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FORTALEZA
2011
RAFAELLE DANTAS BEZERRA
FORTALEZA
2011
Bezerra, Rafaelle
Mulheres vı́timas de violência doméstica na Estratégia Saúde da
Famı́lia / Rafaelle Bezerra - 2011
66 .p
Rafaelle Dantas
AGRADECIMENTO
Hoje posso dizer que venci uma das mais importantes batalhas de minha vida.
Aos meu pais, Arquimedes e Fátima, a quem honro pelo enorme esforço que fizeram por
mim, o apoio incondicional e muito mais porque que souberam tolerar e compreender o
meu estranho mau humor em determinados momentos deste fase, com sabedoria. Meus
agradecimentos com imenso carinho.
A minha orientadora, que se colocou como uma mãe, acreditando no meu trabalho, dando-
me a liberdade necessária, conduziu-me a maiores reflexões e desta forma enriquecendo-
me. Minha especial admiração e gratidão.
Aos meus professores, um agradecimento especial por terem me alimentado com o conhe-
cimento necessário para que eu me torna-se uma profissionais capaz de cuidar de seres
humanos. Pela paciência e dedicação que tiveram comigo, meu muito obrigada!
Aos colegas de caminhada, anjos que seguiram comigo nessa árdua estrada do conheci-
mento, deixo o meu até breve e a eterna saudade dos momentos alegres e atribulados que
passamos juntos. Vencemos.
Aos meus amigos, pelo apoio, carinho e força que vocês me dedicaram durante esses anos.
Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida
e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para
fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança su-
ficiente para fazê-la feliz.
Clarice Lispector
RESUMO
Atualmente, a cada minuto quatro mulheres são espancadas no Brasil. Existem no paı́s
registros de dois milhões de casos de violência doméstica e familiar por ano, de cada
cinco brasileiras pelo menos uma declara já ter sofrido algum tipo de violência por parte
de algum homem. O comprometimento com a redução da violência doméstica contra
a mulher não é somente dos órgãos de assistência social e nem apenas das entidades
feministas, e sim de toda a sociedade, principalmente dos serviços de saúde, que é o
setor mais próximo das mulheres. O objetivo desse trabalho é pesquisar o atendimento à
mulheres vı́timas de violência doméstica em uma Unidade Básica de Saúde, de Fortaleza
- CE, identificando quais as ações desenvolvidas pela unidade. Quanto a metodologia,
trata-se de um estudo monográfico, transversal, com pesquisa exploratória de campo com
abordagem qualitativa. Os sujeitos da pesquisa foram constituı́dos por 05 profissionais
graduados em enfermagem e 10 mulheres participantes usuárias cadastradas no Centro
de Saúde da Famı́lia. A coleta de dados deu-se através do gênero entrevista gravada que
ocorreu em duas etapas, com a anuência dos sujeitos. Os profissionais apontaram alguns
fatores que dificultam o atendimento às mulheres vı́timas de violência doméstica, dentre
as quais: a falta de conhecimento sobre os métodos de abordagem, o medo de envolver-se
com as questões e a falta de proteção no ambiente do centro de saúde. Foi sugerido entre
os profissionais à possibilidade de promover ações educativas como forma de combate a
violência. Nas falas das mulheres é notória a representação da desigualdade de gênero e
a necessidade de reorganização as polı́ticas publicas. Assim as narrativas das violências
vividas nos leva a uma reflexão mais profunda sobre a temática. Percebe-se que a violência
contra a mulher só poderá ser combatida e cuidada na atenção primária a saúde a medida
que houver um preparo profissional adequado e humanizado na assistência a mulheres
vı́timas violência.
2 REVISÃO DE LITERATURA 12
2.1 Da violência doméstica contra a mulher . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.2 Da Lei que ampara a mulher . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.3 O papel do Centro de Saúde da Famı́lia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3 OBJETIVOS 20
3.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.2 Objetivos Especı́ficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.3 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4 Problema 21
4.1 Hipótese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.2 Variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5 METODOLOGIA 23
5.1 Método de abordagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5.2 Métodos de procedimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5.3 Tipos de Estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5.3.1 Técnicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5.3.2 Delimitação do universo (descrição da população) . . . . . . . . . . 23
5.3.3 Tipo de amostragem: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
5.3.4 Critérios de inclusão para enfermeiros participantes do Estudo: . . . 24
5.3.5 Análise dos dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
5.3.6 Recrutamento da Amostra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
5.3.7 Local do estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
5.4 Cuidados e proteção da amostra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
5.4.1 Dos riscos para as mulheres participantes . . . . . . . . . . . . . . . 27
5.4.2 Dos benefı́cios para as mulheres participantes . . . . . . . . . . . . 27
5.4.3 Dos riscos para os profissionais de enfermagem . . . . . . . . . . . . 27
5.4.4 Dos benefı́cios para os profissionais de enfermagem . . . . . . . . . 28
5.5 Instrumentos de Coleta de Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
5.6 A coleta de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
5.7 Aspectos Éticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
5.8 Critérios para suspender ou encerrar a pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . 30
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 50
APÊNDICE 53
ANEXO 63
1 INTRODUÇÃO
pulação de acordo com sua necessidade e em livre demanda. São diversificados os proble-
mas de saúde de uma população, e muitas vezes esses problemas são complexos e de difı́cil
resolução, afetando vários outros sistemas e órgãos e não somente os serviços de saúde.
A Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada do Sistema Único de Saúde no Brasil,
é responsável por manter o vinculo com a comunidade sob sua supervisão e permitir-lhe
a acessibilidade a toda à rede de saúde (DUNCAN; SCHMIDT; GIUGLIANI, 2004).
A Atenção Básica a Saúde é responsável pelos indivı́duos a longo tempo indepen-
dente de seus problema de saúde dos indivı́duos ou mesma da ausência de doença, integra
ou como acompanhante de crianças e idosos. Brasil (2009) coloca que apesar das mulheres
viverem e possuı́rem uma qualidade de vida maior que a dos homens, estas adoecem mais e
frequentam com maior assiduidade as unidades primárias de saúde. Essa vulnerabilidade
se caracteriza pela fisiologia da mulher e/ou doenças ou agravos causados por situação de
compreendido pelos profissionais de saúde e é analisado pela rede primária como de con-
texto complexo. A grande demanda dos casos, a falta de treinamento profissional para
identificação destes e poucos recursos ofertados para que haja um acolhimento qualificado
para essas mulheres, torna a problemática socialmente obscurecida e o atendimento falho
(D’OLIVEIRA et al, 2009).
no paı́s registros de dois milhões de casos de violência domestica e familiar por ano, de
cada cinco brasileiras, pelo menos uma declara já ter sofrido algum tipo de violência
por parte de algum homem. A Lei n◦ 11.340, de agosto de 2006, mais conhecida como
Lei Maria da Penha, foi implantada com a iniciativa de criar mecanismos para coibir a
violência doméstica contra a mulher, porém a lei continua invisı́vel à sociedade, sendo
pouco compreendida e mal aplicada pelo poder publico (BRASIL, 2006).
Para tais questões optei pela pesquisa qualitativa pois ao trabalhar as subjetivi-
dades, é possı́vel mergulhar nos significados e sentidos que dão mais riquezas ao empre-
endimento analı́tico, através da geração de dados pelas entrevistas tanto realizadas com
as profissionais enfermeiras, quanto às mulheres usuárias do Centro de Saúde e atendidas
a violência doméstica, que deva ser tratada como uma questão de saúde pública
Evidentemente o trabalho que aqui apresento é um primeiro momento que busca
questionar e problematizar o tema da violência doméstica no âmbito da práxis da enferma-
gem na atenção básica, e que servirá de inspiração a novos empreendimentos acadêmicos
2 REVISÃO DE LITERATURA
ameaça contra si próprio, contra outras pessoas ou contra um grupo ou uma comuni-
dade, que resulte ou tenha possibilidades de resultar em lesão, morte, dano psicológico,
emocional ou deficiência do desenvolvimento ou privação da liberdade (BRASIL, 2010).
Historicamente, a violência só faz como vitimas as classes consideradas submissas
ou minoria em termos de detenção de poder. Por conta dessa questão histórica e cultural,
a violência doméstica vem sendo vista pela sociedade como algo aceitável, uma situação
esperada e costumeira, resultado de fatores psicossociais (LETIERRE; NAKANO; RO-
DRIGUÊS, 2007).
Com a fragmentação familiar das últimas décadas e as mudanças sociais, polı́ticas e
econômicas, a violência foi perpassada para o meio doméstico, assim a violência doméstica
passou a atingir os filhos, os idosos e principalmente as mulheres. A violência doméstica
tem origens nas desigualdades de gênero, na ideologia da dominação masculina onde os
papéis sociais devem ser determinados e hierarquizados (CHAUÍ apud MOREIRA et al,
2008).
Sabe-se que a desigualdade de gênero em âmbito familiar ainda é muito significa-
tiva, o estereótipo da mulher submissa, abnegada, obediente ao homem prevalece viva em
nossa sociedade, mesmo após duas décadas de lutas e ações feministas. Quando se fala de
violência, principalmente contra a mulher, o maior risco de agressão vem por parte dos
ı́ntimos, seguidos dos pais e padrastos, sendo os companheiros ı́ntimos os agressores mais
reincidentes em episódios agressivos, causando casos cada vez mais repetitivos e severos,
13
aumentado a cada agressão a intensidade dos golpes contra suas vitimas (SCHRAIBER
et al, 2002).
Existem vários tipos de agressões, segundo Andrade e Fonseca (2007) as mais
comuns são as agressões fı́sicas que se apresentam através de lesões corporais graves, cau-
sadas por socos, tapas, chutes, amarramentos e espancamento, queimaduras de genitálias
e mamas, estrangulamento e ferimentos com armas brancas, sendo os golpes direcionados
também violência sexual, sendo a violência sexual a segunda mais frequente no âmbito
doméstico (SCHRAIBER et al, 2002).
A maioria dos registros e denuncias de violência fı́sica são acompanhados por re-
gistros de violência sexual, considerada por alguns estudiosos como um dos mais graves
tipos de violência doméstica, pois, acarreta uma gama grande e complexa de prejuı́zos à
vida da mulher vitimizada, trazendo complicações fı́sicas, psicológicas e de relacionamento
social (SCHRAIBER et al, 2002).
