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Igualdade entre filhos (art. 227, § 6º, da CF/88, e art. 1.596 do CC): O art. 227, § 6º, da
Constituição Federal que “os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção
terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias
relativas à filiação”. Complementando o texto constitucional, o art. 1.596 do Código Civil em
vigor tem exatamente a mesma redação, consagrando, ambos os dispositivos, o princípio da
igualdade entre filhos.
Igualdade entre cônjuges e companheiros (art. 226, § 5º, da CF, e art. 1.511 do CC): a CF
reconhece a igualdade entre homens e mulheres no que se refere à sociedade conjugal
formada pelo casamento ou pela união estável (art. 226, §§ 3º e 5º, da CF/88). O art. 1º do
atual Código Civil utiliza o termo pessoa, não mais homem, como fazia o art. 2º do Código
Civil de 1916, deixando claro que não será admitida qualquer forma de distinção decorrente
do sexo. Especificamente, prevê o art. 1.511 do Código Civil de 2002 que o casamento
estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos
cônjuges. Por óbvio, essa igualdade deve estar presente na união estável, também
reconhecida como entidade familiar pelo art. 226, § 3º, da Constituição Federal, e pelos arts.
1.723 a 1.727 do atual Código Civil.
Igualdade na chefia familiar (Arts. 226, § 5º, e 227, § 7º, da CF, e arts. 1.566, III e IV, 1.631 e
1.634 do CC): Como decorrência lógica do princípio da igualdade entre cônjuges e
companheiros, temos o princípio da igualdade na chefia familiar, que deve ser exercida tanto
pelo homem quanto pela mulher em um regime democrático de colaboração, podendo,
inclusive, os filhos opinarem (conceito de família democrática). Assim sendo, pode-se utilizar
a expressão despatriarcalização do Direito de Família, já que a figura paterna não exerce o
poder de dominação do passado. O regime é de companheirismo ou colaboração, não de
hierarquia, desaparecendo a figura do pai de família (patter familias), não podendo ser
utilizada a expressão pátrio poder, substituída, na prática, por poder familiar. No Código Civil
de 2002, o princípio em questão pode ser percebido pelo que consta dos incisos III e IV do
art. 1.556. Isso porque são deveres do casamento a assistência mútua e o respeito e
consideração mútuos, ou seja, prestados por ambos os cônjuges, de acordo com as
possibilidades patrimoniais e pessoais de cada um. Complementando, prevê o art. 1.631 do
atual Código Civil que durante o casamento ou união estável o poder familiar compete aos
pais. Na falta ou impedimento de um deles, o outro exercerá esse poder com exclusividade.
Em casos de eventual divergência dos pais quanto ao exercício do poder familiar, é
assegurado a qualquer um deles recorrer ao juiz para a solução do desacordo. Esse exercício
de forma igualitária também consta do art. 1.634 do Código Civil, que traz as suas atribuições,
a saber: a) dirigir a criação e a educação dos filhos; b) ter os filhos em sua companhia e guarda;
c) conceder aos filhos ou negar-lhes consentimento para casarem; d) nomear-lhes tutor por
testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou se o
sobrevivo não puder exceder o poder familiar; e) representar os filhos, até aos 16 anos, nos
atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes
o consentimento; f) reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; g) exigir que lhes prestem
obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. Quanto à última
atribuição, ela deve ser exigida com moderação, sem que a relação entre pais e filhos seja
uma relação ditatorial, violenta ou explosiva. Qualquer abuso cometido, como se sabe, pode
gerar a suspensão ou a destituição do poder familiar.
3. Princípio da Liberdade
Artigo 1513 e artigo 1565, § 2º do CC. Lei nº 9263/96: planejamento familiar. Prevê o art.
1.513 do Código Civil em vigor que “É defeso a qualquer pessoa de direito público ou direito
privado interferir na comunhão de vida instituída pela família”. Trata-se da consagração
do princípio da liberdade ou da não-intervenção na ótica do Direito de Família. O artigo 1639,
§2º estabelece a liberdade de escolher o regime de bens. É possível alterar o regime de bens
após o casamento.
Art. 1.511 do CC: “O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade
de direitos e deveres dos cônjuges”.
Art. 1.566 do CC: “São deveres de ambos os cônjuges: incisos III - mútua assistência; IV -
sustento, guarda e educação dos filhos; e V - respeito e consideração mútuos”. Mútua
assistência dos pais para com os seus filhos. O direito alimentar decorre do dever de
solidariedade, que é intrínseco às relações de família.
5. Princípio da Monogamia.
6. Diversidade Familiar.
“Art. 226 da CF: A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
Antes o casamento era a única forma de constituir família. Com a CF/88 surge a família
homoafetiva. O STF reconheceu primeiro a união estável entre pessoas do mesmo sexo,
sendo possível também o casamento.
7. Princípio da Afetividade
O afeto é a mola propulsora das relações de família. Exemplo: “pai biológico e pai que cria”.
Hoje a relação socioafetiva é a que prevalece. Os vínculos biológicos são muito fortes, mas
conforme o entendimento do professor as relações socioafetivas devem prevalecer. Os filhos
legítimos e ilegítimos devem ser tratados da mesma forma.
Está previsto na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 227, caput, e no Estatuto da
Criança e do Adolescente em seus artigos 4º, caput, e 5º. O parágrafo único do artigo 4º do
Estatuto da Criança e Adolescente, por sua vez, especifica, de forma meramente
exemplificativa, quais as políticas públicas que podem ser efetivadas, visando alcançar a
garantia constitucional de absoluta prioridade desta parcela da população, enquanto o artigo
6º classifica a criança e o adolescente como sendo pessoas em desenvolvimento, que têm
garantido, de forma absolutamente prioritária, o seu melhor interesse. O Princípio do Melhor
Interesse da Criança e do Adolescente possui status de direito fundamental, e, assim sendo,
deve ser necessariamente observado pela sociedade como um todo, incluindo-se aí o Estado,
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A CF/88, em seu artigo 230, afixa a proibição da discriminação em razão da idade. O Estatuto
do Idoso regula os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos,
sendo destinatário, com prioridade, e imediata aplicação de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, garantido todas as oportunidades e facilidade para a preservação
de sua saúde física e mental, tal como seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e
social, emoldurados por aspectos de liberdade e dignidade. Impõe o princípio da proteção
integral à pessoa do idoso que lhe seja assegurada a preservação da saúde física e mental,
em condições de liberdade e dignidade, sendo obrigação também da família garantir-lhe, com
absoluta prioridade, a efetivação de tais direitos.
Famílias
1. Matrimonial: O legislador prefere a família do casamento em detrimento da união
estável.
2. Informal: é a família da união estável, da junção, que não casou. O casamento tem
publicidade.
3. Monoparental: é a família de uma só ascendência. Exemplo: filho que mora só com a
mãe. Se morasse com ambos os pais a família seria biparental. A família monoparental
ocorre sempre que um dos pais morre e o filho passa a residir com o outro, quando o
pai ou a mãe são desconhecidos, em casos de doação anônima de espermatozoides.
4. Anaparental: é caracterizada pela convivência de pessoas que são ou não parentes
entre si, mas que vivem num grupo familiar. Exemplo: amigas, irmãos. Sem vínculo de
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Art. 1.511 do CC: O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade
de direitos e deveres dos cônjuges.
Foi escrito originalmente para o casamento mas na união estável também se estabelece a
comunhão plena de vida, que consiste na intenção de viver como casado, com os fins próprios
do casamento. No dia em que essa comunhão desaparecer, então não existe mais casamento
e nem efeitos do casamento ou da união estável. Exemplo: quando separados de fato, os
bens comprados pelos ex-cônjuges não são mais bens comuns.
O casamento é civil, ou seja, o que vale é o casamento no cartório, não o casamento religioso
que é equivalente à união estável. O casamento é gratuito. A união estável se desenvolver
bastante porque as pessoas não tinham dinheiro para pagar as custas do cartório, para
estimular o casamento o código passou a estabelecer que ele é gratuito.
