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PARECER JURÍDICO SOBRE CONSTITUIÇÃO DE ENTIDADES DE PRÁTICA

DESPORTIVA, CLUBES, FEDERAÇÕES E CONFEDERAÇÕES.

EMENTA: CONSTITUIÇÃO DE
ENTIDADES DE PRÁTICA
DESPORTIVA, CLUBES,
FEDERAÇÕES E CONFEDERAÇÕES E
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL.
1- RELATÓRIO:

Trata o presente parecer de esclarecer a legislação aplicável e a forma de


constituição das entidades de prática esportiva, (Clubes), entidades de
administração regional do desporto (Federações) e entidade de administração
nacional do desporto (confederações).

As Confederações, Federações e Clubes são entidades que compõem o Sistema


Nacional do Desporto, entidades nacionais de administração do desporto; entidades
regionais de administração do desporto; e entidades de prática desportiva filiadas ou
não àquelas referidas nos incisos anteriores.

Uma Confederação é constituída pela união de três ou mais Federações e representa a


modalidade esportiva nacional e internacionalmente; Uma Federação é constituída por
três ou mais entidades de prática desportiva, Clubes, e representa a modalidade
esportiva no Estado de sua jurisdição.

2 – DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
2.1 - DO REQUISITO FORMAL PARA CONSTITUIÇÃO DAS FEDERAÇÕES E
CONFEDERAÇÕES PREVISTO NO DECRETO 3.199 DE 1941 QUE ESTABELECE
AS BASES DE ORGANIZAÇÃO DOS DEPORTOS EM TODO O PAÍS.

O Decreto 3.199 de 1941 é o fundamento jurídico que estabelece o requisito formal de


constituição das entidades de administração regional do desporto (Federações) e as
entidades de administração nacional do desporto (Confederações).

O referido Decreto está vigente e foi recepcionado pela constituição federal e encontra-
se no site do planalto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-
1946/Del3199.htm199 de 1941, cópia em anexo.

A legislação supracitada é a referência no país para a constituição das entidades


Federações e Confederações e esclarece de forma didática a forma de constituição das
Confederações e Federações, art. 14:

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Art. 14 Não poderá organizar-se uma Confederação especializada
ou eclética, sem que concorram pelo menos, três Federações que
tratem do desporto ou de cada um dos desportos que ela pretenda
dirigir, nem entrará a funcionar sem a devida autorização do Conselho
Nacional de Desportos. (Redação dada pela Lei nº 4.638, de 1965)

§ 1º Caberá às Confederações instituídas na forma da lei o exercício


do poder desportivo no território nacional, a representação das suas
atividades no exterior e o intercâmbio com as entidades
internacionais. (Incluído pela Lei nº 4.638, de 1965)

CAPÍTULO IV

DAS FEDERAÇÕES DESPORTIVAS

Art. 18. As federações, filiadas às confederações, são os órgãos de


direção dos desportos em cada uma das unidades territoriais do país
(Distrito Federal, Estados, Territórios).

Art. 19. Poderão as federações ser especializadas ou ecléticas,


segundo tratem de um só, ou de dois ou mais desportos.

Art. 20. As confederações darão filiação, no Distrito Federal e em cada


Estado ou Território, a uma única federação para cada desporto.

Art. 21. Sempre que existam, no Distrito Federal e em cada Estado


ou Território, pelo menos três associações desportivas que tratem do
mesmo desporto, ficarão elas sob a direção de uma federação, que
poderá ser especializada ou eclética.

Assim, conclui-se que para a regular existência de uma Federação necessário se faz
necessário a união de três entidades de prática desportiva (Clubes). Para a existência
regular de uma Confederação necessário se faz ao menos a união de três entidades de
administração do desporto em âmbito regional, Federações.

2.2 - DO SISTEMA NACIONAL DO DESPORTO E SUA COMPOSIÇÃO NA FORMA


DA LEI – 9.615/1998.

A Lei 9.615 de 1998 determinou de forma taxativa as pessoas jurídicas que compõem
o Sistema Nacional do Desporto.

A referida legislação também dispôs sobre a representatividade das Confederações,


Federações e entidades de prática desportiva, Clubes e classificou as entidades em:
Entidades Nacionais de Administração do desporto, leia-se Confederações; Entidades
Regionais de Administração do desporto, leia-se Federações, e entidades de Prática
desportiva, clubes.