Em seu estudo Kronbauer e Meneghel (2005) aponta que além do abuso sexual
vivido a mulher tem que conviver com a recusa do parceiro no uso do preservativo, não
et al, 2002).
Moreira et al (2008) coloca que a violência apesar de atingir todas as mulheres,
14
independente de raça, idade ou nı́vel social, traz consigo influencia de alguns fatores sociais
tornam-se mais propensos a serem futuras mulheres vı́timas ou futuros agressores a serviço
da propagação da violência familiar. Além disso crianças que testemunham violência
doméstica são mais susceptı́veis a desencadear problemas comportamentais e emocionais
(MIRANDA; PAULA; BORDIN 2010).
É para que as mulheres não silenciem diante de situação de vı́tima da violência, que
foi criada em 07 de agosto de 2006, a Lei 11.340, conhecida popularmente como Lei Maria
da Penha. O nome da lei é uma homenagem à nobre cearense Maria da Penha, vı́tima do
marido que tentou matá-la por duas vezes, deixando-a paraplégica. Essa grande mulher
não se entregou, transformou sua luta em colaboração social, e mais que merecidamente
foi homenageada dessa forma.
A Lei Maria da Penha foi assinada pelo Presidente Luı́s Inácio Lula da Silva sob
o número 11.340, de 07 de agosto de 2006, criando os mecanismos para coibir a violência
doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do §8 do art. 226 da Constituição
(BRASIL, 2010).
A Lei é um grande avanço na luta feminina, criada para abolir a desigualdade
de gênero e a cultura machista que se encobre entre as paredes dos lares do paı́s. Ela
vem para coibir a violência familiar contra a mulher e punir seu agressor, para que este
15
não continue totalmente impune em nossa sociedade. Ampara todas as mulheres, não
há distinção de idade, classe social, religião e raça, as asseguram em termos de acesso à
justiça, segurança, saúde, cultura e lazer (BRASIL, 2006).
Ainda em Brasil (2006) a lei traz também o esclarecimento sobre as formas de
violência doméstica contra a mulher:
II - Violência psicológica, qualquer conduta que lhe cause dano emocional, prejuı́zos à
saúde psicológica e autodeterminação.
III - Violência sexual, manter ou participar de relações sexuais não desejadas, mediante
intimidação, ameaça coação ou uso de força.
O capı́tulo III, art. 9, §3, fala sobre a participação principal dos serviços de saúde
às mulheres já vitimizadas, ou seja, na parte da assistência no acesso à contracepção de
emergência, profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissı́veis (DST) e da Sı́ndrome da
tipo de atendimento, as casas-abrigos são um exemplo. Vale salientar que esse tipo de
atendimento deve ser direcionado não só para a mulher como também a seus dependentes,
que podem ou não viver também sob constante violência doméstica (BRASIL, 2006).
Apesar de bastante falada entre o senso comum, seus verdadeiros fundamentos e
objetivos ainda são poucos conhecidos pela sociedade, principalmente, entre as mulheres
que deveriam ser as mais informadas sobre como agir em casos de violência, o desco-
nhecimento não escolhe classe social, ela atinge das camadas mais baixas a mais altas
(BRASIL, 2010).
16
A divulgação e muitas vezes a aplicação dessa lei ainda é muito falha, não só
pelos setores de segurança e judiciário, mas principalmente pelo setor de saúde que não
identifica, diagnostica e notifica os casos de violência doméstica contra a mulher.
locais primeiramente procurados por mulheres vı́timas de violência, e essa procura só
ocorre devido aos agravos fı́sicos, principalmente os agravos de caráter crônico, resultados
das agressões vividas. Os serviços básicos de saúde são portas de entrada das mulheres em
situação de violência, principalmente as unidades básicas de saúde que ficam aos redores
de seus lares e já fazem parte da rotina de saúde familiar (BRASIL, 2010).
Outras razões desse destaque se dá pelo nı́vel de e a capacidade dessas instituições
de promoverem ações de promoção e prevenção de saúde em todos as vertentes da saúde
pública. A ampla cobertura e o poder de estar intimamente ligado ao domicilio das mu-
lheres valoriza a implantação de estratégias ao combate de agravos a mulher por violência
Vemos que apenas uma pequena parcela dos casos encontrados nos Centros de
Saúde da Famı́lia são identificados e notificados, por isso a prevalência dos registros pela
Atenção Primária é muito baixa. Poucas mulheres se reconhecem em situação de violência,
fator que dificulta a promoção de ações e intervenções que visibilizem a problemática social
que é a violência doméstica (MARINHEIRO; VIEIRA; SOUZA 2006).
A notificação é parte de grande importância no atendimento na Atenção Básica
e de geração de números estatı́sticos para o Estado, pois é por meio deste registro que
a violência doméstica seja ela contra a mulher ou qualquer outro membro da famı́lia irá
ganhar destaque epidemiológico e visibilidade governamental permitindo assim a criação
de medidas e ações públicas para seu combate e prevenção. É dever do enfermeiro como
profissional de saúde mais próximo dessas vitimas notificar os casos que vier a ter conhe-
cimento, podendo responder por omissão se não notificado os casos que lhe chegam para
atendimento (SALIBA et al, 2007).
