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Patologia - Concreto 1 PDF
Patologia - Concreto 1 PDF
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
elaborado por
Diego dos Santos da Trindade
COMISSÃO EXAMINADORA:
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus por estar sempre presente em minha vida e ao longo do
curso me encorajando e dando forças.
A minha família, em especial a minha mãe Maria Nelci pelo amor, incentivo, apoio
incondicional e que muitas vezes abriu mão de seus sonhos para que o meu fosse realizado e sempre
acreditou em mim independente da circunstância.
Aos meus colegas de graduação que estiveram ao longo desta jornada e me ajudaram
diretamente e indiretamente para que eu chegasse neste momento tão esperado.
Aos meus amigos do “coleginho”, Janio, Diego e Luis Felipe, que mesmo com o tempo
passando, continuam sendo grandes parceiros e sempre acreditaram em mim.
Aos meus amigos da Primeira Igreja Batista de Santa Maria e do GP pelo companheirismo e
amizade ao longo destes anos e por terem estado ao meu lado nos bons e maus momentos e por serem
verdadeiros irmãos sempre dispostos a me ajudar no que fosse preciso.
Aos professores Eduardo Rizzatti e Marco Antônio Pinheiro por disporem seu tempo e
aceitarem o meu convite para compor a banca do meu TCC.
Ao professor Joaquim C. Pizzutti dos Santos, pela paciência, pelos ensinamentos técnicos, por
aceitar meu convite para ser meu orientador e por estar sempre disponível para ajudar mesmo
possuindo diversas tarefas para realizar.
Enfim, a todos que de maneira direta ou indireta contribuíram para a realização deste trabalho,
o meu sincero: Muito Obrigado.
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RESUMO
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 14
1.1 Justificativa .................................................................................................................................. 15
1.2 Objetivos ..................................................................................................................................... 15
1.2.1 Objetivo geral ....................................................................................................................... 15
1.2.2 Objetivos específicos............................................................................................................ 15
1.3 Estrutura de apresentação do trabalho ...................................................................................... 15
6 CONCLUSÃO .............................................................................................. 84
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 86
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1 INTRODUÇÃO
Desde a antiguidade o homem procura fazer uso de estruturas que tragam mais
facilidade e comodidade para sua vida. Desde estruturas habitacionais como casas, sobrados,
prédios e mais recentemente nos últimos dois séculos, também estruturas que lhe rendam uma
maior agilidade em sua locomoção, tais como estradas e pontes pavimentadas, assim como
estruturas que lhe assegurem reservar e transportar água, como barragens e aquedutos
respectivamente. Essas e muitas outras obras vêm sendo realizadas pelo homem ao decorrer
dos anos em prol de sua sobrevivência e desenvolvimento.
Diante deste panorama, fica evidente que a procura por materiais e técnicas que
venham a suprir estruturas cada vez mais robustas se torna alvo importante do ser humano.
Foi assim que surgiu o concreto armado, visando resolver problemas que haviam na
época ou que a solução era praticamente inviável financeiramente ou mesmo de ser
executada.
A partir do surgimento do concreto armado, suas técnicas de cálculo e projetos foram
sendo aperfeiçoados cada vez mais, assim como os cuidados ao executar estruturas desse
material.
Em certas épocas e regiões do mundo, houve um crescimento rápido e acelerado na
construção civil, com inovações e novidades de projeto, execução e materiais usados, sendo
vantajoso em certa parcela, mas trouxe risco por não se ter um grande conhecimento acerca
das novas técnicas. Aceitos os riscos e com o desconhecimento e falta de experiência,
juntamente veio o surgimento de inúmeras manifestações patológicas nas estruturas, podendo
causar a diminuição da vida útil da mesma e até mesmo risco de acidentes fatais, dependendo
da falha que certo elemento estrutural venha a possuir.
A fim de estudar as manifestações patológicas no concreto armado, foi lançada uma
nova área de estudos, chamada de patologia do concreto armado.
Diversas são as causas que levam uma estrutura a sofrer danos, por isso é de extrema
importância o estudo desse ramo da engenharia, para que sejam evitadas manifestações
patológicas que venham a diminuir a durabilidade das estruturas, assim como é necessário um
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1.1 Justificativa
1.2 Objetivos
Este trabalho tem por objetivo um levantamento bibliográfico sobre o tema patologia
das estruturas de concreto armado.
2 CONCEITOS BÁSICOS
Para vencer grandes vãos foi preciso usar múltiplos arcos, com isso implicou-se
dificuldades na execução devido às limitações tecnológicas da época. Mesmo com o
surgimento e uso do concreto, material que consiste na ligação do cimento, pedra, areia e
água, as dificuldades continuaram as mesmas, pois este material resiste a compressão dez
vezes mais que a tração. Assim, desta maneira a região tracionada fica suscetível ao
surgimento de trincas que podem simplesmente afetar a questão estética e até mesmo levar a
estrutura ao colapso, dependendo das dimensões da mesma.
