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O termo PNL e a utilização ética de suas técnicas, e

pressupostos.
O termo "Programação" vem da computação e diz respeito à instalação de um plano ou
estratégia, de um programa em nosso sistema neurológico. Isto significa que nós
condicionamos nosso cérebro, nós o programamos para obter um resultado específico.
Por exemplo, para aprender a dirigir um automóvel, inicialmente praticamos por partes
e depois, com o tempo e com a prática, a habilidade toda se torna automática.
Portanto, um programa fornece um caminho ao nosso sistema neurológico, indicando-
lhe a direção a seguir, e este caminho é fortalecido pela prática e enfraquecido pela ausência
desta. Vale ressaltar que nós possuímos programas para tudo, inclusive para nos sentirmos
felizes ou tristes.
Um exemplo extremo de um programa é a fobia (medos intensos, incontroláveis,
geralmente desproporcionais aos elementos que os causam, como o medo de baratas, ratos,
medo de altura). Uma fobia também acontece através de um condicionamento, em que uma
emoção intensa á associada a um objeto, animal ou situação, o qual, a partir de então, terá o
poder de causar aquela emoção.
O termo "Neuro" refere-se ao sistema nervoso, através do qual recebemos e
processamos informações que chegam pelos cinco sentidos: visual, auditivo, táctil-
proprioceptivo, olfativo e gustativo.
O termo: "Lingüística" diz respeito à linguagem verbal e não verbal, através das quais
as informações recebidas são codificadas, organizadas e recebem significados. Inclui imagens,
sons / palavras, sensações / sentimentos, sabores e odores. Simplificando muito, poderíamos
dizer que é o que nos permite "traduzir" as informações recebidas.
O termo: "Lingüística" está relacionado também ao modelo de linguagem que um
indivíduo possui, e que lhe permite interagir com o mundo exterior. Este modelo amplia ou
reduz a compreensão do indivíduo com relação a realidade externa. Quando muito
empobrecido,, dificultará o contato com o mundo e o indivíduo representará a si mesmo como
tendo poucas opções para enfrentar as mais diversas situações. Isto porque nós não
reagimos à realidade, mas sim a representação que fazemos dela. Para compreender, ampliar
ou modificar o modelo de alguém, a PNL conta com o... “Meta Modelo de Linguagem”.
Exemplificando o termo todo, tomemos novamente a habilidade de dirigir automóvel.
Um Programa nos permite fazê-lo automaticamente. Neuro: nós vemos (placas de trânsito,
cruzamentos, outros carros), ouvimos (sons do motor, buzinas), sentimos (uma trepidação no
volante, o contato com o pé na embreagem, etc.). Lingüística: os sons, as imagens e as
sensações / sentimentos são traduzidos para que tenha significado para nós. Desta forma, um
som estridente é automaticamente reconhecido como o som de uma buzina e nos lembramos
de que buzinas são usadas para alertar alguém. Estas associações ocorrem rapidamente e em
geral não as percebemos da forma seqüencial como a que estamos utilizando neste exemplo.
Atualmente podemos observar um crescimento na utilização da PNL e uma certa
popularização de suas técnicas e pressupostos. A mídia e profissionais inescrupulosos vêm se
encarregando de divulgá-la como verdadeira panacéia ligada ao poder do pensamento
positivo.
Lembramos ainda que a PNL foi desenvolvida por Richard Bandler e por John Grinder,
que nos mostram principalmente os padrões existentes na experiência subjetiva humana e
também que habilidades são aprendidas, e não dons ou talentos de nascença. Ou seja, eles
enfatizaram sempre um trabalho concreto na busca de um objetivo. Interessa-se em mostrar
o que se deve fazer para adquirir uma habilidade.
Vemos, portanto que não existe substituto para o trabalho real, objetivo, e que se os
resultados da PNL são espantosos, todavia não são mágicos, no sentido de que seguem um
caminho, uma seqüência, que pode ser descrito, aprendidos e repetidos por outras pessoas.
Tais resultados são baseados na observação e descrição de padrões que são
universais, ou seja, encontrados em todas as pessoas. É por este motivo que a PNL, produz
bons resultados e em tempos menores que os geralmente usados por outras abordagens.
O Meta Modelo de Linguagem