A capacitação das equipes de Saúde da Famı́lia é fundamental para os serviços de
saúde, pois os mesmos têm que estarem preparados para saber reconhecer e abordar no
acolhimento essa vı́tima, de forma que ela se sinta a vontade a falar do seu problema que
vai além do agravo fı́sico, informa sobre os recursos que a sociedade oferta, como delegacias
e casas-abrigos, fazendo com que outros setores tenham conhecimentos dos casos e possam
trabalhar de forma correta, garantido o direito e a dignidade dessas mulheres (OLIVEIRA;
FONSECA, 2006).
O dever das equipes de saúde da famı́lia não é apenas esperar a livre demanda
das mulheres vitimizadas, é também realizar buscas ativas na sua população de cober-
tura, através dos seus Agentes Comunitários de Saúde, no intuito de desenvolver ações
2007).
3 OBJETIVOS
3.3 Justificativa
minha atuação, enquanto acadêmica de enfermagem, nas unidades básicas de saúde que
nos serviam como campo de estágio. Durante o contato com mulheres nas consultas
preventivas foi possı́vel perceber que por muitas vezes as usuárias tentavam buscar ajuda
nessas consultas relatando episódios vividos de violência e comunicando aos profissionais
agravos causados pelas agressões.
4 Problema
4.1 Hipótese
4.2 Variáveis
5 METODOLOGIA
Método dialético segundo Lakatos & Marconi (p. 110. 2009): o método dialético
“penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação recı́proca, da contradição inerente
ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade”.
Estudo monográfico
5.3.1 Técnicas
Seguindo a orientação de Lakatos & Marconi (p. 11. 2009) corresponde a: do-
cumentação indireta, abrangendo a pesquisa documental e bibliográfica e documentação
direta: através da:
-Observação direta intensiva, com as técnicas da:
pelo menos um ano e que pertenciam na faixa etária de 20 a 55 anos. As mulheres parti-
cipantes eram 10 usuárias cadastradas no Centro de Saúde da Famı́lia Dr. José Galba de
Araújo que buscavam atendimento no Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher
e que estavam na faixa etária de 18 a 65 anos.
24
que ao longo da coleta e da análise serão nominadas por participantes, acompanhados por
numerais ordinais; exemplo: P1, P2, P3 e etc.
65 anos; mulheres não cadastradas no Centro de saúde ou que estivessem recebendo aten-
dimentos em outros programas desenvolvidos pela unidade de saúde que não o Programa
de Atenção Integral a Saúde da Mulher.
um ano, com idade entre 20 a 55 anos. Para os profissionais de enfermagem não foram
utilizados critérios de exclusão.
Os dados foram analisados por meio de Análise Temática segundo Bardin (1979.
P. 105) apud Minayo, (1996, p, 208-209): “A análise temática consiste em descobrir
os núcleos de sentido que compõem uma comunicação cuja presença signifique alguma
coisa para o objetivo analı́tico visado”, e seguirá a seguinte sequência: leitura e releitura,
constituição do material em categorias temáticas, e tratamento interpretativo e analı́tico
através da Análise de Discurso segundo Michel Pêcheux(1970) apud Minayo, (1996) :
25
social. Quanto ao local das entrevistas, a unidade básica de saúde disponibilizou uma
pequena sala, privada e confortável que pode ser alocada pelo pesquisador de acordo com
as rotinas administrativas da instituição.
O recrutamento dos sujeitos se deu nos setores de atendimentos clı́nicos de enfer-
magem do Centro de Saúde José Galba de Araújo. Esse procedimento foi precedido de
acordo com os protocolos éticos da Resolução 196/96 do Ministério da Saúde com pes-
quisas envolvendo seres humanos. Para cada modalidade de participantes (mulheres e
profissionais Enfermeiros) foi utilizado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(APENDICES C e D). Os documentos foram assinados em duas vias, sendo uma via
para o sujeito da pesquisa e outra para a pesquisadora. A pesquisa só foi iniciada após a
aprovação do Projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Saúde Pública do
Ceará (ANEXO B).
na Av. Fernandes Távora, no 3161, uma das principais avenidas do bairro Genibaú, zona
urbana de Fortaleza - CE. O Centro de Saúde faz parte das unidades da Regional V da
cidade de Fortaleza e faz vizinhança com o rio Maranguapinho. A região de localização
26
da unidade é uma área mista, de apresentação comercial e residencial, tem fácil acesso
A instituição tem um amplo espaço fı́sico contando com doze (12) consultórios
divididos entre médicos e enfermeiros, sendo 02 desses consultórios destinados a atendi-
mentos odontológicos e 02 ao atendimento ginecológico, uma farmácia, um laboratório de
coleta, sala de imunização, sala de curativo, sala de esterilização, sala de aerossol, sala de
coordenação, sala de administração, espaço para de reuniões, sala de coleta para teste do
pezinho, um auditório, expurgo, copa, banheiros, sendo 04 externos e 04 internos localiza-
dos dentro de outras salas, sala de espera para atendimento do Sistema de Atendimento
Médico e Estatı́stico (SAME), estacionamento disposto para funcionário.
