestar fiança ou aval;
fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que
possam integrar futura meação, salvo as doações nupciais feitas aos filhos
quando casarem ou estabelecerem economia separada.
Observações:
Em caso de falta de autorização de um dos cônjuges,
por motivo injusto ou por impossibilidade de concedê-la, admite-se seu suprimento
judicial.
A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando
necessária, torna anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a
anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal. A aprovação
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torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular,
autenticado.
A decretação da invalidade dos atos praticados sem
outorga, sem consentimento, ou sem suprimento do juiz, só pode ser demandada
pelo cônjuge a quem cabia concedê-la, ou por seus herdeiros.
A anulação dos aludidos atos assegura ao terceiro,
prejudicado com a sentença favorável ao autor, direito regressivo contra o cônjuge
que realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros; impenhorabilidade do
bem de família; dever recíproco de sustento e de prestação de alimentos; direito
sucessório do cônjuge sobrevivente.
III- relações econômicas entre pais e filhos (decorrem mais do poder familiar e da
relação de parentesco entre pais e filhos, do que propriamente do casamento):
- dever de sustentar os filhos menores;
- prestação de alimentos aos filhos;
- administração dos bens do filho menor;
- usufruto dos bens dos filhos que estiverem sob o
poder familiar.
13 - DO REGIME DE BENS
13.1-.CONSIDERACÕES GERAIS
Regime de bens "é o estatuto que regula os interesses patrimoniais dos
cônjuges durante o matrimônio" (SR).
Início - na data do casamento.
Término:com a dissolução da sociedade conjugal; pela morte de um dos cônjuges,
pela separação judicial, pelo divórcio, pela anulação ou pela declaração de
nulidade.
Princípios: variedade de regimes, liberdade de pactos
antenupciais {exceto se obrigatória a separação de bens) e imutabilidade relativa. A
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Regimes legais:
1 - comunhão parcial - é o regime que vigora na
ausência de convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, desde que não seja
obrigatória a separação de bens;
2 - separação de bens - é obrigatória nos seguintes
casos:
a) inobservância das causas suspensivas da celebração
do casamento;
b) casamento de pessoa maior de 70 anos1
c) casamento de todos os que dependerem, para casar,
de suprimento judicial.
1
10 Conforme adverte Carlos Roberto Gonçalves, "decidiu-se, porém (T JSP jurídica, 2ª Câm. Ap. 7.512-
4-SJRPreto, j. 18.;8-1998, v.u.), que já não vige tal restrição, por ser incompatível com as
cláusulas constitucionais de tutela da dignidade da pessoa humana, da igualdade e da
intimidade, bem como com a garantia do justo processo da lei, tomado na acepção substancial
(CF, arts. 11, lU, e 51, I, Xe LlV)"
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terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em livro especial, pelo
oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges. Assim, na ausência de
registro, vigorará, em relação a terceiros, o regime legal.
Responsabilidade do cônjuge que estiver na posse de
bens particulares do outro, perante ele e seus herdeiros:
I - como usufrutuário, se o rendimento for comum;
II - como procurador, se tiver mandato, expresso ou
tácito, para os administrar;
III - como depositário, se não for usufrutuário, nem
procurador.
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que permanece sob propriedade exclusiva do marido" (TJDFT, 1a Câmara Cível, ARC
46995-DF, Rel.: José Hilário de Vasconcelos).
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente
pertencentes a um dos cônjuges, em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo
reversão em proveito do casal;
v - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de
profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
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do outro.
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Observações:
Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos
durante o casamento os bens móveis.
Ao computar-se o montante dos aqüestos, computar-
se-á o valor das doações feitas por um dos cônjuges, sem a necessária autorização
do outro; nesse caso, o bem poderá ser reivindicado pelo cônjuge prejudicado ou
por seus herdeiros, ou declarado no monte partilhável, por valor equivalente ao da
época da dissolução.
Incorpora-se ao monte o valor dos bens alienados em
detrimento da meação, se não houver preferência do cônjuge lesado, ou de seus
herdeiros, de os reivindicar.
Na dissolução do regime de bens por separação judicial
ou por divórcio, verificar-se-á o montante dos aqüestos à data em que cessou a
convivência.
Se não for possível nem conveniente a divisão de todos
os bens em natureza, calcular-se-á o valor de alguns ou de todos para reposição em
dinheiro ao cônjuge não-proprietário.
Não se podendo realizar a reposição em dinheiro serão
avaliados e, mediante autorização judicial, alienados tantos bens quantos bastem.
Na dissolução da sociedade conjugal por morte,
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Dívidas:
Pelas dívidas posteriores ao casamento, contraídas por
um dos cônjuges, somente este responderá, salvo prova de terem revertido, parcial
ou totalmente, em benefício do outro.
As dívidas de um dos cônjuges quando superiores à sua
meação, não obrigam ao outro, ou a seus herdeiros.
Se um dos cônjuges solveu uma dívida do outro com
bens do seu patrimônio, o valor do pagamento deve ser atualizado e imputado, na
data da dissolução, à meação do outro cônjuge.
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OBSERVAÇÕES:
- Entretanto, o casamento válido somente se dissolve pela morte de um dos
cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção de óbito estabelecida quanto
ao ausente.
- Como se vê, a separação judicial, apesar de acarretar a dissolução da sociedade
conjugal, não põe fim ao casamento válido. Logo, não autoriza os cônjuges a
contraírem novas núpcias.
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- Por força da EC 66/10 que alterou o § 6º do artigo 226 da CF, existe uma corrente
que entende que a separação judicial deixou de existir, uma vez que tal instituto
existia como requisito prévio para concessão do divórcio e, com a entrada edição
da referida Emenda Constitucional que eliminou tal requisito, teríamos então a
revogação tácita dos dispositivos que tratam do assunto no Código Civil.
- Não obstante, ainda existem entendimentos em sentido contrário.