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É proibido, mas o que mais acontece é a intervenção estatal no direito familiar. Hoje ele é
parcialmente disponível; o ideal é que seja totalmente disponível.
Aula 03 – 09/03/2016.
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do
casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo
efeitos a partir da data de sua celebração.
Com filhos comuns: o companheiro tem Com filhos comuns: o cônjuge tem direito à
direito à mesma parte que for atribuída a mesma parte que for atribuída a cada filho,
cada um dos filhos. não podendo ser menos de 1/4 do total.
Com filhos apenas do autor da herança: o Com filhos apenas do autor da herança: o
companheiro receberá metade do valor cônjuge receberá a mesma parte destinada
reservado a cada um deles. aos filhos, também no mínimo de 1/4.
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos
para o casamento civil.
§ 1º O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias
de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por
iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a
habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova
habilitação.
§ 3º Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos
consorciados houver contraído com outrem casamento civil. É reflexo da monogamia.
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização
de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade
civil.
Maior de 18 anos não precisa de autorização. Menores de 18, a partir dos 16 ambos os pais
devem autorizar. O parágrafo único deste artigo estabelece que se houver divergência entre
os pais acerca do casamento, deve ser aplicado o artigo 1.631:
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na
falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
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Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.
Possibilidade de perdas e danos e danos morais movidos pelos filhos contra os pais. A lei falha
ao permitir essa possibilidade. Por isso, o art. 1.519. A denegação do consentimento, quando
injusta, pode ser suprida pelo juiz.
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a
idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso
de gravidez. ESTÁ REVOGADO! Só é permitido casar com mais de 16 anos.
Os afins em linha reta são os sogros e enteados. Impedimento moral. O casamento entre
cunhados é admitido porque não estão em linha reta. Exemplos: (1) João é casado com Maria.
Sua sogra é Elaine. Mesmo que João se separe de Maria, não poderá casar com Elaine. (2)
Lucas é casado com Joana e tem uma enteada chamada Flávia. Mesmo que Lucas se separe
de Joana, não poderá se casar com Flávia. Aqui o impedimento é de ordem moral.
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do
adotante; Via de regra a adoção é unilateral. Só é bilateral se os adotantes são casados ou
companheiros. Exemplos:
Unilateral: mesmo pai ou mesma mãe. Bilateral: Filho do mesmo pai e da mesma mãe.
Colateral: tios e sobrinhos. Os primos não são parentes de segundo grau, sempre são
parentes no quarto grau. O decreto-Lei 3.200/1941 permite o casamento entre parentes do
3º grau, mediante a comprovação médica de que não haverá problemas de ordem eugênica.
Exemplo: João adotou Marcos e tem uma filha biológica chamada Cláudia. Marcos e Cláudia
não podem se casar. Há proibição quanto ao casamento, entretanto, podem viver juntos de
forma informal, pois a proibição não inibe.
VI - as pessoas casadas;
Relação direta com o princípio da monogamia. Quem está casado não pode se casar,
entretanto, é possível que uma pessoa separada de fato tenha um companheiro e que a união
estável seja reconhecida. É o que expressa o artigo 1.723, § 1º: A união estável não se
constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do
inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
O impedimento não pode ser feito de forma anônima. Se for falso pode acarretar em perdas
e danos.
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos
bens do casal e der partilha aos herdeiros; Evitar a mistura de patrimônio.
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez
meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
A viúva terá que esperar 10 meses para se casar novamente, pois pode estar grávida de um
filho do falecido (primeiro casamento).
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Curatela: é instituída para cuidar de uma pessoa incapaz. O curador sempre será ligado a
alguém em razão de causa psicológica, seja de absoluta ou relativa.
Tutela: tutor é a pessoa que cuida de um menor. A Tutela é um instituto de proteção àqueles
que estão fora do poder familiar, como órfãos, ou menores sem contato com os pais por
qualquer motivo. Ressalta-se que a Tutela substitui os pais e é possível somente se não
houver contato com ambos.
Com outras palavras, a diferença básica entre curador e tutor é que o curador representa
alguém adulto e incapaz, porém presente; enquanto isso, o tutor zela por um menor e
somente devido à ausência dos pais.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as
causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência
de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada
ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou
inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Aula 04 – 14/03/16.
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos
parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos
colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins.
A nulidade pode ser denunciada, as causas que proíbem o casamento podem ser denunciadas
por qualquer pessoa. As causas suspensivas só podem ser denunciadas por parentes em linha
reta, ascendentes para cima e para baixo, pais, avós, filhos, sogra, irmãos. Primos, tios e
sobrinhos netos não podem.
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os
nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os
seguintes documentos: esse artigo interessa para o oficial do cartório e é puramente
administrativo. Artigos para saber como o oficial do registro civil deve agir quando alguém se
habilita ao casamento. Documentos que o casal deve se apresentar.
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e
afirmem não existir impedimento que os iniba de casar; impedimentos do artigo 1521.
Art. 1.526. A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a
audiência do Ministério Público.
Audiência do MP: fiscaliza o processo de habilitação hoje. No CC/16 era o juiz que fiscalizava.
Quem analisa os impedimentos para o casamento é o promotor de família e o juiz homologa.
Se o juiz não homologa as partes podem recorrer para o juiz. Exemplo: “noivo” divorciado
não havia feito a partilha dos bens do divórcio anterior. Se o juiz não concede há recurso para
o tribunal.
Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará
durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e,
obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver. Parágrafo único. A autoridade
competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação.
Testemunhas para atestar que não há impedimento. Edital é o mesmo que “proclama”,
deveria dar publicidade ao casamento, para que publicar o edital? É obrigatório porque
qualquer pessoa que veja a ocorrência do casamento pode alegar nulidades ou
impedimentos. Permanece por aproximadamente 15 dias publicado no diário oficial. Hoje em
dia isso deveria ser publicado em algum meio eletrônico porque as pessoas olham muito
mais. O juiz pode dispensar a publicação? O objetivo do edital é somente dar ciência às
pessoas. Quando o juiz dispensa a publicação ele afirma que o casamento acontecerá em
segredo. O juiz não pode dispensar, somente pode reduzir o prazo para publicação do edital.
Não pode reduzir o prazo porque é essencial. Esse é o entendimento da jurisprudência e do
professor.
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Isso não ocorre na prática, não existem esclarecimentos. Invalidade é gênero. O casamento
pode ser invalidado. Existem algumas espécies de invalidade: nulidade, anulação e invalidade
propriamente dita.
Não existe denúncia anônima. Se forem declarados fatos falsos, responderá por perdas e
danos.
Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da
oposição, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.
Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova contrária
aos fatos alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de má-fé.
Responsabilidade civil e criminal!
Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistência de
fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação.
Se a oposição for vencida ou não ocorrer, o processo de habilitação chega ao fim e é possível
realizar o casamento. Há uma certidão de habilitação que homologa a habilitação e diz que
os candidatos estão aptos para o casamento. Na lei dos registros públicos está o resto do
procedimento para o casamento, complementa o CC. Prazo de 90 dias da habilitação* se o
prazo vencer é preciso fazer novamente a habilitação.
Art. 1.532. A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi
extraído o certificado.
Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados pela
autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se
mostrem habilitados com a certidão do art. 1.531.
§ 1º Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas durante
o ato.
VII - o regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi
lavrada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o
obrigatoriamente estabelecido.
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Art. 1.537. O instrumento da autorização para casar (aquele que tem 16 e não 18 anos
também pode escolher o regime de bens) transcrever-se-á integralmente na escritura
antenupcial.
I - recusar a solene afirmação da sua vontade; Se algum dos noivos diz não o casamento é
suspenso.
II - declarar que esta não é livre e espontânea; Se um dos dois disser que foi forçado à casar.
Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der causa
à suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia.
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-
lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas
testemunhas que saibam ler e escrever.
