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Soldado

Edital nº 25 / 2016
SUMÁRIO

Português - Prof. Carlos Zambeli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


Matemática - Prof. Dudan . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
Matemática - Prof. Edgar Abreu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 335
Geografia - Prof. Luciano Teixeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 361
História - Prof. Cássio Albernaz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 425
Direitos e Garantias Fundamentais - Prof. André Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 515
Direitos e Garantias Fundamentais - Profª Alessandra Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 551

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Professor Carlos Zambeli

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

ACENTUAÇÃO

Toda palavra tem uma sílaba que é pronunciada com mais intensidade que as outras. Essa sílaba
é chamada de sílaba tônica. Pode ocupar diferentes posições e, de acordo com essa colocação,
ser classificada como: oxítona, paroxítona, proparoxítona e monossílaba tônica.

Regras de acentuação

1. Proparoxítonas – todas são acentuadas.


Simpática, proparoxítona , lúcida , cômodo

2. Paroxítonas
Quando terminadas em
a) L, N, R, X, PS, I, US: amável, hífen, repórter, tórax, bíceps, tênis, vírus.
b) UM, UNS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS, EI:
álbum, ímã, órgão.
c) Ditongo crescente (SV +V): cárie, polícia, história.

3. Oxítonas
Quando terminadas em EM, ENS, A(S), E(S), O(S):
a) A, AS: está, guaraná, comprá-la. 

b) E, ES: jacaré, você, fazê-los.
c) O, OS: avó, paletós.
d) EM: armazém, ninguém.
e) ENS: parabéns, armazéns.

4. Monossílabos tônicos
A, AS, E, ES, O, OS: mês, pó, já.

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5. Ditongo Aberto

Antes da reforma Depois da reforma


Os ditongos ‘éi’, ‘ói’ e ‘éu’ só continuam a ser
acentuados no final da palavra (oxítonas)
ÉU, ÉI, ÓI
céu, dói, chapéu, anéis, lençóis.
idéia, colméia, bóia, céu, constrói
Desapareceram para palavras paroxítonas.
boia, paranoico, heroico

6. Hiatos I e U

Antes da reforma Depois da reforma


Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na Nas paroxítonas, I e U não serão mais acentuados
sílaba ou com S (hiato). se vierem depois de um ditongo:
saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Luís, Piauí baiuca, bocaiuva, cauila, feiura, Sauipe

7. ÊE, ÔO

Antes da reforma Depois da reforma


Hiatos em OO (s) e as formas verbais terminadas Sem acento:
em EE(m) recebem acento circunflexo:
vôo, vôos, enjôos, abençôo, perdôo; voo, voos, enjoos, abençoo, perdoo;
crêem, dêem, lêem, vêem, prevêem. creem, deem, leem, veem, releem, preveem.

8. Verbos ter e vir


Ele tem e vem
Eles têm e vêm

a) Ele contém, detém, provém, intervém (singular do presente do indicativo dos verbos
derivados de TER e VIR: conter, deter, manter, obter, provir, intervir, convir);

b) Eles contêm, detêm, provêm, intervêm (plural do presente do indicativo dos verbos
derivados de TER e VIR).

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Português – Acentuação Gráfica – Prof. Carlos Zambeli

9. Acentos Diferenciais

Antes Depois
Ele pára
Eu pélo Só existem ainda
O pêlo, os pêlos
A pêra (= fruta) Pôde (pretérito)
Pôde (pretérito) Pôr (verbo)
Pôr (verbo)

10. Trema

Antes Depois
gue, gui, que, qui
quando pronunciados O trema não é mais utilizado.
bilíngüe Exceto para palavras estrangeiras ou nomes
Pingüim próprios: Müller e mülleriano...
Cinqüenta

1. Classifique as palavras destacadas, de acordo com a posição da sílaba tônica:


a) Ninguém sabia o que fazer.
b) Era uma pessoa sábia.
c) Vivo querendo ver o tal sabiá que canta nas palmeiras.
d) Anos antes ele cantara no Teatro São Pedro.
e) Anunciaram que ele cantará no teatro.
f) Não contem com a participação dele.
g) Ele alega que nosso projeto contém erros.
h) Tudo não passou de um equívoco.
i) Raramente me equivoco.

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2. Marque as opções em que as palavras são acentuadas seguindo a mesma regra. (regras antigas)
a) ( ) magnífico - básica
b) ( ) português - saí
c) ( ) gaúcho – renúncia
d) ( ) eliminatória – platéia
e) ( ) rápido – assédio
f) ( ) cipó – após
g) ( ) distribuído – saísse
h) ( ) realizará – invés
i) ( ) européia – sóis
j) ( ) alguém – túnel
l) ( ) abençôo – pôr
m) ( ) ânsia - aluguéis
n) ( ) prevêem - soubésseis
o) ( ) imbatível – efêmera

3. Acentue ou não:
a) Sauva , sauvinha, gaucha, gauchinha, viuvo, bau, bauzinho, feri-la, medi-la, atrai-los;
b) sos, le-la, reu, odio, sereia, memoria, itens, pires, tenue;
c) America, obito, coluna, tulipa, cinico, exito, panico, penico;
d) pendulo, pancreas, bonus, impar, item, libido, ravioli, traduzi-la, egoista.

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FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Estrutura e formação de palavras. Famílias de palavras.

FAMÍLIA DE PALAVRAS = Palavras que possuem o mesmo radical. (cognatas)


RADICAL ou RAIZ = é o sentido básico de uma palavra.
AFIXOS = são acrescentados a um radical. São subdivididos em prefixos e sufixos.

Derivação
Processo de formar palavras no qual a nova palavra é derivada de outra, chamada de primitiva.
Classificamos em 6 maneiras:

1. Derivação Prefixal

Acréscimo de um prefixo à palavra já existente.


desfazer, impaciente, prever
2. Derivação Sufixal

Acréscimo de um sufixo à palavra já existente.


realmente, folhagem, amoroso, marítimo, dedilhar.

3. Derivação Prefixal e Sufixal


Ocorre um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente,
ou seja, mesmo sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado.

deslealmente, descumprimento, infelizmente.

4 Derivação Parassintética
Ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma
dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devendo ser usados ao mesmo
tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado.
anoitecer, acorrentado, desalmado, engordar.

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5. Derivação Regressiva / deverbal.
Perda de elemento de uma palavra já existente. Ocorre, geralmente, de um verbo para
substantivo abstrato.
Conversar – conversa Perder – perda Falar – fala

6. Derivação Imprópria.
A derivação imprópria, mudança de classe ou conversão ocorre quando a palavra, pertencente
a uma classe, é usada como fazendo parte de outra.
Maria Tereza queria uma camiseta rosa.

Composição

Justaposição Aglutinação
•• Pode hífen •• Não pode hífen
•• Não há perda fonética •• Há perda fonética
Fidalgo (filho de algo),
malmequer, beija-flor, segunda-feira,
aguardente (água  ardente),
passatempo, maria-chuteira.
pernalta (perna alta).
Redução ou abreviação Sigla
Refrigerante – refri FCC
Cerveja – ceva OMS
Patrícia - Pati PT
Estrangeirismo ou empréstimo linguístico Onomatopeia
•• Toc , Toc – bater da porta
•• Marketing
•• Hmm - pensamento
•• Shopping
•• Ha Ha Ha!– riso
•• Smartphone
•• Atchim! - espirro

1. Usando o processo de sufixação, forme substantivos abstratos dos seguintes adjetivos:


a) infeliz –
b) gentil –
c) cruel –
d) covarde –
e) lento –
f) valente –
g) hábil –

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Português – Formação de Palavras – Prof. Carlos Zambeli

2. Indique o processo de formação utilizado nas palavras abaixo.


a) desgraça –
b) pernilongo –
c) tranquilamente –
d) endoidecer –
e) surdez –
f) show –
g) a censura –
h) envergonhar –
i) tevê –
j) anormalidade –
l) deter –
m) peixaria –
n) livro-texto –

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ORTOGRAFIA

Os Porquês

1. Por que
Por qual motivo / Por qual razão / O motivo pelo qual / Pela qual

•• Por que não me disse a verdade?

•• Gostaria de saber por que não me disse a verdade.

•• As causas por que discuti com ele são sérias demais.

2. por quê = por que


Mas sempre bate em algum sinal de pontuação!

•• Você não veio por quê?

•• Não sei por quê.

•• Por quê? Você sabe bem por quê!

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3. porque = pois
•• Ele foi embora, porque foi demitido daqui.

•• Não vá, porque você é útil aqui.

4. porquê = substantivo
Usado com artigos, pronomes adjetivos ou numerais.

•• Ele sabe o porquê de tudo isso.

Este porquê é um substantivo.

Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?

Existem quatro porquês.

HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

Homônimos
Vocábulos que se pronunciam da mesma forma, e que diferem no sentido.
•• Homônimos perfeitos: vocábulos com pronúncia e grafia idênticas (homófonos e
homógrafos).
São: 3ª p. p. do verbo ser.
•• Eles são inteligentes.

São: sadio.
•• O menino, felizmente, está são.

São: forma reduzida de santo.


•• São José é meu santo protetor.

Eu cedo essa cadeira para minha professora!

Eu nunca acordo cedo!

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Português – Ortografia – Prof. Carlos Zambeli

•• Homônimos imperfeitos: vocábulos com pronúncia igual (homófonos), mas com grafia
diferente (heterógrafos).
Cessão: ato de ceder, cedência
Seção : corte, subdivisão, parte de um todo
Sessão: Espaço de tempo em que se realiza uma reunião

Parônimos
Vocábulos ou expressões que apresentam semelhança de grafia e pronúncia, mas que diferem
no sentido.
Cavaleiro: homem a cavalo
Cavalheiro: homem gentil

Acender: pôr fogo a


Ascender: elevar-se, subir

Acessório: pertences de qualquer instrumento; que não é principal


Assessório: diz respeito a assistente, adjunto ou assessor

Caçado: apanhado na caça


Cassado: anulado

Censo: recenseamento
Senso: juízo

Cerra: do verbo cerrar (fechar)


Serra: instrumento cortante; montanha; do v. serrar (cortar)

Descrição: ato de descrever


Discrição: qualidade de discreto

Descriminar: inocentar
Discriminar: distinguir, diferenciar

Emergir: sair de onde estava mergulhado


Imergir: mergulhar

Emigração: ato de emigrar


Imigração: ato de imigrar

Eminente: excelente
Iminente: sobranceiro; que está por acontecer

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Empossar: dar posse
Empoçar: formar poça

Espectador: o que observa um ato


Expectador: o que tem expectativa

Flagrante: evidente
Fragrante: perfumado

Incipiente: que está em começo, iniciante


Insipiente: ignorante

Mandado: ordem judicial


Mandato: período de permanência em cargo

Ratificar: confirmar
Retificar: corrigir

Tacha: tipo de prego; defeito; mancha moralTaxa - imposto


Tachar: censurar, notar defeito em; pôr prego emTaxar - determinar a taxa de

Tráfego: trânsito
Tráfico: negócio ilícito

Acento: inflexão de voz, tom de voz, acento


Assento: base, lugar de sentar-se

Concerto: sessão musical; harmonia


Conserto: remendo, reparação

Deferir: atender, conceder


Diferir: ser diferente, distinguir, divergir, discordar

Acerca de: Sobre, a respeito de.


Falarei acerca de vocês.
A cerca de: A uma distância aproximada de.
Mora a cerca de dez quadras do centro da cidade.
Há cerca de: Faz aproximadamente.
Trabalha há cerca de cinco anos

Ao encontro de: a favor, para junto de. Ir ao encontro dos anseios do povo.
De encontro a: contra. As medidas vêm de encontro aos interesses do povo.

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ACORDO ORTOGRÁFICO

Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.


[...] J K L [...] V W X Y Z.

Usadas em
a) em símbolos de unidades de medida: km (quilômetro)/kg (quilograma)...
b) em nomes próprios de lugares originários de outras línguas e seus derivados: Kuwait,
kuwaitiano…
c) em nomes próprios de pessoas e seus derivados: Darwin, darwinismo...
d) podem ser usadas em palavras estrangeiras de uso corrente: sexy, show, download,
megabyte…

Trema

Não se usa mais o trema, que permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.
antiguidade / sequência / consequência /
frequência / tranquilo / cinquenta!

Uso do hífen

Sempre se usa o hífen diante de h:


•• sub-habitação / proto-história / sobre-humano / anti-higiênico / super-homem...

Prefixo Palavra REGRA


última letra igual à primeira letra SEPARA

•• contra-ataque / semi-interno / anti-inflamatório / micro-ondas / inter-racial / sub-


bibliotecário/ super-romântico/ inter-regional
Obs. 1: com o prefixo sub-, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região,
sub-raça.

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Prefixo Palavra REGRA
última letra diferente da primeira letra JUNTAR

•• antieducativo / autoescola / infraestrutura / socioeconômico/ semiárido / agroexportador


/ semianalfabeto / coautor / subúmido
Obs. 2: O prefixo co- aglutina-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o:
coordenar.

Prefixo Palavra REGRA


terminado em vogal começar por R ou S JUNTAR E DOBRAR ESSAS LETRAS

•• autossuficiente / contrarregra / cosseno / semirrígida / ultrassom microssistema / minissaia


/antissocial / semissubmersa / macrorregião /antirrábica / neorrealismo / semirreta /
biorritmo / antirrugas
Com os prefixos circum- e pan-, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal.
•• circum-navegação / pan-americano
Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró e vice usa-se sempre o hífen.
•• ex-aluno / sem-terra / além-túmulo / aquém-mar / recém-casado / pós-graduação / pré-
vestibular / pró-euro / vice-rei

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CLASSES DE PALAVRAS (MORFOLOGIA) / FLEXÃO NOMINAL E VERBAL

A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes


gramaticais.
São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição,
Conjunção e Interjeição.

Substantivo (nome)
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras
variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam:
•• lugares: Brasil, Rio de Janeiro...
•• sentimentos: amor, ciúmes ...
•• estados: alegria, fome...
•• qualidades: agilidade, sinceridade...
•• ações: corrida, leitura...

Destaque zambeliano
Concretos:
os que indicam elementos reais ou imaginários com existência própria, independentes
dois sentimentos ou julgamentos do ser humano.
•• Deus, fada, espírito, mesa, pedra.

Abstratos:
os que nomeiam entes que só existem na consciência humana, indicam atos,
qualidades e sentimentos.
•• vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).

•• Dor, saudade, beijo, pontapé, chute, resolução, resposta

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Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.a criança, o monstro, a vítima, o
anjo.
Comuns de dois gêneros
Quando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.
•• o artista, a artista, o dentista, a dentista...

Artigo

Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de
maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
número dos substantivos.

Detalhe zambeliano 1
Substantivação!
•• Os milhões foram desviados dos cofres públicos.

•• Não aceito um não de você.

Detalhe zambeliano 2
Artigo facultativo diante de nomes próprios.
•• Cláudia não veio. / A Cláudia não veio.

Detalhe zambeliano 3
Artigo facultativo diante dos pronomes possessivos.
•• Nossa banca é fácil.

•• A Nossa banca é fácil.

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Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

Adjetivo

Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa"


diretamente ao lado de um substantivo.
•• O querido médico nunca chega no horário!

•• O aluno concurseiro estuda com o melhor curso.

Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Detalhe zambeliano!
•• Os concurseiros dedicados estudam comigo.

•• Os concurseiros são dedicados.

Locução adjetiva
•• Carne de porco (suína)
•• Curso de tarde (vespertino)
•• Energia do vento (eólica)
•• Arsenal de guerra (bélico)

Pronome

Pessoais
•• a 1ª pessoa: aquele que fala (eu, nós), o locutor;
•• a 2ª pessoa: aquele com quem se fala (tu, vós) o locutário;
•• a 3ª pessoa: aquele de quem se fala (ele, ela, eles, elas), o assunto ou referente.
As palavras EU, TU, ELE, NÓS, VÓS, ELES são pronomes pessoais. São denominados desta forma
por terem a característica de substituírem os nomes, ou seja, os substantivos.

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•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição da Ana.

•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição dela.

Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos, de acordo com a função que


desempenham na oração.
RETOS: assumem na oração as funções de sujeito ou predicativo do sujeito.
OBLÍQUOS: assumem as funções de complementos, como o objeto direto, o objeto indireto, o
agente da passiva, o complemento nominal.

“Não sei, apenas cativou-me. Então, tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que
cativa. Tu podes ser igual a todos outros no mundo, mas para mim serás único.”

Indefinidos
Algum material pode me ajudar. (afirmativo)
Material algum pode me ajudar. (negativo).
Outros pronomes indefinidos:
tudo, todo (toda, todos, todas), algo, alguém, algum (alguma, alguns, algumas), nada, ninguém,
nenhum (nenhuma, nenhuns, nenhumas), certo (certa, certos, certas), qualquer (quaisquer), o
mesmo (a mesma, os mesmos, as mesmas),outrem, outro (outra, outros, outras), cada, vários
(várias).

Demonstrativos
Este, esta, isto – perto do falante.
ESPAÇO � Esse, essa, isso – perto do ouvinte.
Aquele, aquela, aquilo – longe dos dois.
Este, esta, isto – presente/futuro
TEMPO � Esse, essa, isso – passado breve
Aquele, aquela, aquilo – passado distante
Este, esta, isto – vai ser dito
DISCURSO �
Esse, essa, isso – já foi dito
RETOMADA
Edgar e Zambeli são dois dos professores da Casa do Concurseiro. Este ensina Português;
aquele, Matemática.

Possessivos
•• Aqui está a minha carteira. Cadê a sua?

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Verbos

As formas nominais do verbo são o gerúndio, infinitivo e particípio. Não apresentam flexão de
tempo e modo, perdendo desta maneira algumas das características principais dos verbos.

Tempo e Modo
As marcas de tempo verbal situam o evento do qual se fala com relação ao momento em que se
fala. Em português, usamos três tempos verbais: presente, passado e futuro.
Os modos verbais, relacionados aos tempos verbais, destinam-se a atribuir expressões
de certeza, de possibilidade, de hipótese ou de ordem ao nosso discurso. Essas formas são
indicativo, subjuntivo e imperativo.
O modo indicativo possui seis tempos verbais: presente; pretérito perfeito, pretérito imperfeito
e pretérito mais-que-perfeito; futuro do presente e futuro do pretérito.
O modo subjuntivo divide-se em três tempos verbais: presente, pretérito imperfeito e futuro.
O modo imperativo apresenta-se no presente e pode ser afirmativo ou negativo.

Advérbio

É a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio.
É a palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.

•• Ela reflete muito sobre acordar cedo!

•• Ela nunca pensa muito pouco!

•• Ela é muito charmosa.

O advérbio pode ser representado por duas ou mais palavras: locução adverbial (à direita,
à esquerda, à frente, à vontade, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de
manhã, de súbito, de propósito, de repente...)
•• Lugar: longe, junto, acima, atrás…
•• Tempo: breve, cedo, já, dentro, ainda…
•• Modo: bem, mal, melhor, pior, devagar, (usa, muitas vezes, o sufixo-mente).
•• Negação: não, tampouco, absolutamente…
•• Dúvida: quiçá, talvez, provavelmente, possivelmente…
•• Intensidade: muito, pouco, bastante, mais, demais, tão…
•• Afirmação: sim, certamente, realmente, efetivamente…

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Preposição
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo
ao primeiro, ou seja, o regente e o regido.
Regência verbal: Entregamos aos alunos nossas apostilas no site.

Regência nominal: Somos favoráveis ao debate.

Zambeli, quais são as preposições?


a – ante – até – após – com – contra – de – desde – em – entre – para – per – perante –
por – sem – sob – sobre – trás.

•• Lugar: Estivemos em Londres.


•• Origem: Essas uvas vieram da Argentina.
•• Causa: Ele morreu, por cair de um guindaste.
•• Assunto: Conversamos muito sobre política.
•• Meio: Fui de bicicleta ontem.
•• Posse: O carro é de Edison.
•• Matéria: Comprei pão de leite.
•• Oposição: Corinthians contra Palmeiras.
•• Conteúdo: Esse copo é de vinho.
•• Fim ou finalidade: Ele veio para ficar.
•• Instrumento: Você escreveu a lápis.
•• Companhia: Sairemos com amigos.
•• Modo: nas próximas eleições votarei em branco.

Conjunções
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes
de uma mesma oração.
As conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas
•• Edgar tropeçou e torceu o pé.

•• Espero que você seja estudiosa.

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Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

No primeiro caso temos duas orações independentes, já que separadamente elas têm sentido
completo: período é composto por coordenação.
No segundo caso, uma oração depende sintaticamente da outra. O verbo “espero” fica sem
sentido se não há complemento.
Coordenadas – aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas.
Subordinadas – concessivas, conformativas, causais, consecutivas, comparativas, condicionais,
temporais, finais, proporcionais.

Curiosidade
Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da oração:
as outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no início ou no meio.
Ninguém respondeu a pergunta, mas os alunos sabiam a resposta.

Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta

Numeral
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Ex.: cinco, dois, duzentos mil
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Ex.: primeiro, segundo, centésimo
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão. Ex.: meio, terço, três quintos
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a
quantidade foi aumentada. Ex.: dobro, triplo, quíntuplo, etc.

Interjeição

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Classifique a classe gramatical das palavras destacadas (substantivo, adjetivo, advérbio)
A cerveja que desce redondo.

A cerveja que eu bebo gelada.

André Vieira é um professor exigente.

O bom da aula é o ensinamento que fica para nós.

Carlos está no meio da sala.

Leu meia página da matéria.

Aquelas jovens são meio nervosas.

Ela estuda muito.

Não faltam pessoas bonitas aqui.

O bonito desta janela é o visual.

Vi um bonito filme brasileiro.

O brasileiro não desiste nunca.

A população brasileira reclama muito de tudo.

O crescimento populacional está diminuindo no Brasil.


Número de matrimônios cresce, mas gaúchos estão entre os que menos casam no país.

Classifique as palavras destacadas, usando este código


1. numeral
2. artigo indefinido
a) ( ) Um dia farei um concurso fácil!
b) ( ) Tu queres uma ou duas provas de Português?
c) ( ) Uma aluna apenas é capaz de enviar os emails.
d) ( ) Zambeli só conseguiu fazer uma prova?
e) ( ) Não tenho muitas canetas. Então pegue só uma para você!
f) ( ) Ontem uma professora procurou por você.
g) ( ) Escrevi um artigo extenso para o jornal!
h) ( ) você tem apenas um namorado né?

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Preencha as lacunas com os pronomes demonstrativos adequados:


a) A grande verdade é ___________: foi o Zambeli o mentor do plano.
b) Embora tenha sido o melhor plano, ele nunca admitiu _________ fato.
c) Ninguém conseguiu provar sua culpa, diante _____________, o júri teve de absolvê-lo.
d) Assisti à aula de Português aqui no curso. Uma aula _________ é indispensável para mim!
e) Por que você nunca lava _________ mãos?
f) Ana, traga ____________ material que está aí do seu lado.
g) Ana, ajude-me a carregar _______ sacolas aqui.

Classifique a classe gramatical das palavras numeradas no texto extraído do jornal


Zero Hora.
Ciência mostra que estar só pode trazer benefícios, mas também prejudicar a saúde física e
mental
As (1) pessoas preferem sofrer a ficar sozinhas e desconectadas(2), mesmo que por poucos
minutos. Foi isso(3) que mostrou um recente(4) estudo realizado por pesquisadores(5) da
Universidade de(6) Virginia, nos Estados Unidos, e publicado este(7) mês na revista científica(8)
"Science". Colocados sozinhos em uma sala(9), os voluntários do experimento deveriam passar
15 minutos sem fazer(10) nada, longe de seus(11) celulares e qualquer outro estímulo, imersos
em seus pensamentos. Mas(12), caso quisessem, bastava apertar um botão(13) e tomariam
um choque(14) elétrico(15).
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Português
Português

CONCORDÂNCIA VERBAL

Regra geral
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
“A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da
civilização humana.” (Freud)
Os concurseiros dedicados adoram esta matéria nas provas.
•• As alunas dedicadas estudaram esse assunto complicado ontem.

1. Se
a) Pronome apassivador – o verbo (VTD ou VTDI) concordará com o sujeito passivo.
•• Compraram-se alguns salgadinhos para a festa.
•• Estuda-se esse assunto na aula.
•• Exigem-se referências do candidato.
•• Emplacam-se os carros novos em três dias.
•• Entregou-se um brinde aos alunos durante o intervalo.

b) Índice de indeterminação do sujeito – o verbo


•• (VL, VI ou VTI) não terá sujeito claro! Terá um sujeito indeterminado.
•• Não se confia em pessoas que não estudam.
•• Necessita-se, no decorrer do curso, de uma boa revisão.
•• Assistiu-se a todas as cenas da novela no capítulo final.

2. Pronome de tratamento
O verbo fica sempre na 3ª pessoa (= ele/eles).
•• Vossa Excelência merece nossa estima. Sua obra é reconhecida por todos.

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3. Haver
No sentido de “existir ou ocorrer” ou indicando “tempo” ficará na terceira pessoa do singular. É
impessoal, ou seja, não possui sujeito.
•• Nesta sala, há bons e maus alunos.
•• Avisaram agora que a sala está desarrumada porque houve um simulado antes.
•• Há pessoas que não valorizam a vida.
•• Deve haver aprovações desde curso.
•• Devem existir aprovações desde curso.

4. Fazer
Quando indica “tempo”, “temperatura” ou “fenômenos da natureza”, também é impessoal e
deverá ficar na terceira pessoa do singular.
•• Faz 3 dias que vi essa aula no site do curso.
•• Fez 35 graus em Recife!
•• Faz frio na serra gaúcha.
•• Deve fazer 15 dias já que enviei o material.

5. Expressões partitivas ou fracionárias


Verbo no singular ou no plural (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de,
a maior parte de, grande parte de...)
•• A maioria das pessoas aceita/ aceitam os problemas sociais.
•• Um terço dos candidatos errou/ erraram aquela questão.

6. Mais de um
O verbo permanece no singular:
•• Mais de um aluno da Casa passou neste concurso.

Se expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo


deverá ficar no plural:
•• Mais de um deputado, mais de um vereador reclamaram dessa campanha.
•• Mais de um jogador se abraçaram após a partida.

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Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

7. Que x Quem
QUE: se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do pronome
relativo.
•• Fui eu que falei. (eu falei) Fomos nós que falamos. (nós falamos)

QUEM: se o sujeito for o pronome relativo quem, o verbo ficará na terceira pessoa do singular
ou concordará com o antecedente do pronome (pouco usado).
•• Fui eu quem falei/ falou. Fomos nós quem falamos/falou.

1. É preciso que se _________ os acertos do preço e se ___________ as regras para não _____
mal-entendidos. ( faça – façam/ fixe – fixem/ existir – existirem)

2. Não ________ confusões no casamento. (poderia haver – poderiam haver)

3. _________de convidados indesejados. (Trata-se – Tratam-se)

4. As madrinhas acreditam que _______convidados interessantes, mas sabem que _______


alguns casados. (exista – existam / podem haver – pode haver)

5. ______vários dias que não se ________casamentos aqui; ________ alguma coisa estranha
no local. (faz – fazem/ realiza – realizam/ deve haver – devem haver)

6. Não ______ emoções que ______esse momento. (existe – existem/ traduza – traduzam)

7. ______ problemas durante o Buffet. (aconteceu – aconteceram)

8. Quando se _____ de casamentos, onde se _______trajes especiais, não _____ tantos


custos para os convidados.(trata – tratam/ exige – exigem/ deve haver – devem haver)

9. _____ às 22h a janta, mas quase não______ convidados.


(Iniciou-se – Iniciaram-se/ havia – haviam)

10. No Facebook, ______fotos bizarras e ______muitas informações inúteis. (publica-se –


publicam-se / compartilha-se – compartilham-se)

11. Convém que se ______nos problemas do casamento e que não se ____ partido da sogra.
(pense – pensem / tome – tomem)

12. Naquele dia, _____________37º C na festa. (fez – fizeram)

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13. __________aos bêbados todo auxílio. (prestou-se – prestaram-se)

14. Não se ____ boas festas de casamento como antigamente. (faz – fazem)

15. No Sul, _______ invernos de congelar. (faz – fazem)

16. É preciso que se ____ aos vídeos e que se ______ os recados.


(assista – assistam / leia – leiam)

17. Convém que se ________ às ordens da sogra e que se _________ os prometidos. (obedeça
– obedeçam / cumpra – cumpram)

18. As acusações do ex-namorado _____ os convidados às lágrimas. (levou / levaram)

19. Uma pesquisa de psicólogos especializados _______ que a maioria dos casamentos não se
_______ depois de 2 anos. (revelou / revelaram – mantém / mantêm)

20. A maior parte dos maridos _____ pela esposa durante as partidas de futebol.
(é provocada / são provocados)

21. Mais de uma esposa ___________ dos maridos. (reclama – reclamam)

Concordância Nominal

Regra geral
Os artigos, os pronomes, os numerais e os adjetivos concordam com o substantivo a que eles
se referem.

Casos especiais
Adjetivo + substantivos de gênero diferente: concordância com o termo mais próximo.
•• Aquele professor ensina complicadas regras e conteúdos.
complicados conteúdos e regras.
•• Notei caídas as camisas e os prendedores.
•• Notei caída a camisa e os prendedores.
•• Notei caído o prendedor e a camisa.

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Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

Substantivos de gêneros diferentes + adjetivo: concordância com o termo mais próximo ou uso
do masculino plural.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageado.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageados.
•• A Casa do Concurseiro anunciou o funcionário e a professora homenageada.

3. Anexo
•• Seguem anexos os valores do orçamento.
•• As receitas anexas devem conter comprovante.

4. Obrigado – adjetivo
•• “Muito obrigada”, disse a nova funcionária pública!

5. Só
•• “O impossível é só questão de opinião e disso os loucos sabem, só os loucos sabem.”
(Chorão)
•• “Eu estava só, sozinho! Mais solitário que um paulistano, que um canastrão na hora
que cai o pano”
•• “Bateu de frente é só tiro, porrada e bomba.” (Valesca Popozuda)

Observação!
A locução adverbial a sós é invariável.

6. Bastante
Adjetivo = vários, muitos
Advérbio = muito, suficiente
•• Entregaram bastantes problemas nesta repartição.
•• Trabalhei bastante.
•• Tenho bastantes razões para estudar na Casa do Concurseiro!

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7. TODO, TODA – qualquer
•• TODO O , TODA A – inteiro
•• “Todo verbo é livre para ser direto ou indireto.” (Teatro Mágico)
•• Todo o investimento deve ser aplicado nesta empresa.

8. É bom, é necessário, é proibido, é permitido


Com determinante = variável
Sem determinante = invariável
•• Vitamina C é bom para saúde.
•• É necessária aquela dica na véspera da prova.
•• Neste local, é proibido entrada de pessoas estranhas.
•• Neste local, é proibida a entrada de pessoas estranhas.

9. Meio
Adjetivo = metade
Advérbio = mais ou menos
•• Comprei meio quilo de picanha.
•• Isso pesa meia tonelada.
•• O clima estava meio tenso.
•• Ana estava meio chateada.

10. Menos e Alerta


Sempre invariáveis
•• Meus professores estão sempre alerta.
•• Tayane tem menos bonecas que sua amiga.

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Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

1. Complete as lacunas com a opção mais adequada:


a) É _________ (proibido OU proibida) conversa durante a aula.
b) É _________ (proibido OU proibida) a conversa durante a aula.
c) Não é ______ (permitido OU permitida) a afixação de propagandas.
d) Saída a qualquer hora, neste curso, não é _____ (permitido OU permitida).
e) No curso, bebida não é _____ (permitido OU permitida).
f) Crise econômica não é ____ (bom OU boa) para o governo.
g) Bebeu um litro e ________ (meio OU meia) de cachaça.
h) Respondeu tudo com __________ (meio OU meias) palavras.
i) Minha colega ficou ___________ (meio OU meia) angustiada.
j) Ana estava ___________ (meio OU meia) estressada depois da prova.
k) Nesta turma há alunos _________ (meio OU meios) irrequietos.
l) Eles comeram ______________ (bastante OU bastantes).
m) Os alunos saíram da prova _________ (bastante OU bastantes) cansados.
n) Já temos provas _______ (bastante OU bastantes) para incriminá-lo.
o) Os alunos ficam _____ (só OU sós).

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Português

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os
complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou as circunstâncias (adjuntos adverbiais).
Um verbo pode assumir valor semântico diferente com a simples mudança ou retirada de uma
preposição.

Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos não possuem complemento. São verbos significativos, capazes de


constituir o predicado sozinhos. Sua semântica é completa.
•• O balão subiu.
•• O cão desapareceu desde ontem.
•• Aquela geleira derreteu no inverno passado.

Verbos Transitivos Diretos

Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não
exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Zambeli comprou livros nesta loja.
•• Pedro ama, nesta loja, as promoções de inverno.

Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que
esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Edgar Abreu necessita de férias nesta semana.
•• Pedro confia em Kátia sempre!

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Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos

Há verbos que admitem duas construções: uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso
implique modificações de sentido. Ou seja, possuem dois complementos: um OD e um OI.
•• Tereza ofereceu livros a Zambeli.
•• O professor emprestou aos alunos desta turma alguns livros novos.

Verbos de Ligação

Esse tipo de verbo tem a função de ligar o sujeito a um estado, a uma característica. A
característica atribuída ao sujeito por intermédio do verbo de ligação chama-se predicativo do
sujeito.
Uma maneira prática de se identificar o verbo de ligação é exclui-lo da oração e observar se
nesta continua a existir uma unidade significativa: Minha professora está atrasada. → Minha
professora atrasada.
São, habitualmente, verbos de ligação: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-
se, achar-se, acabar...

Pronome relativo

QUE:
Retoma pessoas ou coisas.

•• André Vieira, que me ensinou Constitucional, é uma grande professor!

•• Os arquivos das provas de que preciso estão no meu email.

•• O colega em que confio é o Dudan.

Função sintática dos pronomes relativos

Sujeito
•• Os professores que se prepararam para a aula foram bem avaliados.

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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

Objeto direto

•• Chegaram as apostilas que comprei no site.

Objeto indireto

•• Aqui há tudo de que você precisa para o concurso.

Complemento nominal

•• São muitas aprovações de que a Casa do Concurseiro é capaz.

Predicativo do sujeito

•• Reconheço a grande mulher que você é.

Agente da passiva

•• Aquela é a turma do curso por que foste homenageado?

Adjunto adverbial

•• Este é o curso em que trabalho de segunda a sábado!

QUEM:
Só retoma pessoas. Um detalhe importante: sempre antecedido por preposição.

•• A professora em quem tu acreditas pode te ajudar.

•• O amigo de quem Pedro precisará não está em casa.

•• O colega a quem encontrei no concurso foi aprovado.

O QUAL:
Existe flexão de gênero e de número: OS QUAIS, A QUAL, O QUAL, AS QUAIS.

•• O chocolate de que gosto está em falta.

•• O chocolate do qual gosto está em falta.

•• A paixão por que lutarei.

•• A paixão pela qual lutarei.

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•• A prova a que me refiro foi anulada.

•• A prova à qual me refiro foi anulada.

CUJO:
Indica uma ideia de posse. Concorda sempre com o ser possuído.

•• A prova cujo assunto eu não sei será amanhã!

•• A professora com cuja crítica concordo estava me orientando.

•• A namorada a cujos pedidos obedeço sempre me abraça forte.

ONDE:
Só retoma lugar. Sinônimo de EM QUE

•• O país aonde viajarei é perto daqui.

•• O problema em que estou metido pode ser resolvido ainda hoje.

•• O lugar onde deixo meu carro fica próximo daqui.

Assistir
VTD: ajudar, dar assistência:

•• O policial não assistiu as vítimas durante a prova = O policial não as assistiu...

•• O conselho tutelar assiste todas as crianças.

VTI: ver, olhar, presenciar (prep. A obrigatória):

•• Assistimos ao vídeo no youtube = Assistimos a ele.

•• O filme a que eu assisti chama-se “ Intocáveis”.

Pagar e Perdoar
VTD: OD – coisa:

•• Pagou a conta.

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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

VTI: OI – A alguém:

•• Pagou ao garçom.

VTDI: alguma COISA A ALGUÉM:

•• Pagou a dívida ao banco.

•• Pagamos ao garçom as contas da mesa.

Querer
VTD – desejar, almejar:

•• Eu quero esta vaga para mim.

VTI – estimar, querer bem, gostar:

•• Quero muito aos meus amigos.

•• Quero a você, querida!

Implicar
VTD: acarretar, ter consequência

•• Passar no concurso implica sacrifícios.

•• Essas medidas econômicas implicarão mudanças na minha vida.

VTI: ter birra, implicância

•• Ela sempre implica com meus amigos!

Preferir
VTDI: exige a prep. A = X a Y

•• Prefiro concursos federais a concursos estaduais.

Ir, Voltar, Chegar


Usamos as preposições A ou DE ou PARA com esses verbos.

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•• Chegamos a casa.

•• Foste ao curso.

Esquecer-se, Lembrar-se: VTI (DE)


Esquecer, Lembrar: VTD
•• Eu nunca me esqueci de você!

•• Esqueça aquilo.

•• O aluno cujo nome nunca lembro foi aprovado.

•• O aluno de cujo nome nunca me lembro foi aprovado.

Aspirar
VTD – respirar

•• Naquele lugar, ele aspirou o perfume dela.

•• O cheiro que aspiramos era do gás!

VTI – desejar, pretender

•• Alexandre aspira ao sucesso nos concursos!

•• O cargo a que todos aspiram está neste concurso.

Obedecer/ desobedecer
VTI = prep. A

•• Zambeli nunca obedece ao sinal de trânsito.

Constar
(A) No sentido de “ser composto de”, constrói-se com a preposição DE:

•• A prova do concurso constará de trinta questões objetivas.

(B) No sentido de “estar incluído, registrado”, constrói-se com a preposição EM:

•• Seu nome consta na lista de aprovados do concurso!

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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

Visar
VTD – quando significa “mirar”

•• O atirador visou o alvo certo!

VTD – quando significa “assinar”

•• Você já visou o chegue?

VTI – quando significar “ almejar, ter por objetivo”

•• Visamos ao sucesso no vestibular de verão!

•• A vaga a que todos visam está desocupada.

Proceder
VTI (a) – iniciar, dar andamento.

•• Logo procederemos à reunião.

VTI (de) – originar-se.

•• Ele procede de boa família.

VI – ter lógica.

•• Teus argumentos não procedem.

Usufruir – VTD
•• Usufrua os benefícios da fama!

Namorar – VTD
•• Namoro Ana há cinco anos!

Simpatizar/ antipatizar – VTI


•• Eu simpatizei com ela.

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Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivos e seu


respectivo complemento nominal. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.
Deve-se considerar que muitos nomes seguem exatamente a mesma regência dos verbos
correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime
dos nomes cognatos. Por exemplo, obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
complementos introduzidos pela preposição a: obedecer a algo/a alguém; obediência a algo/a
alguém; obediente a algo/a alguém; obedientemente a algo/a alguém.

admiração a, por horror a


atentado a, contra impaciência com
aversão a, para, por medo a, de
bacharel em, doutor em obediência a
capacidade de, para ojeriza a, por
devoção a, para com, por proeminência sobre
dúvida acerca de, em, sobre respeito a, com, para com, por

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal


a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os
complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Logo, o ermo
ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal.

b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a


substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que
recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo.

•• A vila aguarda a construção da escola.

•• A autor fez uma mudança de cenário.

•• Observamos o crescimento da economia.

•• Assaltaram a loja de brinquedos.

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Português
Português

CRASE

Eles foram à praia no fim de semana (A prep. + A artigo)


A aluna à qual me refiro é estudiosa (A prep. + A do pronome relativo A Qual)
A minha blusa é semelhante à de Maria (A prep. + A pronome demonstrativo)
Ele fez referência àquele aluno (A prep. + A pronome demonstrativo Aquele).

Ocorre crase

1. Substitua a palavra feminina por outra masculina correlata; em surgindo a combinação AO,
haverá crase.
•• Eles foram à praia.
•• O menino não obedeceu à professora.
•• Sou indiferente às críticas!

2. Substitua os demonstrativos Aqueles(s), Aquela(s), Aquilo por A este(s), A esta(s), A isto;


mantendo-se a lógica, haverá crase.
•• Ele fez referência àquele aluno.
•• Aquele: Refiro-me àquele rapaz.
•• Aquela: Dei as flores àquela moça!
•• Aquilo: Refiro-me àquilo que me contastes

3. Nas locuções prepositivas, conjuntivas e adverbiais.


à frente de; à espera de; à procura de; à noite; à tarde; à esquerda; à direita; às vezes; às pressas;
à medida que; à proporção que; à toa; à vontade, etc.
•• Pagamos a vista / à vista.
•• Tranquei a chave / à chave.
•• Estudaremos a sombra / à sombra.

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4. Na indicação de horas determinadas: deve-se substituir a hora pela expressão “meio-dia”;
se aparecer AO antes de “meio-dia”, devemos colocar o acento, indicativo de crase no A.
•• Ele saiu às duas horas e vinte minutos. (ao meio dia)
•• Ele está aqui desde as duas horas. (o meio-dia).

5. Antes de nome próprio de lugares, deve-se colocar o verbo VOLTAR; se dissermos VOLTO
DA, haverá acento indicativo de crase; se dissermos VOLTO DE, não ocorrerá o acento.
•• Vou à Bahia. (volto da). Vou a São Paulo (volto de).

Observação:
Se o nome do lugar estiver acompanhado
de uma característica (adjunto
adnominal), o acento será obrigatório.

•• Vou a Portugal. Vou à Portugal das grandes navegações.

6. Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais


A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o
verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase.
•• São regras às quais todos os funcionários devem obedecer.
•• Esta foi a conclusão à qual Pedro Kuhn chegou.
•• A novela à qual assisto passa também na internet.

7. Crase com o Pronome Demonstrativo "a“


•• Minha crise é ligada à dos meus irmãos
•• Suas lutas não se comparam as dos jovens de hoje.
•• As frases são semelhantes às da minha ex-namorada.

8. Se a palavra "distância" estiver determinada, especificada, o "a" deve ser acentuado.


Observe:
•• A cidade fica à distância de 70 km daqui (determinada).
•• A cidade fica a grande distância daqui (não-determinada).

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Português – Crase – Prof. Carlos Zambeli

Crase Opcional

1. Antes de nomes próprios femininos.


•• Entreguei o presente a Ana (ou à Ana).

2. Depois da preposição ATÉ.


•• Fui até a escola. (ou até à escola).

3. Antes de pronomes possessivos femininos adjetivos no singular.


•• Fiz alusão a minha amiga (ou à minha amiga). Mas não fiz à sua.

Não ocorre crase

1. Antes de palavras masculinas.


•• Ele saiu a pé.
•• Barco a vapor.

2. Antes de verbos.
•• Estou disposto a colaborar com ele.
•• Produtos a partir de R$ 1,99.

3. Antes de artigo indefinido.


•• Fomos a uma lanchonete no centro.

4. Depois de preposição diferente de A


•• Eles foram para a praia.
•• Ficaram perante a torcida após o gol.

5. Antes de alguns pronomes


•• Passamos os dados do projeto a ela.
•• Eles podem ir a qualquer restaurante.
•• Refiro-me a esta aluna.
•• A pessoa a quem me dirigi estava atrapalhada.
•• O restaurante a cuja dona me referi é ótimo.

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6. Quando o A estiver no singular e a palavra a que ele se refere estiver no plural.
•• Refiro-me a pessoas que são competentes.
•• Entregaram tudo a secretárias do curso.

7. Em locuções formadas pela mesma palavra.


•• Tomei o remédio gota a gota.
•• A vítima ficou cara a cara com o ladrão.

Utilize o acento indicativo de crase quando necessário.


a) Chegamos a ideia de que a regra não se refere a pessoas jovens.
b) A todo momento, damos sinais de que nos apegamos a vida.
c) Ela elevou-se as alturas.
d) Os alunos davam valor as normas da escola.
e) As duas horas as pegaríamos a frente da escola.
f) Ele veio a negócios e precisa falar a respeito daquele assunto.
g) Foi a Bahia, depois a São Paulo e a Porto Alegre.
h) Eles tinham a mão as provas que eram necessárias.
i) Graças a vontade de um companheiro de trabalho, reformulamos a agenda da semana.
j) Refiro-me a irmã do colega e as cunhadas, mas nada sei sobre a mãe dele.
k) Aderiu a turma a qual todos aderem.
l) A classe a qual pertenço é a única que não fará a visita aquela praia.
m) Não podemos ignorar as catástrofes do mundo e deixar a humanidade entregue a própria
sorte.
n) Somos favoráveis as orientações dos professores.
o) O ser humano é levado a luta que tem por meta a resolução das questões relativas a
sobrevivência.
p) Sou a favor da preservação das baleias.
q) Fique a espera do chefe, pois ele chegará as 14h.
r) A situação a que me refiro tornou-se complexa, sujeita a variadas interpretações.
s) Após as 18h, iremos a procura de auxilio.
t) Devido a falta de quorum, suspendeu-se a sessão.
u) As candidatas as quais foram oferecidas as bolsas devem apresentar-se até a data marcada.

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Português – Crase – Prof. Carlos Zambeli

v) Dedicou-se a uma atividade beneficente, relacionada a continuidade do auxílio as camadas


mais pobres da população.
w) Se você for a Europa, visite os lugares a que o material turístico faz referência.
x) Em relação a matéria dada, dê especial atenção aquele caso em que aparece a crase.
y) Estaremos atendendo de segunda a sexta, das 8h as 19h.
z) A pessoa a quem me refiro dedica-se a arte da cerâmica.

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Português

SINTAXE DO PERÍODO

Coordenativas: Ligam orações independentes, ou seja, que possuem sentido completo.

1. Aditivas: Expressam ideia de adição, soma, acréscimo.


São elas: e, nem,não só... mas também, mas ainda, etc.
•• “A alegria evita mil males e prolonga a vida.” (Shakespeare)

•• “No banquete da vida a amizade é o pão, e o amor é o vinho”

•• Não avisaram sobre o feriado, nem cancelaram as aulas.

2. Adversativas: Expressam ideia de oposição, contraste.


São elas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante, etc.

•• “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.” (Martin Luther
King)

•• “Todos caem; apenas os fracos, porém, continuam no chão.” (Bob Marley)

3. Alternativas: Expressam ideia de alternância ou exclusão.


São elas; ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, etc.
•• “Toda ação humana, quer se torne positiva, quer negativa, precisa depender de
motivação.” (Dalai Lama)

•• Ora estuda com disposição, ora dorme em cima das apostilas.

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4. Conclusivas: Expressam ideia de conclusão ou uma ideia consequente do que se disse
antes. São elas: logo, portanto, por isso, por conseguinte, assim, de modo que, em vista
disso então, pois (depois do verbo) etc.

•• Apaixonou-se; deve, pois, sofrer em breve.

•• “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se
chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente
viver.” (Dalai Lama)

5. Explicativas: A segunda oração dá a explicação sobre a razão do que se afirmou na primeira


oração. São elas: pois, porque, que.

•• “Não faças da tua vida um rascunho, pois poderás não ter tempo de passá-la a limpo.”
(Mario Quintana)

•• “Prepara, que agora é a hora do show das poderosas.” (Chico Buarque #sqn)

•• Edgar devia estar nervoso, porque não parava de gritar na aula.

Subordinativas: ligam orações dependentes, de sentido incompleto, a uma oração principal


que lhe completa o sentido. Podem ser adverbiais, substantivas e adjetivas; neste caso,
estudaremos as conjunções que introduzem as orações subordinadas adverbiais.

1. Causais: Expressam ideia de causa, motivo ou a razão do fato expresso na oração principal.
São elas: porque, porquanto, posto que, visto que, já que, uma vez que, como, etc.

•• “Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes.” (Willian


Shakespeare)

•• “Que eu possa me dizer do amor (que tive): que não seja imortal, posto que é chama.
Mas que seja infinito enquanto dure.” (Vinicius de Morais)

2. Comparativas: Estabelecem uma comparação com o elemento da oração principal. São


elas: como, que (precedido de “mais”, de “menos”, de “tão”), etc.

•• “Como arroz e feijão, é feita de grão em grão nossa felicidade.” (Teatro Mágico)

•• “Esses padres conhecem mais pecados do que a gente...” (Mario Quintana)

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Português – Sintaxe do Período – Prof. Carlos Zambeli

3. Condicionais: Expressam ideia de condição ou hipótese para que o fato da oração principal
aconteça. São elas: se, caso, exceto se, a menos que, salvo se, contanto que, desde que,
etc.
“Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...” (Mario Quintana)

•• “A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria
inventado a roda..” (Mario Quintana)

4. Consecutivas: Expressam ideia de consequência ou efeito do fato expresso na oração


principal. São elas: que (precedido de termo que indica intensidade: tão, tal, tanto, etc.), de
modo que, de sorte que, de maneira que, etc.

“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.” (Fernando Pessoa)

•• A gente é tão cúmplice um do outro que nem precisa se olhar!

5. Conformativas: Expressam ideia de conformidade ou acordo em relação a um fato expresso


na oração principal. São elas: conforme, segundo, consoante, como.

•• “Os homens estimam-vos conforme a vossa utilidade, sem terem em conta o vosso
valor” (Balzac)

•• Como tínhamos imaginado, a Casa do Concurseiro sempre é a melhor opção.

6. Concessivas: Expressam ideia de que algo que se esperava que acontecesse, contrariamente
às expectativas, não acontece. São elas: embora, conquanto, ainda que, se bem que,
mesmo que, apesar de que, etc.

•• “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” (Vinicius de
Moraes)

•• “É sempre amor, mesmo que mude. É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que
passou.” (Bidê ou balde)

www.acasadoconcurseiro.com.br 55
7. Finais: Expressam ideia de finalidade. São elas: a fim de que, para que, que, etc.

“Para ser grande, sê inteiro; nada teu exagera ou exclui;


Sê todo em cada coisa; põe quanto és
No mínimo que fazes;
Assim em cada lago, a lua toda
Brilha porque alta vive.” (Fernando Pessoa)

•• As pessoas devem estudar para que seus sonhos se realizem.

8. Proporcionais: Expressam ideia de proporção, simultaneidade. São elas: à medida que, à


proporção que, ao passo que, etc.

•• Ao passo que o tempo corre, mais nervoso vamos ficando.

9. Integrantes: Introduzem uma oração que integra ou completa o sentido do que foi expresso
na oração principal. São elas: que, se.

•• “Mas o carcará foi dizer à rosa que a luz dos cristais vem da lua nova e do girassol.”
(Natiruts)

•• “Eu não quero que você esqueça que eu gosto muito de você” (Natiruts)

10. Temporais: expressam anterioridade, simultaneidade, posteridade relativas ao que vem


expresso na oração principal. São elas: quando, enquanto, assim que, desde que, logo que,
depois que, antes que, sempre que, etc.

•• “Quando o inverno chegar, eu quero estar junto a ti .” (Tim Maia)

•• “Só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você.” (Teatro Mágico)

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Português
Português

PONTUAÇÃO

Emprego da vírgula

Na ordem direta da oração (sujeito + verbo + complemento(s) + adjunto adverbial), NÃO use
vírgula entre os termos. Isso só ocorrerá ao se deslocarem o predicativo ou o adjunto adverbial.
•• “Não boto bomba em banca de jornal.” (Renato Russo)

•• Os jornais informaram aos leitores os últimos concursos.

Dica zambeliana = Não se separam por vírgula:

•• predicado de sujeito = Ocorrem, alguns protestos no centro!

•• objeto de verbo = Enviamos, ao grupo, todas as questões.

•• adjunto adnominal de nome = A questão, de Português, está comentada no site!

Entre os termos da oração

1. para separar itens de uma série (Enumeração)

•• “O que era sonho se tornou realidade de pouco em pouco a gente foi erguendo o nosso

próprio trem, nossa Jerusalém, nosso mundo, nosso carrossel.” (Jeneci)

•• Hoje, enfrentamos muitos problemas. Alguns criados por nós em consequência de diferen-
ças ideológicas, religiosas, raciais, econômicas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 57
2. para assinalar supressão de um verbo.
•• Ela almeja aprovação; eu, nomeação.

3. para separar o adjunto adverbial deslocado.


•• “No meio do caminho, tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho.”
(Carlos Drummond de Andrade)

•• “Na centralização administrativa, o Estado atua diretamente por meio de seus órgãos, ou
seja, das unidades que são meras repartições interiores de sua pessoa e que, por isso, dele
não se distinguem”.

•• A mentira é, muita vezes, tão involuntária como a respiração. (Machado de Assis)

Obs.: Se o adjunto adverbial for pequeno, a utilização da vírgula não é necessária, a não ser que
se queira enfatizar a informação nele contida.

•• “Hoje eu tenho uma proposta: a gente se embola e perde a linha a noite toda.” (Ludmilla)

4. para separar o aposto.


•• “Pois eu vou fazer uma prece prá Deus, nosso Senhor, prá chuva parar de molhar o meu
divino amor...” (Jorge Ben)

•• O FGTS, conta vinculada ou poupança forçada, é um direito dos trabalhadores rurais e


urbanos que está expresso no artigo 7º da Constituição Federal, a Carta Magna.

5. para separar o vocativo.


•• “É, morena, tá tudo bem, sereno é quem tem a paz de estar em par com Deus.” (Marcelo Camelo)

6. para separar expressões explicativas, retificativas, continuativas, conclusivas ou


enfáticas (aliás, além disso, com efeito, enfim, isto é, em suma, ou seja, ou melhor,
por exemplo, etc).
•• “A vida, enfim, vivida de manhã quando tenho você.” (Vanguart)

•• Com efeito, o caminho de um concurseiro é longo e árduo. Por exemplo, grande parte do seu
tempo livre é dedicada a estudos, ou seja, a vida social pode ficar um pouco comprometida,
ou melhor, abandonada. Além disso, é necessário disciplina e esforço, mas, enfim, vale a

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Português – Pontuação – Prof. Carlos Zambeli

pena: o concurseiro pode alcançar estabilidade financeira, isto é, jamais conhecer a palavra
desemprego, em suma, o sonho de todos.

Entre as orações

1. para separar orações coordenadas assindéticas.

•• ” O girino é o peixinho do sapo, o silêncio é o começo do papo, o bigode é a antena do gato,

o cavalo é o pasto do carrapato, o cabrito é o cordeiro da cabra, o pescoço é a barriga da

cobra.” (Arnaldo Antunes)

•• “Não fique pela metade, vá em frente, minha amiga, destrua a razão desse beco sem saída.”
(Engenheiros do Hawaii)

2. As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula. Orações


coordenadas são as que indicam adição (e, nem, mas também), alternância (ou, ou ...
ou, ora ... ora), adversidade (mas, porém, contudo...), conclusão (logo, portanto...) e
explicação (porque, pois).
•• Estudar para concursos é coisa séria entretanto as pessoas, muitas vezes, levam na
brincadeira.

•• Estou sem celular, portanto não estarei respondendo no whats!

3. para separar orações coordenadas sindéticas ligadas por “e”, desde que os
sujeitos sejam diferentes.
•• “De repente, a dor de esperar terminou, e o amor veio enfim.” (Tim Maia)

•• “A verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é


impossível sem um rigoroso controle da gula.” (Mahatma Gandhi)

4. para separar orações adverbiais, especialmente quando forem longas.


•• Em determinado momento, todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova.

•• “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” (Vinícius de Moraes)

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5. para separar orações adverbiais antepostas à principal ou intercaladas, tanto
desenvolvidas quanto reduzidas.
•• Como não tinha muito tempo para estudar em casa, aproveitava bem a aula.

•• Começaremos, assim que todos os alunos chegarem, a trabalhar.

6. Orações subordinadas adjetivas


Podem ser:
a) Restritivas – delimitam o sentido do substantivo antecedente (sem vírgula). Encerram uma
qualidade que não é inerente ao substantivo.

•• “Com a chuva molhando o seu corpo lindo que eu vou abraçar”. (Jorge Ben)

•• “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam
escutar a música.” (Friedrich Nietzsche)

•• “ Eu tenho meus amigos que só aparecem quando eu bebo.” (Vanguart)

b) Explicativas – explicações ou afirmações adicionais ao antecedente já definido plenamente


(com vírgula). Encerram uma qualidade inerente ao substantivo.

•• O Decreto nº 1.171/1994, que aprova o Código de Ética Profissional do servidor público civil
do Poder Executivo Federal, determina que a função pública deve ser tida como exercício
profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.

•• Os alunos, que são esforçados, conseguem obter um bom resultado nos concursos.

•• As mulheres, que lidam com muitas coisas ao mesmo tempo, desenvolvem proveitosas
habilidades.

Emprego do Ponto-e-Vírgula

1. para separar orações que contenham várias enumerações já separadas por vírgula
ou que encerrem comparações e contrastes.

•• “Há cinco coisas neste mundo que ninguém pode realizar: primeira, evitar a velhice,
quando se está envelhecendo; segunda, evitar a doença, quando o corpo é predisposto à
enfermidade; terceira, não morrer quando o corpo deve morrer; quarta, negar a dissolução,

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Português – Pontuação – Prof. Carlos Zambeli

quando, de fato, há a dissolução do corpo; quinta, negar a extinção, quando tudo deve
extinguir-se.” (Buda)

•• “Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor; o Diabo, invejoso, fez o homem
confundir fé com religião e amor com casamento.” (Machado de Assis)

2. para separar orações em que as conjunções adversativas ou conclusivas estejam


deslocadas.
•• “A carne é boa; não creio, porém, que valha a de um camundongo, mas camundongo é que
não há aqui.” (Machado de Assis)

•• Vamos terminar este namoro; considere-se, portanto, livre deste compromisso.

3. para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia,


entretanto, etc.), substituindo, assim, a vírgula.
•• Gostaria de estudar hoje; todavia, só chegarei perto dos livros amanhã.

Emprego dos Dois-Pontos

1. para anunciar uma citação.


•• Já dizia Freud: “Poderíamos ser melhores, se não quiséssemos ser tão bons.”

2. para anunciar uma enumeração, um aposto, uma explicação, uma consequência


ou um esclarecimento.
•• “O uísque é o melhor amigo do homem: é um cachorro engarrafado.” (Vinícius de Moraes)

•• Os alunos vieram à aula e trouxeram algumas coisas: apostila, canetas e muita vontade.

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Português

TEMPOS E MODOS VERBAIS – VERBOS

Tempos verbais do Indicativo

1. Presente – é empregado para expressar um fato que ocorre no momento em que se fala;
para expressar algo frequente, habitual; para expressar um fato passado, geralmente
nos textos jornalísticos e literários (nesse caso, trata-se de um presente que substitui o
pretérito).
“Não vejo mais você faz tanto tempo. Que vontade que eu sinto de olhar em seus olhos, ganhar
seus abraços. É verdade, eu não minto.” (Caetano Veloso)
“Eu sei que um outro deve estar falando ao seu ouvido palavras de amor.” (Roberto Carlos)

2. Pretérito Perfeito – revela um fato concluído, iniciado e terminado no passado.


“Pra você guardei o amor que nunca soube dar. O amor que tive e vi sem me deixar sentir sem
conseguir provar.” (Nando Reis)
“Ela parou, olhou, sorriu, me deu um beijo e foi embora.” (Natiruts)

3. Pretérito Imperfeito – pode expressar um fato no passado, mas não concluído ou uma ação
que era habitual, que se repetia no passado.
“Quando criança só pensava em ser bandido, ainda mais quando com um tiro de soldado o pai
morreu. Era o terror da sertania onde morava...” (Legião)

4. Pretérito mais-que-perfeito – expressa um fato ocorrido no passado, antes de outro


também passado.
“E se lembrou de quando era uma criança e de tudo o que vivera até ali.” (Legião)
Eu já reservara a passagem, quando ele desistiu da viagem.

5. Futuro do presente – indica um fato que vai ou não ocorrer após o momento em que se
fala.
“Verás que um filho teu não foge à luta”. (Hino Nacional)
Os professores comentarão a prova depois do concurso.

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6. Futuro do pretérito – expressar um fato futuro em relação a um fato passado, habitualmente
apresentado como condição. Pode indicar também dúvida, incerteza.
“Estranho seria se eu não me apaixonasse por você.”
“Eu aceitaria a vida como ela é, viajaria a prazo pro inferno, eu tomaria banho gelado no
inverno.” (Frejat)

Tempos verbais do Subjuntivo

1. Presente – expressa um fato atual exprimindo possibilidade, um fato hipotético


Espero que o André Vieira faça um churrasco.

Talvez eu volte com você.


Só quero que ela retorne para mim.

2. Pretérito imperfeito – expressa um fato passado dependente de outro fato passado.

“Mas se eu ficasse ao seu lado de nada adiantaria. Se eu fosse um cara diferente sabe lá como
eu seria.” (Engenheiros)

3. Futuro – indica uma ação hipotética que poderá ocorrer no futuro. Expressa um fato futuro
relacionado a outro fato futuro.

Se eu fizer 18 acertos, passarei.


Se vocês se concentrarem, a aula termina mais cedo!
Disse-me que fará quando puder.
“Quando o segundo sol chegar...” (Nando Reis)

Cuidado com eles!

Ter – tiver – Se ela mantiver a calma, passará!

Ver – vir – Quando ela vir a bagunça, ficará brava!

Vir – vier – Se isso lhe convier, será interessante!

Pôr – puser – Se você dispuser de tempo, faça o curso.

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Português – Tempos e Modos Verbais/ verbos – Prof. Carlos Zambeli

Imperativo

Presente do IMPERATIVO Presente do IMPERATIVO


indicativo AFIRMATIVO Subjuntivo NEGATIVO
EU QUE EU NÃO
TU QUE TU NÃO
ELE QUE ELE NÃO
NÓS QUE NÓS NÃO
VÓS QUE VÓS NÃO
ELES QUE ELES NÃO

1. EU

2. Ele = você
Eles = vocês

3. Presente do indicativo = tu e vós – S = Imperativo Afirmativo

4. Presente do subjuntivo (Que) – completa o restante da tabela.

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Exercícios

1. Complete
a) Ele ____________ no debate. Porém, eu não _____________ (intervir – pretérito perfeito)
b) Se eles não ___________ o contrato, não haveria negócio. (manter)
c) Se o convite me _____________, aceitarei. (convir)
d) Se o convite me _____________, aceitaria. (convir)
e) Quando eles __________ o convite, tomarei a decisão. (propor)
f) Se eu ____________ de tempo, aceitarei a proposta. (dispor)
g) Se eu ______________ de tempo, aceitaria a proposta. (dispor)
h) Se elas __________ minhas pretensões, faremos o acordo. (satisfazer)
i Ainda bem que tu _________ a tempo. (intervir – pretérito perfeito)
j) Quem se ____________ de votar deverá comparecer ao TRE. (abster – futuro do subjuntivo)
k) Quando eles __________ a conta, perceberão o erro. (refazer)
l) Se eles _______________ a conta, perceberiam o erro. (refazer)
m) Quando não te ____________, assinaremos o contrato. (opor)
n) Se eu ___________ rico, haveria de ajudá-lo. (ser )
o) Espero que você _______ mais atenção a nós. (dar )
p) Se ele ________________ no caso, poderia resolver o problema. (intervir)
q) Eu não __________ nesta cadeirinha! ( caber – presente indicativo)
r) Se nós ____________ sair, poderíamos. (querer)
s) Quando ela ___________ o namorado com outra, vai ficar uma fera! (ver – futuro do
subjuntivo)
t) e ela __________ aqui com o namorado, poderá se hospedar aqui. (vir – futuro do subj.)

2. Complete as lacunas com a forma do imperativo mais adequada:


a) Por favor, ___________ à minha sala, preciso falar com você. (vir)
b) __________ para nós. Participe do nosso programa. (ligar)
c) __________ agora os documentos que lhe pedimos hoje. (enviar)
d) __________ a sua boca e ________ quieto. (calar e ficar)
e) _______ até o guichê 5 para receber a sua ficha de inscrição. (ir)
f) _______ a sua casa e _______ o dinheiro num fundo. (vender e pôr)
g) _______ o seu trabalho e ________ os resultados. (fazer e ver)
h) Vossa Excelência está muito nervoso. _________ calma. (ter)
i) Só me resta lhe dizer uma coisa: ________ feliz. (ser)

3. Complete
a) Já lhe avisei! ____________ esse objeto com cuidado. (pegar)
b) Já te avisei! _____________ esse objeto com cuidado. (pegar)
c) Vocês aí! ________________ com mais entusiasmo. (cantar)

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Português

IDENTIFICAÇÃO DA IDEIA CENTRAL

Trata-se de realizar “compreensão” de textos, ou seja, estabelecer relações com os


componentes envolvidos em dado enunciado, a fim de que se estabeleçam a apreensão e a
compreensão por parte do leitor.

Interpretar x Compreender

INTERPRETAR é COMPREENDER é
•• Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, •• Intelecção, entendimento, percepção
inferir. do que está escrito.
•• APARECE ASSIM NA PROVA •• APARECE ASSIM NA PROVA
•• Através do texto, infere-se que... •• é sugerido pelo autor que
•• É possível deduzir que... •• De acordo com o texto, é correta ou
•• O autor permite concluir que errada a afirmação
•• Qual é a intenção do autor ao afirmar •• O narrador afirma
que

Procedimentos

Enunciados Possíveis
“Qual é a ideia central do texto?”
“O texto se volta, principalmente, para”

Observação de
1. Fonte bibliográfica;
2. Autor;
3. Título;
4. Identificação do “tópico frasal”;
5. Identificação de termos de aparecimento frequente (comprovação do tópico);
6. Procura, nas alternativas, das palavras-chave destacadas no texto.

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EXEMPLIFICANDO
Banho de mar é energizante?
Embora não existam comprovações científicas, muitos especialistas acreditam que os banhos
de mar tragam benefícios à saúde. “A água marinha, composta por mais de 80 elementos
químicos, alivia principalmente as tensões musculares, graças à presença de sódio em sua
composição, por isso pode ser considerada energizante”, afirma a terapeuta Magnólia Prado de
Araújo, da Clínica Kyron Advanced Medical Center, de São Paulo. “Além disso, as ondas do mar
fazem uma massagem no corpo que estimula a circulação sanguínea periférica e isso provoca
aumento da oxigenação das células”, diz Magnólia.
Existe até um tratamento, chamado talassoterapia (do grego thalasso, que significa mar), surgido
em meados do século IX na Grécia, que usa a água do mar como seu principal ingrediente.
Graças à presença de cálcio, zinco, silício e magnésio, a água do mar é usada para tratar doenças
como artrite, osteoporose e reumatismo. Já o sal marinho, rico em cloreto de sódio, potássio e
magnésio, tem propriedades cicatrizantes e antissépticas. Todo esse conhecimento, no entanto,
carece de embasamento científico. “Não conheço nenhum trabalho que trate desse tema com
seriedade, mas intuitivamente creio que o banho de mar gera uma sensação de melhora e
bem-estar”, diz a química Rosalinda Montoni, do Instituto Oceanográfico da USP.
Revista Vida Simples.

1. Fonte bibliográfica: revista periódica de circulação nacional. O próprio nome da revista –


Vida Simples – indica o ponto de vista dos artigos nela veiculados.
2. O fato de o texto não ser assinado permite-nos concluir que se trata de um EDITORIAL
(texto opinativo) ou de uma NOTÍCIA (texto informativo).
3. O fato de o título do texto ser uma pergunta permite-nos concluir que o texto constitui-se
em uma resposta (geralmente, nos primeiros períodos).
4. Identificação do tópico frasal: percebido, via de regra, no 1º e no 2º períodos, por meio das
palavras-chave (expressões substantivas e verbais): não existam / comprovações científicas /
especialistas acreditam / banhos de mar / benefícios à saúde.
5. Identificação de termos cujo aparecimento frequente denuncia determinado enfoque
do assunto: água marinha / alivia tensões musculares / pode ser considerada energizante /
terapeuta / ondas do mar / estimula a circulação sanguínea / aumento da oxigenação das células
/ talassoterapia / água do mar / tratar doenças / conhecimento / carece de embasamento
científico.

1. Qual é a ideia central do texto acima?


a) Os depoimentos científicos sobre as propriedades terapêuticas do banho de mar são
contraditórios.
b) Molhar-se com água salgada é energizante, mas há necessidade de cuidados com infecções.
c) O banho de mar tem uma série de propriedades terapêuticas, que não têm comprovação
científica.
d) Os trabalhos científicos sobre as propriedades medicinais do banho de mar têm publicações
respeitadas no meio científico.
e) A água do mar é composta por vários elementos químicos e bactérias que atuam no sistema
nervoso.