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OBSERVAÇÕES:
- Mesmo após a separação, se um dos cônjuges separados judicialmente vier
a necessitar de alimentos, será o outro obrigado a prestá-las mediante
pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação
de separação judicial, sendo que se o cônjuge declarado culpado vier a
necessitar de alimentos, e não tiver parentes em condições de prestá-las,
nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-los,
fixando o juiz o valor indispensável à sobrevivência (art. 1.704, CC/2002).
- Na vigência do CC/1916, o STJ vinha entendendo que a renúncia a alimentos
manifestada por um dos cônjuges no acordo quanto à separação judicial era
irretratável. Todavia, o CC/2002 parece ter afastado a possibilidade de haver
renúncia quanto a tais alimentos, notadamente em face do disposto em
seus arts. 1.704 e 1.707;
- Cessa o dever de prestar alimentos, com o casamento, a união estável ou o
concubinato do credor, bem como se este tiver procedimento indigno em
relação ao devedor.
- O STJ já decidiu que é válida e eficaz a cláusula de renúncia a alimentos,
quando não ficou estabelecida qualquer cláusula que obrigava o ex-marido
a prestar alimentos à ex-mulher, em acordo de separação.
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14.5 - DIVÓRCIO
Espécies:
1 - divórcio indireto- PREVISTO ANTES DA EC 66/10, exigia separação judicial por
mais de um ano, contando-se este prazo do trânsito em julgado da sentença que
houver decretado a separação, ou da decisão concessiva da medida cautelar de
separação de corpos. O eventual relacionamento ou convivência dos cônjuges
durante esse prazo de separação judicial não impede a conversão desta em
divórcio. Pode ser litigioso ou consensual; As pessoas que se encontravam
separadas judicialmente antes da EC 66/10 devem realizar tal procedimento.
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existir.
Efeitos:
- Põe termo à sociedade conjugal e ao vínculo matrimonial, com cessação dos
deveres recíprocos dos cônjuges;
- Torna possível a celebração de novo casamento;
- Partilha dos bens, embora o divórcio possa ser concedido sem que ela seja
definida previamente;
- Suprime o direito sucessório entre os cônjuges;
- Garante pensão alimentícia aos filhos menores e maiores inválidos, bem
como ao cônjuge desprovido de recursos, desde que, neste último caso, a
sentença de divórcio imponha essa obrigação (art. 1.709, CC/2002),
atendendo às mesmas diretrizes estabelecidas para a fixação da prestação
alimentar entre cônjuges na separação judicial;
- A sentença que a julgar produz seus efeitos depois de registrada no registro
público competente;
- Atribuição da guarda dos filhos menores e maiores incapazes segundo o que
os cônjuges acordarem a esse respeito no divórcio consensual ou por
deliberação do juiz, caso não haja acordo. Nesta hipótese, deve tal guarda
ser atribuída a quem revelar melhores condições para exercê-la, admitindo-
se, inclusive, no caso de os filhos não deverem permanecer sob a guarda de
seus genitores, o deferimento da mesma a pessoa que revele
compatibilidade com a natureza da medida, de preferência levando em
conta o grau de parentesco e relação de afinidade e afetividade. Aliás,
havendo motivos graves, o juiz pode, em qualquer caso, a bem dos filhos,
regular a situação deles para com os pais de maneira diferente da
estabelecida acima;
- Não modifica os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos, nem
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Procedimento:
- Trata-se de ação personalíssima, sujeita portanto, ao disposto no art. 267, IX
do CPC.
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suposto pai.
Por sua vez, a Lei n° 6.015/73, em seu art. 57, § 2°,
estabelecia que "a mulher solteira, desquitada ou viúva, que viva com homem
solteiro, desquitado ou viúvo, excepcionalmente e havendo motivo ponderável,
poderá requerer ao juízo competente que, no registro de nascimento, seja
averbado o patronímico de seu companheiro, sem prejuízo dos apelidos próprios,
de família, desde que haja impedimento legal para o casamento, decorrente do
estado civil de qualquer das partes ou de ambas".
Posteriormente, a Constituição Federal de 1988, em
seu art. 226, § 3°, passou a dispor que, "para efeito de proteção do Estado, é
reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar,
devendo alei facilitar sua conversão em casamento".
Além disso, o § 6° do art. 227 da Lei Fundamental
reconheceu aos filhos, havidos ou não da relação de casamento, a igualdade de
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas
à filiação.
Tendo em vista o texto constitucional, foram editadas
leis de hierarquia inferior a respeito do assunto, devendo-se ressaltar as relativas à
previdência social, que permitiram a inclusão do(a) companheiro(a) como
dependente do segurado em condição igual à do cônjuge, e, principalmente, as Leis
8.971/94 e 9.278/96, que regulamentaram o instituto e suas conseqüências
jurídicas.
O Código Civil/2002 cuida da união estável nos artigos
1723 a 1727, fazendo distinção entre união estável e concubinato ao estabelecer,
no artigo 1727, que as relações não eventuais entre o homem e a mulher,
impedidos de casar, constituem concubinato.
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OBSERVAÇÕES:
- Entretanto, o Código Civil/2002 não assegura expressamente ao
companheiro sobrevivente direito real de habitação relativamente ao
imóvel destinado à residência da família.
- Entretanto, o Enunciado 117 da I Jornada de Direito Civil: “117: O direito
real de habitação deve ser estendido ao companheiro, seja por não ter sido
revogada a previsão da Lei 9.278, seja em razão da interpretação analógica
do artigo 1.831, informado pelo artigo 6º, caput, da Constituição Federal”.
- Ainda, impende consignar que a Quarta Turma do Colendo Superior Tribunal
de Justiça, por meio de julgamento do Recurso Especial nº 1.203.144-RS
(2010/0127865-4), ocorrido em 27/05/2014, de relatoria do Ministro Luís
Felipe Salomão, em ação de manutenção de posse ajuizada antes mesmo de
eventual pedido expresso de reconhecimento de união estável, manteve
decisão que reconheceu o direito real de habitação a companheira
supérstite.