Todos nós possuímos um modelo de linguagem que nos permite interagir com o
mundo. Linguagem aqui quer dizer tudo o que utilizamos para representar a experiência:
imagens, sons, palavras, sensações, sentimentos. Não há como pensar em algo sem usar pelo
menos um dos elementos acima.
Por exemplo, se tomarmos a palavra "pipoca" veremos que ela nos traz a imagem que
fazemos de uma ou várias pipocas, talvez a lembrança do sabor e até do som ao mastigá-las.
Todavia, a linguagem não é a experiência, mas uma representação da experiência,
assim como um mapa não é o território que o representa. Isto quer dizer que nós não
reagimos as coisas em si, mas às representações que fazemos delas.
Para exemplificar o que dissemos acima, citaremos os esquimós que têm cerca de doze
palavras para designar neve: neve que cai, neve no chão, neve que serve para construir casa,
etc. Para outras pessoas, a neve será sempre a mesma. Mas para os esquimós, o fato de
possuírem palavras diferente para a neve significa que eles são capazes de fazer distinções
muito sutis entre os tipos de neve, o que lhes permite agir com maior número de escolhas em
seu mundo.
Um outro exemplo seria o de duas pessoas recusadas para uma vaga numa empresa. A
primeira representou o fato como decorrente de sua incapacidade, de sua falta de experiência
e de sua inadequação ao cargo. A segunda representou o mesmo fato como algo corriqueiro,
podendo até ter achado que não foi escolhida por estar superqualificada para o cargo.
Nenhuma das duas sabe o real motivo pelo qual foi recusada, mas cada uma delas
representou a recusa a seu modo, de acordo com o seu "mapa", que é produto de
experiências, emoções e aprendizagens passadas.
Como pudemos constatar nos dois exemplos, um mapa amplia ou reduz as
possibilidades de alguém.
As pessoas formam seus mapas a partir de suas experiências, tanto internas como
externas. Sendo assim, se não é possível mudar os fatos, a PNL nos ensina como mudar a
experiência subjetiva, a representação que as pessoas têm do mundo e de si mesmas. Isto é
possível através do ‘Meta Modelo de Linguagem’, que vai reconectar a linguagem à
experiência, vai buscar a mensagem oculta, as crenças que existem por trás de palavras e
frases.
Retomando o exemplo da recusa para um emprego, imaginemos que a primeira pessoa
disse: "Eu fui rejeitada porque sempre fico medo nessas situações.". Alguém experiente no
uso do Meta Modelo de Linguagem perceberia as lacunas existentes na frase, ou seja, há
omissões, generalizações e distorções (consulte o próximo artigo) nela que o emissor
provavelmente não percebe conscientemente. Para ele, as coisas são da maneira como
afirmou e ele talvez não veja como poderiam ser diferentes.
As informações suprimidas poderiam ser recuperadas com perguntas como: "Você tem
Medo do quê?", "Você sempre fica com medo?". "Em algumas dessas ocasiões você não
sentiu?", "Então você acredita que se não sentisse medo não seria recusado?" e assim por
diante. À medida que se vai questionando, vai-se modificando o mapa da outra pessoa, que é
obrigada a completá-lo, a preencher suas lacunas, a atualizá-lo. Como conseqüência ela
passará a ter outro tipo de representação, que por sua vez levará a um resultado
comportamental diferente.
O Meta Modelo compreende um conjunto de instrumentos com os quais se pode
construir uma comunicação melhor. Ele pergunta o que, como e quem, em resposta à
comunicação do emissor.
Ao utilizar o ‘Meta Modelo’ é necessário estar atento às próprias representações
internas. Assim se alguém nos diz: "Meus filhos me aborrecem", não é possível formar um
quadro completo da situação. É necessário perguntar "como". "Como especificamente seus
filhos o aborrecem?". Por outro lado, se assumirmos que conhecemos o significado preciso de
"aborrecem", com base apenas em nossa experiência, então na verdade estaremos
encaixando tal pessoa em nosso modelo de mundo, em nosso mapa, esquecendo-nos do
mapa dela.
Lembramos que o objetivo do Meta Modelo, é reconectar a representação à
experiência, o que equivale a dar nome às coisas e fatos.
Ao questionarmos, por exemplo, a palavra "medo", procuraremos reconectar a palavra
(representação) à experiência real de sentir medo. Imaginando que as palavras são como
pastas de um imenso arquivo, há pessoas que arquivam na pasta "medo" experiências que
seriam melhor arquivadas em outras pastas.
Não se trata de abordar teoricamente e dissociadamente as situações e sensações,
como em algumas abordagens terapêuticas, mas sim de um instrumento que nos permite
modificar as representações internas de uma pessoa, nos permite clarear pontos, completar
mapas.