Dos benefı́cios desse estudo irão se concretizar de acordo com as seguintes es-
tratégias: Uma (1) oficina pedagógica com inserções de educação saúde e cidadania da
cando assim que o problema da violência doméstica contra a mulher deve ser conduzida
tanto pela atenção primária como por outros locais assistenciais que disponibilizam de
redes institucionais na cidade de Fortaleza, e podem atender suas demandas da violência
doméstica.
práxis, à sua forma mais biologista, clı́nica com poucas ou quase nenhuma possibilidade de
abarcar essa questão social da violência contra a mulher, que é secundarizada nos limites
operacionais das unidades básicas de saúde.
gerou-se respostas positivada através de auto reconhecimento dos papéis sociais dos en-
fermeiros e seu compromisso polı́tico como agente social em um equipamento polı́tico e
institucional que é a unidade de saúde representativa da porta de entrada no Sistema
Único de Saúde, solo garantidor da saúde como direito. Instância operacional e pro-
gramática complexa e às vezes negada, silenciada e invisı́vel às demandas de mulheres
violentadas.
Para os enfermeiros é necessário um Seminário sobre o papel da Estratégia Saúde
da Famı́lia na luta contra a violência doméstica contra a mulher no qual apresentando
verdadeiro espaço de luta pela saúde da mulher de forma polı́tica engajada e cidadã.
Esclareço que ambas as proposições, tanto para as mulheres como para os enfermei-
ros só serão realizados após a conclusão, análise dos dados e defesa do trabalho perante
a Instituição proponente do Projeto de pesquisa. Os detalhes operacionais e logı́sticos
acontecem somente após os rituais do processo acadêmico.
dados foram coletados somente após a aprovação do mesmo. A pesquisa seguiu as normas
dos dados somente foram utilizados para os fins previstos nesta pesquisa, dentre outros
assegurados pela Resolução 196/96 da CNS/96.
pesquisa a não aceitassem participar mais do Estudo, o que deveria ser rigorosamente
aceito e respeitado pelos pesquisadores;
quisa;
provenientes de acidentes ou outros danos fisiológicos que possam por acaso se apre-
Dos cinco (5) profissionais de enfermagem entrevistados, todos foram do sexo fe-
minino. A média de idade desses profissionais foi de 44,4 anos. Em relação ao tempo de
formação profissional, a média foi de 14,2 anos. Os participantes trabalhavam na unidade
analisada, em média, há 5,2 anos. Todos possuı́am, pelo menos, uma especialização, sendo
saiba atuar quando se deparar com situações de violência doméstica contra a mulher,
desenvolvendo cuidados básicos de enfermagem como: acolher a mulher e sua condição,
se utilizar das possibilidades de apoio, construir vı́nculos de confiança profissional-usuária,
promover oportunidades de acesso aos serviços especializados e comunitários.
As polı́ticas nacionais colocam que, para que o atendimento a saúde da mulher seja
“[...] nos não fomos treinados, não fomos capacitados, não fomos
orientados, eu pelo menos não, nem na graduação.”(E1)
Foi possı́vel identificar que na procura por assistência, a mulher violentada difi-
cilmente fala abertamente da violência vivida. Ela busca uma solução de seu sofrimento
de forma indireta, através da busca por outros tipos de atendimentos, como consultas
ginecológicas ou atendimentos para terceiros. Mesmo que perguntada sobre a questão,
vivenciado.
Marinheiro, Vieira e Souza (2006) confirmam esse achado mostrando que a uni-
dade básica de saúde é a porta de entrada das mulheres vitimizadas, essa procura se
dá pela necessidade de atendimento para cuidados das sequelas deixadas pelas violência,
por isso elas chegam a unidade de saúde com diversificadas queixas que são vistas pelos
profissionais de forma fragmentada, sem visualizar a verdadeira condição da mulher.
Lettiere, Nakano e Rodrigues (2007) coloca em um de seus estudos que os serviços
de saúde possuem ampla cobertura e maior contato com as mulheres, sendo assim um local
gem na unidade estudada foi possı́vel observar que os profissionais entrevistados, mesmo
36
“Orientar e colocar o que ela pode procurar e o que ela tem a favor
dela para lutar contra isso [...]”(E3)
porta de entrada para a resolutividade de seu problema, e que os profissionais que prestam-
lhe atendimento preocupam-se e estão preparados para orientá-la sobre essa questão.
Brasil (2002) coloca que a indisponibilidade do profissional para escutar e orientar, assim
como falta de interesse nas narrativas das mulheres neste tipo de atendimento, acarreta
“Eu não me sinto protegida não. Porque aqui a gente não tem
proteção nenhuma, na unidade de saúde não tem proteção ne-
nhuma. Principalmente em relação a essa questão de violência,
sai da porta desse posto a gente está sujeito a qualquer coisa.”(E2)
Diante disto percebe-se que ao invés dos profissionais estarem posicionados nas
atuar quanto a questão, pois, o serviço não possuem estrutura ou um setor organizado para
o desenvolvimento desse trabalho, então o profissional reage a essa situação se afastando
ou negando a ação.