- Continua em vigor o art. 9° da Lei n° 9.278/96, o qual estabelece que a
matéria relativa à união estável é de competência do juízo da Vara de
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"EMENTA - DIREITO CIVIL - PARTILHA DE BENS - 'DE CUJUS' QUE, POR ONZE ANOS,
MANTEVE SOCIEDADE DE FATO, EMBORA SEM DESCONSTITUIR VÍNCULO
MATRIMONIAL HAVIDO COM OUTRA MULHER - DIREITO DA COMPANHEIRA A 50%
DO PATRIMÔNIO DO CASAL FORMADO AO LONGO DA UNIÃO ESTÁVEL -
APLICAÇÃO DO ART. 51 DA LEI N° 9.278/96 - INEXISTÊNCIA DE VILIPÊNDIO À
MEAÇÃO DO CÔNJUGE ORIGINÁRIO - RECURSO DESPROVIDO. 1- A comunicação
dos bens presentes e futuros dos cônjuges, mesmo em se tratando de comunhão
universal, somente se dá na constância da sociedade conjugal. 11- Se o marido
abandona o lar conjugal, sem se separar ou divorciar, e, por longos onze anos,
mantém união estável com outra mulher, advindo prole e constituição de nova
família, a lei (art. 50, Lei na 9.278/96) assegura à companheira perceber 50% dos
bens adquiridos na constância desta nova relação de fato, para cuja formação do
patrimônio ela igualmente contribuiu, sem que .tal direito importe em qualquer
menosprezo à meação legalmente prevista em favor da cônjuge originária. Recurso
conhecido e desprovido." (T JDFT, 3a Turma Cível, APC 4665897/DF, Rel.:
Wellington Medeiros, decisão de 02/03/98, DJDF de "EMENTA - ADMINISTRATIVO -
PENSÃO VITALÍCIA - ESPOSA E CONCUBINA - DIVISÃO EQUÂNIME - AMBAS TÊM
DIREITO À VERBA ALIMENTÍCIA - INEXISTEEXCLUSIVIDADE DA ESPOSA LEGÍTIMA -
ORDEM DENEGADA. AGIU BEM A AUTORIDADE ADMINISTRATIVA AO DIVIDIR A
PENSÃO VITALÍCIA, ADVINDA DA MORTE DE SERVIDOR QUE EM VIDA MANTEVE
CONCOMITANTEMENTE DUAS FAMÍLIAS, ENTRE A ESPOSA LEGÍTIMA E A
CONCUBINA. A Constituição Federal em seu art. 226, § 3, reconhece a união estável
como entidade familiar, o que veio a ser consagrado no parágrafo único, do art.
241, da Lei n° 8.112/90. Inexiste direito líquido e certo da esposa à exclusividade no
recebimento da pensão, se provado está que a concubina vivia sob a dependência
econômica do 'de cujus'. Ato administrativo que se manifesta sem qualquer vicio ou
ilegalidade. Ordem denegada" (TJDFT, Conselho Especial, MS 664896/DF, Rel.: P. A.
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começo da viuvez, a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se
presume do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar do
falecimento deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já
decorrido o prazo de cento e oitenta dias acima referido;
III – a prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a
presunção da paternidade; é preciso, entretanto, que essa impotência seja
absoluta;
OBS: só a impotência generandi, e não a coeundi ou instrumental.
IV - não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção
legal da paternidade; não basta a confissão materna para excluir a paternidade;
V – cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua
mulher (legitimidade ativa privativa), sendo tal ação imprescritível (ação negatória
de paternidade); contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de
prosseguir na ação;
VI - a filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro
Civil;
OBS: ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de
nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro; a força probante do
assento é erga omnes;
VII - na falta ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por
qualquer modo admissível em direito, desde que haja começo de prova por escrito,
proveniente dos pais, conjunta ou separadamente, ou desde que existam
veementes presunções resultantes de fatos já certos, como a posse do estado de
filho.
VIII - a ação de prova de filiação (ação de investigação de paternidade) compete ao
filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer menor, ou incapaz; se
iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado extinto
o processo; é indisponível e imprescritível; poderá ser exercitada contra os pais ou
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V - DO PODER FAMILIAR
1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
- Os filhos, enquanto menores, encontram-se sujeitos ao poder familiar, que
é "o conjunto de direitos e obrigações, quanto à pessoa e bens do filho
menor não emancipado, exercido pelos pais, para que possam
desempenhar os encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em vista
o interesse e proteção do filho" (MHD).
- É irrenunciável, inalienável, imprescritível e incompatível com a tutela.
- Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais.
- A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram
as relações entre pais e filhos, senão quanto ao direito, que aos primeiros
cabe, de terem em sua companhia os segundos.
- O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não
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V - por decisão judicial que implique em sua perda, nas seguintes hipóteses: castigo
imoderado do filho; abandono; prática de atos contrários à moral e aos bons
costumes; reiteração das faltas que podem ensejar a suspensão.
• Casos de suspensão:
I – abuso de autoridade no exercício do poder familiar, faltando aos deveres
inerentes a tal poder ou arruinando os bens do filho;
OBS: Nestes casos, cabe ao Juiz, a requerimento de algum parente ou do Ministério
Público, adotar a medida reclamada pela segurança do menor e seus haveres,
inclusive suspendendo o poder familiar quando convier.
II - condenação por sentença irrecorrível em virtude de crime cuja pena exceda a
dois anos de prisão.
- A falta ou carência de recursos materiais não constitui, por si só, motivo
suficiente para a suspensão ou perda do poder familiar, devendo o menor,
se não concorrer outro motivo que autorize a decretação da medida, ser
incluído em programas oficiais de auxílio.
- O procedimento da suspensão e da perda do pátrio poder serão analisados
em Direito da Criança e do Adolescente.
VI - DOS ALIMENTOS
1 -CONCEITO
- São prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode
provê-las por si. Segundo o art. 1.694 do CC/2002, a prestação alimentar
abrange o necessário para que o alimentando viva de modo compatível com
a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua
educação. Entretanto, os alimentos serão apenas os indispensáveis à
subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem
os pleiteia.
- A obrigação alimentar se funda no princípio da solidariedade familiar.