Foi diante deste problema que surgiu a ideia de unir dois materiais para que as
solicitações à compressão e à tração fossem atendidas. Como mostrado na Figura 2, há uma
zona solicitada somente pela tração. Há também uma zona que nela age apenas a compressão.
Na figura 3, há a linha neutra, esta linha não sofre compressão nem tração
(BOTELHO, 1996).
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Como já dito, para solucionar a baixa resistência à tração foram colocadas barra de aço
na área da seção que é tracionada e o concreto fica como responsável por suportar a
solicitação da compressão, como mostrado na Figura 3. Desta forma o concreto armado surgiu
como uma técnica que veio para atender as demandas que haviam na época.
Com o surgimento do concreto armado e com as vantagens que o mesmo trazia sobre
as demais técnicas e materiais empregados na época, logo foi vista uma brusca “aceleração”
no uso deste material. Com este panorama ,vieram também as manifestações patológicas que
o mesmo pode causar devido ao desleixo, má utilização, mão de obra desqualificada ou até
mesmo falta de conhecimento de como empregá-lo corretamente.
Países com economia crescente causaram uma aceleração em diversas áreas da
engenharia, em especial da construção civil no qual habitações são construídas cada vez como
dimensões maiores e de maneira mais rápida.
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Tal conjectura na construção civil gera uma alta demanda de funcionários da área, levando a
muitas contratações de mão de obra desqualificada devido a necessidade e falta em
determinado setor. Isso pode trazer um grande prejuízo quando se trata da questão de
qualidade em uma obra, podendo ser fator que leve ao surgimento de manifestações
patológicas. (THOMAZ, 1989).
Entende-se por patologia do concreto armado a ciência que estuda os sintomas,
mecanismos, causas e origens dos problemas patológicos encontrados nas estruturas de
concreto armado. Lembrando que para um dano qualquer, existe a possiblidade de vários
fatores serem responsáveis. Estes danos podem vir apenas a causar incômodos para aqueles
que irão utilizar a obra segundo o fim para que foi feita, tais como pequenas infiltrações até
grandes problemas que podem levar a estrutura ao colapso (HELENE, 1988).
Geralmente em casos de acidentes catastróficos, como por exemplo, prédios que vão a
ruina, não obedecem apenas uma origem agindo sozinha, mas sim várias que juntamente
acabam levando a estrutura ao colapso. Não é difícil encontrar estruturas nas quais foi
cometido um grande erro em qualquer uma das etapas e mesmo assim não apresentam
grandes danos. Do contrário, pode-se encontrar estruturas que apresentem grandes danos que
reduzem a durabilidade e resistência mecânica, mas que sua causa vem de erros ou falhas
menores, mas quando atuam de maneira conjunta, superpõem seus efeitos e trazem graves
consequências (CÁNOVAS, 1988).
Tanto defeitos construtivos como defeitos de projeto, possuem na grande maioria das
vezes falhas humanas como responsáveis, devido a baixa qualidade de mão de obra. Pode-se
citar como principais falhas humanas causadoras de patologias na execução; Deficiências de
concretagem, inadequação de escoramentos e formas, deficiência nas armaduras, utilização
incorreta dos materiais de construção e inexistência de controle de qualidade.
Em relação à concretagem deve-se levar em conta vários fatores tais como transporte,
lançamento, juntas de concretagem, adensamento e cura para que esta tenha o resultado
esperado.
O transporte do concreto feito em obra ou em concreteiras, desde sua saída, seja em
carrinhos de mão ou em caminhões até o momento final de sua aplicação, deve ser feito de tal
maneira a não permitir que a massa seque e perca sua fluidez, o que resultaria em uma
redução da trabalhabilidade do mesmo. O cronograma deve levar em conta o tempo para
concretar a primeira camada e o tempo de transporte da segunda para que o intervalo entre as
camadas não seja demasiadamente grande e acabe por gerar juntas indesejadas e superfícies
sem aderência.
O lançamento do concreto deve ser executado de maneira não brusca para evitar o
deslocamento das armaduras de aço e deve ser lançado o mais próximo de sua destinação final
para evitar a segregação do mesmo.
Portanto é de grande importância que o funcionário responsável pela concretagem
esteja ciente disto e tenha uma noção intuitiva do volume que cada porção de concreto irá
preencher. No caso da concretagem de pilares, a altura de queda livre não deve ultrapassar
dois metros para que seja evitada a segregação dos componentes da mistura (ISAIA, 1988).
A Figura 5 mostra vazios no pé de um pilar devido ao lançamento do concreto a uma
altura maior que a mínima.
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orçamento final e acarretando prejuízos, pois geralmente implicam serviços adicionais para
corrigir os danos, comprometendo a estética.