Situação em que um dos nubentes está doente, hospitalizado, adoentado, etc. O oficial do
cartório celebrará o casamento onde se encontrar a pessoa. Alguém pode assinar pelo
doente. Mas ele deve dizer “sim” porque este ato é pessoal. Alguém pode assinar por ele
porque tem testemunhas. Se for por procuração o outorgado pode assinar e dizer que sim.
§ 2º O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro
dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.
Quando o próprio oficial do cartório não pode se fazer presente, é nomeado um oficial ad
hoc, especialmente para este ato.
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo
a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o
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O nubente com iminente risco de vida é diferente do nubente enfermo, esse vai morrer e
quer casar antes de morrer para regularizar sua relação com a pessoa que já vive. Esse
casamento é chamado de in extremis ou nuncupativo.
§ 3º Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos recursos
interpostos, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos Casamentos.
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público,
com poderes especiais. A procuração deve ser por instrumento público, com poderes
específicos para casar com o fulano X, determinado.
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Porque alguém precisa casar por procuração? Porque não pode comparecer pessoalmente
ao casamento. Se estiver fora do país a procuração pode ser feita no consulado brasileiro do
país. Se a pessoa que exarou a procuração desiste de casar depois de já ter enviado a
procuração, entretanto a procuração já foi usada, o casamento é inválido. A revogação da
procuração também é feita por instrumento público. Antigamente o maior exemplo de
casamento inválido era o casamento de pessoas do mesmo sexo.
§ 2º O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no
casamento nuncupativo. Aquele que não está enfermo não precisa estar no local, pode
mandar um procurador.
Provar que o casamento existe para que os efeitos jurídicos do casamento sejam aplicados.
Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro. Parágrafo
único. Justificada a falta ou perda do registro civil (é a certidão de casamento), é admissível
qualquer outra espécie de prova.
Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam
manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole
comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma
delas, quando contraiu o casamento impugnado.
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Posse do estado de casado e a posse do estado de filiação. Duas situações em que alguém
precisa provar que é casado ou é filho de alguém. A pessoa não tem certidão de casamento
mas precisa provar que é casado. A pessoa deve provar que tem a posse de casada,
demonstrar que ela vive como se fosse casada. Se o filho não tem certidão de nascimento
deve provar que era tratado como filho. Para as 2 situações: Provar tratamento, nome e a
própria posse. A posse de casado é quando os nubentes se apresentam perante a sociedade
como se fossem casados, tinham uma vida longa e contínua de pessoas casadas. Tratamento
é quando os nubentes se tratam como se fossem marido e mulher, se chamavam de “marido
e mulher”, tinham um tratamento afetuoso. Nome é quando a mulher se apresenta com o
sobrenome do marido e ele tem o sobrenome que a mulher adotou.
Aula 05 – 16/03/16.
Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial,
o registro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges
como no que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento.
Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento,
se os cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado
de casados. In dubio pro casamento.
I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil
Revogado pela lei de inclusão social – hoje o doente mental pode casar porque desapareceu
a incapacidade absoluta com esse estatuto. Hoje só existe a incapacidade relativa. Esse
instituto tem o objetivo de incluir as pessoas socialmente. A incapacidade do doente mental
é relativa, referente ao patrimônio. Existe a incapacidade absoluta para os menores de 16
anos.
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
O que tem 16 anos mas não tem autorização para casar. Os pais e os próprios cônjuges podem
decretar anulável o casamento.
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
1) o vício deve ser essencial-fundamental (exemplo: casar com um transexual sem saber).
2) esse erro essencial deve tornar a vida conjugal/casamento insuportável (exemplo: até
1988 quando não existia igualdade dos cônjuges tinha um artigo do CC/16 que dizia que o
homem poderia pedir a anulação do casamento se descobrir que sua mulher não é virgem no
prazo de 10 dias. O tribunal negou provimento por que o erro não tornava a vida
insuportável).
3) o erro deve ser anterior ao casamento e ser ignorado pelo outro cônjuge (exemplo: casar
com um portador do vírus HIV. O vírus foi contraído antes do casamento. Se eu soubesse que
ele era portador eu não posso pedir a anulação por que ignorei).
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos
nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
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I - o que diz respeito à sua identidade (física – casar com o irmão gêmeo achando que era o
noivo. Civil – hipótese mais ampla – a pessoa se apresenta com nome falso ou condição social,
desigualdade social), sua honra (é a dignidade, honestidade da pessoa) e boa fama (estima
social que a pessoa tem na sociedade. Casar com um dependente químico ou uma prostituta),
sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao
cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime (o crime foi cometido antes do casamento; qualquer crime menos
contravenção, não precisa ser condenado, basta estar respondendo ao IP. Isso está associado
à boa fama, mas não se enquadra naquela hipótese), anterior ao casamento, que torne
insuportável a vida conjugal;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação
do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges; O casamento não é inválido,
mas é passível de ser anulável.
Aula 06 – 21/03/16.
Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.
Art. 1.552. A anulação do casamento dos menores de dezesseis anos será requerida:
Art. 1.553. O menor que não atingiu a idade núbil poderá, depois de completá-la, confirmar
seu casamento, com a autorização de seus representantes legais, se necessária, ou com
suprimento judicial.
Quem casou com menos de 16 pode validar o casamento quando fizer 16 anos, se tiver
autorização dos pais. Se casou com menos não anula, suspende para fazer isso.
Art. 1.554. Subsiste o casamento celebrado por aquele que, sem possuir a competência
exigida na lei, exercer publicamente as funções de juiz de casamentos e, nessa qualidade,
tiver registrado o ato no Registro Civil.
O casamento deve ser realizado pelo juiz de paz pela CF. Mas os estados não têm juiz de paz,
tem oficial. Onde tem juiz de paz o casamento celebrado por ele é valido.
Art. 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu
representante legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias,
por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus
herdeiros necessários.
O menor em idade núbil tem mais de 16 e menos de 18 anos, quando os pais não autorizam,
só pode ser anulado se for proposto no prazo decadencial de 180 dias. Para cada um que
pode promover a anulação tem um prazo diferente.
16 anos = prazo de 2 anos (até fazer 18 anos) + 180 dias para os incapazes.
§ 1º O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapacidade,
no primeiro caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz.
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Os terceiros são os herdeiros do incapaz = provavelmente serão os pais, tem o prazo de 180
a partir da morte do incapaz.
Art. 1.559. Somente o cônjuge que incidiu em erro, ou sofreu coação, pode demandar a
anulação do casamento; mas a coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato,
ressalvadas as hipóteses dos incisos III e IV do art. 1.557.
O cônjuge enganado é que tem legitimidade para anular o casamento, mas a coabitação
sabendo do erro, valida o ato, salvo se for caso do inciso III.
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data
da celebração, é de: DIFERENTES PRAZOS DE DECADÊNCIA!
I - cento e oitenta dias contados da celebração, no caso do inciso IV do art. 1.550 (do incapaz
de consentir, bêbado, sob o efeito de drogas/tóxicos, que não consegue no momento,
entender o seu ato);
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante (aquele que celebra, mas fora da sua
jurisdição - anulação);
III - três anos, nos casos dos incisos I a III, porque o IV foi revogado do art. 1.557 (vícios de
vontade);
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges,
o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da
sentença anulatória.
Os filhos sempre aproveitarão os efeitos do casamento, mesmo que ele seja nulo ou anulável,
enquanto não decretada a nulidade, quem casou de boa-fé terá direito aos efeitos jurídicos
do casamento. A diferença está em relação aos cônjuges. Exemplo de casamento de boa-fé:
casar com um aidético sem saber; casei com alguém que já era casado;
Pode acontecer de os dois cônjuges casarem de boa-fé? sim. Exemplo: os dois eram irmãos,
se casaram e não sabiam. Mesmo nessa hipótese o casamento é anulável. Gera efeitos até a
sentença transitar em julgado.
Separação de corpos = era uma ação cautelar no CPC/73, hoje é uma tutela de urgência.