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- Não se confunde com o dever de sustento dos filhos, eis que neste caso a
obrigação é incondicional. Já a obrigação alimentar, propriamente dita,
sujeita-se à verificação de certas condições, quais sejam a necessidade do
alimentando e a capacidade econômica do alimentante.
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3 – CARACTERES:
Do direito à prestação alimentícia:
- É direito personalíssimo;
- É incessível - o direito não pode ser cedido a terceiros, quanto às prestações
vincendas;
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4. CLASSIFICAÇÃO:
• Quanto à natureza: naturais, necessários ou mínimos (restringe-se ao
indispensável ao sustento, vestuário, habitação, assistência médica,
instrução e demais necessidades básicas); e civis ou côngruos (destinam-se a
manter a condição social);
• Quanto à causa jurídica: legais (resultantes de parentesco, casamento, união
estável), voluntários (resultantes de atos jurídicos inter vivos ou causa
mortis) e ressarcitórios ou indenizatórios (fixados como modo de
indenização de danos decorrentes de ato ilícito). Somente o
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação de prestar alimentos
legais é que pode dar ensejo à prisão civil;
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6 - EXTINCÃO DA OBRIGACÃO:
• Casos:
- Pela morte do alimentando;
- Pelo desaparecimento de um dos pressupostos da obrigação alimentar;
- casamento, união estável ou concubinato do credor;
- Procedimento indigno do credor em relação ao devedor.
- O novo casamento do cônjuge não extingue a obrigação constante da
sentença de divórcio.
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BIBLIOGRAFIA
- DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro; Direito de Família. São
Paulo: Saraiva;
- idem, Código Civil Anotado. São Paulo: Saraiva;
- FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Resumo de Direito Civil. São Paulo:
Malheiros;
- GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil: Curso de Direito de Família. São Paulo:
Saraiva;
- GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil: Direito de Família. Sinopses Jurídicas.
São Paulo: Saraiva;
- MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil; Direito de Família. São
Paulo: Saraiva;
- NEGRÃO, Theotônio. Código Civil e legislação civil em vigor. São Paulo: Saraiva;
- NEGRÃO, Theotônio. Código de Processo Civil e legislação processual em vigor.
São Paulo: Saraiva;
- NERY Júnior, Nelson e Rosa Maria de Andrade Nery. Novo Código Civil e Legislação
Extravagante Anotados; São Paulo: Revista dos Tribunais;
- PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil, vol. V. Rio de Janeiro:
Forense;
- RAFFUL, Ana Cristina. A Reprodução Artificial e os direitos da Personalidade; São
Paulo: Themis Livraria e Editora;
- RODRIGUES, Sílvio. Direito civil; Direito de Família. São Paulo: Saraiva;
- VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil; Direito de Família. São Paulo: Atlas;
- WALD, Amoldo. Curso de Direito Civil Brasileiro; Direito de Família. São Paulo:
Revista dos Tribunais.
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I - DA SUCESSÃO EM GERAL
1.1 – CONCEITO DO DIREITO DAS SUCESSÕES
- O Direito das sucessões vem a ser o conjunto de normas que disciplinam a
transferência do patrimônio de alguém, depois de sua morte, ao herdeiro,
em virtude de lei ou de testamento.
- Com a morte do autor da herança, o sucessor passa a ter a posição jurídica
do finado, sem qualquer alteração na relação de direito, que permanece a
mesma apesar da mudança de sujeito.
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1.5 – CLASSIFICAÇÃO
- Quanto à fonte de que deriva:
a) testamentária: oriunda de testamento válido ou de codicilo. Vigora em nosso
ordenamento jurídico o sistema da liberdade de testar limitada, por meio do qual
se o testador tiver herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge
sucessíveis - art. 1845, CC), só poderá dispor de metade da herança. Assim, o
patrimônio do de cujus é dividido em duas partes: legítima (ou reserva dos
herdeiros necessários) e porção disponível;
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existir, "uma vez que se prolonga sua personalidade apenas em atenção aos atos
necessários à liquidação patrimonial" (MHD). .
2 – A concessão de herança ou legado a uma pessoa com o encargo de cuidar de
determinada coisa inanimada ou de animal não fere o terceiro pressuposto acima
mencionado, eis que o sucessor será a pessoa contemplada.
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partilha, a curador nomeado pelo juízo (art. 1.800, caput)”, de modo que,
“nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão,
com os frutos e rendimentos relativos à deixa, a partir da morte do
testador" (art. 1.800, §3°).
2 - INDIGNIDADE
2.1 - Conceito - "Pena civil que priva do direito à herança não só o herdeiro, bem
como o legatário que cometeu atos criminosos ou reprováveis, taxativamente
enumerados em lei, contra a vida, a honra e a liberdade do de cujus" (MHD), ou de
certas pessoas de sua família (Código Civil/2002).
2.2 - Causas:
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Classificação:
- Quanto à forma:
a) tácita - quando resulta tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
Não exprimem aceitação da herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os
meramente conservatórios ou os de administração e guarda provisória. Não
importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos
demais co-herdeiros;
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Requisitos:
- capacidade jurídica do renunciante: exige-se, inclusive, a capacidade para alienar;
OBS: Segundo MHD, a pessoa casada pode renunciar à herança ou legado
independentemente de prévio consentimento do cônjuge. Entretanto, Amoldo
Wald e Sílvio Rodrigues têm entendimento em sentido contrário.
- O mandatário, para renunciar à herança pelo mandante, necessita de
poderes especiais e expressos. O representante legal do menor, por sua vez,
necessita de autorização judicial.
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quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia" (art. 1.808, § 2°,
CC/2002);
- Abertura da sucessão: somente a partir dela é que o herdeiro ou o legatário
adquire direito à herança ou ao legado.
Efeitos:
- o renunciante é tratado como se nunca houvesse sido chamado à sucessão;
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12 - HERANCA JACENTE
Conceito: É aquela relativamente à qual não há herdeiro legítimo ou testamentário
notoriamente conhecido.