Mesmo havendo sucesso na concretagem e algum tempo depois, ainda existem
cuidados a serem levados em conta para não ocorrerem danos na estrutura. O tempo de
desforma e retirada de escoramento deve ser obedecido. Este tempo deve levar em conta
vários fatores tais como tipo de cimento, tipo de cura e cálculo estrutural. Deve-se estar atento
também à maneira de remover os escoramentos. Por exemplo, em casos de balanços, este
elemento estrutural deve ter as escoras retiradas da ponta do balanço em direção ao engaste,
caso contrário poderão ocorrer trincas. Este caso citado e outros têm como agente causador de
danos no concreto armado, as formas e escoramentos deficientes.
A Figura 7 mostra uma laje que desabou devido à insuficiência de escoramentos.
Em obras em que se faz uso do concreto armado, não é raro que ocorram falhas na
disposição das barras de aço. Isso pode acontecer por uma má interpretação dos projetos,
gerando uma inversão na posição das barras de aço em determinado elemento estrutural. A
deficiência da ferragem pode vir diretamente do projeto, isentando os responsáveis pela
execução da culpa por falta de quantidade ou disposição correta de aço, mas neste caso a
culpa fica por conta do responsável técnico que calculou as armaduras ou que cometeu erros
no momento em que foi passar para a planta a quantidade, detalhamento e medida da
ferragem.
Mesmo que o projeto estrutural tenha sido realizado correto e obedecendo as normas
da ABNT, e que também tenha sido interpretado de maneira correta, ainda pode-se ter
problemas devido ao local das armaduras ser alterado durante a concretagem. Este problema é
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comum em lajes que as barras de aço acabam sendo deslocadas pela passagem de
funcionários, carrinhos de mão e outros, assim alterando as dimensões e posições originais da
ferragem.
O cobrimento que as armaduras necessitam ter é outro fator que, se não for levado
em conta, pode ser causa de deterioração. O valor do cobrimento deve obedecer a ABNT,
caso contrário pode facilitar que ocorra o processo de corrosão das armaduras. O uso de
espaçadores é indispensável neste caso. Os valores de ancoragem também devem obedecer
ao que a norma dita, um comprimento menor que o necessário poderá causar o surgimento de
fissuras (BOTELHO, 1996).
águas, que diluem a deposição do aerosol marinho a partir da superfície, contendo o íon na
forma dissolvida e ao superarem, na solução dos poros, um certo limite em relação à
concentração de hidroxilas, despassivam a superfície do aço e dão inicio ao processo
corrosivo (FUSCO, 2008).
Neville (1997) afirma que o maior dano causado pelo ataque de cloretos é a corrosão
do aço, que consequentemente afetará o concreto à sua volta. Os produtos que são gerados
pela corrosão ocupam um espaço cerca de seis a sete vezes maior do que o aço originalmente
ocupava. Isso se dá pela ocorrência da expansão do processo, que acaba gerando uma
fissuração na estrutura.
A presença de íons cloretos traz vários problemas à estrutura, como:
• Cloretos levam o concreto a um endurecimento muito rápido em dias de elevadas
temperaturas, podendo não dar tempo suficiente para o preenchimento total das formas.
• Quando uma estrutura não obedece aos valores mínimos de cobrimento, há uma
chance maior de corrosão.
• Em caso de endurecimento acelerado, devido a isso o concreto poderá vir á sofrer
retração e como consequência fissurações.
• Elementos estruturais com cloretos e próximos a correntes elétricas podem causar
corrosão eletrolítica.
As reações que ocorrem durante a hidratação são exotérmicas, ou seja, ocorre a
liberação de calor. Diante disto, esta quantidade que é liberada de calor poderá causar danos
quando peças de grandes dimensões forem concretadas, pelo fator de que no início da
hidratação não há troca positiva de calor com o exterior, o que leva a um aquecimento e
expansão da massa. Após isso ocorre o esfriamento da massa, gerando um gradiente térmico
no qual pode gerar fissuração interna do concreto (SOUZA E RIPPER, 1998).
Souza e Ripper (1988) classificam as causas extrínsecas como sendo aquelas que
ocorrem independentemente da estrutura em si, assim como da composição dos materiais
como concreto e aço e de erros de execução. De maneira geral podem ser entendidas como os
fatores que atacam a estrutura de fora para dentro durante a concepção e vida útil da estrutura.
A Figura 9 lista as principais causas extrínsecas.
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O projeto de uma estrutura de concreto armado possui vários fatores que podem, ou
não levar o mesmo ao sucesso desejado. Dentre estes fatores que possuem influência direta na
qualidade do elemento estrutural estão: má avaliação das cargas, inadequação ao ambiente,
incorreção na interação solo-estrutura e incorreção na consideração de juntas de dilatação. A
seguir estes fatores serão detalhados.
Segundo Thomaz (1989), os elementos estruturais que compõem uma construção estão
expostos à variação de temperatura tanto sazonais como diárias, o que leva a uma variação
dimensional dos mesmos (dilatação ou contração), sendo muitas vezes restringidos por
vínculos que os envolvem e por consequência geram tensões que podem provocar fissuração.