Ora, a própria nomenclatura já informa a representatividade da entidade, Nacional e


Regional, Confederação e Federação:

Do Sistema Nacional do Desporto

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Art. 13. O Sistema Nacional do Desporto tem por finalidade
promover e aprimorar as práticas desportivas de rendimento.

Parágrafo único. O Sistema Nacional do Desporto congrega as


pessoas físicas e jurídicas de direito privado, com ou sem fins
lucrativos, encarregadas da coordenação, administração,
normatização, apoio e prática do desporto, bem como as incumbidas
da Justiça Desportiva e, especialmente: (Redação dada pela Lei nº
12.395, de 2011).

I - o Comitê Olímpico Brasileiro-COB;

II - o Comitê Paraolímpico Brasileiro;

III - as entidades nacionais de administração do desporto;

IV - as entidades regionais de administração do desporto;

V - as ligas regionais e nacionais;

VI - as entidades de prática desportiva filiadas ou não àquelas


referidas nos incisos anteriores.

O conceito de uma Confederação Esportiva é de que cada modalidade esportiva tem a


sua própria Confederação, haja vista que a entidade nacional exercerá a
representatividade da sua categoria esportiva em nível nacional e internacional, sendo
suas filiadas as Federações que exercerão a representatividade esportiva
regionalmente, em sua jurisdição, sendo suas filiadas as entidades de prática esportiva,
clubes sediados na sua jurisdição.

Cabe ilustrar com o conceito de Confederação Brasileira de Desportos retirado da


Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Confederação_Brasileira_de_Desportos.

Confederação Brasileira de Desportos foi a


entidade brasileira responsável pela organização de todo esporte no
país. Cada modalidade tem a sua própria confederação, sendo que
a entidade que faz o papel de desenvolver o esporte hoje através de
uma estratégia global e articulando com todas as modalidades é
o Comitê Olímpico Brasileiro.

Antes de cada esporte ter a sua confederação própria, todos tinham


como referência a CBD, que era a entidade com voz máxima no
Brasil.
Somente após a extinção da CBD, em 1979, foi criada a atual
Confederação Brasileira de Futebol - CBF. Já no ano subsequente,
o campeonato nacional de futebol passou a ser organizado
pela CBF.1

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Assim, para cada modalidade esportiva só haverá um representante em todo o território
nacional, a entidade de administração do desporto, Confederação.

2.3 – DA FORMA PREVISTA PARA O FUCNIONAMENTO DAS ASSOCIAÇÕES NA


LEI 10.406/2002 QUE INSTITUI O CÓDIGO CIVIL - ARTIGOS 53 A 61.

As entidades de prática desportiva Clubes, Federações e Confederação são


constituídas juridicamente na forma de associações, pela união de duas ou mais
pessoas, para a constituição dos Clubes; de três ou mais entidades de prática
desportiva para a constituição das Federações, e de três ou mais Federações para
a constituição de uma Confederação.

Assim, a natureza jurídica dos Clubes, Federações e Confederações é associativa e a


sua forma de atuação e procedimentos estão estabelecidos no código civil, no
CAPÍTULO II DAS ASSOCIAÇÕES, artigos 53 a 61 do Código Civil de 2002.

CAPÍTULO II
DAS ASSOCIAÇÕES

Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se


organizem para fins não econômicos.

Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações


recíprocos.

Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:

I - a denominação, os fins e a sede da associação;

II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos


associados;

III - os direitos e deveres dos associados;

IV - as fontes de recursos para sua manutenção;

V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos


deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)

VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e


para a dissolução.

VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das


respectivas contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005)

Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto


poderá instituir categorias com vantagens especiais.

Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não


dispuser o contrário.

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Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do
patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si,
na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo
disposição diversa do estatuto.

Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa,


assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de
recurso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127,
de 2005)

Parágrafo único.(Revogado pela Lei nº 11.127, de 2005)

Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito


ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos
casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.

Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral: (Redação dada


pela Lei nº 11.127, de 2005)

I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei nº 11.127,


de 2005)

II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)

Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos


I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente
convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto,
bem como os critérios de eleição dos administradores. (Redação dada
pela Lei nº 11.127, de 2005)

Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do


estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-
la. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)

Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio


líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais
referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não
econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos
associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou
semelhantes.