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Português – Identificação da Ideia Central – Prof. Carlos Zambeli

Conclusão
1. Ideia central = palavra-chave 1º e 2º períodos.

2. Comprovação = campo lexical.

3. Resposta correta = a mais completa


(alternativa com maior número de palavras-chave destacadas no texto).

Campo Lexical

Conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento.


Exemplo:
•• Medicina: estetoscópio, cirurgia, esterilização, medicação
•• Concurso, prova, gabarito, resultado, candidato, gabarito

EXEMPLIFICANDO
Trecho do discurso do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pronunciado quando da
declaração de guerra ao regime Talibã.
“Essa atrocidade (o atentado de 11/09, em NY) foi um ataque contra todos nós, contra pessoas
de todas e nenhuma religião. Sabemos que a Al-Qaeda ameaça a Europa, incluindo a Grã-
Bretanha, e qualquer nação que não compartilhe de seu fanatismo. Foi um ataque à vida e aos
meios de vida. As empresa aéreas, o turismo e outras indústrias foram afetadas, e a confiança
econômica sofreu, afetando empregos e negócios britânicos. Nossa prosperidade e padrão de
vida requerem uma resposta aos ataques terroristas.”

2. Nessa declaração, destacaram-se principalmente os interesses de ordem


a) moral.
b) militar.
c) jurídica.
d) religiosa.
e) econômica.

Gabarito: 1. C 2. E

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Português

ESTRATÉGIA LINGUÍSTICA

Que que é isso?


Genericamente, estratégias textuais, linguísticas e discursivas seriam "táticas", "escolhas" do
falante/ escritor com relação ao modo como ele se utiliza da linguagem. 
As estratégias textuais dizem respeito especificamente à construção do texto – oral ou escrito
–, considerando que o texto é uma tessitura de linguagem que se enquadra em determinada
esfera e gênero, que detém sentido para o falante e para o interlocutor, e que depende de
certas características (como coesão e coerência) para ser adequadamente construído e
apropriadamente chamado de texto.
As estratégias linguísticas estão mais diretamente ligadas à linguagem em sua acepção
estruturalista/formalista: léxico, sintaxe, prosódia. As estratégias discursivas dizem respeito à
linguagem enquanto discurso, ou seja, interação, envolvendo sujeitos, contexto, condições de
produção.

(Gazeta do Povo, online. 05.03.2009)

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1. Palavras Desconhecidas = Paráfrases e Campo Semântico

Paráfrase é a reescritura do texto, mantendo-se o mesmo significado, sem prejuízo do sentido


original.
A paráfrase pode ser construída por várias formas:
•• substituição de locuções por palavras;
•• uso de sinônimos;
•• mudança de discurso direto por indireto e vice-versa;
•• conversão da voz ativa para a passiva;
•• emprego de antonomásias ou perífrases (Machado de Assis = O bruxo do Cosme Velho; o
povo lusitano = portugueses).

EXEMPLIFICANDO

1. Como o “interior” é uma região mais ampla e tem população rarefeita, a expressão “se
dissemina” está sendo empregada com o sentido de “se atenua”, “se dissolve”.
Como regra, a epidemia começa nos grandes centros e se dissemina pelo interior. A incidência
nem sempre é crescente; a mudança de fatores ambientais pode interferir em sua escalada.
( ) Certo ( ) Errado

Epidemia: manifestação muito numerosa de qualquer fato ou conduta; proliferação generalizada.


Disseminar: espalhar(-se), difundir(-se), propagar(-se).

2. Supondo que a palavra “eclético” seja desconhecida para o leitor, a melhor estratégia de que
ele pode valer-se para tentar detectar o seu significado será
O sucesso deveu-se ao caráter eclético de sua administração. Pouco se lhe dava que lhe
exigissem sua opinião. Sua atitude consistia sempre em tomar uma posição escolhida entre as
diversas formas de conduta ou opinião manifestadas por seus assessores.
a) aproximá-la de outras palavras da língua portuguesa que tenham a mesma terminação
como “político” e “dinâmico”.
b) considerá-la como qualificação de profissionais que atuam na administração de alguma
empresa.
c) associá-la às palavras “sucesso” e “caráter”, de forma a desvendar o seu sentido correto,
“que ofusca, que obscurece os demais”.
d) observar o contexto sintático em que ela ocorre, ou seja, trata-se de um adjunto adnominal.
e) atentar para a paráfrase feita no segundo período.

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Português – Estratégia Linguística – Prof. Carlos Zambeli

2. Observação de palavras de cunho categórico: Advérbios & Artigos

3. Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período sintático fosse
introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral”
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo
capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das
sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não
contribuem para a fixação de uma tradição democrática.
( ) Certo ( ) Errado

4. Por meio da afirmativa destacada, o autor


Os ecos da Revolução do Porto haviam chegado ao Brasil e bastaram algumas semanas para
inflamar os ânimos dos brasileiros e portugueses que cercavam a corte. Na manhã de 26 de
fevereiro, uma multidão exigia a presença do rei no centro do Rio de Janeiro e a assinatura
da Constituição liberal. Ao ouvir as notícias, a alguns quilômetros dali, D. João mandou fechar
todas as janelas do palácio São Cristóvão, como fazia em noites de trovoadas.
a) exprime uma opinião pessoal taxativa a respeito da atitude do rei diante da iminência da
Revolução do Porto.
b) critica de modo inflexível a atitude do rei, que, acuado, passa o poder para as mãos do
filho. de modo inflexível – loc. adverbial
c) demonstra que o rei era dono de uma personalidade intempestiva, que se assemelhava a
uma chuva forte.
d) sugere, de modo indireto, que o rei havia se alarmado com a informação recebida.
e) utiliza-se de ironia para induzir o leitor à conclusão de que seria mais do que justo depor o
rei. mais do que justo – expressão adverbial

5. Do fragmento Foi o outro grande poeta chileno, infere-se que houve apenas dois grandes
poetas no Chile.
Há cem anos nasceu o poeta mais popular de língua espanhola, com uma obra cuja força
lírica supera todos os seus defeitos. Sem dúvida, há um “problema Pablo Neruda”. Foi o outro
grande poeta chileno, seu contemporâneo Nicanor Parra (depois de passar toda uma longa vida
injustamente à sombra de Neruda), quem o formulou com maliciosa concisão.
( ) Certo ( ) Errado

6. Assinale a opção correta.


Mas, como toda novidade, a nanociência está assustando. Afinal, um material com
características incríveis poderia também causar danos incalculáveis ao homem ou ao meio
ambiente. No mês passado, um grupo de ativistas americanos tirou a roupa para protestar
contra calças nanotecnológicas que seriam superpoluentes.
a) Coisas novas costumam provocar medo nas pessoas.
b) Produtos criados pela nanotecnologia só apresentam pontos positivos.
c) Os danos ao meio ambiente são provocados pela nanotecnologia.
d) Os ativistas mostraram que as calças nanotecnológicas provocam poluição.

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3. Marcadores Linguísticos
•• expressões que indicam soma ou alternância: não só... mas também, ou, etc.;
•• expressões de acréscimo, de progressão, de continuidade ou de inclusão: até, além disso,
desde, etc.;
•• preposições: até (inclusão ou limite), com (companhia ou matéria), de (diversas relações:
tempo, lugar, causa, etc.), desde (tempo, lugar, etc.), entre (intervalo, relação, etc.), para
(lugar, destinatário, etc.), etc.;
•• Exemplos matemáticos: lançado do alto / lançado para o alto; números de 12 a 25 /
números entre 12 e 25.

EXEMPLIFICANDO
7. Assinale a alternativa que encontra suporte no texto.
Profetas do possível
Até que ponto é possível prever o futuro? Desde a Antiguidade, o desafio de antecipar o dia de
amanhã tem sido o ganha-pão dos bruxos, dos místicos e dos adivinhos. Ainda hoje, quando
o planeta passa por mudanças cada vez mais rápidas e imprevisíveis, há quem acredite que 
é possível dominar as incertezas da existência por  meio das cartas do tarô e da posição dos
astros. Esse tipo de profecia nada tem a ver com a Ciência. Os cientistas também apontam seus
olhos para o futuro, todavia de uma maneira diferente. Eles avaliam o estágio do  saber de
sua própria época para projetar as descobertas que se podem esperar. Observam a natureza
para reinventá-la a serviço do homem.
Superinteressante
a) O articulador “até” indica o limite de previsibilidade do futuro.
b) A partir da Antiguidade, prever a sorte passou a ser a ocupação de místicos de toda ordem.
c) Profecias e Ciência são absolutamente incompatíveis.
d) Além das cartas de tarô e da posição dos astros, os crédulos atuais buscam saber o futuro
por meio da consulta a bruxos.
e) Os cientistas não só observam a natureza – como o fazem os místicos –, mas também
buscam moldá-la às necessidades humanas, considerando o estágio atual do conhecimento.
Gabarito: 1. E 2. E 3. E 4. D 5. C 6. A 7. E

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Estratégia linguística 2 (agora vai)

1. Observação de palavras de cunho categórico:

•• Tempos verbais
•• Expressões restritivas
•• Expressões totalizantes
•• Expressões enfáticas

Tempos Verbais

1. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-
sucedidos na profissão.
O emprego das formas verbais grifadas acima denota
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
a) hipótese passível de realização.
b) fato real e definido no tempo.
c) condição de realização de um fato.
d) finalidade das ações apontadas no segmento.
e) temporalidade que situa as ações no passado.

2. Provoca-se incoerência textual e perde-se a noção de continuidade da ação ao se substituir a


expressão verbal vem produzindo por tem produzido.
Na verdade, a integração da economia mundial — apontada pelas nações ricas e seus prepostos
como alternativa única — vem produzindo, de um lado, a globalização da pobreza e, de outro,
uma acumulação de capitais jamais vista na história, o que permite aos grandes grupos
empresariais e financeiros atuar em escala mundial, maximizando oportunidades e lucros.
( ) Certo ( ) Errado

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Expressões Restritivas

3. Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera as instituições como as únicas


“características fixas” aceitáveis de “democracia”.
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo ca-
pitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das socie-
dades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem
para a fixação de uma tradição democrática. Penso que temos de refletir um pouco a respeito
do que significa democracia. Para mim, não se trata de um regime com características fixas,
mas de um processo que, apesar de constituir formas institucionais, não se esgota nelas. [...]
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com
adaptações).

( ) Certo ( ) Errado

4. Considerado corretamente o trecho, o segmento grifado em A colonização do imaginário não


busca nem uma coisa nem outra deve ser assim entendido:
Posterior, e mais recente, foi a tentativa, por parte de alguns historiadores, de abandonar uma
visão eurocêntrica da “conquista” da América, dedicando-se a retraçá-la a partir do ponto de
vista dos “vencidos”, enquanto outros continuaram a reconstituir histórias da instalação de
sociedades europeias em solo americano. Antropólogos, por sua vez, buscaram nos documentos
produzidos no período colonial informações sobre os mundos indígenas demolidos pela
colonização. A colonização do imaginário não busca nem uma coisa nem outra.
(Adaptado de PERRONE-MOISÉS, Beatriz, Prefácio à edição brasileira de GRUZINSKI, Serge, A
colonização do imaginário: sociedades indígenas e ocidentalização no México espanhol
(séculos XVI-XVIII)).

a) não tenta investigar nem o eurocentrismo, como o faria um historiador, nem a presença
das sociedades europeias em solo americano, como o faria um antropólogo.
b) não quer reconstituir nada do que ocorreu em solo americano, visto que recentemente
certos historiadores, ao contrário de outros, tentam contar a história do descobrimento da
América do modo como foi visto pelos nativos.
c) não pretende retraçar nenhum perfil − dos vencidos ou dos vencedores − nem a trajetória
dos europeus na conquista da América.
d) não busca continuar a tradição de pesquisar a estrutura dos mundos indígenas e do mundo
europeu, nem mesmo o universo dos colonizadores da América.
e) não se concentra nem na construção de uma sociedade europeia na colônia − quer
observada do ponto de vista do colonizador, quer do ponto de vista dos nativos −, nem no
resgate dos mundos indígenas.

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Expressões Totalizantes

5. De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no Planeta,


A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espécies, ecossistemas como a funções e coloca
problemas de gestão muito diferenciados. É carregada de normas de valor. Proteger a
biodiversidade pode significar:
•• a eliminação da ação humana, como é a proposta da ecologia radical;
•• a proteção das populações cujos sistemas de produção e de cultura repousam num dado
ecossistema;
•• a defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a biodiversidade como matéria
prima, para produzir mercadorias.
a) o principal desafio é conhecer todos os problemas dos ecossistemas.
b) os direitos e os interesses comerciais dos produtores devem ser defendidos,
independentemente do equilíbrio ecológico.
c) deve-se valorizar o equilíbrio do ambiente, ignorando-se os conflitos gerados pelo uso da
terra e de seus recursos.
d) o enfoque ecológico é mais importante do que o social, pois as necessidades das populações
não devem constituir preocupação para ninguém.
e) há diferentes visões em jogo, tanto as que consideram aspectos ecológicos, quanto as que
levam em conta aspectos sociais e econômicos.

6. A argumentação do texto desenvolve-se no sentido de se compreender a razão por que


Quando alguém ouve que existem tantas espécies de plantas no mundo, a primeira reação
poderia ser: certamente, com todas essas espécies silvestres na Terra, qualquer área com um
clima favorável deve ter tido espécies em número mais do que suficiente para fornecer muitos
candidatos ao desenvolvimento agrícola.
Mas então verificamos que a grande maioria das plantas selvagens não é adequada por
motivos óbvios: elas servem apenas como madeira, não produzem frutas comestíveis e suas
folhas e raízes também não servem como alimento. Das 200.000 espécies de plantas selvagens,
somente alguns milhares são comidos por humanos e apenas algumas centenas dessas são mais
ou menos domesticadas. Dessas várias centenas de culturas, a maioria fornece suplementos
secundários para nossa dieta e não teriam sido suficientes para sustentar o surgimento de
civilizações. Apenas uma dúzia de espécies representa mais de 80% do total mundial anual
de todas as culturas no mundo moderno. Essas exceções são os cereais trigo, milho, arroz,
cevada e sorgo; o legume soja; as raízes e os tubérculos batata, mandioca e batata-doce; fontes
de açúcar como a cana-de-açúcar e a beterraba; e a fruta banana. Somente os cultivos de
cereais respondem atualmente por mais da metade das calorias consumidas pelas populações
humanas do mundo.
Com tão poucas culturas importantes, todas elas domesticadas milhares de anos atrás, é menos
surpreendente que muitas áreas no mundo não tenham nenhuma planta selvagem de grande
potencial. Nossa incapacidade de domesticar uma única planta nova que produza alimento nos
tempos modernos sugere que os antigos podem ter explorado praticamente todas as plantas
selvagens aproveitáveis e domesticado aquelas que valiam a pena.
(Jared Diamond. Armas, germes e aço)

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a) existiria uma dúzia de exceções dentre todas as espécies de plantas selvagens que seriam
monopólio das grandes civilizações.
b) tão poucas dentre as 200.000 espécies de plantas selvagens são utilizadas como alimento
pelos homens em todo o planeta.
c) algumas áreas da Terra mostraram-se mais propícias ao desenvolvimento agrícola, que
teria possibilitado o surgimento de civilizações.
d) a maior parte das plantas é utilizada apenas como madeira pelos homens e não lhes fornece
alimento com suas frutas e raízes.
e) tantas áreas no mundo não possuem nenhuma planta selvagem de grande potencial para
permitir um maior desenvolvimento de sua população.

Expressões Enfáticas
7. A afirmativa correta, em relação ao texto, é
Será a felicidade necessária?
Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da pergunta
"Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é procurar uma
definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir da simples satisfação
de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O segundo é examinar-se, em
busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no emprego
no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecerá feio
e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salário, e se
há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de permanência. Uma
resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada, o estado presente e a
expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142)
a) A expectativa de muitos, ao colocarem a felicidade acima de quaisquer outras situações da
vida diária, leva à frustração diante dos pequenos sucessos que são regularmente obtidos,
como, por exemplo, no emprego.
b) Sentir-se alegre por haver conquistado algo pode significar a mais completa felicidade, se
houver uma determinação, aprendida desde a infância, de sentir-se feliz com as pequenas
coisas da vida.
c) As dificuldades que em geral são encontradas na rotina diária levam à percepção de que a
alegria é um sentimento muitas vezes superior àquilo que se supõe, habitualmente, tratar-
se de felicidade absoluta.

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d) A possibilidade de que mais pessoas venham a sentir-se felizes decorre de uma educação
voltada para a simplicidade de vida, sem esperar grandes realizações, que acabam levando
apenas a frustrações.
e) Uma resposta provável à questão colocada como título do texto remete à constatação de
que felicidade é um estado difícil de ser alcançado, a partir da própria complexidade de
conceituação daquilo que se acredita ser a felicidade.

Geralmente, a alternativa correta (ou a mais viável) é construída por meio de palavras e de
expressões “abertas”, isto é, que apontam para “possibilidades”, “hipóteses”: provavelmente,
é possível, futuro do pretérito do indicativo, modo subjuntivo, futuro do pretérito (-ria) etc.

EXEMPLIFICANDO

8. Acerca do texto, são feitas as seguintes afirmações:


No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de
uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
Essa política, a multiplicidade linguística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram
da África dificultaram a formação de grupos solidários que retivessem o patrimônio cultural
africano, incluindo-se aí a preservação das línguas.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas – e indígenas – como um mal
necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, alguns
clérigos aprenderam as línguas africanas [...]. Outras pessoas, por se envolverem com o tráfico
negreiro [...], devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros.
I – os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos da mesma etnia nas
propriedades e nos navios negreiros.
II – a política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros,
de fato, impediu a formação de núcleos solidários.
III – Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns
senhores e clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

9. Considere as afirmações feitas acerca do texto:


Macaco Esperto
Chimpanzés, bonobos e gorilas possuem uma função cerebral relacionada à fala que se pensava
exclusiva do ser humano. Isso sugere que a evolução da estrutura cerebral da fala começou
antes de primatas e humanos tomarem caminhos distintos na linha da evolução. O mais perto
que os primatas chegaram foi gesticular com a mão direita ao emitir grunhidos.

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I – de acordo com o segundo período, a evolução da estrutura cerebral da fala está diretamente
relacionada ao fato de esta ser atribuída tão somente aos humanos.
II – os seres cujos caminhos tornaram-se distintos durante o processo evolutivo possuem
ambos função cerebral relacionada à fala.
III – a estrutura cerebral dos primatas e dos humanos, em relação à fala, teria um ponto em
comum.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. E 8. C 9. D

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Português

INFERÊNCIA

Que que é isso?


INFERÊNCIA – ideias implícitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do
texto, de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Enunciados – “Infere-se”, Deduz-se”, “Depreende-se”,
Uma inferência incorreta é conhecida como uma falácia.

Observe a seguinte frase:


Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

O autor transmite 2 informações de maneira explícita:


a) que ele frequentou um curso superior;
b) que ele aprendeu algumas coisas.

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Ao ligar as duas informações por meio de “mas”, comunica também, de modo implícito, sua
crítica ao ensino superior, pois a frase transmite a ideia de que nas faculdades não se aprende
muita coisa.
Além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que se encontram
subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto
os dados explícitos quanto os implícitos.

1. “O tempo continua ensolarado”,


Comunica-se, de maneira explícita, que, no momento da fala, faz sol, mas, ao mesmo tempo, o
verbo “continuar” permite inferir que, antes, já fazia sol.

2. “Pedro deixou de fumar”


Afirma-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia,
transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes.

1. A leitura atenta da charge só não nos permite depreender que


a) é possível interpretar a fala de Stock de duas maneiras.
b) Wood revela ter-se comportado ilicitamente.
c) há vinte anos, a sociedade era mais permissiva.
d) as atividades de Wood eram limitadas.
e) levando-se em conta os padrões morais de nossa sociedade, uma das formas de entender a
fala de Stock provoca riso no leitor.

2. Observe a frase que segue:


É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um ataque norte-coreano.
Sobre ela, são feitas as seguintes afirmações:
I – O conteúdo explícito afirma que há necessidade da construção de mísseis, com a finalidade
de defesa contra o ataque norte-coreano.
II – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que os norte-coreanos
pretendem atacar o Ocidente.
III – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que a negociação com os
norte-coreanos é o único meio de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente.

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Português – Inferência – Prof. Carlos Zambeli

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

Inferência Verbal X Não-verbal

Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores linguísticos como
a) certos advérbios:
Os convidados ainda não chegaram à recepção.

Pressuposto: Os convidados já deviam ter chegado ou os convidados chegarão mais tarde.

b) certos verbos:
O desvio de verbas tornou-se público.

Pressuposto: O desvio não era público antes.

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c) as orações adjetivas explicativas (isoladas por vírgulas):
Os políticos, que só querem defender seus interesses, ignoram o povo.

Pressuposto: Todos os políticos defendem tão somente seus interesses.

d) expressões adjetivas:
Os partidos “de fachada” acabarão com a democracia no Brasil.

Pressuposto: Existem partidos “de fachada” no Brasil.

Costuma-se acreditar que , quando se relatam dados da realidade, não pode haver nisso
subjetividade alguma e que relatos desse tipo merecem a nossa confiança porque são reflexos
da neutralidade do produtor do texto e de sua preocupação com a verdade objetiva dos fatos.
Mas não é bem assim. Mesmo relatando dados objetivos, o produtor do texto pode ser
tendencioso e ele, mesmo sem estar mentindo, insinua seu julgamento pessoal pela seleção
dos fatos que está reproduzindo ou pelo destaque maior que confere a certos pormenores. A
essa escolha dos fatos e à ênfase atribuída acertos tipos de pormenores dá-se o nome de viés.

3. Infere-se do texto que


a) o ato de informar pode ser manipulado em função da defesa de interesses pessoais de
quem escreve.
b) a ausência de viés compromete a carga de veracidade de dados da realidade.
c) a atitude de neutralidade é meio indispensável para a boa aceitação de uma notícia.
d) o escritor tendencioso põe em risco sua posição perante o público.
e) o bom escritor tem em mira a verdade objetiva dos fatos. 

4. Infere-se ainda o texto que


a) uma mensagem será tanto mais aceita quanto maior for a imparcialidade do escritor.
b) o escritor, fingindo neutralidade, será mais capaz de interessar o leitor.
c) o interesse da leitura centraliza-se na análise dos pormenores relatados.
d) o viés introduz uma nota de humor na transmissão de uma mensagem.
e) o leitor deve procurar reconhecer todo tipo de viés naquilo que lê.

Gabarito: 1. C 2. D 3. A 4. A

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Português

ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS

COMPREENSÃO DE TEXTOS

Estabelecimento de relações entre os componentes envolvidos em dado enunciado. Assinalar


a resposta correta consiste em encontrar, no texto, as afirmações feitas nas alternativas, e vice-
versa.

PROCEDIMENTOS DE APREENSÃO DO TEXTO


1. Leitura da fonte bibliográfica;
2. leitura do título;
3. leitura do enunciado;
4. leitura das afirmativas;
5. destaque das palavras-chave das afirmativas;
6. procura, no texto, das palavras-chave destacadas nas alternativas.

Será a felicidade necessária? (2)


Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da
pergunta "Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é
procurar uma definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir
da simples satisfação de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O
segundo é examinar-se, em busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no
emprego no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente,
parecerá feio e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento
de salário, e se há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de
(6) permanência. Uma resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada,
o estado presente e a expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma
tendência que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que
entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na
profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se
não for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar.
Se ainda for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno
de encargos mais cruel para a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142) (1)

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(1) Observação da fonte bibliográfica: o conhecimento prévio de quem escreveu o texto
constitui-se numa estratégia de compreensão, visto que facilita a identificação da intenção
textual. Ao reconhecermos o autor do texto – Roberto Pompeu de Toledo, importante jornalista
brasileiro, cuja trajetória se marca pelo fato de escrever matérias especiais para importantes
veículos e comunicação – bem como o veículo de publicação – Veja –, podemos afirmar que se
trata de um artigo.
(2) Observação do título: o título pode constituir o menor resumo possível de um texto. Por
meio dele, certas vezes, identificamos a ideia central do texto, sendo possível, pois, descartar
afirmações feitas em determinadas alternativas. O título em questão – Será a felicidade
necessária? –, somado ao fato de nomear um artigo, permite-nos inferir que o texto será uma
resposta a tal questionamento, a qual evidenciará o ponto de vista do autor.

1. De acordo com o texto, (3)


•• Devido à expressão “De acordo com”, podemos afirmar que se trata, tão somente, de
compreender o texto.
•• Outras expressões possíveis: “Segundo o texto”, “Conforme o texto”, “Encontra suporte no
texto”, ...
Assim sendo,
Compreensão do texto: RESPOSTA CORRETA = paráfrase MAIS COMPLETA daquilo que foi
afirmado no texto.
Paráfrase: versão de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo é torná-lo
mais fácil ao entendimento.

1. De acordo com o texto,


a) a realização pessoal que geralmente faz parte da vida humana, como o sucesso no trabalho,
costuma ser percebida como sinal de plena felicidade.
b) as atribuições sofridas podem comprometer o sentimento de felicidade, pois superam os
benefícios de conquistas eventuais.
c) o sentimento de felicidade é relativo, porque pode vir atrelado a circunstâncias diversas da
vida, ao mesmo tempo que deve apresentar constância.
d) as condições da vida moderna tornam quase impossível a alguma pessoa sentir-se feliz,
devido às rotineiras situações da vida.
e) muitos pais se mostram despreparados para fazer com que seus filhos planejem sua vida
no sentido de que sejam, realmente, pessoas felizes.

Convite à Filosofia
Quando acompanhamos a história das ideias éticas, desde a Antiguidade clássica até nossos
dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios
para evitá-la, diminuí-la, controlá-la.
Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões
de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que
pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo
social.

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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

Evidentemente, as várias culturas e sociedades não definiram nem definem a violência da


mesma maneira, mas, ao contrário, dão-lhe conteúdos diferentes, segundo os tempos e os
lugares. No entanto, malgrado as diferenças, certos aspectos da violência são percebidos da
mesma maneira, formando o fundo comum contra o qual os valores éticos são erguidos.
Marilena Chauí. In: Internet: <www2.uol.com.br/aprendiz> (com adaptações).

Julgue o item a seguir.


Conclui-se a partir da leitura do texto que, apesar de diferenças culturais e sociais, é por
meio dos valores éticos estabelecidos em cada sociedade que se conserva o grupo social e se
protegem seus membros contra a violência.
( x ) Certo ( ) Errado
2º parágrafo

Conclusão
Resposta correta = a mais completa (alternativa com maior número de palavras-chave
encontradas no texto).
Optar pela alternativa mais completa, quando duas parecerem corretas.

EXEMPLIFICANDO
Centenas de cães e gatos são colocados para adoção mensalmente em Porto Alegre.
Cerca de 450 animais de estimação, entre cães e gatos, aguardam um novo dono em Porto
Alegre. Trata-se do contingente de animais perdidos, abandonados ou nascidos nas ruas
e entregues ao Gabea (Grupo de Apoio ao Bem-Estar Animal) e ao CCZ (Centro de Controle
de Zoonose), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde. Destes, cerca de 120 animais são
adotados. Os outros continuam na espera por um lar.
O Sul. (adaptado)

Conforme o texto,
a) em Porto Alegre, cães e gatos são abandonados pelos seus donos. (3)
b) animais de estimação, entre eles cães e gatos nascidos nas ruas, são entregues ao Gabea.
(4)
c) um contingente de animais de estimação – entre eles cães e gatos – nasce nas ruas,
perdem-se de seus donos ou são por eles abandonados nas ruas de Porto Alegre. (6)
d) o CCZ propicia a adoção dos animais abandonados nas ruas de Porto Alegre. (4)
e) 120 animais de estimação são adotados mensalmente em Porto Alegre. (3)

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ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS
Parte II

ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS


O primeiro passo para acertar é entender o que está sendo pedido no enunciado e o que dizem
as alternativas ou itens. Algumas questões dão "pistas" no próprio enunciado. Assim sendo, é
fundamental "decodificar" os verbos que nele e nas alternativas se encontram.
Alguns verbos utilizados nos enunciados
•• Afirmar: certificar, comprovar, declarar.
•• Explicar: expor, justificar, expressar, significar.
•• Caracterizar: distinguir, destacar as particularidades.
•• Consistir: ser, equivaler, traduzir-se por (determinada coisa), ser feito, formado ou
composto de.
•• Associar: estabelecer uma correspondência entre duas coisas, unir-se, agregar.
•• Justificar: provar, demonstrar, argumentar, explicar.
•• Comparar: relacionar (coisas animadas ou inanimadas, concretas ou abstratas, da mesma
natureza ou que apresentem similitudes) para procurar as relações de semelhança ou de
disparidade que entre elas existam; aproximar dois ou mais itens de espécie ou de natureza
diferente, mostrando entre eles um ponto de analogia ou semelhança.
•• Relacionar: fazer comparação, conexão, ligação.
•• Definir: revelar, estabelecer limites, indicar a significação precisa de, retratar, conceituar,
explicar o significado.
•• Diferenciar: fazer ou estabelecer distinção entre, reconhecer as diferenças.
•• Identificar: distinguir os traços característicos de; reconhecer; permitir a identificação,
tornar conhecido.
•• Classificar: distribuir em classes e nos respectivos grupos, de acordo com um sistema ou
método de classificação; determinar a classe, ordem, família, gênero e espécie; pôr em
determinada ordem, arrumar (coleções, documentos etc.).
•• Referir-se: fazer menção, reportar-se, aludir-se.
•• Determinar: precisar, indicar (algo) a partir de uma análise, de uma medida, de uma
avaliação; definir.
•• Citar: transcrever, referir ou mencionar como autoridade ou exemplo ou em apoio do que
se afirma.
•• Indicar: fazer com que, por meio de gestos, sinais, símbolos, algo ou alguém seja visto;
assinalar, designar, mostrar.
•• Deduzir: concluir (algo) pelo raciocínio; inferir.
•• Inferir: concluir, deduzir.
•• Equivaler: ser idêntico no peso, na força, no valor etc.
•• Propor: submeter (algo) à apreciação (de alguém); oferecer como opção; apresentar,
sugerir.
•• Depreender: alcançar clareza intelectual a respeito de; entender, perceber, compreender;
tirar por conclusão, chegar à conclusão de; inferir, deduzir.
•• Aludir: fazer rápida menção a; referir-se.
(Fonte: dicionário Houaiss)

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ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS

EXTRAPOLAÇÃO
Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.

PRECONCEITOS

EXEMPLIFICANDO
8Canudo pela Internet
O ensino a distância avança e já existem mais de 30 mil cursos oferecidos na rede, de graduação
e pós-graduação até economia doméstica.
Passados nove anos de sua graduação em filosofia, a professora Ida Thon, 54 anos, enfiou na
cabeça que deveria voltar a estudar. Por conta do trabalho no Museu Nacional do Calçado,
na cidade gaúcha de Novo Hamburgo, onde mora, resolveu ter noções de museologia. Mas
para isso deveria contornar uma enorme dificuldade: o curso mais próximo ficava a 1.200
quilômetros de distância, em São Paulo.

1. Assinale a alternativa cuja afirmação não encontra suporte no texto.


a) A solução encontrada por Ida lançou mão das novas tecnologias educacionais.
b) O problema enfrentado por Ida, bem como a solução por ela encontrada, faz parte da
realidade de muitas pessoas no Brasil.
c) A Educação a Distância já é uma realidade brasileira.
d) O ensino oferecido pela web abrange uma vasta gama de possibilidades, buscando atender
a variadas tendências intelectuais.
e) Os cursos oferecidos pela web não podem ser considerados de grande importância, tendo
em vista não contemplarem a modalidade presencial e abordarem tão somente aspectos
triviais do conhecimento.

REDUÇÃO
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de
que o texto é um conjunto de ideias.

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EXEMPLIFICANDO

Bichos para a Saúde


Está nas livrarias a obra O poder curativo dos bichos. Os autores, Marty Becker e Daniel Morton,
descrevem casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram doenças ou aprenderam a viver
melhor graças à ajuda de algum animalzinho. Cães, gatos e cavalos estão entre os bichos
citados.
(ISTO É)

2. De acordo com o texto,


a) pessoas que têm animais de estimação são menos afeitas a contrair doenças.
b) a convivência entre seres humanos e animais pode contribuir para a cura de males físicos
daqueles.
c) indivíduos que têm cães e gatos levam uma existência mais prazerosa.
d) apenas cães, gatos e cavalos são capazes de auxiliar o ser humano durante uma
enfermidade.
e) pessoas bem-sucedidas costumam ter animais de estimação.
(A) EXTRAPOLAÇÃO: contrair doenças ≠ derrotar doenças.
(C) REDUÇÃO: cães e gatos < animalzinho.
(D) REDUÇÃO: cães, gatos e cavalos < animalzinho.
(E) EXTRAPOLAÇÃO: pessoas bem-sucedidas > casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram
doenças.

CONTRADIÇÃO
É comum as alternativas apresentarem ideias contrárias às do texto, fazendo o candidato
chegar a conclusões equivocadas, de modo a errar a questão.
Só contradiga o autor se isso for solicitado no comando da questão.
Exemplo: “Indique a alternativa que apresenta ideia contrária à do texto”.

EXEMPLIFICANDO
O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência
verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas,
sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O
que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso – embora mesclado de terror. Saber
que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente
belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito rudimentar – é esta a experiência
que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido,
pertenço aos homens profundamente religiosos.
(Albert Einstein – Como vejo o mundo)

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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

3. O texto afirma que a experiência do mistério é um elemento importante para a arte, não para a
ciência.

( x ) Certo ( ) Errado

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Português

COMPREENSÃO GRAMATICAL DO TEXTO

Estabelecimento de relações entre os aspectos semânticos e gramaticais envolvidos em dado


anunciado.
Procedimentos

1. Leitura do enunciado e das alternativas;

2. identificação do aspecto gramatical apontado no enunciado e/ou na alternativa

3. Aplicação das técnicas de compreensão, inferência e vocabulário.


Os Pais de hoje constumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. [...] É irrelevante
que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos
na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora felicdade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não
for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venham a abrigar. Se ainda
for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos
mais cruel para a pobre criança
ORA:
Advérbio = nesta ocasião; AGORA; A lei, ora apresentada, proíbe a venda de armas.
Conjunção = Ou... ou...: Ora ria, ora chorava. / Entretanto, mas: Eu ofereci ajuda; ora, orgulhosa
como é, nem aceitou.
Interjeição = manifesta surpresa, ironia, irritação etc.

1. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. Com
a palavra grifada, o autor
a) retoma o mesmo sentido do que foi anteriormente afirmado.
b) exprime reserva em relação à opinião exposta na afirmativa anterior.
c) coloca uma alternativa possível para a afirmativa feita anteriormente.
d) determina uma situação em que se realiza a probabilidade antes considerada.
e) estabelece algumas condições necessárias para a efetivação do que se afirma.

2. Por que, enfim, tantas reservas em relação ao consumo? O primeiro foco de explicação para essa
antipatia reside no fato de que nossa economia fechada sempre encurralou os consumidores
no país. A falta de um leque efetivo de opções de compra tem deixado os consumidores à

www.acasadoconcurseiro.com.br 93
mercê dos produtores no Brasil. Não por acaso, os apologistas do consumo entre nós têm
sido basicamente aqueles que podem exercer seu inchado poder de compra sem tomar
conhecimento das fronteiras nacionais. O resto da população, mantida em situação vulnerável,
ignora os benefícios de uma economia baseada no consumo.
A expressão “Não por acaso”, ao iniciar o período, indica
a) justificativa.
b) ênfase.
c) indagação.
d) concessão.
e) finalidade.

3. (FCC) A Companhia das Índias Orientais − a primeira grande companhia de ações do mundo,
criada em 1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas.
O segmento isolado pelos travessões constitui, no contexto, comentário que
a) busca restringir o âmbito de ação de uma antiga empresa de comércio.
b) especifica as qualidades empresariais de uma companhia de comércio.
c) contém informações de sentido explicativo, referentes à empresa citada.
d) enumera as razões do sucesso atribuído a essa antiga empresa.
e) enfatiza, pela repetição, as vantagens oferecidas pela empresa.

4. (FCC) A gênese da música do Rio Grande do Sul também pode ser vista como reflexo dessa
multiplicidade de referências. Há influências diretas do continente europeu, e isso se mistura à
valiosa contribuição do canto e do batuque africano, mesmo tendo sido perseguido, vigiado,
quase segregado.
O segmento destacado deve ser entendido, considerando-se o contexto, como
a) uma condição favorável à permanência da música popular de origem africana.
b) uma observação que valoriza a persistente contribuição africana para a música brasileira.
c) restrição ao sentido do que vem sendo exposto sobre a música popular brasileira.
d) a causa que justifica a permanência da música de origem africana no Brasil.
e) as consequências da presença dos escravos e sua influência na música popular brasileira.

5. A média universal do Índice de Desenvolvimento Humano aumentou 18% desde 1990. Mas
a melhora estatística está longe de animar os autores do Relatório de 2010. [...] O cenário
apresentado pelo Relatório não é animador. [...] Os padrões de produção e consumo atuais são
considerados inadequados. Embora não queira apresentar receitas prontas, o Relatório traça
caminhos possíveis. Entre eles, o reconhecimento da ação pública na regulação da economia
para proteger grupos mais vulneráveis. Outro aspecto ressaltado é a necessidade de considerar
pobreza, crescimento e desigualdade como temas interligados. "Crescimento rápido não
deve ser o único objetivo político, porque ignora a distribuição do rendimento e negligencia a
sustentabilidade do crescimento", informa o texto.
O trecho colocado entre aspas indica que se trata de
a) comentário pessoal do autor do texto sobre dados do Relatório.
a) insistência na correção dos dados apresentados pelo Relatório.
c) repetição desnecessária de informação já citada no texto.

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Português – Compreensão Gramatical do Texto – Prof. Carlos Zambeli

d) transcrição exata do que consta no texto do Relatório de 2010.


e) resumo do assunto principal constante do Relatório de 2010.

6. O sonho de voar alimenta o imaginário do homem desde que ele surgiu sobre a Terra. A inveja
dos pássaros e as lendas de homens alados, como Dédalo e Ícaro (considerado o primeiro mártir
da aviação), levaram a um sem-número de experiências, a maioria fatal.
(considerado o primeiro mártir da aviação) Os parênteses isolam
a) citação fiel de outro autor.
b) comentário explicativo.
c) informação repetitiva.
d) retificação necessária.
e) enumeração de fatos.

5. (FCC) Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir
um funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore),
ponderando custos e benefícios.
O segmento entre parênteses constitui
a) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto.
b) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivenciadas pelas
pessoas.
c) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referentes à rotina
diária das pessoas.
d) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar informações
alheias ao assunto abordado.
e) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser tomadas
diariamente pelas pessoas.

Gabarito: 1. B 2. A 3. C 4. B 5. D 6. B 7. E

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Português

DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO

O signo linguístico (a palavra) é constituído pelo significante – parte perceptível, constituída de


sons – e pelo significado (conteúdo) – a parte inteligível, o conceito. Por isto, numa palavra que
ouvimos, percebemos um conjunto de sons (o significante), que nos faz lembrar um conceito (o
significado).
Denotação: resultado da união entre o significante e o significado, ou entre o plano da
expressão e o plano do conteúdo.
Conotação: resultado do acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da
palavra, isto é, outro plano de conteúdo pode ser combinado com o plano da expressão. Esse
outro plano de conteúdo reveste-se de impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou
positivos, reações psíquicas que um signo evoca.
Assim,
Denotação é a significação objetiva da palavra – valor referencial; é a palavra em "estado de
dicionário”
Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras
realidades devido às associações que ela provoca.

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
palavra com significação restrita palavra com significação ampla
palavra com sentido comum do dicionário palavra cujos sentidos extrapolam o sentido comum
palavra usada de modo automatizado palavra usada de modo criativo
linguagem comum linguagem rica e expressiva

EXEMPLIFICANDO
Para exemplificar esses dois conceitos, eis a palavra cão:
sentido denotativo quando designar o animal mamífero quadrúpede canino;
sentido conotativo quando expressar o desprezo que desperta em nós uma pessoa de mau
caráter ou extremamente servil.
(Othon M.Garcia)

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Um detalhe!
As aspas podem indicar que uma palavra está sendo empregada diferentemente do
seu sentido do dicionário!
Eu sempre “namorei” meus livros!
A “bateria” do meu filho não termina nunca! Esse menino não dorme.

Música “Dois rios”, de Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis.


“O sol é o pé e a mão
O sol é a mãe e o pai
Dissolve a escuridão
O sol se põe se vai
E após se pôr
O sol renasce no Japão”

1. Assinale o segmento em que NÃO foram usadas palavras em sentido figurado.


a) Lendo o futuro no passado dos políticos.
b) As fontes é que iam beber em seus ouvidos.
c) Eram 75 linhas que jorravam na máquina de escrever com regularidade mecânica.
d) Antes do meio-dia, a tarefa estava pronta.
e) Era capaz de cortar palavras com a elegância de um golpe de florete.

2. Marque a alternativa cuja frase apresenta palavra(s) empregada(s) em sentido conotativo:


a) O homem procura novos caminhos na tentativa de fixar suas raízes.
b) “Mas lá, no ano dois mil, tudo pode acontecer. Hoje, não.”
c) “... os planejadores fizeram dele a meta e o ponto de partida.”
d) “Pode estabelecer regras que conduzam a um viver tranquilo ...”
e) “Evidentemente, (...) as transformações serão mais rápidas.”

Sinônimos X Antônimos

A semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa
do discurso. Cada palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações
entre os significados das palavras, assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as
segundo seus significados.

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Português – Conotação e Denotação – Prof. Carlos Zambeli

Sinônimos
Palavras que possuem significados iguais ou semelhantes.

A bruxa prendeu os irmãos.

A feiticeira prendeu os irmãos.

Porém os sinônimos podem ser


•• perfeitos: significado absolutamente igual, o que não é muito frequente.
Ex.: morte = falecimento / idoso = ancião
•• imperfeitos: o significado das palavras é apenas semelhante.
Ex.: belo - formoso/ adorar – amar / fobia - receio

Antônimos
Palavras que possuem significados opostos, contrários. Pode originar-se do acréscimo de
um prefixo de sentido oposto ou negativo.
Exemplos: 
mal X bem
ausência X presença
fraco X forte
claro X escuro
subir X descer
cheio X vazio
possível X impossível
simpático X antipático

3. A palavra que pode substituir, sem prejuízo do sentido, “obviamente”, é


Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente
pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles
próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a
sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço.
a) Necessariamente
b) Realmente
c) Justificadamente
d) Evidentemente
e) Comprovadamente

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4. O texto se estrutura a partir de antíteses, ou seja, emprego de palavras ou expressões de sentido
contrário. O par de palavras ou expressões que não apresentam no texto essa propriedade
antitética é
Toda saudade é a presença da ausência
de alguém, de algum lugar, de algo enfim
Súbito o não toma forma de sim
como se a escuridão se pusesse a luzir
Da própria ausência de luz
o clarão se produz,
o sol na solidão.
Toda saudade é um capuz transparente
que veda e ao mesmo tempo traz a visão do que não se pode ver
porque se deixou pra trás
mas que se guardou no coração.
(Gilberto Gil)

a) presença / ausência
b) não / sim
c) ausência de luz / clarão
d) sol / solidão
e) que veda / traz a visão

Gabarito: 1. D 2. A 3. D 4. D

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Português

ELEMENTOS REFERENCIAIS

Estabelecem uma relação de sentido no texto, formando um elo coesivo entre o que está
dentro do texto e fora dele também. À retomada feita para trás dá-se o nome de anáfora e a
referência feita para a frente recebe o nome de catáfora.
Observe:

1. Carlos mora com a tia. Ele faz faculdade de Direito.


Ele – retomada de Carlos = anáfora.

2. Carlos ganhou um cachorro. O cachorro chama-se Lulu.


“Um cachorro”, informação para a frente = “o cachorro” = catáfora.

Mecanismos

1. REPETIÇÃO
“Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois tripulantes, além
de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um avião bimotor Aero Commander,
da empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião prefixo PTI-EE caiu sobre quatro
sobrados da Rua Andaquara.”
A palavra AVIÃO foi repetida, principalmente por ele ter sido o veículo envolvido no acidente,
que é a notícia propriamente dita.

2. REPETIÇÃO PARCIAL
“Estavam no avião o empresário Silvio Name Júnior [...] Gabriela Gimenes Ribeiro e o marido
dela, João Izidoro de Andrade. Andrade é conhecido na região como um dos maiores
compradores de cabeças de gado do Sul do país.”
Na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais comum mecanismo coesivo.
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de alguém, repetir somente o seu sobrenome.

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1. A sequência em negrito (globalização do olho da rua. É a globalização do bico. É a globalização
do dane-se.) caracteriza a globalização a partir da desestruturação do mundo do trabalho. Do
ponto de vista dos recursos da linguagem é correto afirmar que, no contexto, ocorre uma
a) gradação, com a suavização das dificuldades.
b) contradição, entre os modos de sobrevivência do desempregado.
c) ênfase, com a intensificação da afirmativa inicial.
d) retificação, pela correção gradual das informações iniciais.

e) exemplificação, pelo relato de situações específicas.

3. ELIPSE
É a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto.
“Três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião ficaram feridas. Elas não sofreram
ferimentos graves. Apenas escoriações e queimaduras.”
Na verdade, foram omitidos, no trecho sublinhado, o sujeito (As três pessoas) e um verbo
(sofreram): (As três pessoas sofreram apenas escoriações e queimaduras).

2. Aproveitei os feriados da semana passada para curtir algumas releituras que há muito vinha
adiando. [...] Com chuva, o Rio é uma cidade como outra qualquer: não se tem muita coisa a
fazer. [...] O melhor mesmo é aproveitar o tempo ― que de repente fica enorme e custa a passar
― revisitar os primeiros deslumbramentos, buscando no passado um aumento de pressão nas
caldeiras fatigadas que poderão me levar adiante. [...] Leituras antigas, de um tempo em que
estava longe a ideia de um dia escrever um livro. Bem verdade que, às vezes, vinha a tentação
de botar para fora alguma coisa.
I – As expressões “releituras”, “revisitar” e “Leituras antigas” deixam claro que os livros que o
narrador pretende ler já foram obras lidas por ele no passado.
II – Nas expressões “há muito” e “Bem verdade”, pode-se depreender a elipse do substantivo
“tempo” e do verbo flexionado “É”.
III – É possível inferir uma relação de causa e consequência entre as orações conectadas pelos
dois-pontos.
Quais afirmativas estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

4. PRONOMES
A função gramatical do pronome é justamente a de substituir ou acompanhar um nome. Ele
pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a ideia contida em um parágrafo ou no texto todo.
“Estavam no avião Márcio Artur Lerro Ribeiro, seus filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto e Gabriela
Gimenes Ribeiro; e o marido dela, João Izidoro de Andrade.”

O pronome possessivo seus retoma Márcio Artur Lerro Ribeiro; o pronome pessoal (d)ela
retoma Gabriela Gimenes Ribeiro.

3. “... que lhe permitem que veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa
transmiti-las aos ouvintes”.
Em transmiti-las, -las é pronome que substitui
a) a origem de todos os seres.
b) todas as coisas.
c) aos ouvintes.
d) todos os seres.

Pronomes Demonstrativos
ESSE = assunto antecedente.
“A seca é presença marcante no Sul. Esse fenômeno é atribuído a ‘El Niña’.”

ESTE = assunto posterior.


“O problema é este: não há possibilidade de reposição das peças.”

ESTE = antecedente mais próximo


AQUELE = antecedente mais distante
“Jogaram Inter e Grêmio: este perdeu; aquele ganhou.”

4. "Um relatório da Associação Nacional de Jornais revelou que, nos últimos doze meses, foram
registrados no Brasil 31 casos de violação à liberdade de imprensa. Destes, dezesseis são
decorrentes de sentença judicial - em geral, proferida por juízes de primeira instância.”
Nesse segmento do texto, o pronome demonstrativo sublinhado se refere a
a) relatórios.
b) jornais.
c) meses.
d) casos.
e) atentados.

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5. ADVÉRBIOS
Palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar, tempo, modo, causa...
“Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram à greve.”

5. Considere as afirmativas que seguem.


I. O advérbio já, indicativo de tempo, atribui à frase o sentido de mudança.
II. Entende-se pela frase da charge que a população de idosos atingiu um patamar inédito no
país.
III. Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere
o aumento de idosos no país.
Está correto o que se afirma em
a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.

6. EPÍTETOS
Palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um elemento do texto,
qualificam-no.

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

“Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos


Esportes, a seleção...”

6. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é o melhor exemplo de que a reforma do Poder Judiciário
não está estagnada. Dez anos atrás, época em que ainda se discutia a criação do conselho, ao
qual cabia o epíteto “órgão de controle externo do Judiciário”, a existência de um órgão nesses
moldes, para controlar a atuação do Poder Judiciário, gerava polêmica.
O vocábulo “epíteto” introduz uma expressão que qualifica e explica a função do CNJ.
( ) Certo ( ) Errado

7. NOMES DEVERBAIS
São derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo
dos argumentos já utilizados.
“Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Assis Brasil, como sinal de
protesto contra o aumento dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada...”

7. Assinale a alternativa cuja frase apresenta uma retomada deverbal.


a) E naquela casinha que eu havia feito, naquela habitação simples, ficava meu reino.
b) Mas como foi o negócio da Fazenda do Taquaral, lugar em que se escondiam os corruptores?
c) Ao comprar o sítio do Mané Labrego, realizou um grande sonho; tal compra redundaria em
sua independência.
d) O que ele quer lá, na fazenda Grota Funda?

Gabarito: 1. C 2. E 3. B 4. D 5. E 6. Certo 7. C

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Mecanismos

PRIORIDADE-RELEVÂNCIA
Ex.: Em primeiro lugar, Antes de mais nada, Primeiramente, Finalmente...

SEMELHANÇA, COMPARAÇÃO, CONFORMIDADE


Ex.: igualmente, da mesma forma, de acordo com, segundo, conforme, tal qual, tanto quanto,
como, assim como...
O PAVÃO
Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial.
Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão.
Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta como
em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande
artista, atingir o máximo de matizes com um mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu
esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh!
minha amada; de tudo que suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas
meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glória e me faz magnífico.
Rubem Braga

1. No trecho da crônica de Rubem Braga, os elementos coesivos produzem a textualidade que


sustenta o desenvolvimento de uma determinada temática. Com base nos princípios linguísticos
da coesão e da coerência, pode-se afirmar que
a) na passagem, “Mas andei lendo livros”, o emprego do gerúndio indica uma relação de
proporcionalidade.
b) o pronome demonstrativo “este” (Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o
máximo de matizes com um mínimo de elementos.) exemplifica um caso de coesão anafórica,
pois seu referente textual vem expresso no parágrafo seguinte.
c) o articulador temporal “por fim” (Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada)
assinala, no desenvolvimento do texto, a ordem segundo a qual o assunto está sendo abordado.
d) a expressão “Oh! minha amada” é um termo resumitivo que articula a coerência entre a
beleza do pavão e a simplicidade do amor.
e) o pronome pessoal “ele”(existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me
cobre de glória e me faz magnífico.), na progressão textual, faz uma referência ambígua a
“pavão”.

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

2. “Por outro lado, sua eficiência macroeconômica deixa muito a desejar, menos pela incapacidade
das instituições do que pela persistência de incentivos adversos ao crescimento.”
Em “do que pela”, a eliminação de “do” prejudica a correção sintática do período.
( ) Certo ( ) Errado

CONDIÇÃO, HIPÓTESE
Ex.: se, caso, desde que...

ADIÇÃO, CONTINUAÇÃO
Ex.: Além disso, ainda por cima, também, não só...mas também ...

DÚVIDA
Ex.: talvez, provavelmente, possivelmente...

CERTEZA, ÊNFASE
Ex.: certamente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com certeza...

FINALIDADE
Ex.: a fim de, com o propósito de, para que...

3. Em ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, mas também da necessidade


de maior número de viagens..., os termos em destaque estabelecem relação de
a) explicação.
b) oposição.
c) alternância.
d) conclusão.
e) adição.

4. O trecho em que a preposição em negrito introduz a mesma noção da preposição destacada


em “Na luta para melhorar” é
a) O jogador com o boné correu.
b) A equipe de que falo é aquela.
c) A busca por recordes move o atleta.
d) A atitude do diretor foi contra a comissão.
e) Ele andou até a casa do treinador.

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ESCLARECIMENTO
Ex.: por exemplo, isto é, quer dizer...

RESUMO, CONCLUSÃO
Ex.: em suma, em síntese, enfim, portanto, dessa forma, dessa maneira, logo, então...

CAUSA, CONSEQUÊNCIA, EXPLICAÇÃO


Ex.: por conseguinte, por isso, por causa de, em virtude de, assim, porque, pois, já que, uma vez
que, visto que, de tal forma que...

CONTRASTE, OPOSIÇÃO, RESTRIÇÃO, RESSALVA


Ex.: pelo contrário, salvo, exceto, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora,
apesar de, ainda que, mesmo que, se bem que...

5. “Machado pode ser considerado, no contexto histórico em que surgiu, um espanto e um


milagre, mas o que me encanta de forma mais particular é o fato de que ele estava, o tempo
todo, pregando peças nos leitores e nele mesmo.”
Foi assim que o mais importante crítico literário do mundo, o norte-americano Harold Bloom,
77, classificou Machado de Assis quando elencou, em Gênio — Os 100 Autores Mais Criativos
da História da Literatura, os melhores escritores do mundo segundo seus critérios e gosto
particular.
No segundo parágrafo do texto, a conjunção portanto poderia substituir o termo “assim”, sem
prejuízo para a coesão e a coerência textuais.
( ) Certo ( ) Errado

6. Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus. As duas orações do período estão unidas pela
palavra “e”, que, além de indicar adição, introduz a ideia de
a) Oposição.
b) Condição.
c) Consequência.
d) Comparação.
e) União.

7. “A ação da polícia ocorre em um ambiente de incertezas, ou seja, o policial, quando sai para a
rua, não sabe o que vai encontrar diretamente;”.
A expressão sublinhada indica a presença de uma

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

a) retificação.
b) conclusão.
c) oposição.
d) explicação.
e) enumeração.

8. No anúncio publicitário, a substituição do elemento coesivo “para” pelo elemento coesivo


“porque” evidencia

a) a importância da liberdade como causa e não como finalidade.


b) a concepção de que a liberdade aumenta à proporção que lutamos por ela.
c) uma reflexão sobre a busca de liberdade como a principal finalidade da vida.
d) a liberdade como uma consequência de uma ação planejada com fins definidos.
e) a necessidade de compreender a liberdade como uma consequência de objetivos claros

Gabarito: 1. C 2. Errado 3. E 4. C 5. Errado 6. C 7. D 8. A

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Português

POLISSEMIA E FIGURAS DE LINGUAGEM

Polissemia

Polissemia significa (poli = muitos; semia = significado) “muitos sentidos”. Contudo, assim que
se insere no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico e assume significado específico,
isto é, significado contextual.
Os vários significados de uma palavra, em geral, têm um traço em comum. A cada um deles dá-
se o nome de acepção.
•• A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço.

•• Ele é o cabeça da rebelião.

•• Edgar Abreu tem boa cabeça.

Contexto!
O contexto determina a acepção de dada palavra polissêmica. Palavras como “flor”, “cabeça”,
“linha”, “ponto”, “pena”, entre outras, assumem, em variados contextos, novas acepções.

CONTEXTO ACEPÇÃO
Adoro flor vermelha! parte de uma planta
“Última flor do Lácio” descendente
Vagava à flor da água. superfície
Ela é uma flor de pessoa. amável
Ele não é flor que se cheire. indigno, falso
Está na flor da idade. juventude

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1. O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos
linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à
a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a
ideia que pretende veicular.
b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.
c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o
espaço da população rica.
d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso
da família.

Exemplos:
•• Edgar ocupa um alto posto na Casa. = cargo

•• Abasteci o carro no posto da estrada. = posto de gasolina.

•• Os eventos eram de graça. = gratuitos

•• Aquela mulher era uma graça. = beleza.

•• Os fiéis agradecem a graça recebida. = auxílio divino

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Figuras De Linguagem

São recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em


•• figuras de som,
•• figuras de construção,
•• figuras de pensamento,
•• figuras de palavras.

Algumas Figuras de

Som
Aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
•• “Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

•• “Que o teu afeto me afetou é fato agora faça-me um favor...”

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Onomatópéia: consiste na reprodução de um som ou ruído natural.
•• “Não se ouvia mais que o plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado de Assis)

Construção
Elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
•• “Em nossa vida, apenas desencontros.”

•• No curso, aprovações e mais aprovações!

Zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.


•• Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

Pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.


•• “E rir meu riso e derramar meu pranto.”

•• O resultado da eleição, é importante anunciá-lo logo.

O pleonasmo vicioso – ao contrário do literário – é indesejável.


•• hemorragia de sangue.

2. Pleonasmo é uma figura de linguagem que tem como marca a repetição de palavras ou de
expressões, aparentemente desnecessárias, para enfatizar uma ideia. No entanto, alguns
pleonasmos são considerados “vícios de linguagem” por informarem uma obviedade e não
desempenharem função expressiva no enunciado. Considerando essa afirmação, assinale a
alternativa em que há exemplo de pleonasmo vicioso.
a) “E então abriu a torneira: a água espalhou-se”
b) “O jeito era ir comprar um pão na padaria.”
c) “Matá-la, não ia; não, não faria isso.”
d) “Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim.”
e) “Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus...”

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Pensamento
Antítese: consiste na  aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo
sentido.
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia
Depois da Luz se segue à noite escura
Em tristes sombras morre a formosura
Em contínuas tristezas, a alegria.”

•• “Já estou cheio de me sentir vazio.” (Renato Russo)

Ironia: apresenta um termo em sentido oposto ao usual; efeito crítico ou humorístico.


•• “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças”.

3. No trecho "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura
de linguagem presente é chamada
a) Metáfora.
b) Hipérbole.
c) Hipérbato.
d) Anáfora.
e) Antítese.

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Hipérbato: inversão ou deslocamento de palavras ou orações dentro de um período.
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heroico o brado retumbante."

Anáfora: repetição de uma ou mais palavras no início de frases ou versos consecutivos.


“Tende piedade, Senhor, de todas mulheres
Quem ninguém mais merece tanto amor
Que ninguém mais deseja tanto a poesia
Que ninguém mais precisa de tanta alegria.”
(Vinícius de Moraes)

Eufemismo: consiste na tentativa de suavizar expressão grosseira ou desagradável.


•• “Quando a indesejada das gentes chegar” (morte).”

•• “O problema não é você, sou eu.”

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Hipérbole: consiste em exagerar uma ideia com finalidade enfática.


•• “Pela lente do amor/Vejo tudo crescer/Vejo a vida mil vezes melhor”. (Gilberto Gil)

•• “Roseana Sarney (PMDB) aproveitou ontem o clima de campanha, na posse do secretariado,


para anunciar um mar de promessas.”

Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados qualidades ou


características que são próprias de seres animados.

Em um belo céu de anil,


os urubus, fazendo ronda,
discutem, em mesa redonda,
os destinos do Brasil.

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Palavras
Metáfora: A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica
subentendido.
“Meninas são bruxas e fadas,
Palhaço é um homem todo pintado de piadas!
Céu azul é o telhado do mundo inteiro,
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro!”
(Teatro Mágico)

Catacrese: Na falta de um termo específico para designar conceito ou objeto, toma-se outro
por empréstimo. Devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado
em sentido figurado.
•• O pé da mesa estava quebrado.

•• Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida.

•• Quando embarquei no avião, fui dominado pelo o medo.

•• A cabeça do prego está torta.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E

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Português

TIPOLOGIA TEXTUAL

O que é isso?
É a forma como um texto se apresenta. As tipologias existentes são: narração, descrição,
dissertação, exposição, argumentação, informação e injunção.

Narração
Modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não - que ocorreram em
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade
e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.
Exemplo:
COMPRAR REVISTA
Parou, hesitante; em frente à banca de jornais. Examinou as capas das revistas, uma por uma.
Tirou do bolso o recorte, consultou-o. Não, não estava incluída na relação de títulos, levantada
por ordem alfabética. Mas quem sabe havia relação suplementar, feita na véspera? Na dúvida,
achou conveniente estudar a cara do jornaleiro. Era a mesma de sempre. Mas a talvez ocultasse
alguma coisa, sob a aparência habitual. O jornaleiro olhou para ele, sem transmitir informação
especial no olhar, além do reconhecimento do freguês. Peço? Perguntou a si mesmo. Ou é
melhor sondar a barra?”
Carlos Drummond de Andrade

A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de
meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que
já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é
menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago
enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré
entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha
espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo,
esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso
muito salgado, azul, com ventos.
Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer
coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava azul. Nós
todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas batiam
nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam com
barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar...
(Fragmento de crônica de Rubem Braga, Mar, Santos, julho, 1938)

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1. O texto é construído por meio de
a) perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre o mar, no primeiro,
harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo.
b) violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em explicações sobre o mar
que não têm qualquer relação com o que é narrado no segundo.
c) procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois parágrafos: no primeiro, o
narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá voz ao menino que já vira o mar.
d) contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o mar para quem nunca
o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão do mar, no segundo.
e) inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois parágrafos: o que é
narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se narra no segundo.

Descrição

É a modalidade na qual se apontam as características que compõem determinado objeto,


pessoa, ambiente ou paisagem. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo.
Exemplos:
“Sua estatura era alta, e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos
negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços
bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.”

Quase todo mundo conhece os riscos de se ter os documentos usados de forma indevida por
outra pessoa, depois de tê-los perdido ou de ter sido vítima de assalto. Mas um sistema que
começou a ser implantado na Bahia pode resolver o problema em todo o país. A tecnologia
usada atualmente para a emissão de carteiras de identidade na Bahia pode evitar esse tipo de
transtorno. A foto digital, impressa no documento, dificulta adulterações. A principal novidade
do sistema é o envio imediato das impressões digitais, por computador, para o banco de dados
da Polícia Federal em Brasília. Dessa forma, elas podem ser comparadas com as de outros
brasileiros e estrangeiros cadastrados. Se tudo estiver em ordem, o documento é entregue em
cinco dias. Ao ser retirada a carteira, as digitais são conferidas novamente.
Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).

2. O texto, predominantemente descritivo, apresenta detalhes do funcionamento do sistema de


identificação que deve ser implantado em todo o Brasil.
( ) Certo ( ) Errado

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Português – Tipologia Textual – Prof. Carlos Zambeli

Dissertação

A dissertação é um texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo
textual requer um pouco de reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em
relação ao que se discute têm grande importância.
O texto dissertativo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo explorado é
o presente no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução onde o assunto a ser
discutido é apresentado, seguido por uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do
autor sobre o assunto em evidência e, por último, sua conclusão.

Redes sociais: o uso exige cautela


Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se
comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios
comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais
recente e talvez o mais fascinante desses meios, são as redes virtuais, consagradas pelo uso,
que se tornam cada vez mais comuns...

Exposição

Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias, explica e avalia e reflete Não faz defesa
de uma ideia, pois tal procedimento é característico do texto dissertativo. O texto expositivo
apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Por meio da mescla entre texto expositivo
e narrativo, obtém-se o que conhecemos por relato.
Ex.: aula, relato de experiências, etc.

Em todo o continente americano, a colonização europeia teve efeito devastador. Atingidos pelas
armas, e mais ainda pelas epidemias e por políticas de sujeição e transformação que afetavam
os mínimos aspectos de suas vidas, os povos indígenas trataram de criar sentido em meio à
devastação. Nas primeiras décadas do século XVII, índios norte-americanos comparavam a uma
demolição aquilo que os missionários jesuítas viam como “transformação de suas vidas pagãs e
bárbaras em uma vida civilizada e cristã.”

Argumentação

Modalidade na qual se expõem ideias gerais, seguidas da apresentação de argumentos que


as defendam e comprovem, persuadam o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta
pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também
mostra fatos para embasar a argumentação, se torna um texto dissertativo-argumentativo.

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“Perguntamo-nos qual é o valor da vida humana.Alguns setores da sociedade acreditam que
a vida do criminoso não tem o mesmo valor da vida das pessoas honestas. O problema é que
o criminoso pensa do mesmo modo: se a vida dele não vale nada, por que a vida do dono da
carteira deve ter algum valor? Se provavelmente estará morto antes dos trinta anos de idade
(como várias pesquisas comprovam), por que se preocupar em não matar o proprietário do
automóvel que ele vai roubar?”
Andréa Buoro et al. Violência urbana – dilemas e desafios. São Paulo: Atual, 1999, p. 26 (com
adaptações).

O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo, toda a sociedade,
a história, a concepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende a
todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro,
em todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do mundo.

3. Embora o texto seja essencialmente argumentativo, seu autor se vale de estruturas narrativas
para reforçar suas opiniões.
( ) Certo ( ) Errado

Informação
O texto informativo corresponde aquelas manifestações textuais cujo emissor (escritor) expõe
brevemente um tema, fatos ou circunstâncias a um receptor (leitor). Em outras palavras,
representam as produções textuais objetivas, normalmente em prosa, com linguagem clara e
direta (linguagem denotativa), que tem como objetivo principal transmitir informação sobre
algo, isento de duplas interpretações.
Assim, os textos informativos, diferente dos poéticos ou literários (que utilizam da linguagem
conotativa), servem para conhecer de maneira breve informações sobre determinado tema,
apresentando dados e referências, sem interferência de subjetividade, desde sentimentos,
sensações, apreciações do autor ou opiniões. O autor dos textos informativos é um transmissor
que se preocupa em relatar informações da maneira mais objetiva e verossímil.

Injuntivo/Instrucional
Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e
comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro
do presente do modo indicativo.
Ex.: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções, regras
e eventos.

Gabarito: 1. D 2. E 3. E

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Português
Aula XX

GÊNERO TEXTUAL

É o nome que se dá às diferentes formas de linguagem empregadas nos textos. Estas formas
podem ser mais formais ou mais informais, e até se mesclarem em um mesmo texto, porém
este será nomeado com o gênero que prevalecer!
Os gêneros textuais estão intimamente ligados à nossa situação cotidiana. Eles existem como
mecanismo de organização das atividades sociocomunicativas do dia a dia. Sendo assim,
gêneros textuais são tipos especificos de textos de qualquer natureza, literários ou não-
literários, cujas modalidades discursivas são como formas de organizar a linguagem.

Editorial

É um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por
objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente.
A objetividade e imparcialidade não são características dessa tipologia textual, já que o redator
demonstra a opinião do jornal sobre o assunto narrado.
Os acontecimentos são relatados sob a subjetividade do repórter, de maneira que evidencie
a posição da empresa que está por trás do canal de comunicação, pois os editoriais não são
assinados por ninguém.
Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que informativo.
Ele possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a
interpretação do que aconteceu.

O alto preço do etanol


A imagem de modernidade e inovação que o Brasil projetou internacionalmente em razão do
uso combustível do etanol é incompatível com as condições desumanas a que são submetidos
de modo geral os cortadores de cana, que têm uma vida útil de trabalho comparável à dos
escravos, como indica pesquisa da Unesp divulgada hoje pela Folha.[...]
Folha de São Paulo

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1. O título do texto refere-se
a) ao reflexo do custo da terceirização da colheita da cana no preço do etanol.
b) aos problemas ambientais resultantes da expansão da cultura de cana.
c) aos preços não competitivos do etanol brasileiro no mercado internacional.
d) às precárias condições de trabalho dos trabalhadores rurais na colheita da cana.
e) ao aumento dos lucros obtidos pelos empresários que investem na produção da cana.

2. Podemos citar como características do editorial


a) Imparcialidade na informação;
b) Excesso de narração;
c) Objetividade na informação
d) Dissertativo, crítico e informativo no desenvolvimento do texto
e) poético, rítmico e emocional.