Diante deste problema devem ser executadas juntas de dilatação, que são elementos
que consistem em uma separação entre as partes de uma estrutura para que estas possam
movimentar-se sem haver transmissão de esforços de uma para outra, agindo como corpos
isolados. Podemos citar como exemplos de construções onde são aplicadas estas juntas,
prédios grandes, pontes, placas de pavimentação entre outros.
Em casos de ausência de juntas ou de uma má execução da mesma, provavelmente
irão ocorrer problemas. Como já citado, em caso onde há a ausência provavelmente irão
ocorrer fissurações, como também em casos de má execução como, por exemplo, permitir a
entrada de elementos rígidos em meio à junta, ligando as duas partes que deveriam estar
separadas. A Figura 12 mostra um pilar no qual houve falha no momento da concretagem, de
maneira que o concreto em certa porção uniu os dois pilares de modo que com o passar do
tempo e a ocorrência de variação volumétrica, inevitavelmente ocorreu uma fissuração. Neste
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caso, outras anomalias que podem vir á ocorrer são os ataques por agentes nocivos, que
poderão penetrar pela fissura e causar corrosões.
Neste item são abordadas as causas que têm relação e responsabilidade direta humana,
principalmente dos proprietários e utilizadores, que muitas vezes por desconhecimento ou
negligência, acabam por prejudicar e aumentar a chance de ocorrência de manifestações
patológicas nas estruturas por eles usadas.
Dentro das ações mecânicas serão consideradas as causas que incidem diretamente na
resistência da estrutura de concreto armado. A seguir serão apresentados os choques de
veículos e ações imprevisíveis como causas geradoras de patologias.
efeito pode ser negativo devido ao fato da estrutura absorver calor e se dilatar e a água por sua
vez causa resfriamento e contrações repentinas, podendo levar a danos graves.
Segundo Cánovas (1988), as mudanças que ocorrem no concreto durante o incêndio
vão se dando com aumento da temperatura. Ao chegar a 100°C, a água capilar contida no
interior do concreto começa a evaporar, entre 200°C e 300°C é totalmente evaporada. Entre
300°C e 400°C ocorre a perda do gel do cimento e consequentemente aparecem as primeiras
fissuras. Aos 600°C aqueles agregados que não possuem o mesmo coeficiente de dilatação
térmica sofrem expansão e com diferentes intensidades, assim gerando desagregação do
concreto.
Segundo Marcelli (2010, p. 214) “Quando se atinge temperaturas de 900°C, o cimento
se encontra em risco de destruição total”.
A tabela 1 mostra a redução da resistência do material concreto diante de um aumento
da temperatura.
O aço é outro material que deve ser analisado quando submetido a fogo. Este material
resiste bem até 350°C, após isso há uma queda brusca em sua resistência até a ruptura como
mostra a Figura 17.
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Existem ainda outros dois importantes fatores que devem ser levados em conta quando
trata-se do aço diante de incêndios, a dilatação térmica e o cobrimento. Este primeiro é devido
à diferença entre o coeficiente de dilatação térmica do concreto e do aço, podendo levar à
ocorrência de trincas longitudinais.
O cobrimento confere certa proteção ao aço contra o calor do fogo, se o mesmo for
insuficiente, o concreto acaba por trincar e permite que o aço seja atingido em menos tempo.
Nos incêndios geralmente são distinguidas três fases: a inicial, no qual gradualmente a
temperatura sobe. A segunda fase, que é conhecida como “flash over”, no qual há a maior
intensidade do fogo possível. Na terceira fase ocorre a redução gradual, até a extinção do
fogo, pois os comburentes já foram queimados.
Segundo Souza e Ripper (1998, p.51), “o instante mais crítico para a estrutura ocorre
entre a primeira e a segunda fase, que é quando a temperatura se eleva de forma brusca,
atingindo valores entre 1250°C e 1300°C”.
A Figura 18 mostra como o calor se comporta durante as três fases e a duração
correspondente a cada uma delas.
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que, passado algum tempo, penetram o solo até atingirem as fundações, podendo levantar a
construção quando for leve ou causar recalques diferenciais que geram trincas como mostrado
na Figura 21.
Um caso mais raro e mais difícil de ocorrer é quando formigueiros se instalam no solo
abaixo da fundação, acabando por afofar o mesmo e levando a recalques diferenciais, que
gerarão patologias na estrutura.
3.3.1 Fissuração
A corrosão dos aços tem sido umas das principais manifestações patológicas nas
estruturas de concreto armado, trazendo grandes danos e prejuízos. Devido a isso, deve-se
entender este processo por completo para impedir sua ocorrência, ou ao restaurar elementos
estruturais atacados, evitar que depois de curados, não sofram novamente esta anomalia.
Souza e Ripper (1998) caracterizam a corrosão das armaduras como sendo a
deterioração da camada passivante localizada ao redor da superfície das barras. Sendo esta
película formada pelo impedimento da dissolução do ferro, devido à alta alcalinidade da
solução aquosa existente no concreto.
