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Processo Penal III – M2 1

NULIDADES NO PROCESSO PENAL

 Forma é Garantia
O processo penal deve ser mais regidos que os demais, pois trata de liberdade. Forma é
garantia, de modo que cumprir a forma, é garantir a justiça efetiva.

 Distinção entre Doutrina Tradicional e Doutrina Moderna


Existem grandes diferenças entre a Doutrina Tradicional e a Doutrina Moderna.

NULIDADE SEGUNDO A DOUTRINA TRADICIONAL


É a doutrina minoritária

 Objetivo do Ato Processual: pelo principio da legalidade, é o cumprimento da lei


(seguir o rito processual, estabelecido na lei).

 Divisão das Nulidades segundo a Doutrina Tradicional: Se divide em 3 tipos de


nulidades.
 Meras Irregularidades: é um defeito de mínima importância para a continuidade
do processo. Exemplo: escrita do nome da parte incorretamente, mas
reconhecível.
 Atos Inexistentes: É um “Não Ato”. Gustavo Badaró chama de Fantasmas
Jurídicos. Ex.: sentença proferida por uma pessoa que não é juiz.
 Defeitos Jurídicos: os atos existem, mas foram feitos de forma incorreta, se
dividem em:
o Nulidade Absoluta
É um ato feito completamente errado. O Juiz é o responsável pela
regularidade no processo, que pode ser alegada pelo MP ou pela defesa.
Trata-se de erros graves. São suas características principais:
 Violação da norma de interesse público: Toda norma (do Direito
Penal, Direito Processual Penal e Direito Constitucional) é de
interesse público.
 Violação de princípio processual/constitucional: viola princípios
como o “fungibilidade dos recursos”, o de “ampla defesa”, etc.
 Pode ser declarada de ofício ou alegada pela parte. O Juiz e as
partes podem alegar a nulidade. A ilegalidade é tão flagrante que o
juiz deve agir de ofício.
 Prejuízo é presumido: independe de comprovação do dano.
 É insanável e não se convalida: convalidar ocorre quando o ato
errado se torna certo, ou seja, as partes aceitam o ato mesmo
errado, pois não prejudica ninguém. No caso da nulidade absoluta,
o defeito é tão grave, que ele não se convalida. Exemplo: audiência
sem a presença a do MP.
o Nulidades Relativas: Erro de menor monta, mas mesmo assim, não
cumpre o objetivo do ato, que é cumprir fielmente a lei. Exemplo: inversão
da ordem das testemunhas. São suas características principais:
 Violação de normas de interesse privado: viola norma de interesse
particular.
 Somente alegado pela parte: somente pode ser alegado pelas
partes.
 Convalida com preclusão: É convalidada pela preclusão. São atos
que se validam pelo passar do tempo, ou seja, tinha que se alegar a
nulidade, mas não foi alegado, e precluiu o direito de requerê-la.

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 Prejuízo deve ser demonstrado. Tem se que provar que ocorreu o


prejuízo. Exemplo: ouvir o réu, quando ainda tem testemunhas
para serem ouvidas.

NULIDADE SEGUNDO A DOUTRINA MODERNA

 Pela doutrina moderna, forma é garantia.


 Cumprimento obrigatório: pela doutrina moderna, o ato deve ser feito exatamente
conforme previsto na lei. Isso se chama Tipicidade Processual, ou seja, atos cumpridos
de acordo com a CF, CPP, CP e leis extravagantes.
 Tipicidade processual: é uma garantia do acusado, pois visa a limitação do estado.
(de acordo com a teoria moderna.

 Teoria do Prejuízo
 Pas de nullité sans grief (Não há nulidade se não houver prejuízo): É do
direito civil (Carnelutti), que diz que não há problema do ato ser feito em
desacordo com a lei, desde que não gere prejuízo. Entretanto, para a Doutrina
moderna, isso não pode acontecer, sendo inadmissível. De acordo com Geraldo
Prado, no Direito Civil, se o ato foi disforme, ele vale. No Direito do Trabalho
também é valido. Mas na Teoria Moderna, no Direito Processual Penal não vale.

 Regras da Nulidade, segundo a Doutrina Moderna


o Ato feito incorretamente (disforme, em desacordo com a lei), não tem validade,
independente de não ter gerado prejuízo.
o In dubio pro reu, ou seja, dúvida quanto a validade do ato, decide a favor do
acusado.
o Se houver divergência entre o alegado pela defesa e a interpretação judicial,
cabe ao juízo fundamentar a tipicidade, ou seja, o juiz tem que dizer que o foi
legal (o ato foi típico).

 Fundamentos da Tipicidade é necessário, por ser cumprimento de preceito


constitucional. Se o ato desrespeita preceito constitucional, ele deve ser refeito.

REVISÃO CRIMINAL

 Havendo divergência entre o Direito e a Justiça, deve prevalecer a Justiça. O Direito é o


instrumento para se chegar a Justiça (Couture). O ideal é que “caminhem juntos”.
 Natureza Jurídica: é uma ação constitutiva, não sendo recurso (apesar de estar nos
capítulos de recursos), tendo competência originária dos Tribunais (TJs e TRFs).
 Linha de tensão entre a Imutabilidade da coisa julgada e Necessidade de revisão
pelo valor justiça. Embora já exista uma coisa julgada, existe a necessidade de
revisão, pelo valor justiça.
 Pressupostos
o Sentença penal (ou acordão) condenatório
o Decisão transitada em julgado.
 Cabimento contra o réu
o No caso de reformar para piorar, não cabe, pois seria reformatio in pejus.
 Cabimento nos casos previstos no art 631.
o Sentença condenatória contraria à
 Texto da lei (ex.: condenar alguém que não é funcionário público, por
peculato).

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 Evidencia nos autos


o Sentença fundada em depoimento, exames, documentos comprovadamente
falsos. Ex.: Laudo falso.
Nexo Causal: decisão fundada em prova falsa a qual era importante e decisiva,
através da qual se deu a sentença penal condenatória.
Se a prova for decisiva, caberá a revisão.
o Após a sentença, surgirem provas novas a favor do réu: De acordo com Franco
Cordero, são de duas espécies:
 Não introduzidas no processo. Esse o tipo de prova aceito no direito
brasileiro.
 Introduzida no processo, mas não utilizada na decisão.

 Prazo para Revisão: Não existe prazo, sendo cabível ocorrer até mesmo após a morte
do acusado.

 Legitimidade para a propositura: Defensor (constituído), Defensoria Pública e MP


(pode, segundo a maioria da doutrina).

 Sentença de Extinção de Punibilidade: não é cabível revisão criminal. Ex.: no caso de


prescrição.

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