Casos:
Não havendo testamento: se o falecido não deixar herdeiros legítimos
notoriamente conhecidos;
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13 - HERANÇA VACANTE
Conceito: "É a que não foi disputada, com êxito, por qualquer herdeiro e que,
judicialmente, foi proclamada de ninguém" (SR).
OBS:
- Para Sílvio Rodrigues a declaração da vacância não confere o domínio dos bens
vagos ao Poder Público; apenas aqueles são entregues a este, que os conserva em
condição semelhante à do depositário. Para Maria Helena Diniz e Washington de
Barros Monteiro com a declaração da vacância, a propriedade dos bens
arrecadados é transferida sob condição resolutiva, ao Município ou ao Distrito
Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situados
em território federal.
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declaratória da vacância, razão pela qual, até esse momento, podem os mesmos
ser adquiridos por usucapião (DJU de11/06/2001, p. 196; DJU de 27/11/2000, p.
169).
Efeitos:
1 - cessação dos deveres do curador;
2 - afastamento da sucessão legítima dos colaterais que não tenham se habilitado
até a declaração de vacância;
3 - entrega dos bens vagos ao Município, Distrito Federal ou União, conforme o
caso;
4 - com a transferência definitiva do domínio dos bens vagos ao Poder Público,
deve este aplicá-los em fundações destinadas a desenvolver o ensino universitário.
14 - PETICÃO DE HERANCA
Conceito: É a ação que cabe ao herdeiro para demandar o reconhecimento de seu
direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra
quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua.
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Regras:
- Ainda que exercida por um só herdeiro, essa ação pode compreender a
totalidade dos bens hereditários.
- O possuidor da herança está obrigado à restituição dos bens do acervo,
fixando-lhe a responsabilidade segundo a sua posse (de boa ou de má-fé).
- A partir da citação, a responsabilidade do possuidor se há de aferir pelas
regras concernentes à posse de má-fé e à mora. A esse respeito, vide o
estudo da posse na parte relativa ao Direito das Coisas.
- O herdeiro pode demandar os bens da herança, mesmo em poder de
terceiros, sem prejuízo da responsabilidade do possuidor originário pelo
valor dos bens alienados. Entretanto, são eficazes as alienações feitas a
título oneroso, pelo herdeiro aparente a terceiro de boa-fé.
- O prazo para ajuizamento da ação de petição de herança é de 10 (dez) anos,
a contar da abertura da sucessão.
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companheiro.
3º - Cônjuge ou companheiro que 3º - Cônjuge sobrevivente.
satisfaça os requisitos do art. 1º, § 1º da
Lei 8.971/94.
4º - Colaterais até o 4º grau. 4º - Colaterais até o 4º grau.
5º - Municípios, Distrito federal e União.
OBS: Tinha-se o entendimento que esses
entes, em caso de vacância da herança,
não eram propriamente herdeiros, não
se aplicando a eles o princípio da saisine,
razão pela qual o Novo CC não os incluiu
na ordem de vocação hereditária,
mantendo-os, porém, na condição de
beneficiários da herança vacante.
Regra da convocação para suceder: Geralmente, uma classe somente é chamada
quando faltarem herdeiros da classe precedente, observando-se os seguintes
critérios:
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- À brasileira, casada com estrangeiro sob regime que exclua a comunhão universal,
caberá, por morte do marido, o usufruto vitalício de quarta parte dos bens deste,
se houver filhos brasileiros do casal ou do marido, e de metade, se não os houver
(art. 17 do Decreto Lei n° 3.200/41).
- O Código Civil, entretanto, não trouxe expresso esse direito real de habitação ao
companheiro sobrevivente ou ao filho portador de deficiência.
OBS: Enunciado 117 da I Jornada de Direito Civil: “117: O direito real de habitação
deve ser estendido ao companheiro, seja por não ter sido revogada a previsão da
Lei 9.278, seja em razão da interpretação analógica do artigo 1.831, informado pelo
artigo 6º, caput, da Constituição Federal”.
- Ainda, impende consignar que a Quarta Turma do Colendo Superior Tribunal de
Justiça, por meio de julgamento do Recurso Especial nº 1.203.144-RS
(2010/0127865-4), ocorrido em 27/05/2014, de relatoria do Ministro Luís Felipe
Salomão, em ação de manutenção de posse ajuizada antes mesmo de eventual
pedido expresso de reconhecimento de união estável, manteve decisão que
reconheceu o direito real de habitação a companheira supérstite.
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2- DESCENDENTES
- São os que primeiro são chamados a suceder o de cujus. Entretanto; os
descendentes podem concorrer à herança com o cônjuge ou companheiro
sobrevivente, conforme regras adiante consignadas.
- Os filhos sucedem por cabeça (recebem quinhões iguais), e os outros
descendentes, por cabeça ou por estirpe (o quinhão do pré-morto é dividido entre
seus herdeiros), conforme se achem, ou não, no mesmo grau.
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3 - ASCENDENTES
- Os de grau mais próximo excluem os de grau mais remoto, sem distinção de linhas
(linha paterna e linha materna).
4 - CÔNJUGE
- Conforme já antecipado, o cônjuge herda ab intestato, independentemente da
sua meação - que não é objeto da herança deixada pelo falecido, em concurso com
descendentes e ascendentes e, não havendo nenhum deles, sozinho.
- Todavia, para que possa participar da sucessão, o cônjuge sobrevivente não pode
estar separado judicialmente, nem de fato por mais de dois anos do falecido, salvo,
neste último caso, se provar que a convivência se tornara impossível sem culpa sua
(do sobrevivente).
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- Como se vê, a situação é complicada, razão pela qual deveria o legislador ter
afastado a sucessão pelo cônjuge em duas hipóteses:
a) quando, após separação de fato por qualquer prazo e independentemente
do culpado, o falecido houvesse estabelecido união estável com outra
pessoa;
b) quando houvesse separação de fato por mais de dois anos, ainda que o
falecido não tivesse estabelecido união estável com outra pessoa e ainda
que fosse ele o responsável pelo impossibilidade da convivência.