§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos


associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida
neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as
contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.

§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no


Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições
indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à
Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.

Desta feita, mister se faz que os estatutos das entidades de natureza jurídica associativa
(Clubes, federações e Confederações) devem estar de acordo com a legislação pátria
e em consonância com os artigos 53 a 61 do Código Civil, não podendo o estatuto da
entidade contrariar no que a Lei prevê, tais como a forma de administração da entidade,

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exclusão dos associados, alteração do estatuto, destituição dos administradores e até
a forma de dissolução da entidade.

2.4 – DA OBRIGATORIEDADE DOS REGISTROS DOS ATOS CONSTITUTIVOS DAS


PESSOAS JURÍDICAS CONSTITUÍDAS - LEI 9.015/1973 QUE DISPÕE SOBRE OS
REGISTROS PÚBLICOS

Nesse diapasão, a forma jurídica é a estabelecida nos artigos 43 a 53 do Código Civil,


Art. 23 da Lei 9615/94 e Arts. 115 a 121 da Lei nº 6015/73 (Lei de Registros Públicos).

A Lei 9.015 de 1973 estabelece a obrigatoriedade de registrar todos os atos constitutivos


das pessoas jurídicas, conforme abaixo transcrito destacamos alguns dos artigos
citados:

TÍTULO III
Do Registro Civil de Pessoas Jurídicas

CAPÍTULO I
Da Escrituração

Art. 115. No registro civil de pessoas jurídicas serão inscritos:

I - os contratos, os atos constitutivos, o estatuto ou compromissos


das sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas ou literárias,
bem como o das fundações e das associações de utilidade pública;

II - as sociedades civis que revestirem as formas estabelecidas nas


leis comerciais, salvo as anônimas.

Parágrafo único. No mesmo cartório será feito o registro dos jornais,


periódicos, oficinas impressoras, empresas de radiodifusão e agências de
notícias a que se refere o artigo 8º da Lei n. 5.250, de 9 de fevereiro de
1967.

Art. 118. Todos os exemplares de contratos, de atos, de estatuto e de


publicações, registrados e arquivados serão encadernados por periódicos
certos, acompanhados de índice que facilite a busca e o exame.

Art. 119. Os oficiais farão índices, pela ordem cronológica e alfabética,


de todos os registros e arquivamentos, podendo adotar o sistema de fichas,
mas ficando sempre responsáveis por qualquer erro ou omissão.

Art. 120. A existência legal das pessoas jurídicas só começa com


o registro de seus atos constitutivos.

Parágrafo único. Quando o funcionamento da sociedade depender de


aprovação da autoridade, sem esta não poderá ser feito o registro.

CAPÍTULO II
Da Pessoa Jurídica

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Art. 121. O registro das sociedades e fundações consistirá na
declaração, feita no livro, pelo oficial, do número de ordem, da data da
apresentação e da espécie do ato constitutivo, com as seguintes
indicações:

I - a denominação, o fundo social, quando houver, os fins e a sede


da associação ou fundação, bem como o tempo de sua duração;

II - o modo por que se administra e representa a sociedade, ativa e


passivamente, judicial e extrajudicialmente;

III - se o estatuto, o contrato ou o compromisso é reformável, no


tocante à administração, e de que modo;

IV - se os membros respondem ou não, subsidiariamente, pelas


obrigações sociais;

V - as condições de extinção da pessoa jurídica e nesse caso o


destino do seu patrimônio;

VI - os nomes dos fundadores ou instituidores e dos membros da


diretoria, provisória ou definitiva, com indicação da nacionalidade, estado
civil e profissão de cada um, bem como o nome e residência do
apresentante dos exemplares.

Assim, inicia-se a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com registro
dos seus estatutos no Registro Civil de Pessoas Jurídicas – RCPJ da localidade sede
que está sendo constituída a entidade

3 – DO ROTEIRO PARA CONSTITUIÇÃO DE UMA ENTIDADE DE PRÁTICA


DESPORTIVA ASSOCIATIVA, CLUBES, FEDERAÇÕES E CONFEDERAÇÕES

Para a constituição de uma Entidade de Prática desportiva Associativa, Clubes,


Federações e Confederações.