“Separar corpos que se odeiam e não podem mais coabitar”. É um instituto independente,
serve para o casamento nulo, anulável, válido, união estável, divórcio, serve até para tirar o
cônjuge da sociedade empresarial e para tirar filho drogado de dentro de casa. Usa-se mais
para tirar um dos cônjuges do domicílio mas serve para todas as relações.
Tipos de Separação = corpos, de fato, judicial, extrajudicial, de leitos (não tem intervenção da
justiça).
Separação de fato = saída de um dos cônjuges de casa. É o mesmo que a separação de corpos.
A única diferença é que a separação de fato não tem intervenção judicial. Na separação de
corpos um dos cônjuges sai por ordem judicial. Por exemplo: afastamento do lar –
11340/2006.
Súmula 10 do TJRS: O deferimento do pedido de separação de corpos não tem sua eficácia
submetida ao prazo do art. 806 do CPC.
Separação de corpos: Juízo de ponderação para escolher quem deve sair de casa. Previsto no
novo CPC, artigo 489, §2º. O juízo é casuístico. Tanto na separação de fato, de corpos ou de
leitos = não há mais comunhão plena de vida (artigo 1511). O que termina o casamento não
é o divórcio e sim essas separações expostas acima. A separação de corpos é ação autônoma
e não precisa ser litigiosa, e pode ser um requerimento para que o próprio cônjuge peça uma
autorização judicial para sair de casa. Essa é a prova de que o casamento terminou. Marco do
fim do regime de bens. O CPC/73 no artigo 803 previa que após a separação de corpos,
deveria entrar com a ação principal em até 30 dias. Agora com o novo CPC isso não existe
mais.
Art. 1.563. A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua
celebração, sem prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-
fé (preservar os direitos dos terceiros), nem a resultante de sentença transitada em julgado.
A separação de corpos está deslocada.
Art. 1.564. Quando o casamento for anulado por culpa de um dos cônjuges, este incorrerá:
Quando o casamento foi anulado por culpa de um dos cônjuges, o cônjuge inocente não tem
nenhuma obrigação para com o culpado.
Aula 07 – 23/03/16.
Eficácia do casamento. Está errado “homem e mulher” deveria ser “os cônjuges” os dois são
responsáveis pela manutenção da família.
Planejamento familiar = não intervenção do estado, apenas o auxílio do estado. Ter ou não
ter filhos é uma decisão do casal. Lei própria para o planejamento familiar.
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: o casamento que é eficaz gerou obrigações.
Se descumprir não gera motivo judicial, antigamente gerava motivo judicial para a separação
porque eles eram cumpridos juridicamente e moralmente. Hoje o descumprimento é um
dever moral.
IV - sustento, guarda e educação dos filhos; sustento financeiro, guarda é a custódia, ambos
os pais tem o dever de educar os filhos.
V - respeito e consideração mútuos. Surgiu com a lei do divórcio. Consideração para como
cônjuge.
Lealdade é mais que fidelidade, porque abrange também a fidelidade. Respeito e assistência,
material e espiritual. Os companheiros são responsáveis pela subsistência, educação e
informação. Não há obrigação de coabitação, porque a união estável culturalmente (era
concubinato) era uma relação marginal, sem direito e sem efeitos jurídicos. Era como se fosse
uma amante ou namorada estável, por isso não era necessária a coabitação. Mas no
momento em que a CF/88 reconheceu a união estável, a coabitação deveria ser exigida, para
concretizar também a comunhão plena de vida. Duas razões pelas quais o legislador
dispensou a união estável: união marginal/concubinato e súmula 382 do STF (a vida em
comum sob o mesmo teto, more uxório, não é indispensável à caracterização do
concubinato). Essa súmula era para investigação de paternidade na década de 60. Quando as
mulheres casadas tinham filho era presumível que o filho era do marido porque havia
coabitação. Quando o filho era de uma concubina o “pai” alegava que o filho não era dele
porque não coabitava com ela. Para reconhecer um filho não precisa coabitar. Mas para
reconhecer uma união estável precisa. A sumula não foi construída com o propósito de não
exigir a coabitação. Embora não seja exigível, para provar a união estável é preciso provar a
coabitação. A regra geral é coabitar para o casamento e para a união estável. Só por exceção
é que pode se dispensar.
Art. 1.567. A direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo marido e
pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos.
Parágrafo único. Havendo divergência, qualquer dos cônjuges poderá recorrer ao juiz, que
decidirá tendo em consideração aqueles interesses. Havendo divergência o juiz decide.
29
Todo o casamento deve ter regime de bens, e seja qual for, os bens do casamento respondem
pelas dívidas do casamento. O casamento não tem personalidade jurídica, é uma sociedade
mas sem personalidade jurídica. O casamento é representado individualmente por cada um
dos cônjuges. Os bens que estão no nome de A ou de B serão comuns dependendo do regime
de bens adotado. Dívida do casamento é toda a dívida que serve de manutenção da família.
Se a dívida não for do casamento não é dívida do casal. Pensão alimentícia é meio a meio
entre os cônjuges mas é de acordo com o que cada um ganha.
Art. 1.569. O domicílio do casal será escolhido por ambos os cônjuges, mas um e outro
podem ausentar-se do domicílio conjugal para atender a encargos públicos, ao exercício de
sua profissão, ou a interesses particulares relevantes.
O domicílio deve ser escolhido de comum acordo. Portanto os cônjuges devem coabitar, mas
pode haver exceções, quando os cônjuges não coabitam porque a coabitação se tornou
impossível
Art. 1.570. Se qualquer dos cônjuges estiver em lugar remoto ou não sabido, encarcerado
por mais de cento e oitenta dias, interditado judicialmente ou privado, episodicamente, de
consciência, em virtude de enfermidade ou de acidente, o outro exercerá com
exclusividade a direção da família, cabendo-lhe a administração dos bens.
A administração dos bens é conjunta. Mas pode acontecer nessas situações que um dos
cônjuges passe a administrar tudo sozinho, os bens da família, a empresa, os bens dele.
Nesses casos o cônjuge que ficou só entra na justiça e pede o suprimento de outorga numa
ação autônoma. O juiz estabelecerá um prazo para renovação.
Outorga uxória: a finalidade da outorga é proteger tanto a relação familiar como a riqueza do
casal, evitando surpresas desagradáveis e prejudiciais aos interesses patrimoniais dos
consortes. Para a prática de determinados atos, a lei exige que a pessoa casada tenha o
consentimento do outro cônjuge (marido ou esposa). Essa autorização é o que se
denomina outorga uxória.
Sociedade e vínculo conjugal são diferentes! Dissolver o vínculo é mais forte do que dissolver
a sociedade. Exemplo: Dissolver a sociedade é parar com as atividades mas não baixar na
30
A morte pode ser real, física ou presumida (ausência). Se é forte a presunção de morte o juiz
dará um atestado. A morte presumida passará por um processo de ausência que levará mais
ou menos 20 anos até que o juiz considere a pessoa morta. Viúvos podem casar novamente.
E se o marido retornar o que acontece? Não se sabe porque o CC não fala. Existem duas
teorias: direito alemão (casamento que vale é o último) ou italiano (se o marido
ausente/morte presumida volta ele é o marido, o segundo casamento é nulo).
Aula 08 – 28/03/16
Isso é a culpa. O casamento terminou porque um dos dois foi culpado. Tradicionalmente
como sempre se passava pela separação, se ela fosse litigiosa/judicial se verificava a questão
da culpa, presente nesse artigo.
§ 1º A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar ruptura da
vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição.
Antes do divórcio sempre tinha que passar pela separação. Era preciso provar que estava
separado há mais de um ano. A separação litigiosa examina a culpa e o cônjuge culpado pode
perder o nome de casado e o direito aos alimentos. Para danos morais é preciso provar a
culpa (não observar os deveres do casamento).
§ 2º O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de
doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação
da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido
reconhecida de cura improvável.
Quem pedisse a separação por motivo de doença, ficaria sem os bens que seriam revertidos
ao cônjuge doente. Remanescentes significa que os bens voltam para quem os tinha no
tempo de solteiro.
