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Constituição de 1824

A Constituição Política do Império do Brasil, vulgo Constituição de 1824, foi a


primeira e única constituição do Brasil Imperial, bem como a primeira constituição a
reger o território brasileiro (Portugal adotou só sua primeira constituição em 1822).
Outorgada pelo imperador D. Pedro I e vigente até a declaração da república em 1889,
essa Constituição foi a mais longeva e estável do Brasil, sendo marcada por
peculiaridades como o Poder Moderador e esforços sinceros de se criar uma sociedade
progressista, estabelecendo o voto (indireto e censitário) e direitos civis aos cidadãos.
Segundo consenso de historiadores e cientistas políticos, a Constituição de 1824 foi, em
seu tempo, uma das mais liberais do mundo e talvez a mais liberal das Américas,
excetuando-se a norte-americana.

Características gerais
A Constituição de 1824 diferencia-se da atual (1988) por ter sido outorgada (efetivada
sem participação popular) e semirrígida (possibilitava modificações em seu texto). Em
todo o resto, as características são idênticas, sendo ela uma Carta formal e escrita (é um
documento sistematizado de regras), analítica (ou prolixa, dispondo minuciosamente
sobre vários tópicos) e dogmática (elaborada por um órgão constituinte).

Contexto histórico
Um produto da independência brasileira, a Constituição de 1824 surgiu da necessidade
de legitimar o novo império e de formalizar um equilíbrio entre as várias classes sociais
que disputavam o poder político após o fim do regime português, especialmente os
escravocratas, que temiam revoltas da população majoritariamente escrava, e os
imigrantes ainda leais a Portugal ("Partido Português"). O imperador D. Pedro I também
desejava criar uma constituição liberal, não despótica, aos moldes do que ocorria na
Europa, portanto ele permitiu que o Conselho de Estado, composto por eminentes
juristas, redigisse uma Carta de modo a controlar (ou tentar) os poderes do monarca. Em
forma e conteúdo, o texto final tem clara inspiração na Constituição Francesa de 1814.

Referências bibliográficas:
IMPÉRIO DO BRASIL. Constituição Política do Império do Brazil. Brasília:
Planalto do Governo. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>.

"As Constituições do Brasil". Supremo Tribunal Federal, Brasília, Out. 2008.


Disponível em:
<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=97174>.

https://www.infoescola.com/direito/constituicao-de-1824/

Dentre o rol de direitos e prerrogativas individuais enunciadas na


primeira constituição brasileira, outorgada em 1824 pelo imperador D. Pedro I,
encontra-se o direito à educação primária gratuita a todos os cidadãos:
Art. 179 A inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros,
que tem por base a liberdade, a segurança individual e a propriedade, é
garantida pela Constituição, pela maneira seguinte:
32) A instrução primária é gratuita a todos os cidadãos.

Importante ressaltar que a Carta Magna vigente não garantia a todos os


brasileiros o acesso à educação primária, posto que negros e escravos
alforriados não eram considerados cidadãos[1].

Art. 179

XXXII. A Instrucção primaria, e gratuita a todos os Cidadãos.

XXXIII. Collegios, e Universidades, aonde serão ensinados os elementos


das Sciencias, Bellas Letras, e Artes.

Constituição de 1891
A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891, ou Constituição de
1891, foi a primeira constituição republicana do país, promulgada em dois anos de
negociações após a queda do imperador D. Pedro II. Inspirada no exemplo norte-
americano e moldada pela filosofia francesa do positivismo, foi esta a constituição que
estabeleceu as principais características do Estado brasileiro contemporâneo, como o
modelo presidencialista e federativo, o voto direto (ainda que masculino e não secreto)
para representantes do executivo e legislativo, a separação entre Estado e religião
(laicidade) e a independência entre os três Poderes, bem como o fim de instituições
monárquicas como o Poder Moderador e o Conselho de Estado. Relativamente estável,
esta Constituição durou até a Revolução (ou Golpe) de 1930, sofrendo apenas uma
grande alteração neste período (as Emendas Constitucionais de 1926).

Contexto histórico
A Constituição de 1891 surgia com o fim do Império brasileiro (1899) e, mais
importante, com o fim da escravidão, tendo que lidar com os conflitos de interesses de
uma sociedade essencialmente agrária, pobre, politicamente centralizadora e
socialmente fragmentada. Visando à construção de uma nação plural e livre, seu texto se
inspira na Constituição dos Estados Unidos; refletindo a tendência intelectual da época,
que acreditava que um Estado seria melhor governado sob preceitos racionais, a
elaboração da Carta baseou-se também nas ideias do filósofo positivista Auguste
Comte, que acreditava que a sociedade operava - e, portanto, podia ser administrada -
por leis fixas e objetivas, tal como a natureza opera segundo leis físicas como a da
gravidade.

Referências bibliográficas:
"As Constituições do Brasil". Supremo Tribunal Federal, Brasília, Out. 2008.
Disponível em:
<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=97174>. Data de
acesso: 16 de julho de 2016.
"Constituição de 1891". Centro de Pesquisa e Documentação de História
Contemporânea do Brasil, Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/Constituicao1
891>. Data de acesso: 17 de julho de 2016.

REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL. Constituição (1891). Brasília:


Planalto do Governo. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm>. Data de
acesso: 17 de julho de 2016.

Constituição de 1891

Promulgada em fevereiro de 1891, a primeira constituição republicana


representou um retrocesso em relação ao direito à educação, pois não mais
garantia o livre e gratuito acesso ao ensino. Tal situação traria ainda
consequências no plano político, pois o art. 70 em seu § 1º inciso II
determinava que os analfabetos não tinham direito ao voto. As poucas
referências à educação nessa constituição se limitavam a dispor sobre a
competência não privativa do Congresso em “animar no País o
desenvolvimento das letras, artes e ciências” e “criar instituições de ensino
superior e secundário nos Estados”[2].

Art 70 - São eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei.

§ 1º - Não podem alistar-se eleitores para as eleições federais ou para as dos Estados:

1º) os mendigos;

2º) os analfabetos;

3º) as praças de pré, excetuados os alunos das escolas militares de ensino superior;

4º) os religiosos de ordens monásticas, companhias, congregações ou comunidades de


qualquer denominação, sujeitas a voto de obediência, regra ou estatuto que importe a renúncia
da liberdade Individual.

https://daniellixavierfreitas.jusbrasil.com.br/artigos/144779190/o-direito-a-educacao-nas-
constituicoes-brasileiras

https://www.infoescola.com/direito/constituicao-de-1891/

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