Marinheiro, Vieira e Souza (2006) acreditam que a falta de mecanismos existentes
para a proteção dos profissionais nos serviços de saúde colabora para que estes não se
envolva com os casos que chegam ao seu consultório, aumentando assim a complexidade
do fenômeno.
contra a mulher, pois as equipes da Estratégia Saúde da Famı́lia estão aptas a identifi-
car casos, realizar atividades de promoção e prevenção a saúde no combate a violência
doméstica, norteando-se pelo respeito a autonomia da usuária.
Quanto indagados sobre as perspectivas ou a possibilidade de desenvolvimento de
ações que combatam a violência dentro do Centro de Saúde foi sugerida a criação de um
grupo interdisciplinar especifico para esse tipo de atendimento, que fosse implantado em
cada Centro de Saúde do municı́pio ou o acréscimo de profissionais na Estratégia Saúde
da Famı́lia que pudessem auxiliar no atendimento.
com uma equipe de apoio, o Núcleo Assistência Social da Famı́lia (NASF), porém os pro-
fissionais dessa assistência não encontram-se diariamente dentro da unidade e junto com
a comunidade, além de atender um número desproporcional de usuários-profissionais, por
isso, seu atendimento é fracionado e não possui segmentos adequado.
O apoio diário de um grupo multiprofissional com especificidade para esse atendi-
Encaminhar a mulher para serviço especializado é necessário para que haja uma
assistência integral a mulher, porém, o encaminhamento não deve significar o fim das
responsabilidades dos Centros de Saúde com a usuária. Brasil (2010) orienta que o enca-
minhamento a outros serviços pode e deve acontecer a qualquer momento do atendimento,
deste que desejado pela mulher. Contudo, a equipe da unidade básica de saúde tem o
doméstica, deixando essa temática excluı́da das ações implantadas pela unidade.
Essa atividade possui papel fundamental na compreensão da comunidade a res-
peito do que venha a ser e de como combater a violência doméstica ou qualquer outra
temática a ser abordada. É importante que as atividades educativas sejam planejada e
que sigam a premissa de ”ouvir o outro”, na busca da sensibilização da comunidade para
são separadas sendo que apenas 01 mulher é solteira. Nesse estudo, 09 mulheres possuem
filhos sendo que 03 possuem um filho e 03 possuem três filhos.
Metade das entrevistadas sequer concluı́ram o Ensino Fundamental e apenas 01
concluiu o Ensino Médio. A maioria das mulheres estão trabalhando, porém, 04 ainda
Das entrevistadas 03 relataram já ter sido vitima de violência doméstica, 04 rela-
taram não ter sido vitima, contudo tinham ou tem contato com mulheres que vivem a
situação e frequentam a unidade de saúde, 03 relataram nunca ter sido vitima ou ter tido
proximidade com mulheres nessa condição. Esses achados cruzam-se com os de Schraiber
et al (2002) de que pelo menos uma em cada três usuárias dos serviços de saúde já viveu
Brasil (2006) coloca que os Centros de Saúde da Famı́lia são os locais adequados a
ofertar atenção básica a saúde, tem por caracterı́stica principal ser o contato preferencial
dos usuários de seu território adstrito. Essa preferência se dá pela acessibilidade e o forte
vinculo continuo com a comunidade que se presta serviços, podendo ser nomeada assim
como a porta de entrada para o atendimento em qualquer setor da rede de saúde.
41
Por está inserida dentro da comunidade, o Centro de Saúde da Famı́lia é visto pela
“[...] e lá deveria ter uma assistência para dá para mulher, que é
um canto mais próximo onde possa correr, é no posto.”(M6)
“Cada bairro era pra ter um posto com um núcleo. Tivesse pa-
lestra, uma coisa orientando tanto para a mulher, quanto para o
homem, porque tudo isso ia desenvolvendo mais. Eu acho que aca-
baria mais com a violência que é uma coisa que hoje em dia tem
muita violência em respeito de mulher, muita, muita, muita!”(M6)
assistência que tenha enfoque ocupacional, legal e que vise a segurança das mulheres que
procuram os Centros de Saúde. Vê-se que as polı́ticas públicas estão sendo divulgadas,
porém não executadas adequadamente (MIRANDA et al, 2010).
Brasil (2005) coloca que as polı́ticas publicas deve ser universal e garantir o acesso
aos direitos sociais, culturais e econômicos a todas as mulheres. Mas quando entra-se aos
setores participantes das redes de assistência é possı́vel ver que os profissionais não estão
preparados para esse tipo de atendimento, e mesmo tendo alguma capacitação as esferas
municipais não permitem condições para a realização desse da assistência.
As polı́ticas publicas devem ser revistas, pois, ainda existe na Estratégia Saúde
da Famı́lia a idéia de que a violência doméstica contra a mulher é um evento irrelevante
para os serviços de saúde. Essa desconstrução de valores equivocados é crucial para um
atendimento adequado e capacitado as mulheres vitimas da violência.
