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Laudo Técnico e Avaliação Estrutural

Análise de viabilidade técnica para utilização de alvenaria estrutural


como sistema construtivo aplicado ao projeto arquitetônico

Projeto:

1. Edifício - Projeto

O Projeto do edifício possui características esbeltas em formato retangular, com diminuição de seção ao
longo de sua seção longitudinal. Possuindo em previsão cerca de 33 metros de altura.
Esta edificação poderá receber ventos da ordem de 42m/s (152km/h), o que ocasionará golpeios de
turbulência na estrutura. Sendo esta estrutura de caráter esbelto em sua seção longitudinal, de forma
empírica é possível concluir que o edifício apresentará necessidade de uma armadura robusta nas paredes
estruturais quando da análise de segunda ordem ocorrida para cumprir os padrões de estabilidade global e
estado limite de serviço. Resumindo: o edifício consumira mais aço. Outra característica da estrutura esbelta
a possível vibração e ressonância

2. Capacidade de Inércia em X e Y

O edifício possui boa capacidade inercial na direção Y possibilitando (adotado plano cartesiano em duas
dimensões) um travamento excelente, em contrapartida na direção x o projeto arquitetônico proporciona
apenas 3 paredes sem algum tipo de abertura. Ou seja, as condições arquitetônicas não proporcionam
condições ótimas de contraventamento. A condição ótima de contraventamento é sinequanon sine qua non
para as condições de equilíbrio da estrutura. Este item é o mais critico nesta análise – Esta situação é a
mais preocupante

3. Arquitetura fora de múltiplos de 15 ou 20

Exemplo de lançamento de paredes com dimensões da arquitetura: parede de 25 com encontro de parede
de 15 cm.
Utilizando esta arquitetura, foi lançado na parede de 8,1m com a família de blocos 14x39, conforme figura
abaixo, segue o resultado.
Além de não ser possível o encontro de paredes, pois uma possui 25cm e outra 15cm, foi necessário a
utilização de blocos compensadores (em verde na figura) ao longo da seção longitudinal da parede.

A utilização de blocos compensadores nas paredes estruturais proporcionam péssimas condições de


distribuição de tensões. Não é recomendável que o edifício com 10 pavimentos tenha blocos compensadores
em todas as suas paredes. O risco de fissuração na estrutura sem risco de colapso progressivo será alto.

A literatura recomenda a utilização de apenas uma família de blocos e sem a utilização de blocos
compensadores em paredes estruturais.

4. Paredes com comprimentos lineares da ordem de 6.6m, 8.1m e 11 m

O vão recomendável máximo para alvenaria estrutural e comprimentos de paredes são da ordem de no
máximo 5 metros. Porém com armaduras em sua seção transversal ao longo de sua seção longitudinal será
possível obter rigidez equivalente para que possam trabalhar sem o risco de flambagem lateral, contudo o
custo será alto com relação ao projeto típico de alvenaria estrutural literário. També será necessário a
adoção de juntas de dilatação.

Outro ponto preocupante será as cargas destas paredes já somadas descarregando nas vigas de transição do
pilotis. Será necessário um vigamento extremamente robusto.

5. Detalhes de menor risco e maior custo

a. Quantidade de shafts insuficiente.

Paredes do térreo não sobrepostas as paredes do tipo 1


Irá gerar mais vigas de transição com grande volume de carga.

b. Vão da ordem de 17m no pilotis.


Que devem ser vencidos com vigas de transição, (impraticável na relação custo beneficio) a ordem
de grandeza das cargas nestas vigas serão da ordem de 12 toneladas/metro.

Conclusão

Dada às condições atípicas e incompatibilidades de projeto com relação ao projeto típico de alvenaria
estrutural e as péssimas condições globais de inércia da estrutura conforme descritas, a recomendação é que
seja descartada a utilização de alvenaria estrutural com pilotis como sistema construtivo para este projeto
supracitado.

Sem mais a narrar, segue o presente laudo técnico composto por 5 páginas, por mim rubricado.

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