Como Processamos Informações

Recebemos informações do mundo através dos cinco sentidos: visual, auditivo,


gustativo, olfativo, táctil-proprioceptivo. Ocorre que a informação recebida precisa ser
processada internamente, precisa se representada, e este processo é individual,
personalizado, o que equivale a dizer que dois indivíduos representarão um mesmo fato de
formas diferentes.
Isto acontece porque há três processos envolvidos na representação de informações:
omissão, distorção e generalização.
A omissão ocorre quando omitimos parte da informação recebida. É ela que, por
exemplo, nos permite prestar atenção no que uma pessoa está dizendo e ignorar todos os
demais sons existentes num local de muito ruídos. Ou então, quando estamos bem
humorados e não prestamos atenção às pequenas contrariedades de nossa experiência, como
por exemplo os semáforos que estavam todos fechados, o trânsito lento.
Há distorção é freqüente nos casos de mal-entendidos, em que uma pessoa disse ou
fez uma coisa e a outra pessoa percebeu algo completamente diferente. Ou também nas
chamadas "fofocas", em que um fato é aumentado ou deturpado.
A generalização consiste no fato de que ao recebermos uma informação, temos a
tendência de generalizá-la para outros contextos. É ela que nos permite aprender por
exemplo, a andar de bicicleta e a partir desta aprendizagem generalizar para outro tipos de
bicicleta.
A generalização também acontece nos casos de preconceito. Por exemplo, se uma
pessoa teve uma experiência negativa por um indivíduo de determinada raça, religião ou
nacionalidade poderá generalizar achando que todos os indivíduos semelhantes no aspecto
que está sendo considerado (raça, religião, etc.) são iguais.
Após analisarmos os três processos através dos quais as informações são
representadas podemos entender melhor por que dois indivíduos representam um mesmo
fato de formas diferente e também por que o mapa não é o território que representa.
Nós sempre reagiremos às representações que fazemos das coisas (aos mapas) e
nunca às coisas propriamente ditas.
Convidamos o leitor a tomar qualquer experiência de que goste, como por exemplo
saborear um determinado tipo de alimento. Analisando minuciosamente por que gosta deste
alimento, verá que gosta dele porque faz imagens que são atraentes, enfatizando a cor, o
brilho, incluindo talvez a sensação da consistência, do contato do alimento com a boca, o
cheiro, e possivelmente associando tudo isso a emoções como felicidade, aconchego, alegria,
festa, etc. Tudo isto (imagem, associações com alegria, etc) é representação. É da
representação que você gosta, e não propriamente do alimento. Você já deve ter observado
que enquanto você adora um alimento, outras pessoas o detestam. A representação que elas
têm do alimento em questão é bem diferente da sua. E se elas aprenderem a representá-lo
da mesma maneira que você, passarão a gostar dele !
Não é por acaso que as propagandas exploram estes aspectos em larga escala. Em
geral elas contêm apelos aos cinco sentido e uma ou mais associações a sentimentos de paz,
sucesso, felicidade, etc.
Nós aprendemos por repetição e rapidez. Portanto, uma associação feita rapidamente e
repetidas vezes, como é o caso da propaganda, tende a ser estabelecer em nosso sistema
neurológico. Trata-se de um condicionamento.
O que dissemos acima também se aplica a experiências marcantes em nossas vidas
capazes de influenciar nossa alto-imagem. Tomemos por exemplo o caso de duas crianças
ridicularizadas na escola por terem errado um exercício na lousa. A primeira associa à
experiência uma grande carga de emoção (vergonha, humilhação, incapacidade),
representando a situação à sua maneira (talvez com grandes imagens dos colegas rindo, com
o som de suas gargalhadas mais alto do que o som ouvido na realidade, etc). Já uma outra
criança talvez nem se lembre do fato depois de um certo tempo e não lhe atribua maior
importância.
O que faz a diferença aqui é a maneira através da qual cada criança representa a
situação, o tipo de "etiqueta" que colocam ao organizarem seu arquivo de lembranças. Como
já dissemos, é a representação que reagimos e não à situação, ao fato real, e na
representação entram os processos de omissão, distorção e generalização. Portanto é
provável que a primeira criança tenha omitido dados da experiência, tenha distorcido outros e
que ela generalize o ocorrido a todas as situações que envolvam os mesmos elementos
(situações em que se exponha à opinião alheia).
As técnicas da PNL visam dar um outro significado (ressignificar) ao ocorrido, já que
não é possível alterar os fatos. Visa ainda desfazer o condicionamento, a associação através
da manipulação de aspectos específicos da representação da experiência (Mudanças sutis nas
características da imagem, som, sensação / sentimento, etc).