Artigos

São os mais comuns. São textos autorais – assinados –, cuja opinião é de inteira responsabilidade
de quem o escreveu. Seu objetivo é o de persuadir o leitor.
É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o
escritor além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações coerentes e
admissíveis.

3. Leia o texto e considere as afirmações.


“Antes de mais nada, acho que querer ser milionário não é um bom objetivo na vida. Meu único
conselho é: ache aquilo que você realmente ama fazer. Exerça atividade pela qual você tem
paixão. É dessa forma que temos as melhores chances de sucesso. Se você faz algo de que não
gosta, dificilmente será bom. Não há sentido em ter uma profissão somente pelo dinheiro.”
DELL, Michael. O Mago do Computador. In: Veja

I – Depreende-se, pela leitura do texto, que querer ser milionário é ruim, pois esse desejo
impossibilita o homem de amar o trabalho.
II – Para o autor, as chances de sucesso em uma profissão dependem da paixão com que ela é
exercida.
III – É consenso atribuir-se o sucesso à paixão pela atividade que se realiza.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.

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Notícias

Podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu


em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas
personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas
vezes, minuciosamente descritos. São autorais, apesar de nem sempre serem assinadas. Seu
objetivo é tão somente o de informar, não o de convencer.

Obra-prima de Leonardo da Vinci e uma das mais admiradas telas jamais pintadas, devido, em
parte, ao sorriso enigmático da moça retratada, a “Mona Lisa” está se deteriorando. O grito de
alarme foi dado pelo Museu do Louvre, em Paris, que anunciou que o quadro passará por uma
detalhada avaliação técnica com o objetivo de determinar o porquê do estrago. O fino suporte
de madeira sobre o qual o retrato foi pintado sofreu uma deformação desde que especialistas
em conservação examinaram a pintura pela última vez, diz o Museu do Louvre numa declaração
por escrito.
Fonte: http://www.italiaoggi.com.br (acessado em 13/11/07)

Crônica
Fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de
um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo, baseadas quase
exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto é predominantemente
coloquial.

Características da crônica
•• Narração curta;
•• Descreve fatos da vida cotidiana;
•• Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
•• Possui personagens comuns;
•• Segue um tempo cronológico determinado;
•• Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
•• Linguagem simples.

Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era
tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o
seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você
buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que
aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da
psicanálise, e ele acertou na mosca.
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado).

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4. Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma
reação irônica no trecho “Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o
pai da psicanálise”.
( ) Certo ( ) Errado

Ensaio
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e
reflexões éticas e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal. Consiste também
na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico,
político, social, cultural, moral, comportamental, literário, religioso, etc.), sem que se paute em
formalidades.
O ensaio assume a forma livre e assistemática sem um estilo definido. Por essa razão, um
filósofo espanhol o definiu como "a ciência sem prova explícita".

“Entre os primatas, o aumento da densidade populacional não conduz necessariamente


à violência desenfreada. Diante da redução do espaço físico, criamos leis mais fortes para
controlar os impulsos individuais e impedir a barbárie. Tal estratégia de sobrevivência tem
lógica evolucionista: descendemos de ancestrais que tiveram sucesso na defesa da integridade
de seus grupos; os incapazes de fazê-lo não deixaram descendentes. Definitivamente, não
somos como os ratos.”
Dráuzio Varella.

5. Como a escolha de estruturas gramaticais pode evidenciar informações pressupostas e


significações implícitas, o emprego da forma verbal em primeira pessoa — “criamos” — autoriza
a inferência de que os seres humanos pertencem à ordem dos primatas.
( ) Certo ( ) Errado

Texto Literário
É uma construção textual de acordo com as normas da literatura, com objetivos e
características próprias, como linguagem elaborada de forma a causar emoções no leitor. Uma
das características distintivas dos textos literário é a sua função poética, em que é possível
constatar ritmo e musicalidade, organização específica das palavras e um elevado nível de
criatividade.

Madrugada na aldeia
Madrugada na aldeia nervosa, com as glicínias escorrendo orvalho, os figos prateados de
orvalho, as uvas multiplicadas em orvalho, as últimas uvas miraculosas.
O silêncio está sentado pelos corredores, encostado às paredes grossas, de sentinela.
E em cada quarto os cobertores peludos envolvem o sono: poderosos animais benfazejos,
encarnados e negros.

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Antes que um sol luarento dissolva as frias vidraças, e o calor da cozinha perfume a casa
com lembrança das árvores ardendo, a velhinha do leite de cabra desce as pedras da rua
antiquíssima, antiquíssima, e o pescador oferece aos recém-acordados os translúcidos peixes,
que ainda se movem, procurando o rio.
(Cecília Meireles. Mar absoluto, in Poesia completa.

6. Considere as afirmativas seguintes:


I – O assunto do poema reflete simplicidade de vida, coerentemente com o título.
II – Predominam nos versos elementos descritivos da realidade.
III – Há no poema clara oposição entre o frio silencioso da madrugada e o sol que surge e traz o
calor do dia.
Está correto o que consta em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e II, apenas.

Peça Publicitária

Modo específico de apresentar informação sobre produto, marca, empresa, ideia ou política,
visando a influenciar a atitude de uma audiência em relação a uma causa, posição ou atuação.
A propaganda comercial é chamada, também, de publicidade. Ao contrário da busca de
imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações com o objetivo principal
de influenciar o leitor ou ouvinte. Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente
(possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usa
mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não racional à informação
apresentada Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando
elementos não verbais para reforçar a mensagem.

7. O anúncio publicitário a seguir é uma campanha de um adoçante, que tem como seu slogan a
frase “Mude sua embalagem”.
A palavra “embalagem”, presente no slogan da campanha, é altamente expressiva e substitui a
palavra
a) vida.
b) corpo.
c) jeito.
d) história.
e) postura.

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Piada

Dito ou pequena história espirituosa e/ou engraçada.

8. “Dois amigos conversam quando passa uma mulher e cumprimenta um deles, que fala:
Eu devo muito a essa mulher...
Por quê? Ela é sua protetora?
Não, ela é a costureira da minha esposa.”
Na piada acima, o efeito de humor
a) deve-se, principalmente, à situação constrangedora em que ficou um dos amigos quando a
mulher o cumprimentou.
b) constrói-se pela resposta inesperada de um dos amigos, revelando que não havia entendido
o teor da pergunta do outro.
c) é provocado pela associação entre uma mulher e minha esposa, sugerindo ilegítimo
relacionamento amoroso.
d) firma-se no aproveitamento de distintos sentidos de uma mesma expressão linguística,
devo muito.
e) é produzido prioritariamente pela pergunta do amigo, em que se nota o emprego malicioso
da expressão sua protetora.

Gráficos e Tabelas

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Português – Gêneros Textuais – Prof. Carlos Zambeli

9. Analisando as informações contidas no gráfico, é correto afirmar que


a) a taxa de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais manteve-se a mesma em
todas as regiões do país desde 2000.
b) o número de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais diminuiu entre a população
brasileira em geral nas últimas décadas.
c) a região Centro-oeste é a que vem apresentando, nos últimos vinte anos, o menor número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais.
d) em comparação com o ano de 1991, pode-se dizer que, no Nordeste, em 2010, o número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais aumentou.

Charge
É um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual com
uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou
seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Apesar de ser
confundida com cartum, é considerada totalmente diferente: ao contrário da charge, que tece
uma crítica contundente, o cartum retrata situações mais corriqueiras da sociedade. Mais do
que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social mediante o artista expressa
graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.

10. A relação entre o conjunto da charge e a frase “Brasil tem 25 milhões de telefones celulares”
fica clara porque a imagem e a fala do personagem sugerem o(a)
a) sentimento de vigilância permanente.
b) aperfeiçoamento dos aparelhos celulares.
c) inadequação do uso do telefone.
d) popularização do acesso à telefonia móvel.
e) facilidade de comunicação entre as pessoas.

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QUADRINHOS

Hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas peculiaridades.

11. A mãe identifica no discurso do menino


a) contradição
b) crueldade
c) tristeza
d) generosidade
e) acerto

Gabarito: 1. D 2. D 3. B 4. C 5. C 6. E 7. B 8. D 9. B 10. D 11. A

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Português

CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES CORRETAS E INCORRETAS

Análise de períodos considerando-se:


•• Coesão
•• Coerência
•• Clareza
•• Correção

Coesão
A coesão textual refere-se à microestrutura de um texto. Ela ocorre por meio de relações
semânticas e gramaticais.
No caso de textos que utilizam linguagem verbal e não verbal (publicidade, por exemplo), a
coesão ocorre também por meio da utilização de
•• cores
•• formas geométricas
•• fontes
•• logomarcas
•• etc

Nessa peça, a Jovem Pan busca vender sua cobertura da Copa do


Mundo de futebol, mas em nenhum momento usa essa palavra.
Contudo, os elementos coesivos remetem a esse esporte.

Moldura = bolas
de futebol

Cantos =
local de
escanteio +
bola

Fontes ≈ ideograma oriental Vermelho = alusão ao Oriente

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O pai e seu filhinho de 5 anos caminham por uma calçada.
Repentinamente, o garoto vê uma sorveteria e fala:
– Pai, eu já sarei do resfriado, né?
– Você não vai tomar sorvete! – responde o pai.

A resposta do pai não corresponde coesivamente à pergunta do filho, mas nem por isso é
incoerente. Depreende-se que o pai conhecia o objetivo do filho.

Anáfora
Retoma algo que já foi dito antes!
Edgar é um excelente professor. Ele trabalha aqui na Casa do Concurseiro, ensinando
Conhecimentos Bancários. Essa matéria é muito relevante para concursos nacionais.

Catáfora
O termo ou expressão que faz referência a um termo subsequente, estabelecendo com ele uma
relação não autônoma, portanto, dependente. 
A Tereza olhou-o e disse: – Edgar, você está cansado?

Coerência

Na situação comunicativa, é o que dá sentido ao texto.

Fatores de Coerência
•• encadeamento
•• conhecimento da linguagem utilizada
•• equilíbrio entre o número de informações novas e a reiteração delas
•• possibilidade de inferência
•• aceitabilidade
•• intertextualidade

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Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

http://www.wbrasil.com.br/wcampanhas/index.asp – Acesso em 22 nda agosto de 2005 – uso didático da peça

Fonte: http://www.meioemensagem.com.br/projmmdir/home_portfolio.jsp - Acesso em 17 de setembro de 2005


- uso didático da peça.

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É fácil de notar se quando falta coerência a um texto.

“Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de
São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos
de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade,
perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes.
Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou o até a
calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou lhe a vida.”
(Platão & Fiorin)

Vícios De Linguagem

São palavras ou construções que deturpam, desvirtuam, ou dificultam a manifestação do


pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor.

BARBARISMO
Desvio na grafia, na pronúncia ou na flexão de uma palavra. Divide-se em
Cacografia – má grafia ou má flexão de uma palavra: flexa – em vez de flecha / deteu – em vez
de deteve.
Cacoépia – erro de pronúncia: marvado – em vez de malvado.
Silabada – erro de pronúncia quanto à acentuação tônica das palavras: púdico – em vez de
pudico / rúbrica – em vez de rubrica.
Estrangeirismo – emprego desnecessário de palavras estrangeiras, quando elas já foram
aportuguesadas: stress – em vez de estresse.

SOLECISMO
É qualquer erro de sintaxe. Pode ser
•• de concordância: Haviam muitos erros – em vez de Havia ...
•• de regência: Assistimos o filme – em vez de Assistimos ao filme.
•• de colocação: Escreverei-te logo – em vez de Escrever-te-ei...

AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA
Duplo sentido que ocorre em função da má construção da frase:
Carlos disse ao colega que seu irmão morreu. (irmão de quem?)

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Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

ECO
Repetição de uma vogal formando rima:
O irmão do alemão prendeu a mão no fogão.

CACOFONIA
Som estranho que surge da união de sílabas diferentes, pela proximidade de duas palavras:
Ela tinha dezoito anos. (latinha)

NEOLOGISMO (palavra nova)


É o emprego de palavras que não passaram ainda para o corpo do idioma:
Devido ao apoiamento ao projeto, deram início às obras.

GERUNDISMO
Locução verbal na qual o verbo principal apresenta-se no gerúndio. Seu uso no português
brasileiro é recente, é considerado por muitos como vício de linguagem, uma vez que seu uso é
demasiadamente impreciso:
“A senhora pode estar respondendo algumas perguntas?”

“Nós vamos estar repassando o problema para a equipe técnica.”

“A senhora vai estar pagando uma taxa de reparo....”

1. Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:


a) Peter Burke não compartilha com a tese que os românticos viam o fenômeno da invenção
como um atributo de apenas gênios isolados.
b) Na visão de um historiador, não há feito isolado, como invenção absoluta, que
independessem de outros fatos concorrentes a ela.
c) Embora aparentemente se oponha quanto ao sentido, tradição e invenção se mesclam
como um fator de progresso extremamente inventivo.
d) Não há dúvida quanto a períodos históricos aonde ocorra especial desenvolvimento
inventivo, sejam nas artes, sejam na tecnologia.
e) Faz parte do senso comum acreditar, ainda hoje, que toda e qualquer grande invenção
decorre do talento pessoal de um gênio.

Gabarito: 1. E

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Português

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

São várias as funções da linguagem, dependendo da intenção do falante e das circunstâncias


em que ocorre a comunicação. A adequada utilização dessas funções permitirá que ocorra o
perfeito entendimento da mensagem pretendida.

6
contexto
5
referente
1 4
emissor, 7 receptor
destinador canal de comunicação ou
ou remetente destinatário
3
mensagem

2
código

O linguista russo Roman Jakobson caracterizou seis funções da linguagem. Cada uma delas está
estreitamente ligada a um dos seis elementos que compõem o ato de comunicação.

Referente
FUNÇÃO REFERENCIAL

Mensagem
FUNÇÃO POÉTICA
Emissor Receptor
FUNÇÃO FUNÇÃO
EXPRESSIVA Canal de Comunicação CONATIVA
FUNÇÃO FÁTICA

Código
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA

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Emissor: o que emite a mensagem.
Receptor: o que recebe a mensagem.
Mensagem: o conjunto de informações transmitidas.
Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação
só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem.
Canal de Comunicação: veículo por meio do qual a mensagem é transmitida (TV, rádio, jornal,
revista...)
Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente.
O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou
demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer algo, etc; consequentemente, a
linguagem passa a ter uma função, que são as seguintes:
•• Função Referencial
•• Função Metalinguística
•• Função Conativa
•• Função Fática
•• Função Emotiva
•• Função Poética
Numa mensagem, é muito difícil encontrarmos uma única dessas funções isolada. O que ocorre,
normalmente, é a superposição de várias delas.
Função referencial – busca transmitir informações objetivas, a fim de informar o receptor.
Predomina nos textos de caráter científico, didático e jornalístico.
Exemplo: Pesquisas já demonstraram que o universo vocabular de nossos estudantes, mesmo
de nível universitário, é pobre.

Função emotiva ou expressiva – exterioriza emoções, opiniões, avaliações, utilizando a 1ª


pessoa (eu). Aparece nas cartas, na poesia lírica, nas músicas sentimentais, nas opiniões e
avaliações. Predomina o elemento emocional sobre o lógico.
Exemplo: Tendo passado já sete dias sem a ver, se acentuava vivamente em mim o desejo de
estar outra vez com ela, beber-lhe o olhar e o sorriso, sentir-lhe o timbre da voz ou a graça dos
gestos.
(Cyro dos Anjos – “Abdias”)

Função conativa ou apelativa – visa a influir no comportamento do receptor, persuadi-


lo, seduzi-lo. Utiliza vocativo, verbos no imperativo e ocorre, principalmente, em textos de
propaganda.
Exemplo: O filtro “purex” é indispensável para a saúde de sua família. Procure hoje mesmo o
nosso revendedor autorizado.

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Português – Funções da Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Função fática – tem por objetivo prolongar o contato com o receptor. Utiliza interjeições,
repetições, expressões sem valor semântico e, quando escrita, faz uso de recursos gráficos
como diferentes tipos de letras e variadas diagramações. É usada na linguagem coloquial,
especialmente nos diálogos.

•• POIS É...
•• ENTÃO... É melhor você
•• É FOGO. começar a ler
•• Ô. o Estadão.
•• NEM FALE.

Função poética – privilegia o imprevisto, a inovação, a criatividade. Produz no leitor ou no


ouvinte surpresa e prazer estético. Predomina na poesia, mas pode aparecer em textos
publicitários, jornalísticos, nas crônicas, etc. Nela, aparecem as figuras de linguagem, a
conotação.
Exemplo:
“De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento”
Vinícius de Moraes

Função metalinguística – quando a linguagem procura explicar a si mesma, definindo ou


analisando o próprio código que utiliza. É empregada nos textos em que se explica o uso da
palavra, como nos dicionários, nos poemas que falam da própria poesia, nas canções que falam
de outras canções ou de como se fazem canções.
Exemplo: Literatura é ficção, é a forma de expressão mediante a qual o artista recria a realidade.

EXEMPLIFICANDO
O princípio de que o Estado necessita de instrumentos para agir com rapidez em situações
de emergência está inscrito no arcabouço jurídico brasileiro desde a primeira Constituição,
de 1824, dois anos após a Independência, ainda no Império. A figura do decreto-lei, sempre
à disposição do Poder Executivo, ficou marcada no regime militar, quando a caneta dos
generais foi acionada a torto e a direito, ao largo do Congresso, cujos poderes eram sufocados
pela ditadura. Com a redemocratização, sacramentada pela Constituição de 1988, sepultou-
se o decreto-lei, mas não o seu espírito, reencarnado na medida provisória. Não se discute
a importância de o Poder Executivo contar com dispositivos legais que permitam ao governo
baixar normas, sem o crivo imediato do Congresso, que preencham os requisitos da “relevância
e urgência”. O problema está na dosagem, que, se exagerada, como ocorre atualmente, sufoca
o Poder Legislativo.
O Globo, 19/3/2008 ( com adaptações)

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1. A função da linguagem predominante no texto é
a) metalinguística.
b) poética.
c) expressiva.
d) apelativa.
e) referencial.

2. Há correspondência entre ELEMENTO do processo de comunicação e FUNÇÃO da linguagem


em
a) emissor – poética.
b) destinatário – emotiva.
c) contexto – referencial.
d) código – fática.
e) canal – metalinguística.

3. O texto abaixo utiliza uma linguagem emotiva, que pode ser comprovada especialmente na
opção pela subjetividade voltada para o narrador.
“Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe
nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo
dentro de casa. Nem jogue seu lixo no ambiente. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira
o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores
bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. Só existe o hoje.”
( ) Certo ( ) Errado

4. HISTÓRIA MANJADA
GALÃ CANASTRÃO
TIROS E PERSEGUIÇÕES
EFEITOS GRATUITOS
MAIS TIROS E PERSEGUIÇÕES
FINAL PREVISÍVEL
Conheça outro jeito de fazer cinema.
Cine Conhecimento.
No canal PLUS.
Além de exibir filmes de diversos países, o programa traz análises, comentários, curiosidades e
detalhes da produção. Não perca! Tem sempre um bom filme para você!
(Revista Monet)

Pelos sentidos e pelas estruturas linguísticas do texto, é correto concluir que o emprego de
“Conheça” e “Não perca” indica que a função da linguagem predominante no texto é a
a) metalinguística.
b) poética.
c) conativa.
d) expressiva.

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Português – Funções da Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

5. No slogan CELULAR: Não Fale no Trânsito, uma característica da função conativa da linguagem
é
a) a objetividade da informação transmitida.
b) a manutenção da sintonia entre a STTU e o público-alvo.
c) o esclarecimento da linguagem pela própria linguagem
d) o emprego do verbo no modo imperativo

6. Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a


Cidade Grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.


b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Gabarito: 1. E 2. C 3. E 4. D 5. E 6. C

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Português

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por diversos fatores:
regionais, sociais, intelectuais etc.
A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais
espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem
importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente
difere substancialmente do padrão culto.

1. A Linguagem Culta Formal ou Padrão

É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com
terminologia especial. Caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente
usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais
estável, menos sujeita a variações.

2. A Linguagem Culta Informal ou Coloquial

É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde
à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo - erros de regência e
concordância; barbarismo - erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia;
pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter
oral e popular da língua.

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1. Com frequência, a transgressão à norma culta constitui uma marca do registro coloquial da
língua. Nesses casos, parece existir, de um lado, a norma culta e, de outro, a “norma” coloquial
– e esta muitas vezes se impõe socialmente, em detrimento da primeira. Um exemplo de
transgressão à norma culta acontece numa das alternativas abaixo. Assinale-a.
a) Nós éramos cinco e brigávamos muito…
b) estrada lamacenta que o governo não conservava…
c) Miguel fazia muita falta, embora cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua
autoridade.
d) Você assustou ele falando alto.
e) Se um de nós ia para o colégio, os outros ficavam tristes.

3. Linguagem Popular ou Vulgar


Existe uma linguagem popular ou vulgar, segundo Dino Preti, “ligada aos grupos extremamente
incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum contato com a instrução formal. Na
linguagem vulgar, multiplicam-se estruturas como “nóis vai, ele fica”, “eu di um beijo nela”,
“Vamo i no mercado”, “Tu vai í cum nóis”.
Saudosa Maloca
Peguemo todas nossas coisas
E fumo pro meio da rua
Preciá a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada tauba que caía
Duía no coração
Mato Grosso quis gritá
Mais em cima eu falei:
Os home tá c’a razão,
Nóis arranja otro lugá.
Só se conformemo quando o Joca falô:
“Deus dá o frio conforme o cobertô”.
BARBOSA, Adoniran. In: Demônios da Garoa - Trem das 11. CD 903179209-2, Continental-Warner Music Brasil, 1995.

2. Considere as afirmações.
I – A letra de “Saudosa Maloca” pode ser considerada como realização de uma “linguagem
artística” do poeta, estabelecida com base na sobreposição de elementos do uso popular ao
uso culto.
II – Uma dessas sobreposições é o emprego do pronome oblíquo de terceira pessoa “se” em
lugar de “nos” (Só se conformemo), diferentemente do que prescreve a norma culta.
III – A letra de “Saudosa Maloca” apresenta linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a
linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.
Estão corretas
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.

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Português – Variação Linguística – Prof. Carlos Zambeli

d) apenas I e II.
e) I, II e III.

4. Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais. Esses grupos utilizam a gíria como
meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo
próprio grupo. Assim, a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que
divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comunicação de
massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos; às vezes, também inventam
alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no
vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso.

3. Nas orações a seguir, as gírias sublinhadas podem ser substituídas por sinônimos.
“… e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa.”
“… o Papa de araque…”
“… numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo
cano.”
Indique que opção equivale, do ponto de vista do sentido, a essas expressões.
a) distraidamente, falso, saíram-se mal.
b) reclamando, falso, obstruíram-se.
c) distraidamente, esperto, saíram-se vitoriosos.
d) reclamando, falso, deram-se mal.
e) distraidamente, esperto, obstruíram-se.

5. Linguagem Regional
Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto
às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista
fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico, nordestino, baiano, fluminense,
mineiro, sulino.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
“Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem — ou é o homem
arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum.
Nenhum! — é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco — é alta mercê que me
faz: e pedir posso, encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam — é de minha certa
importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita
na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava
por ela — já o campo!
Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo
nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso
servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres,
nos homens. Até: nas crianças — eu digo. Pois não é o ditado: “menino — trem do diabo”? E

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nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do
redemunho... “
(Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)

4. O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar de escrita, denunciada pelos recursos
linguísticos empregados pelo escritor. Entre as características do texto, está
a) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador, e o da linguagem regional, na voz da
personagem.
b) a recriação da fala regional no vocabulário, na sintaxe e na melodia da frase.
c) o emprego da linguagem regional predominantemente no campo do vocabulário.
d) a apresentação da língua do sertão fiel à fala do sertanejo.
e) o uso da linguagem culta, sem regionalismos, mas com novas construções sintáticas e
rítmicas.

6. Linguagem das Mídias Eletrônicas


São dois os principais motivos da simplificação e da abreviação de palavras entre quem usa
a internet e costuma mandar mensagens: o primeiro, a facilidade de se escrever de modo
simplificado, e o segundo, a pressa. Esta, por sua vez, está ligada a outras duas razões: a
economia e o desejo de reproduzir virtualmente o ritmo de uma conversa oral.

Boa tarde, amigão,


Como vc está interessado em trabalhar nesta empresa, e somente poderá o fazer por meio
de concurso público, deve acessar o link Concursos, em www.fepese.org.br. Assim, tu tens
informação não apenas a respeito do concurso da CASAN, mas tb de outros que aquela
fundação coordena.
Abraços.
Manoel

5. Assinale a alternativa correta, quanto a esse tipo de correspondência.


a) Nesse tipo de correspondência o termo “amigão” é permitido, desde que realmente haja
amizade entre quem a envia e quem a recebe.
b) Nesse tipo de correspondência, são aceitáveis abreviaturas como vc e tb, comuns em
e-mails entre amigos.
c) Está correto o emprego de pessoas gramaticais diferentes: vc (você) está interessado e tu
tens; considerar isso erro gramatical é preconceito linguístico.
d) Em “somente poderá o fazer” há erro no emprego do pronome oblíquo; a correspondência
empresarial, mesmo sob a forma eletrônica, obedece à norma culta da língua.

Gabarito: 1. D 2. D 3. A 4. B 5. D

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Português

FUNÇÕES DO QUE E DO SE

A palavra QUE

Pronome Relativo – refere-se a um nome (substantivo, pronome pessoal, pronome indefinido


ou pronome demonstrativo) e equivale a “o qual” (e variações). Introduz uma oração
subordinada adjetiva, a qual pode ser restritiva ou explicativa.
•• Guardei a faca com que ele se feriu.
•• Havia, em seu comportamento, alguns aspectos que não estavam claros.

Conjunção Subordinativa Integrante – introduz uma oração subordinada substantiva, que


completa a oração principal.
•• Convém que você vá embora.
•• É conveniente que tu estudes mais.

Conjunção Subordinativa Comparativa – inicia uma oração subordinada adverbial. Une-se, na


oração anterior, às palavras “mais, menos, melhor, pior, maior, menor, etc”.
•• Meus alunos são mais inteligentes que (= do que) os outros.
•• “ Estou pequeno, inútil, bicho da terra, derrotado.
No entanto eu sou maior... Eu sinto uma grandeza infatigável!
Eu sou maior que os vermes e todos os animais.
E todos os vegetais. E os vulcões vivos e os oceanos,
Maior... Maior que a multidão do rio acorrentado,
Sou homem! Vencedor das mortes, bem-nascido além dos dias,
Transfigurado além das profecias!” (Mário de Andrade)

Conjunção Subordinativa Consecutiva – introduz uma oração subordinada adverbial. Une-se,


na oração anterior, às palavras “tão, tal, tanto, tamanho, etc”.
•• O susto foi tamanho que saiu correndo.

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•• André devia estar tão cansado que não conseguia ler mais nada.

Conjunção Subordinativa Causal – introduz uma oração subordinada adverbial. Equivale a


“porque”.
•• Fugimos, que ninguém ousava enfrentá-lo.

Conjunção Coordenativa Explicativa – inicia uma oração coordenada sindética e apresenta


valor de “pois”.
•• Saiam da frente, que eu quero passar.

Partícula Expletiva ou de Realce – objetiva enfatizar a informação. Pode ser retirada da frase
sem prejudicar o sentido. Aparece, muitas vezes, na locução “é que”.
•• Que vida boa que você leva!
•• Você é que deve pagar a conta hoje.
•• “Quando você se separou de mim
quase que a minha vida teve fim
sofri, chorei tanto que nem sei
tudo que chorei por você, por você...” (Roberto Carlos)

Pronome Interrogativo – forma frases interrogativas diretas ou indiretas.


•• Que horas são?

Substantivo – será antecedido de um determinante (artigo, pronome, numeral, adjetivo).


Monossílabo tônico, portanto acentuado.
•• Ela tem um quê de arrogância.
•• “ Meu bem querer
tem um quê de pecado
acariciado pela emoção” (Djavan)

Advérbio de Intensidade – relaciona-se a um adjetivo ou advérbio, equivalendo a “quão”.


•• Que longe você mora!

Preposição – equivale a “ter de”.


•• Tenho que resolver este problema.

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Português – Funções do Que e do Se – Prof. Carlos Zambeli

Interjeição
•• Quê! Você por aqui!
•• Exprime espanto
•• Acentuada
•• Sem valor sintático

Palavra SE

Conjunção Subordinativa Integrante – introduz uma oração subordinada substantiva.


•• Não sei se poderemos viajar no mesmo voo.
•• Diga-me se você está entendo isso!

Conjunção Subordinativa Condicional – inicia uma oração subordinada adverbial. Equivale a


“caso”.
•• Se não chover, iremos à praia.
•• “Se ela dança, eu danço!”

Conjunção Subordinativa Causal – inicia uma oração subordinada adverbial. Equivale a “já
que”.
•• Se você tem medo de assalto, não ande por aquelas ruas.

Pronome Apassivador (Pronome Pessoal Oblíquo) – caracteriza uma frase na voz passiva
sintética.
•• Recuperou-se o documento de identidade.
•• Alinham-se as opiniões antes da reunião.

Índice de Indeterminação do Sujeito (Pronome Pessoal Oblíquo) – une-se a verbos intransitivos,


transitivos indiretos ou de ligação. Os verbos sempre permanecem na 3ª pessoa do singular.
•• Discordou-se das propostas anteriores.
•• Dorme-se agradavelmente neste lugar.

Pronome Reflexivo (Pronome Pessoal Oblíquo) – equivale à expressão “a si mesmo”.


•• O operário feriu-se com a serra.
•• Meu colega cortou-se com a faca.

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Pronome Reflexivo Recíproco (Pronome Pessoal Oblíquo) – representa ação recíproca /
equivale à expressão “uns aos outros”.
•• Os convidados cumprimentaram-se educadamente.
•• Os alunos abraçaram-se após o concurso.

Parte Integrante do Verbo (Pronome Pessoal Oblíquo) – a palavra faz parte de verbos
essencialmente pronominais, ou seja, verbos que só se conjugam acompanhados do pronome.
Tais verbos denotam sentimentos ou atitudes próprias do sujeito. Ex.: indignar-se, vangloriar-
se, queixar-se, arrepender-se, orgulhar-se, suicidar-se, etc.
•• O técnico vangloriava-se com o sucesso do time.
•• Ele arrependeu-se do que fez

Partícula Expletiva ou de Realce (Pronome Pessoal Oblíquo) – pode ser retirado da frase sem
que haja prejuízo de sentido. Liga-se a verbos intransitivos, enfatizando uma ação ou atitude do
sujeito.
•• Os convidados já se foram embora.
•• Aquela garota morre-se de amores por meu irmão.

1. Classifique as palavras QUE e SE nas seguintes frases.


a) As ferramentas com que trabalhamos estão danificadas.
b) Fique atento, que há muitos perigos. 
c) Há um quê de tristeza no ar.
d) O fiscal teve que acompanhar o candidato ao banheiro.
e) Ele é que disse isso.
f) Que maravilhoso este conteúdo! 
g) Está-se sempre sujeito a equívocos.
h) Atreveu-se a nos perturbar.
i) Nada se sabe a respeito.
j) Não sabem se essas medidas surtirão efeito.
k) Assistiu-se a vários filmes durante as férias. 
l) “Bota uma Brahma pra gelar, que eu tô voltando.”
m) “Mas o senhor fala que nem uma cachoeira.” (Visconde de Taunay)
n) É essencial que ele devolva os livros que pegou na biblioteca.

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Português – Funções do Que e do Se – Prof. Carlos Zambeli

o) Que dia é hoje?


p) Suprimir-se-iam vários cargos.
q) Talvez ele não tenha entendido o que tu disseste.
r) O sucesso deles foi tanto, que ficaram milionários.
s) Ele se indignou com as atitudes dos políticos.
t) Aqui praticamente não se obedece aos sinais de trânsito.
u) O médico trancou-se no consultório.
v) Se não gostas de frutos do mar, não vai àquele restaurante.
w) Se tiveres tempo, passa lá em casa.
x) Tu é que resolveste tudo ontem; mereces, portanto, um descanso.
y) Cultive em você a pessoa meiga que sempre foi.
z) As duas jogadoras cumprimentaram-se friamente.

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Matemática

Professor Dudan

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Matemática

CONJUNTOS NUMÉRICOS

Números Naturais (ℕ)

Definição: ℕ = {0, 1, 2, 3, 4,...}

Subconjuntos
ℕ* = {1, 2, 3, 4,...} naturais não nulos.

Números Inteiros (ℤ)

Definição: ℤ = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 0, 1, 2, 3, 4,...}

Subconjuntos
ℤ* = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 1, 2, 3, 4,...} inteiros não nulos.

ℤ + = {0, 1, 2, 3, 4,...} inteiros não negativos (naturais).

ℤ*+ = {1, 2, 3, 4,...} inteiros positivos.

ℤ- = {..., – 4, – 3, – 2, – 1, 0} inteiros não positivos.

ℤ*- = {..., – 4, – 3, – 2, – 1} inteiros negativos.

O módulo de um número inteiro, ou valor absoluto, é a distância da origem a esse ponto


representado na reta numerada. Assim, módulo de – 4 é 4 e o módulo de 4 é também 4.

|– 4| = |4| = 4

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Faça você

1. Assinale V para as verdadeiras e F para as falsas


( ) 0 ∈ N ( ) 0 ∈ Z ( ) – 3 ∈ Z ( ) – 3 ∈ N ( )NcZ

2. Calcule o valor da expressão 3 – |3+ | – 3|+|3||.

Números Racionais (ℚ)

Definição: Será inicialmente descrito como o conjunto dos quocientes entre dois números
inteiros.
p
Logo ℚ = { | p ∈ ℤ e q ∈ ℤ*}
q

Subconjuntos
ℚ* à racionais não nulos.
ℚ + à racionais não negativos.
ℚ*+ à racionais positivos.
ℚ - à racionais não positivos.
ℚ*- à racionais negativos.

Faça você
3. Assinale V para as verdadeiras e F para as falsas:
( ) 0,333... ∈ Z ( ) 0 ∈ Q* ( ) – 3 ∈ Q+
( ) – 3,2 ∈ Z ( ) N c Q ( ) 0,3444... ∈ Q*
( ) 0,72 ∈ N ( ) 1,999... ∈ N ( ) 62 ∈ Q
( ) Q c Z

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Matemática – Conjuntos Numéricos – Prof. Dudan

Frações, Decimais e Fração Geratriz


Decimais exatos
2 1
= 0,4 = 0,25
5 4

Decimais periódicos
1 7
= 0,333... = 0,3 = 0,777... = 0,7
3 9

Transformação de dízima periódica em fração geratriz

São quatro passos

1. Escrever tudo na ordem, sem vírgula e sem repetir.


2. Subtrair o que não se repete, na ordem e sem vírgula.
3. No denominador:
a) Para cada item “periódico”, colocar um algarismo “9”;
b) Para cada intruso, se houver, colocar um algarismo “0”.

Exemplos
a) 0,333... Seguindo os passos descritos acima: (03 – 0) = 3/9 = 1/3
9
b) 1,444... Seguindo os passos descritos acima: 14 – 1 = 13/9
9
c) 1,232323... Seguindo os passos descritos acima: 123 – 1 = 122/99
99
d) 2,1343434... Seguindo os passos descritos acima: 2134 – 21 = 2113/990
990

Números Irracionais (𝕀)

Definição: Todo número cuja representação decimal não é periódica.

Exemplos:
0,212112111... 1,203040... 2 π

Números Reais (ℝ)


Definição: Conjunto formado pelos números racionais e pelos irracionais.

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ℝ = ℚ ∪ 𝕀, sendo ℚ ∩ 𝕀 = Ø

Subconjuntos
ℝ* = {x ∈ R | × ≠ 0} à reais não nulos
ℝ + = {x ∈ R | × ≥ 0} à reais não negativos Q I

Z
ℝ*+ = {x ∈ R | × > 0} à reais positivos
N
ℝ- = {x ∈ R | × ≤ 0} à reais não positivos
ℝ*- = {x ∈ R | × < 0} à reais negativos

Números Complexos ( )
Definição: Todo número que pode ser escrito na forma a + bi, com a e b reais.

Exemplos:
3 + 2i – 3i – 2 + 7i

9 1,3 1,203040...

2 π

Resumindo:
Todo número é complexo.

Faça você
4. Seja R o número real representado pela dízima 0,999...
Pode-se afirmar que:
a) R é igual a 1.
b) R é menor que 1.
c) R se aproxima cada vez mais de 1 sem nunca chegar.
d) R é o último número real menor que 1.
e) R é um pouco maior que 1.

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Matemática – Conjuntos Numéricos – Prof. Dudan

5. Entre os conjuntos abaixo, o único formado apenas por números racionais é:


a)

b)

c)

d)

e)

6. Dados os conjuntos numéricos ℕ, ℤ, ℚ e ℝ, marque a alternativa que apresenta os


elementos numéricos corretos, na respectiva ordem.
a) – 5, – 6, – 5/6, .
b) – 5, – 5/6, – 6, .
c) 0, 1, 2/3, .
d) 1/5, 6, 15/2, .
e) , 2, 2/3, .

7. A lista mais completa de adjetivos que se aplica ao número −1+ 25 é:


2
a) Complexo, real, irracional, negativo.
b) Real, racional, inteiro.
c) Complexo, real, racional, inteiro, negativo.
d) Complexo, real, racional, inteiro, positivo.
e) Complexo, real, irracional, inteiro.

8. Observe os seguintes números.


I – 2,212121...
II – 3, 212223...
III – /5
IV – 3,1416
V–
Assinale a alternativa que identifica os números irracionais.
a) I e II
b) I e IV
c) II e III
d) II e V
e) III e V

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9. Se a = , b = 33/25, e c = 1,323232..., a afirmativa verdadeira é
a) a<c<b
b) a<b<c
c) c<a<b
d) b<a<c
e) b<c<a

Gabarito: 1. * 2. * 3. * 4. A 5. B 6. C 7. D 8. C 9. E

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Matemática

TEORIA DOS CONJUNTOS (LINGUAGEM DOS CONJUNTOS)

Conjunto é um conceito primitivo, isto é, sem definição, que indica agrupamento de objetos,
elementos, pessoas etc. Para nomear os conjuntos, usualmente são utilizadas letras maiúsculas
do nosso alfabeto.

Representações:
Os conjuntos podem ser representados de três formas distintas:
I – Por enumeração (ou extensão): Nessa representação, o conjunto é apresentado pela citação
de seus elementos entre chaves e separados por vírgula. Assim temos:
•• O conjunto “A” das vogais –> A = {a, e, i, o, u}.
•• O conjunto “B” dos números naturais menores que 5 –> B = {0, 1, 2, 3, 4}.
•• O conjunto “C” dos estados da região Sul do Brasil –> C = {RS, SC, PR}

II – Por propriedade (ou compreensão): Nesta representação, o conjunto é apresentado por


uma lei de formação que caracteriza todos os seus elementos. Assim, o conjunto “A” das vogais
é dado por A = {x / x é vogal do alfabeto} –> (Lê-se: A é o conjunto dos elementos x, tal que x é
uma vogal)
Outros exemplos:
•• B = {x/x é número natural menor que 5}
•• C = {x/x é estado da região Sul do Brasil}
III – Por Diagrama de Venn: Nessa representação, o conjunto é apresentado por meio de uma
linha fechada de tal forma que todos os seus elementos estejam no seu interior. Assim, o
conjunto “A” das vogais é dado por:

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Classificação dos Conjuntos
Vejamos a classificação de alguns conjuntos:
•• Conjunto Unitário: possui apenas um elemento. Exemplo: o conjunto formados pelos
números primos e pares.
•• Conjunto Vazio: não possui elementos, é representado por ∅ ou, mais raramente, por { }.
Exemplo: um conjunto formado por elemento par, primo e diferente de 2.
•• Conjunto Universo (U): possui todos os elementos necessários para realização de um
estudo (pesquisa, entrevista etc.)
•• Conjunto Finito: um conjunto é finito quando seus elementos podem ser contados um a
um, do primeiro ao último, e o processo chega ao fim. Indica-se n(A) o número (quantidade)
de elementos do conjunto “A”.
Exemplo: A = {1, 4, 7, 10} é finito e n(A) = 4
•• Conjunto Infinito: um conjunto é infinito quando não é possível contar seus elementos do
primeiro ao último.

Relação de Pertinência

É uma relação que estabelecemos entre elemento e conjunto, em que fazemos uso dos
símbolos ∈ e ∉.
Exemplo:
Fazendo uso dos símbolos ∈ ou ∉, estabeleça a relação entre elemento e conjunto:

a) 10 ____ ℕ

b) – 4 ____ ℕ

c) 0,5 ____ 𝕀

d) – 12,3 ____ ℚ

e) 0,1212... ____ ℚ

f) 3 ____ 𝕀

g) −16 ____ ℝ

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Matemática – Teoria dos Conjuntos (Linguagem dos Conjuntos) – Prof. Dudan

Relação de Inclusão

É uma relação que estabelecemos entre dois conjuntos. Para essa relação fazemos uso dos
símbolos ⊂, ⊄, ⊃ e ⊅.

Exemplos:
Fazendo uso dos símbolos de inclusão, estabeleça a relação entre os conjuntos:
a) ℕ _____ ℤ
b) ℚ _____ ℕ
c) ℝ _____ 𝕀
d) 𝕀 _____ ℚ

Observações:
•• Dizemos que um conjunto “B” é um subconjunto ou parte do conjunto “A” se, e somente
se, B ⊂ A.
•• Dois conjuntos “A” e “B” são iguais se, e somente se, A ⊂ B e B ⊂ A.
•• Dados os conjuntos “A”, “B” e “C”, temos que: se A ⊂ B e B ⊂ C, então A ⊂ C.

União, Intersecção e Diferença entre Conjuntos

Exemplos:
Dados os conjuntos A = {1, 3, 4, 5}, B = {2, 3, 4} e C = {4, 5, 10}. Determine:
a) A ⋂ B c) A – B e) A ⋂ B ⋂ C

b) A ⋃ B d) B – A f) A ⋃ B ⋃ C

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1. Numa sala há n pessoas. Sabendo que 75 pessoas dessa sala gostam de
matemática, 52 gostam de física, 30 pessoas gostam de ambas as matérias e
13 pessoas não gostam de nenhuma dessas matérias. É correto afirmar que
n vale:
a) 170
b) 160
c) 140
d) 100.
e) 110.

2. Numa pesquisa encomendada sobre a preferência entre rádios numa determinada


cidade, obteve o seguinte resultado:
•• 50 pessoas ouvem a rádio Riograndense
•• 27 pessoas escutam tanto a rádio Riograndense quanto a rádio Gauchesca
•• 100 pessoas ouvem apenas uma dessas rádios
•• 43 pessoas não escutam a rádio Gauchesca O número de pessoas entrevistadas
foi.
a) 117
b) 127
c) 147
d) 177
e) 197

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Matemática – Teoria dos Conjuntos (Linguagem dos Conjuntos) – Prof. Dudan

3. Uma pesquisa sobre a inscrição em cursos de esportes tinha as seguintes


opções: A (Natação), B (Alongamento) e C (Voleibol) e assim foi montada a
tabela seguinte:

Cursos Alunos
Apenas A 9
Apenas B 20
Apenas C 10
AeB 13
AeC 8
BeC 18
A, B e C 3

Analise as afirmativas seguintes com base nos dados apresentados na tabela.


1. 33 pessoas se inscreveram em pelo menos dois cursos.
2. 52 pessoas não se inscreveram no curso A.
3. 48 pessoas se inscreveram no curso B.
4. O total de inscritos nos cursos foi de 88 pessoas.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:
a) 1e2
b) 1e3
c) 3e4
d) 1, 2 e 3
e) 2, 3 e 4

4. Assinale a alternativa incorreta:


a) ℝ⊂𝕔
b) ℕ⊂ℚ
c) ℤ⊂ℝ
d) ℚ⊂ℤ
e) �⊂ℕ

Gabarito: 1. E 2. C 3. B 4. D

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Matemática

INTERVALOS NUMÉRICOS

O conjunto dos números reais é formado a partir da união dos conjuntos dos números Naturais,
Inteiros, Racionais e Irracionais.
Pode-se representar o conjunto dos números reais associando cada número x ϵ R a um ponto
de uma reta r.
Assim se convencionarmos uma origem O, associando a ela o zero, adotamos uma unidade e
um sentido positivo para esta reta, teremos aquela que denominamos reta orientada.

Tipos de intervalo

Intervalos Limitados

Intervalo fechado:
Números reais maiores ou iguais a “a” e menores ou iguais a “b”.

Intervalo: [a, b]
Conjunto: {x ϵ R | a ≤ x ≤ b}
Exemplo: Represente o intervalo [ – 2; + 4]

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Intervalo aberto:
Números reais maiores do que a e menores do que b.

Intervalo: ]a, b[
Conjunto: {x ϵ R | a < x < b}
Exemplo: Represente o intervalo ( – 2; + 4)

Intervalo fechado à esquerda:


Números reais maiores ou iguais a a e menores do que b.

Intervalo: [a, b[
Conjunto: {x ϵ R | a ≤ x < b}
Exemplo: Represente o intervalo [ – 2; + 4)

Intervalo fechado à direita:


Números reais maiores do que a e menores ou iguais a b.

Intervalo: ]a, b]
Conjunto: {x ϵ R | a < x ≤ b}
Exemplo: Represente o intervalo ( – 2; + 4]

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Matemática – Intervalos Numéricos – Prof. Dudan

Intervalos ilimitados

Semirreta esquerda, fechada, de origem b:


Números reais menores ou iguais a b.

Intervalo: ] – ∞ ,b]
Conjunto: {x ϵ R | x ≤ b}
Exemplo: Represente o intervalo ( – ∞; + 4]

Semirreta esquerda, aberta, de origem b:


Números reais menores que b.

Intervalo: ] – ∞ ,b[
Conjunto: {x ϵ R | x < b}
Exemplo: Represente o intervalo ( – ∞; +4)

Semirreta direita, fechada, de origem a:


Números reais maiores ou iguais a a.

Intervalo: [a,+ ∞ [
Conjunto: {x ϵ R | x ≥ a}

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Exemplo: Represente o intervalo [ – 2; + ∞)

Semirreta direita, aberta, de origem a:


Números reais maiores que a.

Intervalo: ]a, +∞ [
Conjunto: {x ϵ R | x > a}
Exemplo: Represente o intervalo ( – 2; + ∞)

Reta numérica:
Números reais.

Intervalo: ] – ∞ ,+ ∞ [
Conjunto: R

Exercicios:

1. Se A = {x ϵ IR; –1 < x < 2} e B = {x ϵ IR; 0 ≤ x < 3}, o conjunto A ∩ B é o intervalo:


a) [0; 2[
b) ]0; 2[
c) [–1; 3]
d) ]–1; 3[
e) ]–1; 3]

2. Para o intervalo A = [–2, 5], o conjunto A ∩ IN* é igual a:


a) {–2,–1, 1, 2, 3, 4, 5}
b) {1, 2, 3, 4, 5}
c) {1, 5}

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Matemática – Intervalos Numéricos – Prof. Dudan

d) {0, 1, 2, 3, 4, 5}
e) ]1, 5]

3. A diferença A – B, sendo A = {x ϵ IR; – 4 ≤ x ≤ 3} e B = {x ϵ IR; – 2 ≤ x < 5} é igual a:


a) {x ϵ IR; – 4 ≤ x < – 2}
b) {x ϵ IR; – 4 ≤ x ≤ – 2}
c) {x ϵ IR; 3 < x < 5}
d) {x ϵ IR; 3 ≤ x ≤ 5}
e) {x ϵ IR; – 2 ≤ x < 5}

4. Dados os conjuntos A = [1, 3[ e B = ]2, 9], os conjuntos (A U B), (A ∩ B) e (A – B) são,


respectivamente:
a) [1, 9], ]2, 3[, [1, 2]
b) ]1, 9], ]2, 3[, ]1, 2]
c) ]1, 9[, ]2, 3[, ]1, 2]
d) [1, 9], ]2, 3], [1, 2]
e) [1, 9], [2, 3], [1, 2]

Gabarito: 1. A 2. B 3. A 4. A

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Matemática

NÚMEROS PRIMOS

Por definição, os números primos são números pertencentes ao conjunto dos números naturais
não nulos, que possuem exatamente apenas dois divisores naturais distintos, o número 1 e o
próprio número.
Segundo esta definição o número 1 não é um número primo, pois o mesmo não apresenta dois
divisores distintos. Seu único divisor é o próprio 1.
O número 2 é o único número primo par, já que todos os demais números pares possuem ao
menos 3 divisores, dentre eles a unidade, o próprio número e o número 2.
Números naturais não nulos que possuem mais de dois divisores são chamados de números
compostos.

Exemplos:
a) 2 tem apenas os divisores 1 e 2, portanto 2 é um número primo.
b) 17 tem apenas os divisores 1 e 17, portanto 17 é um número primo.
c) 10 tem os divisores 1, 2, 5 e 10, portanto 10 não é um número primo.

Observações:
•• 1 não é um número primo, porque ele tem apenas um divisor que é ele mesmo.
•• 2 é o único número primo que é par.
Os números que têm mais de dois divisores são chamados números compostos.

Exemplo:
15 tem mais de dois divisores → 15 é um número composto.

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Como identificar se um número é primo?

Iremos testar a divisibilidade do número por cada um dos números primos, iniciando em 2, até
que a divisão tenha resto zero ou que o quociente seja menor ou igual ao número primo que se
está testando como divisor.
Vamos testar se o número 17 é primo ou não:
17 ÷ 2 = 8, resta 1;
17 ÷ 3 = 5, restam 2;
17 ÷ 5 = 3, restam 2.
Neste ponto já podemos ter a certeza de que o número 17 é primo, pois nenhum dos divisores
primos testados produziu resto 0 e o quociente da divisão pelo número primo 5 é igual a 3 que
é menor que o divisor 5.
Vejamos agora se o número 29 é primo ou não:
29 ÷ 2 = 14, resta 1;
29 ÷ 3 = 9, restam 2;
29 ÷ 5 = 5, restam 4.
Como neste ponto quociente da divisão de 29 pelo número primo 5 é igual ao próprio divisor
5, podemos então afirmar com certeza que o número 29 é primo, pois nenhum dos divisores
primos testados resultou em uma divisão exata.
E o número 161?
Ele não é par, portanto não é divisível por 2;
1 + 6 + 1 = 8, portanto não é divisível por 3;
Ele não termina em 0 nem em 5, portanto não é divisível por 5;
Quando dividido por 7 ÷ 161 / 7 = 23, com resto zero, logo 161 é divisível por 7, e portanto não
é um número primo.
E o número 113:
Ele não é par, portanto não é divisível por 2;
1 + 1 + 3 = 5, portanto não é divisível por 3;
Ele não termina em 0 nem em 5, portanto não é divisível por 5;
Se dividido por 7 ÷ 113 / 7 = 16, com resto 1. O quociente (16) ainda é maior que o divisor (7).
Agora dividido por 11 ÷ 113 / 11 = 10, com resto 3. O quociente (10) é menor que o divisor (11),
e além disso o resto é diferente de zero (o resto vale 3), portanto 113 é um número primo.

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Matemática – Números Primos e Primos Entre Si – Prof. Dudan

O que são números primos entre si?

Um resultado na teoria de números é que todo número natural, maior que 1, pode ser escrito
como um produto, em que os fatores são todos números primos.
Por exemplo, (2.2.5) é a decomposição do número 20 em fatores primos, isto é, 20 = 2.2.5
Deve-se observar que, se o número em questão for um número primo, então a decomposição
será o próprio número.
Por exemplo, 7 será a decomposição em fatores primos do número 7.
Assim, se após a decomposição de dois números naturais a e b (maiores que 1), em fatores
primos, não houver fatores comuns; então a e b serão denominados números primos entre si.
Observe que 20 e 21 são números primos entre si, pois 20 = 2.2.5 e 21 = 3.7;
Já os números 15 e 21 não são primos entre si, pois 15 = 3.5 e 21 = 3.7
Resumindo: Um conjunto de números inteiros é chamado de mutuamente primo se não existir
um inteiro maior do que 1 que divida todos os elementos.
Assim chamamos de números primos entre si um conjunto de dois ou mais números naturais
cujo único divisor comum a todos eles seja o número 1.

Exemplo:
Os divisores do número 10 são: 1, 2, 5 e 10.
Os divisores de 20 são: 1, 2, 4, 5, 10 e 20.
Os divisores de 21 são: 1, 3, 7 e 21.
Podemos então afirmar que juntos, os números 10, 20 e 21 são primos entre si, ou mutuamente
primos, já que o único divisor comum a todos eles continua sendo o número 1.
Observe, no entanto que os números 10 e 20 não são números primos, pois os números 1, 2, 5
e 10 são divisores comuns aos dois.
Em síntese para sabermos se um conjunto de números são primos entre si, ou mutuamente
primos, basta calcularmos o seu máximo divisor comum (MDC). Se for 1, todos números do
conjuntos serão primos entre si.
Regra prática para descobrir se dois números naturais são primos entre si:
Seriam os números 49 e 6 primos entre si?
46
Se colocarmos 49 e 6 na forma de fração , não dá para simplificar por nenhum número,
logo temos uma fração IRREDUTÍVEL. 6

Assim dizemos que 49 e 6 são PRIMOS ENTRE SI.

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Matemática

OPERAÇÕES MATEMÁTICAS

Observe que cada operação tem nomes especiais:


•• Adição: 3 + 4 = 7, onde os números 3 e 4 são as parcelas e o número 7 é a soma ou total.
•• Subtração: 8 – 5 = 3, onde o número 8 é o minuendo, o número 5 é o subtraendo e o número
3 é a diferença.
•• Multiplicação: 6 × 5 = 30, onde os números 6 e 5 são os fatores e o número 30 é o produto.
•• Divisão: 10 ÷ 5 = 2, onde 10 é o dividendo, 5 é o divisor e 2 é o quociente, neste caso o resto
da divisão é ZERO.

Regra de sinais da adição e subtração de números inteiros

•• A soma de dois números positivos é um número positivo.


(+ 3) + (+ 4) = + 7, na prática eliminamos os parênteses. + 3 + 4 = + 7

•• A soma de dois números negativos é um número negativo.


(-3) + (-4) = – 7, na prática eliminamos os parênteses. – 3 – 4 = – 7

•• Se adicionarmos dois números de sinais diferentes, subtraímos seus valores absolutos e


damos o sinal do número que tiver o maior valor absoluto.
(– 4) + (+ 5) = + 1, na prática eliminamos os parênteses. – 4 + 5 = 1 assim, 6 – 8 = – 2.

•• Se subtrairmos dois números inteiros, adicionamos ao 1º o oposto do 2º número.


(+ 5) – (+ 2) = (+ 5) + (– 2) = + 3, na prática eliminamos os parênteses escrevendo o oposto
do segundo número, então: + 5 – 2 = + 3 (o oposto de +2 é – 2)
(– 9) – (- 3) = – 9 + 3 = – 6
(– 8) – (+ 5) = – 8 – 5 = – 13

DICA
Na adição e subtração, quando os sinais forem iguais, somamos os números e
conservamos o mesmo sinal, quadno os sinais forem diferentes, diminuimos os
números e conservamos o sinal do maior valor absoluto.

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1. Calcule:
a) – 3 + 5 = b) + 43 – 21 =

c) – 9 – 24 = d) – 25 + (– 32) =

e) + 5 – 14 = f) + 7 + (– 4) =

g) – 19 – (– 15) = h) + 7 – (– 2) =

i) + 9 – 5 = j) – 8 + 4 + 5 =

k) – 9 – 1 – 2 = l) + (-6) – (+3) + 5 =

Regra de sinais da multiplicação e divisão de números inteiros


•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais positivos, o resultado é um
número positivo.
a) (+ 3) × (+ 8) = + 24
b) (+12) ÷ (+ 2) = + 6

•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais negativos, o resultado é um


número positivo.
a) (– 6) × (– 5) = + 30
b) (– 9) ÷ (– 3) = + 3

•• Ao multiplicarmos ou dividirmos dois números de sinais diferentes, o resultado é um


número negativo.
a) (– 4) × (+ 3) = – 12
b) (+ 16) ÷ (– 8) = – 2

DICA
Na multiplicação/divisão, quando os dois sinais forem iguais, o resultado é (+), e
quando forem diferentes, o resultado é (–).

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Matemática – Operações Básicas – Prof. Dudan

2. Calcule os produtos e os quocientes:


a) (– 9) × (– 3) = b) 4 ÷ (– 2) = c) – 6 × 9 =

d) (– 4) ÷ (– 4) = e) 12 ÷ (– 6) = f) – 1 × (– 14) =

g) (+ 7) × (+ 2) = h) (– 8) ÷ (– 4) = i) – 5 x (- 4) ÷ 2 =

3. Efetue os cálculos a seguir:


a) 2085 – 1463 = b) 700 + 285 = c) 435 x 75 =

d) 4862 ÷ 36 = e) 3,45 – 2,4 = f) 223,4 + 1,42 =

g) 28,8 ÷ 4 = h) 86,2 x 3 =

Potenciação e Radiciação
•• No exemplo 72 = 49 temos que: 7 é a base, 2 é o expoente e 49 é a potência.
•• A potência é uma multiplicação de fatores iguais: 72 = 7 x 7 = 49
•• Todo número inteiro elevado a 1 é igual a ele mesmo:
1
Ex.: a) (– 4) = – 4 b) (+ 5)1 = 5
•• Todo número inteiro elevado a zero é igual a 1.
0
Ex.: a) (– 8) = 1 b) (+ 2)0 = 1

•• No exemplo 3 8 = 2 temos que: 3 é o índice da raiz, 8 é o radicando, 2 é a raiz e o simbolo


é o radical.
2
Ex.: a) 5 = 25 b) 23 = 8 c) 34 = 81
d) 4 625 = 5 e) 64 = 8 f) 3 27 = 3

Regra de sinais da potenciação de números inteiros


•• Expoente par com parênteses: a potência é sempre positiva.
Exemplos: a) (– 2)4 = 16, porque (– 2) × (– 2) × (– 2) × (– 2) = + 16
b) (+ 2)² = 4, porque (+ 2) × (+ 2) = + 4

•• Expoente ímpar com parênteses: a potência terá o mesmo sinal da base


3
Exemplos: a) (– 2) = – 8, porque ( – 2) × (– 2) × ( – 2) = – 8
5
b) (+ 2) = + 32, porque (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) × (+ 2) = + 32

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•• Quando não tiver parênteses, conservamos o sinal da base independente do expoente.
Exemplos: a) – 2² = – 4
b) – 23 = – 8
c) + 3² = 9
3
d) + 5 = + 125

4. Calcule as potências:
a) 3² = b) (– 3)² =

c) – 3² = d) (+ 5)3 =

e) (– 6)² = f) – 43 =

g) (– 1)² = h) (+ 4)² =

i) (– 5)0 = j) – 7² =

k) (– 2,1)² = l) – 1,13 =

m) (–8)² = n) – 8² =

Propriedades da Potenciação

•• Produto de potência de mesma base: Conserva-se a base e somam-se os expoentes.


Exemplos:
a) a3 x a4 x a2 = a9
b) (– 5)2 x (– 5) = (– 5)3
c) 3 x 3 x 32 = 34

•• Divisão de potências de mesma base: Conserva-se a base e subtraem-se os expoentes.


Exemplos:
a) b5 ÷ b2 = b3
b) (– 2)6 ÷ (– 2)4 = (– 2)2
c) (– 19)15 ÷ (– 19)5 = (– 19)10

•• Potência de potência: Conserva-se a base e multiplicam-se os expoentes.


Exemplos:
a) (a2)3 = a6
b) [(– 2)5]2 = (– 2)10

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•• Potência de um produto ou de um quociente: Multiplica–se o expoente de cada um dos


elementos da operação da multiplicação ou divisão pela potência indicada.
Exemplos:
a) [(– 5)2 x (+ 3)4]3 = (– 5)6 x (+ 3)12
b) [(– 2) ÷ (– 3)4]2 = (– 2)2 ÷ (– 3)8

Expressões numéricas
Para resolver expressões numéricas é preciso obedecer a seguinte ordem:
1º resolvemos as potenciações e radiciações na ordem em que aparecem.
2º resolvemos as multiplicações e divisões na ordem em que aparecem.
3º resolvemos as adições e subtrações na ordem em que aparecem.

Caso contenha sinais de associação:


1º resolvemos os parênteses ( )
2º resolvemos os colchetes [ ]
3º resolvemos as chaves { }

5. Calcule o valor das expressões numéricas:


a) 6² ÷ 3² + 10² ÷ 50 =

b) 20 + 23 × 10 – 4² ÷ 2 =

c) 100 + 1000 + 10000 =

d) 5² – 5 × 15 + 50 × 53 =

e) 53 – 2² × [24 + 2 × (23 – 3)] + 100 =

f) 2 × {40 – [15 – (3² – 4)]} =

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Simplificação de frações

•• Para simplificar uma fração, divide-se o numerador e o denominador da fração por um


mesmo número.
Exemplo:
a) 6 ÷ 2 = 3
14 2 7
2
b) 40 ÷ 2 = 20 ÷ 2 = 10 ou 40 ÷ 4 = 10
12 2 6 3 12 4 3
•• Quando o numerador é divisível pelo denominador efetua-se a divisão e se obtém um
número inteiro.
Exemplo:
a) 100 = – 4
-25
b) 299 = 13
23

6. Simplifique as frações, aplicando a regra de sinais da divisão:

a) – 75 b) – 48 c) – 36 d) – 10
50 84 2 15

A relação entre as frações decimais e os números decimais

•• Para transformar uma fração decimal em número decimal, escrevemos o numerador da


fração e o separamos com uma vírgula deixando tantas casas decimais quanto forem os
zeros do denominador.
Exemplo: a) 48 = 4,8 b) 365 = 3,65 c) 98 = 0,098 d) 678 = 67,8
10 100 1.000 10

•• Para transformar um número decimal em uma fração decimal, colocamos no denominador


tantos zeros quanto forem os números depois da vírgula do número decimal.

Exemplo: a) 43,7 = 437 b) 96,45 = 9.645 c) 0,04 = 4 d) 4,876 = 4.876


10 100 100 1.000

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Adição e subtração de frações


Com o mesmo denominador
•• Sendo os denominadores iguais, basta somar ou diminuir os numeradores.
Exemplo: a) 21 – 4 + 9 = 26 simplificando 26 = 13 b) 1 + 3 = 4 = 1
6 6 6 6 6 3 4 4 4

Com denominadores diferentes


•• Sendo os denominadores diferentes é preciso encontrar as frações equivalentes às frações
dadas de modo que os denominadores sejam iguais, uma maneira prática é encontrar o
MMC dos denomiadores, veja:
2 4
3 – 5 o MMC de 3 e 5 é 15. Para encontrar os novos numeradores, dividi-se o MMC (15)
pelo denominador da primeira fraçã e multiplica o resultado da divisão pelo seu numerador:
15 ÷ 3 = 5 x 2 = 10 e assim procedemos com as demais frações, então: 2 – 4 = 10 – 12
3 5 15 15
2
Observe que a fração 10 é equivalente à fração e a fração 12 é equivalente a fração 4
15 3 15 5
Por fim, efetuamos o cálculo indicado entre 10 – 12 = – 2
15 15 15

7. Calcule o valor das expressões e simplifique quando for possível:

a) – 3 + 2 – 5 – 5 b) 7 + 2 – 1
4 10 2 10 3 4

Multiplicação e divisão de frações


•• Para multiplicar frações, basta multiplicar os numeradores entre si e os denominadores
entre si também.
Exemplo: a) 2 x �– 3 � = – 6 simplificando – 3
5 4 20 10

•• Para dividir frações, basta multiplicar a primeira fração pelo inverso da segunda.
1
3 3 7 21 2
5
Exemplo: a) – ÷ = – x = – b) _____
=– 1 x 5 – 5
8 7 8 5 40 3 2 3 6

5

DICA
Dividir por um número é multiplicar pelo seu inverso!

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8. Efetue e simplifique quando for possível:
a) 4 ÷ �– 2 � b) – 1 �– 3 � 2 c) (– 4) ÷ �– 3 � d)
7 5 2 4 3 8

9. Aplique seus conhecimentos e calcule o valor das expressões numéricas. Observe


as operações indicadas, a existência de sinais de associação e tenha cuidado com as
potências.

a) (– 1 – 2 – 3 – 4 – 5) ÷ (+ 15) =

b) (8 + 10 ÷ 2 – 12) ÷ (– 4 + 3) =

c) – 3 – {– 2 – [(- 35) ÷ 25 + 2]} =

d) 4 – {(– 2) × (– 3) – [– 11 + (– 3) × (– 4)] – (– 1)} =

e) – 2 + {– 5 – [- 2 – (– 2) – 3 – (3 – 2) ] + 5} =

f) – 15 + 10 ÷ (2 – 7) =

10. Efetue os cálculos a seguir:

a) 2075 – 2163 b) 740 – 485 c) 415 × 72

d) 1548 ÷ 36 e) 13,46 – 8,4 f) 223,4 + 1,42

g) 3,32 × 2,5 h) 86,2 × 3 i) 78,8 ÷ 4

j) 100 ÷ 2,5 k) 21,2 ÷ 0,24 l) 34,1 ÷ 3,1

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Potenciação e radiciação de frações


•• Para elevarmos uma fração a uma determinada potência, determina-se a potenciação do
numerador e do denominador obedecendo as regras de sinais da potenciação.
Exemplo: a) � – 2 � = + 4 b) � – 1 � = – 1 c) �+ 3 � = 27
2 3 3
3 9 4 64 5 125
•• Um número racional negativo não tem raiz de índice par no conjunto Q, se o índice for
ímpar pode ter raiz positiva ou negativa.
Exemplo: a) - 36 = ∉ Q
b) 4 -81 = ∉ Q
•• Já o índice ímpar admite raiz nagativa em Q.
Exemplo: a) 3 -64 = – 4, porque (- 4)3 = – 64
5
b) 5 -32 = – 2, porque (- 2) = – 32

Expoente negativo

Todo número diferente de zero elevado a um expoente negativo é igual ao inverso do mesmo
número com expoente positivo.
Exemplo: a) 1 = 1 b) 4-3 = 1 = 1 c) �– 2 �-2 = �– 4 �2 = + 16
7² 49 4³ 64 4 2 4

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Matemática

FRAÇÕES

Definição

Fração é um modo de expressar uma quantidade a partir de uma razão de dois números
inteiros. A palavra vem do latim fractus e significa "partido", dividido ou "quebrado (do verbo
frangere: "quebrar").
Também é considerada parte de um inteiro, que foi dividido em partes exatamente iguais. As
frações são escritas na forma de números e na forma de desenhos. Observe alguns exemplos:

www.acasadoconcurseiro.com.br 187
Na fração, a parte de cima é chamada de numerador, e indica quantas partes do inteiro foram
utilizadas.
A parte de baixo é chamada de denominador, que indica a quantidade máxima de partes em
que fora dividido o inteiro e nunca pode ser zero.

Ex.: Uma professora tem que dividir três folhas de papel de seda entre quatro alunos, como ela
pode fazer isso?
Se cada aluno ficar com 3/4 (lê-se três quartos) da folha. Ou seja, você vai dividir cada folha em
4 partes e distribuir 3 para cada aluno.
Assim , por exemplo, a fração 56/8 (lê-se cinquenta e seis oitavos) designa o quociente de 56
por 8. Ela é igual a 7, pois 7 × 8 = 56.