Marcelli (2007) afirma que a corrosão da armadura consiste em um processo
eletroquímico, que pode ter sua eficiência aumentada por alguns fatores como: agentes
agressivos externos e internos, que foram adicionados ao concreto, ou ainda que foram
gerados pelo ambiente. Para a corrosão ocorrer de fato, é preciso da presença dos elementos:
presença de oxigênio e umidade, e o estabelecimento de uma célula eletroquímica.
Conforme Fusco (2008), ocorrem duas reações, uma anódica e outra catódica. Na
reação anódica, o ferro fica carregado positivamente de modo que ocorre a dissolução dos
íons Fe++ , que passam para a solução. Na solução anódica, o Ferro irá atuar como eletrodo,
junto do qual os elétrons liberados pelo anodo passam à solução, formando-se desta maneira o
circuito elétrico, não havendo consumo do ferro no cátodo.
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Segundo Souza e Ripper (1998), formado o efeito pilha, a corrosão terá inicio pela
corrente elétrica que se dirige do ânodo para o cátodo, através da solução aquosa e do cátodo
para o ânodo por meio da diferença de potencial.
A Figura 25 mostra como ocorre a formação da pilha.
Outra forma de desgaste sofrida pelas superfícies é pela ação da cavitação. Este
processo consiste na formação de bolhas de vapor quando a água está em alta velocidade na
ordem de 12m/s. Estas bolhas quando entram em regiões de maior pressão implodem e se
impactam, deixando um aspecto corroído na superfície e um efeito mais nocivo quanto maior
for o número de bolhas e menores forem. Quando uma região sofre este processo, o problema
se agrava devido à mesma se tornar mais propensa a sofrer novamente a cavitação, de modo
que o desgaste tenha uma tendência de aumentar cada vez mais caso não for reparado
(SOUZA E RIPPER, 1998).
A Figura 31 mostra o dano que a cavitação causa na superfície de estruturas de
concreto armado.
Consistem nas técnicas que visam o preparo do substrato para uma futura recuperação
da patologia, ou ainda um desgaste superficial para que o concreto recupere seu aspecto
anterior. Neste item serão abordados os seguintes procedimentos: polimento, apicoamento,
lavagem com soluções ácidas, lavagem com soluções alcalinas e lavagem com jato de areia e
de água.
4.1.1 Polimento
4.1.2 Apicoamento
Esta técnica consiste em remover as camadas superficiais que apresentem uma maior
deterioração, a partir de jatos de areia ou de água, ou ainda uma mistura dos dois. O
equipamento utilizado consiste em máquinas de jato ligada á um compressor. Quando a areia
é usada, esta não deve apresentar matéria orgânica ou qualquer outro tipo de material. Deve
também apresentar uma granulometria adequada para que não ocorra o entupimento na
mangueira. Quando a água é utilizada, encontra-se normalmente em temperatura ambiente e
com objetivo de remoção de camadas deterioradas para que futuramente sejam aplicados os
materiais para a recuperação do elemento estrutural. Em caso de superfícies muito gordurosas,
a água pode ser aquecida com adição de materiais removedores que sejam biodegradáveis.
Tanto jatos de areia como de água podem ser usados simultaneamente ou um após o outro
para garantir uma maior eficiência do processo (SOUZA E RIPPER, 1998).
Este item aborda as técnicas usadas para tratar as fissuras. É importante o prévio
conhecimento de cada fissura, para que seja adotada a técnica correta.
A seguir serão abordadas, a injeção e costura de fissuras.
são aquelas que não aumentam ou tem um aumento insignificante com o passar do tempo, não
apresentam restrições quanto ao uso desta técnica. As fissuras vivas consistem naquelas em
que suas dimensões variam durante o passar do tempo ou até mesmo diante de variações da
temperatura, sendo assim para estas não é indicado que seja adotada a técnica de injeção, pois
o concreto irá se romper de qualquer maneira em outro ponto ou no mesmo lugar. Na maioria
das vezes que este método é aplicado, usam-se resinas epóxi, material no qual apresenta boa
aderência, baixa viscosidade, boa resistência e que não sofre retração.
Segundo Figueiredo (1989), deve ser realizada com o auxílio de uma furadeira, a
abertura de furos com diâmetro entre 8mm e 10mm, espaçados de 20 à 50 centímetros um do
outro sem que passe 1,5 vezes o valor da profundidade da fissura, e nestes furos devem ser
colocados bicos metálicos ou de plástico de diâmetros um pouco menores que os mesmos.
Pelos tubos o produto será injetado.
Posteriormente é realizada uma limpeza dos tubos que foram abertos, assim como de
toda a fissura e suas bifurcações, objetivando a remoção das partículas soltas, poeira e
eventualmente outros materiais presentes. Esta limpeza pode ser executada com escova de
aço, juntamente com jatos de ar comprimido e aspiração de resíduos soltos ainda
permanentes.