Fobias

Uma fobia consiste basicamente num medo intenso, incontrolável e por vezes
insuportável à pessoa que o experimenta, sendo desproporcional em relação aos elementos
que o causam. Desta forma, há indivíduos com fobias de altura, escuridão, lugares fechados,
lugares abertos, aviões, água, elevadores, etc.
Uma reação fóbica ocorre de forma instantânea, automática, diante de um estímulo
externo (o elemento causador da fobia). O indivíduo poderá experimentar taquicardia
(coração batendo acelerado), falta de ar, transpiração excessiva ("suar frio"), dentre outros
sintomas.
O medo em geral não pode ser explicado pelo indivíduo que conscientemente não
entende por que o sente e talvez até o considere ilógico. Isto porque o medo está associado a
experiência traumática passadas ( ou, as vezes, a experiências traumáticas projetadas no
futuro) que estão fora da consciência do indivíduo.
Para compreende o aspecto aparentemente ilógico de uma fobia, imaginemos um
homem forte, corajoso, um campeão de boxe por exemplo, que todavia, se vê totalmente
aniquilado quando entra num elevador. A um mero espectador, a cena seria incompreensível:
como um homem tão forte pode ter medo de algo tão inofensivo ?
Contudo, trata-se de uma reação intensa aprendida no passado, talvez na infância
quando o homem associou o medo ao elevador, ou por tem passado por uma experiência
traumática envolvendo elevadores, ou mesmo por tê-la apenas imaginária.
Note-se que as fobias muitas vezes se formam na infância porque este é um período
em que a poucos recursos, poucas vivências em relação à experiência traumática. A fobia
também pode ter inicio em outros momentos da vida, nos quais o indivíduo está
temporariamente sem recursos, fragilizado, experimentando uma emoção muito forte (como
por exemplo um assalto, a perda de alguém muito próximo).
Da mesma forma que um determinado aroma ou uma música nos lembram uma
pessoa, ou um momento de nossas vidas, uma fobia também é uma associação entre uma
sensação e um estímulo.
Na formação da fobia participam os processos de omissão, distorção e generalização.
Omissão porque partes da experiência original (ou a experiência toda) são eliminadas
da consciência.
Distorção porque em geral a representação da experiência não corresponde ao que
ocorreu na realidade. Por exemplo, um indivíduo com fobia de ratos pode ter um dia
imaginado ratos devorando-o, quando na verdade um rato apenas havia passado perto dele.
Pode ainda formar imagens (geralmente inconscientes) imensas, aterrorizantes, muito
coloridas e próximas de um ou mais ratos, e reviver a experiência traumática como se
estivesse passando por ela novamente.
A generalização acontece em virtude de que o indivíduo vai apresentar a reação
fóbica sempre que estiver diante do objeto causador da fobia, em todas as situações e
ambientes.
As reações fóbicas em geral acontecem quando as pessoas formam imagens da
situação que causou a fobia como se estivessem nelas, associadamente (ainda que não se
dêem conta disso). Quando uma pessoa se recorda de um fato estando associada nele, seus
sentimentos estão contidos no próprio fato. Porém quando as pessoas vêem a si mesmas
passando pela experiência, dissociadamente, como se assistissem a um filme, têm
sentimentos sobre o que vêem. Neste caso, há uma certa distância entre o indivíduo e o fato.
A associação e a dissociação, conforme a descrição acima, são técnica bastante úteis
utilizadas pela PNL. Convidamos o leitor a experimentá-las com suas próprias lembranças.
Imagine, por exemplo, a experiência de estar andando numa Montanha-Russa - se já esteve
numa antes - ou outra experiência pela qual já tenha passado. Passe um filme da situação de
forma que possa se ver passando pela experiência. Agora "entre" dentro do filme, associe-se,
passe pela experiência como se ela estivesse acontecendo agora e experimente a diferença.
Você poderá usar estas técnicas em inúmeras situações de sua vida. A dissociação, quando se
lembrar de fatos desagradáveis, evitando assim passar pela situação novamente e sentir-se
mal em conseqüência disto. A associação para recuperar sensações agradáveis.
Na cura da fobia, a PNL utiliza basicamente a dissociação no processo de desfazer a
associação entre o estímulo e a sensação (a resposta fóbica). isto em geral é feito de formas
simples seguras e rápidas lembrando que uma das formas através das quais aprendemos é a
rapidez (a outra é a repetição).
Ressaltamos que a PNL não se ocupa do conteúdo da fobia, mas da sua forma, seu
processo. Por este motivo, não se perde em intermináveis interpretações e explicações sobre
o porquê um indivíduo é fóbico.
Todavia, o indivíduo é considerado como um todo, ou seja, são verificadas outras
questões que podem estar influenciando a fobia. Como exemplo, citamos os ganho
secundário, que ocorrem quando o indivíduo obtém vantagens a partir de seu problema,
como atenção e carinho. Enquanto não for resolvida esta questão, ele não será curado da
fobia.