Relação entre frações decimais e os números decimais


Para transformar uma fração decimal (de denominador 10) em um número decimal, escrevemos
o numerador da fração e o separamos com uma vírgula deixando tantas casas decimais à direita
quanto forem os zeros do denominador.
Exemplo: 48 /10 = 4,8 365 / 100 = 3,65
98/1000 = 0,098 678 / 10 = 67,8
Para a transformação contrária (decimal em fração decimal), colocamos no denominador
tantos zeros quantos forem os números à direita da vírgula no decimal.
Exemplo: 43,7 = 437 / 10 96,45 = 9645/ 100
0,04 = 4 / 100 4,876 = 4876 / 1000

SIMPLIFICAÇÃO de FRAÇÕES
Para simplificar uma fração, se possível, basta dividir o numerador e o denominador por um
mesmo número se eles não são números primos entre si.
Exemplos:

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COMPARAÇÃO entre FRAÇÕES


Se duas frações possuem denominadores iguais, a maior fração é a que possui maior numerador.
Por exemplo:
3 < 4
5 5

Para estabelecer comparação entre frações, é preciso que elas tenham o mesmo denominador.
Isso é obtido através do menor múltiplo comum.
Exemplo:

Na comparação entre frações com denominadores diferentes, devemos usar frações


equivalentes a elas e de mesmo denominador, para assim compará-las.
O MMC entre 5 e 7 é 35, logo:

Assim temos que

ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
• Sendo os denominadores iguais, basta somar ou subtrair os numeradores e manter o
denominador.
Exemplos:

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• Se os denominadores forem diferentes será necessário encontrar frações equivalentes
(proporcionais) que sejam escritas no mesmo denominador comum. Usaremos o M.M.C , veja:
Exemplo:

O m.m.c de 3 e 5 é 15 , em seguida divide-se o m.m.c pelo denominador original de cada fração


e multiplica o resultado pelo numerador, obtendo assim , uma fração equivalente.
Observe que com isso , temos :

Por fim efetuamos o cálculo

Exemplo:

Exemplo: Calcule o valor das expressões e simplifique quando for possível:

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Matemática – Frações – Prof. Dudan

MULTIPLICAÇÃO e DIVISÃO
Para multiplicar frações basta multiplicar os numeradores entre si e fazer o mesmo entre os
denominadores, independente se são iguais ou não.
Exemplo:

Para dividir as frações, basta multiplicar a primeira fração pelo inverso da segunda fração.
Exemplo:

Exemplos: Efetue e simplifique quando for possível:

→ Potenciação e radiciação de frações


Para elevarmos uma fração à uma determinada potência, basta aplicar a potência no numerador
e também no denominador, respeitando as regras dos sinais da potenciação.
Exemplo:

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Caso seja necessário aplicar um radical numa fração, basta entender que: “a raiz da fração é a
fração das raízes.”
Exemplos:

Exemplo: Calcule o valor das expressões:

Questões:

1. João e Tomás partiram um bolo retangular. João comeu a metade da terça parte e Tomás comeu
a terça parte da metade. Quem comeu mais?
a) João, porque a metade é maior que a terça parte.
b) Tomás.
c) Não se pode decidir porque não se conhece o tamanho do bolo.
d) Os dois comeram a mesma quantidade de bolo.
e) Não se pode decidir porque o bolo não é redondo.

2. Dividir um número por 0,0125 equivale a multiplicá-lo por:


a) 1/125.
b) 1/8.
c) 8.
d) 12,5.
e) 80.

Gabarito: 1. D 2. E

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Matemática

POTÊNCIAS

A potenciação indica multiplicações de fatores iguais.


Por exemplo, o produto 3 . 3 . 3 . 3 pode ser indicado na forma 34. Assim, o símbolo an, sendo
a um número inteiro e n um número natural, n > 1, significa o produto de n fatores iguais a a:

an = a . a . a . ... . a
n fatores

Exemplo:
26 = 64, onde,
2 = base
6 = expoente
64 = potência

Exemplos:
a) 54 = 5 . 5 . 5 . 5 . = 625
•• 5 é a base;
•• 4 é o expoente;
•• 625 é a potência
b) ( – 6) = ( – 6) . ( – 6) = 36
2

•• – 6 é a base;
•• 2 é o expoente;
•• 36 é a potência
3
c) ( – 2) = ( – 2) . ( – 2) . ( – 2) = – 8
•• – 2 é a base;
•• 3 é o expoente;
•• – 8 é a potência
1
d) 10 = 10
•• 10 é a base;
•• 1 é o expoente;
•• 10 é a potência

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Casos especiais:

a1 = a 1n = 1 a0 = 1
a ≠ 0

Exemplo: Calcule as potências.


a) 52 = b) – 52 = c) ( – 5)2 =
3
d) – 5 = e) ( – 5)3 = f) – 18 =
3
g) – ( – 5) = h) (√3)0 = i) – 100 =

j) – 3³ = k) ( – 3)³ = l) – 3²=
0 0
m) ( – 3)² = n) ( – 3) = o) – 3 =

Potências “famosas”
21 = 2 3¹ = 3 5¹= 5
2² = 4 3² = 9 5² = 25
2³ = 8 3³ = 27 5³ = 125
24 = 16 34 = 81 54 = 625
25 = 32 35 = 243
26 = 64
27 = 128
28 = 256
29 = 512
210 = 1024

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Matemática – Potências – Prof. Dudan

Potências de base “dez”

“n” inteiro e positivo “n” inteiro e positivo

10n = 10000...0 10n = 0,0000...001


“n” zeros “n” algarismos

Exemplos:
a) 104 = 10000 d) 10-5 = 0,00001
b) 106 = 1000000 e) 10-2 = 0,01
c) 103 = 1000 f) 10-1 = 0,1

Exemplo: Analise as sentenças abaixo e assinale a alternativa que completa os parênteses


corretamente e na ordem correta.
4 4 4 4 5
( )4 +4 +4 +4 =4
( ) 320 + 320 + 320 = 920
( ) 27 + 27 = 28
( ) 53 + 53 + 53 + 53 + 53 = 515
a) V–F–F–F
b) V–V–V–V
c) F–V–F–V
d) V–F–V–F
e) F–V–V–F
Exemplo: Qual o dobro de 230?
30
a) 4
b) 260
c) 460
d) 231
e) 431
Exemplo: Qual a metade de 2100?
a) 250
b) 299
c) 1100
d) 150
e) 225

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Propriedades de potências

Produto de potências de mesma base


Na multiplicação de potências de bases iguais, conserva-se a base e somam-se os expoentes.

ax . ay = ax + y

Exemplos:

a) 2 . 2 = 2 = 2 = 32
3 2 3+2 5

b) 54 . 5 = 54 + 1 = 55
c) 2x . 26 = 2x + 6
d) 24 . 2-3 = 24 + (-3) = 24 - 3 = 21 = 2
e) 37 . 3-7 = 37 + (-7) = 37 - 7 = 30 = 1
f) xn . x-n = xn + (-n) = xn - n = x0 = 1
g) 8 . 2x = 23 . 2x = 23 + x
h) 2x . 2x = 2x + x = 22x

Observação: A propriedade aplica-se no sentido contrário também

am + n = am . an
Exemplo:
= 2x . 22 = 2x . 4 = 4 . 2x
x+2
a) 2
b) 32x = 3x + x = 3x . 3x = (3x)2
c) 5m + x = 5m . 5x
d) 42 + n = 42 . 4n = 16 . 4n

Observação: Somente podemos aplicar essa propriedade quando as bases são iguais.
25 . 32 ≠ 65 + 2 (não há propriedade para esses casos)

Não é possível multiplicar as bases quando houver expoente (não há propriedade para esses
casos)
Exemplos:
a) 2 . 6x ≠ 12x
b) 32 . 3x = 32 + x

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Matemática – Potências – Prof. Dudan

Divisão de potências de mesma base


Na divisão de potências de bases iguais, conserva-se a base e subtraem-se os expoentes.

ax ÷ ay = ax - y
OU

ax = a x - y
ay
Exemplos:
a) 710 ÷ 78 = 710 - 8 = 72 = 49
b) 32 ÷ 3-5 = 32- (-5) = 32 + 5 = 37
c) 102x ÷ 10x = 102x - x = 10x
d) 20 ÷ 25 = 20 - 5 = 2-5
103x
e) = 103x - x = 102x
10x
f) 13x ÷ 13x + 2 = 13x - (x + 2) = 13x - x - 2 = 13- 2
g) 53 ÷ 53 = 53 - 3 = 50 = 1
h) 43 ÷ 48 = 43 - 8 = 4-5
i) 11-5 ÷ 113 = 11-5 - 3 = 11- 8
x5n
j) = x5n - 10n = x-5n
x10n

A propriedade aplica-se no sentido contrário também.

am - n = am ÷ an
Exemplos:
x-2 x 2 x x
a) 2 = 2 ÷ 2 = 2 ÷ 4 = 2 /4
b) 5m-x = 5m ÷ 5x = 5m/5x
c) 42 - n = 42 ÷ 4n = 16 + 4n = 16/4n

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Potência de potência
Quando uma potência está elevada a algum expoente, conserva-se a base e multiplica-se o
expoente.

(ax)y = axy
Exemplos:

a) (22)3 = 22 . 3 = 26 = 128
b) (33x)2 = 36x
c) (54 + x)3 = 512+3x
d) (77)0 = 77 . 0 = 70 = 1
e) (2-3)2 = 2(-3) . 2 = 2-6

Cuidado!
n
(am)n ≠ am
Exemplo:
2
(23)2 ≠ 23   →  26 ≠ 29  →  128 ≠ 512

Potência de mesmo expoente


O produto de dois números quaisquer a e b, ambos elevados a um expoente n, conserva-se o
expoente e multiplicam-se as bases.

an . bn = (a . b)n
Exemplos:
a) (3 . 2)3 = 33 . 23 = 27 . 8 = 216
b) (5x)2 = 52 . x2 = 25x2
c) ( – 2ab)4 = ( – 2)4 . a4 . b4 = 16 a4 . b4
d) (x2y3)4 = (x2)4 . (y3)4 = x8 . y12
e) 57 . 27 = (5 . 2)7 = 107
f) (4 . a3 . b5)2 = 42 . (a3)2 . (b5)2 = 16 . a6 . b10

Exemplo: A soma dos algarismos do produto 421 . 540 é:

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Divisão de mesmo expoente


A divisão de dois números quaisquer a e b, ambos elevados a um expoente n, conserva-se os
expoentes e dividem-se as bases. (b ≠ 0)

n
an ⎛ a ⎞
=⎜ ⎟
b ⎝ b⎠
n

Exemplos:
4
⎛ ⎞ 4
a) 2 = 2 = 16
⎜⎝ 3 ⎟⎠ 34 81
7
7
⎛ ⎞
b) 5 = 5 = 17 = 1
5 ⎜⎝ 5 ⎟⎠
7

( )( )
3 3 3
3 4
⎛ 2x 4z2 ⎞ 2 x z2 8x12z6
c)
⎜ 3y 3 ⎟ = =
( )
3
⎝ ⎠ 33 y 3 27y 9
8
88 ⎛ 8 ⎞
d) 8 = ⎜ ⎟ = 48
2 ⎝ 2⎠
2x
e) 9 = ⎛ 9 ⎞ = 32x
2x

32x ⎜⎝ 3 ⎟⎠

Potência de expoente negativo


O expoente negativo indica que se deve trabalhar com o inverso multiplicativo dessa base.

Expoente – 1 Expoente qualquer

n n n
−1 1 1 1
−1 − n −n 1 1 1 − n −ou
− n −1 1 1 1
a = aa = = a =a a= =n a =a n n= a− n =
a a a a a a a a an

www.acasadoconcurseiro.com.br 199
Exemplos:

1
a) 5−1 =
5
2
−21 1
b) x = =
x x2
3
−3 1 1
c) 2 = =
2 8
1
d) y −1 =
y

Casos especiais:

−n n −1
a b a b
= =
b a b a

Exemplos:

−1
2 3
a) =
3 2
−2 2
5 3 9
b) = =
3 5 25
−4 4
1 2
c) = = 24 = 16
2 1
−2 2
3 x x2
d) − = − =
x 3 9

200 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Potências – Prof. Dudan

Regras importantes
Base NEGATIVA elevada a expoente ÍMPAR resulta em NEGATIVO
Exemplo:
a) ( – 1)5 = ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) = – 1
b) ( – 2) = ( – 2) . ( – 2) . ( – 2) = – 8
3
1
c) ( – 5) = – 5

Base NEGATIVA elevada a expoente PAR resulta em POSITIVO


Exemplo:
a) ( – 2)4 = ( – 2) . ( – 2) . ( – 2) . ( – 2) = + 16
b) ( – 7) = ( – 7) . ( – 7) = + 49
2

c) ( – 1) = ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) = + 1
6

Caso especial para BASE = – 1


Exponente PAR Exponente ÍMPAR
(–1)0 = +1 (–1)1 = –1
(–1) = (–1) . (–1) = +1 (–1) = (–1) . (–1) . (–1) = –1
2 3

(–1) = (–1) . (–1) . (–1) . (–1) = +1 (–1)5 = (–1) . (–1) . (–1) . (–1) . (–1) = –1
4

( –1) = (– 1) . (– 1) . (– 1) . (– 1) . (– 1) . (– 1) = + 1 ( – 1)7 = ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) . ( – 1) = – 1
6

. .
. .
. .
PAR
( – 1) = + 1 ( – 1)ÍMPAR = – 1

Exemplos:

a) ( – 1)481 = – 1
1500
b) ( – 1) = + 1
( – 1) . ( – 1) = ( – 1)
123 321 123 + 321
c) = ( – 1)444 = + 1
2n
d) ( – 1) = + 1 pois "2n" é um número par
6n - 1
e) ( – 1) = – 1 pois "6n – 1" é um número ímpar

www.acasadoconcurseiro.com.br 201
Exemplos: Calcule as potências:
3 5
a) 8 . 16 = j) 0,25-3 =
7 -4 −1
b) 7 ÷ 7 = 7
k) =
c) 5 =
-3 4
3 5
d) (3 ) = l) π0 =
5
e) ( – 5)0 = m) 10 =
-3
f) – 50 = n) 10 =
2 −4 −1
3 1 7 o) (0,001)3 =
g) − = −
4 2 4 p) (0,001)-3 =
-23 −4 −1
3 q) 410 ÷ 2 =
h) − = −1 7
4 2 4 r) 10003 =
2 −4 −1
3 1 7
− i) − =
4 2 4

Exemplo: Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita.


( ) 05
( ) 50 a) 1
7
( ) ( – 1) b) – 1
10
( ) ( – 1) c) 0
0
( ) 1

A alternativa que completa corretamente os parênteses, de cima para baixo é:


a) a–b–c–b–a
b) c–a–b–a–a
c) c–b–b–b–a
d) c–b–a–b–c
e) a–a–a–a–c

202 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática

RADICAIS

Certas situações envolvendo radicais podem ser simplificadas utilizando algumas técnicas
matemáticas. Vamos através de propriedades, demonstrar como simplificar números na forma
de radicais, isto é, números ou letras que podem possuir raízes exatas ou não. Nesse último
caso, a simplificação é primordial para os cálculos futuros e questões de concurso.

Definição
Se perguntássemos que número multiplicado por ele mesmo tem resultado 2, não
encontraríamos nenhum número natural, inteiro ou racional como resposta.
Uma raiz nada mais é que uma operação inversa à potenciação, sendo assim, ela é utilizada
para representar, de maneira diferente, uma potência com expoente fracionário.
Radiciação de números relativos é a operação inversa da potenciação. Ou seja:
n
an = b ⇔ b = �a (com n > 0)

Regra do “SOL e da sombra”

www.acasadoconcurseiro.com.br 203
Exemplos:
3 3
5 5
a)a)7 57=5 = 737=3 =5 343
5
343
3 3
4 43 3
b)b) 2 2= =
22 4 4

1 1

3 3= = 3 3
c)c) 2 2

5 5
3 3
d)d) 3232= =
22 3 3

8 8 4 4
0 ,80 ,8 5 5
4 4 5 5
e)10
e)10
  = 10
= 10 = 10
10 10
= 10 = = 1010
5 5
= = 10000
10000

Atenção: par
negativo ≠ IR

Propriedades

I. Simplificação de radicais
Regra da chave-fechadura
Exemplos:
a)  27 = b)  32 =
c)  3 16 = d)  5 32 =
e)  36 = f)  4 512 =
g)  243 = h)  3 729 =
i)  108 = j)  3 −64 =

Atenção!
n
an = a

II. Soma e subtração de radicais


Exemplos:
a) 5 − 5 20 + 45 − 7 125 + 320 =
b) 3 2 − 3 54 + 3 128 =

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Matemática – Radicais – Prof. Dudan

III. Multiplicação de raízes de mesmo índice

�a . n�b = n�a . b
n

Exemplos:
a) 2 . 5 = 2.5 = 10
3 3
b) 4 . 2 = 3 4.2 = 3 8 = 2
c) 2 27 . 2
3
d) 3 16 . 3
2

IV. Divisão de raízes de mesmo índice

n 20 20
a a a) = = 4 =2
= n
20 20 5
5
n
b b a) = = 4 =2
5 5 4 3
4 3
b) = = 2 3
Exemplos: Atenção:
2 3 2

3
a)
20
=
20
= 4 =2 4 4 3 144 144 12
5 5 b) =3 1 ,=44 =2
100
= =
10
= 1 ,2
3
2 2 100
20 20
a) 3 = = 4 =2
45 3 4 5 3 m n
b) = = 2 a = m.n a
3
2 2

144 144 12
1 , 44 = = 64 = 64= 2 ,2
= 64 == 1
3
44
b) =3 =32 a) 3 2.3
=2 6 6 6
3
V. 1 Raiz
144
2
, 442= de raiz
=
144 12
= = 1 ,2
100 100 10
100 100 10
5 4
b) 3 = 5.4 3 = 20 3
144 144 12
1 , 44 = = = = 1 ,2
m n
a = m.n a
m n
a = m.n a100 100 10

m n m.n
a) a =3 64 a= 2.3 64 = 6 64 = 26 = 2
6

Exemplos:
3 6
5 34 2.3 6
a) 64 = 2.3 64 = 6 64 = 26 = 2
20 6
3 ==5.4 364= = 3 64 = 2 = 2
6
a)
b) 64

5 4 5 4
b) 3 = 5.4 3 = 20 3
b) 3 = 5.4 3 = 20 3

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VI. Simplificação de índice e expoente

n.p n
am.p = am
n.p n
am.p = am n.p n
Exemplos: am.p =4 am 4 2
4 4
a) 9= 3 = 3
a) 9 = 32 = 3
4 4
a) 9 8= 6 32 2= 3 4 3
.4 2.3
b)
8
76 =
2.4
72.3 = 73
4
b) 7 = 7 = 7
n.p n
am.p = am
2.3 8 2.4 4
m
a⋅n b =
m.n
b) 7 6
=
an ⋅ bm
VII. Multiplicação de raízes de míndices
7 = 7 3

a ⋅ n bdistintos
m.n
a) 4
9= 3 = 3
4 2 = an ⋅ bm
3 12
a) 5 ⋅ 4 7 = 5 4 ⋅ 73 m m.n
b)
8
76 =
2.4
72.3 = 73
4
a ⋅ n b 3= 4an ⋅ b12m 4 3
5 4 20 20
a)15 5 ⋅ 7 = 5 ⋅ 7
b)
m n ⋅ 5n3 =m 22⋅4 ⋅ 53⋅5 = 2 ⋅ 5
22 m.n 8
a⋅ b = a ⋅ b
Exemplos: 3 12
a) 5 5⋅ 4 27 =4 354 ⋅2073 2⋅4 3⋅5 20 8 15
a) 3
5 ⋅ 4 7 = 5 4 ⋅ 73
12 b) 2 ⋅ 5 = 2 ⋅ 5 = 2 ⋅5
5 4 20 20
b)
5
22 ⋅ 53 = 22⋅4 ⋅ 53⋅5 = 28 ⋅b)
4 20
515
20
22 ⋅ 53 = 22⋅4 ⋅ 53⋅5 = 28 ⋅ 515

Exercícios

1. Se x = 2 e y = 98 − 32 − 8 então:
a) y = 3x
b) y = 5x
c) y=x
d) y = −x
e) y = 7x

2. Se a = 2 e b = 2 − 8 , então a/b é um número:


a) racional positivo.
b) racional não inteiro.
c) racional.
d) irracional.
e) complexo não real.

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Matemática – Radicais – Prof. Dudan

3. O numeral 5120,555 é equivalente a:


a) 32.
b) 16 2 .
c) 2.
d) 2 .
e) 5 2 .
1,777...
4. O valor de é:
0,111...

a) 4,444...
b) 4.
c) 4,777...
d) 3.
e) 4/3.
50%
5. O valor de (16%) é:
a) 0,04%
b) 0,4%
c) 4%
d) 40%
e) 400

2 2 3
6. O valor de  8 + 14 + 6 + 4  é:
a) 2 3
b) 3 2 2
c) 5
d) 2 5
e) 5 2

7. Se a = 23,5, então:
a) 6 < a < 8,5.
b) 8,5 < a < 10.
c) 10 < a < 11,5.
d) 11,5 < a < 13.
e) 13 < a < 14,5.

Gabarito: 1. C 2. C 3. A 4. B 5. D 6. A 7. C

www.acasadoconcurseiro.com.br 207
Matemática

PRODUTOS NOTÁVEIS

Existem alguns produtos que se notabilizaram por algumas particularidades, chamam-se


de PRODUTOS NOTÁVEIS. Essas multiplicações são freqüentemente usadas e para evitar a
multiplicação de termo a termo, existem algumas fórmulas que convém serem memorizadas.

QUADRADO DA SOMA DE DOIS NÚMEROS

O quadrado da soma de dois números é igual ao quadrado do primeiro somado duas vezes o
primeiro pelo segundo, somado o quadrado do segundo.

Exemplos:
(x + 4)2 = x2 + 2.x.4 + 42 = x2 + 8x + 16
(3x + 1)2 = (3x)2 + 2.3x.1 + 12 = 9x2 + 6x + 1
(2a + 3b)2 = (2a)2 + 2.2a.3b + (3b)2 = 4a2 + 12ab + 9b2
(3x2 + 2x)2 = (3x2)2 + 2.3x2.2x + (2x)2 = 9x4 + 12x3 + 4x2

CUIDADO: (x + y)2 ≠ x2 + y2

DICA:
Não é necessário decorar essa fórmula, basta lembrar:
(a + b)2 = (a + b).(a + b)

www.acasadoconcurseiro.com.br 209
Aplicando a distributiva,

(a + b)2 = a2 + ab + ab + b2
(a + b)2 = a2 + 2ab + b2

Exemplos:
a) (a + 7)2 =
2
b) (a³ + 5b) =

QUADRADO DA DIFERENÇA DE DOIS NÚMEROS

O quadrado da diferença de dois números é igual ao quadrado do primeiro subtraído duas


vezes o primeiro pelo segundo, somado o quadrado do segundo.

EXEMPLOS:
(x – 3)2 = x2 – 2.x.3 + 32 = x2 – 6x + 9
(5x – 3)2 = (5x)2 – 2.5x.3 + 32 = 25x2 – 30x + 9
(2a – 4b)2 = (2a)2 - 2.2a.4b + (4b)² = 4a2 + 16ab + 16b2
(3x2 – 2x)2 = (3x2)2 – 2.3x2.2x + (2x)2 = 9x4 – 12x3 + 4x2

CUIDADO: (x – y)2 ≠ x2 – y2

DICA:
Não é necessário decorar essa fórmula, basta lembrar:
(a – b)2 = (a – b).(a – b)
Aplicando a distributiva,

210 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Produtos Notáveis – Prof. Dudan

(a – b)2 = a2 – ab – ab + b2
(a – b)2 = a2 – 2ab + b2

Exemplos:
a) (3x – 1)2 =
b) (5x2 – 3x)2 =

PRODUTO DA SOMA PELA DIFERENÇA ENTRE DOIS NÚMEROS

O produto da soma de dois termos pela sua diferença é igual ao quadrado do primeiro termo
subtraído o quadrado do segundo termo.

Exemplos:
(x + 1).(x – 1) = x2 – 12 = x2 – 1
(2a + 3).(2a – 3) = (2a)2 – 32 = 4a2 – 9
(3x + 2y).(3x – 2y) = (3x)2 – (2y)2 = 9x2 – 4y2

DICA:
Obs.: Não é necessário decorar essa fórmula, basta lembrar de aplicar a distributiva:

(a + b).(a – b) = a2 – ab + ab – b2
(a + b).(a – b) = a2 – b2

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Exemplos:
(3a – 7).(3a + 7)=

(5a3 – 6).(5a3 + 6) =

Exercicios

1. A expressão (x – y)2 – (x + y)2 é equivalente a:


a) 0
b) 2y2
c) – 2y3
d) – 4xy
e) – 2xy

2. A expressão (3 + ab).(ab – 3) é igual a:


2
a) a b–9
2
b) ab – 9
2 2
c) a b –9
2 2
d) a b –6
2 2
e) a b +6
2 2
3. Se (x – y) – (x + y) = – 20, então x.y é igual a:
a) 0
b) –1
c) 5
d) 10
e) 15
2 2
4. Se x – y = 7 e xy = 60, então o valor da expressão x + y é:
a) 53
b) 109
c) 169
d) 420
e) 536

5. A diferença entre o quadrado da soma e o quadrado da diferença de dois números reais é igual:
a) a diferença dos quadrados dos dois números.
b) a soma dos quadrados dos dois números.
c) a diferença dos dois números.
d) ao dobro do produto dos números.
e) ao quádruplo do produto dos números.

Gabarito: 1. D 2. C 3. C 4. C 5. E

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Matemática

FATOR COMUM

Quando todos os termos de uma expressão tem um fator comum, podemos colocá-lo em
evidência. A forma fatorada é o produto do fator comum pelo que se obtém dividindo-se cada
termo da expressão original dada pelo fator comum.
Para usar este método temos que achar um fator que seja comum entre os termos, seja número
ou uma incógnita (letra), e colocá-lo em evidência.
Exemplos:
a) 2a + 2b = 2 (a +b)

1º Achamos o fator comum que é o 2.


2º Depois colocamos em evidência e dividimos cada termo pelo fator comum:
2a : 2 = a
2b : 2 = b

b) 6ax + 8ay = 2a (3x + 4y)

1º Neste caso temos a incógnita como fator comum, mas temos também números que
aparentemente não têm nada em comum, então devemos achar algum número que seja
divisível pelos dois números ao mesmo tempo, ou seja, encontramos o 2. Colocamos assim
em evidência.
2º Agora dividimos cada termo pelo fator comum:
6ax : 2a = 3x
8ay : 2a = 4y

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Exemplo: Colocando o fator comum em evidência, fatore os seguintes polinômios:

a) 10a + 10b =

b) 4a – 3ax =

2
c) 35c + 7c =

TRINÔMIO DO QUADRADO PERFEITO

Outra maneira de fatorar expressões algébricas é utilizando a regra do trinômio do quadrado


perfeito. Para fatorar uma expressão algébrica utilizando esse caso, a expressão deverá ser um
trinômio e formar um quadrado perfeito.
Então, para compreender melhor esse tipo de fatoração vamos recapitular o que é um trinômio
e quando um trinômio pode ser um quadrado perfeito.
Para que uma expressão algébrica seja um trinômio, ela deverá ter exatamente 3 termos. Veja
alguns exemplos de trinômios:

3 2
x + 2x + 2x

– 2x5 + 5y – 5

ac + c – b

É importante lembrar que nem todos os trinômios são quadrados perfeitos. Por isso é preciso
verificar se um trinômio pode ser escrito na forma de um quadrado perfeito.

Como identificar um trinômio do quadrado perfeito?


Veja se o trinômio 16x2 + 8x + 1 é um quadrado perfeito, para isso siga as seguinte regra:
Verifique se dois membros do trinômio têm raízes quadradas exatas e se o dobro delas é o
outro termo.

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Matemática – Fator Comum – Prof. Dudan

Assim o trinômio 16x2 + 8x + 1 é quadrado perfeito.


Então, a forma fatorada do trinômio é 16x2 + 8x + 1 é (4x + 1)2, pois é a soma das raízes ao
quadrado.

Exemplos Resolvidos

Fatore a expressão x2 – 18x + 81.

Encontre a forma fatorada de x2 – 100x + 2500.

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Exercícios:

x+3
1. Para x ≠ 3, a simplificação da expressão é:
x2 − 9
a) x – 3

b) 3 – x
1
c)
x−3
1
d)
x+3
1
e)
3− x

2x2 − 8y2
2. Se y ≠ 0 e se x ≠ – 2y, a expressão é igual a:
3x2y + 6xy2
−2
a)
y + 2x

b) 2x − 4y
3xy
x − 4y
c)
y + 2x

1
d)
x + 2y

e) 2
3
a2 + 6a+ 9 a2 − 9
3. Para a ≠ – 3 e a ≠ 3, a expressão ÷ é equivalente a:
a+ 3 3 a− 3
a)
3
b) a + 2
c) a + 3
d) a – 3
e) a− 3
3

Gabarito: 1. C 2. B 3. A

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Matemática

DIVISORES E MÚLTIPLOS

Os múltiplos e divisores de um número estão relacionados entre si da seguinte forma: 


Se 15 é divisível por 3, então 3 é divisor de 15, assim, 15 é múltiplo de 3. 
Se 8 é divisível por 2, então 2 é divisor de 8, assim, 8 é múltiplo de 2. 
Se 20 é divisível por 5, então 5 é divisor de 20, assim, 20 é múltiplo de 5. 

Múltiplos de um número natural 


Denominamos múltiplo de um número o produto desse número por um número natural
qualquer. Um bom exemplo de números múltiplos é encontrado na tradicional tabuada. 
Múltiplos de 2 (tabuada da multiplicação do número 2) 
2 x 0 = 0 
2 x 1 = 2 
2 x 2 = 4 
2 x 3 = 6 
2 x 4 = 8 
2 x 5 = 10 
2 x 6 = 12 
2 x 7 = 14 
2 x 8 = 16 
2 x 9 = 18 
2 x 10 = 20 
E assim sucessivamente. 
Múltiplos de 3 (tabuada da multiplicação do número 3) 
3 x 0 = 0 
3 x 1 = 3 
3 x 2 = 6 
3 x 3 = 9 
3 x 4 = 12 
3 x 5 = 15 
3 x 6 = 18 
3 x 7 = 21 
3 x 8 = 24 
3 x 9 = 27 
3 x 10 = 30 

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E assim sucessivamente. 
Portanto, os múltiplo de 2 são: 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 18, 20, ... 
E os múltiplos de 3 são: 0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, ... 

Divisores de um número natural 


Um número é divisor de outro quando o resto da divisão for igual a 0. Portanto, 
12 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6 e 12. 
36 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12, 18 e 36. 
48 é divisível por 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 24 e 48. 

Importante!
• O menor divisor natural de um número é
sempre o número 1. 
• O maior divisor de um número é o próprio
número. 
• O zero não é divisor de nenhum número. 
• Os divisores de um número formam um
conjunto finito.

Principais Critérios de Divisibilidade


Dentre as propriedades operatórias existentes na Matemática, podemos ressaltar a divisão,
que consiste em representar o número em partes menores e iguais.
Para que o processo da divisão ocorra normalmente, sem que o resultado seja um número
não inteiro, precisamos estabelecer situações envolvendo algumas regras de divisibilidade.
Lembrando que um número é considerado divisível por outro quando o resto da divisão entre
eles é igual a zero.

Regras de divisibilidade
Divisibilidade por 1
Todo número é divisível por 1.

218 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Divisores e Múltiplos – Prof. Dudan

Divisibilidade por 2
Um número natural é divisível por 2 quando ele termina em 0, ou 2, ou 4, ou 6, ou 8, ou seja,
quando ele é par.
Exemplos: 5040 é divisível por 2, pois termina em 0.
237 não é divisível por 2, pois não é um número par.

Divisibilidade por 3
Um número é divisível por 3 quando a soma dos valores absolutos dos seus algarismos for
divisível por 3.
Exemplo: 234 é divisível por 3, pois a soma de seus algarismos é igual a 2+3+4=9, e como 9 é
divisível por 3, então 234 é divisível por 3.

Divisibilidade por 4
Um número é divisível por 4 quando termina em 00 ou quando o número formado pelos dois
últimos algarismos da direita for divisível por 4.
Exemplos: 1800 é divisível por 4, pois termina em 00.
4116 é divisível por 4, pois 16 é divisível por 4.
1324 é divisível por 4, pois 24 é divisível por 4.
3850 não é divisível por 4, pois não termina em 00 e 50 não é divisível por 4.

Divisibilidade por 5
Um número natural é divisível por 5 quando ele termina em 0 ou 5.
Exemplos: 55 é divisível por 5, pois termina em 5.
90 é divisível por 5, pois termina em 0.
87 não é divisível por 5, pois não termina em 0 nem em 5.

Divisibilidade por 6
Um número natural é divisível por 6 quando é divisível por 2 e 3 ao mesmo tempo.
Exemplos: 54 é divisível por 6, pois é par, logo divisível por 2 e a soma de seus algarismos é
múltiplo de 3 , logo ele é divisível por 3 também.
90 é divisível por 6, pelo mesmos motivos..
87 não é divisível por 6, pois não é divisível por 2.

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Divisibilidade por 7
Um número é divisível por 7 quando estabelecida a diferença entre o dobro do seu último
algarismo e os demais algarismos, encontramos um número divisível por 7.

Exemplos:
161 : 7 = 23, pois 16 – 2.1 = 16 – 2 = 14
203 : 7 = 29, pois 20 – 2.3 = 20 – 6 = 14
294 : 7 = 42, pois 29 – 2.4 = 29 – 8 = 21
840 : 7 = 120, pois 84 – 2.0 = 84

E o número 165928? Usando a regra : 16592 – 2.8 = 16592 – 16 = 16576


Repetindo o processo: 1657 – 2.6 = 1657 – 12 = 1645
Mais uma vez : 164 – 2.5 = 164 – 10 = 154 e 15 – 2.4 = 15 – 8 = 7
Logo 165928 é divisível por 7.

Divisibilidade por 8
Um número é divisível por 8 quando termina em 000 ou os últimos três números são divisíveis
por 8.

Exemplos:
1000 : 8 = 125, pois termina em 000
45128 é divisível por 8 pois 128 dividido por 8 fornece 16
45321 não é divisível por 8 pois 321 não é divisível por 8.

Divisibilidade por 9
Será divisível por 9 todo número em que a soma de seus algarismos constitui um número
múltiplo de 9.

Exemplos:
81 : 9 = 9, pois 8 + 1 = 9
1107 : 9 = 123, pois 1 + 1 + 0 + 7 = 9
4788 : 9 = 532, pois 4 + 7 + 8 + 8 = 27

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Matemática – Divisores e Múltiplos – Prof. Dudan

Divisibilidade por 10
Um número é divisível por 10 se termina com o algarismo 0 (zero).
Exemplos: 5420 é divisível por 10 pois termina em 0 (zero)
6342 não é divisível por 10 pois não termina em 0 (zero).

Divisibilidade por 11
Um número é divisível por 11 nas situações em que a diferença entre o último algarismo e o
número formado pelos demais algarismos, de forma sucessiva até que reste um número com 2
algarismos, resultar em um múltiplo de 11. Como regra mais imediata, todas as dezenas duplas
(11, 22, 33, 5555, etc.) são múltiplas de 11.
1342 : 11 = 122, pois 134 – 2 = 132 → 13 – 2 = 11
2783 : 11 = 253, pois 278 – 3 = 275 → 27 – 5 = 22
7150: 11 = 650, pois 715 – 0 = 715 → 71 – 5 = 66

Divisibilidade por 12
Se um número é divisível por 3 e 4, também será divisível por 12.

Exemplos:
192 : 12 = 16, pois 192 : 3 = 64 e 192 : 4 = 48
672 : 12 = 56, pois 672 : 3 = 224 e 672 : 4 = 168

Divisibilidade por 15
Todo número divisível por 3 e 5 também é divisível por 15.

Exemplos:
1470 é divisível por 15, pois 1470:3 = 490 e 1470:5 = 294.
1800 é divisível por 15, pois 1800:3 = 600 e 1800:5 = 360.

Exemplo: Teste a divisibilidade dos números abaixo por 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.


a) 1278
b) 1450
c) 1202154

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Matemática

FATORAÇÃO

Podemos escrever os números como produto (multiplicação) de números primos. Contudo,


qual a finalidade de fatorarmos esses números? Preciso realizar a fatoração separadamente ou
posso fazê-la simultaneamente, com dois ou mais números? Esses respostas virão adiante.
Um dos pontos importantes da fatoração, encontra-se no cálculo do M.D.C (Máximo Divisor
Comum) e do M.M.C (Mínimo Múltiplo Comum). Entretanto, devemos tomar cuidado quanto
à obtenção desses valores, pois utilizaremos o mesmo procedimento de fatoração, ou seja, a
mesma fatoração de dois ou mais números para calcular o valor do M.D.C e do M.M.C. Sendo
assim, devemos compreender e diferenciar o modo pelo qual se obtém cada um desses valores,
através da fatoração simultânea.
Vejamos um exemplo no qual foi feita a fatoração simultânea:
12,  42  2 (Divisor Comum)
6,  21  2
3,  21  3 (Divisor Comum)
1,  7   7
1  1

Note que na fatoração foram destacados os números que dividiram simultaneamente os


números 12 e 42. Isto é um passo importante para conseguirmos determinar o M.D.C. Se
fôssemos listar os divisores de cada um dos números, teríamos a seguinte situação:
D(12)={1, 2,3,4,6,12}
D(42)={1, 2,3,6,7,21,42}

Note que o maior dos divisores comuns entre os números 12 e 42 é o número 6. Observando
a nossa fatoração simultânea, este valor 6 é obtido realizando a multiplicação dos divisores
comuns.
Por outro lado, o M.M.C será obtido de uma maneira diferente. Por se tratar dos múltiplos,
deveremos multiplicar todos os divisores da fatoração. Sendo assim, o M.M.C (12,14) = 2 x 2 x
3 x 7 = 84.
Portanto , esse processo de fatoração é muito utilizado no cálculo do M.M.C e do M.D.C também,
mas cada um com seu respectivo procedimento, portanto, cuidado para não se confundir.

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Exemplos: Vamos fatorar, para o cálculo do M.M.C os valores abaixo:
15, 24, 60  2
15, 12, 30  2
15, 6,  15  2
15, 3,  15   3
5,  1,  5   5
1,  1,  1

Logo o produto desses fatores primos: 2 . 2 . 2 . 3 . 5 = 120 é o menor múltiplo comum entre os
valores apresentados.
Agora se quiséssemos calcular o M.D.C , teríamos que fatorá-los sempre juntos, até não haver
mais divisor comum além do número 1.
Assim:
15, 24, 60  3
5,  8,  20  

E com isso temos que o M.D.C dos valores dados é 3.


Exemplo: Fatore 20 e 30 para o cálculo do M.M.C
20,  30  2
10,  15  2
5,  15  3
5,  5   5
1  1

Assim o produto desses fatores primos obtidos: 2.2.3.5 = 60 é o M.M.C de 20 e 30.

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Matemática – Fatoração – Prof. Dudan

De fato, se observarmos a lista de múltiplos de 20 e 30 verificaremos que dentre os comuns,


o menor deles é, de fato, o 60.
M(20) = 0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, 140, 160,...
M(30) = 0, 30, 60, 90, 120, 150,...
Agora se buscássemos o M.D.C teríamos que fatorar de forma diferente.
20,  30  2
10,  15  5
2,  3

Com isso o produto desses fatores primos, 2 . 5 = 10, obtidos pela fatoração conjunta,
representa o M.D.C .
De fato, se observarmos a lista de divisores de 20 e 30 verificaremos que dentre os comuns,
o maior deles é, de fato, o 10.
D(20) = 1, 2, 4, 5, 10, 20.
D(30) = 1, 2 ,3 ,5 ,6, 10, 15, 30.

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Matemática

MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM

O mínimo múltiplo comum entre dois números é representado pelo menor valor comum
pertencente aos múltiplos dos números. Observe o MMC entre os números 20 e 30:
M(20) = 0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, .... e M(30) = 0, 30, 60, 90, 120, 150, 180, ...
Logo o MMC entre 20 e 30 é equivalente a 60.
Outra forma de determinar o MMC entre 20 e 30 é através da fatoração, em que devemos
escolher os fatores comuns de maior expoente e os termos não comuns.
Observe:
20 = 2 * 2 * 5 = 2² * 5 e 30 = 2 * 3 * 5 = 2 * 3 * 5 logo
MMC (20; 30) = 2² * 3 * 5 = 60
A terceira opção consiste em realizar a decomposição simultânea dos números, multiplicando
os fatores obtidos. Observe:
20,  30  2
10,  15  2
5,  15  3
5,  5   5
1
MMC(20, 30) = 2 * 2 * 3 * 5 = 60

Dica:
Apenas números naturais
têm MMC.

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Um método rápido e fácil para se determinar o MMC de um conjunto de números naturais é a
FATORAÇÃO.
Nela iremos decompor simultaneamente os valores, de forma que ao menos um deles possa
ser dividido pelo fator primo apresentado, até que não sobrem valores maiores que 1.
O produto dos fatores primos utilizados nesse processo é o Mínimo Múltiplo Comum.
Para que possamos fazer uma comparação, vamos tomar os números 6, 8 e 12 como exemplo.
Da fatoração destes três números temos:
6, 8, 12  2
3, 4, 6   2
3, 2, 3   2
3, 1, 3    3
1, 1, 1

O MMC(6, 8, 12) será calculado pelo produto desses fatores primos usados na decomposição
dos valores dados.
Logo: M.M.C (6 , 8 , 12) = 2.2.2.3 = 24
Qual é o MMC(15, 25, 40)?
Fatorando os três números temos:
15, 25, 40  2
15, 25, 20  2
15, 25, 10  2
15, 25, 5    3
5,  25, 5  5
1,  5,  1  5
1,  1,  1

Assim o MMC(15, 25, 40) = 2. 2 . 2 . 3 . 5 . 5 = 600

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Matemática – Mínimo Múltiplo Comum – Prof. Dudan

Propriedade do M.M.C.
Todo múltiplo comum de dois ou mais números inteiros é múltiplo do m.m.c. destes números.
Exemplo: os múltiplos comuns positivos de 2 , 5 e 6 são exatamente os múltiplos positivos de
30 (m.m.c. (2 ,5 , 6) = 30), ou seja, são 30 , 60, 90,... 

Como identificar questões que exigem o cálculo do M.M.C?


Para não ficar em dúvida quanto à solicitação da questão, M.M.C ou M.D.C, basta entender que
o M.M.C por ser um “múltiplo comum”, é um número sempre será maior ou igual ao maior dos
valores apresentados , logo sempre um valor além dos valores dados.
Apesar do nome Mínimo Múltiplo Comum é equivocado pensar que o “mínimo” indica um
número pequeno, talvez menor que os valores apresentados. Na verdade ele é o menor dos
múltiplos e quase sempre maior que todos esses valores de quem se busca o cálculo do M.M.C.

Exemplo

1. Numa linha de produção, certo tipo de manutenção é feita na máquina A a cada 3 dias, na
máquina B, a cada 4 dias, e na máquina C, a cada 6 dias. Se no dia 2 de dezembro foi feita a
manutenção nas três máquinas, após quantos dias as máquinas receberão manutenção no
mesmo dia?
Temos que determinar o MMC entre os números 3, 4 e 6.
3, 4, 6  2
3, 2, 3  2
3, 1, 3  3
1, 1, 1   
Assim o MMC (3, 4, 6) = 2 * 2 * 3 = 12
Concluímos que após 12 dias, a manutenção será feita nas três máquinas. Portanto, dia 14
de dezembro.

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2. Um médico, ao prescrever uma receita, determina que três medicamentos sejam ingeridos
pelo paciente de acordo com a seguinte escala de horários: remédio A, de 2 em 2 horas,
remédio B, de 3 em 3 horas e remédio C, de 6 em 6 horas. Caso o paciente utilize os três
remédios às 8 horas da manhã, qual será o próximo horário de ingestão dos mesmos?
Calcular o MMC dos números 2, 3 e 6.
2, 3, 6  2
1, 3, 3  3
1, 1, 1
MMC (2, 3, 6) = 2 * 3 = 6
O mínimo múltiplo comum dos números 2, 3, 6 é igual a 6.
De 6 em 6 horas os três remédios serão ingeridos juntos. Portanto, o próximo horário será
às 14 horas.

3. Em uma árvore de natal, três luzes piscam com frequência diferentes. A primeira pisca a
cada 4 segundos, a segunda a cada 6 segundos e a terceira a cada 10 segundos. Se num
dado instante as luzes piscam ao mesmo tempo, após quantos segundos voltarão, a piscar
juntas?

4. No alto da torre de uma emissora de televisão, duas luzes “piscam” com frequências
diferentes. A primeira “pisca” 15 vezes por minuto e a segunda “pisca” 10 vezes por
minuto. Se num certo instante, as luzes piscam simultaneamente, após quantos segundos
elas voltarão a “piscar simultaneamente”?
a) 12
b) 10
c) 20
d) 15
e) 30
5. Três ciclistas percorrem um circuito saindo todos ao mesmo tempo, do mesmo ponto, e com
o mesmo sentido. O primeiro faz o percurso em 40 s, o segundo em 36 s e o terceiro em 30
s. Com base nessas informações, depois de quanto tempo os três ciclistas se reencontrarão
novamente no ponto de partida, pela primeira vez, e quantas voltas terá dado o primeiro, o
segundo e o terceiro ciclista, respectivamente?
a) 5 minutos, 10 voltas, 11 voltas e 13 voltas.
b) 6 minutos, 9 voltas, 10 voltas e 12 voltas.
c) 7 minutos, 10 voltas, 11 voltas e 12 voltas.
d) 8 minutos, 8 voltas, 9 voltas e 10 voltas.
e) 9 minutos, 9 voltas, 11 voltas e 12 voltas.

Gabarito: 3. 60 Segundos 4. A 5. B 6. B

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Matemática

MÁXIMO DIVISOR COMUM (MDC)

O máximo divisor comum entre dois números é representado pelo maior valor comum
pertencente aos divisores dos números. Observe o MDC entre os números 20 e 30:
D(20) = 1, 2, 4, 5, 10, 20. e D(30) = 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30.
O maior divisor comum dos números 20 e 30 é 10.
Podemos também determinar o MDC entre dois números através da fatoração, em que
escolheremos os fatores comuns de menor expoente. Observe o MDC de 20 e 30 utilizando
esse método.
20 = 2 * 2 * 5 = 2² * 5 e 30 = 2 * 3 * 5 = 2 * 3 * 5
Logo MDC (20; 30) = 2 * 5 = 10
A terceira opção consiste em realizar a decomposição simultânea e conjunta dos números,
multiplicando os fatores obtidos. Observe:
20,  30  2
10,  15  2
2,  3   

Logo o M.D.C (20 , 30) = 10


Um método rápido e fácil para se determinar o MDC de um conjunto de números naturais é a
FATORAÇÃO.
Nela iremos decompor simultaneamente os valores, de forma que todos eles devem
ser divididos, ao mesmo tempo, pelo fator primo apresentado, até que se esgotem as
possibilidades dessa divisão conjunta.
O produto dos fatores primos utilizados nesse processo é o Máximo Divisor Comum.

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Para que possamos fazer uma comparação, vamos tomar novamente os números 6, 8 e 12
como exemplo.
Da fatoração conjunta destes três números temos:
6, 8, 12  2
3, 4, 6  

O MDC(6, 8, 12) será calculado pelo produto desses fatores primos usados na decomposição
dos valores dados.
Logo: M.D.C (6 , 8 , 12) = 2

Qual é o MDC (15, 25, 40)?


Fatorando os três números temos:
15, 25, 40  2
3,  5,  5  

Assim o MDC (15, 25, 40) = 5

Exemplo:
Qual é o MDC (15, 75, 105)?
Fatorando os três números temos:
15,  75, 105  3
5,  25, 35  5
1,  5,  7   

MDC (15, 75, 105) = 3 . 5 = 15


Note que temos que dividir todos os valores apresentados, ao mesmo tempo, pelo fator primo.
Caso não seja possível seguir dividindo todos , ao mesmo tempo, dá-se por encerrado o cálculo
do M.D.C.

Propriedade Fundamental
Existe uma relação entre o m.m.c e o m.d.c de dois números naturais a e b.
m.m.c.(a,b) . m.d.c. (a,b) = a . b
Ou seja, o produto entre o m.m.c e m.d.c de dois números é igual ao produto entre os dois
números.

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Matemática – Máximo Divisor Comum – Prof. Dudan

Exemplo
Se x é um número natural em que m.m.c. (14, x) = 154 e m.d.c. (14, x) = 2, podemos dizer que
x vale.
a) 22
b) – 22
c) +22 ou – 22
d) 27
e) – 27

Como identificar questões que exigem o cálculo do M.D.C?


Para não ficar em dúvida quanto à solicitação da questão, M.M.C ou M.D.C, basta entender
que o M.D.C por ser um “divisor comum”, é um número sempre será menor ou igual ao menor
dos valores apresentados , logo sempre um valor aquém dos valores dados, dando ideia de
corte, fração.
Já o o M.M.C por ser um “múltiplo comum”, é um número sempre será maior ou igual ao
maior dos valores apresentados , logo sempre um valor além dos valores dados, criando uma
ideia de “futuro”.
Apesar do nome Mínimo Múltiplo Comum é equivocado pensar que o “mínimo” indica um
número pequeno, talvez menor que os valores apresentados. Na verdade ele é o menor
dos múltiplos e quase sempre maior que todos esses valores de quem se busca o cálculo do
M.M.C.

Exemplo:

1. Uma indústria de tecidos fabrica retalhos de mesmo comprimento. Após realizarem os


cortes necessários, verificou-se que duas peças restantes tinham as seguintes medidas: 156
centímetros e 234 centímetros. O gerente de produção ao ser informado das medidas, deu
a ordem para que o funcionário cortasse o pano em partes iguais e de maior comprimento
possível. Como ele poderá resolver essa situação?

2. Uma empresa de logística é composta de três áreas: administrativa, operacional e


vendedores. A área administrativa é composta de 30 funcionários, a operacional de 48 e a
de vendedores com 36 pessoas. Ao final do ano, a empresa realiza uma integração entre as
três áreas, de modo que todos os funcionários participem ativamente. As equipes devem
conter o mesmo número de funcionários com o maior número possível. Determine quantos
funcionários devem participar de cada equipe e o número possível de equipes.

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3. Para a confecção de sacolas serão usados dois rolos de fio de nylon. Esses rolos, medindo
450cm e 756cm serão divididos em pedaços iguais e do maior tamanho possível. Sabendo
que não deve haver sobras, quantos pedaços serão obtidos?
a) 25
b) 42
c) 67
d) 35
e) 18
4. Nas últimas eleições, três partidos políticos tiveram direito, por dia, a 90 s, 108 s e 144 s
de tempo gratuito de propaganda na televisão, com diferentes números de aparições. O
tempo de cada aparição, para todos os partidos, foi sempre o mesmo e o maior possível. A
soma do número das aparições diárias dos partidos na TV foi de: 
a) 16
b) 17
c) 18
d) 19
e) 20
5. Um escritório comprou os seguintes itens: 140 marcadores de texto, 120 corretivos e 148
blocos de rascunho e dividiu esse material em pacotinhos, cada um deles contendo um
só tipo de material, porém todos com o mesmo número de itens e na maior quantidade
possível. Sabendo-se que todos os itens foram utilizados, então o número total de
pacotinhos feitos foi:
a) 74
b) 88
c) 96
d) 102
e) 112

Dica:
Quando se tratar de MMC
a solução será um valor no
mínimo igual ao maior dos
valores que você dispõe. Já
quando se tratar de MDC
a solução será um valor no
máximo igual ao menor dos
valores que você dispõe.

Gabarito: 1. 78 2. 6 e 19 3. C 4. D

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Matemática

EXPRESSÕES ALGÉBRICAS

Definição
Expressões algébricas são expressões matemáticas que apresentam letras e podem conter
números, são também denominadas expressões literais. As letras constituem a parte variável
das expressões, pois elas podem assumir qualquer valor numérico.
No cotidiano, muitas vezes usamos expressões sem perceber que as mesmas representam
expressões algébricas ou numéricas.
Numa papelaria, quando calculamos o preço de um caderno somado ao preço de duas canetas,
usamos expressões como 1x + 2y, onde x representa o preço do caderno e y o preço de cada
caneta.
Num colégio, ao comprar um lanche, somamos o preço de um refrigerante com o preço de um
salgado, usando expressoes do tipo 1x+1y onde x representa o preço do salgado e y o preço do
refrigerante.
As expressões algébricas podem ser utilizadas para representar situações problemas, como as
propostas a seguir:
•• O dobro de um número adicionado a 20: 2x + 20.
•• A diferença entre x e y: x – y
•• O triplo de um número qualquer subtraído do quádruplo do número: 3x – 4x

Propriedades das expressões algébricas


Para resolver uma expressão algébrica, é preciso seguir a ordem exata de solução das operações
que a compõem:
1º Potenciação ou Radiciação
2º Multiplicação ou divisão
3º Adição ou subtração

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Se a expressão algébrica apresentar parênteses, colchetes ou chaves, devemos resolver
primeiro o conteúdo que estiver dentro dos parênteses, em seguida, o que estiver contido nos
colchetes e, por último, a expressão que estiver entre chaves. Em suma:
1º Parênteses
2º Colchetes
3º Chaves

Assim como em qualquer outro cálculo matemático, esta hierarquia é muito importante, pois,
caso não seja seguida rigorosamente, será obtido um resultado incorreto. Veja alguns exemplos:

a) 8x – (3x – √4)


8x – (3x – 2)
8x – 3x + 2
5x + 2

Exemplo Resolvido:
Uma mulher é 5 anos mais nova do que seu marido. Se a soma da idade do casal é igual a 69
anos, qual é a idade de cada um?
x + ( x – 5) = 69
x + x – 5 = 69
2x – 5 = 69
2x = 69 + 5
2x = 74
x = 37
69 – 37 = 32
37 – 5 = 32
Logo, a idade do marido é 37 anos e da mulher 32 anos.

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Matemática – Expressões Algébricas – Prof. Dudan

Exercícios:

1. O resultado da expressão:
1 – 2 + 3 – 4 + 5 – 6 + 7 – 8 + . . . – 168 + 169 – 170
é igual a:
a) 170
b) – 170
c) 85
d) – 85
e) – 87
2. De um total de 40 questões planejadas para uma prova, eliminaram-se 2x delas e, do resto,
ainda tirou-se a metade do que havia sobrado. Qual a tradução algébrica do número de
questões que restaram?
a) (40 – 2x) – 20 + x
b) (40 – 2x) – 20
c) (40 – 2x) – X/2
d) (40 – 2x) – x
e) (40 – 2x) – 20 – x
3. Um ano de 365 dias é composto por n semanas completas mais 1 dia. Dentre as expressões
numéricas abaixo, a única cujo resultado é igual a n é:
a) 365 ÷ (7 + 1)
b) (365 + 1) ÷7
c) 365 + 1 ÷ 7
d) (365 – 1) ÷7
e) 365 – 1 ÷ 7
4. Adriano, Bernardo e Ciro são irmãos e suas idades são números consecutivos, cuja soma é
igual a 78. Considerando que Ciro é o irmão do meio, então a soma das idades de Adriano e
Bernardo há 8 anos era igual a:
a) 33
b) 36
c) 34
d) 37
e) 35

Gabarito: 1. D 2. A 3. D 4. B

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Enigma Facebookiano

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Matemática

PROBLEMAS ALGÉBRICOS E ARITMÉTICOS

Definição
A aritmética (da palavra grega arithmós,”número”) é o ramo da matemática que lida com
números e com as operações possíveis entre eles. É o ramo mais antigo e mais elementar da
matemática, usado por quase todos, seja em tarefas do cotidiano, em cálculos científicos ou de
negócios e sempre cobrada em concursos públicos.
Já a álgebra é o ramo que estuda a manipulação formal de equações, operações matemáticas,
polinômios e estruturas algébricas. A álgebra é um dos principais ramos da matemática pura,
juntamente com a geometria, topologia, análise combinatória, e Teoria dos números.
O termo álgebra, na verdade, compreende um espectro de diferentes ramos da matemática,
cada um com suas especificidades.
A grande dificuldade encontrada pelos alunos nas questões envolvendo problemas é na
sua interpretação. O aluno tem que ler o texto e “decodificar” suas informações para o
matematiquês.
Em algumas questões iremos abordar alguns pontos importantes nessa interpretação.

Exemplos
Há 19 anos uma pessoa tinha um quarto da idade que terá daqui a 14 anos. A idade da pessoa,
em anos, está entre:
a) 22 e 26.
b) 27 e 31.
c) 32 e 36.
d) 37 e 41.
e) 42 e 46

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Um casal e seu filho foram a uma pizzaria jantar. O pai comeu 3/4 de uma pizza. A mãe comeu
2/5 da quantidade que o pai havia comido. Os três juntos comeram exatamente duas pizzas,
que eram do mesmo tamanho. A fração de uma pizza que o filho comeu foi:
a) 3/5
b) 6/20
c) 7/10
d) 19/20
e) 21/15

Dois amigos foram a uma pizzaria. O mais velho comeu 3/8 da pizza que compraram. Ainda da
mesma pizza o mais novo comeu 7/5 da quantidade que seu amigo havia comido. Sendo assim,
e sabendo que mais nada dessa pizza foi comido, a fração da pizza que restou foi:
a) 3/5
b) 7/8
c) 1/10
d) 3/10
e) 36/40

O dono de uma papelaria comprou 98 cadernos e ao formar pilhas, todas com o mesmo número
de cadernos, notou que o número de cadernos de uma pilha era igual ao dobro do número de
pilhas. O número de cadernos de uma pilha era:
a) 12
b) 14
c) 16
d) 18
e) 20

Durante o seu expediente Carlos digitalizou 1/3 dos processos que lhe cabiam pela parte
da manhã; no início da tarde ele digitalizou metade do restante e no fim da tarde ¼ do que
havia sobrado após os 2 períodos iniciais.Se no fim do expediente ele decidiu contar todos
os processos que não haviam sido digitalizados e encontrou 30 processos, o número total de
processos que ele devia ter digitalizado nesse dia era de:
a) 80
b) 90
c) 100
d) 110
e) 120

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Matemática

SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS

Uma sequência é uma lista ordenada de objetos, números ou eventos. Frequentemente nos
deparamos com situações em que enumeramos elementos de um conjunto seguindo uma
determinada ordenação:
•• Da sucessão dos presidentes de um país;
•• Da sequência dos episódios de uma minissérie de televisão;
Repare que há dois aspectos importantes na sequência: o tipo e a ordem dos elementos.
Todos os elementos de uma sucessão são do mesmo tipo (por exemplo: apenas presidentes)
e obedecem uma ordenação (por exemplo: primeiramente ocorre o primeiro episódio da
minissérie, depois o segundo episódio, depois o terceiro episódio...).
Em matemática, uma sequência (ou uma sucessão) é uma lista (conjunto) de números (ou
variáveis que os representem). Formalmente, a sequência é uma lista cuja ordem é definida por
uma "lei", uma função específica.
Casos específicos de sequencias numéricas são as progressões.
Exemplo 1: Observe o diagrama e seu padrão de organização.

A diferença numérica entre A e B, quando se completa o diagrama de acordo com o padrão, é


igual a:
a) 40
b) 27
c) 15
d) 21
e) 35

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Exemplo 2: Considere que os termos da sucessão (0, 1, 3, 4, 12, 13, ...) obedecem a uma lei
de formação. Somando o oitavo e o décimo termo dessa sucessão obtém-se um número
compreendido entre:
a) 150 e 170
b) 130 e 150
c) 110 e 130
d) 90 e 110
e) 70 e 90

Exemplo 3: Considere que os números inteiros que aparecem na tabela abaixo foram dispostos
segundo determinado padrão.

1a coluna 2a coluna 3a coluna 4a coluna 5a coluna


0 2 4 6 8
7 9 11 13 15
14 16 18 20 22
21 23 25 27 29
28 30 32 34 36

Se esse padrão fosse mantido indefinidamente, qual dos números seguintes com certeza NÃO
estaria nessa tabela:
a) 585
b) 623
c) 745
d) 816
e) 930

Exemplo 4: Na sequência seguinte o número que aparece entre parênteses é obtido segundo
uma lei de formação. 63(21)9; 186(18)31; 85(?)17
O número que está faltando é:
a) 15
b) 17
c) 19
d) 23
e) 25

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Matemática – Sequências Numéricas – Prof. Dudan

Exemplo 5: Em relação à disposição numérica seguinte, assinale a alternativa que preenche a


vaga assinalada pela interrogação: 2 8 5 6 8 ? 11
a) 1
b) 4
c) 3
d) 29
e) 42

Gabarito: 1. B 2. A 3. C 4. A 5. B

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Matemática

PROGRESSÃO ARITMÉTICA

Definição

Uma progressão aritmética (abreviadamente, P. A.) é uma sequência numérica em que cada
termo, a partir do segundo, é igual à soma do termo anterior com uma constante r. O número r
é chamado de razão da progressão aritmética.
Alguns exemplos de progressões aritméticas:
• 1, 4, 7, 10, 13, ..., é uma progressão aritmética em que a razão (a diferença entre os números
consecutivos) é igual a 3.
• – 2, – 4, – 6, – 8, – 10, ..., é uma P.A. em que r = – 2.
• 6, 6, 6, 6, 6, ..., é uma P.A. com r = 0.
Exemplo: (5, 9, 13, 17, 21, 25, 29, 33, 37, 41, 45, 49, ...)
r = a2 – a1 = 9 – 5 = 4 ou r = a3 – a2 = 13 – 9 = 4 ou r = a4 – a3 = 17 – 13 = 4
e assim por diante.

Dica:
Observe que a razão é constante e pode ser calculada subtraindo um termo qualquer
pelo seu antecessor.

CLASSIFICAÇÃO

Uma P.A. pode ser classificada em crescente, decrescente ou constante dependendo de como
é a sua razão (R).

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Exemplos:

I – (5, 8, 11, 14, 17, 20, 23, 26, ...) → CRESCENTE pois r = + 3

II – (26, 18, 10, 2, – 6, – 14, – 22, ...) → DECRESCENTE pois r = – 8

III – (7, 7, 7, 7, 7, ...) → ESTACIONÁRIA OU CONSTANTE pois r = 0

TERMO GERAL ou enésimo termo ou último termo

Numa P.A. de n termos, chamamos de termo geral ou enésimo termo, o último termo ou o
termo genérico dessa sequência.

an = a1 + (n-1)r ou an = ap + (n-p)r

Atenção!
a20 = a1 + 19r ou a20 = a7 + 13r ou a20 = a14 + 6r

Exemplo Resolvido:
Sabendo que o 1º termo de uma PA é igual a 2 e que a razão equivale a 5, determine o valor do
18º termo dessa sequência numérica.
a18 = 2 + (18 – 1) . 5
a18 = 2 + 17 . 5
a18 = 2 + 85 logo a18 = 87
O 18º termo da PA em questão é igual a 87.

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Matemática – Progressão Aritmética – Prof. Dudan

Faça Você:

1. Dada a progressão aritmética (8, 11, 14, 17, ...), determine:


a) razão b) décimo termo c) a14 d) termo geral

2. Calcule a razão da P.A. onde o terceiro termo vale 14 e o décimo primeiro termo
vale 40.

3. A razão de uma PA de 10 termos, onde o primeiro termo é 42 e o último é – 12 vale:


a) –5
b) –9
c) –6
d) –7
e) 0

4. Numa progressão aritmética, temos a7 = 5 e a15 = 61. Então, a razão pertence ao


intervalo:
a) [8,10]
b) [6,8)
c) [4,6)
d) [2,4)
e) [0,2)

TERMO GERAL ou MÉDIO

Numa progressão aritmética, a partir do segundo termo, o termo central é a média aritmética
do termo antecessor e do sucessor, isto é,

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Exemplo:
Na P.A (2, 4, 6, 8, 10,...) veremos que ou , etc.

Na P.A (1, 4, 7, 10, 13,...) veremos que ou , etc.

Dica:
Sempre a cada três termos consecutivos de uma P.A, o termo central é a média
dos seus dois vizinhos, ou seja, a soma dos extremos é o dobro do termo central.
Além disso a soma dos termos equidistantes dos extremos é constante.

Faça Você:

5. Determine a razão da P.A. (x + 2, 2x, 13).

6. As idades das três filhas de Carlos estão em progressão aritmética. Colocando em


ordem crescente tem-se (1 + 3x, 4x + 2, 7x + 1). Calcule a idade da filha mais nova.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

7. Calcule o termo central da progressão (31, 33, 35,..., 79)

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Matemática – Progressão Aritmética – Prof. Dudan

8. Se uma PA de 3 termos a soma dos extremos é 12, o termo médio é:


a) 5
b) –5
c) 6
d) –6
e) 0

9. Numa PA de nove termos, o primeiro termo é igual a 7 e o termo central é igual a


13. O nono termo dessa sequência é igual a:
a) 26
b) 23
c) 21
d) 19
e) 14

10. Sabendo que a sequência (1 – 3x, x – 2, 2x + 1) é uma P.A., determine o valor da


razão.
a) –2
b) 0
c) 2
d) 4
e) 5

SOMA DOS “n” TERMOS

Sendo n o número de termos que se deseja somar, temos:

Dica:
Essa fórmula pode ser lembrada como a soma do primeiro e do último termos,
multiplicada pelo número de casais ( ).

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Exemplo Resolvido:
Na sequência numérica ( – 1, 3, 7, 11, 15,...), determine a soma dos 20 primeiros termos.

1) Cálculo da razão da PA
r = 3 – (–1) = 3 + 1 = 4 ou r = 7 – 3 = 4 ou r = 11 – 7 = 4

2) Determinando o 20º termo da PA


a20 = –1 + (20 – 1) * 4
a20 = – 1 + 19 * 4
a20 = – 1 + 76
a20 = 75
2) Calculando a Soma dos termos

s20 = 740
A soma dos 20 primeiros termos da PA ( – 1, 3, 7, 11, 15, ...) equivale a 740.
Observe que a soma do 1º termo com o último(20°) é 74 que multiplicada pelo número de
casais formados com 20 pessoas (10 casais) totalizará 740.

Faça Você

11. Calcule a soma dos vinte primeiros termos da sequencia (15, 21, 27, 33, ...).

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Matemática – Progressão Aritmética – Prof. Dudan

12. A soma dos 12 primeiros termos de uma P.A. é 180. Se o primeiro termo vale 8,
calcule o último termo dessa progressão.

13. O termo geral de uma sucessão é an = 3n + 1 . A soma dos trinta primeiros termos
dessa sucessão é igual a:
a) 91
b) 95
c) 110
d) 1425
e) 1560

14. Uma exposição de arte mostrava a seguinte sequência lógica formada por bolinhas
de gude:

O primeiro quadro contém 5 bolas, o segundo contém 12 bolas, o terceiro contém 21


bolas, o quarto contém 32 bolas ... . Cada quadro contém certa quantidade de bolas
de gude e seguirá nesse padrão até chegar ao vigésimo quadro que tem n bolinhas. É
correto afirmar que n vale:
a) 420
b) 440
c) 460
d) 480
e) 500

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15. Devido à epidemia de gripe do último inverno, foram suspensos alguns concertos
em lugares fechados. Uma alternativa foi realizar espetáculos em lugares abertos,
como parques ou praças. Para uma apresentação, precisou-se compor uma plateia
com oito filas, de tal forma que na primeira fila houvesse 10 cadeiras; na segunda,
14 cadeiras; na terceira, 18 cadeiras; e assim por diante. O total de cadeiras foi:
a) 384
b) 192
c) 168
d) 92
e) 80

Gabarito: 3. C 4. B 6. D 8. C 9. D 10. E 13. D 14. D 15. C

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Matemática

PROGRESSÃO GEOMÉTRICA

Uma progressão geométrica (abreviadamente, P. G.) é uma sequência numérica em que cada
termo, a partir do segundo, é igual ao produto do termo anterior por uma constante q. O
número q é chamado de razão da progressão geométrica.
Alguns exemplos de progressões geométricas:
• 1, 2, 4, 8, 16, ..., é uma progressão geométrica em que a razão é igual a 2.
• – 1, – 3, – 9, – 27, – 81, ..., é uma P.G. em que q = 3.
• 6, 6, 6, 6, 6, ..., é uma P.G. com q = 1.
• (3, 9, 27, 81, 243, ...) → é uma P.G. Crescente de razão q = 3
1
• (90, 30, 10, 10/3, ...) → é uma P.G. Decrescente de razão q =
3
Exemplo: (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, ...)

a2 2 a 4 a 8
q= = = 2 ou q = 3 = = 2 ou q = 4 = = 2 e assim por diante.
a1 1 a2 2 a3 4

Dica:
Observe que a razão é constante e pode ser calculada dividindo um termo qualquer
pelo seu antecessor.