Ainda sobre a sucessão pelo cônjuge, outras considerações devem ser feitas:
1°) - Só concorre com descendentes se o regime de bens não for a comunhão
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3°) Concorrendo com ascendentes em primeiro grau (pais ), ao cônjuge tocará 1/3
da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior
for aquele grau (art. 1.837, CC).
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5 - COMPANHEIRO
- Primeiramente, a sucessão do companheiro foi disciplinada pelo Código Civil
(art. 1.790) em local bastante distante dos dispositivos que tratam da ordem
da vocação hereditária.
- Essa impropriedade técnica só se justifica pelo fato de que o projeto original
não se referia ao companheiro, tendo sido o assunto disciplinado, em local
impróprio, pelo Congresso Nacional.
- Melhor seria que tivesse sido disciplinado em conjunto com a ordem da
vocação hereditária e os herdeiros nela incluídos expressamente pelo
Código Civil/2002.
- O companheiro, para herdar, deverá estar convivendo com o falecido ao
tempo da abertura da sucessão (requisito implícito), sendo que essa
herança não prejudicará seu eventual direito à meação dos bens que se
comuniquem (a comunhão parcial é a regra).
- O companheiro concorre com os descendentes, os ascendentes e os
colaterais do de cujus, ao contrário do que ocorria anteriormente.
- Com efeito, antes do Código de 2002, o companheiro só sucedia em não
havendo descendentes nem ascendentes sucessíveis, recebendo a
totalidade da herança ainda que houvesse colaterais.
- O companheiro, ao concorrer com descendentes, não se submete às
mesmas restrições impostas ao cônjuge em situação similar (regime de
bens).
- Esse o único aspecto em que a sucessão do companheiro se apresenta em
situação mais favorável que a do cônjuge.
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5°) O novo Código Civil não mais confere esse direito ao companheiro sobrevivente.
6°) O novo Código Civil não mais confere esse direito ao companheiro sobrevivente.
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11.7 - COLATERAIS
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Requisitos:
I - haver o representado falecido antes do de cujus, sido declarado ausente (nos
casos em que se admite a abertura da sucessão definitiva) ou declarado indigno;
II - descender o representante do representado;
III - não ocorrer solução de continuidade no encadeamento dos graus entre
representante e sucedido;
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- DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
1 - TESTAMENTO
Conceito - É o ato revogável pelo qual alguém, de conformidade com a lei, dispõe,
no todo ou em parte, do seu patrimônio, para depois de sua morte. Pode,
entretanto, conter disposições de caráter extrapatrimonial ou mesmo limitar-se a
elas.
Caracteres:
I - revogável;
II - unilateral e personalíssimo;
III - gratuito, admitindo a instituição de encargo;
IV - solene;
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testamento, já que a aludida ação visa impugnar a validade, ainda que parcial, do
testamento (art. 1.859, CC/2002).
5 - DESERDACÃO
Conceito - "É o ato unilateral pelo qual o de cujus exclui da sucessão, mediante
testamento com expressa declaração de causa, herdeiro necessário, privando o de
sua legítima, por ter praticado qualquer ato taxativamente enumerado no CC".
Requisitos:
1 - existência de testamento válido;
2 - declaração expressa de causa;
3 - comprovação da veracidade da causa alegada pelo testador, por parte do
herdeiro excluído ou daquele a quem aproveite a deserdação. Sujeita-se ao prazo
decadencial de 04 anos, contados da data da abertura do testamento (art. 1.965,
parágrafo único, CC/2002). Não se provando a causa invocada para a deserdação, é
nula a instituição, e nulas as disposições, que prejudiquem a legítima do
deserdado;
4 - existência de herdeiro necessário. É que, para excluir da sucessão o
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Casos:
1 - casos de indignidade, qualquer que seja o herdeiro necessário;
2 - ofensas físicas, se o herdeiro necessário a ser deserdado for ascendente ou
descendente;
3 - injúria grave, se o herdeiro necessário a ser deserdado for ascendente ou
descendente;
4 - relações ilícitas com a madrasta ou o padrasto, no caso da deserdação de
descendentes pelos ascendentes;
5 - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou neto, ou com o
marido ou o companheiro da filha ou neta, no caso de deserdação dos ascendentes
pelos descendentes;
6 - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade, no caso
de deserdação dos descendentes;
7 - desamparado filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade, no
caso de deserdação dos ascendentes.
* A desonestidade da filha que vive em casa paterna não mais é elencada entre as
causas de deserdação.
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Efeitos:
1 - o deserdado, com a abertura da sucessão, adquire o domínio e a posse da
herança; com a publicação do testamento, passa a ter propriedade resolúvel;
2 - não provado o motivo determinante da deserdação, o testamento produzirá
efeitos em tudo o que não prejudique a legítima do herdeiro necessário;
3 - necessidade de preservar a herança durante a ação movida pelo beneficiário da
deserdação para provar a sua causa geradora, nomeando-se depositário judicial;
4 - os descendentes do deserdado o representam, como se ele fosse morto. Esse é
o entendimento majoritário.
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- quando não for possível tal divisão - se não for possível a divisão, e o excesso do
legado montar a mais de um quarto do valor do prédio, o legatário deixará inteiro
na herança o imóvel legado, ficando com o direito de pedir aos herdeiros o valor
que couber na parte disponível. Se o excesso não for de mais de um quarto, aos
herdeiros fará tornar em dinheiro o legatário, que ficar com o prédio. Se o legatário
for ao mesmo tempo herdeiro necessário, poderá inteirar sua legítima no mesmo
imóvel, de preferência aos outros, sempre que ela e a parte subsistente do legado
lhe absorverem o valor.