Após isso deve ser realizado o selamento da fissura por toda sua extensão com massa
ou cola epóxi, sendo espalhada com colher de pedreiro, espátula ou artefato semelhante. Este
processo selante promove uma separação entre o meio externo e a abertura da fissura. Para
dar continuidade à técnica deve se transcorrer no mínimo doze horas até que o selante esteja
seco. Antes da injeção ocorrer deve ser feito um teste com ar comprimido entre os tubos de
modo a averiguar a qualidade da selagem e se está havendo ligação entre ambos. Não
havendo, devem ser abertos novos furos e o teste se repetir até que a passagem do ar esteja
desobstruída, ou até mesmo selar novamente caso este seja o problema.
O sistema estando pronto e apto a ser injetado, deve receber a resina no ponto de cota
mais baixa aplicando-se uma pressão até que a mesma saia no segundo ponto de cota mais
baixa. Assim deve ser repetido em todos os demais tubos. A Figura 32 ilustra toda a sequência
de execução relatada.
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Segundo Reis (2001), esse é um método que consiste na colagem de chapas de aço
coladas através de resinas epóxi e uso de parafusos auto fixantes que conferem solidariedade
ao elemento estrutural reforçado, além disso, não traz grandes mudanças nas dimensões e
aspecto arquitetônico do mesmo. A colagem não pode ser feita em superfícies que estejam
úmidas.
Pode-se citar como vantagem deste método, a praticidade que acaba por tornar a
execução rápida e também a leveza do material. Como desvantagem, estas chapas apresentam
baixa resistência em caso de altas temperaturas e acabam por esconder fissuras na seção em
que estão fixadas.
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Para Cánovas (1988), a simplicidade da execução do método, muitas vezes acaba por
causar uma negligência em alguns detalhes simples, que podem comprometer a eficiência do
reforço. A união da chapa com o concreto deve ser realizada de tal modo que ao fim do
processo, o conjunto trabalhe com as tensões previstas sem descolar em nenhuma região.
Outro detalhe importante consiste na formulação epóxi a ser utilizada. Uma formulação que
possua rigidez muito elevada poderá encontrar problemas diante dos esforços cortantes nas
extremidades das chapas, fazendo com que as mesmas não mais trabalhem da forma desejada.
Beber (2003) cita como desvantagem das chapas de aço coladas como reforço
estrutural à suscetibilidade à corrosão que as mesmas apresentam após um longo período de
exposição, principalmente na região da interface adesivo/chapa, comprometendo a aderência
do conjunto.
Souza e Ripper (1998) destacam a importância de uma resina que possua alta
capacidade de aderência e resistência mecânica, assim como a placa de aço que deverá passar
por um processo de decapagem a jato abrasivo para potencializar a sua capacidade aderente.
Outro ponto fundamental para obter o resultado esperado, é dar atenção ao cobrimento
da estrutura. Se este possuir espessura muito pequena ou mesmo se estiver lascando, irá
praticamente inutilizar a placa de aço que estará colada sobre si. Esta técnica é mais
comumente usada para reforço de pilares e vigas. A Figura 34 ilustra uma estrutura reforçada
com chapas de caço coladas.
Segundo Beber (2003), as fibras de carbono são uma das soluções mais indicadas
atualmente para reforço de estruturas de concreto armado devido ao alto desempenho diante
do esforço mecânico e devido á uma considerável redução das dimensões dos elementos
usados para recuperar a patologia.
Algumas das vantagens que este método traz são:
• Boa resistência e rigidez mesmo em altas temperaturas.
• Apresenta boa resistência diante do ataque de ácidos, base, solventes e diante da
presença de umidade.
• Ótima relação custo benefício diante de outros materiais utilizados como reforço.
• Apresenta as maiores relações entre resistência e rigidez com seu peso próprio.
• Leveza do material, sendo que é a técnica que menos necessita de esforço humano
para ser executada. É mais prática inclusive que as chapas de aço coladas.
Reis (2001) destaca como um grande diferencial de outros materiais, o
antimagnetismo que acaba por aumentar o campo de aplicação deste reforço em hospitais e
clínicas médicas devido estes usarem equipamentos com raio-X.
Arquez (2010) cita que há uma desvantagem quanto ao uso deste método em
estruturas com manifestações patológicas, pois o concreto devido à sua baixa resistência à
tração e ao cisalhamento acaba por provocar o desprendimento da folha de carbono antes que
esta consiga alcançar o máximo de sua eficiência. Esse desprendimento é chamado de
“peeling” por ser superficial e pode ocorrer entre o material de reforço e a resina, entre a
resina e o concreto ou ainda devido a um cobrimento muito pequeno do concreto que leva este
a sofrer lascamento do restante da estrutura. Por isso é importante que haja um conhecimento
prévio da estrutura e se esta obedece aos valores de cobrimento exigidos por norma.
As fibras de carbono consistem em uma técnica extremamente versátil de reforço
estrutural. Podem ser usadas em diversas estruturas e fabricadas nas mais variadas formas. A
Figura 35 ilustra o reforço com lâminas de carbono em um pilar, chaminé, vigas e um túnel.