CLASSIFICAÇÃO

Uma P.G. pode ser classificada em crescente, decrescente, constante ou oscilante dependendo
de como é a sua razão (q).
Exemplos:

I – (1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, ...) → CRESCENTE pois a2 > a1 , a3 > a2 e assim por diante;
II – ( – 1, – 3, – 9, – 27, – 81, ...) → DECRESCENTE pois a2 < a1 , a3 < a2 e assim por diante;

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III – (7, 7, 7, 7, 7, ...) → CONSTANTE pois q =1 e a2=a1 e assim por diante;
IV – (3, – 6, 12, – 24, 48, – 96, ...) → OSCILANTE pois há alternância dos sinais.

TERMO GERAL ou enésimo termo ou último termo

Numa P.G. de n termos, chamamos de termo geral ou enésimo termo o último termo ou o
termo genérico dessa sequência.

an = a1.qn-1 ou an = ap.qn-p

Atenção!

a20 = a1q19 ou a20 = a7.q13 ou a20=a14q6 ou a20 = a18q2

Exemplo Resolvido
Em uma progressão geométrica, temos que o 1º termo equivale a 4 e a razão igual a 3.
Determine o 8º termo dessa PG.
a8 = 4 .37
a8 = 4 . 2187
a8 = 8748 logo o 8º termo da PG descrita é o número 8748.

Faça Você:

1. Dada a progressão geométrica (5, 10, 20, 40, ...), determine:


a) razão b) oitavo termo c) a10 d) termo geral

2. Calcule a razão da P.G. na qual o primeiro termo vale 2 é o quarto termo vale 54.

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Matemática – Progressão Geométrica – Prof. Dudan

TERMO GERAL ou MÉDIO

Numa progressão geométrica, a partir do segundo termo, o termo central é a média geométrica
do termo antecessor e do sucessor, isto é an = an−1 .an+1
Exemplo Resolvido:
Na P.G (2,4,8,16,...) veremos que 4 = 2.8 ou 8 = 4.16 , etc.

Faça Você

3. Calcule a razão da P.G. (x – 2, x + 1, x + 7, ...).

4. Na P.G. cujos três primeiros termos são x – 10, x e 3x, o valor positivo de x é:
a) 15.
b) 10.
c) 5.
d) 20.
e) 45.

5. O primeiro termo de uma progressão geométrica em que a3 = 1 e a5 = 9 é:


a) 1
27
1
b)
9
c) 1
3
d) 1

e) 0

6. O quinto e o sétimo termo de uma P.G. de razão positiva valem respectivamente


10 e 16. O sexto termo desta P.G. é:
a) 13
b) 10
c) 4 10
d) 41
e) 40

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SOMA DOS FINITOS TERMOS

Caso deseja-se a soma de uma quantidade exata de termos, usaremos:

Exemplo:
Considerando a PG (3, 9, 27, 81, ...), determine a soma dos seus 7 primeiros elementos.

Faça Você:

7. Calcule a soma dos oito primeiros termos da progressão (3, 6, 12, 24, ...)

8. Calcule a soma dos 9 primeiros termos da série (2, 4, 8, 16,...)

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Matemática – Progressão Geométrica – Prof. Dudan

SOMA DOS INFINITOS TERMOS

Para calcular a soma de uma quantidade infinita de termos de uma P.G usaremos:

Dica:
Essa fórmula é usada quando o texto confirma o desejo pela soma de uma quantidade
infinita de termos e também quando temos 0 < q < 1.

Faça Você:

⎛ 3 3 ⎞.
9. Calcule a soma dos infinitos termos da progressão
⎜⎝ 6,3, 2 , 4 ,...⎟⎠

2x 4x 8x
10. Determine x, sendo x + + + +... = 12 .
3 9 27
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 6

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(x) (x)
11. O valor de x na igualdade x + + +... = 12 , é igual a:
3 9
a) 8
b) 9
c) 10
d) 11
e) n.d.a.
1 1 1
12. A soma da série infinita 1+ + + ... é:
5 25 125+
a) 6
5
b) 7
5
c) 5
4
d) 2
e) 7
4
⎛1 1 1 ⎞
13. A soma dos seis primeiros termos da PG ⎜ , , ,...⎟ é:
⎝ 3 6 12 ⎠
a) 12
33
15
b)
32
c) 21
33
d) 21
32
2
e)
3
14. Na 2ª feira, foram colocados 3 grãos de feijão num vidro vazio. Na 3ª feira, o vidro
recebeu 9 grãos, na 4ª feira, 27 e assim por diante. No dia em que recebeu 2187
grãos, o vidro ficou completamente cheio, isso ocorreu:
a) num sábado
b) num domingo
c) numa 2ª feira
d) no 10º dia
e) no 30º dia

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Matemática – Progressão Geométrica – Prof. Dudan

15. Considere que em julho de 1986 foi constatado que era despejada uma certa
quantidade de litros de poluentes em um rio e que, a partir de então, essa
quantidade dobrou a cada ano. Se hoje a quantidade de poluentes despejados
nesse rio é de 1 milhão de litros, há quantos anos ela era de 500 mil litros?
a) Nada se pode concluir, já que não é dada a quantidade despejada em 1986.
b) Seis.
c) Quatro.
d) Dois.
e) Um.

Gabarito: 4. A 5. B 6. C 10. C 11. A 12. C 13. D 14. B 15. E

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Matemática

FATORIAL

Ao produto dos números naturais começando em n e decrescendo até 1 denominamos de


fatorial de n e representamos por n!.

n! = n.(n - 1).(n - 2).(n - 3)..... 3. 2. 1

Exemplo:
7! = 7.6.5.4.3.2.1 12! = 12.11.10.9.8.7.6.5.4.3.2.1

Faça você

1. Determine:
a) 5! = b) 6! = c) 4! + 2! =
d) 6! − 5! = e) 3!2! = f) 5! − 3!=

Atenção!
a) (x + 4)! = ( ). ( ). ( ). ( )!
Cuidado!
b) (x - 4)! = ( ). ( ). ( ). ( )!
c) 10! = ( ). ( ). ( )!              1! = 1 e 0! = 1

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2. Simplifique:
a) b)

c) d)

e) f)

g) h)

i) j)

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Matemática

PRINCÍPIO DA CONTAGEM

Os primeiros passos da humanidade na Matemática estavam ligados à necessidade de


contagem de objetos de um conjunto, enumerando seus elementos. Mas as situações foram se
tornando mais complexas, ficando cada vez mais difícil fazer contagens a partir da enumeração
dos elementos.
A análise combinatória possibilita a resolução de problemas de contagem, importante no
estudo das probabilidades e estatísticas.
Problema: Para eleição de uma comissão de ética, há quatro candidatos a presidente (Adolfo,
Márcio, Bernardo e Roberta) e três a vice-presidente (Luana, Diogo e Carlos).
Quais são os possíveis resultados para essa eleição?

PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE RESULTADOS POSSÍVEIS PARA ELEIÇÃO

12
RESULTADOS
POSSÍVEIS
PARA ELEIÇÃO

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O esquema que foi montado recebe o nome de árvore das possibilidades, mas também
podemos fazer uso de tabela de dupla entrada:

VICE-PRESIDENTE


↓ PRESIDENTE L D C

A AL AD AC
M ML MD MC
B BL BD BC
R RL RD RC

Novamente, podemos verificar que são as 12 possibilidades de resultado para eleição.

PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO
Você sabe como determinar o número de possibilidades de ocorrência de um evento, sem
necessidade de descrever todas as possibilidades?
Vamos considerar a seguinte situação:
Edgar tem 2 calças (preta e azul) e 4 camisetas (marrom, verde, rosa e branca).
Quantas são as maneiras diferentes que ele poderá se vestir usando uma calça e uma camiseta?
Construindo a árvore de possibilidades:

CALÇAS CAMISETAS MANEIRAS DE EDGAR SE VESTIR

Edgar tem duas possibilidades de escolher uma calça. Para cada uma delas, são quatro as
possibilidades de escolher uma camiseta. Logo, o número de maneiras diferentes de Edgar se
vestir é 2.4 = 8.
Como o número de resultados foi obtido por meio de uma multiplicação, dizemos que foi
aplicado o PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO.
LOGO: Se um acontecimento ocorrer por várias etapas sucessivas e independentes, de tal modo
que:
•• p1 é o número de possibilidades da 1ª etapa;
•• p2 é o número de possibilidades da 2ª etapa;
.
.
.
•• pk é o número de possibilidades da k-ésima etapa;
Então o produto p1 . p2 ... pk é o número total de possibilidades de o acontecimento ocorrer.
•• De maneira mais simples poderíamos dizer que: Se um evento é determinado por duas
escolhas ordenadas e há “n” opções para primeira escolha e “m” opções para segunda, o
número total de maneiras de o evento ocorrer é igual a n.m.

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Matemática – Princípio da Contagem – Prof. Dudan

De acordo com o princípio fundamental da contagem, se um evento é composto por duas ou


mais etapas sucessivas e independentes, o número de combinações será determinado pelo
produto entre as possibilidades de cada conjunto.
EVENTO = etapa1 x etapa2 x etapa3 x ... etapan
Exemplo:
Vamos supor que uma fábrica produza motos de tamanhos grande, médio e pequeno, com
motores de 125 ou 250 cilindradas de potência. O cliente ainda pode escolher as seguintes
cores: preto, vermelha e prata. Quais são as possibilidades de venda que a empresa pode
oferecer?

Tipos de venda: 3 . 2 . 3 = 18 possibilidades

Tamanho Motor Cor


125 Preta
Grande Vermelha
250 Prata
125 Preta
Média Vermelha
250 Prata
125 Preta
Pequena Vermelha
150 Prata

Listando as possibilidades, tem-se:

Grande – 125 cc – preta Média – 125 cc – preta Pequena – 125 cc – preta


Grande – 125 cc – vermelha Média – 125 cc – vermelha Pequena – 125 cc – vermelha
Grande – 125 cc – prata Média – 125 cc – prata Pequena – 125 cc – prata
Grande – 250 cc – preta Média – 250 cc – preta Pequena – 250 cc – preta
Grande – 250 cc – vermelha Média – 250 cc – vermelha Pequena – 250 cc – vermelha
Grande – 250 cc – prata Média – 250 cc – prata Pequena – 250 cc – prata

Problema:
Os números dos telefones da cidade de Porto Alegre têm oito dígitos. Determine a quantidade
máxima de números telefônicos, sabendo que os números não devem começar com zero.
Resolução:
9 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 = 90.000.000
Problema:
Utilizando os números 1,2,3,4 e 5, qual é o total de números de cinco algarismos distintos que
consigo formar?
Resolução: 5 x 4 x 3 x 2 x 1 = 120

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1. Quantos e quais números de três algarismos distintos podemos formar com os
algarismos 1, 8 e 9?

2. Um restaurante oferece no cardápio 2 saladas distintas, 4 tipos de pratos de carne, 5


variedades de bebidas e 3 sobremesas diferentes. Uma pessoa deseja uma salada, um
prato de carne, uma bebida e uma sobremesa. De quantas maneiras a pessoa poderá
fazer o pedido?
a) 120.
b) 144.
c) 14.
d) 60.
e) 12.

3. Uma pessoa está dentro de uma sala onde há sete portas (nenhuma trancada). Calcule
de quantas maneiras distintas essa pessoa pode sair da sala e retornar sem utilizar a
mesma porta.
a) 7.
7

b) 49.
c) 42.
d) 14.
e) 8.

4. Para colocar preço em seus produtos, uma empresa desenvolveu um sistema


simplificado de código de barras formado por cinco linhas separadas por espaços.
Podem ser usadas linhas de três larguras possíveis e espaços de duas larguras possíveis.
O número total de preços que podem ser representados por esse código é:
a) 1.440.
b) 2.880.
c) 3.125.
d) 3.888.
e) 4.320.

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Matemática – Princípio da Contagem – Prof. Dudan

5. Uma melodia é uma sequência de notas musicais. Para compor um trecho de


três notas musicais sem as repetir, um músico pode utilizar as sete notas que
existem na escala musical. O número de melodias diferentes possíveis de
serem escritas é:
a) 3.
b) 21.
c) 35.
d) 210.
e) 5.040.

6. Quantos números inteiros positivos, com 3 algarismos significativos distintos, são


múltiplos de 5?
a) 128.
b) 136.
c) 144.
d) 162.
e) 648.

7. A figura abaixo pode ser colorida de diferentes maneiras, usando-se pelo menos duas
de quatro cores disponíveis.
Sabendo-se que duas faixas consecutivas não podem ter cores iguais, o número de
modos de colorir a figura é:

a) 12.
b) 24.
c) 48.
d) 72.
e) 108.

8. O número de frações diferentes entre si e diferentes de 1 que podem ser formados


com os números 3, 5, 7, 11, 13, 19 e 23 é
a) 35.
b) 42.
c) 49.
d) 60.
e) 120.

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9. Lucia está se preparando para uma festa e separou 5 blusas de cores diferentes
(amarelo, preto, rosa , vermelho e azul), 2 saias (preta, branca) e dois pares de
sapatos (preto e rosa). Se nem o sapato nem a blusa podem repetir a cor da
saia, de quantas maneiras Lucia poderá se arrumar para ir a festa?
a) 26.
b) 320.
c) 14.
d) 30.
e) 15.

10. Sidnei marcou o telefone de uma garota em um pedaço de papel a fim de marcar um
posterior encontro. No dia seguinte, sem perceber o pedaço de papel no bolso da
camisa que Sidnei usara, sua mãe colocou-a na máquina de lavar roupas, destruindo
assim parte do pedaço de papel e, consequentemente, parte do número marcado.
Então, para sua sorte, Sidnei se lembrou de alguns detalhes de tal número:
•• o prefixo era 2.204, já que moravam no mesmo bairro;
•• os quatro últimos dígitos eram dois a dois distintos entre si e formavam um número
par que começava por 67.
Nessas condições, a maior quantidade possível de números de telefone que satisfazem
as condições que Sidnei lembrava é:
a) 24.
b) 28.
c) 32.
d) 35.
e) 36.

Gabarito: 1. 6 2. A 3. C 4. D 5. D 6. B 7. E 8. B 9. C 10. B

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Matemática

PERMUTAÇÃO

Identificação

Sobra Alguém?

SIM NÃO

Importa a ordem entre PERMUTAÇÃO


os selecionados?

SIM NÃO
ARRANJO COMBINAÇÃO

Permutação Simples

É caracterizada por envolver todos os elementos, nunca deixando nenhum de fora. Muito
comum em questões que envolvem anagramas de palavras.

Fórmula: Pn = n!

Exemplo:

Quantos anagramas possui a palavra AMOR.


Um anagrama formado com A, M, O, R corresponde a qualquer permutação dessas letras, de
modo a formar ou não palavras.
Temos 4 possibilidades para a primeira posição, 3 possibilidades para a segunda posição, 2
possibilidades para a 3 posição e 1 possibilidade para a quarta posição.
Pelo princípio fundamental da contagem temos 4 * 3 * 2 * 1 = 24 possibilidades ou 24
anagramas.
Pela própria fórmula faremos P4 = 4! = 4.3.2.1= 24 anagramas.
Alguns anagramas: ROMA, AMRO, MARO, ARMO, MORA . . .

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Faça você:

1. Calcule:
a) P3 = b) P5 = c) P4 + P6 =

2. Quantos anagramas possui a palavra CHAPÉU?

3. Quantos anagramas possui a palavra GAUCHOS de modo que as vogais fiquem juntas?

4. Seis amigos – Ana, Bernardo, Carlos, Débora, Elisa e Fábio – estão sentados num banco de
uma praça. Calcule de quantas maneiras podemos dispô-los sendo que Ana, Bernardo e Carlos
sempre estejam juntos.

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Matemática – Permutação – Prof. Dudan

5. Carlos e Rose têm três filhos: Sérgio, Adriano e Fabíola. Eles querem tirar uma foto de recordação
na qual todos apareçam lado a lado. Quantas fotos diferentes podem ser registradas?

E se houver elementos repetidos??

Assim temos a Permutação com Repetição na qual deveremos “descontar “ os elementos


repetidos pois a troca de posição entre dois elementos repetidos não evidencia uma nova
estrutura.

Permutação com repetição

Atividade:

6. Calcule a quantidade de anagramas da palavra BANANA.

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7. Calcule de quantas maneiras podemos enfileirar três bolinhas brancas, uma preta e 2 azuis,
sendo todas as bolinhas indistinguíveis a não ser pela cor.

8. Uma pessoa dispõe de 4 livros de matemática, 2 livros de física e 3 livros de química, todos
distintos entre si. O número de maneiras diferentes de arrumar esses livros numa fileira de
modo que os livros de cada matéria fiquem sempre juntos é
a) 1728
b) 1287
c) 1872
d) 2781
e) 2000

9. De quantas maneiras distintas podem-se alinhar cinco estacas azuis idênticas, uma vermelha e
uma branca?
a) 12
b) 30
c) 42
d) 240
e) 5040

10. Se uma partida de futebol termina com o resultado de 5 gols para o time A e 3 gols para o
time B, existem diversas maneiras de o placar evoluir de 0x0 a 5x3. Por exemplo, uma evolução
poderia ser:
Quantas maneiras, no total, tem o placar de evoluir de 0x0 a 5x3?
a) 16
b) 24
c) 136
d) 48
e) 56

Gabarito: 1. a) 6 b) 120 c) 744 2. 720 3. 720 4. 144 5. 120 6. 60 7. 60 8. A 9. C 10. E

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Matemática

ARRANJO

Identificação

Arranjo

É uma seleção (não se usam todos ao mesmo tempo!!), em que a ordem faz diferença.
Muito comum em questões de criação de senhas, números, telefones, placas de carro,
competições, disputas, situações em que houver hierarquia.
Dica:
n!
Fórmula: Anp = Pode ser resolvido usando
(n−p)! o P. F da Contagem

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Calcule:

Exemplo:
Um cofre possui um disco marcado com os dígitos 0, 1, 2, ..., 9. O segredo do cofre é marcado
por uma sequência de 3 dígitos distintos. Se uma pessoa tentar abrir o cofre, quantas tentativas
deverá fazer (no máximo) para conseguir abri-lo?
Solução: As sequências serão do tipo xyz. Para a primeira posição teremos 10 alternativas, para
a segunda, 9 e para a terceira, 8. Podemos aplicar a fórmula de arranjos, mas pelo princípio
fundamental de contagem, chegaremos ao mesmo resultado:
10. 9. 8 = 720. Observe que 720 = A10,3

Método Prático
Esse método agilizará a resolução das questões.
Para isso basta usar a regra: rebobinar o “n” até o total de “p” itens.
Exemplos:

Exemplos:

1. Em uma escola está sendo realizado um torneio de futebol de salão, no qual dez times estão
participando. Quantos jogos podem ser realizados entre os times participantes em turno e
returno?

274 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Arranjo – Prof. Dudan

2. Dez atletas participarão de uma maratona. Determine a quantidade máxima de pódios


possíveis.

3. Determine a quantidade de números de quatro algarismos formados por dígitos pares distintos.
a) 96
b) 20
c) 40
d) 60
e) 24

4. Quantos números inteiros positivos, com 3 algarismos significativos distintos, são múltiplos de
5?
a) 128
b) 136
c) 144
d) 162
e) 648

5. O número de frações diferentes entre si e diferentes de 1 que podem ser formados com os
números 3, 5, 7, 11, 13, 19 e 23 é:
a) 35
b) 42
c) 49
d) 60
e) 120

6. Durante a Copa do Mundo, que foi disputada por 24 países, as tampinhas de Coca-Cola traziam
palpites sobre os países que se classificariam nos três primeiros lugares (por exemplo: primeiro
lugar, Brasil; segundo lugar, Nigéria; terceiro lugar, Holanda).

Se, em cada tampinha, os três países são distintos, quantas tampinhas diferentes poderiam
existir?
a) 69
b) 2024
c) 9562
d) 12144
e) 13824

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7. Uma melodia é uma sequência de notas musicais. Para compor um trecho de três notas
musicais sem repeti-las, um músico pode utilizar as sete notas que existem na escala musical. O
número de melodias diferentes possíveis de serem escritas é:
a) 3
b) 21
c) 35
d) 210
e) 5040

8. Quantas senhas com 4 letras diferentes podem ser formadas com as letras A, B, F, J, M, R, S:
a) 2401
b) 5040
c) 840
d) 120
e) 22

9. Num curso de pós-graduação, Marcos, Nélson, Osmar e Pedro são candidatos a representantes
da turma da qual fazem parte. Serão escolhidas duas dessas quatro pessoas: uma para
representante e a outra para ser o auxiliar desse representante. Quantas duplas diferentes de
representante e auxiliar podem ser formadas?
a) 24
b) 18
c) 16
d) 12
e) 6

10. Num pequeno pais, as chapas dos automóveis tem duas letras distintas seguidas de 3 algarismos
sem repetição. Considerando-se o alfabeto com 26 letras, o número de chapas possíveis de se
firmar é:
a) 1370
b) 39 000
c) 468 000
d) 676 000
e) 3 276 000

Gabarito: 1. 90 2. 720 3. A 4. B 5. B 6. D 7. D 8. C 9. D 10. C

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Matemática

COMBINAÇÃO

IDENTIFICAÇÃO

COMBINAÇÃO

É uma seleção (não se usam todos ao mesmo tempo!!) onde a ordem NÃO faz diferença.
Muito comum em questões de criação de grupos, comissões, agrupamentos onde não há
distinção pela ordem dos elementos escolhidos.
Fórmula:
Dica:
Só pode ser resolvido
usando a fórmula, mas
iremos aprender o método
prático!!

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Calcule:

Exemplo Resolvido:
Uma prova consta de 5 questões das quais o aluno deve resolver 2. De quantas formas ele
poderá escolher as 2 questões?
Solução: Observe que a ordem das questões não muda o teste. Logo, podemos concluir que se
trata de um problema de combinação.
Aplicando a fórmula chegaremos a:
C5,2 = 5! / [(5-2)! . 2!] = 5! / (3! . 2!) = 5.4.3.2.1. / 3.2.1.2! = 20/2 = 10

Método Prático e Combinação Complementar


Para não perder tempo, poderíamos aplicar o método prático:

Para isso basta usar a regra: rebobinar o “n” até o total de “p” itens e divide pelo “p” fatorial.
Calcule pelo Método Prático:

São combinações que tem o mesmo resultado final.

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Matemática – Combinação – Prof. Dudan

Ambos tem o mesmo resultado.

Dica:
Combinações
Complementares agilizam
os cálculos:
C 5,2 = C 5,3 pois 2 e 3 se
complementam para
somar 5.

Exemplo:
a) C20, 18 = C20 , 2
b) C9, 6 = C9, 3
c) C10, 4 = C 10 ,6

Questões:

1. Os 32 times que jogarão a copa do mundo 2014 no Brasil estão agrupados em oito grupos de
quatro seleções cada. As quatro seleções de cada grupo se enfrentarão uma única vez entre si
formando a primeira etapa da copa. Calcule a quantidade de jogos que cada grupo terá.

2. Sete amigos decidiram viajar juntos e durante uma das paradas ao longo da estrada, deveriam
ser escolhidos 3 deles para irem buscar comida no restaurante do posto de abastecimento.De
quantas maneiras essa escolha pode ser feita?

3. As 14 crianças de uma família serão separadas em grupos de 9, para participar da gincana da


quermesse da cidade onde vivem. De quantas maneiras as crianças poderão ser agrupadas?

4. Suponha que no Brasil existam “n” jogadores de vôlei de praia. O número de duplas que
podemos formar com esses jogadores é:

n
a) .
2
b) n + 2n .
2

2
n2 − 2n
c) .
4
n2 +n
d) .
2
e) n −n .
2

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5. Uma lanchonete dispõe de seis frutas tropicais diferentes para a venda de sucos. No cardápio
é possível escolher sucos com três ou quatro frutas misturadas. O número máximo de sucos
distintos que essa lanchonete poderá vender é de:
a) 720
b) 70
c) 150
d) 300
e) 35

6. Uma pizzaria permite que seus clientes escolham pizzas com 1, 2 ou 3 sabores diferentes
dentre os 7 sabores que constam no cardápio. O número de pizzas diferentes oferecidas por
essa pizzaria, considerando somente os tipos e número de sabores possíveis, é igual a:
a) 210
b) 269
c) 63
d) 70
e) 98

7. Em uma sala existem 10 pessoas, sendo 8 mulheres e 2 homens. O número de possibilidades de


formar, com essas 10 pessoas, um grupo que contenha exatamente 3 mulheres e 2 homens é:

a) C 38
5
b) C10
c) 2C 38
5
d) A10
e) A 38

8. Numa Câmara de Vereadores, trabalham 6 vereadores do partido A, 5 vereadores do partido


B e 4 vereadores do partido C. O número de comissões de 7 vereadores que podem ser
formadas, devendo cada comissão ser constituída de 3 vereadores do partido A, 2 do partido B
e 2 vereadores do partido C, é igual a:
a) 7
b) 36
c) 152
d) 1200
e) 28800

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Matemática – Combinação – Prof. Dudan

9. Uma associação recém-formada vai constituir uma diretoria composta de 1 presidente,


1 tesoureiro e 2 secretários. Entre os membros da associação, 6 deles se candidataram a
presidente, 4 outros se ofereceram para tesoureiro e 8 outros para a secretaria. O número de
maneiras distintas que se tem para a formação dessa diretoria é igual a:
a) 1344
b) 672
c) 432
d) 384
e) 192

10. Você faz parte de um grupo de 12 pessoas, 5 das quais deverão ser selecionadas para formar
um grupo de trabalho. De quantos modos você poderá fazer parte do grupo a ser formado?
a) 182
b) 330
c) 462
d) 782
e) 7920

Gabarito: 1. 6 2. 35 3. 2002 4. E 5. E 6. C 7. A 8. D 9. B 10. B

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Matemática

PROBABILIDADE

Denifinição

Eventos favoráveis
______________________________
Probabilidade =
Total de eventos

0≤P≤1

1. Se a probabilidade de chover num dia de um determinado período é 0,6, então:


a) Qual a probabilidade de não chover num desses dias?

b) Qual a probabilidade de chover dois dias seguidos?

2. Um sorteio consiste em escolher, aleatoriamente, uma letra da palavra CONCURSO.


Qual a probabilidade de retirar uma vogal nessa escolha?

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3. Escolhido ao acaso um elemento do conjunto dos divisores positivos de 60, a
probabilidade de que ele seja primo é:
a) 1/2
b) 1/3
c) 1/4
d) 1/5
e) 1/6

4. Em um recipiente existem 12 aranhas, das quais 8 são fêmeas. A probabilidade de se


retirar uma aranha macho para um experimento é:
a) 4

b) 1
4
c) 1
3
d) 1
2
e) 2
30

5. Numa roleta, há números de 0 a 36. Supondo que a roleta não seja viciada, então a
probabilidade de o número sorteado ser maior do que 25 é:
11
a) 36

b) 11
37
c) 25
36
d) 25
37
e) 12
37

6. Numa família com 9 filhas, a probabilidade de o décimo filho ser homem é:


a) 50%
b) 70%
c) 80%
d) 90%
e) 25%

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Matemática – Probabilidade Básica – Prof. Dudan

7. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o Ensino Médio há 10 anos se


encontraram em uma reunião comemorativa. Várias delas haviam se casado e
tido filhos. A distribuição das mulheres, de acordo com a quantidade de filhos,
é mostrada no gráfico abaixo.

Um prêmio foi sorteado entre todos os filhos dessas ex-alunas. A probabilidade de que
a criança premiada tenha sido um(a) filho(a) único(a) é:
a) 1
3
b) 1
4
c) 7
15
d) 7
23
e) 7
25
8. Em relação aos alunos de uma sala, sabe-se que 60% são do sexo feminino, 30% usam
óculos e 37,5% dos homens não usam óculos. Escolhendo-se, ao acaso, um aluno
dessa sala, a probabilidade de que seja uma mulher de óculos é:
a) 10%
b) 15%
c) 5%
d) 8%
e) 12%

9. Uma caixa contém bolas azuis, brancas e amarelas, indistinguíveis a não ser pela cor.
Na caixa existem 20 bolas brancas e 18 bolas azuis. Retirando-se ao acaso uma bola
da caixa, a probabilidade de ela ser amarela é 1/3. Então, o número de bolas amarelas
nessa caixa é de:
a) 18
b) 19
c) 20
d) 21
e) 22

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Casos Especiais

Probabilidade Condicional
Nesse caso o primeiro evento ocorre de maneira “livre” e condiciona os demais. Assim todos
ficam condicionados ao primeiro evento ocorrido.

10. Em uma gaveta, cinco pares diferentes de meias estão misturados. Retirando-
se ao acaso duas meias, a probabilidade de que sejam do mesmo par é de:
a) 1/10
b) 1/9
c) 1/5
d) 2/5
e) 1/2

11. Numa maternidade, aguarda-se o nascimento de três bebês. Se a probabilidade de


que cada bebê seja menino é igual à probabilidade de que cada bebê seja menina, a
probabilidade de que os três bebês sejam do mesmo sexo é:
a) 1/2
b) 1/3
c) 1/4
d) 1/6
e) 1/8

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Matemática – Probabilidade Básica – Prof. Dudan

Eventos Dependentes
São eventos que têm uma relação entre si e com isso conforme ocorrem, modificam o espaço
amostral e também os eventos favoráveis.

12. Um dado é lançado 3 vezes consecutivas. A probabilidade de que os 3


números obtidos sejam diferentes é:
a) 56

b) 58

c) 8
9

d) 3
8

e) 59

13. Numa gaiola estão 9 camundongos rotulados, 1, 2, 3, ..., 9. Selecionando-se


conjuntamente 2 camundongos ao acaso (todos têm igual possibilidade de serem
escolhidos), a probabilidade de que na seleção ambos os camundongos tenham rótulo
ímpar é:
a) 0,3777...
b) 0,47
c) 0,17
d) 0,2777...
e) 0,1333...

14. Uma pessoa tem em sua carteira oito notas de R$ 1, cinco notas de R$ 2 e uma nota de
R$ 5. Se ela retirar ao acaso três notas da carteira, a probabilidade de que as três notas
retiradas sejam de R$ 1 está entre:
a) 15% e 16%
b) 16% e 17%
c) 17% e 18%
d) 18% e 19%
e) 19% e 20%

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Probabilidade de “PELO MENOS UM” evento ocorrer

Probabilidade = 1 – P (Nnehuma vez)

Ramificação
No lançamento sucessivo de uma moeda 3 vezes ou de 3 moedas, quais as possíveis disposições?

15. Uma parteira prevê, com 50% de chance de acerto, o sexo de cada criança
que vai nascer. Num conjunto de três crianças, a probabilidade de ela acertar
pelo menos duas previsões é de:
a) 12,5%
b) 25%
c) 37,5%
d) 50%
e) 66,6%

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Matemática – Probabilidade Básica – Prof. Dudan

16. Um dado é lançado 3 vezes. A probabilidade de que a face 4 apareça ao


menos uma vez é:
a) 81
216

b) 91
216

c) 101
216

d) 111
216

e) 121
216

Gabarito: 1. * 2. * 3. C 4. C 5. B 6. A 7. B 8. C 9. B 10. B 11. C 12. E 13. D 14. A 15. D 16. B

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Matemática

GRÁFICO DE FUNÇÕES

A importância do estudo de função não é restrita apenas aos interesses da matemática, mas
colocado em prática em outras ciências, como a física e a química.
Na matemática, o estudo de função é dividido basicamente em:

•• Características, tipos e elementos de uma função.


•• Tipos de funções.

Nem sempre percebemos, mas estamos em contato com as funções no nosso dia a dia, por
exemplo:
Quando assistimos ou lemos um jornal, muitas vezes nos deparamos com um gráfico, que
nada mais é que uma relação, comparação de duas grandezas ou até mesmo uma função, mas
representada graficamente.
Para que esse gráfico tome forma é necessário que essa relação, comparação, seja representada
em uma função na forma algébrica.
Para dar início ao estudo de função é necessário o conhecimento de equações, pois todo o
desenvolvimento algébrico de uma função é resolvido através de equações.
Precisamos antes, definir “funções”:
É uma relação entre dois conjuntos, onde há uma relação entre cada um de seus elementos.
Também pode ser uma lei que para cada valor x é correspondido por apenas um e único
elemento y, também denotado por ƒ(x).

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Exemplo: Assinale abaixo se o gráfico representa ou não uma função.

1. Relacione adequadamente um gráfico a cada situação relatada:


a) Eu tinha acabado de sair de casa, quando percebi que havia esquecido meus livros; então
eu voltei para buscá-los.
b) Tudo ia bem até que o pneu furou.
c) Eu iniciei calmamente, mas aumentei a velocidade quando me dei conta de que iria me
atrasar.
d) Saí rapidamente de casa, mas comecei a andar mais lentamente para poder apreciar as
vitrines das lojas.

A alternativa que melhor relaciona os gráficos com as situações é:


a) 1 → d, 2 → b, 3 → a, 4→c
b) 1 → b, 2 → d, 3 → a, 4→c
c) 1 → d, 2 → b, 3 → c, 4→a
d) 1 → c, 2 → b, 3 → a, 4→d
e) 1 → d, 2 → a, 3 → b, 4→c

Gabarito: 1. A

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Matemática

FUNÇÃO PAR / ÍMPAR

Função é a relação do conjunto de chegada com o conjunto de partida, a forma que essa relação
assume poderá definir uma função como sendo par ou ímpar.

Função par

Será uma função par a relação onde elementos simétricos do conjunto do domínio tiverem a
mesma imagem no conjunto de chegada. Ou seja, uma função será par se f(x) = f(– x).
2
Por exemplo: a função A→B, com A = {– 2,– 1,0,1,2} e B = {1,2,5} definida pela fórmula f(x) = x +
1, obedece o seguinte diagrama:

Veja nesse diagrama que os elementos simétricos do domínio, como o 2 e – 2, possuem a


mesma imagem, o mesmo acontecendo com 1 e – 1.
Por isso, essa função é uma função par.

Outro exemplo:
Analise a função: f(x) = x2 – 1
Note que na função, temos:
f(–1) = (–1)2 – 1 = 1 – 1 = 0
f(1) = 1² – 1 = 1 – 1 = 0
f(–2) = (–2)² –1 = 4 – 1 = 3

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f(2) = 22 – 1 = 4 – 1 = 3 e com isso:
f(1) = f(– 1) = 0 e também
f(2) = f(– 2) = 3.
Observe no gráfico a simetria com o eixo Y.

Função ímpar

Será uma função ímpar a relação onde elementos simétricos do conjunto do domínio terão
imagens simétricas no conjunto de chegada. Ou seja, uma função será ímpar se:
f(– x) = – f(x).
Por exemplo: a função A→B, com A = {– 2,– 1,0,1,2} e B = {– 10,– 5,0,5,10} definida pela fórmula
f(x) = 5x, obedece o seguinte diagrama:

Veja que os elementos simétricos do conjunto A como – 2 e 2 possuem imagens simétricas, o


mesmo ocorrendo com – 1 e + 1.
Por isso, essa função é uma função ímpar.

294 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Função Par / Ímpar – Prof. Dudan

Outro exemplo:
Analisaremos a função f(x) = 2x
Nessa função, temos que:
f(– 2) = 2 . (– 2) = – 4
f(2) = 2 . 2 = 4
Assim:
f(– 2) = – 4 e f(2) = 4 , logo f(– 2) = – f(2)

Exemplos:

1. Classifique as funções a seguir em par, ímpar e nem par e nem ímpar.


a) f(x) = 3x
b) f(x) = x2 + 1
c) f(x) = – x3
d) y = 4x – 1
e) y = 7x4
f) f(x) = x2 – 4

www.acasadoconcurseiro.com.br 295
Gabarito: 1. a) ímpar / b) par / c) ímpar /d) nenhuma delas / e) par / f) par

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Matemática

FUNÇÃO CRESCENTE OU DECRESCENTE

As funções que são expressas pela lei de formação y = ax + b ou f(x) = ax + b, onde a e b


pertencem ao conjunto dos números reais, com a ≠ 0, são consideradas funções do 1º grau.
Esse tipo de função pode ser classificada de acordo com o valor do coeficiente a, se a > 0, a
função é crescente, caso a < 0, a função se torna decrescente.
Vamos analisar as seguintes funções com domínio no conjunto dos números reais, na medida
em que os valores de x aumentam.
Exemplo 1: f(x) = 3x

Quando temos numa função, os valores de x aumentando e os valores das imagens também
aumentando, nesse caso, diremos que a função é crescente.
Outros exemplos:

www.acasadoconcurseiro.com.br 297
Exemplo 2: f(x) = – 3x

Neste caso, os valores de x aumentam e os valores das imagens diminuem, e assim temos a
função decrescente.
Outro exemplo:

Mas será que esse conceito só pode ser aplicado em funções de 1º grau?

298 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Função Crescente ou Decrescente – Prof. Dudan

Exemplo 3: Classifique cada uma das funções seguintes em crescente ou decrescente:


a) y = 4x + 6

b) f(x) = – x + 10

Exemplo 4: A função real de variável real, definida por f (x) = (3 – 2a).x + 2, é crescente quando:
a) a > 0

3
b) a <
2

3
c) a =
2

3
d) a >
2

e) a < 3

Gabarito: 4. B

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Matemática

DOMÍNIO, IMAGEM E CONTRADOMÍNIO

→ Domínio da função, é o conjunto de todos os elementos x para os quais a função deve ser
definida.

→ Contradomínio da função, é o conjunto que contém os elementos que podem ser


relacionados a elementos do domínio. Em outras palavras, é o conjunto onde a função toma
valores.

→ Dentro do contradomínio, define-se o conjunto imagem da função, como o conjunto de


valores que efetivamente f(x) assume. O conjunto imagem é, pois, sempre um subconjunto do
contradomínio.

Exemplo: Nas funções abaixo defina domínio, contradomínio e imagem.

Como já vimos nos exemplos, o gráfico cartesiano de uma função é o conjunto de todos os
pontos (x,y) do plano que satisfazem a condição y = f(x).
Assim,resumidamente: domínio são os possíveis valores de “x” que podem ser utilizados e
imagem os possíveis valores de “y" que serão encontrados.
Exemplo: Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} criamos a função f: A → B
definida por f(x) = x + 5 que também pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é:

www.acasadoconcurseiro.com.br 301
O conjunto A é o conjunto de saída e o B é o conjunto de chegada.
Domínio é um sinônimo para conjunto de saída, ou seja, para esta função o domínio é o próprio
conjunto A = {1, 4, 7}.
Como, em uma função, o conjunto de saída (domínio) deve ter todos os seus elementos
relacionados (regra fundamental), não precisamos ter subdivisões para o domínio.
O conjunto de chegada "B", também possui um sinônimo, é chamado de contradomínio.
Note que podemos fazer uma subdivisão dentro do contradomínio (conjunto rosa da figura
acima). Podemos ter elementos do contradomínio que não são relacionados com algum
elemento do Domínio e outros que são. Por isso, devemos levar em consideração esta
subdivisão (esta é até mais importante do que o próprio contradomínio).
Este subconjunto é chamado de conjunto imagem, e é composto por todos os elementos em
que as flechas chegam.
O conjunto Imagem é representado por "Im", e é formado por cada ponto em que a flecha
chega.
•• Obs.: Note que existe uma diferença entre imagem e conjunto imagem, o primeiro é um
ponto em que a flecha de relacionamento toca, e o segundo é o conjunto de todos elementos
que as flechas tocam.
No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contra-domínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o
conjunto imagem é Im = {6, 9, 12} e:
•• a imagem do ponto x = 1 é y = 6, indicado por f(1) = 6;
•• a imagem do ponto x = 4 é y = 9, indicado por f(4) = 9;
•• a imagem do ponto x = 7 é y = 12, indicado por f(7) = 12.

Exemplo 1: Quantos elementos possui o conjunto imagem da função f(x) = x² -2x +1 ,


considerando que seu domínio é o conjunto D ={ - 2, - 1, 0, 1, 2}?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Gabarito: 1. E

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Matemática
Aula XX

RESTRIÇÃO DE DOMINIO

Uma função y = f(x) associa os valores de x e y através de uma lei, formando pares ordenados
pertencentes aos conjuntos domínio e contradomínio. Através de alguns exemplos, veremos
como determinar o domínio de uma função, isto é, descobrir quais os números que o “x” da
função não pode assumir para que a sua condição de existência não seja afetada.
Existem dois casos principais de condições de existência que devem ser respeitados e que
acarretam numa restrição do domínio.

Caso 1: Não existe divisão por zero

Sendo assim, em qualquer função, quando houver x no denominador, devemos garantir que a
estrutura da qual ele faz parte nunca resulte em zero.

Exemplo:
x −1
f(x) =
x+2

Nesse caso, devemos garantir que o denominador x + 2 não zere, logo temos que fazer
x+2≠0→x≠–2
Assim o dominio da função deixa de ser real (R) e passa a ser R – { – 2} (reais exceto o – 2).

Exemplo:
x−7
f(x) =
x − 5x + 6
2

Agora temos que garantir que x2 – 5x + 6 ≠ 0, para isso devemos calcular as raízes dessa estrutura:
2
x – 5x + 6, que são 2 e 3.
Assim é necessário que x ≠ 2 e x ≠ 3, pois esses valores iriam zerar a estrutura do denominador.
Logo o domínio fica restrito: D: R – {2;3}

www.acasadoconcurseiro.com.br 303
Caso 2: Não existe raiz de índice par de número negativo

Nesse caso, em toda função que tiver na sua estrutura uma raiz de índice par, temos que
garantir que o radicando não resulte em algo negativo.

Exemplo: f(x) = x − 4
Aqui precisamos garantir que x – 4 ≥ 0.
Pois raiz quadrada de numero negativo não pertence ao conjunto dos números reais.
Assim x ≥ 4, logo o domínio passa a ser D = {x E R / x ≥ 4}.

Exemplo: f(x) = 4 −2x + 6


Agora é necessário garantir que – 2x + 6 ≥ 0.
Pois raiz de índice par de numero negativo não pertence ao conjunto dos números reais.
Resolvendo: – 2x ≥ – 6
Daí temos que lembrar que, nesse caso especifico, devemos multiplicar toda a estrutura por
– 1, o que inverte os sinais e muda o sentido da desigualdade.
Assim 2x ≤ 6 → x ≤ 6/2 → x ≤ 3 logo o domínio passa a ser D = {x E R / x ≤ 3}.

Exemplo:
−7x + 4
f(x) =
−x + 4

Nesse caso especifico precisamos garantir que o denominador não zere e, ao mesmo tempo,
garantir também que a estrutura dentro da raiz não resulte em algo negativo.
Assim é preciso que: – x + 4 ≠ 0 e ao mesmo tempo – x + 4 ≥ 0, basta entendermos que, o que
de fato deve ser garantido, é que – x + 4 > 0.

Assim – x > – 4 e multiplicando tudo por – 1 , temos: X < 4


Logo o Domínio é D: {x E R / x < 4}

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Matemática

FUNÇÕES INJETORAS, SOBREJETORAS E BIJETORAS

Definição

Função injetora: uma função é injetora se os elementos distintos do domínio tiverem imagens
distintas. Por exemplo, dada a função f : A→B, tal que f(x) = 3x.

Função sobrejetora: uma função é sobrejetora se, e somente se, o seu conjunto imagem for
especificadamente igual ao contradomínio, Im = B. Por exemplo, se temos uma função f : Z→Z
definida por y = x + 1 ela é sobrejetora, pois Im = Z.

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Função bijetora: uma função é bijetora se ela é injetora e sobrejetora. Por exemplo, a função
f : A→B, tal que f(x) = 5x + 4.

Exemplo Resolvido:
a) Sobrejetora

f é sobrejetora pois Im(f) = CD(f).


A função é sobrejetora se a sua imagem for igual ao seu contradomínio.
b) Injetora

A cada elemento do conjunto A corresponde um elemento distinto do conjunto B. De modo


geral, uma função f : A B é injetora se, e somente se, para todo y existe um único x, tal que y =
f(x).

306 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Funções Injetoras, Sobrejetoras e Bijetoras – Prof. Dudan

c) Bijetora

Todos os elementos do contra domínio são imagens únicas dos elementos do domínio. De um
modo geral a função é bijetora quando é injetora e sobrejetora ao mesmo tempo.
Exemplos:

1. Assinale de acordo com os conceitos estudados


a)

b)

c)

www.acasadoconcurseiro.com.br 307
d)

2. Considere três funções f, g e h, tais que:


A função f atribui a cada pessoa do mundo, a sua idade.
A função g atribui a cada país, a sua capital
A função h atribui a cada número natural, o seu dobro.
Podemos afirmar que, das funções dadas, são injetoras:
a) f, g e h
b) feh
c) geh
d) apenas h
e) nenhuma delas

3. Classifique as funções em injetora, sobrejetora ou bijetora:


a) f: R→R / f(x) = x + 2
b) f: R→R / f(x) = x²
c) f: R+→R / f(x) = x²

Gabarito: 2. C 3. a) injetora, sobrejetora e bijetora / b) nem injetora e nem sobrejetora / c) Injetora

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Matemática

FUNÇÕES DE 1º GRAU

Chama-se função polinomial do 1º grau, ou função afim, a qualquer função f de IR em IR dada


por uma lei da forma :
onde a e b são números reais dados e a ≠ 0.
f (x) = ax + b
Seu gráfico é sempre uma reta.
a → Coeficiente angular, Parâmetro angular, Inclinação ou Declividade.
b → Coeficiente linear, Parâmetro linear ou Termo Independente.
Atenção!
O coeficiente linear b é o ponto de intersecção do eixo y.
O coeficiente angular a não é o ponto de intersecção do eixo x.
Veja alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau:
f(x) = 5x – 3, onde a = 5 e b = – 3
f(x) = – 2x – 7, onde a = – 2 e b = – 7
f(x) = – x, onde a = – 1 e b = 0
Exemplo:

1. Sendo f(x) = – 4x + 10, determine:


a) f(3)
b) f(0)
c) f(x) = 2
d) f(x) = 0

Coeficiente angular a:

a > 0 a<0
Reta CRESCENTE Reta DECRESCENTE

www.acasadoconcurseiro.com.br 309
•• Coeficiente linear b:

2. Sendo a função f(x) = mx + n que possui os pontos f(2) = 5 e f( – 1) = 2. Determine m e n.

3. Assinale as leis de formação das funções abaixo:

( ) f(x) = – 3/2 x ( ) f(x) = – 3x + 2


( ) f(x) = – 3/2 x +2 ( ) f(x) = 2x – 3
( ) f(x) = – 3x +2 ( ) f(x) = 2x – 1
( ) f(x) = – 2x + 3 ( ) f(x) = x – 2
( ) f(x) = – 2/3x ( ) f(x) = 2x – 2

310 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Funções de 1º Grau – Prof. Dudan

4. Uma função polinomial f do 1º grau é tal que f(3) = 6 e f(4) = 8. Portanto, o valor de f(10) é:
a) 16
b) 17
c) 18
d) 19
e) 20

5. A função geradora do gráfico abaixo é do tipo y = mx + n

Então, o valor de m³ + n é
a) 2
b) 3
c) 5
d) 8
e) 13

6. Considere a tabela a seguir, que apresenta dados sobre as funções g, h, k, m, f.


A função cujo gráfico está sobre uma mesma reta é
a) g
b) h
c) k
d) m
e) f

7. A tabela a seguir, obtida a partir de dados do Ministério do Meio Ambiente, mostra o cresci-
mento do número de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.
Se mantida, nos anos subseqüentes, a tendência linear de crescimento mostrada na tabela, o
número de espécies ameaçadas de extinção em 2011 será igual a:

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a) 461
b) 498
c) 535
d) 572
e) n.d.a

8. Em fevereiro, o governo da Cidade do México, metrópole com uma das maiores frotas de
automóveis do mundo, passou a oferecer à população bicicletas como opção de transporte.
Por uma anuidade de 24 dólares, os usuários têm direito a 30 minutos de uso livre por dia.
O ciclista pode retirar em uma estação e devolver em qualquer outra e, se quiser estender a
pedalada, paga 3 dólares por hora extra. Revista Exame. 21 abr. 2010.
A expressão que relaciona o valor f pago pela utilização da bicicleta por um ano, quando se
utilizam x horas extras nesse período é
a) f(x) = 3x
b) f(x) = 24
c) f(x) = 27
d) f(x) = 3x + 24
e) f(x) = 24x + 3

9. Em uma experiência realizada na aula de Biologia, um grupo de alunos mede o crescimento


de uma planta, em centímetros, todos os dias. Plotando os pontos (t,a), em que t corresponde
ao tempo em dias, e a corresponde à altura da planta em centímetros, os alunos obtiveram a
figura a seguir.
Se essa relação entre tempo e altura da planta for mantida, estima-se que, no 34º dia, a planta
tenha, aproximadamente,
a) 10 cm
b) 6 cm
c) 8 cm
d) 5 cm
e) 7 cm

10. O valor de um caminhão do tipo A novo é de R$ 90.000,00 e, com 4 anos de uso, é de


R$50.000,00. Supondo que o preço caia com o tempo, segundo uma função linear, o valor de
um caminhão do tipo A, com 2 anos de uso, em reais, é de
a) 40.000,00
b) 50.000,00
c) 60.000,00
d) 70.000,00
e) 80.000,00

Gabarito: 4. E 5. B 6. C 7. B 8. D 9. E 10. D

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Matemática

FUNÇÃO DE 2º GRAU

Definição

Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em IR


dada por uma lei da forma f(x) = ax² + bx + c, onde a, b e c são números reais e a ≠ 0.

f(x)=ax2+bx+c
O gráfico de uma função polinomial do 2º grau é uma curva chamada parábola.
Exemplos de função quadráticas:
f(x) = 3x² – 4x + 1, onde a = 3, b = – 4 e c = 1
f(x) = x² – 1, onde a = 1, b = 0 e c = – 1
f(x) = – x² + 8x, onde a = 1, b = 8 e c = 0
f(x) = – 4x², onde a = – 4, b = 0 e c = 0

→ Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, notaremos sempre que:


concavidade voltada para cima concavidade voltada para baixo

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→ Outra relação importante na função do 2º grau é o ponto onde a parábola corta o eixo y.
Verifica-se que o valor do coeficiente “c” na lei de formação da função corresponde ao valor do
eixo y onde a parábola o corta.

→ A análise do coeficiente "b" pode ser orientada pela analise de uma reta “imaginária” que
passa pelo “c” e pelo vértice. Assim:

Nos exemplos acima se a reta “imaginária” for crescente, b > 0 caso contrário b < 0 e no caso
em que o vértice e o “c” coincidem, teremos b = 0 e uma simetria em relação ao eixo Y.
Atenção!
A quantidade de raízes reais de uma função quadrática depende do valor obtido para o
radicando ∆ , chamado discriminante:
Se ∆ > 0, há duas raízes Se ∆ = 0, há duas raízes Se ∆ < 0, não há raiz real.
reais e distintas; reais e iguais;

314 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Função de 2º Grau – Prof. Dudan

Exemplo:

1. Complete as lacunas:

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2. Determine o valor de K para que a função f(x) = x² – kx + 9 tenha raízes reais e iguais.

Zero ou Raiz da Função

Chama-se zeros ou raízes da função polinomial do 2º grau f(x) = ax2 + bx + c, com a ≠ 0, os


números reais x tais que f(x) = 0.
Para determinar as raízes, aplica-se a chamada fórmula de Bhaskara:

x=
−b ± b2 − 4a.c
2a
,sendo =b2 − 4.a.c 
Exemplo:

3. Encontre as raízes de x² – 5x + 6.

SOMA E PRODUTO DAS RAÍZES

A soma e o produto das raízes da função quadrática são dados pelas fórmulas:

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Matemática – Função de 2º Grau – Prof. Dudan

4. Determine a soma e o produto das raízes das funções abaixo.


a) f(x) = x² + 5x + 6 b) y = – x² – 4 c) f(x) = 6x² – 4x + 1

Vértice da Parábola

O vértice da parábola constitui um ponto importante do gráfico, pois indica o ponto de valor
máximo e o ponto de valor mínimo. De acordo com o valor do coeficiente a, os pontos serão
definidos, observe:

Para determinar o ponto de máximo (quando a < 0) ou ponto de mínimo (quando a > 0):
V(XV,YV)

b Δ
XV = − YV = −
2a 4a
Atenção: Xv é o ponto médio das raízes reais.

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Exemplo:

5. Determine o vértice da parábola f(x) = 2x² – 8x + 5.

6. A função que define o lucro de uma empresa é L(x) = – 2x² + 32x + 10, sendo x o número de
peças vendidas e L o lucro em milhares de reais. Determine:
a) Qual o lucro na venda de 10 peças?

b) Quantas peças devem ser vendidas para obter o lucro máximo?

c) Qual o lucro máximo?

7. A expressão que define a função quadrática f(x), cujo gráfico está esboçado, é:
a) f(x) = –2x2 – 2x + 4
2
b) f(x) = x + 2x – 4
2
c) f(x) = x + x – 2
2
d) f(x) = 2x + 2x – 4
2
e) f(x) = 2x + 2x – 2

8. Considere a função f: ℜ → ℜ definida por


O valor de f(π) + f( 2 ) – f(1) é
a) π2+2 π -2
b) 2π + 2 2 – 2
c) π2 – 2
d) 2π + 1
e) 2 2 – π + 1

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Matemática – Função de 2º Grau – Prof. Dudan

9. Baseado no gráfico da função f(x) = ax2 + bx + c, com a, b, e c ∈! , pode-se afirmar que:


a) a > 0,  Δ < 0

b) a > 0,  Δ = 0

c) a > 0,  Δ > 0

d) a < 0,  Δ > 0

e) a < 0,  Δ = 0
2
10. A função f(x) = Ax + Bx + C, A ≠ 0 tem como gráfico a figura abaixo. Podemos então concluir
que:
a) A > 0, B2 < 4AC, C > 0
2
b) A > 0, B = 4AC, C > 0
2
c) A > 0, B > 4AC, C > 0
2
d) A < 0, B < 4AC, C < 0
2
e) A > 0, B < 4AC, C < 0

11. O movimento de um projétil, lançado para cima verticalmente, é descrito pela equação
2
y= – 40x + 200x. Onde y é a altura, em metros, atingida pelo projétil x segundos após
o lançamento. A altura máxima atingida e o tempo que esse projétil permanece no ar
corresponde, respectivamente, a:
a) 6,25 m, 5s
b) 250 m, 0s
c) 250 m, 5s
d) 250 m, 200s
e) 10.000 m , 5s

12. Na parábola y = 2x² – (m – 3)x + 5, o vértice tem abscissa 1. A ordenada do vértice é:


a) 3
b) 4
c) 5
d) 6
e) 7

Gabarito: 7. D 8. C 9. C 10. C 11. C 12. A

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Matemática

FUNÇÃO MODULAR

Definição

Função modular é aquela que associa a cada elemento x real um elemento |x|.
Para que o conceito de função fique claro adotamos a notação de uma função f(x) = |x|, como
sendo:

O gráfico de f(x) = |x| é semelhante ao gráfico de f(x) = x, sendo que a parte negativa do gráfico
será “refletida” sempre para um f(x) positivo.

Sendo assim sempre que modularmos TODA a função, teremos a parte abaixo do eixo “x”
refletindo em torno do próprio eixo “x”.

www.acasadoconcurseiro.com.br 321
Um outro exemplo para uma função modular seria a função modular do 2º grau, sendo f(x) =

|x2 – 4| , assim : logo temos o gráfico:

Exemplo:

1. Esboce o gráfico de f(x) = | x + 3 |

322 www.acasadoconcurseiro.com.br
Matemática – Função Modular – Prof. Dudan

2. Esboce o gráfico de f(x) = |x² – 5x + 6|

3. Esboce o gráfico de f(x) = |logx |

4. Seja o gráfico de f(x) dado abaixo, determine:

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a) | f(x) |

5. O gráfico em destaque representa uma função real y = f (x). Entre as alternativas dadas, assinale
a que melhor representa a função y   =    f(x   +  1) .

a)

b)

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Matemática – Função Modular – Prof. Dudan

c)

d)

e)

Gabarito: 5. C

www.acasadoconcurseiro.com.br 325
Matemática

FUNÇÃO COMPOSTA

Definição

A função composta pode ser entendida pela determinação de uma terceira função C, formada
pela junção das funções A e B.
Matematicamente falando, temos que f: A → B e g: B → C, denomina a formação da função
composta de g com f, h: A → C.
Dizemos função g composta com a função f, representada por g∘f.
Exemplos:
Ao considerarmos as funções f(x) = 4x e g(x) = x² + 5, determinaremos:
a) g∘f
(g∘f)(x) = g(f(x)) = g(4x) = (4x)² + 5 = 16x² + 5
Assim (g∘f)(x) = g(f(x)) = 16x² + 5
b) f∘g
(f∘g)(x) = f(g(x)) = f(x² + 5) = 4.(x² + 5) = 4x² + 20
Assim (f∘g)(x) = f(g(x)) = 4x² + 20
Exemplos:

1. Sendo f(x) = 2x – 4 e g(x) = x² – 3x + 1, determine:


a) (f∘g)(x)

b) (g∘f)(x)

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c) (f∘f)(x)

2. Sendo f(x) = 4x – 3 e g(x) = x² + 4x, determine g∘f( – 3).

3. Sejam f e g duas funções de R em R, tais que f(x) = 2x e g(x) = 2 – x. Então, o gráfico cartesiano
da função f (g(x)) + g (f(x)):
a) passa pela origem
b) corta o eixo x no ponto (– 4,0)
c) corta o eixo y no ponto (6,0)
d) tem declividade positiva
e) passa pelo ponto (1,2)
⎧2x-­‐6,  para  x ≥ 3.
4. Considere a função real f(x)   =   ⎨ O valor de f ⎣⎡ f(-­‐1)⎤⎦ é:
⎩3-­‐x,  para  x   <  3.
a) 2
b) 1
c) 0
d) – 1
e) – 2

5. As funções f (x) = 3− 4x e g(x) = 3x + m são tais que f(g(x)) = g(f(x)), qualquer que seja x real. O
valor de m é:
a) 9
4
5
b)
4
6
c) −
5
9
d)
5
2
e) −
3

Gabarito: 3. E 4. A 5. C

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Matemática

FUNÇÃO INVERSA

Definição

Em matemática, a função inversa de uma função f é, quando existe, uma função f -1 que associa
os valores de Y ( agora o domínio) aos respectivos valores de x (agora imagem).
Ou seja, o que era domínio na função original (o conjunto X neste caso, ilustrado abaixo) vira
imagem na função inversa, e o que era imagem na função original (Y, neste caso) vira domínio
Dado um conjunto X = {a, b, c, d ,e} e Y = { A, B, C , D , E}, definida como a função (f) que associa
cada letra minúscula ao seu correspondente em maiúsculo.

Assim temos uma função bijetora do tipo:


f = { (a,A) , (b,B) , (c,C) , (d,D) , (e,E) }
Onde o domínio de f é: Dom(f) = X e
Imagem de f é: Im(f) = Y.
Agora iremos definir uma função f-1 como sendo a função que associa cada letra maiúscula ao
seu correspondente em minúsculo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 329
Assim novamente temos uma função bijetora do tipo:
f = { (A.a) , (B,b) , (C,c) , (D,d) , (E,e) }
Onde o domínio de f é: Dom(f-1) = Y e
Imagem de f é: Im(f-1) = X.
Lembrando que função bijetora é aquela em que cada elemento do domínio está associado a
um elemento diferente no conjunto da imagem. Por ser bijetora essa função admite inversa.
Resumindo:
Se f é uma função bijetora assim para cada x tem-se um y correspondente, assim a inversa de f
é a função f-1 que define que para cada y teremos um correspondente x, ou seja, invertem-se os
pares ordenados.
Uma função que tenha inversa diz-se invertível. Se uma função for invertível, então tem uma
única inversa. Uma condição necessária e suficiente para que uma função seja invertível é que
seja bijetiva
Exemplo:

1. Dado os conjuntos A = {–2,–1,0,1,2} e B = {3, 4, 5, 6, 7} e a função A⧠B definida pela fórmula f(x)
= x + 5, veja o diagrama dessa função abaixo:

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Matemática – Função Inversa – Prof. Dudan

Então: f = { (–2, 3) ; (–1, 4) ; (0, 5) ; (1, 6) ; (2, 7)}


Essa função é bijetora, pois cada elemento do domínio está ligado com um elemento diferente
no conjunto imagem. Assim, podemos dizer que essa função, por ser bijetora, admite inversa.
A sua função inversa será indicada por f –1: B⧠A, e será preciso realizar a troca entre x e y na
função y = x + 5, dessa forma temos:
x = y + 5 ⧠ –y = –x + 5 ⧠ y = x – 5, portanto f –1(x) = x – 5.
Veja o diagrama abaixo:

Então: f –1(x)= {(3, –2); (4, –1) ; (5, 0); (6, 1) ; (7, 2)}
O que é domínio na função f vira imagem na f –1(x)e vice e versa.

2. Seja uma função bijetora f(x) = 3x + 6, teremos que a inversa de f(x), ou seja f-1(x), será
x − 6 , pois y = 3x + 6 → para a inversa x = 3y + 6 , então y = x − 6 .
f −1 (x) =
3 3

Se calcularmos f(3) temos f(3) = 3.3 + 6 = 15.


Agora ao calcularmos f-1(15) =
15− 6( =3. )
3

Assim percebe-se a relação entre a função e a sua inversa.


Consequência gráfica para este exemplo. (que pode ser generalizada)

www.acasadoconcurseiro.com.br 331
Ou seja, o gráfico da função e da sua inversa são simétricos em relação a primeira bissetriz.

3. Dada a função f(x) = 3x – 5, para determinarmos a sua inversa f -1(x) precisamos fazer uma troca
x e y na expressão y = 3x – 5. Assim teremos x = 3y – 5, logo:
x = 3y – 5
–3y = –x –5 (multiplicar por –1)
3y = x + 5
y= (x+5 )
3
( )
Portanto, a função f(x) = 3x – 5 terá inversa igual a f –1(x) = x + 5 .
3
4. Determine a inversa da função f(x) =
( )
2x + 3 5
, para x ≠ .
( )
3x − 5 3

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Matemática – Função Inversa – Prof. Dudan

5. Dada a função f(x) = 3x – b , o valor de b de modo que f-1(3) = 2 é:


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
-1 -1
6. Se f é a função inversa da função f ,com R em R, definida por f(x) = 3x – 2, entãof ( – 1) é igual
a:
a) -1

1
b) −
3
1
c) −
5
1
d)
5
1
e)
3

Gabarito: 5. C 6. E

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Matemática

Professor Edgar Abreu

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Matemática Financeira

PORCENTAGEM – TAXA UNITÁRIA

DEFINIÇÃO: Quando pegamos uma taxa de juros e dividimos o seu valor por 100, encontramos
a taxa unitária.
A taxa unitária é importante para nos auxiliar a desenvolver todos os cálculos em matemática
financeira.
Pense na expressão 20% (vinte por cento), ou seja, esta taxa pode ser representada por uma
fração, cujo o numerador é igual a 20 e o denominador é igual a 100.
COMO FAZER AGORA É A SUA VEZ:

10
10% = = 0,10
100 15%
20 20%
20% = = 0,20
100 4,5%
5
5% = = 0,05 254%
100
0%
38
38% = = 0,38 22,3%
100
1,5 60%
1,5% = = 0,015
100 6%
230
230% = = 2,3
100

FATOR DE CAPITALIZAÇÃO

Vamos imaginar que certo produto sofreu um aumento de 20% sobre o seu valor inicial. Qual o
novo valor deste produto?
Claro que se não soubermos o valor inicial deste produto fica complicado para calcularmos,
mas podemos fazer a afirmação a seguir:
O produto valia 100% sofreu um aumento de 20%, logo está valendo 120% do seu valor inicial.
Como vimos no tópico anterior (1.1 taxas unitárias), podemos calcular qual o fator que podemos
utilizar para determinarmos o novo preço deste produto, após o acréscimo.

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120
Fator de Capitalização = = 1,2
100

O Fator de capitalização trata-se de um número no qual devo multiplicar o meu produto para
obter como resultado final o seu novo preço, acrescido do percentual de aumento que desejo
utilizar.
Assim se o meu produto custava R$ 50,00, por exemplo, basta multiplicar R$ 50,00 pelo fator
de capitalização 1,2 para conhecer seu novo preço, neste exemplo será de R$ 60,00.
CALCULANDO O FATOR DE CAPITALIZAÇÃO: Basta somar 1 com a taxa unitária, lembre-se que
1 = 100/100 = 100%

COMO CALCULAR:
o Acréscimo de 45% = 100% + 45% = 145% = 145/ 100 = 1,45
o Acréscimo de 20% = 100% + 20% = 120% = 120/ 100 = 1,2
ENTENDENDO O RESULTADO:
Para aumentar o preço do meu produto em 20% devo multiplicar por 1,2.
Exemplo: um produto que custa R$ 1.500,00 ao sofrer um acréscimo de 20% passará a custar
1.500 x 1,2 (fator de capitalização para 20%) = R$ 1.800,00.

COMO FAZER:

130
Acréscimo de 30% = 100% + 30% = 130% = = 1,3
100
115
Acréscimo de 15% = 100% + 15% = 115% = = 1,15
100
103
Acréscimo de 3% = 100% + 3% = 103% = = 1,03
100
300
Acréscimo de 200% = 100% + 200% = 300% = =3
100

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Matemática Financeira – Porcentagem – Prof. Edgar Abreu

1. AGORA É A SUA VEZ:

Acréscimo Cálculo Fator


15%
20%
4,5%
254%
0%
22,3%
60%
6%

FATOR DE DESCAPITALIZAÇÃO

Vamos imaginar que certo produto sofreu um desconto de 20% sobre o seu valor inicial. Qual o
novo valor deste produto?
Claro que se não soubermos o valor inicial deste produto fica complicado para calcularmos,
mas podemos fazer a afirmação a seguir:
O produto valia 100% sofreu um desconto de 20%, logo está valendo 80% do seu valor inicial.
Como vimos no tópico anterior (1.1 taxas unitárias), podemos calcular qual o fator que
conseguimos utilizar para aferir o novo preço deste produto, após o acréscimo.

80
Fator de Descapitalização = = 0,8
100
O Fator de descapitalização trata-se de um número no qual devo multiplicar o meu produto
para obter como resultado final o seu novo preço, considerando o percentual de desconto que
desejo utilizar.
Assim se o meu produto custava R$ 50,00, por exemplo, basta multiplicar R$ 50,00 pelo fator
de descapitalização 0,8 para conhecer seu novo preço, neste exemplo será de R$ 40,00.
CALCULANDO O FATOR DE DESCAPITALIZAÇÃO: Basta subtrair o valor do desconto expresso
em taxa unitária de 1, lembre-se que 1 = 100/100 = 100%
COMO CALCULAR:
o Desconto de 45% = 100% – 45% = 65% = 55/ 100 = 0,55
o Desconto de 20% = 100% – 20% = 80% = 80/ 100 = 0,8

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ENTENDENDO O RESULTADO:
Para calcularmos um desconto no preço do produto de 20% devemos multiplicar o valor deste
produto por 0,80.
Exemplo: um produto que custa R$ 1.500,00 ao sofrer um desconto de 20% passará a custar
1.500 x 0,80 (fator de descapitalização para 20%) = R$ 1.200,00.
COMO FAZER:

70
Desconto de 30% = 100% − 30% = 70% = = 0,7
100
85
Desconto de 15% = 100% − 15% = 85% = = 0,85
100
97
Desconto de 3% = 100% − 3% = 97% = = 0,97
100
50
Desconto de 50% = 100% − 50% = 50% = = 0,5
100

2. AGORA É A SUA VEZ:

Desconto Cálculo Fator


15%
20%
4,5%
254%
0%
22,3%
60%
6%

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Matemática Financeira

ACRÉSCIMO E DESCONTO SUCESSIVO

Temas muito comuns abordados nos concursos são os acréscimos e os descontos sucessivos.
Isto acontece pela facilidade que os candidatos têm em se confundir ao resolver uma questão
deste tipo.
O erro cometido neste tipo de questão é básico, o de somar ou subtrair os percentuais, sendo
que na verdade o candidato deveria multiplicar os fatores de capitalização e descapitalização.
Vejamos abaixo um exemplo de como é fácil se confundir se não tivermos estes conceitos bem
definidos:
Exemplo:
Os bancos vêm aumentando significativamente as suas tarifas de manutenção de contas.
Estudos mostraram um aumento médio de 30% nas tarifas bancárias no 1º semestre de 2009 e
de 20% no 2º semestre de 2009. Assim podemos concluir que as tarifas bancárias tiveram em
média suas tarifas aumentadas em:
a) 50%
b) 30%
c) 150%
d) 56%
e) 20%
Ao ler esta questão, muitos candidatos se deslumbram com a facilidade e quase por impulso
marcam como certa a alternativa “a” (a de “apressadinho”).
Ora, estamos falando de acréscimo sucessivo, vamos considerar que a tarifa média mensal de
manutenção de conta no início de 2009 seja de R$ 10,00, logo teremos:
Após receber um acréscimo de 30%
10,00 x 1,3 (ver tópico 1.3) = 13,00
Agora vamos acrescentar mais 20% referente ao aumento dado no 2º semestre de 2009.
13,00 x 1,2 (ver tópico 1.3) = 15,60
Ou seja, as tarifas estão 5,60 mais caras que o início do ano.
Como o valor inicial das tarifas eram de R$ 10,00, concluímos que as mesmas sofreram uma
alta de 56% e não de 50% como achávamos anteriormente.