Uma outra estratégia utilizada em alguns casos de fobia (e no tratamento de


sentimentos e comportamentos que o indivíduo não consegue alterar pelo simples esforço
consciente e compreensão intelectual) é a reimpressão.

Reimpressão (Reimprint)

Uma impressão (Imprint) ocorre quando um indivíduo passa por uma experiência
significativa, à qual associa forte emoção e a partir dela forma uma ou mais crenças.
Para a PNL, o que importa não é o conteúdo da experiência, mas sim a crença ou
impressão gerada a partir da mesma. Dito de outra forma importa o significado que o
indivíduo atribui à experiência, as conclusões a que chegou.
O conceito de impressão foi proposto por Konrad Lorenz, que estudou o
comportamento dos patos no momento em que saíam do ovo. Neste momento, eles
imprimiam a figura materna, de forma que o que quer que fosse que se movesse, e que
estivesse perto no momento em que saíam do ovo, passava a ser seguido e "se tornava" a
mãe dos patinhos.
Lorenz verificou que os patinho "imprimiram" as botas que ele usava no momento em
que saíram do ovo os patinhos passaram então a segui-lo ele tentou apresentá-los à mãe-
pata, mas eles a ignoravam e continuavam a seguí-lo.
Lorenz acreditava que as impressões ocorriam em momentos importantes do
desenvolvimento neurológico e que não era possível alterá-las posteriormente.
Timothy Leary estudou o fenômeno da impressão nos seres humanos e descobriu que
estes possuem um sistema nervoso mais sofisticado que o dos patos, e por este motivo o
conteúdo das impressões poderia ser acessado e reprogramado (Reimpresso).
Leary também identificou períodos críticos no desenvolvimento dos seres humanos. As
impressões ocorridas neste períodos geravam crenças básicas, que moldavam a
personalidade e inteligência do indivíduo: crenças sobre ligações sentimentais bem-estar,
destreza intelectual, papel social, etc.
As impressões podem ser experiências "positivas", que geram crenças úteis, ou
experiências traumáticas, que conduzem a crenças limitantes. Na maioria das vezes, elas
incluem pessoas significativas, que inconscientemente podem ter servido de modelo.
A diferença entre uma impressão e uma lembrança ruim, tal como uma fobia, é que na
impressão associa-se uma crença à lembrança, em geral uma crença de identidade (do tipo
"eu sou": fraco, forte, capaz, incapaz, etc.).
A técnica da reimpressão (reimprint) utilizada pela PNL parte da crença e da sensação
associada à impressão, como forma de guiar o indivíduo de volta ao passado, até o momento
em que passou pela experiência de impressão. Esta é uma forma de regressão que ao
contrário de certas intervenções feitas por outras obordagens terapêuticas, é feita
conscientemente com o indivíduo "acordado" e totalmente no controle da situação. De volta
ao fato, ele pode descobrir que recursos ele e as demais pessoas envolvidas teriam precisado
naquela época para que ele não se sentisse daquela maneira.
A reimpressão é usada no tratamento de traumas, crenças limitantes sentimentos e
comportamentos persistentes na vida adulta (como timidez, insegurança, agressividade, etc.)
e em alguns casos de fobia.
Ela permite retroceder no tempo e descobrir a experiência geradora de tais crenças,
sentimentos e comportamentos, os quais o indivíduo não consegue alterar pelo simples
esforço consciente e compreensão intelectual.
O indivíduo não poderá apagar os fatos que compões a sua história mas poderá mudar
seu ponto de vista a respeito deles. Seria como reviver aquela experiência só que agora
levando consigo toda a vivência e os recursos obtidos ao longo dos anos.