IV - abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo; não é preciso esperar
um ano para caracterizar o abandono do lar. Ele fica caracterizado quando a pessoa expressa
a vontade de não mais voltar.
VI - conduta desonrosa. Exemplo: marido que vivia bêbado e agredia os filhos e a mulher.
Parágrafo único. O juiz poderá considerar outros fatos que tornem evidente a
impossibilidade da vida em comum.
Que outros fatos? Artigo 1º, inciso III da CF. A dignidade da pessoa humana, para o professor,
seria os “outros fatos”. Sempre foi possível se separar sem discutir culpa porque existia esse
parágrafo único. Dignidade da pessoa humana (sinônimo de felicidade pessoal) + Art. 1.511
do CC: O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos
e deveres dos cônjuges. A culpa nunca fez falta para ninguém, só fez falta para tirar o nome e
a pensão alimentícia da mulher.
Prova: Art. 1.574. Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges se
forem casados por mais de um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele
devidamente homologada a convenção. Esse artigo está revogado. Afronta a CF, artigo 226,
§6º, que estabelece que o divórcio será concedido a qualquer tempo. O divórcio se sobrepõe
à figura da separação. A separação ainda existe porque está nos artigos de lei, mas só existe
para quem quiser viver dentro dela, se for de consenso, por mútuo desejo, porque se não der
certo assim a pessoa poderá recorrer ao divórcio. Então não há necessidade de usar a
separação. Ela existe mas perdeu o seu sentido. Se alguém entra com uma ação de separação
alegando culpa do outro cônjuge para se separar, ele pode contestar invocando a EC 66/2010.
E daí o juiz converterá a separação em divórcio. A separação só existe na forma consensual,
porque se ela for litigiosa o juiz converterá em divórcio. Se os dois cônjuges querem
separação litigiosa o juiz converterá a separação em divórcio. O divórcio é indisponível e
potestativo: a pessoa que pede ganhará independente do que o outro quer ou não.
33
Serve para a separação por mútuo consenso ou divórcio por mútuo consenso. Divórcio
consensual se faz de acordo com o artigo 731 e seguintes do novo CPC, pode ser feito em
juízo ou no tabelionato. Quando for em juízo vale esse parágrafo único, pressupõe que o
juiz seja o fiscal do acordo. Quando uma partilha desigual é homologada pelo juiz não tem
volta. Mero arrependimento não gera recurso. A função do juiz é evitar a homologação de
acordo que prejudica os filhos ou um dos cônjuges. Mas se o juiz de primeiro grau homologa
o acordo, e depois os bens são avaliados e fica evidente o prejuízo de um dos cônjuges, o
juiz de segundo grau teria a obrigação de reverter a homologação. Para quem acha que só
existe o divórcio amigável ou litigioso: o divórcio amigável pode ser judicial (juiz – acordo,
prescreve em 1 ano) ou extrajudicial (tabelião - contrato, prescreve em 4 anos, mais fácil de
desfazer, mais barata e mais rápida – aqui pode haver flagrantes causas que prejudicam
minha mulher ou meus filhos mas dificilmente será recusada pelo tabelião).
Parágrafo único. A partilha de bens poderá ser feita mediante proposta dos cônjuges e
homologada pelo juiz ou por este decidida. A partilha pode ser consensual ou litigiosa. O juiz
pode aceitar a ideia do casal ou dividir os bens. Normalmente não decidem dividir sem
parâmetros. Daí o juiz estabelece o condomínio dos bens porque ambos querem a mesma
coisa. Meação é ter a metade dos bens – meeiros. Consequência do casamento ou da união
estável. Os cônjuges também podem ser condôminos. Condomínio e meação são institutos
diferentes. Se o juiz não acha um meio termo ele transforma a meação em condomínio, e os
dois passam a ser condôminos e cada um tem 50% dos bens, a parte ruim é que terá que ser
feita uma ação de dissolução de condomínio, no juízo cível comum.
34
Art. 1.576. A separação judicial põe termo aos deveres de coabitação e fidelidade recíproca
e ao regime de bens.
Não é a separação judicial que põe termo a essas obrigações. O que termina com essas
obrigações é a separação de fato. Prevalece sempre a data da separação, de fato ou de
corpos. Esse artigo é “fake” conforme o entendimento do professor.
Art. 1.577. Seja qual for a causa da separação judicial e o modo como esta se faça, é lícito
aos cônjuges restabelecer, a todo tempo, a sociedade conjugal, por ato regular em juízo.
Porque as pessoas mantiveram o sistema dual? Porque sempre acreditaram que os casais
poderiam se reconciliar. Não é preciso casar novamente, é só ir até o juiz para firmar a
reconciliação. Nesse dispositivo estava a esperança do legislador de que os casais
continuassem casados.
Se o casal voltar a viver junto os terceiros não podem ser prejudicados. Na reconciliação o
patrimônio será dividido entre os dois, novamente. O cônjuge pode se separar e gastar os
seus 50%, depois se reconciliar com o cônjuge que ainda tem 50%. Os 50% serão novamente
divididos.
Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado (geralmente a mulher que usava que o nome de
casada) na ação de separação judicial perde o direito de usar o sobrenome do outro, desde
que expressamente requerido pelo cônjuge inocente e se a alteração não acarretar:
II - manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos havidos da união
dissolvida; qual é a mulher que não tem filhos? O certo é que a mãe tenha o nome dos filhos.
35
Art. 1.579. O divórcio não modificará os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos.
Esse artigo está em vários dispositivos no CC. A responsabilidade dos pais em relação aos
filhos não termina com o divórcio, na verdade, os pais continuarão compartilhando as
responsabilidades dos filhos. A lei da guarda compartilhada é desnecessária porque isso já
existe no CC. Mesmo com o divórcio, não se pode o poder parental por ter se divorciado.
A luta pelo divórcio brasileiro iniciou em 1877, mas só foi conquistado em 1977. A CF/1969
dizia que o casamento era indissolúvel. Portanto, quando o divórcio foi aprovado em 1977
foi aprovada uma emenda constitucional nº 9, que alterava o artigo da CF/69, dizendo que o
casamento passava a ser dissolúvel através do divórcio. Precisava ser feita a regulamentação
do divórcio. Em 1977 foi editada a Lei 6.515/77 que regulamentou o divórcio direto que seria
concedido para quem tivesse separado de fato a mais de 5 anos antes da data da lei, portanto
era para casamento anteriores e não os novos, o divórcio só foi concedido para quem deixou
de viver com a mulher e morava com a concubina. O objetivo foi acabar com o concubinato
marginal. O divórcio era endereçado para quem tivesse a situação do casamento irregular.
Só existia uma chance de errar e se divorciar. Se solteiras casassem com homens divorciados
nunca mais poderiam se separar. Se alguém estivesse separado da mulher há mais de 3 anos
poderia pedir o divórcio por conversão. Mas como naquela época ainda existia a igreja, o
divórcio aprovado não é o mesmo que o de hoje, que está no artigo 226, §6º da CF/88e já foi
alterado novamente pela EC 66/2010. Levamos 143 anos para ter o divórcio direto que vige
hoje. O divórcio direto de hoje pode ser concedido a qualquer tempo. Por isso não sobrevive
o processo de separação, porque tem o prazo de 1 ano para se separar. As situações levam
as pessoas para o divórcio direto. Qualquer ensaio de separação sempre será neutralizado
pelo divórcio direto. Hoje não se pede mais conversão de separação porque ela desapareceu
com a EC 66/2010. 5 anos contados de 28-06-1977.
Parágrafo único. Novo casamento de qualquer dos pais, ou de ambos, não poderá importar
restrições aos direitos e deveres previstos neste artigo. Os novos filhos não eximem a
responsabilidade sobre os filhos do outro casamento. O pai não fica desobrigado pela
constituição de uma nova família. A responsabilidade parental continua íntegra. Os pais
divorciados continuam tendo o dever (artigo 229 da CF/88).