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COMO RESOLVER A QUESTÃO ANTERIOR DE UMA FORMA MAIS DIRETA:
Basta multiplicar os fatores de capitalização, como aprendemos no tópico 1.3
•• Fator de Capitalização para acréscimo de 30% = 1,3
•• Fator de Capitalização para acréscimo de 20% = 1,2
1,3 x 1,2 = 1,56
Como o produto custava inicialmente 100% e sabemos que 100% é igual a 1 (ver
módulo 1.2)
Logo as tarifas sofreram uma alta média de: 1,56 – 1 = 0,56 = 56%.

COMO FAZER
Exemplo 1.5.2: Um produto sofreu em janeiro de 2009 um acréscimo de 20% sobre o seu valor,
em fevereiro outro acréscimo de 40% e em março um desconto de 50%. Neste caso podemos
afirmar que o valor do produto após a 3ª alteração em relação ao preço inicial é:
a) 10% maior
b) 10 % menor
c) Acréscimo superior a 5%
d) Desconto de 84%
e) Desconto de 16%
Resolução:
Aumento de 20% = 1,2
Aumento de 40% = 1,4
Desconto de 50% = 0,5
Assim: 1,2 x 1,4 x 0,5 = 0,84 (valor final do produto)
Como o valor inicial do produto era de 100% e 100% = 1, temos:
1 – 0,84 = 0,16
Conclui-se então que este produto sofreu um desconto de 16% sobre o seu valor inicial.
(Alternativa E)
Exemplo O professor Ed perdeu 20% do seu peso de tanto “trabalhar” na véspera da prova do
concurso público da CEF, após este susto, começou a se alimentar melhor e acabou aumentando
em 25% do seu peso no primeiro mês e mais 25% no segundo mês. Preocupado com o excesso
de peso, começou a fazer um regime e praticar esporte e conseguiu perder 20% do seu peso.
Assim o peso do professor Ed em relação ao peso que tinha no início é:

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Matemática Financeira – Acréscimos e Descontos – Prof. Edgar Abreu

a) 8% maior
b) 10% maior
c) 12% maior
d) 10% menor
e) Exatamente igual
Resolução:
Perda de 20% = 0,8
Aumento de 25% = 1,25
Aumento de 25% = 1,25
Perda de 20% = 0,8
Assim: 0,8 x 1,25 x 1,25 x 0,8 = 1
Conclui-se então que o professor possui o mesmo peso que tinha no início. (Alternativa E).

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Matemática Financeira

TAXA PROPORCIONAL
Calculada em regime de capitalização SIMPLES: Resolve-se apenas multiplicando ou dividindo
a taxa de juros:
Exemplo 2.1: Qual a taxa de juros anual proporcional a taxa de 2% ao mês?
Resposta: Se temos uma taxa ao mês e procuramos uma taxa ao ano, basta multiplicarmos essa
taxa por 12, já que um ano possui 12 meses.
Logo a taxa proporcional é de 2% x 12 = 24% ao ano.
Exemplo 2.2: Qual a taxa de juros bimestral proporcional a 15% ao semestre?
Resposta: Neste caso temos uma taxa ao semestre e queremos transformá-la em taxa bimestral.
Note que agora essa taxa vai diminuir e não aumentar, o que faz com que tenhamos que dividir
essa taxa ao invés de multiplicá-la, dividir por 3, já que um semestre possui 3 bimestres.
15%
Assim a taxa procurada é de = 5% ao bimestre.
3

COMO FAZER

TAXA TAXA PROPORCIONAL


25% a.m (ao mês) 300% a.a (ao ano)
15% a.tri (ao trimestre) 5% a.m
60% a. sem (ao semestre) 40% ao. Quad. (quadrimestre)
25% a.bim (ao bimestre) 150% (ao ano)

AGORA É A SUA VEZ

QUESTÕES TAXA TAXA PROPORCIONAL


2.1.1 50% a.bim. ___________a.ano
2.1.2 6% a.mês _________a.quad.
2.1.3 12% a.ano _________ a.Trim.
2.1.4 20% a. quadri. __________a.Trim.

Gabarito: 2.1.1. 300% 2.1.2. 24% 2.1.3 3% 2.1.4 15%

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Matemática Financeira

TAXA EQUIVALENTE

Calculada em regime de capitalização COMPOSTA. Para efetuar o cálculo de taxas equivalentes


é necessário utilizar uma fórmula.
Para facilitar o nosso estudo iremos utilizar a ideia de capitalização de taxas de juros de uma
forma simplificada e mais direta.
Exemplo: Qual a taxa de juros ao bimestre equivalente a taxa de 10% ao mês?
1º passo: Transformar a taxa de juros em unitária e somar 1 (100%). Assim:
1 + 0,10 = 1,10
2º passo: elevar esta taxa ao período de capitalização. Neste caso 2, pois um bimestre possui
dois meses.
(1,10)2 = 1,21
3º passo: Identificar a taxa correspondente.
1,21 = 21%

Exemplo: Qual a taxa de juros ao semestre equivalente a taxa de 20% ao bimestre?


1º passo: Transformar a taxa de juros em unitária e somar 1 (100%). Assim:
1 + 0,20 = 1,20
2º passo: elevar esta taxa ao período de capitalização. Neste caso 3, pois um semestre possui
três bimestres.
(1,20)3 = 1,728
3º passo: Identificar a taxa correspondente.
1,728 = 72,8%

COMO FAZER

10% a.m equivale a:


Ao Bimestre (1,1)2 = 1,21 = 21%
3
Ao Trimestre (1,1) = 1,331 = 33,10%

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20% a.bim equivale a:
Ao Quadrimestre (1,2)2 = 1,44 = 44%
3
Ao Semestre (1,2) = 1,728 = 72,8%

AGORA É A SUA VEZ

QUESTÃO 1 QUESTÃO 2
21% a.sem. equivale a: 30% a.mês. equivale a:
Ao Ano Ao Bimestre
Ao Trimestre Ao Trimestre

Gabarito: 1. 46,41% ao ano e 10% ao trimestre 2. 69% ao bimestre e 119,7% ao trimestre.

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Matemática Financeira

CAPITALIZAÇÃO SIMPLES X CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

A definição de capitalização é uma operação de adição dos juros ao capital. Bom, vamos
adicionar estes juros ao capital de duas maneiras, uma maneira simples e outra composta e
depois comparamos.
Vamos analisar o exemplo abaixo:
Exemplo: José realizou um empréstimo de antecipação de seu 13º salário no Banco do Brasil no
valor de R$ 100,00 reais, a uma taxa de juros de 10% ao mês. Qual o valor pago por José se ele
quitou o empréstimo após 5 meses, quando recebeu seu 13º?
Valor dos juros que este empréstimo de José gerou em cada mês.
Em juros simples, os juros são cobrados sobre o valor do empréstimo (capital)

CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA
MÊS JUROS COBRADO SALDO DEVEDOR
1º 10% de R$ 100,00 = R$ 10,00 R$ 100,00 + R$ 10,00 = R$ 110,00
2º 10% de R$ 100,00 = R$ 10,00 R$ 110,00 + R$ 10,00 = R$ 120,00
3º 10% de R$ 100,00 = R$ 10,00 R$ 120,00 + R$ 10,00 = R$ 130,00
4º 10% de R$ 100,10 = R$ 10,00 R$ 130,00 + R$ 10,00 = R$ 140,00
5º 10% de R$ 100,00 = R$ 10,00 R$ 140,00 + R$ 10,00 = R$ 150,00

Em juros composto, os juros são cobrados sobre o saldo devedor (capital + juros do período
anterior)

CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA
MÊS JUROS COBRADO SALDO DEVEDOR
1º 10% de R$ 100,00 = R$ 10,00 R$ 100,00 + R$ 10,00 = R$ 110,00
2º 10% de R$ 110,00 = R$ 11,00 R$ 110,00 + R$ 11,00 = R$ 121,00
3º 10% de R$ 121,00 = R$ 12,10 R$ 121,00 + R$ 12,10 = R$ 133,10
4º 10% de R$ 133,10 = R$ 13,31 R$ 133,10 + R$ 13,31 = R$ 146,41
5º 10% de R$ 146,41 = R$ 14,64 R$ 146,41 + R$ 14,64 = R$ 161,05

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Assim notamos que o Sr. josé terá que pagar após 5 meses R$ 150,00 se o banco cobrar juros
simples ou R$ 161,05 se o banco cobrar juros compostos.

GRÁFICO DO EXEMPLO

Note que o crescimento dos juros compostos é mais rápido que os juros simples.

JUROS SIMPLES

FÓRMULAS:

CÁLCULO DOS JUROS CÁLCULO DO MONTANTE

J=Cxixt M = C x (1 + i x t)
OBSERVAÇÃO: Lembre-se que o Montante é igual ao Capital + Juros
Onde:
J = Juros
M = Montante
C = Capital (Valor Presente)
i = Taxa de juros;
t = Prazo.
A maioria das questões relacionadas a juros simples podem ser resolvidas sem a necessidade
de utilizar fórmula matemática.

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Matemática Financeira – Juros Simples – Prof. Edgar Abreu

APLICANDO A FÓRMULA
Vamos ver um exemplo bem simples aplicando a fórmula para encontrarmos a solução.
Exemplo: Considere um empréstimo, a juros simples, no valor de R$ 100 mil, prazo de 3 meses
e taxa de 2% ao mês. Qual o valor dos juros?
Dados do problema:
C = 100.000,00
t = 3 meses
i = 2% ao mês
OBS: Cuide para ver se a taxa e o mês estão em menção período. Neste exemplo não tem
problema para resolver, já que tanto a taxa quanto o prazo foram expressos em meses.
J=Cxixt
J = 100.000 x 0,02 (taxa unitária) x 3
J = 6.000,00
Resposta: Os juros cobrado será de R$ 6.000,00

RESOLVENDO SEM A UTILIZAÇÃO DE FÓRMULAS:


Vamos resolver o mesmo exemplo 3.2.1, mas agora sem utilizar fórmula, apenas o conceito de
taxa de juros proporcional.
Resolução:
Sabemos que 6% ao trimestre é proporcional a 2% ao mês.
Logo os juros pagos será de 6% de 100.000,00 = 6.000,00

PROBLEMAS COM A RELAÇÃO PRAZO X TAXA


Agora veremos um exemplo onde a taxa e o prazo não são dados em uma mesma unidade,
necessitando assim transformar um deles para dar continuidade a resolução da questão.
Sempre que houver uma divergência de unidade entre taxa e prazo é melhor alterar o prazo
do que mudar a taxa de juros. Para uma questão de juros simples, esta escolha é indiferente,
porém caso o candidato se acostume a alterar a taxa de juros, irá encontrar dificuldades para
responder as questões de juros compostos, pois estas as alterações de taxa de juros não são
simples, proporcional, e sim equivalentes.
Exemplo 3.2.2 Considere um empréstimo, a juros simples, no valor de R$ 100 mil, prazo de 3
meses e taxa de 12% ao ano. Qual o valor dos juros?

www.acasadoconcurseiro.com.br 351
Dados:
C = 100.000,00
t = 3 meses
i = 12% ao ano
Vamos adaptar o prazo em relação a taxa. Como a taxa está expressa ao ano, vamos transformar
o prazo em ano. Assim teremos:
C = 100.000,00
t = 3 meses =

i = 12% ao ano
Agora sim podemos aplicar a fórmula
J=Cxixt
J = 100.000 x 0,12 x

J = 3.000,00

ENCONTRANDO A TAXA DE JUROS


Vamos ver como encontrar a taxa de juros de uma maneira mais prática. Primeiramente vamos
resolver pelo método tradicional, depois faremos direto.
Exemplo 3.2.3 Considere um empréstimo, a juros simples, no valor de R$ 100 mil, sabendo que
o valor do montante acumulado em após 1 semestre foi de 118.000,00. Qual a taxa de juros
mensal cobrada pelo banco.
Como o exemplo pede a taxa de juros ao mês, é necessário transformar o prazo em mês. Neste
caso 1 semestre corresponde a 6 meses, assim:
Dados:
C = 100.000,00
t = 6 meses
M = 118.000,00
J = 18.000,00 (Lembre-se que os juros é a diferença entre o Montante e o Capital)
Aplicando a fórmula teremos:
18.000 = 100.000 x 6 x i
18.000 18.000
i= = = 0,3
100.000x6 600.000

i = 3% ao mês

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Matemática Financeira – Juros Simples – Prof. Edgar Abreu

Agora vamos resolver esta questão sem a utilização de fórmula, de uma maneira bem simples.
Para saber o valor dos juros acumulados no período, basta dividirmos o montante pelo capital:
Juros acumulado = 18.000 = 1,18
100.000
Agora subtraimos o valor do capital da taxa de juros (1 = 100%) e encontramos:
1,18 – 1 = 0,18 = 18%
18% são os juros do período de um semestre, para encontrar o juros mensal, basta calcular a
taxa proporcional e assim encontrar 3 % ao mês.

ESTÃO FALTANDO DADOS?


Alguns exercícios parecem não informar dados suficientes para resolução do problema. Coisas
do tipo: O capital dobrou, triplicou, o dobro do tempo a metade do tempo, o triplo da taxa
e etc. Vamos ver como resolver este tipo de problema, mas em geral é bem simples, basta
atribuirmos um valor para o dado que está faltando.
Exemplo: Um cliente aplicou uma certa quantia em um fundo de investimento em ações. Após
8 meses resgatou todo o valor investido e percebeu que a sua aplicação inicial dobrou. Qual a
rentabilidade média ao mês que este fundo rendeu?
Para quem vai resolver com fórmula, a sugestão é dar um valor para o capital e assim teremos
um montante que será o dobro deste valor. Para facilitar o cálculo vamos utilizar um capital
igual a R$ 100,00, mas poderia utilizar qualquer outro valor.
Dados:
C = 100,00
t = 8 meses
M = 200,00 (o dobro)
J = 100,00 (Lembre-se que os juros é a diferença entre o Montante e o Capital)
Substituindo na fórmula teremos:
100 = 100 x 8 x i
i = 100 = 100 = 0,125
100x8 800

i = 12,5% ao mês

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COMO RESOLVER
Exemplo: A que taxa de juros simples, em porcento ao ano, deve-se emprestar R$ 2 mil, para
que no fim de cinco anos este duplique de valor?
Dados:
C = 2.000,00
t = 5 anos
M = 4.000,00 (o dobro)
J = 2.000,00 (Lembre-se que os juros é a diferença entre o Montante e o Capital)
i = ?? a.a

Substituindo na fórmula teremos


2.000 = 2.000 x 5 i
2.000 2000
i= = = 0,2
2.000x5 10.000

i = 20% ao ano
Exemplo: Considere o empréstimo de R$ 5 mil, no regime de juros simples, taxa de 2% ao mês
e prazo de 1 ano e meio. Qual o total de juros pagos nesta operação?
Dados:
C = 5.000,00
i = 2 % ao mês
t = 1,5 anos = 18 meses
J = ???
Substituindo na fórmula teremos
J = 5.000 x 18 x 0,02
J = 1.800,00

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Matemática Financeira

JUROS COMPOSTOS

FÓRMULAS:

CÁLCULO DOS JUROS CÁLCULO DO MONTANTE

J=M–C M = C x (1 + i)t
OBSERVAÇÃO: Lembre-se que o Montante é igual ao Capital + Juros.
Onde:
J = Juros
M = Montante
C = Capital (Valor Presente)
i = Taxa de juros
t = Prazo

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DE JUROS COMPOSTOS

Como notamos na fórmula de juros compostos, a grande diferença para juros simples é que o
prazo (variável t ) é uma potência da taxa de juros e não um fator multiplicativo.
Assim poderemos encontrar algumas dificuldades para resolvermos questões de juros
compostos em provas de concurso público, onde não é permitido o uso de equipamentos
eletrônicos que poderiam facilitar estes cálculos.
Por este motivo, juros compostos podem ser cobrados de 3 maneiras nas provas de concurso
público.
1. Questões que necessitam da utilização de tabela.
2. Questões que são resolvidas com substituição de dados fornecidas na própria questão.
3. Questões que possibilitam a resolução sem a necessidade de substituição de valores.
Vamos ver um exemplo de cada uma dos modelos.

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JUROS COMPOSTOS COM A UTILIZAÇÃO DE TABELA

Este método de cobrança de questões de matemática financeira já foi muito utilizado em


concurso público, porém hoje são raras as provas que fornecem tabela para cálculo de juros
compostos. Vamos ver um exemplo.
Exemplo: Considere um empréstimo, a juros compostos, no valor de R$ 100 mil, prazo de 8
meses e taxa de 10% ao mês. Qual o valor do montante?
Dados do problema:
C = 100.000,00
t = 8 meses
i = 10% ao mês
t
M = C x (1 + i)
M = 100.000 x (1 + 0,10)8
8
M = 100.000 x (1,10)
O problema está em calcular 1,10 elevado a 8. Sem a utilização de calculadora fica complicado.
A solução é olhar em uma tabela fornecida na prova em anexo, algo semelhante a tabela abaixo.
Vamos localizar o fator de capitalização para uma taxa de 10% e um prazo igual a 8.

(1+i)t TAXA
5% 10% 15% 20%
1 1,050 1,100 1,150 1,200
2 1,103 1,210 1,323 1,440
3 1,158 1,331 1,521 1,728
4 1,216 1,464 1,749 2,074
PRAZO

5 1,276 1,611 2,011 2,488


6 1,340 1,772 2,313 2,986
7 1,407 1,949 2,660 3,583
8 1,477 2,144 3,059 4,300
9 1,551 2,358 3,518 5,160
10 1,629 2,594 4,046 6,192

Consultando a tabela encontramos que (1,10)8 = 2,144


Substituindo na nossa fórmula temos:
M = 100.00 x (1,10)8
M = 100.00 x 2,144
M= 214.400,00
O valor do montante neste caso será de R$ 214.400,00

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Matemática Financeira – Juros Compostos – Prof. Edgar Abreu

JUROS COMPOSTOS COM A SUBSTITUIÇÃO DE VALORES


Mais simples que substituir tabela, algumas questões disponibilizam o resultado da potência
no próprio texto da questão, conforme a seguir.
Exemplo: Considere um empréstimo, a juros compostos, no valor de R$ 100 mil, prazo de 8
8
meses e taxa de 10% ao mês. Qual o valor do montante? Considere (1,10) = 2,144
Assim fica até mais fácil, pois basta substituir na fórmula e encontrar o resultado, conforme o
exemplo anterior.

JUROS COMPOSTOS SEM SUBSTITUIÇÃO


A maioria das provas de matemática financeira para concurso público, buscam avaliar a
habilidade do candidato em entender matemática financeira e não se ele sabe fazer contas de
multiplicação.
Assim as questões de matemática financeira poderão ser resolvidas sem a necessidade de
efetuar contas muito complexas, conforme abaixo.
Exemplo: Considere um empréstimo, a juros compostos, no valor de R$ 100 mil, prazo de 2
meses e taxa de 10% ao mês. Qual o valor do montante?
Dados do problema:
C = 100.000,00
t = 2 meses
i = 10% ao mês

M = C x (1 + i)t
M = 100.000 x (1 + 0,10)2
M = 100.000 x (1,10)2
M = 100.00 x 1,21
M= 121.000,00
Resposta: O valor do montante será de R$ 121.000,00

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COMO RESOLVER
Exemplo: Qual o montante obtido de uma aplicação de R$ 2.000,00 feita por 2 anos a uma taxa
de juros compostos de 20% ao ano?
Dados do problema:
C = 2.000,00
t = 2 anos
i = 10% ao ano
M = ???
t
M = C x (1 + i)
M = 2.000 x (1 + 0,20)2
M = 2.000 x (1,20)2
M = 2.000 x 1,44
M= 2.880,00

Exemplo: Quais os juros obtidos de uma aplicação de R$ 5.000,00 feita por 1 ano a uma taxa de
juros compostos de 10% ao semestre?
Dados:
C = 5.000,00
t = 1 ano ou 2 semestres
i = 10% ao ano

M = C x (1 + i)t
M = 5.000 x (1 + 0,10)2
M = 5.000 x (1,10)2
M = 5.000 x 1,21
M= 6.050,00
Como a questão quer saber quais os juros, temos:
J=M–C
J = 6.050 – 5.000
J = 1.050,00
Assim os juros serão de R$ 1.050,00

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Matemática Financeira – Juros Compostos – Prof. Edgar Abreu

Exemplo: Uma aplicação de R$ 10.000,00 em um Fundo de ações, foi resgatada após 2 meses
em R$ 11.025,00 (desconsiderando despesas com encargos e tributos), qual foi a taxa de juros
mensal que este fundo remunerou o investidor?
Dados:
C = 10.000,00
t = 2 meses
M = 11.025,00
i = ??? ao mês

M = C × (1+ i)t
11.025 = 10.000 × (1+ i)2
11.025
(1+ i)2 =
10.000

11.025
(1+i)2 =
10.000
105
(1+i) =
100
i = 1,05−1 = 0,05
i = 5% ao mês

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Geografia

Professor Luciano Teixeira

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Geografia

PROCESSOS DE FORMAÇÃO

Em 1501, quando a expedição do navegador Gaspar de Lemos fundou feitorias no litoral da


colônia portuguesa, na recém descoberta América, teve início o processo de colonização de
Pernambuco, uma das primeiras áreas brasileiras a ter ativa colonização portuguesa.
Entre os anos de 1534 e 1536, Dom João III, então rei de Portugal, instalou o sistema de Capi-
tanias Hereditárias no Brasil, que consistia na doação de um lote de terras, chamado capitania,
a um donatário (português), a quem caberia explorar, colonizar as terras, fundar povoados,
arrecadar impostos e estabelecer as regras do local. Entre os primeiros 14 lotes distribuídos
por Dom João III estava a Capitania de Pernambuco, ou Capitania de Nova Lusitânia, como seu
donatário, Duarte Coelho, a batizou. Dessa forma, em 1535, Duarte Coelho estabeleceu-se no
local onde fundou a vila de Olinda e espalhou os primeiros engenhos da região. Até então, os
ocupantes do território eram os índios Tabajaras.

A Colônia

No período colonial, Pernambuco tornou-se um grande produtor de açúcar e, durante muitos


anos, foi responsável por mais de metade das exportações brasileiras. Pernambuco passou a ser
a mais promissora das capitanias da Colônia Portuguesa na América. Tal prosperidade chamou
a atenção dos holandeses, que, entre 1630 e 1654, ocuparam toda a região, sob o comando
da Companhia das Índias Ocidentais, tendo como representante o Conde Mauricio de Nassau,
que, por ter incendiado Olinda, estabeleceu-se no Recife, fazendo-a capital do Brasil holandês.
Nassau trouxe para Pernambuco uma forma de administrar inovadora. Além disso, realizou inú-
meras obras de urbanização, ampliou a lavoura da cana e assegurou a liberdade de culto.
No período holandês, foi fundada no Recife a primeira sinagoga das Américas. Amante das ar-
tes, Nassau tinha, na sua equipe, inúmeros artistas, como Frans Post e Albert Eckhrout, pionei-
ros na documentação visual da paisagem brasileira e do cotidiano dos seus habitantes.
A partir de 1645, teve início um movimento de luta popular contra o domínio holandês de Per-
nambuco: a Insurreição Pernambucana. A primeira vitória importante dos insurretos se deu no
Monte das Tabocas, hoje localizado no município de Vitória de Santo Antão, onde 1.200 insur-
retos mazombos munidos de armas de fogo, foices, paus e flechas derrotaram numa embos-
cada 1.900 holandeses bem armados e bem treinados. Foram quase 10 anos de conflito, com
destaque para as duas Batalhas de Guararapes, até que, em janeiro de 1654, os holandeses se
renderam. O movimento foi um marco importante para o Brasil, tanto militarmente, com a con-
solidação das táticas de guerrilha e emboscada, quanto sociopoliticamente, com o aumento da
miscigenação entre as três raças (negro africano, branco europeu e índio nativo) e o começo de
um sentimento de nacionalidade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 363
A ocupação dos holandeses fez Recife prosperar, onde se estabeleceram muitos comerciantes
e mascates, enquanto Olinda continuava a ser o reduto dos senhores de engenho. Devido a
divergências quanto à demarcação de novas vilas, em 1710, os moradores de Olinda invadem o
Recife, dando inicio a chamada Guerra dos Mascates. O líder da ocupação, Bernardo Vieira de
Melo entrou para a história quando sugeriu que Pernambuco se tornasse uma república. Essa
foi a primeira vez que se falou em república no país. O conflito só terminou com a chegada, em
1711, do novo governador da região.

O Império

Em 1817, Pernambuco tentou proclamar-se independente de Portugal, mas o movimento foi


derrotado. A Revolução Praeira, em 1848, questionava o regime monárquico e já pregava a
República. Joaquim Nabuco, um dos maiores símbolos do Abolicionismo, iniciou a pregação
das ideias no Recife. Os pernambucanos orgulham-se de sua participação ativa na História do
Brasil, sempre mantendo altos ideais libertários.

A República

Com o advento da República, Pernambuco procurou ampliar sua rede industrial, mas continuou
marcado pela tradicional exploração do açúcar. O Estado modernizou suas relações trabalhistas
e liderou movimentos para o desenvolvimento do Nordeste, como no momento da criação da
Sudene. A partir de meados da década de 1960, Pernambuco começou a reestruturar sua eco-
nomia, ampliando a rede rodoviária até o Sertão e investindo em polos de investimento no in-
terior do Estado. Na última década, consolidaram-se os setores de ponta da economia pernam-
bucana, sobretudos aqueles atrelados ao setor de serviços (turismo, informática, medicina) e
estabeleceu-se uma tendência constante de modernização da administração pública.
http://www.pe.gov.br/conheca/historia/

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Geografia

MESORREGIÕES

Mesorregião do São Francisco Pernambucano

Aspectos físicos
A mesorregião do São Francisco Pernambucano é uma das cinco mesorregiões do estado bra-
sileiro de Pernambuco. É formada por duas microrregiões e abrange 15 municípios.
Petrolina é a capital regional dessa mesorregião, que, além de possuir um importante porto
fluvial e um aeroporto internacional para exportações, é um polo agroindustrial, financeiro, e
comercial.
Localiza-se no Centro-Sul do Estado de Pernambuco. Faz divisa com os Estados do Piauí, Bahia
e Alagoas.
A mesorregião é circundada pela margem esquerda do Rio São Francisco, o qual faz divisa na-
tural com o Estado da Bahia. Graças ao rio, a região apresenta uma desenvolvida agricultura
irrigada, que coloca Pernambuco como um dos maiores produtores e exportadores de frutas
do país.
A vegetação nativa é composta por caatinga.
Os índices pluviométricos da região são muito baixos, entre 400mm e 800mm. Os meses mais
chuvosos são os do verão, enquanto que os mais secos são os da primavera. As temperaturas
ficam elevadas todo o ano, com mínimas anuais de 15°C e máximas que podem ultrapassar fa-
cilmente os 40°C. Foi no Município de Petrolina, no dia 3 de janeiro de 1964, onde foi registrada
a maior temperatura em Pernambuco, com o valor de 44.1°C.

Economia
Na sua porção mais seca, em que domina o clima semiárido com rios temporários e vegetação
de caatinga, a atividade econômica predominante é a pecuária bovina extensiva de corte. Já na
sua porção sul, o Rio São Francisco tem influência marcante. Às suas margens desenvolvem-se
culturas irrigadas, utilizando técnicas modernas que aumentam a produtividade. Esse aspecto
contribui cada vez mais para a instalação de agroindústrias, principalmente produtora de vi-
nhos. Merece destaque a produção de Cebola (Belém do São Francisco) e Arroz (Cabrobó), e de
frutas como manga, uva e melão (Petrolina, Lagoa Grande) para exportação. Nela também está
localizada a barragem de Itaparica sendo de grande importância para a região. Segundo uma
pesquisa da Revista Veja, Petrolina é uma das 20 futuras metrópoles nacionais.

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Áreas de fruticultura irrigada em Petrolina.

Uvas no Vale do São Francisco Pernambucano.

Pecuária e Avicultura.
(as principais estão em negrito)
Animal
Asininos
Bovinos
Caprinos
Equinos
Galináceos
Muares
Ovinos
Suínos

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Geografia – Mesorregiões – Prof. Luciano Teixeira

Produção Agrícola
(as principais estão em negrito)

Produto
Arroz Banana
Arroz Banana
Batata-doce Cebola
Cana-de-açúcar Coco-da-baía
Feijão Goiaba
Laranja Mamão
Mamona Mandioca
Manga Melancia
Melão Milho
Tomate Uva

Demografia
De acordo com a estimativa de 2015, a população dessa mesorregião totaliza 637.626 habi-
tantes, sendo que mais da metade vive no ambiente urbano. As cidades mais populosas são:
Petrolina (331.951), Santa Maria da Boa Vista (41.293), Petrolândia (35.342), Cabrobó (33.247),
e Floresta (31.809).
Com a transposição do rio São Francisco, cidades como Cabrobó e Floresta receberam uma
grande população e crescimento. Segundo o Censo 2010, a mesorregião poderá ter uma po-
pulação de pouco mais de 575.000 habitantes. Junto com Juazeiro/BA, Petrolina forma o maior
aglomerado urbano do Sertão Nordestino, as quais formam a Região Administrativa Integrada
de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro juntamente com outras três cidades pernam-
bucanas e três cidades baianas totalizando mais de 812.000 habitantes.

Transporte
Além de várias BRs que cortam a região, há também o aeroporto internacional de Petrolina, de
grande importância regional. A mesorregião também conta com o porto fluvial de Petrolina.
O porto de Petrolina é um importante porto fluvial, situado na margem esquerda do Rio São
Francisco. As embarcações que nele atracam servem tanto ao transporte de passageiros como
ao de produtos para o Sertão Nordestino.
O Aeroporto de Petrolina/Senador Nilo Coelho é um aeroporto que serve ao Município de Pe-
trolina, Lagoa Grande, Afrânio e Dormentes, em Pernambuco, e também ao Município de Ju-
azeiro, Casa Nova, Sobradinho e Curaçá, na Bahia. O Aeroporto de Petrolina possui a segunda
maior pista de aterissagem do Nordeste com 3.250 metros. Firma-se como um dos principais
do Nordeste, impulsionado pela produção do Vale do São Francisco, maior exportador de frutas

www.acasadoconcurseiro.com.br 367
do Brasil e responsável pela maior taxa de crescimento econômico da Região. Os investimentos
que a Infraero, administradora de 67 aeroportos, implementou em Petrolina, transformaram o
aeroporto no segundo maior do Nordeste.
São quatro as companhias aéreas que operam com voos regulares no aeroporto: a Gol Linhas
Aéreas, Avianca Brasil, TRIP Linhas Aéreas e a Tam Linhas Aéreas. O novo terminal de passa-
geiros do Aeroporto de Petrolina / Senador Nilo Coelho é totalmente climatizado, com equipa-
mentos de segurança modernos, como o circuito interno de TV e o sistema informativo de voo,
além de 18 pontos comerciais dentro do conceito de Aeroshopping. O aeroporto tem lancho-
netes, restaurante, lojas de artesanato e de produtos regionais, locadoras de veículos e termi-
nal de saque eletrônico. O Aeroporto de Petrolina atende a mais de 53 municípios nos Estados
de Pernambuco, Bahia e Piauí. Em 2008, o aeroporto recebeu mais de 207 mil passageiros.

Turismo
Belém do São Francisco
Casario e conjunto de igrejas do período colonial, bicas, praias fluviais, a Ilha do Caxauí.
Floresta
Reserva Biológica da Serra Negra, os Letreiros de Mãe D'Água (pinturas rupestres), sítios arqui-
tetônicos com casarões coloniais, praias fluviais, lagoas, riachos e serras.
Itacuruba
Praias fluviais e trilhas ecológicas.
Petrolândia
Trilhas ecológicas, a praia do Toco, o Mirante do Serrote, furnas, serras, além da Usina Hidroe-
létrica Luiz Gonzaga (Itaparica).
Tacaratu
Serras, grutas, fontes, cachoeiras, passeios ecológicos, Reserva Indígena Pankararu, casas de
farinha, bicas, igrejas, prédios históricos, artesanato (o distrito de Caraibeiras é centro produtor
de tecelagem em teares manuais, cuja produção é distribuída no Brasil e no Exterior), gastrono-
mia típica e folclore.
Petrolina
O Bodódromo, localizado em Petrolina, é o maior complexo gastronômico ao ar livre do Nor-
deste quando o assunto é carne de bode. No Bodódromo, os turistas podem apreciar o princi-
pal prato típico da região: bode assado. Com mais de dez restaurantes, o local, situado na Av.
São Francisco, ainda dispõe de área para shows musicais, quiosques e lanchonetes.
Um agradável passeio por entre as marcas do passado, presentes em pertences de vultos como
Lampião – o rei do cangaço, Dom Malán – primeiro bispo de Petrolina, coronel Quelê – pa-
triarca da família Coelho, Joãozinho do Pharol – pioneiro da imprensa escrita do interior do
Nordeste e tantos outros. Um encontro também com as exposições permanentes setorizadas
conforme as temáticas: Sala das Carrancas, Casa Nordestina, Rio São Francisco, Cangaço e íco-

368 www.acasadoconcurseiro.com.br
Geografia – Mesorregiões – Prof. Luciano Teixeira

nes nordestinos. Em cada espaço um detalhe novo salta aos olhos do visitante, possibilitando a
compreensão e o entendimento das transformações socioculturais e econômicas ocorridas ao
longo do tempo, na vida da terra e do homem destes sertões.
River Shopping é um shopping situado na região do Vale do São Francisco, na cidade de Pe-
trolina. É o maior shopping do Sertão Pernambucano, possuindo 100 lojas. Nele se encontram
as únicas salas de cinema da região, quatro salas da Orient Cinemas. Além das lojas âncora, o
River Shopping também abriga algumas lojas de presença nacional como Arezzo, Chilli Beans,
Cacau Show, Colcci, Playtoy, Mundo Verde e O Boticário. Por todo o shopping, há espalhados
quiosques diversos.
Cabrobó
Uma boa dica para quem visita Cabrobó é conhecer as diversas cachoeiras existentes na cidade.
Outra opção para o visitante é desfrutar das águas do rio São Francisco. Festa da Cebola e as
Vaquejadas também movimentam a cidade. Além disso, a festa da padroeira da cidade, Nossa
Senhora da Conceição, atrai turistas para a região.

Mesorregião do Sertão Pernambucano

Sertão Pernambucano

Unidade federativa Pernambuco


São Francisco Pernambucano; Agreste Per-
nambucano; Sertão Alagoano (AL); Vale São-
Mesorregiões limítrofes -Franciscano da Bahia (BA);Borborema (PB); Ser-
tão Paraibano(PB); Sul Cearense (CE); Sudeste
Piauiense (PI)
Área 32.450 km²
População 1.039.733 hab. IBGE/2013
Densidade 32,04 hab/km²

Indicadores

PIB R$ 6 754 833 mil IBGE/2012


PIB per capita R$ 5 477 40 IBGE/2012

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A mesorregião do Sertão Pernambucano é uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de
Pernambuco. É formada pela união de 50 municípios distribuídos em quatro microrregiões.

Aspectos físico
Essa mesorregião é a menos densamente habitada de Pernambuco. Suas maiores cidades são
Serra Talhada, Araripina e Arcoverde.
A mesorregião é cortada por rios abundantes, como rio Pajeú, rio Brígida e o rio Moxotó. Além
disso, as nascentes do rio de Ipojuca se localizarem em uma serra do município de Arcoverde.
Sua vegetação é composta pela caatinga, com árvores de médio porte, arbustos e estepe. Sua
fauna é rica principalmente em aves.
O índice pluviométrico é baixo em relação a outras regiões do estado, as médias pluviométricas
anuais variam entre 600 mm e 1.500 mm, sendo mal distribuídas ao longo do ano. Os meses
mais chuvosos são correspondentes aos do verão, com média entre 400 mm e 500 mm, e os
menos chuvosos correspondentes aos da primavera, com média entre 0 mm e 10 mm. As secas
são muito severas e ocorrem com frequência, o que é entrave para o desenvolvimento eco-
nômico e social da região, já que as obras da Transposição do rio São Francisco sofrem com o
descaso do Governo Federal.
O clima da região é o clima semiárido, com altas temperaturas na maior parte do ano e com
baixos índices de umidade relativa do ar, que variam entre 5% a 90%. As temperaturas rara-
mente caem para menos de 10°C no inverno e raramente ultrapassam os 41°C.

A mesorregião do Agreste Pernambucano

É uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de Pernambuco. É formada pela união de 71
municípios distribuídos em seis microrregiões.
Estende-se por uma área aproximada de 24 400 km², inserida entre a Zona da Mata e o Sertão.
Representa 24,7% do território pernambucano e conta com uma população de cerca de 1,8 mi-
lhão de habitantes (um quarto da população do estado).

Aspectos físicos
Geologicamente a região está situada sobre o Planalto do Borborema em uma altitude média
entre 400 a 800 metros, sendo que em alguns pontos como nas microrregiões de Garanhuns e
do Ipojuca, as altitudes podem chegar 1000 metros.
A região está inserida na área de abrangência do Polígono das Secas, mas apresentando um
tempo de estiagem menor que a do sertão, devido à sua proximidade do litoral. Os índices plu-
viométricos podem variar em cada microrregião.
A região está situada em parte no Planalto da Borborema, o que confere à região um clima mais
ameno em relação ao semiárido e com maior índice pluviométrico. A região apresenta estações
do ano bem definidas, em comparação ao litoral e ao oeste pernambucano.

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Geografia – Mesorregiões – Prof. Luciano Teixeira

O índice pluviométrico, temperatura e umidade relativa do ar fica a cargo do relevo, pois o


Agreste é a transição entre a Zona da Mata e o Sertão. As chuvas são mal distribuídas em gran-
de parte da região, sendo mais frequentes entre abril e junho (não ultrapassando 295mm) e
mais escassas entre setembro e janeiro (não ultrapassando 25mm). A umidade relativa do ar
fica entre 10% e 100%.
A região apresenta clima semiárido. As temperaturas raramente ficam abaixo dos 8°C e dificil-
mente ultrapassam os 37°C.

Clima
O Agreste Pernambucano possui um clima seco e quente, com diminuição de chuvas no verão
e temperatura média sempre superior a 25°C. A mínima no verão geralmente fica entre 20°C
e 25°C, e a máxima entre 30 e 35°C. A seca chega níveis críticos em quase todos os anos. Nos
anos de muita seca, fica entre 4 meses e 1 ano sem uma gota de chuva. O índice pluviométrico
é sempre inferior a 600mm acumulado em todos os anos.

A mesorregião da Mata Pernambucana

É uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de Pernambuco. É formada pela união de 43
municípios distribuídos em três microrregiões. As cidades mais importantes por microrregião
são:
Na microrregião da Vitória de Santo Antão: Vitória de Santo Antão;
Na microrregião da Mata Setentrional Pernambucana (Zona da Mata Norte): Goiana, Carpina,
Timbaúba e Paudalho;
Na microrregião da Mata Meridional Pernambucana (Zona da Mata Sul): Palmares, Escada, Siri-
nhaém e Barreiros.

Aspectos físicos
A Zona da Mata Pernambucana estende-se por uma área de 8.738 km2, limitando-se ao norte
com a Paraíba; ao sul, com Alagoas; ao leste, com a Região Metropolitana do Recife e, ao oeste,
com o Agreste. Possui população estimada em 1.193.661 habitantes.
A Zona da Mata foi a porta de entrada dos europeus em Pernambuco, pois, antes de existir
a Região Metropolitana do Recife, todas as cidades do leste pernambucano eram integrantes
dessa mesorregião – antes de vigorar a Lei Complementar nº 14, que criou outra mesorregião.
A região é servida pelas rodovias federais BR-232, BR-101 e BR-408. O nome "Zona da Mata"
refere-se ao que os portugueses viram desde o litoral, uma faixa de Mata Atlântica. O revelo é
ondulado e argiloso, com alturas variando entre o litoral ao interior, aumentando a altura para
o interior.
A mesorregião é cortada pelos rios mais importantes do estado, como o Rio Capibaribe, o Rio
Ipojuca e o Rio Ipanema, além de rios de menor extensão, como o Rio Siriji.

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A vegetação é composta por Mata Atlântica, que incluem árvores de médio e grande porte e
gramíneas, com uma rica fauna.
O índice pluviométrico e a umidade relativa do ar são elevados, com acumulados anuais
que ultrapassam os 2.500 mm, ao passo que a umidade ar varia de 30% a 100%. O clima
predominante é o clima tropical. As temperaturas são equilibradas ao longo do ano, com
mínimas que raramente chegam a menos de 15°C e máximas que nunca ultrapassam os 36°C.

Economia
A economia da Zona da Mata é composta principalmente pela plantação de cana-de-açúcar.
A região tem muitos engenhos e usinas. Ultimamente a região vem se destacando devido ao
crescimento no número de indústrias alimentícias e automotiva que vêm chegando desde 2010.
Os municípios de maior importância é Vitória de Santo Antão, Goiana, Palmares, e Carpina.
Outras cidades da região crescem bastante, principalmente Goiana, na Mata Norte, que
recebeu, em 2011, a planta da maior fábrica da Fiat no mundo, gerando muitos empregos para
a população local. A fábrica entrará em funcionamento em 2014. Puxada pela Fiat a empresa
de fabricação de peças automotivas, WHB, lançou a pedra fundamental na cidade de Glória do
Goitá no começo do ano de 2012.

A mesorregião Metropolitana do Recife

É uma das cinco mesorregiões do estado brasileiro de Pernambuco. É formada por quatro
microrregiões, que totalizam 15 municípios, incluindo Vila dos Remédios (pertencente ao
arquipélago de Fernando de Noronha).
A MMR é caracterizada também por incluir a Região Metropolitana do Recife conhecida
pela sigla RMR, que possui 14 municípios, não fazendo parte Vila dos Remédios. A origem
institucional da mesorregião Metropolitana do Recife data dos anos 1970 (1973), embora a
identificação do fenômeno metropolitano remonte a meados do século XX, quando o urbanista
pernambucano Antônio Baltar (1951) caracteriza o Recife – município sede e núcleo da região
– como cidade transmunicipal / cidade conurbada / cidade metropolitana. Desde então, a vida
urbana do Recife se integra à dos municípios vizinhos, que, em relação a ele, conformam o
aglomerado metropolitano de mais alto nível de integração – Jaboatão dos Guararapes, Olinda
e Paulista.
Inicialmente composta por nove municípios, a MMR ampliou esse número ao longo de três
décadas, tanto por expansão de seu perímetro, quanto por desagregação de municípios
no seu interior, integrando, atualmente, 17 municípios (Jaboatão dos Guararapes, Olinda,
Paulista, Igarassu, Abreu e Lima, Camaragibe, Cabo de Santo Agostinho, São Lourenço da Mata,
Araçoiaba, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Moreno, Itapissuma e Recife) e um distrito estadual (o
Arquipélago de Fernando de Noronha).

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Geografia – Mesorregiões – Prof. Luciano Teixeira

História
A importância dessa mesorregião está ligada, desde os tempos coloniais, à atividade açucareira.
Para isso, também contribuíram o solo fértil, os rios e o clima quente e úmido. Antigamente, e
durante muito tempo, o açúcar produzido nas terras dessa mesorregião era exportado para a
Europa, através do porto do Recife, que até hoje é um importante porto brasileiro.

Municípios

Recife

Jaboatão dos Guararapes

Olinda

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Município População (2014) IDH (2013) PIB (2010) R$ mil PIB per capita
(2010) R$
0,788
Fernando de Noronha 2 884 38 747 14 484,70
alto
0,665
Igarassu 110 917 1 337 837 12 921,34
médio
0,653
Ilha de Itamaracá 24 413 138 598 6 202,10
médio
0,619
Ipojuca 89 660 9 560 448 116 198,31
médio
0,633
Itapissuma 25 514 491 757 20 447,26
médio
0,717
Jaboatão dos Guararapes 680 943 8 474,650 13 042,18
alto
0,652
Moreno 60 435 343 039 5 989,75
médio
0,735
Olinda 388 821 3 412 248 9 014,28
alto
0,732
Paulista 319 769 2 475 244 8 158,32
alto
0,772
Recife 1 608 488 33 149 385 21 434,88
alto
0,653
São Lourenço da Mata 109 298 611 817 5 891,13
médio
RMR 3 890 145 0,687 67 357 574 19 844,29

Economia
O PIB de 2009 da mesorregião foi de, aproximadamente, R$ 50.560.643.000 com uma
per capita de R$ 13.707,92. A intensa atividade comercial praticada nessa mesorregião
incentivou o surgimento de industrias: alimentares, têxteis, químicas, material elétrico,
cimento, metalúrgicas, comunicação, borracha sintética, concentrada principalmente nos
distritos industriais de Recife, Cabo, Jaboatão e Paulista. O Complexo Industrial e Portuário de
Suape, instalado nos municípios de Cabo e Ipojuca, a 40 km do Recife, conta com indústrias
petroquímicas, de fertilizantes, de material eletroeletrônico. Atualmente, o emprego de
modernas técnicas de cultivo da cana-de-açúcar resultou num aumento da produção
açucareira, parte absorvida pelo mercado nacional e o restante exportado a Europa, Estados
Unidos e países asiáticos. O PIB da mesorregião corresponde a 65% do estadual.

Complexo Industrial e Portuário de Suape


A construção do Porto de Suape foi prevista para operar produtos combustíveis e cereais a
granel, substituindo o Porto do Recife. Em 7 de novembro de 1978, uma lei estadual criou a
empresa Suape Complexo Industrial Portuário para administrar o desenvolvimento das obras.

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Geografia – Mesorregiões – Prof. Luciano Teixeira

Hoje o porto é um dos maiores do Brasil, administrado pelo governo de Pernambuco. A Suape
opera navios nos 365 dias do ano, sem restrições de horário de marés. Para auxiliar as operações
de acostagem dos navios, o Porto dispõe de um sistema de monitoração de atracação de navios
a laser, que possibilita um controle efetivo e seguro, oferecendo ao prático condições técnicas
nos padrões dos portos mais importantes do mundo.
O Complexo Industrial e Portuário de Suape foi escolhido para a implantação dos seguintes
empreendimentos como: Refinaria Abreu e Lima, Estaleiro Atlântico Sul, Gerdau,Shineray,
Amanco, Pamesa, Pepsico, Hemobrás, Novartis, Bunge, Coca-Cola, Unilever, CSN, Mossi &
Ghisolfi, e a General Motors.
A Suape tem o poder de duplicar a renda de Pernambuco até 2020 e triplicar o PIB até 2030.

Porto Digital
O Porto Digital é um polo de softwares localizado na cidade do Recife, criado em julho de
2000. É reconhecido como o maior parque tecnológico do Brasil em faturamento e número
de empresas, totalizando 173 empresas em 2010, entre elas multinacionais como Motorola,
Borland, Oracle, Sun, Nokia, Ogilvy, IBM e Microsoft. Emprega cerca de seis mil pessoas, e tem
3,9% de participação no PIB do estado.

Mobilidade urbana
A atração exercida por essa metrópole é tão grande que, conforme Censo Demográfico de
2010, ela apresentou uma População de 3.668.428 habitantes. Os maiores municípios são
Recife (1.536.934), Jaboatão dos Guararapes (644.699), Olinda (375.559) e Paulista (300.611).
A densidade demográfica é uma das mais altas do País, sendo ela de 1.332 hab./km². A Grande
Recife é a maior metrópole do Nordeste e 5ª maior do Brasil. Estudos feitos pela ONU estimam
que, em 2015, a população da RMR será de 4,070 milhões)

Aeroporto Internacional

Aeroporto Internacional dos Guararapes


Nessa mesorregião, estão localizados importante portos e aeroportos do estado e do país.
O principal aeroporto é o do Internacional do Guararapes, moderno e bem equipado, que
recebe aviões de companhias aéreas nacionais e internacionais. O Aeroporto Internacional dos
Guararapes/Gilberto Freyre é o maior complexo aeroportuário do Nordeste em capacidade
anual de passageiros, sendo o segundo terminal mais movimentado da região. Possui o maior

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e mais moderno sítio aeroportuário do Nordeste, conforme dados da Infraero. O terminal de
passageiros atual conta com uma área de 52.000m². Futuramente, será anexada uma área
adicional de 24.000m², proveniente do antigo terminal, o que elevará a capacidade do complexo
aeroportuário para 11,2 milhões de passageiros por ano. Além disso, conta com um pátio com
26 posições para aeronaves e 11 pontes de embarque, 64 balcões de check-in e 2.120 vagas de
estacionamento. Está localizado no bairro do Ibura, no Recife, capital de Pernambuco, a 11 km
do centro.

Portos

Porto do Recife
O porto do Recife, com seu terminal açucareiro, é um dos mais movimentados do Brasil, sendo
o principal escoadouro de açúcar do Nordeste. Devido à sua excelente posição geográfica,
serve de escala aos navios que ligam o Brasil aos países europeus, aos Estados Unidos e ao
resto do mundo. O porto do Suape localiza-se a 40 km ao sul do Recife. Sua posição geográfica
privilegiada faz dele ponto de convergência das principais rotas comerciais que interligam a
costa brasileira ao Hemisfério Norte. Começou a operar em 1984, movimentando basicamente
derivados do petróleo e álcool. Como é dotado de grande calado (grande profundidade), Suape
será também um porto concentrador de cargas de todo o litoral da América do Sul. O Complexo
Industrial e Portuário de Suape abrange uma área de 13.500 hectares e possui várias zonas:
portuária, administrativa, industrial, agrícola, residencial, de preservação ecológica e cultural.
A mesorregião está recebendo atualmente o Estaleiro Atlântico Sul, uma das maiores obras de
portos do Brasil.

Metrô

Metrô do Recife

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Geografia – Mesorregiões – Prof. Luciano Teixeira

Há tambem o Metrô do Recife, que é operado pela CBTU/Metrorec e é composto atualmente


de 28 estações, com linhas que somam 39,5km de extensão, transportando cerca de 225 mil
usuários por dia, sendo 205 mil na Linha Centro e 20 mil na Linha Sul.
Os trens da Linha Centro, que partem da Estação Recife, possuem dois destinos distintos: a
estação de Camaragibe e a de Jaboatão. Isso acontece devido ao fato de as linhas Centro 1
(Camaragibe) e Centro 2 (Jaboatão) compartilharem a mesma via e estações no trecho entre as
estações Recife e Coqueiral, graças ao traçado da antiga ferrovia em que o metrô foi construído.
Nas Linhas da Metrorec, a distância média entre as estações é de 1,2km, com os trens seguindo
a uma velocidade média de 40km/h, podendo chegar a 80km/h. A bitola é 1600mm e a
alimentação dos trens é feita por catenárias aéreas. Na Linha Trem Sul a distância média entre
as estações é de 4km, a velocidade comercial dos trens é de 31,5km/h. A bitola é métrica e os
trens utilizados possuem tração a diesel.

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Geografia

MICRORREGIÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Microrregião é, de acordo com a Constituição brasileira de 1988 (art. 25, §3º), um agrupamento
de municípios limítrofes.
Sua finalidade é integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de
interesse comum, definidas por lei complementar estadual.
Entretanto, raras são as microrregiões assim definidas. Consequentemente, o termo é muito
mais conhecido em função de seu uso prático pelo IBGE que, para fins estatísticos e com base
em similaridades econômicas e sociais, divide os diversos estados da federação brasileira em
microrregiões.
Pernambuco, PE – 185 municípios, 5 mesorregiões e 19 microrregiões.

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Geografia

REGIÕES DE DESENVOLVIMENTO DE PERNAMBUCO

Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco


MATA SUL MATA NORTE AGRESTE CENTRAL
1. Água Preta 1. Aliança 1. Agrestina
2. Amaraji 2. Buenos Aires 2. Alagoinha
3. Barreiros 3. Camutanga 3. Altinho
4. Belém de Maria 4. Carpina 4. Barra de Guabiraba
5. Catende 5. Chá de Alegria 5. Belo Jardim
6. Chã Grande 6. Condato 6. Bezerros
7. Cortês 7. Ferreiros 7. Bonito
8. Escada 8. Glória do Goitá 8. Brejo da Madre de Deus
9. Gameleira 9. Goiana 9. Cachoeirinha
10. Jaqueira 10. Itambé 10. Camocim de São Félix
11. Joaquim Nabuco 11. Itaquitinga 11. Caruaru
12. Maraial 12. Lagoa do Carro 12. Cupira
13. Palmares 13. Lagoa do Itaenga 13. Gravatá
14. Pombos 14. Macaparana 14. Ibirajuba

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15. Jataúba
15. Primavera 16. Lagoa dos Gatos
16. Quipapá 17. Panelas
17. Ribeirão 18. Pesqueira
15. Nazaré da Mata
18. Rio Formoso 19. Poção
16. Paudalho
19. São Benedito do Sul 20. Riacho das Almas
17. Timbaúba
20. São José da Coroa Grande 21. Sairé
18. Tracumhaém
21. Sirinhaém 22. Sanharó
19. Vicência
22. Tamandaré 23. São Bento do Una
23. Vitória de Santo Antão 24. São Caetano
24. Xexéu 25. São Joaquim do Monte
26. Tacaimbó
AGRESTE MERIDIONAL AGRESTE SETENTRIONAL
1. Águas Belas
2. Angelim
3. Bom Conselho
4. Brejão
1. Bom Jardim
5. Buíque
2. Casinhas
6. Caetés
3. Cumaru
7. Calçado
4. Feira Nova
8. Canhotinho
5. Frei Miguelinho
9. Capoeiras
6. João Alfredo
10. Correntes
7. Limoeiro
11. Garanhus
8. Machados
12. lati
9. Orobó
13. Itaíba
10. Passira
14. Jucati
11. Salgadinho
15. Jupi
12. Sta. Cruz do Capibaribe
16. Jurema
13. Sta. Maria do Cambucá
17. Lagoa do Ouro
14. São Vicente Férrer
18. Lajedo
15. Surubim
19. Palmeirinha
16. Taquaritinga do Norte
20. Paranatama
17. Toritama
21. Pedra
18. Vertente do Lério
22. Saloá
19. Vertente
23. São João
24. Terezinha
25. Tupanatinga
26. Venturosa
ITAPARICA ARARIPE RMR – NÚCLEO OESTE-SUL
1. Araripina
2. Bodocó
1. Belém de S. Francisco
3. Exu
2. Camaubeira da Penha 1. Cabo do Sto. Agostinho
4. Granito
3. Floresta 2. Ipojuca
5. Ipubi
4. Itacuruba 3. Jaboatão dos Guararapes
6. Moreilândia
5. Jatobá 4. Moreno
7. Curricuri
6. Petrolândia 5. São Lourenço da Mata
8. Santa Cruz
7. Tacaratu
9. Santa Filomena
10. Trindade

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Geografia – Regiões de Desenvolvimento-RD – Prof. Luciano Teixeira

MOXOTÓ SÃO FRANCISCO RMR – NÚCLEO NORTE


1. Afrânio
1. Arcoverde
2. Cabrobó
2. Betânia
3. Dormentes 1. Camaragibe
3. Custódia
4. Lagoa Grande 2. Fernando de Noronha
4. Ibimirim
5. Cirocó 3. Olinda
5. Inajá
6. Petrolina 4. Recife
6. Manari
7. Santa Marisa da Boa
7. Sertânia
Vista
PAJEÚ SERTÃO CENTRAL RMR -NÚCLEO NORTE
1. Afogados da Ingazeira
2. Brejinho
3. Calumbi
4. Camíba
5. Flores
1. Cedro
6. Iguarão
2. Mirandiba 1. Abreu e Lima
7. Ingazeira
3. Panamirim 2. Araçoiaba
8. Itapetim
4. Salgueiro 3. Igarassu
9. Quixaba
5. São José do Belonte 4. Itamaracá
10. Sta. Cruz da Bixa Verde
6. Serrita 5. Itapissuma
11. Santa Terezinha
7. Terra Nova 6. Paulista
12. São José do Egito
8. Verdejante
13. Serra Talhada
14. Solidão
15. Tabira
16. Triunfo
17. Tuparatema

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Geografia

CLIMA

O Estado está inserido na zona intertropical. Duas tipologias climáticas dominam o Estado de
Pernambuco, cada qual em área diversa.
Na Baixada Litorânea (Zona da Mata), predomina o clima tropical com temperaturas chegando
à casa dos 24°C. As chuvas nessa região giram em torno dos 1.500mm anuais, sendo maior este
índice no litoral (2.000mm/ano).

Em outras duas áreas, Agreste (no centro) e Sertão (oeste do Estado) ocorre o clima
caracterizado como semiárido quente. As temperaturas mais altas são registradas no sertão
(26°C), diminuindo mais para o centro, chegando à casa dos 22°C, devido às altitudes ali
localizadas (planalto da Borborema).
Quanto às chuvas, o índice anual supera 2.000mm/ano nessa região. Já no Sertão, as chuvas
são escassas e irregulares. São registrados índices pluviométricos inferiores a 600mm/ano,
originando, dessa forma, o fenômeno da seca.
A exemplo de algumas regiões do Nordeste, Pernambuco apresenta uma zona de transição
climática entre o clima do Sertão (seco) e o do Litoral, mais precisamente na Zona da Mata
(úmido).

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Polígono das Secas
Os municípios que formam o Polígono das Secas são aqueles relacionados no Manual de
Preenchimento da DITR, situados nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais,
Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, compreendendo grande parte do
Nordeste brasileiro geoeconômico. Essa região é reconhecida pela legislação como sujeita a
repetidas crises de prolongamento das estiagens e, consequentemente, é objeto de especiais
providências do setor público.
Constitui-se de diferentes zonas geográficas, com distintos índices de aridez. Em algumas
delas, o balanço hídrico é acentuadamente negativo, onde somente se desenvolve a caatinga
hiperxerófila sobre solos delgados. Existem também áreas de balanço hídrico positivo e
presença de solos bem desenvolvidos. Contudo, na área delimitada pela poligonal, ocorrem,
periodicamente, secas anômalas que se traduzem, na maioria das vezes, em grandes
calamidades, ocasionando sérios danos à agropecuária nordestina e graves problemas sociais.
O Polígono (ver mapa) abrange oito dos nove Estados nordestinos – o Maranhão é a única
exceção e corresponde a 962.857,3 km² da área que corresponde a região Nordeste.
Hádiferentes zonas geográficas, com distintos índices de aridez. O combate às secas vem
sendo feito com a construção de açudes e distribuição de verbas às prefeituras dos municípios
atingidos.

Estudos indicam que o fenômeno da seca remonta a milhares de anos, antes mesmo da
ocupação humana no Nordeste brasileiro. De acordo com dados da Coordenação de Defesa
Civil da extinta Sudene, a ocorrência de secas na Região se verifica desde antes da chegada dos
europeus ao continente. Alguns vestígios de barragens foram encontrados em rios no Estado
do Ceará, o que, segundo relato do historiador Pompeu Sobrinho, mostra que o homem nativo
do Nordeste já utilizava pedras para represar a água dos rios.

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Geografia – Processos de Formação – Prof. Luciano Teixeira

As causas das secas têm proporção planetária e são influenciadas por diversos fatores, entre
os quais vale destacar: diferença de temperatura superficial das águas do Atlântico Norte,
que são mais quentes, e do Sul, frias; deslocamento da Zona de convergência intertropical
para o Hemisfério Norte, em épocas previstas para permanência no Sul; e o aparecimento do
fenômeno conhecido como El Niño, caracterizado pelo aumento da temperatura no Oceano
Pacífico Equatorial Leste. A topografia acidentada do Nordeste e a alta refletividade da crosta
são os principais fatores locais inibidores da produção de chuvas.
(Mapa da elevação da temperatura nos últimos 10 anos)

Climograma de Recife – PE

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Geografia

VEGETAÇÃO

Mandacaru, umbuzeiro, juazeiro, angico, baraúna. Teiú, tatu-peba, cotia, preá, asa-branca, car-
cará. Espalhados por aproximadamente 800 quilômetros quadrados do território brasileiro, os
personagens da flora e fauna catingueira lhe impingem beleza própria. Mas não são só eles. O
povo da Caatinga também contribui com sua bravura, resistência e, principalmente, com o or-
gulho que sente de ser sertanejo (nome típico de seus habitantes) para que ela seja única.
Luiz Gonzaga, nosso eterno “Rei do Baião”, que o diga! A canção “Asa Branca”, que o pernam-
bucano compôs com o parceiro Humberto Teixeira, e que ficou eternizada em sua voz e sanfona
inconfundíveis, é uma das mais bonitas declarações de amor ao Sertão brasileiro, lugar que,
à primeira vista, pode até parecer uma desolação sem fim, mas que, com um pouco mais de
atenção, revela-se um cenário onde a luta pela vida e a bravura falam muito mais alto.
Chamada pelos índios de “mata branca”, a vegetação retorcida, o solo pedregoso, árido, e o
baixo índice pluviométrico da Caatinga não são para qualquer um. A natureza e toda a gente do
Sertão tiveram de se adaptar. Na ausência das chuvas, que pode se estender por meses a fio,
plantas, bichos e gente desenvolveram estratégias para se manterem vivos. Os peixes anuais,
por exemplo, enquanto aguardam a chegada das primeiras águas, enterram seus ovos na areia
do leito de lagoas, poças e rios intermitentes (aqueles que desaparecem na estiagem e rea-
parecem após as “cheias”). Assim que a chuva cai, os ovos eclodem, dando início ao ciclo vital
novamente.
Mesmo quando chove, o solo pedregoso da Caatinga não dá conta de armazenar água e a tem-
peratura elevada, com médias que variam entre 25 e 29 graus Celsius, provoca intensa evapo-
ração. Na longa estiagem enfrentada ano a ano, o Sertão assemelha-se a um semideserto. As
folhas da maioria das árvores já caíram, o gado e a fauna nativa começam a emagrecer, os rios
intermitentes deixam de correr e as lagoas secam.
Sem folhas, as árvores, de caule e casca finos, adquirem cor esbranquiçada, o que justifica o
apelido de “mata branca” da Caatinga. O calor do sol atinge o solo em cheio, o qual se racha
e fica coberto de trincas. Cíclicas e prolongadas, as secas interferem de forma decisiva na vida
dos bichos, plantas e do povo do sertão. Para driblá-la, o sertanejo se vira como pode e a natu-
reza “paga o pato”.
No Araripe, em Pernambuco, os agricultores familiares desmatam a mata nativa e vendem a
madeira para alimentar as fornalhas do Polo Gesseiro da região. Responsável pela produção de
95% da produção nacional de gesso, o englobado de 11 municípios fica a 600 quilômetros de
Recife (PE). “A matriz energética para a fabricação de gesso é a vegetação da Caatinga”, conta
Márcio Moura, agrônomo da ONG Caatinga, presente há 17 anos na região.

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Foto: Matheus ML/CC Flickr

O trabalho que realiza, de conscientização ecológica com práticas de conservação do solo, não
é capaz de frear os agricultores locais. Na atividade pecuária, eles também impactam a Caatin-
ga, provocando o empobrecimento do solo, a poluição e a contaminação dos lençóis freáticos.
Foi esse o jeito que encontraram de reduzir os custos de mão de obra.
“Os agricultores daqui desmatam a vegetação catingueira para criar bovinos. Quando a área
perde todo o capim, eles procuram outra e outra e outra. Até que retornam a primeira e, para
acabar com a vegetação primária que cresceu ali, usam e abusam de herbicidas. Em seguida
plantam novamente o capim”, relata Moura.
A Caatinga, assim como o Cerrado, não está incluída na Constituição Federal do Brasil, e des-
de o período colonial vem sofrendo degradação: “É como se não fôssemos importantes como
a Amazônia ou a Mata Atlântica. Nem a intensa produção de mel na região, com mais de mil
espécies melíferas, é valorizada. O poder público local é despreparado e não há fiscalização”,
alerta o agrônomo da ONG Caatinga.
Há pouco mais de dois anos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) divulgou os números da degradação na Caatinga. O desmatamento do bio-
ma havia saltado de 43,38% em 2002, para 45,39% em 2008, o que significa que 16.576 km2
(área equivalente a 1.657.600 campos de futebol) da Caatinga já haviam sido retirados. Entre
2002 e 2008, a taxa média de desmatamento anual registrou 2.763 km2, com precisão na iden-
tificação de 98,4%.
Os estados que mais desmataram foram Bahia (638 km2), Ceará (440 km2) e Piauí (408 km2).
Entre os municípios que apresentaram maiores áreas de supressão de floresta estão Mucugê e
Ruy Barbosa (BA) e Cabrobó (PE).
A ONG Caatinga informa, entretanto, que dados mais atuais da Embrapa apontam que 60% da
vegetação catingueira já foram desmatadas.
Êxodo rural – Embora os antigos agricultores ainda permaneçam no Sertão do Araripe e, cora-
josos, continuem a enfrentar a seca, a juventude está migrando para as grandes cidades. “Falta
crédito, falta terra, falta assessoria técnica. Tudo isso, aliado a ausência de escolas (no lugar do
professor vir até a zona rural é o aluno que vai até a cidade para cursar o Ensino Fundamental e
Médio) é um prato cheio para a migração”, avalia Moura.

390 www.acasadoconcurseiro.com.br
Geografia – Vegetação – Prof. Luciano Teixeira

Contrariando essa realidade, está Lourivalnda Alves de Souza, 25 anos. Nascida no município de
Bodocó (PE), a jovem, que trabalha e estuda em Ouricuri (PE), diz que “não há política pública
aqui que valorize a cultura dos jovens; influenciados pela mídia, eles se sentem desvalorizados,
sem identidade própria e vão embora”. E sinaliza para a importância da educação no processo
de valorização da cultura: “O ensino deveria se basear na realidade local. O ‘a’ que aprendi na
escola era de avião e não de um dos bichos ou árvores de nossa fauna”.
A Caatinga é única, de beleza indiscutível quando floresce. Sua resistência se compara à de seu
próprio povo que, apesar de sofrido, é forte! ”
De Ouricuri, Lourivalnda revela de onde vem essa força do povo do Sertão. “O sertanejo é alti-
vo, bravo e estrategista por natureza; aprendeu com a Caatinga a guardar o alimento, a semen-
te e a água para, na época da escassez, garantir a própria sobrevivência”, orgulha-se.

Zona da Mata e Região Litorânea


A vegetação litorânea do Estado de Pernambuco apresenta matas, manguezais e cerrados, que
recebem a denominação de "tabuleiro", formado por gramíneas e arbustos tortuosos, predo-
minantemente representados, entre outras espécies por batiputás e mangabeiras.
Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a presença de árvores altas, sempre ver-
des, como a peroba e a sucupira. Localizados nos estuários, os manguezais apresentam árvores
com raízes de suporte, adaptadas à sobrevivência neste tipo de ambiente natural.
http://www.revistaecologico.com.br/materia.php?id=34&secao=459&mat=469

A caatinga, vegetação típica do Sertão Nordestino – Foto: Maria HSU/CC Wikimedia

•• Zona da Mata (faixa próxima ao litoral) – A maior cidade nessa região é a capital, Recife. O
litoral pernambucano tem belas praias, destacando-se a Praia de Boa Viagem (na própria
capital) e Porto de Galinhas. Toda a faixa é uma grande planície, com alguns locais abaixo
do nível do mar, várzeas e lagos. A vegetação predominante são os manguezais. O clima na
Zona da Mata é tropical.
•• Agreste (faixa de transição) – A maior cidade dessa região é Caruaru, a 120 km de Recife.
Trata-se de um planalto, com altitudes que variam de 400 a 1000 metros. A vegetação
predominante é a Mata Atlântica. O clima no Agreste é semiárido.