7 - SUBSTIUIÇÕES
Regras:
I - o substituto fica sujeito ao encargo ou condição impostos ao substituído, quando
não for diversa a intenção manifestada pelo testador, ou não resultar outra coisa
da natureza da condição, ou do encargo;
II - é lícito substituir muitas pessoas a uma só, ou vice-versa;
III - o substituto deve ter capacidade para ser instituído em primeiro grau;
IV - é uma substituição condicional, podendo ser subordinada a outra condição, a
um termo ou a um encargo;
V - o substituto pode ser nomeado no mesmo testamento em que for feita a
instituição ou em cédula testamentária posterior, desde que observados os
requisitos legais;
VI - é lícito estabelecer substituição com ou sem reciprocidade;
VII - presume-se que a substituição foi determinada para ocaso de o herdeiro ou
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legatário não querer ou não poder aceitar a herança ou o legado, ainda que o
testador se refira a apenas uma dessas alternativas;
VIII - se, entre muitos coerdeiros ou legatários de partes desiguais, for estabelecida
substituição recíproca, a proporção dos quinhões, fixada na primeira disposição,
entender-se-á mantida na segunda. Se, porém, com as outras anteriormente
nomeadas for incluída mais alguma pessoa na substituição, o quinhão vago
pertencerá em partes iguais aos substitutos.
Espécies:
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permite em favor dos não concebidos ao tempo da morte do testador, sendo que,
se, ao tempo da morte do testador, já houver nascido o fideicomissário, adquirira
este a propriedade dos bens fideicomitidos, convertendo-se em usufruto o direito
do fiduciário (art. 1.952, CC/2002).
Regras específicas:
a) o fiduciário tem a propriedade da herança ou legado, mas restrita e resolúvel;
b) o fiduciário é obrigado a proceder ao inventário dos bens gravados, e, se lho
exigir o fideicomissário, a prestar caução de restituí-los;
c) se o fideicomissário aceitar a herança ou o legado, terá direito à parte que, ao
fiduciário, em qualquer tempo acrescer;
d) o fideicomissário responde pelos encargos da herança que ainda restarem
quando vier à sucessão;
e) são nulos os fideicomissos além do segundo grau;
f) a nulidade da substituição ilegal não prejudica à instituição, que valerá sem o
encargo resolutório.
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Conseqüências do acréscimo:
I - transmissão aos coerdeiros ou co-legatários beneficiados das vantagens que
deveriam caber ao que deixou de herdar;
II - transmissão aos beneficiados das obrigações e encargos que oneravam o
quinhão do que deixou de herdar;
III - impossibilidade de o beneficiário do acréscimo repudiá-lo separadamente da
herança ou legado que lhe caiba, salvo se o acréscimo comportar encargos
especiais impostos pelo testador; nesse caso, uma vez repudiado, reverte o
acréscimo para a pessoa a favor de quem os encargos foram instituídos.
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9 - DISPOSIÇÕES TESTAMENTÁRIAS
- Regras interpretativas:
a) Quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretações diferentes,
prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador. Sílvio
Rodrigues e Carlos Roberto Gonçalves entendem que o juiz não pode recorrer a
outras fontes, que não o próprio testamento. Já Maria Helena Diniz tem
entendimento diverso, admitindo a pesquisa a elementos extrínsecos ao
instrumento formal do testamento.
b) A disposição geral em favor dos pobres, dos estabelecimentos particulares de
caridade, ou dos de assistência pública, entender-se-á relativa aos pobres do lugar
do domicílio do testador ao tempo de sua morte, ou dos estabelecimentos aí sitos,
salvo se manifestamente constar que tinha em mente beneficiar os de outra
localidade. Nestes casos, as instituições particulares preferirão sempre às públicas.
c) Se o testamento designar dois ou mais herdeiros, sem discriminar a parte de
cada um, partilhar-se-á por igual, entre todos, a porção disponível do testador.
d) Se o testador nomear certos herdeiros individualmente e outros coletivamente,
a herança será dividida em tantas cotas quantos forem os indivíduos e os grupos
designados.
e) Se forem determinadas as cotas de cada herdeiro, e não absorverem toda a
herança, o remanescente pertencerá aos herdeiros legítimos, segundo a ordem da
vocação hereditária.
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- Regras proibitivas:
a) Tem-se por não escrita a designação do tempo em que deva começar ou cessar o
direito do herdeiro, salvo nas disposições fideicomissárias (proibição de instituição
de herdeiro a termo). Aplica-se somente ao herdeiro, não se estendendo ao
legatário. Não invalida o testamento; nem anula a disposição; acarreta apenas a
ineficácia do termo.
b) É nula a disposição que:
- institua herdeiro, ou legatário, sob condição captatória de que este disponha,
também por testamento, em benefício do testador, ou de terceiro;
- se refira a pessoa incerta, cuja identidade se não possa averiguar;
- favoreça pessoa incerta, cometendo a determinação de sua identidade a terceiro,
salvo no caso do art. 1.901, I, CC/2002;
- deixe a arbítrio do herdeiro, ou de outrem, fixar o valor do legado, salvo no caso
do art. 1.901, II, CC/2002;
- favoreça pessoas não legitimadas a suceder, ainda que por interpostas pessoas.
- Regras permissivas:
a) A nomeação de herdeiro, ou legatário, pode fazer-se pura e simplesmente, sob
condição, para certo fim ou modo, ou por certo motivo.
b) Admite-se a disposição em favor de pessoa incerta que deva ser determinada
por terceiro, dentre duas ou mais pessoas mencionadas pelo testador, ou
pertencentes a uma família, ou a um corpo coletivo, ou a um estabelecimento por
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ele designado.
c) Admite-se a disposição em remuneração de serviços prestados ao testador, por
ocasião da moléstia de que faleceu, ainda que fique a arbítrio do herdeiro, ou de
outrem, determinar o valor do legado.