36
No divórcio não tem declaração de culpa, é um direito potestativo que deve ser concedido
com o único pressuposto da pessoa ser casada. Se ela é casada ela pode se divorciar. Essa é
a única lição que deve prevalecer. Se uma petição vier pedindo o divórcio e explicar o motivo,
o juiz deve mandar riscar o que demonstra a culpa, para que não fique nos autos. Não deve
mandar emendar a inicial porque ficará registrado o motivo. Deve pedir ao cartório que
risque o que não é necessário.
PROVA: Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens.
Parágrafo único. Se o cônjuge for incapaz para propor a ação ou defender-se, poderá fazê-
lo o curador, o ascendente ou o irmão. REVOGADO.
Aula 10 – 04/04/16.
Intervenção judicial: pode ter uma liminar e depois a guarda definitiva. Guardas com
intervenção judicial: unilateral, compartilhada, alternada, de terceiros.
Guarda de terceiros: não é nenhum dos pais que ficarão com os filhos. Um terceiro ficará com
a guarda. É muito comum que os avós, tios ou irmãos mais velhos fiquem com a criança.
Guarda alternada: é dividir o tempo físico dos filhos. Esse é o ideal de todo pai que se separa.
A alternância do tempo vem da vontade que os pais têm de usufruir de mais tempo com os
seus filhos. A guarda compartilhada pretendia ser um sinônimo de guarda alternada.
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. O código prefere a guarda unilateral
e a compartilhada. Já em 2008 o Brasil regulamentou a guarda compartilhada, Lei 11.698,
que aos olhos dos pais divorciados era de uma guarda alternada. Era uma divisão igualitária
de direitos entre os pais. Quando os pais começaram a reclamar da divisão igualitária de
tempo, os tribunais começaram a julgar esses pedidos de guarda compartilhada como se
fossem guarda alternada. Entendendo que não era para dividir o tempo somente, e sim tomar
grandes decisões compartilhadas sobre os filhos. A Lei 11.698/2008 não propõe a divisão do
tempo ou guarda física e sim uma divisão de responsabilidades. As decisões mais simples
deveriam ser tomadas pelo cônjuge que está com o filho naquele momento. Essa lei serviu
para lembrar que a mãe não fica “dona” dos filhos após o divórcio e sim que os pais devem
tomar as decisões juntos. Se os pais não falam entre si não tem como forçar uma guarda
compartilhada, como é que eles vão conversar e decidir a vida dos filhos se eles se odeiam?
E se eles moram longe? Determinação compulsória da guarda compartilhada (julgamento da
ministra Nancy Andrighi). Essa Lei 11.968 só foi “confirmada” por essa decisão, que decidiu
que a guarda compartilhada deveria ser imposta, para dividir as responsabilidades e trocar
informações, isso é um dever e não uma dificuldade entre os pais. Os pais sempre quiseram
a guarda alternada.
Art. 2º A Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com as
seguintes alterações: art. 1.583, § 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com
os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em
vista as condições fáticas e os interesses dos filhos (alterações pela Lei 13.058/2014). Essa
foi a correção da Lei 11.968/2008. Há um plano de parentalidade previsto para analisar se
terá guarda compartilhada ou não. A análise é casuística. O professor é a favor da guarda
38
Artigo 1.583:
Essa obrigação existe pelo poder familiar, que sempre esteve presente e não perde eficácia
com o divórcio.
§ 2º Na guarda compartilhada (física), o tempo (a lei não diz que tempo) de convívio com os
filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em
vista as condições fáticas e os interesses dos filhos:
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela
que melhor atender aos interesses dos filhos. Situação que concilia com a lei da alienação
parental. Existe muito abuso de algumas mães por parte dos filhos, que usam os filhos como
instrumento de vingança para os pais. Um dos instrumentos era esse, a mãe mudava de
cidade com o filho. Então ficou estabelecido que quando a guarda é compartilhada,
fisicamente ou só juridicamente, o domicílio da criança será aquele que os pais viviam quando
não eram separados, logo a mãe não poderia se mudar, porque acatou a guarda
compartilhada.
Do direito de família tem algumas questões que nunca transitam em julgado: alimentos,
guarda, visitas. Sempre podem ser revistos se houver alterações fáticas.
§4º VETADO.
§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-
se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda
compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda
do menor.
§ 5º Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe,
deferirá a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida,
considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e
afetividade. GUARDA DE TERCEIROS!
Aula 11 – 06/04/16
Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos,
regular de maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles
para com os pais.
A auto composição é hoje o ideal de conciliação. Mas podem acontecer situações graves que
recomendem uma medida liminar (abuso sexual, lesões, alienação). Se houver motivos
graves o juiz deve preservar a integridade física e psíquica do menor. Mas isso é uma exceção.
Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair novas núpcias não perde o direito de ter consigo os
filhos, que só lhe poderão ser retirados por mandado judicial, provado que não são tratados
convenientemente. Artigo 1579 – os pais não perdem o poder familiar quando se separam.
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los
em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz,
bem como fiscalizar sua manutenção e educação.
Direito de visitação. O nome é apropriado, direito de convivência dos pais e irmãos. Algumas
pessoas visitam, outras convivem. Os pais têm o direito de conviver, prioritariamente. 2 finais
de semana alternados e um dia por semana = 8 dias por mês. Natal e páscoa alternados. Dia
dos pais com o pai e dia das mães com a mãe. Férias à combinar.
Parágrafo único. O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz,
observados os interesses da criança ou do adolescente. No Brasil, a visita dos avós só foi
reconhecida legalmente em 2011. Visitas avoengas. Se os avós têm a obrigação de pagar
alimentos eles também podem conviver com os netos. Além dos avós e dos pais os irmãos e
os padrastos(as) também tem o direito de visitação.
Lei da alienação parental – 12.318/2010. Não são só os filhos que são alienados, também
podem ser alienados os irmãos, avós. Conforme o entendimento do professor, essa lei foi
muito bem feita. Essa lei foi feita com o objetivo de evitar a alienação parental. A tese de
alienação parental foi desenvolvida por Richard Gardner, que a explicava como sendo uma
41
Outra hipótese: falsas memórias, também é grave mas os experts não confundem com
alienação, incutir na memória das crianças fatos que não aconteceram, o que é crime
gravíssimo.
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos
assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou
com auxílio de terceiros:
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a
convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou
com avós. Grau grave. A ação de visitas deve ser proposta no último domicílio da
criança, assim não adianta se separar e mudar de estado, país, porque a ação será
proposta no último local para evitar a fuga ou a distância dos filhos e privação de
visitas.
Aula 12 -11/04/16.
Não pode haver solução de continuidade nas visitas. Não se deve interromper as visitas
do filho com o cônjuge que está sendo desqualificado. Essa é a intenção do outro
cônjuge. Óbvio que existem ressalvas, como acusações graves, por exemplo: abuso
sexual. É melhor que o filho sempre continue visitando ambos os cônjuges, mesmo
que a visita seja assistida. Existem muitas acusações falsas de abuso sexual. Os peritos
dizem que quando a alienação chegou nesse estágio, não adianta tirar a guarda da
criança do cônjuge alienador, porque a criança ficará mais apavorada ainda, porque é
dependente daquela mãe ou daquele pai.
É comum que as acusações de abuso sexual apareçam após o divórcio. Se antes não
existia e agora existe, provavelmente são falsas. Essa perícia poderá descobrir se as
acusações são falsas através dos comportamentos do filho “abusado”.
Porém, o artigo 9º não deveria ser vetado porque é temática atual envolvendo a
mediação.
Razões do veto
47
Art. 10: O art. 236 da Seção II do Capítulo I do Título VII da Lei no 8.069, de 13 de
julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, passa a vigorar acrescido do
seguinte parágrafo único: Art. 236: Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
apresenta relato falso ao agente indicado no caput ou à autoridade policial cujo
teor possa ensejar restrição à convivência de criança ou adolescente com genitor.
Razões do veto
Aula 13 – 13/04/16.