As etapas são as seguintes:

Primeiramente deve haver o animus associativo. Uma associação é criada para atingir
um objetivo comum entre os seus associados.

Esses objetivos devem ser claros e identificados no estatuto social e o único objetivo de
se constituir uma associação é o de perseguir e desenvolver esses objetivos.

Uma associação não pode perseguir o lucro esse é um dever de uma sociedade
empresarial essa última persegue e tem o dever de obter lucro.

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Uma associação deve e pode ter atividades econômicas a fim de conseguir a renda
necessária para atingir os seus objetivos sociais.

Se uma associação possuir renda ela não pode distribuir entre os associados e isso não
significa lucro é tratado pela contabilidade como superávit e deve ser aplicado e
investido em seus objetivos sociais.

3.1 – DA CONVOCAÇÃO POR EDITAL PARA A FUNDAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO, ATA


DE FUNDAÇÃO E ELEIÇÃO DA 1ª DIRETORIA E REGISTRO NO CARTÓRIO DE
REGISTROS DE PESSOA JURÍDICA

Assim, após a definição dos objetivos sociais e desde que exista entre os associados o
animus associativo os interessados devem convocar pela publicação de um edital os
interessados que desejam constituir a respectiva entidade associativa.

Assim, deve ser publicado um Edital contendo dia, hora, local e a pauta da Assembleia
Geral para o ato de fundação da entidade.

Assim, será realizada a 1ª reunião dos associados e a 1ª ato constitutivo é a Ata de


fundação e criação da entidade. Nesse mesmo ato será eleita a 1ª diretoria da entidade
com a qualificação completa de todos os membros que comporá a diretoria e será
assinada pelo Presidente eleito e o secretário nomeado.

Assim, teremos a Ata de Fundação e Eleição da 1ª Diretoria e o Estatuto aprovado nessa


mesma Assembleia. O Estatuto e a ata devem estar assinados por advogado.

Após as formalidades acima descritas esses atos deverão ser levados a Registro, no
cartório de Registro de Pessoas Jurídicas – RCPJ da localidade, conforme determina a
Lei 6.015/1994, Lei de Registros Públicos, juntamente com a Declaração de
Desimpedimento do Presidente da entidade nos termos que: “Eu, (nome do Presidente),
declaro sob as penas da Lei, que não estou impedido de exercer a administração da
(denominação da associação), por Lei especial ou em virtude de condenação Criminal”.

Após o registro dos atos constitutivos da entidade deverá ser encaminhado a Secretaria
da Receita Federal uma via de cada ato registrado, ou seja, uma via da Ata de Fundação
e Eleição e uma via do Estatuto para fins de obtenção do número de Cadastro Nacional
de Pessoas Jurídicas.

Em se tratando de entidade esportiva da modalidade do Tiro Prático ou Esportivo


a entidade deverá cumprir as formalidades determinadas na legislação infra,
emanada pelo Exército Brasileiro, a fim de obter o Certificado de Registro o qual
autorizará o efetivo funcionamento da entidade.

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As entidades de prática esportiva, Federações e Confederações também devem obter
o Alvará de funcionamento junto à Prefeitura da localidade e caso a entidade possuir
estande de tiro também deverá obter a devida autorização para o funcionamento junto
ao Exército Brasileiro, devendo tal autorização estar apostilada em seu Certificado de
Registro.

É importante que a associação constitua um contador para providenciar não só a


inscrição do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídica - CNPJ, mas para disponibilizar
todas as orientações necessárias para a organização financeira da associação.

Realizados os procedimentos acima, constituída está a associação, para todos os


efeitos legais.

3.2 – DA FORMAÇÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA

A formação do TJD é inteiramente disciplinada pelo CÓDIGO BRASILEIRO DE


JUSTIÇA DESPORTIVA - CBJD recentemente alterado pela Resolução Nº 29 de 10 de
dezembro de 2009, em seus artigos 4º-B e seguintes e pela Lei 9.615/94.

O TJD é composto por nove membros denominados auditores de acordo com as


previsões do artigo 5º do CBJD, sendo dois indicados pela entidade regional de
administração de desporto, dois indicados pelas entidades de prática desportiva que
participem da principal competição da entidade regional de administração do desporto,
dois advogados indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil, por intermédio da
Seção correspondente à territorialidade, um representante dos árbitros, indicados pelo
seu órgão regional de classe e dois representantes dos atletas, indicados pelo seu órgão
regional de classe. Haverá ainda a escolha de um Presidente e um Vice Presidente do
TJD que será de acordo com as disposições do Regimento interno e na forma da lei.