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•• Sertão (zona semiárida) – Trata-se do oeste do Estado, região marcada por Serras, chapadas
e depressões. A principal cidade da região é Petrolina. A vegetação típica da região é a
caatinga. O clima é semiárido quente.

Ao sul do estado, encontra-se uma região serrana, continuação da Chapada Diamantina (Bahia).
Devido à altitude, as cidades de Garanhuns e Gravatá são conhecidas pelo clima moderado.
Os rios mais importantes de Pernambuco são: Rio São Francisco, Capibaribe, Una, Pajeú, Ipoju-
ca e Jaboatão.
Outras cidades importantes de Pernambuco são: Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista e
Camaragibe.
Outro grande destaque de Pernambuco é o Arquipélago de Fernando de Noronha, formado por
21 ilhas, localizado a uma distância de 545 km de Recife.

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Geografia

HIDROGRAFIA

As grandes bacias hidrográficas de Pernambuco possuem duas vertentes: o Rio São Francisco
e o Oceano Atlântico. As bacias que escoam para o Rio São Francisco formam os chamados
rios interiores sendo os principais: Pontal, Garças, Brígida, Terra Nova, Pajeú, Moxotó, Ipanema,
além de grupos de pequenos rios interiores. As bacias que escoam para o Oceano Atlântico,
constituem os chamados rios litorâneos, e os principais são: Goiana, Capibaribe, Ipojuca,
Sirinhaém, Una e Mundaú e GL.
O plano estadual de recursos hídricos (1998) dividiu o estado em 29 unidades de planejamento
(up), caracterizando, assim, a divisão hidrográfica estadual, composta de 13 bacias hidrográfi-
cas, 6 grupos de bacias de pequenos rios litorâneos (gl1 a gl6), 9 grupos de bacias de pequenos
rios interiores (GL1 a GL9) e uma bacia de pequenos rios que compõem a rede de drenagem do
arquipélago de fernando de noronha. é importante salientar que a bacia GL1 drena parte para
o rio são francisco (riacho traipu) e parte para o oceano atlântico (rio paraíba).
A maior parte das grandes bacias hidrográficas pernambucanas situa-se integralmente dentro
dos limites do estado, exceto as bacias dos rios una, mundaú, ipanema e moxotó que possuem
parte de sua área de drenagem no estado de alagoas. além dessas, há pequenas bacias
compartilhadas com os estados do ceará (GL9), paraíba (GL6) e alagoas (GL5).

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Hidrografia

Há poucos lagos e lagoas no estado, como a Lagoa do Araçá e a Lagoa Olho D'Água, ambas na
Região Metropolitana do Recife. Na periferia do município do Recife, encontram-se dois belos
cartões postais do município, os Açudes do Prata e de Apipucos, sendo o primeiro pertencente
ao Parque Dois Irmãos. Além disso, existe um conjunto de reservatórios distribuídos por todo o
estado, com destaque para o Reservatório de Jucazinho, considerado o maior de Pernambuco,
localizado na região Agreste, próximo ao município de Surubim. Os manguezais são abundan-
tes em todo o litoral, porém foram praticamente extintos na RMR devido à urbanização (com
a exceção do maior mangue urbano do Brasil, cercado por bairros da zona sul do município do
Recife, como Boa Viagem). Porém, nos anos 1990, houve um programa de reimplantação do
mangue nas margens do Rio Capibaribe, desenvolvido pela prefeitura do Recife, trazendo de
volta a vegetação ao rio por toda o município.

Rios

São Francisco, Capibaribe, Ipojuca, Una, Pajeú e Jaboatão são os rios principais. O São Francisco
é de importância vital para o interior do estado, principalmente para a distribuição de umidade
através de irrigação.

Volume Bacia
Reservatório Município Cap. Máx. Data %
(hm3) Hidrográfica
ABÓBORAS PARNAMIRIM 14.350 04/04/2016 0 0 TERRA NOVA
ALGODOES OURICURI 58.481 21/03/2016 736 1 BRIGIDA
ARARIPINA
ARARIPINA 3.702 28/01/2014 0 0 BRIGIDA
(BAIXIO)
ARCOVERDE/
PEDRA 16.800 25/02/2016 159 0 IPANEMA
RIACHO DO PAU
SÃO JOSÉ DO
ARRODEIO 14.522 03/12/2015 0 0 PAJEU
BELMONTE
BARRA SERTANIA 2.738 25/02/2016 0 0 MOXOTO
BARRA DA
AFRÂNIO 1.374 05/01/2015 0 0 PONTAL
MELANCIA
BARRA DO
CABROBO 1.600 11/06/2014 0 0 TERRA NOVA
CHAPEU
BARRA DO JUÁ FLORESTA 71.474 05/04/2016 1.188 1 PAJEU
BARREIRA
DA ALEGRIA AFRÂNIO 2.880 21/10/2009 0 0 PONTAL
(AFRÂNIO)

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Geografia – Hidrografia – Prof. Luciano Teixeira

Volume Bacia
Reservatório Município Cap. Máx. Data %
(hm3) Hidrográfica
CABO DE SANTO
BITA 2.779 28/04/2016 2.769 99 GL2
AGOSTINHO
BREJO DOS
SÃO CAETANO 356 15/04/2016 356 100 IPOJUCA
COELHOS
CACIMBA SANTA CRUZ 1.732 28/04/2015 1.701 98 GARCAS
MUNDAU GARANHUNS 1.968 25/02/2016 1.968 100 MUNDAU
PAU FERRO
QUIPAPÁ 12.174 20/01/2016 11.937 98 UNA
(UNA)
SIRIGI VICÊNCIA 17.260 05/04/2016 17.237 99 GOIANA
SÃO LOURENÇO
VÁRZEA DO UNA 11.568 28/04/2016 11.077 95 CAPIBARIBE
DA MATA
VARZINHA OURICURI 1.127 28/04/2015 1.109 98 BRIGIDA

Volume Bacia
Reservatório Município Cap. Máx. Data %
(hm3) Hidrográfica
CABO DE SANTO
PIRAPAMA 60.937 28/04/2016 61.659 101 GL2
AGOSTINHO
CABO DE SANTO
SICUPEMA 3.200 28/04/2016 3.210 100 GL2
AGOSTINHO

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Geografia

POPULAÇÃO

Segundo o Censo Demográfico de 2010 realizado pelo IBGE (última contagem oficial), a
população de Pernambuco era de 8.796. 448 habitantes, sendo o sétimo estado mais populoso
do Brasil, representando 4,7% da população brasileira. Do total, 4.230.681 habitantes eram
homens e 4.565.767 habitantes eram mulheres. Ainda segundo o mesmo censo, 7.052.210
habitantes viviam na zona urbana e 1.744.238 na zona rural. O maior aglomerado urbano do
estado é a Região Metropolitana do Recife, que além da capital, possui mais 13 municípios,
e, com 3.688.428 habitantes recenseados, era, em 2010, a sexta mais populosa região
metropolitana/RIDE do Brasil, e a mais populosa do Norte-Nordeste.
Densidade populacional dos municípios de Pernambuco (2010).

A densidade demográfica de Pernambuco era de 89,47hab./km² em 2010, a sexta maior do


Brasil. Esse indicador, entretanto, apresentava contrastes pronunciados de acordo com a
região analisada, variando de 1.342,86hab./km² na Região Metropolitana do Recife, até o valor
mínimo de 23,2hab./km² na Região do São Francisco Pernambucano.
Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH-M) do estado, considerado médio, era de 0,673 em 2010. O
município com o maior IDH era Fernando de Noronha (na verdade, um distrito estadual), com
um valor de 0,788; enquanto Manari, situado no extremo Sertão do Moxotó, tinha o menor
valor, 0,487. Recife, a capital, possuía um IDH de 0,772.
O nível de desenvolvimento social pernambucano é superior ao dos países menos avançados,
mas ainda está abaixo da média brasileira. Não obstante, Pernambuco detém o melhor serviço
de coleta de esgoto do Norte, Nordeste e Sul brasileiro e o quinto maior número de médicos
por grupo de mil habitantes do Brasil, além de apresentar a menor taxa de mortalidade infantil,
a melhor prevalência de segurança alimentar e a maior renda per capita do Nordeste do país.

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Municípios mais populosos de Pernambuco
(estimativa 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
Posição Localidade População Posição Localidade População
1 Recife 1 617 183 11 Igarassu 112 463
Jaboatão dos São Lourenço da
2 686 122 12 110 264
Guararapes Mata
Santa Cruz do
3 Olinda 389 494 13 101 485
Capibaribe
4 Caruaru 347 088 14 Abreu e Lima 98 602
5 Petrolina 331 951 15 Ipojuca 91 341
6 Paulista 322 730 16 Serra Talhada 84 352
Cabo de Santo
7 200 546 17 Araripina 82 800
Agostinho
8 Camaragibe 154 054 18 Gravatá 81 893
9 Garanhuns 136 949 19 Carpina 81 054
Vitória de Santo
10 135 805 20 Goiana 78 618
Antão

Etnias

Segundo dados publicados pelo IBGE, relativos ao ano de 2009, a população de Pernambuco
está composta por: pardos (57,6%); brancos (36,6%); pretos (5,4%); e amarelos e indígenas
(0,3%). De acordo com um estudo genético de 2013, a composição genética da população de
Pernambuco é 56,8% europeia, 27,9% africana e 15,3% ameríndia.

Nativos e africanos
Indígenas: A presença de indígenas em Pernambuco data de mais 10 mil anos. Pinturas
rupestres são encontradas em várias áreas do Sertão e Agreste do estado, sendo as mais
conhecidas as do Vale do Catimbau no Município de Buíque, Agreste Pernambucano. Segundo
dados da Funai, Pernambuco possui cerca de 40 mil índios nos dias atuais.
Negros: O estado contou com a presença do negro desde o século XVI. Nesse período, os
portugueses introduziram a cultura da cana-de-açúcar na região, utilizando-se da mão de obra
escrava de origem indígena e africana. Os engenhos multiplicaram-se rapidamente e a produção
de açúcar tornou-se a principal atividade econômica da colônia. O número de cativos de origem
africana também cresceu bastante em Pernambuco. Em 1584, 15 mil escravos labutavam em
pelo menos 50 engenhos. Esse número subiu para 20 mil escravos em 1600. Já na metade do
século XVII, a população escrava somava entre 33 e 50 mil pessoas.

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Geografia – População – Prof. Luciano Teixeira

Pernambuco foi uma das regiões que mais receberam escravos africanos no Brasil. Durante
o tráfico negreiro, 824.312 africanos, 17% de todos os escravos trazidos ao Brasil, entraram
por Pernambuco. Dos africanos no estado, 79% eram provenientes do Centro-Oeste africano.
Atualmente, situam-se nessa região os países de Angola, República do Congo e República
Democrática do Congo.

Europeus
Portugueses: Além do legado genético, arquitetônico, musical e dialectual, Portugal se
faz presente, em Pernambuco, com o Clube Português do Recife, o Real Hospital Português
de Beneficência, o Gabinete Português de Leitura e o Consulado de Portugal. O surgimento
do tradicional hóquei sobre patins em Pernambuco, na década de 1950, por exemplo, é
consequência da imigração portuguesa. Os portugueses também participaram da povoação das
regiões do São Francisco e do Sertão Pernambucano, adquirindo terras para a criação extensiva
de gado.
Espanhóis: Nos primórdios da colonização, junto aos portugueses, os espanhóis fizeram-
se presentes. Entre as últimas décadas do século XIX e o início do século XX, Recife também
recebeu imigrantes oriundos da Espanha. No final de 2012, 685 espanhóis tinham registro no
Consulado Honorário da Espanha no Recife como radicados na capital pernambucana.
Italianos: A imigração italiana para Pernambuco entre o final do século XIX e início do século
XX foi pequena e concentrada ao longo do litoral ou na capital, com italianos provenientes
principalmente das províncias de Cosenza, Salerno e Potenza. Atualmente há um número
significativo de descendentes de italianos no estado: cerca de 200 mil.
Alemães: Os primeiros registros de alemães datam do século XVII, com a chegada da corte
holandesa no Estado, que trouxe alguns alemães. As duas guerras mundiais também
impulsionaram a colônia alemã no Recife, que chegou a contar com mais de 1,2 mil imigrantes.
Essa presença alemã pode ser observada no Deutscher Klub Pernambuco, fundado em 1920, e
que antes era restrito apenas à colônia alemã e seus descendentes.
Holandeses: Os holandeses, apesar de terem quase majoritariamente partido do Estado,
deixaram algumas famílias na capital. Da época da invasão holandesa — embora a miscigenação
não tenha sido oficialmente estimulada —, há relatos de muitas uniões interraciais. A ausência
de mulheres holandesas estimulou a união e o casamento de oficiais e colonos holandeses com
filhas de abastados senhores de engenho luso-brasileiros e, mais informalmente, destes com
índias, negras, caboclas e mulatas locais.
Ingleses: No começo do século XIX, quando o príncipe regente Dom João abriu os portos do país,
os ingleses começaram a chegar ao Brasil – em especial, para Recife, São Paulo, Rio de Janeiro
e Salvador. Nessa época, a cidade do Recife possuía aproximadamente 200.000 habitantes, e a
colônia inglesa já se apresentava de forma bastante expressiva.

Árabes e judeus
Árabes: No Recife, uma das marcas dos imigrantes é o Clube Líbano Brasileiro, erguido pela
colônia libanesa no bairro do Pina. O primeiro contato árabe com o Estado, entretanto, fez-

www.acasadoconcurseiro.com.br 399
se com missionários católicos sírios que chegaram a Pernambuco nas caravanas portuguesas.
O estado de Pernambuco também abriga a segunda maior comunidade palestina do Brasil,
concentrada na cidade do Recife, que começou a receber os primeiros imigrantes em 1903.
Hoje a comunidade tem cerca de 5 mil pessoas.
Judeus: O judaísmo em Pernambuco está presente desde o século XVI, quando os judeus
convertidos ao cristianismo eram considerados cristãos-novos, sendo muitos deles senhores
de engenho. Porém, existia a suspeita de prática escondida da religião judaica. Obtiveram
liberdade de professar a religião nos tempos de Maurício de Nassau, que logo foi combatida,
quando os portugueses voltaram ao domínio da economia açucareira. No Recife, há hoje uma
comunidade de 1,6 mil judeus.

Catedral de Petrolina, construída em estilo neogótico

Sinagoga Kahal Zur Israel, a mais antiga sinagoga da América

400 www.acasadoconcurseiro.com.br
Geografia – População – Prof. Luciano Teixeira

Religião

A religião verificável no estado varia entre católicos e evangélicos ao lado de minorias como
espíritas, judeus, umbandistas, testemunhas de Jeová e santos dos últimos dias. A maior religião
do estado é a católica de acordo com dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 8.796.032 habitantes que residiam
no estado naquele ano, 66,3% declararam-se católicos (5,8 milhões), 20,3% declararam-se
evangélicos (1,7 milhão), e 1,4% declararam-se espíritas (123 mil).

Igreja Católica Romana


Os colégios tradicionais pernambucanos são, em sua maioria, católicos, como o Colégio Damas
da Instrução Cristã, o Colégio Marista São Luís e o Liceu Nóbrega de Artes e Ofícios. Os templos
maiores, mais antigos, mais conhecidos e mais visitados pelos turistas são da Igreja Católica,
como a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Santo Antônio, a Concatedral São Pedro dos
Clérigos, a Capela Dourada e o Convento e Igreja de Santo Antônio, a Basílica do Carmo, a Igreja
da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, a Igreja Madre de Deus, a Igreja de Nossa
Senhora da Conceição dos Militares, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos,
a Igreja de Nossa Senhora do Livramento dos Homens Pardos, a Basílica da Penha, entre outras,
o que se trata de um sinal de que o catolicismo romano é a religião mais professada entre os
pernambucanos.
A Igreja Católica em Pernambuco divide-se administrativamente em uma arquidiocese e
nove dioceses: a arquidiocese de Olinda e Recife, comandada atualmente pelo arcebispo
Dom Antônio Fernando Saburido, e as dioceses de Afogados da Ingazeira, Caruaru, Floresta,
Garanhuns, Nazaré, Palmares, Pesqueira, Petrolina e Salgueiro.

Evangélicos
Pernambuco é a unidade federativa da região Nordeste com a maior concentração de
evangélicos, tanto em números absolutos quanto em termos proporcionais. 20,3% da
população do estado, o que corresponde a mais de 1,7 milhão de pernambucanos. Declara-se
protestante, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, percentual muito superior aos percentuais
encontrados nos demais estados nordestinos.
Pernambuco possui as mais diversas denominações protestantes, como a Assembleia de Deus,
igreja protestante com maior quantidade de fiéis e templos no estado. Outras denominações
pentecostais e neopentecostais presentes em Pernambuco são, entre muitas: Congregação
Cristã no Brasil, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Apostólica Renascer em Cristo,
Igreja Mundial do Poder de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja do Evangelho
Quadrangular, Igreja Episcopal Carismática e Igreja do Nazareno.
Entre as denominações evangélicas tradicionais, possuem templos no estado as igrejas de
orientação batista, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Igreja Presbiteriana, a Luterana, a
Anglicana, a Metodista e a Congregacional.

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Outras religiões
Entre os cristãos não católicos e não protestantes, destacam-se os Espíritas, os Santos dos
Últimos Dias e as Testemunhas de Jeová. O templo afro-brasileiro mais conhecido é o Terreiro
do Pai Adão, no Recife.
Os judeus também estão presentes. Algumas das personalidades judias que moraram na capital
pernambucana foram a escritora Clarice Lispector, o filósofo Luiz Felipe Pondé, o engenheiro
Mário Schenberg, o paisagista Roberto Burle Marx, entre outros. Os budistas, hinduístas e
muçulmanos não possuem relevância na população do estado.

Governo e política

O Estado de Pernambuco é governado por três poderes: o Executivo, representado pelo


Governador do Estado; o Legislativo, representado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco;
e o Judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco. Também é
permitida a participação popular nas decisões do governo por meio de referendos e plebiscitos.
A atual constituição do Estado de Pernambuco foi promulgada em 5 de outubro de 1989,
acrescida das alterações resultantes de posteriores emendas constitucionais.
O Poder Executivo pernambucano está centralizado no Governador do Estado, que é eleito
em sufrágio universal e voto direto e secreto, pela população, para mandato de quatro anos
de duração, podendo haver reeleição para mais um mandato por igual período. Sua sede é o
Palácio do Campo das Princesas, construído em 1841 pelo engenheiro Morais Âncora a mando
do então governador Francisco do Rego Barros. Várias pessoas já passaram pelo Governo de
Pernambuco, sendo o mais recente deles Paulo Henrique Saraiva Câmara, economista recifense
formado pela Universidade Federal de Pernambuco, eleito no primeiro turno das eleições
de 2014. Além do governador, há ainda no estado a função de vice-governador, atualmente
exercida por Raul Jean Louis Henry Júnior.
O Poder Legislativo pernambucano é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa
de Pernambuco, localizado no bairro de Boa Vista, na cidade do Recife. Ela é constituída por
49 deputados, que são eleitos a cada quatro anos. No Congresso Nacional, a representação
pernambucana é de três senadores e 25 deputados federais.
O Poder Judiciário é exercido pelos juízes e possui a capacidade e a prerrogativa de julgar
de acordo com as regras constitucionais e leis criadas pelo poder legislativo. Atualmente a
presidência do Tribunal de Justiça de Pernambuco é exercida pelo desembargador Frederico
Neves. Representações desse poder estão espalhadas por todo o estado por meio de comarcas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pernambuco#Demografia

http://www.pe.gov.br/conheca/populacao/

402 www.acasadoconcurseiro.com.br
Geografia

ECONOMIA

À época do Brasil Colônia, Pernambuco era a mais rica das capitanias e responsável por mais
da metade das exportações brasileiras de açúcar. Sua riqueza foi alvo do interesse de outras
nações e, no século XVII, os holandeses estabelecem-se no estado. A cana-de-açúcar continua
sendo o principal produto agrícola da Zona da Mata pernambucana, embora o estado não mais
seja o maior produtor do país. Apesar do declínio do açúcar, Pernambuco se manteve entre as
cinco maiores economias estaduais do país até meados da década de 1940: em 1907, o estado
tinha a quarta maior produção industrial do Brasil, após Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande
do Sul e à frente de estados como Minas Gerais e Paraná; e em 1939, Pernambuco era ainda
a quinta maior economia entre os estados brasileiros, após São Paulo, Rio de Janeiro, Minas
Gerais e Rio Grande do Sul.
Atualmente a economia de Pernambuco tem como base a agricultura, a indústria e os serviços.
O setor de serviços é predominante (algo típico na economia pós-urbanizatória vivida pelo
Brasil nas últimas décadas), seguido pela indústria (naval, automobilística, química,metalúrgica,
de vidros planos, eletroeletrônica, de minerais não metálicos, têxtil e alimentícia).
Após ter ficado estagnada durante a chamada "década perdida" (1985 a 1995), a economia
pernambucana vem crescendo rapidamente desde o fim do século XX. Na Era Vargas,
Pernambuco ainda aparecia entre os cinco maiores geradores de riqueza, à frente de estados
que foram mais subsidiados no período ditatorial, a exemplo do Paraná (via Itaipu, dentre
outros empreendimentos). No fim da década de 2000, a construção civil liderou o crescimento
econômico de Pernambuco, seguida pela indústria de transformação e pelos serviços.
O estado assiste a uma importante mudança em seu perfil econômico com os recentes inves-
timentos nos setores petroquímico, biotecnológico, farmacêutico, de informática, naval e au-
tomotivo, que estão dando novo impulso à economia do estado, que vem crescendo acima
da média nacional. Além da importância crescente do setor de informática (o Porto Digital é o
maior parque tecnológico do Brasil), do setor terciário – sobretudo das atividades turísticas –, e
do setor industrial em torno do Porto de Suape, merecem destaque a produção irrigada de fru-
tas ao longo do Rio São Francisco, quase que totalmente voltada para exportação, concentrada
no município de Petrolina, em parte devido ao aeroporto internacional com grande capacidade
para aviões cargueiros do município; e a floricultura, que começa a ganhar espaço, com plan-
tações de rosas, gladiolus, e crisântemos. Outros polos dinâmicos de desenvolvimento são: o
polo gesseiro no Araripe; o mármore, a pecuária leiteira e a indústria têxtil no Agreste; e a cana-
-de-açúcar e a biomassa na Zona da Mata.

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Setor primário

Plantação irrigada de uvas em área de caatinga no município de Lagoa Grande.


Entre os principais produtos agrícolas cultivados em Pernambuco, encontram-se a cana-de-açú-
car, o algodão, a banana, o feijão, acebola, a mandioca, o milho, o tomate, a graviola, o caju, a
goiaba, o melão, a melancia, a acerola, a manga e a uva. Na pecuária, destacam-se as criações
de bovinos, suínos, caprinos e galináceos. Merece destaque ainda a expansão que vem tendo a
partir dos anos 1970 da agricultura irrigada no Sertão do São Francisco, com projetos de irrigação
hortifrutícolas implantados com o apoio da CODEVASF. A produção é voltada para o mercado ex-
terno.
Pernambuco é atualmente o maior produtor de acerola do Brasil, respondendo por um quarto
da safra nacional. É também o maior produtor de goiaba, o segundo maior produtor de uva,
o segundo maior exportador de manga, o segundo maior polo floricultor e o sexto maior pro-
dutor de cana-de-açúcar do Brasil. Pernambuco é ainda o quarto maior produtor nacional de
ovos, o sexto de frangos de corte e a oitava maior bacia leiteira do país.
A cana-de-açúcar é o principal produto agrícola da Zona da Mata pernambucana. Também es-
tão presentes nesta mesorregião culturas de subsistência, além de fruticultura e hortaliças. No
Agreste, cidades como Garanhuns, Gravatá, Chã Grande e Bonito passaram a se dedicar à flori-
cultura, produzindo flores tropicais e tradicionais. Além do cultivo de flores, vêm crescendo no
agreste pernambucano as lavouras de café e as plantações de seringueiras. Aumenta também
a criação de cavalos, de gados de leite e de corte, de ovos e de frangos de corte. No Sertão, a
fruticultura irrigada produz toneladas de frutas tropicais por ano. O polo principal fica em Pe-
trolina, no vale do rio São Francisco.

Petrolina, no semiárido pernambucano, é a maior cidade da RIDE Petrolina e Juazeiro, maior


aglomerado urbano do interior da região Nordeste, que se consolidou como maior exportador
de frutas e segundo maior pólo vitivinicultor do Brasil graças ao uso de modernas técnicas de
cultivo e irrigação.

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Geografia – Economia – Prof. Luciano Teixeira

Setor secundário

O Complexo Industrial e Portuário de Suape abriga empreendimentos como a Refinaria Abreu


e Lima e o Estaleiro Atlântico Sul (maior estaleiro do Hemisfério Sul). O petroleiro João Cândido
(foto) foi o primeiro navio lançado pela indústria naval pernambucana.
A produção industrial pernambucana está entre as maiores do Norte-Nordeste. No período de
outubro de 2005 a outubro de 2006, o crescimento industrial em Pernambuco foi o segundo
maior do Brasil (6,3%) mais que o dobro da média nacional no mesmo período (2,3%)
Em 7 de novembro de 1978, uma lei estadual criou a empresa Suape Complexo Industrial Por-
tuário para administrar o desenvolvimento de obras na região do Porto de Suape. Hoje o porto
é um dos maiores do Brasil, administrado pelo governo de Pernambuco. Suape opera navios
nos 365 dias do ano, sem restrições de horário de marés. O Porto dispõe de um sistema de mo-
nitoração de atracação de navios a laser, que possibilita um controle efetivo e seguro, oferecen-
do condições técnicas nos padrões dos portos mais importantes do mundo.
Recentemente Pernambuco foi escolhido para a implantação dos seguintes empreendimentos:
montadoras Jeep (automóveis - município de Goiana) e Shineray (motocicletas - município de
Ipojuca), Refinaria Abreu e Lima, Estaleiro Atlântico Sul, Polo Farmacoquímico e de Biotecnolo-
gia, Hemobrás, Novartis, Bunge, CSN, Gerdau, Mossi & Ghisolfi, Pepsico, Amanco, central logís-
tica daGeneral Motors além do Terminal ferroviário da Transnordestina, entre outros investi-
mentos. Somente o Complexo Industrial e Portuário de Suape tem o poder de duplicar a renda
de Pernambuco até 2020 e triplicar o PIB até 2030.
O Jeep Renegade (foto) será montado, a partir do primeiro trimestre de 2015, pela fábrica da
Fiat Chrysler Automobiles no município de Goiana, litoral norte de Pernambuco.
A matriz da multinacional pernambucana Acumuladores Moura S.A. (Baterias Moura) está lo-
calizada na cidade de Belo Jardim. A Baterias Moura fornece baterias para a metade dos carros
fabricados no Brasil. O conglomerado pernambucano Queiroz Galvão reúne mais de 50 em-
presas nos segmentos de Construção,Desenvolvimento Imobiliário, Alimentos, Participações e
Concessões, Óleo e Gás, Siderurgia e Engenharia Ambiental, com presença em todos os esta-
dos brasileiros assim como em países da América Latina e da África, exportando seus produtos
para Estados Unidos,Canadá e Europa, e empregando cerca de 30.000 trabalhadores. O Grupo
Industrial João Santos, fundado em Pernambuco, é o produtor do Cimento Nassau e um dos
mais importantes conglomerados industriais do país, controlando 24 empresas e mais de 60 es-
tabelecimentos comerciais com atividades nos ramos de papel e celulose, açúcar, transportes,
comunicação e cimento, gerando 10 mil empregos diretos em vários estados brasileiros.
Na mineração, destacam-se a argila, o calcário, o ferro,a gipsita, o granito e o quartzo. A microrregião
de Araripina destaca-se na extração mineral da gipsita, fornecendo 95% do gesso consumido no Brasil.

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Setor terciário
Recife é um tradicional polo de serviços. Os segmentos de maior destaque são: comércio, ser-
viços médicos, serviços de informática e de engenharia, consultoria empresarial, ensino e pes-
quisa, atividades ligadas ao turismo.
A capital pernambucana abriga o Porto Digital, reconhecido como o maior parque tecnológi-
co do Brasil, com mais de 200 empresas, entre elas multinacionais como Motorola, Borland,
Oracle, Sun, Nokia, Ogilvy, IBM e Microsoft. Emprega cerca de seis mil pessoas e tem 3,9% de
participação no PIB do estado.

O polo médico do Recife, considerado o segundo maior do país, atrai pacientes do Brasil e do exte-
rior. Os estrangeiros que vão ao Recife em busca de atendimento na área médica, em sua maioria
africanos e norte-americanos, visam qualidade nos serviços e preço baixo no atendimento (o que
torna isso possível também é o fato de Pernambuco estar acima da média na formação dessa área).
O RioMar Shopping, localizado na Zona Sul do Recife, é o maior centro de compras do Norte-
-Nordeste e o terceiro maior do Brasil, além de primeiro endereço de alto luxo do Nordeste e
Norte brasileiro.
Recife foi eleita por pesquisa encomendada pela MasterCard Worldwide como uma das 65 ci-
dades com economia mais desenvolvida dos mercados emergentes no mundo.
Apenas cinco capitais brasileiras entraram na lista: São Paulo, que foi a cidade brasileira mais
bem colocada, na 12ª posição; Rio de Janeiro (36ª posição); Brasília (42ª); Recife (47ª); e por
último Curitiba (49ª). Xangaie Pequim, na China, ocuparam as duas primeiras posições.
A Tupan, atacadista distribuidora de materiais de construção fundada em Serra Talhada, no
sertão do estado, é a maior empresa do ramo no Norte-Nordeste e a quinta maior do Brasil
segundo o IBOPE. O grupo atende mais de 12.000 clientes lojistas em todo o Norte-Nordeste,
contando com três Centros de Distribuição, localizados em Pernambuco e Alagoas (Serra Talha-
da, Recife eMaceió), além de sete lojas de varejo sendo: quatro em Serra Talhada, duas em Re-
cife e uma em Maceió. Possui ainda uma frota própria de 130 caminhões, 120 Representantes
Comerciais e um efetivo de mais de 1.000 colaboradores.
Pernambuco abriga ainda o polo têxtil do Agreste, segundo maior polo de confecções do Brasil,
abarcando 13 cidades em 2009, nas quais se concentram mais de 18 mil empresas do setor. Caruaru,

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Geografia – Economia – Prof. Luciano Teixeira

Santa Cruz do Capibaribe e Toritama formam o triângulo e o principal ponto de venda e fabricação
de confecções do Agreste. Santa Cruz do Capibaribe possui o maior parque de confecções da Amé-
rica Latina, o Moda Center Santa Cruz. Toritama é responsável por 15% das confecções feitas com
jeans produzidas no Brasil.Caruaru tem sua produção têxtil escoada através da Feira de Caruaru.

Caruaru, no Agreste pernambucano, é o segundo maior polo de confecções do Brasil. Compõe,


junto com Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, o triângulo têxtil de Pernambuco.

Porto Digital

O Porto Digital, localizado no bairro do Recife Antigo na capital pernambucana, é o maior par-
que tecnológico do Brasil e referência mundial na produção de softwares.
Pernambuco conta com um dos mais importantes parques tecnológicos do Brasil, localizado no bairro
do Recife, na capital estadual. Trata-se do Porto Digital, que abriga mais de duzentas empresas, entre
elas multinacionais como Accenture, Oracle, ThoughtWorks,Ogilvy, IBM e Microsoft, e é reconhecido
pela A. T. Kearney como o maior parque tecnológico do Brasil em faturamento e número de empresas,
O Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn UFPE) fornece mão de obra para
o polo, que gera sete mil empregos e tem participação de 3,5% no PIB do Estado de Pernambuco. Além
do Porto Digital, a capital pernambucana possui uma unidade do Instituto Nokia de Tecnologia.

Turismo

Igreja do Carmo com o mar azul turquesa de Olinda ao fundo, cartão postal de Pernambuco.

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O turismo no Estado de Pernambuco oferece diversas atrações históricas, naturais e cultu-
rais. As principais localidades turísticas do Estado de Pernambuco são Fernando de Noronha,
Porto de Galinhas, Cabo de Santo Agostinho, Olinda, Recife, Igarassu, Itamaracá, Gravatá,
Triunfo,Garanhuns , Caruaru e Bonito.
Segundo a pesquisa "Hábitos de Consumo do Turismo Brasileiro 2009", realizada pela Vox Po-
puli, Pernambuco foi o segundo destino turístico preferido dos brasileiros, já que 11,9% dos tu-
ristas optaram pelo estado nas categorias pesquisadas; e segundo a International Congress And
Convention Association (ICCA), Pernambuco é o terceiro melhor polo de eventos internacionais
do Brasil.
O litoral do Estado de Pernambuco tem cerca de 187 km de extensão, entre praias e falésias, zonas
urbanas e locais praticamente intocados. Faz divisa, ao norte, com a Paraíba e, ao sul, com Alagoas.
Além do litoral continental, possui o arquipélago de Fernando de Noronha e suas 16 praias.

Porto de Galinhas foi eleita por dez vezes consecutivas a Melhor Praia do Brasil, segundo a
Revista Viagem e Turismo, da Editora Abril.
Pernambuco oferece dez rotas de turismo que vão do litoral ao interior criadas pela Empetur,
que visam explorar os principais pontos turísticos de cada região do estado de acordo com suas
potencialidades, que vão do turismo de sol e mar e ecoturismo ao turismo serrano e religioso.
Entre as praias mais procuradas do estado, estão as de Boa Viagem, Porto de Galinhas, Carneiros,
Serrambi, Guadalupe, Calhetas,Maria Farinha, Nossa Senhora do Ó, Ilha de Itamaracá e a Ilhota
da Coroa do Avião.

Recife, conhecida como a "Capital Brasileira dos Naufrágios", atrai mergulhadores de todo o
mundo por sua rica vida marinha e suas águas calmas e cristalinas com temperaturas próximas
dos 30 graus. Fora do litoral da capital pernambucana há também o Arquipélago de Fernando
de Noronha (foto), pertencente à mesorregião metropolitana do Recife e considerado um dos
melhores lugares para a prática de mergulho do planeta.

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Geografia – Economia – Prof. Luciano Teixeira

O Litoral Sul de Pernambuco, que tem cerca de 110 km de praias, é totalmente protegido por
corais, que formam irresistíveis piscinas naturais de águas mornas. É famoso por diversas praias
conhecidas nacional e internacionalmente, como Porto de Galinhas. Turistas de todo o país se
hospedam nos luxuosos hotéis e resorts do Litoral Sul do estado.
O Litoral Norte do estado é mais densamente habitado que o Litoral Sul, quase urbanizado por
completo desde a Região Metropolitana do Recife até a divisa com a Paraíba (o que muitos veem
como a primeira proto-megalópole interestadual do país, que teria em extensão latitudinal mais
de 120 km de urbanização costeira contígua). Tem alguns dos sítios históricos mais importantes
do Brasil, como os dos municípios de Olinda, Igarassu, Itamaracá e Goiana. Construções do Brasil
Colônia, como o Forte Orange na Ilha de Itamaracá e a Igreja dos Santos Cosme e Damião em Iga-
rassu, são muito visitadas por turistas que passam pela região. As praias também são muito pro-
curadas. O Litoral Norte pernambucano também é conhecido por abrigar o Veneza Water Park,
um dos maiores parques aquáticos do Brasil, situado na Praia de Maria Farinha em Paulista.

A Baía do Sancho, em Fernando de Noronha, foi eleita a melhor praia do mundo pelos usuários
do TripAdvisor.
O arquipélago de Fernando de Noronha tem destaque nacional e mundial. Das ilhas, é possí-
vel avistar os golfinhos saltadores. As principais atrações do arquipélago são o Forte de Nossa
Senhora dos Remédios de Fernando de Noronha, a Vila dos Remédios , a Praia da Conceição, a
Praia do Boldró, a Baía dos Porcos, a Baía do Sancho (cercada por falésias cobertas de vegeta-
ção), a Baía dos Golfinhos, a Praia da Cacimba do Padre, o Morro Dois Irmãos, o Reduto de São
Joaquim de Fernando de Noronha, o Reduto de Santa Cruz do Morro do Pico de Fernando de
Noronha e o Reduto de Santana de Fernando de Noronha. O arquipélago foi declarado Patrimô-
nio Natural da Humanidade pela Unesco.

Em Garanhuns, ocorre uma das etapas do Circuito do Frio, evento multicultural realizado en-
tre julho e agosto em cinco cidades serranas de Pernambuco (as outras etapas acontecem em
Triunfo, Gravatá,Pesqueira e Taquaritinga do Norte).

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O Circuito do Frio é uma opção para os que procuram um clima ameno. Trata-se de um evento
multicultural, realizado no mês de julho e começo de agosto em cinco cidades serranas do inte-
rior pernambucano: Garanhuns, Triunfo, Gravatá, Pesqueira e Taquaritinga do Norte. O Festival de
Inverno de Garanhuns (FIG), criado em 1991, foi o primeiro evento, que deu início ao costume de
seguir para o interior de Pernambuco na época mais fria do ano. O FIG apresenta uma maratona
de atrações nacionalmente conhecidas nas praças e parques. São 12 polos, espalhados por toda
a cidade de Garanhuns, num evento que mistura diversos estilos musicais – rock, MPB, blues,
jazz, forró e música instrumental, para citar alguns –, teatro, cinema, circo, gastronomia, folgue-
dos populares e outras formas de manifestação cultural. Triunfo, por sua vez, é um dos destinos
mais concorridos do circuito. Poucos municípios têm o privilégio de reunir tantos atrativos quanto
Triunfo: o clima (a cidade está a 1.004 metros de altitude) que propicia o cultivo de flores, o casa-
rio singelo, as antigas construções, os seculares conventos, o Cine-Teatro Guarany, os engenhos
de cana-de-açúcar e a Lagoa João Barbosa. Gravatá, localizada a 85 Km do Recife, é um dos locais
mais acessíveis do evento. Andar pela cidade, tomar chocolate quente, parar nos restaurantes
tradicionais de culinária típica para comer galinha à cabidela ou buchada de bode são programas
imperdíveis. Em Gravatá, o Circuito do Frio recebe o nome de Festa da Estação. Cidade de larga
tradição rendeira, Pesqueira realiza há cinco anos a Festa da Renascença, justamente o nome da
renda feita na região. Já a cidade das praças e das flores, Taquaritinga do Norte, comanda a Festa
das Dálias.

Economia de Pernambuco - Números

Evolução do PIB de Pernambuco


Ano PIB PIB per capita
2005 R$ 49,903 bilhões R$ 5.931
2006 R$ 55,505 bilhões R$ 6.528
2007 R$ 62,256 bilhões R$ 7.337
2008 R$ 70,441 bilhões R$ 8.065
2009 R$ 78,428 bilhões R$ 8.901
2010 R$ 95,187 bilhões R$ 10.821
2011 R$ 104,394 bilhões R$ 11.776
2012 R$ 117,340 bilhões R$ 13.138
2013 R$ 140,728 bilhões R$ 15.282

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Geografia – Economia – Prof. Luciano Teixeira

10 maiores PIBs municipais de Pernambuco (2013)


Posição Município Região do Estado PIB PIB per capita
1 Recife Grande Recife R$ 46,445 bilhões R$ 29.037,18
Jaboatão dos
2 Grande Recife R$ 11,952 bilhões R$ 17.691,00
Guararapes
3 Ipojuca Grande Recife R$ 8,411 bilhões R$ 95.666,34
Cabo de Santo
4 Grande Recife R$ 7,361 bilhões R$ 37.530,14
Agostinho
5 Caruaru Agreste R$ 5,239 bilhões R$ 15.529,30
Vale do São
6 Petrolina R$ 4,905 bilhões R$ 15.334,27
Francisco
7 Olinda Grande Recife R$ 4,816 bilhões R$ 12.409,57
8 Paulista Grande Recife R$ 3,701 bilhões R$ 11.686,25
Vitória de Santo
9 Zona da Mata R$ 2,422 bilhões R$ 18.091,78
Antão
10 Igarassu Grande Recife R$ 1,914 bilhão R$ 17.516,83

10 maiores PIBs municipais do interior de Pernambuco (2013)


Posição Município Região do estado PIB PIB per capita
1 Caruaru Agreste R$ 5,239 bilhões R$ 15.529,30
Vale do São
2 Petrolina R$ 4,905 bilhões R$ 15.334,27
Francisco
Vitória de Santo
3 Zona da Mata R$ 2,422 bilhões R$ 18.091,78
Antão
4 Garanhuns Agreste R$ 1,787 bilhão R$ 13.228,07
5 Goiana Zona da Mata R$ 1,541 bilhão R$ 19.772,08
6 Belo Jardim Agreste R$ 1,279 bilhão R$ 17.077,55
Santa Cruz do
7 Agreste R$ 1,115 bilhão R$ 11.506,31
Capibaribe
8 Serra Talhada Sertão do Pajeú R$ 1,075 bilhão R$ 12.947,97
9 Carpina Zona da Mata R$ 1,016 bilhão R$ 12.815,87
10 Gravatá Agreste R$ 0,831 bilhão R$ 10.337,80

https://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_de_Pernambuco
http://www.folhape.com.br/economia/
http://www.portalbrasil.net/estados_pe.htm

www.acasadoconcurseiro.com.br 411
Geografia

O ESPAÇO RURAL DE PERNAMBUCO

O território rural denominado Agreste Meridional de Pernambuco abrange uma área de 13.153
2
km , está localizado em parte da Mesorregião do Agreste Pernambucano e do Sertão Pernam-
bucano. Atualmente é composto por 20 municípios: Águas Belas, Buíque, Iati, Ibimirim, Inajá,
Itaíba, Pedra, Venturosa, Angelim, Bom Conselho, Caetés, Capoeiras, Garanhuns, Ibirajuba, Ma-
narí, Paranatama, Saloá, São Bento do Una, Terezinha e Tupanatinga.
De acordo com informações do IBGE (2010), o contingente populacional do território apresen-
ta-se com 587.086 habitantes, dos quais 257.840 residem na área rural, o que corresponde a
42,7% do total. Com IDH médio de 0,60, esse meio rural é composto por agricultores familiares
e patronais, famílias assentadas, comunidades quilombolas, terras indígenas, dentre outros.
O território enquadra-se na categoria de rural, seguindo-se o critério estabelecido por Veiga
(2002), pois apresenta uma população média de 29.354 habitantes e uma densidade de 44,77
2
habitantes por km , ou seja, uma população média menor do que 50.000 habitantes e uma
2
densidade inferior a 80,0 habitantes por km .
Entre os seus municípios, Garanhuns destaca-se apresentando uma acentuada população urba-
na, com uma taxa de 89,1%, já os municípios de Paranatama, Manari e Caetés apresentam taxas
de 79,1%, 78,9% e 71,7% da população rural, respectivamente, revelando assim, uma certa he-
terogeneidade no território. Além disso, vale ressaltar, que o município de Garanhuns centraliza
economicamente o Agreste Meridional e se estabelece pela importância como polo regional.
Quanto aos indicadores sociais, observa-se uma grande amplitude relativa ao (Índice de De-
senvolvimento Humano Municipal (IDH-M)) entre os municípios. Os municípios de Garanhuns,
de Venturosa e de São Bento do Una apresentam os maiores IDH-M, com 0,69; 0,63 e 0,62
respectivamente. Já os municípios de Manari e Caetés apresentam os menores IDH-M, com
0,47 e 0,52. Tais informações revelam também a ocorrência de uma acentuada disparidade na
qualidade de vida entre os municípios do território.
As áreas rurais do território são reconhecidas economicamente pela presença da pecuária lei-
teira. No entanto, as pequenas propriedades rurais, de cunho familiar, que exploram princi-
palmente as culturas do feijão e da mandioca, apresentam grande relevância socioeconômica
para a região, revelando nesse conjunto as principais atividades de exploração das áreas rurais.
Historicamente, esse arranjo formou-se ao longo dos anos, pois o Agreste constituiu-se como o
local de produção de alimentos para o abastecimento interno da região Nordeste, em face da
cultura expansionista e exportadora da cana-de-açúcar.
A velha estrutura coronelista, ainda reflete sobre a atual estrutura agrária e sobre as relações
sociais de dependência e subordinação que insiste em permanecer em diversos municípios
desse território. Dessa forma, perpetua-se a ação política de comando sobre a população e car-
gos, de uma forma geral, atuando em diversos segmentos e instituições públicas.

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Os festejos juninos apresentam-se como a expressão máxima da cultura, porém as tradições
folclóricas tendem a se perder no tempo, em face da homogeneização dos costumes, princi-
palmente no que diz respeito à música, com os grupos eletrônicos de forró. Trabalhar as rura-
lidades ainda presentes requer um árduo e constante desafio, para que não haja perda tanto
cultural como economicamente, uma vez que esses valores são descontruídos pela aquisição
de novos hábitos impostos pelos meios de dominação e imposição de valores externos.
Atrelado a isso, nota-se a insatisfatória presença de estrutura das políticas públicas, relacionadas ao
nível educacional, principalmente nas formações iniciais das crianças, no apoio à assistência das ati-
vidades produtivas e na preservação e exploração sustentável das riquezas naturais e arqueológicas.

Território Rural do Sertão do Pajeú de Pernambuco

A região sertaneja pernambucana possui características peculiares intrínsecas a sua geografia


e dentro desse contexto surge a divisão em três territórios: O território do Araripe, o território
do São Francisco e o território do Sertão do Pajeú. Em relação a esse último, destacamos a de-
nominação “Pajeú” devido à referência ao Rio Pajeú, que atravessa parte dos municípios que
compõem o território, revelando significativa importância para o povoamento dessa parte do
Sertão de Pernambuco.
O território do Sertão do Pajeú é composto por 20 municípios, divididos em três microrregiões:
a) MICRORREGIÃO DE SÃO JOSÉ DO EGITO, composta pelos municípios de Brejinho, Itapetim,
Santa Terezinha, São José do Egito e Tuparetama;
b) MICRORREGIÃO DE AFOGADOS, composta pelos municípios de Afogados da Ingazeira, Car-
naúba, Iguaraci, Quixaba, Sertânia, Solidão e Tabira;
c) MICRORREGIÃO DE SERRA TALHADA, composta pelos municípios de Calumbi, Flores, Mi-
randiba, Santa Cruz da Baixa Verde, São José do Belmonte, Serra Talhada e Triunfo.
Dados históricos revelam que o início da exploração econômica do Sertão Pernambucano ocor-
reu por meio da atividade pecuária. Estudos sobre essa questão informam que tal fato foi de-
corrente da proibição, por parte da coroa portuguesa, da exploração da pecuária nas áreas
próximas ao litoral (Zona da Mata) da capitania de Pernambuco que se destinavam apenas para
o cultivo da cana-de-açúcar. Assim, induzia-se o deslocamento do gado para o Sertão, seguindo
o caminho inverso das águas do Rio São Francisco e dos seus afluentes, tendo o Rio Pajeú como
um deles. Tal fato trouxe para a região, juntamente com o gado, o povoamento dessas terras, a
formação de latifúndios, ocupando extensas áreas e as formas de convivência.
As relações de poder foram organizadas a partir da formação das estruturas fundiárias e delas sur-
giram as cidades sertanejas, tendo na figura do dono das terras e do gado a expressão do poder
autoritário e paternalista que ainda permanece. Atualmente, algumas poucas mudanças pontuais
são percebidas e, de alguma forma, buscam alterar o quadro político e econômico dessa região.
A mistura racial está presente e provém tanto dos habitantes naturais, indígenas, quanto do
processo de escravidão com a chegada dos negros e dos embates e fugas dos portugueses e ho-
landeses vindos das regiões litorâneas. Essa mistura de raça traz consigo também a mistura de
culturas expressadas pelas danças e músicas, pela poesia e nos hábitos alimentares adaptados
à sobrevivência no semiárido da Caatinga.

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Geografia – O Espaço Rural de Pernambuco – Prof. Luciano Teixeira

A caprinocultura e a ovinocultura são atividades de grande relevância econômica nos municí-


pios desse território, muito em face da rusticidade e da adaptação dos animais às condições do
ambiente do semiárido nordestino. Em relação às atividades da agricultura, predominam os
cultivos de milho, feijão e mandioca, que fazem parte da dieta básica do sertanejo.

Os dias de feira-livre constituem-se no ponto de referência para as negociações mais diversas,


presencia-se a convergência da população vinda desde os locais mais recônditos das áreas ru-
rais. Ao se misturarem com os moradores das cidades, estabelecem a comercialização da pro-
dução das atividades produtivas e contribuem para o incremento do comércio. A feira-livre é
uma tradição nordestina, existente em toda a região.
As histórias sobre o legendário Lampião e o mundo do cangaço são retratadas em formas de
cordel e encontra no Município de Serra Talhada, cidade natal, o ponto de referência com o
museu sobre essa figura que percorria essas terras com sua tropa, deixando atônita e aterrori-
zada a população do sertão nordestino.
Quanto às infraestruturas existentes e destinadas para esse território, ressalta-se a precarieda-
de das estradas que interligam os municípios, com significativa falta de conservação e apoio o
que resulta na deficiência dos sistemas de transportes coletivos. As obras dos canais da trans-
posição do Rio São Francisco (integração de bacias hidrográficas) estão sendo realizadas e cor-
tam parte desse território, mas são vistas pela população como algo externo ao seu cotidiano e
que aparentemente não lhe trarão resultados satisfatórios e esperanças para o futuro.
Pernambuco perde Paulo Crespo, líder cristão mediador de conflitos rurais
As referências a Paulo Crespo, morto e sepultado ontem aos 83 anos, no Cemitério Morada da Paz,
eram nos últimos anos mais à sua condição de padre casado do que a de organizador dos trabalhado-
res rurais. Isso é compreensível pela distância temporal deste papel, exercido por Crespo nos anos 1960,
quando a Igreja Católica controlava a maioria desses sindicatos no estado. Dos cerca de 115 sindicatos,
a instituição religiosa comandava mais de 90, sendo o ainda não padre casado um dos responsáveis
pelo número. Ele se destacava pela formação intelectual, o que incluía estudos no Instituto Católico de
Paris e ensino na Universidade Católica de Pernambuco. Mas o que o levou a apoiar os trabalhadores
rurais foi a experiência na Paróquia de Jaboatão, assumida aos 24 anos. Nascido em Bom Conselho,
no Agreste, chocou-se com a pobreza da zona canavieira. “Percebi uma grande miséria e sofrimento,
muita fome, muita nudez”, revelou em entrevista. A escolha que fez resultou em visões diferentes de
seu papel: comunista para uns, pelego ou homem de Igreja para outros.

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Geografia

URBANIZAÇÃO EM PERNAMBUCO

Conhecida como a Veneza brasileira, a cidade de Recife foi estabelecida em um grande delta
formado pelos rios Capibaribe, Beberibe, Jiquiá, Tejipió e Jaboatão. O desenvolvimento da
cidade transcorre em uma grande batalha entre os construtores e as águas, nos rios, nos
mangues e no mar – uma batalha entre aterros, barragens e pontes contra chuvas e marés,
vivenciada até hoje pelos moradores de uma das principais regiões metropolitanas do Nordeste
brasileiro.

“O RECIFE, COMO VENEZA, É A CIDADE QUE SAI DA ÁGUA E QUE NELA SE REFLETE, É UMA
CIDADE QUE SENTE A PALPITAÇÃO DO OCEANO NO MAIS PROFUNDO DOS SEUS RECANTOS.”
— JOAQUIM NABUCO.
Uma colônia de pescadores que abastecia Olinda, produzindo uma grande quantidade de açú-
car, engordou os olhos da Companhia das Índias Ocidentais, que, em um desacordo com a co-
roa espanhola, invadiu as terras, incendiou o centro de Olinda e transferiu para Recife a sede
administrativa, guardada por fortes estratégicos. A partir daí, iniciou-se o processo de formação
da cidade de Recife, principalmente com a chegada de João Maurício de Nassau, com planos de
criar a mais moderna cidade da América do Sul.

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Cidade Maurícia – 1644

A cidade de Recife moderna já conta com mais de 1. 617. 183 habitantes, ainda com dezenas de
canais e pontes compondo seu traçado urbano. Assim como aconteceu em tantas cidades de
baixada, a expansão urbana deu-se rapidamente, ocupando manguezais e áreas de alagamento
natural, sem controle dos impactos negativos sobre o meio ambiente, resultando em uma me-
trópole com graves problemas de inundações.

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Geografia – Urbanização em Pernambuco – Prof. Luciano Teixeira

Na Avenida Recife, na altura da Av. Dom Helder Câmara, foi necessária a instalação de um
conjunto de bombas para auxiliar na drenagem de uma área com mais de 50h a, em eventos de
chuva e maré alta. A estrutura é composta por três bombas com capacidade de vazão de 1.000
litros por segundo cada uma. Para piorar a situação, há uma intensa ocupação das margens do
canal, com lançamento direto de esgoto doméstico, degradando as águas.

Localização da drenagem forçada por bombas

Local de despejo das águas bombeadas

Local de despejo das águas bombeadas

No segundo local, existe um sistema de comportas instalado no canal Derby-Tacaruna, que se


estende pela Avenida Agamenon Magalhães. Esse canal liga o rio Capibaribe até o estuário do
porto.
Muitos locais às margens desse canal eram áreas de mangue, com solo pouco resistente. As-
sim, parte da Av. Agamenon Magalhães sofreu um rebaixamento, resultante da compactação
do solo, com pontos de até 1 metro de diferença. Com isso, em condições de preamares (maré
alta) mais altas, como em dias de sizígia, a água do canal extravasava para as pistas, parando o
trânsito e prejudicando toda a circulação da cidade.

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Para resolver isso, foram instaladas comportas nas duas extremidades do canal, que são fechadas
durantes as altas marés. Porém, foi criada uma dificuldade: como os bairros que drenam suas
águas para esse canal serão afetados em um dia de chuva com maré alta? Inundação certa!

Processo de Verticalização

http://www.aquafluxus.com.br/o-preco-da-urbanizacao-recife-pe/

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Geografia

MOVIMENTOS CULTURAIS EM PERNAMBUCO

Não por acaso, o estado é conhecido no país como um dos que têm a cena cultural mais viva, construída a partir
da contribuição de índios, portugueses, holandeses, judeus, africanos, entre outros. É celeiro de poetas, artistas
plásticos e músicos reconhecidos em todo mundo, sem falar nos seus movimentos, no carnaval, no São João, em
nossa cultura. Isso é Pernambuco.

Lampião e Maria Bonita | Museu do Forró – Caruaru

O carnaval, por exemplo, é a maior festa. Não só dos pernambucanos, mas de todos que visi-
tam o estado na época dessa democrática festa – seja na capital, nas praias, no interior. Tem
o maracatu, o caboclinho, o coco de roda, a ciranda e o maior de todos os representantes – o
frevo! O ritmo, aliás, é único e teve origem no próprio estado. Na festa, além das ladeiras de
Olinda, do fervor do Recife Antigo, tem também o Galo da Madrugada, o maior bloco de rua do
mundo (segundo o Guinness Book).
No interior, seja no Sertão ou no Agreste, há outros movimentos culturais. Os Caretas de Triun-
fo (cidade sertaneja a 600km do Recife); os Papangus de Bezerros (agreste, 90km da capital),
que no carnaval, promovem uma grande festa nas ruas do município.

Rua da Aurora – Recife

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Pernambuco também é a terra do São João. O período junino no estado é um dos mais tradi-
cionais do país. A cidade de Caruaru, no Agreste, é o ponto central onde acontecem 30 dias de
festa – todo o mês de junho. É a terra do forró, do xaxado, do mestre Vitalino, da famosa Feira
de Caruaru, do Alto do Moura, entre outros. Mas não é só nessa que ocorrem os festejos; da
capital ao interior são muitas as homenagens ao Santo.
Na Zona da Mata, tanto a Norte quanto a Sul, o destaque fica para os maracatus, de baque sol-
to ou de baque virado. De influência africana, eles têm muita força nessa região devido à gran-
de presença de engenhos de cana-de-açúcar. No período colonial, os escravos vindos da África
para trabalhar a produção do açúcar trouxeram os costumes para cá. Antigamente, muitas des-
sas movimentações aconteciam às escondidas ou na senzala. Com o passar dos anos e a liber-
dade dos negros, a cultura foi incorporada como um todo. hoje é um dos nossos destaques.
Entre as cidades, Nazaré da Mata desponta como uma das que mais concentra maracatus.
Tudo isso é apenas uma demonstração da rica cultura de Pernambuco. Uma cultura que orgu-
lha os pernambucanos, que é passada de geração em geração, levada para todos os cantos do
mundo.

Cultura

A cultura pernambucana é bastante diversificada, uma vez que foi influenciada por indígenas,
africanos e europeus.
Tendo sido uma das primeiras áreas efetivamente colonizadas por portugueses, ainda no século
XVI, que aí encontraram as populações nativas e foram acompanhados por africanos trazidos como
escravos, Pernambuco tem uma cultura bastante particular e típica, apesar de extremamente
variada. Sua base é luso-brasileira, com grandes influências africanas e ameríndias.

Música e dança

O frevo, um dos principais gêneros musicais e danças do estado e símbolo do Carnaval Recife/
Olinda, caracteriza-se pelo ritmo acelerado e pelos passos que lembram a capoeira. Esse gênero
já revelou e influenciou grandes músicos, como Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho,
Zé Ramalho, Moraes Moreira, Armandinho, Pepeu Gomes, Antônio Nóbrega, Hermeto Pascoal,
entre muitos outros. Antes da criação da axé music na década de 1980, o frevo era utilizado
também no Carnaval de Salvador. Em cerimônia realizada na cidade de Paris, França, no ano
de 2012, a Unesco anunciou que, aprovado com unanimidade pelos votantes, o frevo foi eleito
Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
O manguebeat, gênero musical pernambucano que despontou na cena underground dos anos
1990, revelou e influenciou diversos grupos musicais e artistas do estado, como Chico Science,
Nação Zumbi, Otto, Lenine, Mundo Livre S/A, Cordel do fogo encantado, Mestre Ambrósio, Fred
Zero Quatro, entre outros. O manguebeat foi criado pelo guitarrista Robertinho do Recife.

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Geografia – Movimentos Culturais em Pernambuco – Prof. Luciano Teixeira

Festividades

Carnaval em Olinda: O Carnaval Recife/Olinda é considerado o mais democrático e cultural-


mente diverso do país. É multifacetado, com formas diferentes de carnaval de rua, desfiles de
agremiações carnavalescas e apresentações de cantores e conjuntos musicais em palanques
específicos. O Recife possui o maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada, que
se apresenta no sábado de carnaval, ou "Sábado de Zé Pereira". Em 2006, o Galo reuniu mais
de um milhão e meio de pessoas, mais que a população do Recife, façanha que o incluiu no
Livro Guiness de Recordes. Em fins do século XVII, havia organizações, denominadas "compa-
nhias", que se reuniam para comemorar a Festa de Reis. Essas companhias eram constituídas,
em sua maioria, de pessoas de raça negra, escravos ou não, que suspendiam seus trabalhos e
comemoravam o dia dos Santos Reis. Com a abolição da escravatura, começaram a aparecer
agremiações carnavalescas baseadas nos maracatus e nos festejos dos Reis Magos. O primeiro
clube carnavalesco de que se tem notícia foi o Clube dos Caiadores, criado por Antônio Valente.
Os participantes do clube compareciam à Matriz de São José, no bairro de São José, executan-
do marchas. Seus participantes, levando nas mãos baldes, latas de tinta, escadinhas e varas
com pincéis, subiam os degraus da igreja e a caiavam (pintavam), simbolicamente.
Em Pernambuco, são realizadas das principais festas juninas do país. Os festejos de Caruaru, no
Agreste pernambucano, disputam com os de Campina Grande na Paraíba o título de Maior São
João do Mundo, embora Caruaru já esteja consolidada no Guinness Book.
O Carnaval de Olinda é conhecido mundialmente pelos desfiles dos Bonecos de Olinda, bonecos
de mais de dois metros, coloridos e de fácil localização, que saem às ruas junto com os foliões.
Em seus primórdios, a história do Carnaval de Olinda confunde-se com a história da folia no
Recife e em Pernambuco. Tal como hoje a conhecemos, a maior festa popular do mundo é um
evento relativamente recente, sendo marcado pelo surgimento de agremiações como o Clube
Carnavalesco Misto Lenhadores, fundado em 1907, e o Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas,
de 1912, ambos ainda presentes nos carnavais da atualidade. O Carnaval de Olinda preserva as
mais puras tradições da folia pernambucana e nordestina. Todo ano, pelas ruas e ladeiras da
Cidade Alta desfilam centenas de agremiações carnavalescas e tipos populares, que mantêm
vivas as genuínas raízes da mais popular festa do Brasil. São clubes de frevo, troças, blocos,
maracatus, caboclinhos, afoxés, cujas manifestações traduzem a mistura dos costumes e
tradições de brancos, negros e índios, base da formação do nosso povo e de nossa cultura.
http://www.pe.gov.br/conheca/cultura/
http://www.encontrapernambuco.com.br/sobre-pernambuco.htm

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História

Professor Cássio Albernaz

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História

OCUPAÇÃO PRÉ-HISTÓRICA DE PERNAMBUCO

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Há mais ou menos 12 mil anos, durante a transição entre o período Pleistoceno e o Holoceno,
boa parte do território brasileiro já estava ocupado por grupos de caçadores e coletores pré-
-históricos. Tais grupos são divididos pelos arqueólogos em tradições, estabelecidas de acordo
com os resquícios de sua cultura material.
Na região que hoje corresponde ao estado de Pernambuco, foram identificados vestígios se-
guros de ocupação humana superiores a 11 000 anos, nas regiões de Chã do Caboclo, em Bom
Jardim, e Furna do Estrago, em Brejo da Madre de Deus. Nesta última região, foi descoberta
uma importante necrópole pré-histórica, com 125 metros quadrados de área coberta, de onde
foram resgatados 83 esqueletos humanos em bom estado de conservação.
À tradição Nordeste pertenciam aqueles que possuíam indústria lítica refinada e faziam belas pin-
turas rupestres. Há mais ou menos 7 mil anos atrás, esse grupo foi substituído pelas tribos da tra-
dição Agreste, que não dominava as artes, exceto a da guerra. É a esse período de transição que
remonta a presença humana mais antiga de que se tem notícia no Parque Nacional do Vale do
Catimbau, o 2º maior parque arqueológico do Brasil, perdendo apenas para a Serra da Capivara,
no Piauí. Em 1970 foi descoberto um esqueleto datando 6.800 anos em um abrigo utilizado como
cemitério pré-histórico, atualmente em exposição no Museu Municipal de Buíque.
Dentre os grupos indígenas que habitaram o estado, destaca-se a tradição cultural Itaparica,
responsável pela confecção de artefatos líticos lascados há mais de 6 000 anos. No Agreste
pernambucano, conservam-se pinturas rupestres com data aproximada de 2 000 anos antes do
presente, atribuídas à subtradição denominada Cariris velhos.

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História

CARACTERÍSTICAS SOCIOCULTURAIS DAS POPULAÇÕES INDÍGENAS

Características socioculturais das populações indígenas que habitavam o território do atual


estado de Pernambuco, antes dos primeiros contatos euro-americanos:

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Com uma superfície de 90 mil há, o Vale do Catimbau estende-se entre os Municípios de Buí-
que, Ibimirim, Inajá e Tupanatinga, fazendo fronteira com a reserva indígena federal Kapinawá,
localizada na serra da Mina e onde vivem cerca de 400 índios.
Segundo pesquisadores da UFPE, os antigos habitantes do lugar eram grupos caçadores-coleto-
res do Período Holoceno que não apresentavam domínio da cerâmica e moravam em cavernas
(tanto é que, das cerca de 200 grutas e cavernas existentes no Vale, pelo menos 28 guardam
vestígios de sepultamentos). Dos 23 sítios arqueológicos com grafismos rupestres já cataloga-
dos pelo IPHAN no Parque, o maior e mais importante é o Alcobaça, situado em um paredão ro-
choso com configuração de anfiteatro. Lá foram encontradas pinturas rupestres em um painel
de 60m, ocupando uma área de 50m de extensão com largura variando entre 2 e 3m. Já a pedra
da Concha apresenta um painel de 2,3m por 1,5m, albergando inscrições com figuras humanas,
animais e desenhos geométricos em tons ocre. São imagens isoladas que não compõem cenas,
com predominância da tradição Agreste. Acredita-se que foram utilizados nas pinturas pigmen-
tos metálicos e não metálicos misturados a pigmentos orgânicos, como genipapo e urucum.
A Furna do Estrago, abrigo sob rocha localizado no Município de Brejo da Madre de Deus, é
um dos mais importantes sítios arqueológicos do Brasil. Da sucessiva utilização do sítio como
habitação por grupos caçadores-coletores numa seqüência temporal de aproximadamente 10
mil anos, resultou uma estratigrafia em que predominam as lentes de fogueiras superpostas,

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formando pacotes de cinzas, e sedimentos finos, soltos, secos, de cor parda, contendo restos
alimentares e toscos artefatos de pedra e osso. Há cerca de 2 mil anos, a Furna passou a ser
utilizada como cemitério.
Quando os primeiros europeus chegaram ao território brasileiro, no início do século XVI, vários
grupos indígenas ocupavam a região Nordeste. No litoral, predominavam as tribos do tronco
linguístico tupi, como os Tupinambás, Tabajaras e os Caetés, os mais temíveis (e já desapare-
cidos). No interior, habitavam grupos dos troncos linguísticos Jê, genericamente denominados
Tapuias. Nos brejos interioranos do estado ainda é possível encontrar grupos indígenas rema-
nescentes das antigas tradições, como os Pankararu (em Tacaratu) e os Atikum (em Floresta).