Esse artigo estende a guarda compartilhada para o filho maior de idade que seja
mentalmente ou fisicamente incapaz. É muito difícil ver os pais brigando por uma
guarda compartilhada da guarda de um filho não saudável.
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras
na relação de ascendentes e descendentes.
Quem é parente de quem? Cônjuge não é parente. O parentesco existe em linha reta
ou vertical e também em linha colateral ou transversal. Na linha reta são parentes de
descendente para ascendente: meu filho é meu parente, meu pai é meu parente, A
deu origem a B que deu origem a C. Todos são parentes porque um descende do outro.
48
Se refere àqueles que não descendem um do outro. Exemplo: irmão é parente. Mas
um irmão não deu origem ao outro. Mesmo assim os irmãos são parentes, porque eles
têm um elo comum.
irmão A
pai e mãe
irmão B
Na linha reta contam-se por geração = de pai para filho é uma geração, de pai para
neto são duas gerações. A – B – C – D – E. Se A, B, C, D morreram, E é o herdeiro, porque
em linha reta ele é parente. Conta-se o grau de parentesco pelos traços.
A (pai)
B (irmão) C (irmão)
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo
da afinidade.
Os parentes afins são por afinidade. Foi criado para evitar vínculos de casamento de
ordem moral. Por exemplo o genro não pode casar com a sogra, ou casar com a
enteada. Os parentes afins são os sogros, enteados, irmãos.
Da Filiação
Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão
os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação. É uma cópia do artigo 227, §6º da CF e do artigo
20 do ECA. Antes de 1988 os filhos eram divididos entre filhos legítimos ou ilegítimos.
50
Todos os filhos são iguais, contudo, se presume que se forem filhos do casamento são
melhores do que os outros filhos. Presume-se que se a mulher é casada é honesta, e
pode registrar o filho sozinha, porque terá certidão de casamento e provavelmente o
marido é o pai. A mulher da união estável ou solteira é falsa. Por isso, o professor
acredita que no casamento não existe investigação de paternidade. Se o homem acha
que o filho não é dele, ele pode impugnar. Mulher que não casa não tem palavra. Onde
está o CC que protege a mulher e os filhos? Não há igualdade. Situações atípicas que
presumem que os filhos são do casamento:
180 dias são seis meses. Portanto, o parto pode ter sido antecipado ou prematuro. A
mulher casou e seis meses depois teve um filho. Para a lei, o marido é o pai da criança.
300 dias depois são 10 meses depois. O marido morreu e 10 meses depois nasceu uma
criança. A criança é do pai falecido. Acima de 300 dias não há mais presunção,
conforme a lei, mas existe a possibilidade de nascer 305 dias depois e ser filho do
marido. A preocupação do legislador é somente a presunção.
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
A medicina permite que se tenha filhos por fertilização, se o material genético é dos
pais esse filho será do marido que já morreu. É permitido ter um filho após a morte do
pai.
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização
do marido.
Repetição da presunção: Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido
o prazo previsto no inciso II do art. 1.523, a mulher contrair novas núpcias e lhe
nascer algum filho, este se presume do primeiro marido, se nascido dentro dos
trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se o nascimento
ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a que se refere o inciso I do art.
1597.
Aula 14 – 18/04/16.
Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide
a presunção da paternidade.
Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a
presunção legal da paternidade.
Mesmo que a esposa confesse uma traição o filho será do matrimônio. Negar a filiação
biológica em detrimento do casamento é um absurdo. Exemplo: só o marido traído é
que pode dizer se aceita que o filho que não é dele seja registrado no nome do outro.
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Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos
de sua mulher, sendo tal ação imprescritível. Princípio da igualdade??? Só o marido
pode contestar. E a mulher?
Adoção à brasileira: nascem por ano no Brasil, um milhão e meio de crianças sem pai.
O registro é feito falsamente. A pessoa registrou o filho como se fosse dele porque não
há prova da filiação biológica do homem, somente a prova da mulher. A mulher recebe
um certificado de nascido vivo, como nome dela. O nome do pai não aparece nesse
registro. Então o pai é aquele que se apresenta para registrar o filho.
Todo mundo que tem um registro que não corresponde a sua realidade biológica
também pode invocar o conhecimento de sua origem. A ação de investigação de
paternidade é aberta a todos que tem dúvida sobre a sua filiação. Por isso, a filiação
que prevalece é a socioafetiva! O registro é falso, o biológico não participou da vida
da criança, participou o pai que criou a criança. Por isso o direito de saber quem é o
pai não vai gerar nenhum efeito jurídico. O artigo 48 vale para o adotado legalmente,
a criança que tem o registro falso ou que foi adotada por “dedicação”.
Vida dinâmica: é a biografia ou história da pessoa. Quem ficou ao lado dela, e exerceu
a função de pai. Então o pai é aquele que estabeleceu a vida dinâmica.
Art. 1.602. Não basta a confissão materna para excluir a paternidade. Prevalece a
vontade do homem. O ideal de filiação é que os pais registrem, sejam biológicos e
tenham socioafetividade. Mas nem todos tem esse ideal. O que prevalece é o da
socioafetividade.
***Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro
de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro. O que vale mais é o
registro. Ele só pode ser anulado porque é falso ou a pessoa que registrou foi
induzida em erro. Os tribunais ignoram esse artigo porque se a pessoa teve uma vida
dinâmica com o filho que registrou e não era seu filho biológico, estabeleceu a
socioafetividade, então não poderá anular o registro.
54
I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou
separadamente; Procurar um documento que prove que eles são meus pais. Prova
escrita.
PROVA DO DNA: Súmula 301 do STJ: “Em ação investigatória, a recusa do suposto pai
a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.”
AÇÃO DE PATERNIDADE: o réu é citado para dizer se vai fazer ou não o exame de DNA.
Se ele não fizer o exame presume-se que ele era o pai. E se a ação é proposta quando
o pai está morto? Os outros filhos podem se recusar? Podem se recusar, mas a
presunção também é estabelecida.
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando
aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz. A única pessoa que tem legitimidade
para investigar a paternidade é o filho. Passando aos herdeiros se ele já começou a
ação e morreu depois.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo
se julgado extinto o processo.
Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais,
conjunta ou separadamente. Se a mulher não fosse casada, só poderia registrar com
o pai. Hoje a mulher solteira ou casada pode ir lá e dizer quem é o pai.
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz (qualquer juiz), ainda que o
reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
O filho pode negar que é filho? Sim, até 4 anos depois da maioridade, mesmo tendo
uma relação socioafetiva o filho pode impugnar a paternidade. Se o filho tem 35 anos
ele pode? Pelo CC não. Mas pelo STJ o filho pode sempre impugnar a paternidade,
anular o registro e investigar quem é o verdadeiro pai, ela é imprescritível. Para o STJ
só existe a verdade socioafetiva do pai e a verdade biológica do filho. O pai não pode
impugnar mas o filho sim. Filho investiga a paternidade, anula o registro, e pede a
56
Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em
testamento.
O reconhecimento do filho não pode ser revogado. Ele faz essa ressalva porque o
testamento, em regra, é revogado. Mas nesse aspecto, na declaração de filiação é
irrevogável. Mais uma vez o CC prioriza o registro.
Art. 1.611. O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não
poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro. Esse artigo foi feito
para a esposa traída, pois ela não tem que tolerar a convivência com o filho “da
traição”. Responder por abandono afetivo e pagar multa caso a criança não for
visitada.
Art. 1.612. O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do genitor que
o reconheceu, e, se ambos o reconheceram e não houver acordo, sob a de quem
melhor atender aos interesses do menor. Princípio dos superiores interesses do
menor. A guarda ficará com aquele cônjuge que atender melhor os interesses do
menor. Esse princípio é o que ordena e instrui a guarda da criança.
Reconhecer o filho é um ato incondicional, não se pode impor termo e prazo para
reconhecer o filho. O reconhecimento é puro e simples, sem imposições de tempo e
condições.
Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o
menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à
maioridade, ou à emancipação.