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c) Reforço ao cortante
O reforço ao cortante consiste na colagem de laminas de carbono na região transversal
do elemento estrutural. A Figura 38 mostra duas vigas reforçadas com laminas de carbono ao
esforço cortante cada uma com uma disposição.
d) Reforço de muros
O reforço de muros com materiais de fibra de carbono é o mais difícil de ser
encontrado, porém são estruturas que são submetidos a esforços longitudinais como a do
vento e também a esforços verticais como a gravitacional. Para este caso o indicado é o
sistema com tecido de fibra de carbono.
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Segundo Araldi (2013), uma maneira de aumentar a aderência entre a camada antiga e
a camada á ser adicionada de concreto, seria usar adesivos epóxis. Além disso, o uso de pinos
que interliguem as duas camadas confere uma maior união por resistirem aos esforços
cisalhantes.
A Figura 39 (a) mostra um pilar e a Figura 39 (b) uma viga, em processo de execução de
aumento da seção resistente, já com os estribos adicionais fixados nas estruturas.
O aumento da seção transversal de uma viga ocorre da mesma maneira que foi
explicado para o pilar. O concreto antigo deve ser apicoado para garantir uma maior aderência
do concreto á ser adicionado.
Almeida (2001) lista duas maneiras de aumentar a seção quando o reforço ocorre
devido ao momento fletor:
• Apicoar o concreto na face inferior até encontrar os estribos e soldar as novas barras
a ele, posteriormente as formas são montadas e o novo concreto adicionado.
• Abrir sulcos na viga na região tracionada e inseri-los ao lado dos originais. Os
espaços devem ser preenchidos com argamassa epóxi.
Para aumentar a resistência ao esforço cortante, sulcos devem ser abertos e estribos
adicionados, sendo posteriormente preenchidos por argamassa epóxi.
Souza e Ripper (1998) apresentam outra maneira de aumentar a seção de uma viga
para reforça-la. Se dá pelo aumento da altura da viga na sua face superior Figura 40, o que
causa um aumento no braço de alavanca do momento resistente, assim como a capacidade
portante.
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Segundo Souza e Ripper (1998), o método de reforço com perfis metálicos consiste
em um sistema de encamisamento, onde a capacidade resistente é transferida do elemento
estrutural de concreto armado para o aço. Tendo seu uso principalmente em pilares e vigas.
Conforme Takeuti (1999), este método deve ser usado apenas caso todos os outros já
tenham sido esgotados, devido à dificuldade e detalhes que o mesmo exige no momento da
execução.
A técnica de reforço de pilares de concreto armado mediante o emprego de perfis metálicos se
dá pela fixação de cantoneiras nos quatro cantos do mesmo e sendo estas unidas por barras
metálicas que serão soldadas e dispostas na horizontal. As partes superiores e inferiores tem
seu limite em um capitel e base metálica respectivamente, sendo fixadas por epóxi sob a
superfície previamente lixada Figura 41. Na execução, deve-se tomar cuidado para que todas
as peças tenham uma perfeita união, evitando ou minimizando ao máximo que haja folga
entre as mesmas. Caso contrário, as cargas do pilar apenas serão transferidas para os perfis
metálicos quando o mesmo já estiver em ruptura.
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No caso de vigas, usa-se perfis metálicos para reforçá-las tanto à flexão como ao
cortante a partir do uso de cantoneiras que são unidas por presilhas. A execução ocorre de
forma análoga ao processo explicado no uso desta técnica em pilares.
Figura 43 - protensão para costura (a); protensão para alivio de carga (b); protensão para
aumento da capacidade de carga (c)
um método que traz alguns problemas devido ao alto custo e por não conseguir a remoção dos
cloretos com 100 % de eficiência.
Outro método de reparo é o controle do processo catódico, cujo objetivo consiste no
impedimento do acesso de elementos nocivos e desencadeadores da corrosão, às armaduras,
por meio da vedação com o uso de revestimentos especiais com ação seladora. Como
principais elementos nocivos, pode-se citar o oxigênio, cloretos e gás carbônico.
Andrade (1992) aponta como uma desvantagem deste método, no caso em que a
remoção dos agentes nocivos, não tenha sido realizada de maneira satisfatória, pode acabar
apenas retardando o processo de corrosão , que continuará ocorrendo.
A eliminação do eletrólito consiste na tentativa de minimizar ao máximo a presença da
água presente nos poros do concreto, sendo um método extremamente difícil de atingir o
sucesso.
Por fim o último método de reparo, a proteção catódica, objetiva a diminuição dos
potenciais das armaduras para valores negativos, a partir de um processo eletroquímico, em
que a armadura é o cátodo e assim permanece protegida da ação da corrosão. O método pode
ser realizado de duas maneiras, método galvânico e método por corrente impressa.