Fortaleza (2008) valida essa afirmativa colocando que é necessário a composição de
novos debates públicos, que tracem novos objetivos e diferentes ações, que possam abrir
novos caminhos para o enfrentamento a violência contra a mulher pela atenção primária
de saúde.
Nessa parte da analise faz-se uma reflexão sobre as narrativas de duas mulheres
do desejo de buscar ajuda, mas com a desorientação de onde encontrá-la. Vale ressaltar
que as falas aqui citadas são de mulheres que revelaram ter sofrido violência no âmbito
doméstico.
Caso No 2 - “Eu levei tapa na cara, mas isso não dói. O que dói
mais são as palavras, né? levei do meu ex-marido e do atual. Já
tive três maridos, mas só o primeiro e atual, o segundo não fez
isso não. Mas foi com as palavras que doeu mais. Eu não sei se é
por que também a violência que eu sofri não é aquela enorme. Eu
acho que a palavra dói mais. A gente fica muito sensı́vel, chora
por besteira, quer deixar o companheiro mas o companheiro não
quer deixar ela, a gente fica no estreito sem saber o que fazer,
né? Existe a vontade de deixar mas o companheiro não deixa. Eu
vivo com meu marido e ele é muito ignorante, me agrediu poucas
vezes quando ele bebia, agora ele não bebe mais. Mas muitas vezes
mandei ele ir embora por que a casa é minha e ele nunca foi, num
vai e eu também não tenho coragem de chamar a polı́cia, não tenho
coragem de fazer escândalo. Aı́ fica nisso, né? Aı́ eu coloquei placa
de venda na minha casa, se eu vender vou-me embora, compro em
outro lugar e não dou nem o endereço. Para mim sempre dizem
que tem a delegacia da mulher mas eu não boto muita fé nisso
não, sinceramente não.”(M5)
para o fim da vivência da violência. A separação surgi como meio de libertação, mesmo
com a ausência do apoio de qualquer um dos órgão da rede, em qualquer instância, fator
essa que dificultou na decisão das mesma.
Vieira et al (2009) expressa que a separação é a forma que a mulher encontra para
resistir a violência, mesmo que seu ciclo retorne ao seu cotidiano, no retorno ou encontro
de um novo companheiro, como identificado no Caso N◦ 2. O autor ainda coloca que a
baixa situação econômica da famı́lia e a instabilidade social são fatores que predispõem
para essas separações constantes.
Para que muitos desses relatos pudessem emergir, foi necessário que houvesse um
estimulo da parte da pesquisadora para com a mulher. É preciso que o profissional de
enfermagem saiba que não são apenas sinais de violência fı́sica que podem nos lembrar a
problemática, mas também pequenas falas que, muitas vezes não são tão claras, mas que
sinalizam um pedido de ajuda.
Scharaiber e d’Oliveira (2003) apontam que breves relatos sobre: ataques com
os aqui citados, nos serviços de saúde. Fazendo assim com que boa parte das mulheres
sintam-se seguras a buscar ajuda e mais acolhidas a procurar apoio.
Ou seja, os relatos de violência sofrida não devem se deter apenas a meros enca-
minhamentos automáticos ou a espécie de interrogatórios policiais. O cuidado de saúde
deve ir além, tendo seu foco centralizado no sigilo, segurança e respeito pelo temor da
45
revelação , mostrando interesse no problema vivido pela mulher, mas com uma percepção
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vê-se que o silêncio e a invisibilidade estão acobertados pela mulher que não ousa
pronunciar sua dor, e pelo profissional, que não se encontra como solidário ao sofrimento,
pois, traz em sua prática a fragilidade desse encontro. Situação esta que reconhece que
ambas as partes tentam se preservar em seus mecanismo de defesa: o medo.
A formação acadêmica da enfermagem não contempla o debate ou mesmo episte-
A Atenção Básica brasileira deve acordar para a tragédia social que é a violência
doméstica contra a mulher e passar a implementar novas polı́ticas públicas de saúde para
esse tipo de atendimento, é possı́vel promover ações de promoção e prevenção à saúde da
mulher em termos de violência. É necessário que na Estratégia Saúde da Famı́lia formule
uma nova visão sobre as relações sociais como meio de construir uma assistência mais
completa.
prática de enfermagem a violência contra a mulher no Brasil. Sugiro que novos estudos
e pesquisas sejam continuadas no âmbito da enfermagem e que tragam contribuições ao
debate aqui iniciado.
Rafaelle
50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
gênero e o trabalho das equipes de saúde da famı́lia. Rev. Esc. Enfermagem. São
Paulo, 2007.
BRASIL, Ministério da Saúde. Violência intrafamiliar. Edt. Ministério da Saúde,
Brası́lia, 2002.
JANUÁRIO, I.S.; LIMA, I.P.; BRITO, P.J.; LIRA, S.K.F.;CARNEIRO, A.D. Violência
51
Paulo. 2009.
LETTIERE, A.; NAKANO,A.M.S.; RODRIGUES, D.T. Violência contra a mulher:
a visibilidade do problema para um grupo de profissionais de saúde. Rev. Esc.
Enfermagem. São Paulo, 2007.
APÊNDICE A
Sujeito
Idade:
Estado civil:
Filhos:
Ocupação:
Nı́vel educacional:
APÊNDICE B
Sujeito
Idade:
Tempo de formação profissional: anos.