Palavras Processuais

Ao longo do tempo só temos consciência de uma pequena parte de nossa experiência.


Enquanto lê esta frase, você pode estar atento ao sons à sua volta, a temperatura ambiente
as letras do texto, ao gosto em sua boca ou a qualidade do ar que respira. É provável que
você tenha prestado atenção a cada aspecto que foi sendo sugerido aqui e que antes disto
não estivesse atento a todos eles.
Isto acontece porque nós não prestamos atenção a tudo e durante o tempo todo. A
consciência humana é um fenômeno limitado. Nós selecionamos parte da experiência e
omitimos o que resta. e esta seleção é determinada por nossas capacidade sensoriais,
motivações atuais e por aprendizagens ocorridas na infância.
Se estamos atentos a um programa de TV, é provável que não prestemos atenção aso
demais sons existentes no ambiente, mesmo quando alguém nos pergunta algo. Isto porque
nossa motivação dirige e concentra nossa atenção.
Se uma mãe diz a uma criança: "Amo você, meu filho", mas com uma expressão de
desdém, cerrando os dentes e os punhos, em qual das duas mensagens a criança acredita? É
bem provável que ela dê mais atenção à parte visual da experiência, ou seja, que confie no
que vê muito mais do que no que ouve, e leve consigo esta aprendizagem para toda a sua
vida. É desta forma que as pessoas aprendem a privilegiar a parte visual, auditiva ou
cinestésica da experiência.
Como ouvintes, podemos discernir qual a parte da experiência de uma pessoa que está
sendo representada em sua linguagem verbal prestando atenção às palavras processuais, aos
predicados utilizados: adjetivos, verbos e advérbios.
A tabela abaixo contém exemplos de palavras processuais:

VISUAIS AUDITIVAS CINESTÉSICAS INESPECÍFICAS


Ver Ouvir Aconchegante Acreditar
Imagem Dizer Confortável Aprender
Claro Falar Sentir Estimular
Ponto de Vista Perguntar Sensação "Sacar"
Brilhante Explicar Gosto Estudar
Quadro Estalo Cheiro Saber
Luz Comentário Pesado Igualar
Aparência Boato Macio Detalhe
Observar Tom Doce Decidir
Obscuro Barulho Bloqueio Pensar

Tomemos o seguinte diálogo entre um vendedor e um cliente:


- Eu quero comprar um carro que seja confortável, em que eu me sinta muito bem,
e que seja macio para dirigir.
- Pois não senhor. Acabo de ter uma idéia brilhante. Eu imagino que o senhor
gostaria muito de um carro de estilo jovem, como este aqui. Veja que linda cor...
É bastante provável que a venda não se efetue. é como se o cliente e o vendedor
estivessem falando línguas diferentes. O cliente fala usando predicados que indicam que ele
está num acesso sinestésico de sua experiência (" confortável", "sinta", "macio") e
também privilegia critérios sinestésicos ao comprar um carro. Já o vendedor responde
utilizando palavras processuais (predicados) visuais (" brilhante", "imagino", "estilo
jovem", "veja", "cor"). O cliente está pedindo uma coisa e o vendedor está lhe mostrando
outra.
Isto acontece também com casais. Se a mulher usa predominantemente o canal
sensorial auditivo e o marido o visual ela poderá se queixar. "Meu marido não me ama. Ele
nunca diz que me ama". E neste caso, o marido não diz porque para ele não é importante
dizer, mas mostrar, visualmente, que ama a esposa, talvez levando-a a passeios, trazendo-lhe
flores. O marido poderá ter a mesma queixa em relação à esposa por que ela não demonstra
(visualmente) que o ama. Para o marido não é importante que ela diga, ma que ela mostre
que o ama (talvez deixando a casa mais bonita cuidando de sua própria aparência os
preparando-lhe pratos visualmente atraentes).
Cada palavra processual usada (visual, auditiva, sinestésica) indica que a experiência
interna daquele que fala está sendo representada num determinado sistema sensorial. O uso
habitual de uma categoria de palavras processuais em detrimento de outra é indicativo de um
sistema representacional primário. Este é o que é mais desenvolvido e usado com mais
freqüência do que os outros. Resultará no fato de que o indivíduo perceberá o mundo
primordialmente através deste sistema.
Predicativos que não apontam nenhuma das partes da experiência (visual, auditiva,
sinestésica) são chamados de inespecíficos. Isto é, não indicam como o processo está sendo
representado.
E qual a utilidade em saber o sistema sensorial predominante de uma pessoa? A
utilidade está diretamente relacionada à capacidade de relacionar-se com alguém de modo
eficaz. Significa saber "falar a mesma língua" que o outro. Significa saber compreender e se
fazer compreendido.
O ideal seria que todos nós tivéssemos todos os canais sensoriais igualmente
desenvolvidos. Isto poderia ser comprovado através de uso equilibrado das palavras
processuais sem que houvesse predomínio de uma classe sobre outra. Em geral, não é isto
que acontece com a maioria das pessoas.
Todavia, é uma habilidade que pode ser desenvolvida. Sugerimos para isto a seguinte
experiência: Reserve um dia da semana para treinar cada canal sensorial. Por exemplo, às
segundas feiras, o maior número possível de odores. Faça o mesmo com o paladar e com os
canais sinestésicos (Sensações quente, frio, áspero), auditivo e visual.
Sugerimos ainda ao leitor que treine a identificação de palavras processuais ouvindo
programas de entrevistas. Observe o que acontece quando o entrevistado está usando
palavras processuais auditivas e o entrevistado lhe pergunta algo usando palavras visuais.
Muitas discussões acontecem pelo simples fato de que as pessoas não conseguem entender
umas às outras porque estão utilizando canais sensoriais diferentes.
E para saber qual é seu canal sensorial predominante, conte as palavras processuais
que você utiliza ao escrever um texto neutro, ou seja, um texto que não se refira
especificamente a experiências apenas visuais (um texto que falasse sobre fotografia, por
exemplo), auditivas (um concerto) ou sinestésicas (a comida do seu restaurante favorito).
Se em seu texto existirem mais palavras auditivas, isto quer dizer que seu canal
auditivo é mais desenvolvido e utilizado em relação aos demais. Quer dizer que você dá
preferência à parte auditiva das situações. E as palavras processuais menos utilizadas,
aquelas que você usou em menor número em seu texto, correspondem ao canal menos
utilizado e que poderia ser mais explorado.
Há pessoas que são tão visuais que são capazes de falar durante meia hora sobre um
almoço delicioso usando apenas palavras visuais (Falando sobre a beleza dos pratos, da
louça, dos talheres, etc.).
Já outras, são mais sinestésicas e estão sempre dizendo "eu sinto...". Geralmente são
pessoas que gostam de tocar nas demais, gostam de abraçar.
Pessoas predominantemente auditivas dizem muito "E então eu disse... Daí ele falou...
Eu falo que isto não dá certo!".
E você? Já sabe qual é sua predominância? Ou você é uma dessas raras pessoas que
são equilibradas quanto ao uso dos canais sensoriais?

(Desconheço a fonte)

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