Independente do método escolhido, deve-se retirar pelo menos a região afetada pela
corrosão, realizar uma limpeza nas armaduras com jato de areia e preparar a superfície do
concreto que irá receber a nova camada, umedecendo a mesma e procurando criar uma
aderência por meio do apicoamento e uso de resinas, ou até mesmo utilizar chumbadores
ancorados, servindo de união entre o concreto velho e novo (ANDRADE, 1992).
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Esta patologia se caracteriza pela formação de vazios que tem como origem a
vibração incorreta da mistura, processo este que é feito durante a concretagem e tem como
objetivo a retirada do ar que está na massa de concreto. Traz como consequência um
enfraquecimento na área e consequentemente uma redução da resistência mecânica da
estrutura de concreto como um todo, também permitindo a entrada de outros agentes
prejudiciais ao concreto e ao aço, causando corrosão deste último.
Segundo Marcelli (2007), apesar da importância mostrada com relação à vibração do
concreto, deve-se ter em mente que um excesso de vibração pode ser pior do que a falta de
vibração, pois pode provocar uma segregação dos agregados e afloramento superficial da água
de hidratação do cimento. Isso costuma ocorrer quando se trata de concreto aparente e o
operário vibra além do necessário na tentativa de conseguir uma superfície bem lisa. A Figura
46 mostra uma estrutura onde ocorreu a segregação.
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Esta manifestação ocorre quando o concreto ainda está em sua fase plástica, logo após
o lançamento do concreto nas formas e tem como fator principal a rápida perda de água.
Os agregados graúdos e miúdos, devido a maior densidade, acabam por descer e a água
sobe para superfície, o que é chamado de exsudação. Esta água acaba por ser evaporada, tanto
mais rápido, quando maior for a temperatura, menor umidade e maior a ação do vento. Outro
modo do concreto perder a água é pela absorção das formas, por isso é interessante que os
responsáveis mantenham as mesmas molhadas antes da concretagem.
Desta maneira, a mistura irá variar de volume, resultando no surgimento de fissuras
que são geralmente contínuas e paralelas entre si como mostrado na Figura 48 (AMARAL,
2011).
Esta patologia ocorre com o surgimento de fissuras diagonais onde o esforço cortante
é máximo. Ocorrem devido à falta de seção de concreto suficiente ou falta de armadura
resistente ao cisalhamento Figura 49, podendo ter sua falha no projeto ou na execução da
viga. As fissuras têm seu início onde a viga está apoiada e terminam na região onde a carga
está sendo aplicada.
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Segundo Marcelli (2007, p 105), “Quando uma peça de concreto está submetida a um
esforço de rotação em relação a sua seção transversal, podemos dizer que ela está sofrendo
uma torção”. É devido a esta torção que surgem as trincas com uma inclinação de 45° como
mostrado na Figura 49 e aparecem nas duas superfícies laterais da viga.
Tem como principal ocorrência em sacadas, vigas ou lajes que possuem flechas
excessivas e se apoiam em outra viga, causando rotação nesta última ou ainda em vigas que
tem lajes em balanço do tipo marquise engastadas apenas nelas mesmas. A Figura 50 mostra o
caso de algumas vigas apoiadas em uma maior de modo a gerar rotação e consequentemente
trincas. A outra mostra o caso da laje em balanço, podendo causar este problema.
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A fissura ilustrada na Figura 18, com localização no topo do pilar e na face inferior da
laje, possui a configuração típica de uma patologia que tem origem na junta de concretagem.
Helene (1988) aponta como principal fator do surgimento da fissura, o topo do pilar
com excesso de nata de cimento, ou seja, devido à ocorrência da exsudação, aquela região da
estrutura acabou enfraquecida.
Está patologia tem como origem a reação que se dá entre componentes dos
agregados e componentes do cimento. Visualmente identifica-se pela fissuração na superfície
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6 CONCLUSÃO
devem estar em harmonia de excelência. Pois de nada adianta haver um bom quadro humano
na área da execução, se os materiais utilizados são de baixa qualidade e procedência
desconhecida. Para evitar a ocorrência de problemas patológicos, todos os aspectos devem
andar juntos e possuírem um padrão mínimo de aceitação.
O estudo das terapias juntamente com o estudo de caso, corroborou ainda mais a
necessidade de se evitar as manifestações patológicas, pois demonstrou a dificuldade que se
tem em executar alguns reforços e recuperações, que dependem de uma mão de obra
especializada, dos materiais empregados, e muitas vezes das condições climáticas, como por
exemplo a umidade.
Esse quadro acaba também, por obrigar os técnicos da área a estar em constante
pesquisa, estudo e aprendizado, sempre atento às evoluções e tendo em mente que é “sempre
melhor prevenir do que remediar”, o que abre um promissor mercado de trabalho, com grande
crescimento da demanda.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HELENE, Paulo R.L. Manual prático para reparo e reforço de estruturas de concreto.
São Paulo: Pini, 1992. 119 p.
MILITITSKY, J.; CONSOLI, C.; SCHNAID, F. Patologia das fundações. São Paulo:
Oficina de Textos, 2008.
THOMAZ, E. Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação. São Paulo: Pini, 1989