Ver também artigo 1.601 do CC. Vínculo de parentalidade/de parentesco: pode ser
para reconhecer o pai ou filho. O artigo 1.601 prevê que o pai pode impugnar a filiação
durante toda a vida porque é imprescritível. Porém, o filho tem prazo de 4 anos para
impugnar a sua paternidade, contados a partir da emancipação (16 anos até os 20) ou
a partir da maioridade (18-22). O STJ entendeu que é imprescritível o vínculo de
57
**João Batista Vilella – foi o primeiro a falar sobre a filiação socioafetiva. Procurar
texto desbiologização da paternidade.
Prova: O que vai prevalecer é a existência ou não de socioafetividade, é isso que deve
reger se o vínculo de parentalidade vai prevalecer ou não. Então não é imprescritível
como o STJ diz.
Artigo 26 do ECA: trata da adoção legal. O filho adotivo morre, o pai biológico pode
reconhecer o filho? Não porque o pai era o adotante! Mesmo que não tivesse um pai,
só poderia reconhecer se o morto tivesse descendentes. Ver artigo 48 do ECA. O filho
adotado legalmente não pode anular a adoção. Ele pode investigar os elos dele para
descobrir sua origem, mas não poderá trocar o pai adotante pelo pai biológico. Não
existirão efeitos jurídicos! Então porque o adotante à brasileira (falsidade ideológica)
pode anular os vínculos adotivos e ganhar a herança do pai biológico? Porque não é
a mesma coisa para os dois? Porque esse dispositivo é maltratado pelo STJ. Exemplo:
o pai biológico X morreu e deixou uma herança de 36 milhões, tinha dois filhos
biológicos, que partilharam os bens. 4 anos após a morte do pai apareceu um filho dele
que sempre teve outro pai registral e nunca conviveu com ele. Agora esse filho quer
anular a partilha para ficar com uma parte da herança do pai que nunca foi seu pai. O
STJ decidiu que sim. Mas o professor acha que isso é um absurdo porque o filho
adotado não tem esses direitos e o adotado (artigo 48 do ECA) à brasileira tem.
Art. 1.615. Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode contestar a ação de
investigação de paternidade, ou maternidade. Qualquer pessoa que tenha interesse
moral ou de cunho material gera legitimidade para contestar a investigação de
paternidade. A ação de investigação de paternidade não deve ser proposta contra o
espólio, deve ser individualmente proposta sobre cada um dos herdeiros e não contra
o espolio ou o inventariante. Se promover contra o espólio não haverá legitimidade.
ADOÇÃO
Dois artigos em vigor e nove revogados. Porque o CC trata da adoção se o ECA trata da
adoção? A lei que revogou os artigos do CC foi a Lei 12.010/2009, é chamada da “nova
lei de adoção”. Antes de 2009 a adoção era prioridade, qualquer criança que fosse
abandonada seria recolhida pela fase e levada para a adoção. A função do estatuto é
a de reencaminhar os filhos para a sua família e não para a adoção. Se não for possível
recolocar a criança com os pais, deixa com os parentes mais próximos, e somente em
última instância a criança vai para adoção. Porque o CC manteve os dois artigos?
Artigo 1.619 do CC: prevê a adoção de maiores de 18 anos. Pelo CC 1916 era feita por
escritura pública, o que era um problema porque a relação se resumia ao dinheiro. O
CC de 2002 passou a competência de adoção de adultos para o juiz, assim poderá ter
um filtro para ver se a adoção é materialista ou humanitária.
Aula 15 – 25/04/16.
ECA
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua
família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência
familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.
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Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os
mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias
relativas à filiação.
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer
deles e seus descendentes.
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende
para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes
próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de
afinidade e afetividade.
O ECA refere a família natural (artigo 25), a família extensa/ampliada (parentes mais
próximos, parágrafo único do artigo 25) e a família substituta. A nova lei da adoção
criou essas situações. Reformulou os propósitos do ECA. A família substituita é a família
da adoção.
60
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por
qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça
ambiente familiar adequado. Os assistentes sociais que avaliam se o ambiente é bom
para a criança.
***Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido,
salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. Criança não pode adotar
criança. Um adulto pode adotar um menor.
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e
deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e
parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. O adotado não pode casar com o pai
biológico.
****§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o
adotando. Se a pessoa tem 18 pode adotar criança no máximo de até 2 anos. Se tem
32 o máximo é de 16 anos.
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando
e fundar-se em motivos legítimos.
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Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter
acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais
incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. O máximo que o adotado pode ter é o
conhecimento de sua origem. Por saúde ou mera curiosidade, mas isso nunca terá
efeitos porque o direito de família foi despatrimonializado com a CF/88.
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais.
Aula 16 – 27/04/16.
ECA: artigo 48. O filho adotivo (formal) é irreversível e irrevogável. Sobre o pai
biológico é possível fazer a investigação da origem biológica e a investigação de
paternidade. Não são iguais. O filho adotivo do ECA só tem direito a fazer a
investigação de origem biológica, que não gera efeitos jurídicos. Não tem direito a
investigar a paternidade.
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Órfãos (pais adotivos morreram) também não podem procurar seus pais biológicos.
Eles entrarão na fila da adoção novamente.
*A pesquisa para descobrir a origem pode ser feita antes dos 18 anos,
excepcionalmente, se a pessoa pedir ao juiz. Motivos: anulação de casamento, saúde.
O direito à busca pela origem é um direito absoluto, não encontrando barreiras.
Era chamado de pátrio poder, porque o poder era só do pai, não tinha direito somente
obrigações. Há polêmica quanto a manutenção desse termo. O nome não é adequado,
porque hoje não são só poderes e sim obrigações. O nome deveria ser
responsabilidade parental ou responsabilidade dos pais. O sentido literal da expressão
poder, que deve ser interpretado como responsabilidade está no artigo 227 da CF/88.
A responsabilidade não é somente dos pais e da família, é também do Estado e da
sociedade como um todo. Na Argentina se o pai não pagar pensão o Estado paga e tem
direito regressivo contra o devedor.
Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores. Poder dos
pais, que se traduz em responsabilidade dos pais. Muito mais obrigações do que
direitos. Mesmo se estiverem separados. Ver artigo 1.579 do CC.
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos
pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade. O
poder familiar é de ambos os pais. Falta em que sentido: o pai/mãe morreu; o pai/mãe
nunca registrou o filho; o pai/mãe foi destituído do poder familiar.
Art. 1.633. O filho, não reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar exclusivo da
mãe; se a mãe não for conhecida ou capaz de exercê-lo, dar-se-á tutor ao menor.
Ambos têm o poder familiar. O tutor é para o menor que tem dinheiro. Se a mãe ou o
pai não tem capacidade, nomeia-se um curador para cuidar do dinheiro do filho e da
mãe. Pessoas maiores não tem tutor. Então o professor acha que o termo seria um
curador para os dois.
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o
pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
IX - Exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade
e condição.
Aula 17 – 02/05/16.
I - Pela morte dos pais ou do filho; as causas de extinção são motivos naturais, não é
por imposição ou intervenção do judiciário. É apenas porque os fatos levam à extinção
do poder familiar. Morrer ambos os pais. Se morre um o poder familiar fica com o
outro. Extinção não é o mesmo que perda. A perda do poder familiar ocorre pela
intervenção da justiça.
IV - Pela adoção; continua o poder familiar em relação aos pais adotivos. A extinção se
dá apenas na direção dos pais biológicos, que foram destituídos do poder familiar
porque outros tomaram o seu lugar de pai. Adoção bilateral: as pessoas devem ser
casadas ou unidas estavelmente.
Art 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável,
não perde, quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder
familiar, exercendo-os sem qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro.
Parágrafo único. Igual preceito ao estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe
solteiros que casarem ou estabelecerem união estável. O fato de casar novamente
não importa na perda do poder familiar.
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles
inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente,
ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança
do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; exemplo: mãe que coloca a
filha na prostituição. A mãe praticar prostituição na frente dos filhos. Os pais devem
ter um comportamento probo, educado, civilizado.