- Outras regras:
a) O erro na designação da pessoa do herdeiro, do legatário, ou da coisa legada
anula a disposição, salvo se, pelo contexto do testamento, por outros documentos,
ou por fatos inequívocos, se puder identificar a pessoa ou coisa, a que o testador
queria referir-se.
b)A cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade, implica
impenhorabilidade e incomunicabilidade. No caso de desapropriação de bens
clausulados, ou de sua alienação, por conveniência econômica do donatário ou do
herdeiro, mediante autorização judicial. Além dessas duas exceções à cláusula de
inalienabilidade, a doutrina ainda cita as seguintes:
I - venda do bem clausulado, no caso de extinção do respectivo condomínio;
II - sub-rogação das cláusulas restritivas para outros bens livres, em conformidade
com o disposto nos arts. 1.103 e ss. do CPC, combinado com o Decreto-Lei n°
6.777/44. Em qualquer desses casos, o produto da alienação se converterá em
outros bens, sobre os quais incidirão as restrições apostas aos primeiros. Existe
controvérsia a respeito de eventual impenhorabilidade dos frutos e rendimentos
do bem gravado: I - alguns entendem serem penhoráveis os frutos e rendimentos,
pois a cláusula deve ser interpretada restritivamente; II - outros entendem que a
cláusula alcança os rendimentos dos bens inalienáveis, tendo em vista sua
finalidade protetiva (Theotônio Negrão, em nota ao art. 650 menciona que: "São
impenhoráveis os frutos e rendimentos dos bens gravados com a cláusula de
impenhorabilidade por disposição testamentária (JTA 104/106), visto serem
indisponíveis); III - há os que entendem serem impenhoráveis os frutos dos bens
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10 - FORMAS DE TESTAMENTO
10.1 - DISPOSIÇÕES GERAIS
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* Não valerá o testamento marítimo, ainda que feito no curso de uma viagem, se,
ao tempo em que se fez, o navio estava em porto onde o testador pudesse
desembarcar e testar pela forma ordinária.
Forma: deve ser feito perante o comandante (no marítimo) ou pessoa por ele
designada (no aeronáutico), em presença de duas testemunhas, por forma que
corresponda ao testamento público ou cerrado. O registro do testamento deve ser
feito no diário de bordo que ficará sob a guarda do comandante, que o entregará
às autoridades administrativas do primeiro porto ou aeroporto nacional, contra
recibo averbado no diário de bordo.
Caducidade: O testamento marítimo ou aeronáutico caducará, se o testador não
falecer na viagem, nem nos 90 dias subseqüentes ao seu desembarque em terra,
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Formas:
I - Na presença de duas, ou três testemunhas, se o testador não puder, ou não
souber assinar, caso em que assinará por ele uma delas. Se o testador pertencer a
corpo ou seção de corpo destacado, o testamento será escrito pelo respectivo
comandante, ainda que de graduação ou posto inferior. Se o testador estiver em
tratamento no hospital, o testamento será escrito pelo respectivo oficial de saúde,
ou pelo diretor do estabelecimento. Se o testador for o oficial mais graduado, o
testamento será escrito por aquele que o substituir. Corresponde ao testamento
público.
II – Se o testador souber escrever, poderá fazer o testamento de seu punho,
contanto que o date e assine por extenso, e o apresente aberto ou cerrado, na
presença de duas testemunhas ao auditor, ou ao oficial de patente, que lhe faça as
vezes neste mister. O auditor, ou oficial, a quem o testamento se apresente,
notará, em qualquer parte dele, o lugar, dia, mês e ano, em que lhe for
apresentado. Esta nota será assinada por ele e pelas ditas testemunhas.
Corresponde ao testamento cerrado.
III - Nuncupativo - As mesmas pessoas, estando empenhadas em combate, ou
feridas, podem testar oralmente, confiando a sua última vontade a duas
testemunhas.
Caducidade:
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11 - CODICILO
Conceito - É o ato de última vontade, pelo qual o disponente faz disposições
especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a certas e
determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim
como lega móveis, roupas ou jóias, de pouco valor, de seu uso pessoal. Pelo
codicilo ainda se afigura possível nomear e substituir testamenteiros.
Abertura - Se estiver fechado, deverá ser aberto pelo mesmo modo que o
testamento cerrado.
12 - LEGADO
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Caducidade:
I - modificação substancial do bem legado;
II - alienação voluntária da coisa legada, por qualquer título;
III - perecimento ou evicção da coisa legada;
IV - indignidade do legatário;
V - premoriência do legatário;
VI - renúncia do legado pelo legatário;
VII - falecimento do legatário antes do implemento da condição suspensiva;
VIII - incapacidade ou falta de legitimação do legatário para receber o legado.
Forma - O testamento pode ser revogado pelo mesmo modo e forma como pode
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Espécies:
I - expressa - quando o testamento revogatório se referir expressamente ao
revogado, retirando-lhe a eficácia, total ou parcialmente;
II - tácita - quando o testamento posterior não contém cláusula revogatória
expressa e é, total ou parcialmente, incompatível com o anterior; quando o
testamento cerrado aparecer aberto ou dilacerado pelo próprio testador, ou por
terceiro com o seu consentimento;
III - presumida, legal ou rompimento - superveniência de descendente sucessível ao
testador, que o não tinha, ou não o conhecia, quando testou, se esse descendente
sobreviver ao testador; testamento feito na ignorância de existirem outros
herdeiros necessários. Não se rompe, porém, o testamento, em que o testador
dispuser da sua metade, não contemplando os herdeiros necessários, de cuja
existência saiba, ou quando os exclua dessa parte. Logo, se o testador já tinha um
descendente conhecido, a superveniência de outro não rompe o testamento;
IV - total - quando o testamento anterior é totalmente revogado;
V - parcial - quando a revogação dispor apenas sobre parte do testamento. Se a
revogação for parcial, ou se o testamento posterior não contiver cláusula
revogatória expressa, o anterior subsiste em tudo que não for incompatível com o
posterior.
Caducidade e anulação do testamento revogatório - A revogação produzirá seus
efeitos, ainda quando o testamento, que o encerra, caduque por exclusão,
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"A ineficácia de uma disposição testamentária importa a das outras que, sem
aquela, não teriam sido determinadas pelo testador" (art. 1.910, CC).
BIBLIOGRAFIA
- DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro; Direito das Sucessões. São
Paulo: Saraiva;
- idem, Código Civil Anotado. São Paulo: Saraiva;
- CARVALHO, Dimas Messias de e, CARVALHO, Dimas Daniel de. Direito das
Sucessões. Belo Horizonte: Del Rey Editora;
- FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Resumo de Direito Civil. São Paulo:
Malheiros;
- GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil: Curso de Direito das Sucessões. São
Paulo: Saraiva;
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