Tempo de trabalho na instituição: anos.
Pós Graduação:
1- Como você percebe a Violência Doméstica Contra a Mulher na sua prática profissional?
3- Como sugere que esse problema deva ser tratado dentro da prática da Estratégia Saúde
da Famı́lia?
APÊNDICE C
um atendimento que fale de brigas com agressões entre parentes em casa. Estou fazendo
essas perguntas para a senhora porque quero saber se nas consultas aqui do posto existe
uma boa conversa com o enfermeiro, uma boa troca de informações sobre agressões em
casa, nós precisamos estudar bem esse assunto para que esta consulta venha a melhorar
esse problema, mas eu preciso da sua colaboração para estudar como as mulheres lidam
com essas agressões em suas casas. Qualquer tipo de mal estar ou vontade de não querer
responder, a senhora se sinta a vontade para parar de falar, pois a senhora não é obrigada a
continuar respondendo, peço sua autorização para gravar essa nossa conversa, fotografar
caso à senhora permita sem mostrar seu rosto, de forma a preservar sua identidade.
Garanto para a senhora que sua identidade será preservada e que ninguém irá saber quem
é, porque esse é um estudo cientı́fico e que a gente preserva a sua identidade. Sua fotografia
só será revelada se a senhora autorizar.
Preciso de sua autorização para que nossa conversa seja gravada, e eu possa depois ana-
lisar, estudar tudo que você falou bem direitinho. Meu estudo é uma atividade da minha
Faculdade, é uma coisa correta, honesta, que passou pela avaliação de pessoas que cuidam
57
de zelar pelos cuidados desse tipo de estudo. Se você quiser participar do meu estudo da
Faculdade, será muito importante para mim e para isso não será cobrado nenhum dinheiro
de qualquer espécie, e se aceitar participar, pode em qualquer momento de nossa conversa
desistir de continuar sem que seja prejudicado em nada.
Agradeço e deixo o meu telefone (085 88367664) para que a senhora possa ligar a qualquer
hora para tirar alguma dúvida. Deixo também o Endereço e o telefone do local que meu
protegida. Por isso não divulgaremos o seu nome em nada desse estudo. Muito obrigada.
O trabalho será submetido a analise do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Saúde
Pública do Ceará, no endereço Avenida Antônio Justa, 3161 - Meireles - CEP - 60.165-090
Fortaleza/Ce, Fone (85) 3101 1406. O Estudo obedece as normas da Resolução No 196 de
Compromissos éticos
Dentre as normas previstas na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde / Mi-
nistério da Saúde, destacamos o cumprimento de garantia de você:
3. Retirar seu consentimento a todo o momento da pesquisa, sem que isso ocorra em
58
4. Receber garantias de que não haverá divulgação de seu nome ou de qualquer outra
forma de informação que ponha em risco sua privacidade e anonimato;
Nós, Nádia Marques Gadelha Pinheiro - coordenadora responsável por este projeto e
Pesquisador Orientador
Sujeito Pesquisada
Testemunha
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Assinatura da Pesquisadora
Fortaleza-ce / /2011
60
APÊNDICE D
A senhora (o) está sendo convidada para participar da pesquisa do estudo sobre MU-
LHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NA ESTRATÉGIA DE
SAÚDE DA FAMILIA. Esse estudo será realizado por mim, Rafaelle Dantas Bezerra,
estudante do Curso de Enfermagem da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza (FGF),
o qual será orientado pela professora Ms. Nádia Marques Gadelha Pinheiro. Estou pe-
pessoas, que bases teóricas de enfermagem lhe subsidiam a sua atuação, você não será
obrigado (a) a responder. Porque meu interesse, como pesquisadora, é apenas como
pesquisadora é entender sua prática profissional do ponto de vista cientı́fico.
Na conclusão do estudo os benefı́cios dessa pesquisa poderão contribuir para melhoria da
saúde da mulher vitima de violência doméstica. Como também para a própria enfermagem
como campo cientı́fico de conhecimento que atua na atenção primária da Estratégia Saúde
da Famı́lia. (As pesquisadoras se encontram disponı́veis a esclarecer qualquer dúvida
durante e após a pesquisa, por meio dos contatos: Rafaelle Dantas Bezerra (85) 88367664)
e pelo email: rafaelledantas2301@gmail.com e com a orientadora Nádia Marques Gadelha
Compromissos éticos
9. Retirar seu consentimento a todo o momento da pesquisa, sem que isso ocorra em
10. Receber garantias de que não haverá divulgação de seu nome ou de qualquer outra
forma de informação que ponha em risco sua privacidade e anonimato;
Nós, Nádia Marques Gadelha Pinheiro - coordenadora responsável por este projeto - e
Rafaelle Dantas Bezerra - pesquisadora, assumimos o compromisso de cumprir os termos
Pesquisador Orientador
Pesquisado
Fortaleza-ce / /2011
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Assinatura da Pesquisada
Assinatura da Orientadora
Assinatura da Pesquisadora
Fortaleza-ce / /2011
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ANEXO A
ANEXO B
ANEXO C