O TJD deve ter no mínimo uma comissão disciplinar, podendo existir quantas mais se
fizerem necessárias. Cada comissão será composta de cinco membros denominados
auditores, os quais serão indicados pelos membros do Tribunal Pleno, não podendo
estes pertencer ao respectivo TJD, sob pena de violar o duplo grau de jurisdição.

Por fim, estabelecido o Tribunal, a Federação, em tese, estará apta para encaminhar o
pedido de filiação desde que atenda todas as formalidades exigidas pela sua respectiva
Confederação.

4 – RELAÇÃO DOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS À UMA ENTIDADE DE


PRÁTICA DESPORTIVA, CLUBES, FEDERAÇÕES E CONFEDERAÇÕES.
Os documentos necessários de uma associação para atuar na área do Tiro esportivo
são:

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1 - Estatuto Social contendo visto de advogado com respectivo número de inscrição na
OAB (Lei nº 8906/94, Art. 1º, parágrafo 2º) atualizado na forma o código civil, Lei 10.406
de 2002;

2 - Ata de Fundação/Eleição contendo visto de advogado com respectivo número de


inscrição na (OAB, Lei nº 8906/94, Art. 1º parágrafo 2º);

3 – Ata de Eleição da Diretoria - Relação dos componentes da Diretoria


Atual (Diretoria e Conselhos) assinada pelo presidente, com indicação de
nacionalidade, estado civil, profissão, nº do RG e CPF de cada um dos membros; (O
mandato da diretoria terá período determinado e após o período deverá haver nova
eleição)

4 - Relação dos associados fundadores assinada pelo presidente, com indicação de


nacionalidade, estado civil, profissão e nº do RG e CPF de cada um dos membros.

5- CNPJ;

6- Certificado de Registro junto ao Exército Brasileiro;

7- Alvará de funcionamento junto à Prefeitura da localidade;

8- Anualmente a entidade deverá fazer a prestação de contas em Assembléia para


homologação e aprovação;

9- Declaração de Renda junto à Receita Federal;

10- Escrituração contábil atualizada;

11 – A Entidade deve apresentar as certidões criminais e de bons antecedentes


de seu Presidente e de toda a diretoria;

12- A Entidade deve apresentar as modalidades nacionais e internacionais que


fomenta e seus respectivos regulamentos;

13 – A entidade deve comprovar documentalmente a filiação a entidades


internacionais;

14 – A Entidade deve comprovar a participação em campeonatos internacionais


de suas modalidades;

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15 – A entidade deve comprovar o fomento do esporte com organização de provas
e competições;

16- A entidade deve apresentar seu calendário desportivo e resultados do ano


anterior com sumulas de participação e resultados; e

17 – A entidade deve comprovar a filiação de seus entes federativos e atletas.

5- CONCLUSÃO:

Em apertada síntese:

Cumpre destacar que cada modalidade esportiva possui a sua própria Confederação.

Assim, para que uma Federação criada se torne oficial em termos de


representatividade da modalidade ESPORTIVA na esfera estadual é necessário
que após todo processo de constituição da Federação, seja encaminhado o
pedido de filiação à entidade de administração nacional da modalidade a qual
representa.

A homologação do requerimento depende, dentre outras exigências, do atendimento


aos requisitos estabelecidos por cada Confederação em seu estatuto social. Salvo
eventuais peculiaridades, os requisitos básicos de filiação se fundam na comprovação
das etapas do ato constitutivo, na inscrição do CNPJ e na composição do Tribunal de
Justiça Desportiva, noticiando os membros auditores que o compõe.

Uma Federação deve ser constituída por no mínimo três entidades de prática desportiva,
denominadas clubes, com sede na mesma jurisdição da Federação, devendo a entidade
de representação estadual requerer a sua filiação à Confederação representativa da sua
respectiva modalidade esportiva.

Só pode existir uma Confederação para cada modalidade esportiva

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2015.

S.M.J,
É o Parecer

Núbia Rezende Tavares


Advogada – 126.091 OAB/RJ

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