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Os grupos se formavam e se mantinham unidos principalmente pelos laços de parentesco, que


também articulavam o relacionamento desses mesmos grupos entre si. Agrupamentos menores,
as aldeias ligavam-se através do parentesco com unidades maiores, as tribos. Os índios sobre-
viviam da caça, da pesca, do extrativismo e da agricultura. Nem esta última, porém, servia para
ligá-los permanentemente a um único território. Fixavam-se nos vales de rios navegáveis, onde
existissem terras férteis. Permaneciam num lugar por cerca de quatro anos. Depois de esgotados
os recursos naturais do local, migravam para outra região, num regime semi-sedentário.
Suas tabas (aldeias) abrigavam entre 600 e 700 habitantes. Levando em conta as possibilidades de
abastecimento e as condições de segurança da área, um conselho de chefes determinava o local
onde eram erguidas. As aldeias eram formadas por ocas (cabanas), habitações coletivas que apre-
sentavam formas e dimensões variadas. Em geral, as ocas eram retangulares, com o comprimento
variando entre 40 m e 160 m e a largura entre 10 m e 16 m. Abrigavam entre 85 e 140 moradores.
Suas paredes eram de madeira trançada com cipó e recobertas com sapé desde a cobertura. As
várias aldeias se ligavam entre si através de trilhas, que uniam também o litoral ao interior.
Para uma lista completa dos povos indígenas de Pernambuco, consultar o site da Universidade
Federal de Pernambuco: https://www.ufpe.br/nepe/povosindigenas/

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História

A “GUERRA DOS BÁRBAROS” (1683 – 1713)

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A Guerra dos Bárbaros foram os conflitos, rebeliões e confrontos envolvendo os colonizadores


portugueses e várias etnias indígenas tapuias que aconteceram nas capitanias do Nordeste do
Brasil, a partir de 1683. Com a expulsão dos holandeses do território brasileiro em 1654, os
portugueses puderam retomar o avanço em direção ao interior nordestino, expandindo as fa-
zendas de gado e perseguindo as etnias indígenas. Porém a resistência de diversas etnias indí-
genas, que tinham sido aliados dos holandeses, foi um elemento-surpresa para os lusos.
Os portugueses fortificaram o efetivo militar, inclusive com a vinda de bandeirantes paulistas
como Domingos Jorge Velho. Já as etnias indígenas tapuias do interior nordestino, como os
janduís, paiacus, caripus, icós, caratiús e cariris, uniram-se em aliança e confrontaram os por-
tugueses nas tentativas de dominar as terras dos nativos. A aliança das tribos tapuias, deno-
minada pelos portugueses como Confederação dos Cariris ou Confederação dos Bárbaros, foi
derrotada somente em 1713.

http://2.bp.blogspot.com/--DiEPiA0gJM/Ugp6_8JhaOI/AAAAAAAACOI/yaNWQomCNQ8/s1600/guerra+dos+b%C3%A1rbaros.png

www.acasadoconcurseiro.com.br 431
A denominação Tapuia foi dada pelos cronistas da época, e perpetuada pela historiografia ofi-
cial, aos grupos indígenas com diversidade linguística e cultural que habitavam o interior, em
distinção aos Tupi, que falavam a língua geral e se fixaram no litoral. Estudos atuais demons-
tram que esses povos pertenceram aos seguintes grupos culturais: os Jê, os Tarairiu, os Cariri e
os grupos isolados e sem classificação. Entre eles podem ser citados os Sucurú, os Bultrim, os
Ariu, os Pega, os Panati, os Corema, os Paiacu, os Janduí, os Tremembé, os Icó, os Carateú, os
Carati, os Pajok, os Aponorijon, os Gurgueia, que lutaram ora contra ora a favor dos colonizado-
res de acordo com as estratégias que visavam à sua sobrevivência.
A rigor, embora tenham inicialmente recebido os europeus amistosamente, os indígenas brasi-
leiros jamais aceitaram, sem resistência, a dominação do "homem branco", sobretudo a partir
da penetração do conquistador português no interior do país, na busca de metais preciosos ou
na expansão das fazendas pastoris. Esse avanço geralmente se tornava sinônimo de massacre
dos nativos, escravização dos sobreviventes, violência sexual e usurpação das terras indígenas.
Não menos nefasta, para eles, era a ação dos missionários.
A resistência dos índios se fazia pela fuga dos aldeamentos missionários (em sua maioria, jesuí-
tas) e de outros tipos de cativeiro, pela defesa das aldeias contra as investidas dos bandeirantes,
por ataques a vilas e fazendas, bem como por formas variadas de suicídio, quando aprisiona-
dos. Essa resistência, ainda que heroica, mostrou-se infrutífera, não somente face à superiori-
dade militar do homem branco, como também devido à dificuldade dos indígenas de se unirem
contra o inimigo comum. Ao contrário, divididos por rivalidades tribais, muitos se prestavam a
auxiliar os europeus na luta contra outros indígenas. Nas raras ocasiões em que conseguiram se
unir, na forma de confederações, os conquistadores tiveram muito trabalho para dominá-los.
Uma dessas confederações foi a dos cariris, que durou trinta anos, envolvendo nativos princi-
palmente do Ceará, mas também algumas tribos de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Pa-
raíba. Ela foi uma resposta tardia ao avanço de poderosos sesmeiros (como o célebre Garcia
d’Ávila, da Casa da Torre), que se apossavam de vastos territórios, invadindo terras ocupadas
por indígenas e provocando vários conflitos.

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A designação “bárbaros” era dada pelos colonizadores e cronistas da época aos povos nativos
que habitavam à região e ofereciam resistência à ocupação do território pelos portugueses.
Essa terminologia etnocêntrica convinha ao discurso colonizador que propagava a catequese
e a “civilização” dos povos indígenas nos moldes culturais do europeu ocidental. Eram
descritos como povos selvagens, bestiais, infiéis, traiçoeiros, audaciosos, intrépidos, canibais,
poligâmicos, enfim, “índios-problema”, pois não se deixavam evangelizar e civilizar. Eram,
portanto, considerados os principais obstáculos à efetiva colonização.

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História – Guerra dos Bárbaros – Prof. Cássio Albernaz

Essa imagem reforçou os argumentos do conquistador de impetrar uma “guerra justa” para
extirpar os “maus” costumes nativos, satisfazendo tanto as necessidades de utilização de mão
de obra pelos colonos quanto à garantia aos missionários do sucesso na imposição da catequese.
O resultado foi a criação de dispositivos legais que legitimavam uma guerra de extermínio.
É isso que nos confirma o documento datado de 1713, quando os povos nativos já estavam
drasticamente reduzidos ou aprisionados e aldeados, no qual o governador de Pernambuco
insiste ser “necessário continuar a guerra até extinguirem estes bárbaros de todo ou do menor
ficarão reduzidos a tão pouco número que ainda que se queiram debelar o não possam fazer”.
Embora o resultado dessa guerra tenha sido catastrófica para os povos nativos da região, é
importante destacar a sua tenaz resistência, que retardou o processo de conquista da terra
pelos colonos nos sertões nordestinos por quase dois séculos. Os Tapuia desenvolveram uma
forma de luta singular na história da resistência indígena no Brasil. Apesar de um passado
caracterizado por conflitos internos entre as diversas tribos, esses povos conseguiram, através
de uma série de alianças, alcançar um certo grau de coesão na sua luta contra o colonizador
que desejava remover os habitantes indígenas da região para povoá-la de gado (foi o pastoreio
que permitiu a ocupação econômica, pelos colonizadores, em todo o interior do Nordeste).
A partir do século XVII, a pecuária foi paulatinamente sendo levada para o interior da região,
espalhando-se pelo agreste e alcançando o sertão. A criação de gado permitiu a ascensão
econômica e social de alguns habitantes do local, e a Guerra dos Bárbaros tornou-se um meio
para alcançar esse fim, pois, por seu intermédio, conquistava-se o direito a sesmarias, condição
essencial para a montagem de uma fazenda de gado. A resistência indígena foi a maior barreira
à expansão da pecuária, pois ela só se desenvolveu, ampliando o seu mercado, após o final do
conflito, quando as terras estavam “limpas” dos indígenas.

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História

A LAVOURA AÇUCAREIRA E MÃO DE OBRA ESCRAVA

(http://www.ceert.org.br/img/galeria/1-08tDilfYC5r9M4aRoaFHjw.jpeg)

Duarte Coelho tratou de instalar em Pernambuco os primeiros engenhos de açúcar da colônia,


incentivando também o plantio do algodão. Tudo estava por fazer e o donatário organizou o
tombamento de terras, a distribuição de justiça, o registro civil, a defesa contra os índios Caetés
e Tabajaras. Ao falecer, em Lisboa, em 1554, legou aos filhos uma capitania florescente. O seu
cunhado, Jerônimo de Albuquerque, em correspondência com a Coroa, pedia autorização
para importar escravos africanos. Coube a Pernambuco o nada honrável título de primeiro
porto brasileiro de desembarque de escravos africanos comercializados. Em 1546 já existiam 76
escravos na colônia.
Em Olinda, sede administrativa da capitania, se instalaram as autoridades civis e eclesiásticas,
o Colégio dos Jesuítas, os principais conventos e o pequeno cais do Varadouro. Em fins do
século XVI, cerca de 700 famílias ali residiam, sem contar os que viviam nos engenhos, que
abrigavam de 20 a 30 moradores livres. O pequeno porto de Olinda era pouco significativo,
sem profundidade para receber as grandes embarcações que cruzavam o Oceano Atlântico. Por
sua vez, Recife, povoado chamado pelo primeiro donatário de "Arrecife dos navios", segundo a
Carta de Foral passada a 12 de março de 1537, veio a ser o porto principal da capitania.
Em pouco tempo, a Capitania de Pernambuco se tornou a principal produtora de açúcar da
colônia portuguesa. Consequentemente, era também a mais próspera e influente das capitanias
hereditárias. O fato é que o início da produção de açúcar coincidiu com a chegada dos escravos
africanos ao Brasil. Em 1590, eles já eram 36 mil escravos e depois passaram a ser usados,
também, na lavoura do café, sendo submetidos às mais duras condições de trabalho.

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http://people.ufpr.br/~lgeraldo/23.KOSTER2.jpg

Surge em Pernambuco o protótipo da sociedade açucareira dos grandes latifundiários da cana-


de-açúcar, que perdurará de forma majoritária nos dois séculos seguintes. O cultivo da cana-de-
açúcar adaptou-se facilmente ao clima pernambucano e ao solo massapê. A maior proximidade
geográfica de Portugal, barateando o custo do transporte, a abundância do pau-brasil, o cultivo
do algodão e os grandes investimentos feitos pelo donatário na fundação de vilas e na pacificação
dos índios são outros fatores que ajudam a explicar o progresso da capitania. Tal prosperidade,
entretanto, transformou a capitania em um ponto cobiçado por piratas europeus. Já em 1595, o
corsário inglês James Lancaster tomou de assalto o porto de Recife e passou a saquear as riquezas
transportadas do interior. Partiu um mês depois, levando as pilhagens em quinze embarcações.
Era o engenho uma espécie de povoação rural, a exemplo da usina de açúcar dos dias atuais, que
congregava não somente escravos mas artesãos dos mais diversos misteres, lavradores de canas
vizinhos, moradores livres, agregados da casa-grande, padres e familiares do senhor de engenho,
que vieram a tornar-se, no dizer de Stuart Schwartz, "espelhos e metáfora da sociedade brasileira".
Assinala Antonil (1711) servirem ao senhor-de-engenho, "além dos escravos de enxada e foice
que tem nas fazendas e na moenda, e fora os mulatos e mulatas, negros e negras de casa ou
ocupados em outras partes, barqueiros, canoeiros, calafates, carapinhas, carreiros, oleiros,
vaqueiros, pastores e pescadores. Tem mais cada senhor destes necessariamente um mestre-
de-açúcar, um banqueiro e um contra-banqueiro, um purgador, um caixeiro no engenho e
outro na cidade, feitores nos partidos e roças, um feitor mor de engenho, para espiritual um
sacerdote seu capelão, e cada qual destes oficiais tem soldada".

http://historiahoje.com/wp-content/uploads/2014/07/moendapequena.jpg

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História – Lavoura Açucareira e Mão de Obra Escrava – Prof. Cássio Albernaz

Em Pernambuco, em carta escrita em 1539, dirigida ao rei D. João III, o donatário Duarte Co-
elho Pereira solicita autorização para a importação direta da costa da Guiné de 24 negros, a
cada ano, quantidade que seria aumentada por D. Catarina, em 1559, para 120, mediante o
pagamento de uma taxa reduzida, nada impedindo que outros negros aqui chegassem por ou-
tros caminhos. No testemunho dos jesuítas Antônio Pires (carta de 4 de junho de 1552) e José
Anchieta (1548), era comum a existência de escravos negros e índios em Pernambuco; a escra-
vidão dos índios durou até o século XVII, quando foi extinta pela Bula do Papa Urbano VIII, de
22 de abril de 1639.
Era tanta a importância do trabalho escravo que o padre Antônio Vieira, em carta dirigida ao
Marquês de Niza, datada de 12 de agosto de 1648, chega a afirmar: Sem negros não há Per-
nambuco!

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História

A GUERRA DOS MASCATES (1710 – 1711)

http://www.sohistoria.com.br/ef2/mascates/

A Guerra dos Mascates que se registrou de 1710 a 1711 na então Capitania de Pernambuco, é
considerada como um movimento nativista pela historiografia em História do Brasil. Confron-
taram-se os senhores de terras e de engenhos pernambucanos, concentrados em Olinda, e
os comerciantes reinóis (portugueses da metrópole) do Recife, chamados pejorativamente de
mascates. Quando houve as sedições entre os mascates europeus do Recife e a aristocracia
rural de Olinda, os sectários dos mascates se apelidavam tundacumbe, cipós e camarões, e os
nobres e seus sectários, pés rapados - porque quando haviam de tomar as armas, se punham
logo descalços e à ligeira, para com menos embaraços as manejarem, e assim eram conhecidos
como destros nelas, e muito valorosos, pelo que na história de Pernambuco, a alcunha de pés
rapados é sinônimo de nobreza.
Com a expulsão dos holandeses do Nordeste, a economia açucareira sofreu uma grave crise.
Mesmo assim, a aristocracia rural (senhores de engenho) de Olinda continuava controlando o
poder político na capitania de Pernambuco. Por outro lado, Recife se descolava deste cenário
de crise graças à intensa atividade econômica dos mascates (como eram chamados os comer-
ciantes portugueses na região). Outra fonte de renda destes mascates eram os empréstimos, a
juros altos, que faziam aos olindenses.

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Causas da Guerra dos Mascates:


•• Disputa entre Olinda e Recife pelo controle do poder político em Pernambuco.
•• Crise econômica na cidade de Olinda.
•• Favorecimento da coroa portuguesa aos comerciantes de Recife.
•• Forte sentimento antilusitano, principalmente entre a aristocracia rural de Olinda.
•• Conquista da emancipação de Recife, através de Carta Régia de 1709, que passou a ser vila
independente (criação da Câmara Municipal), conquistando autonomia política com rela-
ção à Olinda. A aristocracia rural de Olinda temia que Recife, além de ser o centro econômi-
co, passasse a ser também o centro político de Pernambuco.

Objetivos:
•• Os olindenses queriam manter o controle político na região, sobretudo com relação à prós-
pera cidade de Recife.
•• Os olindenses queriam que a coroa portuguesa mantivesse Recife na condição de povoado.
•• Os olindenses não queriam que a coroa portuguesa continuasse privilegiando os mascates
(comerciantes de Recife). Logo, defendiam a igualdade de tratamento.

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História – Guerra dos Mascates – Prof. Cássio Albernaz

Em 1710, havia um clima de hostilidades e tensão entre as duas cidades pernambucanas. Neste
ano, os olindenses invadiram Recife dando início a Guerra dos Mascates. Num primeiro mo-
mento da guerra, os olindenses levaram vantagem, porém, em 1711 os recifenses (mascates)
se organizaram e invadiram Olinda, destruindo vilas e engenhos na cidade. Depois de muita
luta, que contou com a intervenção das autoridades coloniais, finalmente em 1711 a nomeação
de um novo governante que teve como principal missão estabelecer um ponto final ao conflito.
O escolhido para essa tarefa foi Félix José de Mendonça, que apoiou os mascates portugueses e
estipulou a prisão de todos os latifundiários olindenses envolvidos com a guerra. Além disso, vi-
sando evitar futuros conflitos, o novo governador de Pernambuco decidiu transferir semestral-
mente a administração para cada uma das cidades. Dessa maneira, não haveria razões para que
uma cidade fosse politicamente favorecida por Félix José, desta forma, Recife foi equiparada a
Olinda e assim terminou a Guerra dos Mascates.
Consequências:
•• O governador de Pernambuco ordenou a prisão dos principais líderes do movimento.
•• A autonomia de Recife permaneceu após o conflito.
•• Em 1712, Recife tornou-se a sede administrativa de Pernambuco.
Em 1714, o rei D. João V, resolveu anistiar todos os envolvidos nessa disputa, manteve as prer-
rogativas político- administrativas de Recife e promoveu a cidade ao posto de capital do Per-
nambuco.

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História

AS INSTITUIÇÕES ECLESIÁSTICAS

As instituições eclesiásticas e a sociedade colonial;

(Convento de São Francisco, convento franciscano mais antigo do Brasil, localizado em Olinda.)

O catolicismo foi trazido por missionários que acompanharam os exploradores e colonizadores


portugueses. Na época, o estado controlava a atividade eclesiástica. Sustentava a igreja, nome-
ava bispos e párocos e concedia licenças.
"A própria chegada dos portugueses é uma chegada acompanhada de um evento religioso. Os
portugueses que vêm pra cá, eles não vêm apenas com interesse político, interesse econômico,
há o interesse de evangelizar, expandir a fé católica. Não é à toa que uma das imagens mais
importantes na esquadra de Cabral, logo quando Cabral vem aqui ao Brasil é a celebração da
nossa primeira missa". (Lula Couto, professor de história do Brasil).
O Estado português promoveu a vinda de ordens religiosas para tomar a seu cargo a “conversão”
dos indígenas e sua integração na formação social senhorial, assim como dar assistência religiosa
aos colonos. As quatro ordens religiosas (clero regular) que formam a “coluna vertebral” do apa-
relho eclesiástico brasileiro colonial eram jesuítas, beneditinos, franciscanos e carmelitas.
Essas ordens fundam conventos, de onde saem seus membros para catequizar indígenas, assis-
tir aos colonos, etc. Também criam e mantém Seminários, importantes centros de formação do
clero, destacando-se os colégios dos jesuítas.
Os primeiros jesuítas chegam ao Brasil em 1549, junto com o primeiro governador-geral, Tomé
de Souza. Em Pernambuco, assim como em outras regiões, fundarão colégios, pois o governo
metropolitano a eles confiara o ensino público na colônia. Serão expulsos do Brasil em meados
do século XVIII, por ordem do Marques de Pombal.

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Ao contrário do clero secular, dependente do estado, o clero regular (ordens) possuíam dotação
orçamentária própria, e, com isso, grande autonomia. Pela proximidade com a população, era
comum heranças e doações particulares aos conventos, o que concorreu para a formação de
grandes patrimônios.
Em fins do século XVI (1593-1595), O Tribunal do santo Ofício (Inquisição) visita Pernambuco.

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A diocese de Pernambuco só será fundada em 1676 (até então, só existia a diocese da Bahia),
vinculando as riquezas dos dízimos à jurisdição da Coroa. Isso se justificava pelo crescimento
tanto populacional quanto econômico da Capitania. Por disputas entre a Coroa e Roma, a
Diocese de Olinda ficou vaga por 10 anos no início do século XVIII. Além disso, uma importante
recomendação da Igreja de Roma demorou a ser cumprida em Pernambuco: a cada diocese
criada, um seminário para a formação de sacerdotes deveria ser imediatamente criado. Na
Capitania, só em meados d século XVIII isso ocorreu.
A construção do famoso Seminário de Olinda, teve a intenção de promover, além da formação
téo-filosófica, a “regeneração moral e alevantamento espiritual do clero”, o que parece não ter
surtido resultados ao nível da Capitania de Pernambuco, o que evidencia a falta de interesse por
parte do Estado e da classe senhorial local, em promover as reformas necessárias a uma melhor
organização do aparelho eclesiástico, garantindo-se que a população respeitasse o discurso da
Igreja, de reforço ao código moral tradicional, a religião do estado e suas autoridades, não havia
porque reformar este aparelho.
A sociedade da região açucareira dos séculos XVI e XVII era composta, basicamente, por dois
grupos. O dos proprietários de escravos e de terras compreendia os senhores de engenho e os
plantadores independentes de cana. Estes não possuíam recursos para montar um engenho
para moer a sua cana e, para tal, usavam os dos senhores de engenho. O outro grupo era
formado pelos escravos, numericamente muito maior, porém quase sem direito algum. Entre
esses dois grupos existia uma faixa intermediária: pessoas que serviam aos interesses dos
senhores como os trabalhadores assalariados (feitores, mestres-de-açúcar, artesãos) e os
agregados (moradores do engenho que prestavam serviços em troca de proteção e auxílio).
Ao lado desses colonos e colonizados situavam-se os colonizadores: religiosos, funcionários e
comerciantes.

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História – As Instituições Eclesiástica – Prof. Cássio Albernaz

A sociedade açucareira era patriarcal. A maior parte dos poderes se concentrava nas mãos do
senhor de engenho. Com autoridade absoluta, submetia todos ao seu poder: mulher, filhos,
agregados e qualquer um que habitasse seus domínios. Cabia-lhe dar proteção à família,
recebendo, em troca, lealdade e deferência. Essa família podia incluir parentes distantes, de status
social inferior, filhos adotivos e filhos ilegítimos reconhecidos. Seu poder extrapolava os limites de
suas terras, expandindo-se pelas vilas, dominando as Câmaras Municipais e a vida colonial. A casa
grande foi o símbolo desse tipo de organização familiar implantado na sociedade colonial. Para o
núcleo doméstico convergia a vida econômica, social e política da época.

A posse de escravos e de terras determinava o lugar ocupado na sociedade do açúcar. Os se-


nhores de engenho detinham posição mais vantajosa. Possuíam, além de escravos e terras, o
engenho. Abaixo deles situavam-se os agricultores que possuíam a terra em que trabalhavam,
adquirida por concessão ou compra. Em termos sociais podiam ser identificados como senho-
res de engenho em potencial, possuindo terra, escravos, bois e outros bens, menos o engenho.
Compartilhavam com eles as mesmas origens sociais e as mesmas aspirações.
O fato de serem proprietários independentes permitia-lhes considerável flexibilidade nas negocia-
ções da moagem da cana com os senhores de engenho. Eram uma espécie de elite entre os agricul-
tores, apesar de haver entre eles um grupo que tinha condições e recursos bem mais modestos.

Esses dois grupos - senhores de engenho e agricultores -, unidos pelo interesse e pela
dependência em relação ao mercado internacional, formaram o setor açucareiro. Os interesses
comuns, porém, não asseguravam a ausência de conflitos no relacionamento. Os senhores
de engenho consideravam os agricultores seus subalternos, que lhes deviam não só cana -
de - açúcar, mas também respeito e lealdade. As esposas dos senhores de engenho seguiam

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o exemplo, tratando como criadas as esposas dos agricultores. Com o tempo, esse grupo de
plantadores independentes de cana foi desaparecendo, devido à dependência em relação
aos senhores de engenho e às dívidas acumuladas. Essa situação provocou a concentração da
propriedade e a diminuição do número de agricultores.
Existiam também os lavradores, que não possuíam terras, somente escravos. Recorriam a
alguma forma de arrendamento de terras dos engenhos para plantar a cana. Esse contrato
impunha-lhes um pesado ônus, pois em cada safra cabia-lhes, apenas, uma pequena parcela
do açúcar produzido. Esses homens tornaram-se fundamentais à produção do açúcar. O senhor
de engenho deixava em suas mãos toda a responsabilidade pelo cultivo da cana, assumindo
somente a parte do beneficiamento do açúcar, muito mais lucrativa.
Nesta época, o termo "lavrador de cana" designava qualquer pessoa que praticasse a agricultura,
podendo ser usado tanto para o mais humilde dos lavradores como para um grande senhor de
engenho, conforme explica o historiador americano Stuart Schwartz.

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História

SOCIEDADE COLONIAL

A Capitania de Pernambuco

(A Capitania de Pernambuco abrangia os atuais estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará,
Alagoas e a porção ocidental da Bahia, chegando ao noroeste mineiro e nordeste goiano.
Pernambuco foi a Capitania mais rica do Brasil Colônia)

A Capitania de Pernambuco ou Nova Lusitânia foi uma das subdivisões do território brasileiro
no período colonial. Abrangeu os territórios dos atuais estados de Pernambuco, Paraíba,
Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas e a porção ocidental da Bahia, possuindo, deste modo,
fronteira ao sul/sudoeste com Minas Gerais (o extremo noroeste de Minas era a parte final
da comarca do São Francisco: a capitania/província de Pernambuco avançava um pouco mais
adentro do território norte/noroeste-mineiro do que a Bahia). No início do século XVII, a
Capitania de Pernambuco chegou a atingir o posto de maior e mais rica área de produção de
açúcar do mundo.
Em 1501, ano seguinte ao da chegada dos portugueses ao Brasil, o território de Pernambuco,
definido pelo Tratado de Tordesilhas como região pertencente à América portuguesa, é
explorado pela expedição de Gaspar de Lemos, que teria criado feitorias ao longo da costa da
colônia, incluindo, possivelmente na atual localidade de Igarassu, cuja defesa seria futuramente
confiada a Cristóvão Jacques.

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O povoamento efetivo de Pernambuco, entretanto, inicia-se em 1534, quando a colônia portu-
guesa é dividida em capitanias hereditárias. O território do atual estado de Pernambuco equi-
vale a parte da Capitania de Pernambuco, doada a Duarte Coelho, e parte da Capitania de Ita-
maracá, doada a Pero Lopes de Sousa.
De acordo com a Carta de Doação passada por D. João III a 10 de março de 1534, o capitão
donatário de Pernambuco foi Duarte Coelho Pereira, fidalgo que se destacara nas campanhas
portuguesas na Índia. A capitania se estendia entre o rio São Francisco e o rio Igaraçu, compre-
endendo:
“Sessenta léguas de terra (…) as quais começarão no rio São Francisco (…) e acabarão no rio
que cerca em redondo toda a Ilha de Itamaracá, ao qual ora novamente ponho nome rio [de]
Santa Cruz (…) e ficará com o dito Duarte Coelho a terra da banda Sul, e o dito rio onde Cristó-
vão Jacques fez a primeira casa de minha feitoria e a cinqüenta passos da dita casa da feitoria
pelo rio adentro ao longo da praia se porá um padrão de minhas armas, e do dito padrão se
lançará uma linha ao Oeste pela terra firme adentro e a terra da dita linha para o Sul será do
dito Duarte Coelho, e do dito padrão pelo rio abaixo para a barra e mar, ficará assim mesmo
com ele Duarte Coelho a metade do dito rio de Santa Cruz para a banda do Sul e assim entrará
na dita terra e demarcação dela todo o dito Rio de São Francisco e a metade do Rio de Santa
Cruz pela demarcação sobredita, pelos quais rios ele dará serventia aos vizinhos dele, de uma
parte e da outra, e havendo na fronteira da dita demarcação algumas ilhas, hei por bem que
sejam do dito Duarte Coelho, e anexar a esta sua capitania sendo as tais ilhas até dez léguas ao
mar na fronteira da dita demarcação pela linha Leste, a qual linha se estenderá do meio da bar-
ra do dito Rio de Santa Cruz, cortando de largo ao longo da costa, e entrarão na mesma largura
pelo sertão e terra firme adentro, tanto, quanto poderem entrar e for de minha conquista. (…).”
(Carta de Doação)
Ao receber a doação, Duarte Coelho Pereira partiu para o Brasil com a esposa, filhos e muitos
parentes. Ao chegar ao seu lote, fixou-se numa colina, construindo uma fortificação (o Castelo
de Duarte Pereira), uma capela e moradias para si e para os colonos: seria o embrião de Olinda,
constituída vila em 1537.

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História

INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645 – 1654)

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Nove anos após a expulsão dos franceses, o território colonial brasileiro sofreu uma invasão
holandesa, em 1624. Os motivos que traziam os holandeses ao Brasil eram muito diferentes.
Para compreendê-los, é necessário fazer algumas considerações sobre o período em que
Portugal (União Ibérica) esteve sob o domínio espanhol, bem como sobre as relações
internacionais da Espanha.
Após ter emergido como potência europeia, a Espanha perseguiu o objetivo de unificar toda a
península ibérica, incorporando Portugal ao seu território. Os portugueses resistiram enquanto
puderam. Mas, no século 16, alguns acontecimentos contribuíram para a Espanha concretizar
seus objetivos.
Em 1578, o rei dom Sebastião, último monarca da dinastia de Avis, morreu e não deixou
herdeiros. Então, o cardeal dom Henrique, único sobrevivente masculino da linhagem de Avis,
assumiu a regência. Com sua morte, em 1580, o rei da Espanha, Felipe 2º; da mesma linhagem
familiar, achou-se no direito de ocupar o trono português e invadiu Portugal. O domínio
espanhol sobre Portugal duraria 60 anos, até 1640.
Contudo, antes disso, Portugal já havia estabelecido relações comerciais com os ricos
negociantes holandeses, que passaram a financiar a produção açucareira no Brasil e a controlar
toda a sua comercialização no mercado europeu. Por outro lado, no mesmo período, a Espanha
pretendia dominar todo o território dos Países Baixos, na qual a Holanda estava situada, pois
a circulação de mercadorias naquela região contribuía significativamente para abastecer os
cofres do tesouro espanhol.

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Não obstante, em 1581, sete províncias do Norte dos Países Baixos, incluindo a Holanda,
criaram a República das Províncias Unidas e passaram a lutar por sua autonomia em relação aos
espanhóis. Ao incorporar Portugal, aproveitando-se do seu controle sobre o Brasil, a Espanha
planejou impedir que os holandeses continuassem a comercializar o açúcar brasileiro. Era uma
tentativa de sufocar economicamente a Holanda e impedir sua independência.
Os holandeses reagiram rapidamente, concentrando seus esforços no controle das fontes dos
produtos que negociavam. Surgiu assim, em 1602, a Companhia das Índias Orientais. Essa
empresa, de porte enorme, se apossou dos domínios coloniais portugueses no Oriente. Em
decorrência dos êxitos desse empreendimento, os holandeses criaram, em 1621, a Companhia
das Índias Ocidentais. Esta ficou encarregada de recuperar o controle do açúcar brasileiro e
monopolizar o seu comércio nos mercados europeus.
Para controlar a produção e comercialização do açúcar era necessário ocupar e se apoderar de
partes do território colonial brasileiro onde ele era produzido. Desse modo, contando com uma
frota composta de 26 navios e 500 canhões, os holandeses iniciaram sua primeira invasão do
Brasil em 1624. Atacaram a cidade de Salvador, na época o centro administrativo da colônia.
Mas, um ano após terem chegado, foram expulsos, sem grandes dificuldades.

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A segunda invasão holandesa ocorreu em Pernambuco, ("Zuickerland" = terra do açúcar) em


1630, sob o comando de Hendrick Coenelizoon Lonck; o desembarque ocorreu em Pau Amarelo.
A resistência foi organizada por Matias de Albuquerque, governador de Pernambuco, que
fundou o Arraial do Bom Jesus. Em 1631 ocorreu a batalha dos Abrolhos entre a esquadra de D.
Antônio de Oquendo (espanhola) e a esquadra do Almirante holandês Jansen Pater. Em 1632
ocorreu a deserção de Domingos Fernandes Calabar, contribuindo decisivamente para que os
holandeses se fixassem no Nordeste.

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História – Insurreição Pernambucana – Prof. Cássio Albernaz

Os holandeses ocuparam novos territórios (Itamaracá, Rio Grande do Norte, Paraíba) e tomaram
o Arraial do Bom Jesus. Em Porto Calvo, Calabar foi preso e enforcado. Matias de Albuquerque
foi substituído por D. Luís de Rojas e Borba, que depois morreu no combate de Mata Redonda
frente aos holandeses; seu substituto foi o Conde Bagnoli.

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Para governar o "Brasil Holandês", foi nomeado o Conde Maurício de Nassau, que além de
estender o domínio holandês (do Maranhão até Sergipe, no rio São Francisco) realizou uma
excelente administração:
•• fez uma política de aproximação com os senhores-de-engenho;
•• incrementou a produção açucareira;
•• concedeu tolerância religiosa;
•• trouxe artistas e cientistas como Franz Post (pintor) Jorge Markgraf (botânico), Pieter Post
(arquiteto), nomes ligados ao movimento renascentista flamengo;
•• promoveu o embelezamento da cidade de Recife, onde surgiu a "Mauricéia", na ilha de
Antônio Vaz.

https://www.algosobre.com.br/images/stories/historia/governo_holandes_brasil_03.gif

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A Insurreição Pernambucana (ou Guerra da Luz Divina) representou uma ação de confronto
com os holandeses por parte dos portugueses, comandados principalmente por João Fernandes
Vieira, um próspero senhor de engenho de Pernambuco. Em 15 de maio de 1645, reunidos no
Engenho de São João, 18 líderes insurretos pernambucanos assinaram compromisso para lutar
contra o domínio holandês na capitania. O movimento integrou forças lideradas por André Vidal
de Negreiros, João Fernandes Vieira, Henrique Dias e Felipe Camarão, nas célebres Batalhas
dos Guararapes, travadas entre 1648 e 1649, que determinaram a expulsão dos holandeses do
Brasil. Nessa luta contra os holandeses, os portugueses contaram com o importante auxílio de
alguns africanos libertos e também de índios potiguares.

Batalha dos Guararapes (óleo sobre tela por Victor Meirelles, 1879).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Insurrei%C3%A7%C3%A3o_Pernambucana#/media/File:Victor_Meirelles_-
_%27Battle_of_Guararapes%27,_1879,_oil_on_canvas,_Museu_Nacional_de_Belas_Artes,_Rio_de_Janeiro_2.jpg

A oposição dos portugueses aos holandeses ocorreu em decorrência da intensificação da co-


brança de impostos e também da cobrança dos empréstimos realizados pelos senhores de en-
genho de origem portuguesa com os banqueiros holandeses e com a Companhia das Índias
Ocidentais, empresa que administrava as possessões holandesas fora da Europa.
Outro fato que acirrou a rivalidade entre portugueses e holandeses foi a questão religiosa. Boa
parte dos holandeses que estava na região de Recife e Olinda era formada por judeus ou pro-
testantes. Nesse contexto religioso que trazia as consequências da Reforma e da Contrarrefor-
ma para solo americano, o catolicismo professado pelos portugueses era mais um elemento de
estímulo para expulsar os holandeses do local.
Os conflitos iniciaram-se em maio de 1645, após o regresso de Maurício de Nassau à Holanda.
As tropas comandadas por João Fernandes Vieira receberam o apoio de Antônio Felipe Ca-
marão, índio potiguar conhecido como Poti que auxiliou no combate aos holandeses junto a
centenas de índios sob seu comando. Outro auxílio recebido veio do africano liberto Henrique
Dias. A Batalha do Monte Tabocas foi o principal enfrentamento ocorrido nesse início da In-
surreição. Os portugueses conseguiram infligir uma retumbante derrota aos holandeses, ga-
rantindo uma elevação da moral para a continuidade dos conflitos. Além disso, os insurrectos
receberam apoio de tropas vindas principalmente da Bahia.
Outro componente envolvido na Insurreição Pernambucana estava ligado às disputas que havia
entre vários países europeus à época. Durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), os espa-
nhóis estavam em confronto com os holandeses pelos territórios dos Países Baixos. Era ainda o
período da União Ibérica, em que o Reino Português estava subjugado ao Reino Espanhol.

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História – Insurreição Pernambucana – Prof. Cássio Albernaz

Nesse sentido, a posição holandesa em relação a Portugal era dúbia. Em solo europeu, os holan-
deses apoiavam os portugueses contra o domínio espanhol, mas, ao mesmo tempo, ocupavam
territórios portugueses na África Ocidental e no Brasil, sendo que além da região pernambucana,
os holandeses tentaram ainda conquistar algumas localidades no Maranhão e em Sergipe.

http://www.abim.inf.br/wp-content/uploads/2014/11/PRC_RJ_Museu-Nacional-25c.jpg

No início de 1648, Holanda e Espanha selaram a paz, e os espanhóis aceitaram entregar aos
holandeses as terras tomadas pelos insurrectos portugueses em Pernambuco. Frente a tal situ-
ação, o conflito continuou. Em Abril de 1648, ocorreu a primeira Batalha dos Guararapes, em
que os holandeses sofreram dura derrota, abrindo caminho para o ressurgimento do domínio
português a partir de 1654.
A derrota da Holanda somente aconteceu no ano de 1654, quando despertavam-se os sentimentos
nativistas. Entre as principais consequências dessa insurreição, temos a colonização das Antilhas,
que fizeram com que a Holanda aumentasse sua produção de açúcar com técnicas mais avançadas
que geraram uma decadência na produção desse produto no nordeste do Brasil. Além disso, houve
ainda o acordo conhecido como Tratado de Paz de Haia, firmado no ano de 1661 entre Portugal e
Holanda. Com esse acordo, ficou determinado que os holandeses receberiam uma indenização de 4
milhões de cruzados e as Ilhas Molucas e do Ceilão como uma forma de indenização.

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História

PERNAMBUCO NO CONTEXTO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

A Província de Pernambuco no I e II Reinado

https://sites.google.com/site/historia1958/_/rsrc/1374109396514/o-processo-de-independencia-do-brasil/
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No início do século XIX, uma grande mudança política aconteceu no Brasil: a transferência da
família real portuguesa para o Rio de Janeiro, em função da ocupação francesa de Portugal. Isso
provocou uma grande alteração no status da colônia (primeira e única vez na história em que a
sede da metrópole transfere-se para a colônia), além de mudanças econômicas e sociais.
A chamada Revolução Pernambucana, também conhecida como Revolução dos Padres, foi
um movimento emancipacionista que eclodiu em 6 de março de 1817, na então Capitania de
Pernambuco, no Brasil. Dentre as suas causas, destacam-se a influência das ideias Iluministas
propagadas pelas sociedades maçônicas (sociedades secretas), a crise econômica regional,
o absolutismo monárquico português e os enormes gastos da Família Real e seu séquito
recém-chegados ao Brasil — o Governo de Pernambuco era obrigado a enviar para o Rio de
Janeiro grandes somas de dinheiro para custear salários, comidas, roupas e festas da Corte, o
que ocasionava o atraso no pagamento dos soldados, gerando grande descontentamento do
povo brasileiro. Foi o único movimento separatista do período colonial que ultrapassou a fase
conspiratória e atingiu o processo revolucionário de tomada do poder.

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http://api.ning.com/files/pfBy7r02IeSsFr-HOVt5Vevwg-ew*Q5KF01K1WaxbLmcKL2wgEi*K9-
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No começo do século XIX, Olinda e Recife, as duas maiores cidades pernambucanas, tinham
juntas cerca de 40 mil habitantes (o Rio de Janeiro, capital da colônia, possuía 60 mil habitantes).
O porto do Recife escoava a produção de açúcar, das centenas de engenhos da Zona da Mata,
e de algodão. Além de sua importância econômica e política, os pernambucanos tinham
participado de diversas lutas libertárias (Insurreição Pernambucana e Guerra dos Mascates).
As ideias liberais que entravam no Brasil junto com os viajantes estrangeiros e por meio de
livros e de outras publicações, incentivavam o sentimento de revolta entre a elite pernambu-
cana, que participava ativamente, desde o fim do século XVIII, de sociedades secretas, como as
lojas maçônicas. Em Pernambuco as principais foram o Areópago de Itambé, a Patriotismo, a
Restauração, a Pernambuco do Oriente e a Pernambuco do Ocidente, que serviam como locais
de discussão e difusão das "infames ideias francesas". Nas sociedades secretas, reuniam-se in-
telectuais religiosos e militares, para elaborar planos para a revolução.
A fundação do Seminário de Olinda, filiado a ideias iluministas, deve ser levado em conside-
ração. Não é por outro motivo que o levante ficaria conhecido como "revolução dos padres",
dada a participação do clero católico. Frei Caneca tornar-se-ia um símbolo disso.

Dentre as causas imediatas, podemos destacar a presença maciça de portugueses na liderança


do governo e na administração pública; a criação de novos impostos por Dom João VI pro-
vocando a insatisfação da população pernambucana. Segundo escritor inglês então residente
no Recife, era grande a insatisfação local ante a obrigatoriedade de se pagar impostos para a
manutenção da iluminação pública do Rio de Janeiro, enquanto no Recife era praticamente
inexistente a dita iluminação; a grande seca que havia atingido a região em 1816 acentuando a
fome e a miséria, como consequência, houve uma queda na produção do açúcar e do algodão,

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História – Pernambuco no Contexto da Independência do Brasil – Prof. Cássio Albernaz

que sustentavam a economia de Pernambuco, esses produtos começaram a sofrer concorrên-


cia do algodão nos Estados Unidos e do açúcar na Jamaica; as influências externas com a divul-
gação das ideias liberais e iluministas, que estimularam as camadas populares de Pernambuco
na organização do movimento de 1817; a crescente pressão dos abolicionistas na Europa vinha
criando restrições gradativas ao tráfico de escravos, que se tornavam mão de obra cada vez
mais cara, já que a escravidão era o motor de toda a economia agrária pernambucana. O movi-
mento queria a Independência de Pernambuco sob um regime republicano.
O movimento foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio de Antônio Carlos de An-
drada e Silva e de Frei Caneca. Tendo conseguido dominar o Governo Provincial, se apossaram
do tesouro da província, instalaram um governo provisório e proclamaram a República. Mas as
tentativas de obter apoio das províncias vizinhas fracassaram.
Tropas enviadas da Bahia, chefiadas por Luís do Rego Barreto, avançaram pelo sertão pernam-
bucano, enquanto uma força naval, despachada do Rio de Janeiro, bloqueou o porto do Recife.
Em poucos dias 8000 homens cercavam a província. No interior, a batalha decisiva foi travada
na localidade de Ipojuca. Derrotados, os revolucionários tiveram de recuar em direção ao Reci-
fe. Em 19 de maio as tropas portuguesas entraram no Recife e encontraram a cidade abando-
nada e sem defesa. O governo provisório, isolado, se rendeu no dia seguinte.

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Dominada a revolução, foi desmembrada de Pernambuco, com sanção de João VI de Portugal, a


comarca de Alagoas, cujos proprietários rurais haviam se mantido fiéis à Coroa, e como recom-
pensa, puderam formar uma província independente. Apesar de sentenças severas, um ano
depois todos os revoltosos foram anistiados, e apenas quatro haviam sido executados.

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Em 1818, D. João é proclamado rei (passa a ser D. João VI), em decorrência da morte de sua
mãe. Porém o rei permanece no Brasil, deixando o comando de Portugal nas mãos de um general
inglês, responsável pela expulsão dos franceses. Essa submissão revolta os portugueses, que em
1820 rebelam-se (Revolução do Porto). As lideranças do movimento constituem um governo
provisório e convocam as Cortes, para votar uma Constituição e criar a monarquia constitucional.
Diante de tais acontecimentos, D. João VI é obrigado a voltar para Portugal (em 1821).
O rei deixa seu filho, D. Pedro, como príncipe regente. Porém, as Cortes de Lisboa pretendiam
“recolonizar” O Brasil, por ser a única colônia que ainda gerava lucros. Por isso, passaram a
restringir a autonomia administrativa e os poderes de D. Pedro, além de exigirem o retorno do
príncipe a Portugal.

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Muitos latifundiários e comerciantes brasileiros sentem-se prejudicados, e passam a apoiar a


desobediência de D. Pedro. Surge o Partido Brasileiro, que tem dentre seus membros, Cipria-
no Barata, grande nome envolvido na Insurreição Pernambucana. Um documento elaborado
pelo partido reúne mais de 8 mil assinaturas pedindo a permanência de D. Pedro, que gerou o
famoso dia do fico (9 de janeiro de 1822) e a determinação de que ordens vindas de Portugal só
seriam acatadas mediante sua autorização.
Na sequencia, uma série de medidas adotadas por D. Pedro desagradaram a metrópole e pre-
pararam o caminho para a Independência (convocação de uma Assembleia Constituinte, or-
ganização de uma Marinha de Guerra, além de obrigar as tropas portuguesas a irem embora).
Em 7 de setembro há o famoso Grito do Ipiranga e em 22 de dezembro do mesmo ano, ele é
declarado Imperador.
Durante o processo de independência, em Pernambuco, duas alianças se formavam e disputa-
vam o poder: centralistas e federalistas. Da disputa pelo poder, resultou a vitória daquela que
viria a ser liderada pelos irmãos Cavalcanti de Albuquerque (centralistas), cuja influência foi tal
que, na década de 1840, dizia-se que a província se tornara um feudo daquela família, resultan-
do daí o citadíssimo soneto, cantarolado na época da Praieira (1848): "Quem viver em Pernam-
buco, há de estar desenganado; ou há de ser Cavalcanti, ou há de ser cavalgado".

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História – Pernambuco no Contexto da Independência do Brasil – Prof. Cássio Albernaz

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O processo de maturação e disputa das alianças políticas em Pernambuco teve paralelos em


várias outras províncias, onde não era certa a continuação da obediência ao Rio de Janeiro,
de onde vinham as ordens desde 1808. O federalismo era uma bandeira extremamente
atraente para vários setores das elites locais, que ficaram encantadas com a autorização das
cortes revolucionárias em Portugal para que elegessem suas próprias juntas governativas. Esse
arremedo de governo local, com o pleno controle das rendas internas das ex-capitanias, era
parte da agenda dos liberais "moderados" federalistas.
A revolução do Porto desatou os elos entre as partes constituintes do reino. Em cada uma das
províncias havia disputas locais para a formação das juntas governativas. Mas a autonomia fôra
concedida pelas cortes reunidas em Portugal. Assim, a liderança carioca passou a ser vista com
extrema desconfiança nas antigas capitanias.
A adesão de Pernambuco ao Rio de Janeiro, sob um regime monárquico autoritário, foi
conseguida através de um golpe de Estado, urdido com o aval dos Andrada e apoio das tropas
do exército. Ali o desejo por maior autonomia, e até separação, já era antigo entre muitos
letrados e liberais mais "exaltados". Mas isso não significava aderir ao Rio de Janeiro. Muito
pelo contrário. Veio de lá a repressão a 1817, quando as tropas fiéis à Sua Majestade fidelíssima
chegaram ao cúmulo de executar até padres. Vista sob este prisma, a Confederação do Equador
pode ser entendida como uma radicalização tardia de uma proposta federalista moderada,
cujos defensores estiveram no poder em Pernambuco quando governou a província a primeira
junta de governo entre 1821 e 1822, eleita de acordo com as provisões exaradas pelas cortes
constitucionais do Porto.
Mesmo admitindo-se que a maioria das elites locais era favorável à separação de Portugal
(uma proposta no mínimo discutível), não há porque pensar que a alternativa preferida fosse a
constituição de um novo país tendo Pedro como Imperador. Havia um verdadeiro descompasso
entre a posição do Rio e de algumas capitanias mais antigas, como Pernambuco, Paraíba,
Alagoas, Sergipe, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Pará.
O resultado prático mais imediato da revolução do Porto foi a demissão dos governadores
provinciais, nomeados pelo rei, e a formação de Juntas Provisórias de governo, eleitas pelas
Câmaras. As províncias ganharam mais autonomia do que tinham antes, ou mesmo do que
viriam a ter durante o resto do período imperial. O governo local foi de fato exercido durante
este curto período, entre 1821 e 1822. Não é difícil compreender, portanto, porque houve
gente que preferia a manutenção dessa situação à aventura da independência a qualquer
custo, muito menos a reboque da nova corte que se constituía em torno do príncipe regente.

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O último governador régio de Pernambuco foi o General Luís do Rego. Provado nos campos de
batalha contra Napoleão, era um homem talhado para segurar as rédeas de uma província saída
de uma revolta das dimensões de 1817. Como seria de se esperar de um militar experiente,
acompanhou com desconfiança e cautela o desenrolar dos acontecimentos em Portugal e no
Rio. Os liberais só entraram num clima de euforia a partir do dia 06 de maio de 1821, quando
desembarcaram, anistiados, os rebeldes que haviam sido presos em 1817. A maioria deles,
todavia, preferiu se instalar na vila de Goiana, perto da fronteira com a Paraíba, do que ficar
bem vigiada pelo General no eixo Recife-Olinda. A constituição portuguesa foi jurada no Rio de
Janeiro no dia 21 de abril. Mas Luís do Rego só fez o mesmo em Pernambuco no dia 11 de julho.

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Era grande a pressão sofrida pelo governador. As cortes o viam como um representante do
Ancién Regime, embora se entendesse a situação peculiar de Pernambuco que precisava de um
laço forte, haja vista o que acontecera quatro anos antes. A aristocracia agrária pernambucana,
por sua vez, pretendia formar uma junta de governo local, como em outras províncias.
Controlando de perto as Câmaras de Recife e Olinda, Luís do Rego procedeu à eleição dos 07
representantes de Pernambuco às cortes, o que deixou profundamente insatisfeita a oposição
local. Foi em meio a rumores de todos os tipos que um tresloucado personagem, desses que
aparecem de vez em quando para turvar um pouco mais os rumos do mundo, tocaiou e atirou
em Luís do Rego no dia 21 de julho. Ninguém nunca soube suas reais motivações, embora de
tudo já tenham dito um pouco os cronistas locais ufanistas. Herói, ou maluco simplesmente, na
fuga, o infeliz personagem morreu afogado. Mas Luís do Rego fôra ferido. Sem saúde, era mais
difícil manter a firmeza de antes. No dia 30 de agosto de 1821, obedecendo às novas diretrizes,
o General formou a sua própria junta de governo, e anunciou a medida às outras províncias.
Colocou então o cargo à disposição, mas não houve quem assumisse o seu lugar.
Um dia antes, em 29 de agosto, militares, milicianos, plantadores e ex-rebeldes de 1817
mobilizaram-se em Goiana, formando uma outra junta provisória. A "junta de Goiana" enviou
um ultimato ao governador no dia 1º de setembro de 1821, ameaçando tomar o Recife, caso
o general não entregasse o cargo. Ao contrário do que se poderia esperar de um general bem
treinado, Luís do Rego mostrou moderação nesse momento. Ao enviar tropas para investigar
o que ocorria em Goiana, deixou claro ao comandante que a sua missão era de paz e não de
guerra.

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História – Pernambuco no Contexto da Independência do Brasil – Prof. Cássio Albernaz

Os membros da Junta de Goiana começaram a ser tratados como rebeldes. Como sempre
acontecia no Brasil escravista, temia-se também que a oportunidade fosse aproveitada pelos
negros e pardos para uma insurreição mais ampla. Luís do Rego acusou a Junta de Goiana de
armar negros nos subúrbios e insuflá-los contra os habitantes do Recife. No dia 21 de setembro
de 1821, houve refregas entre as forças de ambas as Juntas. Uma ao norte, em Olinda, outra
em Afogados, ao sul do Recife. As escaramuças repetiram-se no dia 1º de outubro. Luís do Rego
acusava os anistiados de 1817 pela agitação.

https://tokdehistoria.com.br/tag/seculo-xix/

Com a província quase em guerra, resolveram dialogar. No dia 05 de outubro de 1821, reuni-
ram-se os representantes da Junta de Goiana e do General português na povoação de Beberi-
be, na saída para o interior, entre Recife e Olinda. Chegaram a um acordo. A cidade do Recife
ficaria com o governador. O resto com a Junta de Goiana. Isso até a eleição de uma nova Junta,
conforme as instruções que se esperava de Portugal. É relevante notar, que o "procurador" do
Recife nessa reunião foi Gervásio Pires, comerciante de grosso trato, senhor de engenho, e um
dos rebeldes de 1817 anistiados. Quem o acompanhava na empreitada era um outro ex-rebel-
de de 1817, Luís Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque - um dos irmãos Cavalcanti: o
mais brilhante deles, diria anos depois o Marquês de Paraná.
No dia 26 de outubro de 1821, formava-se então a primeira Junta de Governo de Pernambuco.
À frente dela estava eleito o próprio Gervásio Pires, o homem que intermediara a negociação
entre o governador português e os liberais mais exaltados de Goiana. Com o afastamento do
governador português, as disputas internas entre as elites locais tornaram-se mais claras. Dei-
xando de lado os "pés de chumbo", sempre opostos à chamada "causa do Brasil", os liberais
radicais republicanos, e os negros que queriam haitianizar a América portuguesa, pode-se per-
ceber a paulatina cristalização de duas tendências principais entre as elites locais.
Uma delas, melhor articulada com o projeto urdido no Rio de Janeiro, era favorável à união
das províncias sob a liderança do príncipe regente. Chamaremos essa tendência de centralista,
termo emprestado da historiografia sobre o liberalismo na América Latina muito apropriado
quando se olha a construção do Estado nacional de fora do eixo das províncias do sudeste que
viriam a deter a hegemonia política a partir do primeiro reinado. Essa tendência congregava
muita gente da antiga aristocracia açucareira, e viria a ser liderada pelo Morgado do Cabo, su-
cedido pelos irmãos Cavalcanti.

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A outra tendência era a federalista: tanto fazia a sede do reino ser no Rio como em Lisboa - ou
até nos dois lugares - desde que fosse mantida a autonomia provincial, conquistada com a Re-
volução do Porto. Essa segunda tendência era liderada por Gervásio Pires, que assumiu o go-
verno provincial em outubro de 1821.
Vale salientar que essas duas facções obviamente não eram partidos pré-concebidos e coesos.
O grupo centralista, favorável à união das províncias em torno do projeto de José Bonifácio,
juntava uma boa parte da aristocracia agrária mais antiga e muitos dos comerciantes de grosso
trato bem estabelecidos. Sob o ponto de vista econômico e político, iriam se aliar à corte no Rio
de Janeiro justamente por terem se beneficiado do sistema vigente direta ou indiretamente,
afinal de contas o sistema colonial não teria durado tanto sem a ajuda de uma oligarquia local,
que ganhava dinheiro, poder e status com o regime. Essa elite pagava um preço pelos limites
impostos à expansão de seus negócios de exportação. Mas, em troca, ganhava a garantia da
permanência das estruturas de poder da qual fazia parte, mesmo como parceiros secundários.
Isso incluía todo um conjunto de prerrogativas que, na prática, se traduziam no apoio real ao
domínio exercido localmente. Inclusive culturalmente sentiam-se mais como portugueses do
Brasil do que com alguma identidade própria, diferenciada, brasileira propriamente dita. O na-
cionalismo ufanista da historiografia colonial brasileira costuma disfarçar a colaboração interna
ao sistema. Mas esse dado é relevante para entender a dominação portuguesa por tanto tem-
po, com tão pouca tropa estacionada no Brasil.
Uma vez mantido o poder no Rio, fosse ou não feita a independência de Portugal, acreditavam,
em primeiro lugar, que nada seria mexido. Caso o Brasil adquirisse sua soberania, continuariam
ganhando o livre acesso ao comércio externo - que aliás já tinham em 1821-22. Em segundo
lugar, ganhariam finalmente o pleno controle das rendas derivadas dos impostos arrecadados.
Socialmente, desejavam títulos de nobreza e fidalguia, que não eram em absoluto irrelevantes,
numa época em que o Estado ainda não era esse ente impessoal a que estamos acostumados
hoje em dia. Os antigos barões do açúcar não se satisfaziam mais em serem barões apenas (no
sentido metafórico da palavra), queriam se tornar efetivamente nobres. A monarquia centraliza-
da no Rio poderia assim vir a ser do agrado de muitas famílias fidalgas mais antigas da província,
desde que ajustada de forma a conceder-lhes mais alguns privilégios mantendo os que já tinham.
Além dessas vantagens, dentro de uma perspectiva bastante prática, entendiam que o apoio
do Rio de Janeiro se traduziria no suporte militar da Coroa quando tivessem que enfrentar seus
adversários locais, fossem esses quilombolas, índios ou os vizinhos. Isso não era pouco, como
ficou evidente na demonstração de força do exército que esmagou 1817.

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História

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR E REVOLUÇÃO PRAIEIRA

Movimentos Liberais: Confederação do Equador (1824) e Revolução Praieira


(1848)

Combate entre rebeldes e legalistas na luta dos Afogados.


Exército Imperial do Brasil ataca as forças confederadas no Recife, 1824.

A Confederação do Equador foi um grande movimento revolucionário, de caráter separatista


e republicano ocorrido em 1824 no Nordeste do Brasil. A revolta teve seu início na província
de Pernambuco, porém, espalhou-se rapidamente por outras províncias da região (Ceará, Rio
Grande do Norte e Paraíba).
Representou a principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora do go-
verno de D. Pedro I (1822-1831), esboçada na Carta Outorgada de 1824, a primeira Constituição
do país. A revolução queria a formação de uma república baseada na constituição da Colômbia.
Ganhou este nome, pois o centro do movimento ficava próximo a Linha do Equador.
Em Pernambuco, centro da revolta, o movimento teve participação das camadas urbanas, elites regio-
nais e intelectuais. A grande participação popular foi um dos principais diferenciais deste movimento.
Por trás das divergências políticas que culminaram com a proclamação da Confederação do Equador,
encontra-se uma divisão econômica e espacial de Pernambuco. Ao norte, açucareiro e algodoeiro, com
vilas populosas, opunha-se o monolitismo do sul pernambucano, exclusivamente açucareiro, cujas po-
voações eram simples anexos dos engenhos de cana. De acordo com Evaldo Cabral de Mello:
"O contraponto do algodão e do açúcar explica ali mais acentuadamente que em nenhuma
outra região brasileira, que se aprofundou ali o conflito entre a nova e a velha estrutura comer-
cial - a do algodão, ligada desde a transmigração da Coroa para o Rio e à abertura dos portos
ao mercado britânico, e a do açúcar da cana, jungida ao entreposto lusitano." Ambos os itens
encontram-se figurados na bandeira da Confederação, onde se vê um ramo de algodão, à direi-
ta, lado a lado com uma cana-de-açúcar.

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O absolutismo de D. Pedro I trouxe grande insatisfação à população e isso gerou protestos em
Pernambuco, Paraíba e Ceará.
Os jornais “Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco” de Cipriano Barata e o “Tífis
Pernambuco” de Frei Caneca (ambos liberais) ajudaram ainda mais a preparar o espírito das
pessoas para a revolução. Cipriano Barata era natural da Bahia e tornou-se notável pela sua
atividade jornalística defendendo os valores liberais da época. Dedicou a sua vida à luta revolu-
cionária e esteve ligado às camadas mais populares e por essa razão, foi preso várias vezes. Frei
Caneca era um dos discípulos de Cipriano e principal líder da Confederação do Equador contra
D. Pedro.

Frei Caneca, preso

Em 1823, as ideias republicanas dominavam o nordeste e se acentuaram em face das ameaças do


Imperador que, com a Constituição outorgada em 1824, impôs ao país um estado unitário. Pernam-
buco não aceitou essa Constituição e em 2 de julho de 1824, seu presidente Manuel de Carvalho
Pais de Andrade proclamou a Confederação do Equador (movimento republicano e separatista que
uniu Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte). No início a Constituição adotada foi a Colombiana.
O objetivo era formar um novo estado completamente separado do Império, cujas bases eram um
governo representativo e republicano, garantindo a autonomia das províncias confederadas.
Surgiram algumas dissidências internas no movimento, pois ele agregava classes sociais díspares.
Depois de estabelecidas as primeiras ações da Confederação, alguns de seus líderes decidiram aban-
doná-la. Tudo isso porque alguns integrantes da revolta defendiam a radicalização de algumas ações
do novo governo. Frei Caneca, Cipriano Barata e Emiliano Munducuru acreditavam que a ampliação
de direitos políticos e reformas no campo social eram medidas urgentes no novo poder estabeleci-
do. A proposta de Pais de Andrade no sentido de libertar os escravos e o exemplo haitiano (país que
recentemente se libertara do domínio francês através de uma revolta popular) não tranquilizavam
as elites, e alguns proprietários de terras passaram a colaborar com o governo imperial. Porém, a
repressão ao movimento estava sendo preparada no Rio de Janeiro. Várias tropas foram enviadas
para o Nordeste sob o comando do brigadeiro Francisco de Lima e Silva (forças terrestres) e de Lord
Cochrane (forças navais). Em setembro de 1824, as forças de Lima e Silva dominaram Recife e Olinda
(principais centros de resistência), e dois meses depois foi a vez do Ceará.
As penas impostas aos revoltosos foram severas e D. Pedro não atendeu aos pedidos para que
elas fossem mudadas. Frei Caneca foi condenado à forca, contudo, acabou sendo fuzilado, dian-
te da recusa do carrasco em executar a sentença. Muitos companheiros de Caneca receberam a
mesma condenação, outros tiveram mais sorte e conseguiram fugir.

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História – Confederação do Equador e Revolução Praieira – Prof. Cássio Albernaz

Possível mapa da Confederação do Equador

https://pt.wikipedia.org/wiki/Confedera%C3%A7%C3%A3o_do_Equador#/media/File:Confedera%C3%A7%C3%A3o_do_Equador.png

Mesmo com o fim da Confederação do Equador, a insatisfação contra o absolutismo do Impe-


rador continuava e crescia cada vez mais. O forte caráter centralizador do governo de D. Pedro I
gerou conflito entre o novo estadista e as elites que defenderam sua chegada ao poder.
Não bastassem os desentendimentos políticos, a falta de arrojo do rei junto às questões eco-
nômicas também contribuiu para sua queda. A contração de dívidas com a Inglaterra e o gasto
de verbas com a Guerra da Cisplatina fortaleceram o movimento oposicionista. Em 1829, a fa-
lência do Banco do Brasil agravou o repúdio aos poderes imperiais. Dessa forma, a vitória dos
oposicionistas, em 1830, dava sinais do enfraquecimento político de Dom Pedro I.
No Rio de Janeiro, vários confrontos entre brasileiros e portugueses representavam a falta de reco-
nhecimento ao governo imperial. A Noite das Garrafadas, ocorrida no início 1831, ficou marcada
como a maior dessas manifestações anti-lusitanas. Ainda tentando recuperar prestígio, em março
daquele ano, Dom Pedro I anunciou um corpo de ministros formado somente por brasileiros. A ma-
nobra de Dom Pedro I já era tardia. Os militares aderiram ao movimento de oposição ao seu gover-
no e a câmara dos deputados se tornou um reduto de críticas à presença do rei.
Sem alcançar o êxito esperado, um grupo de soldados e populares concentrados no Campo de
Santana ameaçaram a integridade de Dom Pedro I. Mediante a embaraçosa situação, o impera-
dor abdicou do trono no dia sete de abril de 1831. Porém seu filho e sucessor, o futuro D. Pedro
II era menor de idade (tinha apenas 5 anos) e seguiu-se um período em que o governo do Impé-
rio brasileiro estava nas mãos de regentes.
Não foi um período tranquilo, muitas revoltas e rebeliões eclodiram no país. A Cabanada foi
uma rebelião ocorrida entre 1832 e 1835, iniciada logo após a abdicação de Dom Pedro I, ou
seja, no período da Regência. Dificuldades financeiras do novo Regime, com o comércio exte-
rior quase estagnado e a queda das cotações do algodão e da cana-de-açúcar, além do privilé-
gio aduaneiro à Inglaterra, em vigor desde 1810, fizeram com que eclodissem diversas revoltas
no Império do Brasil nesse período.
O movimento da Cabanada se deu em Pernambuco, Alagoas, e Pará, porém são insurreições
diferentes e em locais diferentes. A primeira se trata da revolta em Pernambuco e Alagoas e a
segunda na região do atual Pará.

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Em Pernambuco, onde também foi chamado de "A Guerra dos Cabanos", a rebelião foi conser-
vadora pois pretendia a volta do monarca português ao trono do Brasil (para alguns historiado-
res, uma pré-Canudos). Desenrolou-se na zona da mata e no agreste. Teve como líder Vicente
de Paula, com seguidores de origem humilde, predominando índios (jacuípes e outros) e es-
cravos foragidos (chamados de papaméis). Com a morte de Dom Pedro I em Portugal (1834),
o movimento deixou de ter razão de existir. Ao final da Cabanada, o líder Vicente de Paula foi
preso e enviado para a ilha de Fernando de Noronha.
Após muita instabilidade política e social, em 1940 ocorre o Golpe da Maioridade, dando início
ao Segundo Reinado.
No começo do Segundo Reinado, a ascensão dos liberais que apoiaram a chegada de Dom Pe-
dro II ao poder foi logo interceptada após os escândalos políticos da época. As “eleições do
cacete” tomaram os noticiários da época com a denúncia das fraudes e agressões físicas que
garantiriam a vitória da ala liberal. Em resposta, alguns levantes liberais em Minas e São Paulo
foram preparados em repúdio às ações políticas centralizadoras do imperador.
Nesses dois estados os levantes não tiveram bastante expressão, sendo logo contidos pelas
forças militares nacionais. Entretanto, o estado de Pernambuco foi palco de uma ação liberal de
maior impacto que tomou feições de caráter revolucionário.

http://brasilescola.uol.com.br/historiab/revolucao-praieira.htm

Ao longo da década de 1840, setores mais radicais do partido liberal recifense manifestaram
seus ideias através do jornal Diário Novo, localizado na Rua da Praia. Em pouco tempo, esses
agitadores políticos ficaram conhecidos como “praieiros”. Assim como em outras partes do Bra-
sil, em Pernambuco existiam dois partidos: liberal (dominado pelos Cavalcanti) e conservador
(dominado pelos Rego Barros).
Essas duas famílias faziam acordos políticos com muita facilidade. Assim, Francisco de Paula
Cavalcanti tornou-se presidente da província em 1837, através de um acordo com os Rego Bar-
ros e, em 1840, foi a vez de Francisco Rego Barros (barão de Boa Vista) assumir a presidência.
Em 1842, alguns integrantes do Partido Liberal se rebelaram e fundaram o Partido Nacional de
Pernambuco (Partido da Praia), eles acusavam Rego Barros de distribuir os melhores cargos aos
Cavalcanti e seus aliados mais próximos.
Entre as principais medidas defendidas por esses liberais estavam a liberdade de imprensa,
a extinção do poder moderador, o fim do monopólio comercial dos portugueses, mudanças
sócio-econômicas e a instituição do voto universal. Mesmo não tendo caráter essencialmente

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História – Confederação do Equador e Revolução Praieira – Prof. Cássio Albernaz

socialista, esse grupo político era claramente influenciado por socialistas utópicos do século
XIX, como Pierre–Joseph Proudhon, Robert Owen e Charles Fourier.
Em 1847, o movimento passou a ganhar força com a nomeação de um presidente de provín-
cia conservador mineiro para conter a ação dos liberais pernambucanos. Revoltados com essa
ação autoritária do poder imperial, os praieiros pegaram em armas e tomaram conta da cidade
de Olinda. A essa altura, um conflito civil contando com o apoio de grandes proprietários, pro-
fissionais liberais, artesãos e populares tomou conta do estado.

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Em 1 de janeiro de 1849, os revoltosos lançaram o seu programa, um documento que denomi-


naram Manifesto ao Mundo, de conteúdo socialista utópico, supostamente escrito por Borges
da Fonseca, um jornalista. O manifesto defendia:
•• o voto livre e universal do povo brasileiro;
•• a plena e absoluta liberdade de comunicar os pensamentos por meio da imprensa
(liberdade de imprensa);
•• o trabalho, como garantia da vida para o cidadão brasileiro;
•• o comércio a retalho só para os cidadãos brasileiros;
•• a inteira e efetiva independência dos poderes constituídos;
•• a extinção do Poder Moderador e do direito de agraciar;
•• o elemento federal na nova organização
•• a completa reforma do Poder Judiciário, de forma a assegurar as garantias dos direitos
individuais dos cidadãos;
•• a extinção da lei do juro convencional;
•• a extinção do sistema de recrutamento militar então vigente.
Apesar do caráter liberal da revolução, os revoltosos não cogitavam a abolição da escravidão.
Em fevereiro de 1849, depois de receber a adesão da população urbana que vivia em extrema
pobreza, pequenos arrendatários, boiadeiros, mascates e negros libertos, os rebelados toma-

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ram a cidade de Recife e entraram em novo confronto com as forças imperiais. Nesse período,
o insurgente Pedro Ivo surgiu como um dos maiores líderes dos populares. Entretanto, a falta
de apoio de outras províncias acabou desarticulando o movimento pernambucano.

Pedro Ivo, herói da revolução.

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No ano de 1851, o governo imperial deu fim aos levantes que contabilizaram cerca de oitocen-
tas baixas. Os líderes do movimento pertencentes à classe dominante, foram detidos e julgados
apenas em 28 de novembro de 1851, quando os ânimos na província já tinham serenado, oca-
sião em que o governo imperial pôde lhes conceder anistia. Voltaram, assim, a ocupar os seus
cargos públicos e a comandar os seus engenhos.
Por outro lado, os rebeldes das camadas sociais menos privilegiadas - rendeiros, trabalhadores
e outros - não tiveram direito a julgamento e, ou sofreram recrutamento forçado ou foram
anistiados por intervenção de seus superiores para retornarem ao trabalho, exceto aqueles que
foram sumariamente fuzilados durante e logo após os combates.
Dentre as várias revoltas ocorridas durante o Brasil Império, esta foi a última.

http://www.onordeste.com/administrador/personalidades/imagemPersonalidade/b2f8c3a28f0549d0ed6ed60c0718e159406.jpg

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História

TRÁFICO TRANSATLÂNTICO DE ESCRAVOS


PARA TERRAS PERNAMBUCANAS

Maquete do interior de um navio negreiro

https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio_atl%C3%A2ntico_de_escravos#/media/File:Kenneth_Lu_-_Slave_
ship_model_(_(4811223749).jpg

Recife foi o quinto maior centro mundial de tráfico escravista (ficaria atrás apenas de Rio de
Janeiro, Liverpool, Bahia e Londres). O período coberto, 1801-1851, abrange a fase de maior
intensidade do tráfico de escravos, 1801-1830, quando o número de escravos desembarcados
foi maior que um terço do total para todo o período do tráfico pernambucano.
O primeiro navio negreiro a desembarcar em Pernambuco (em 1560) foi também o primeiro
navio negreiro a desembarcar no Brasil, fruto de um pedido de Duarte Coelho, primeiro dona-
tário da capitania de Pernambuco, ao rei de Portugal. O último aportou no Recife em 1851, ano
em que finalmente a proibição do tráfico negreiro transatlântico foi adotada. Foram, no total,
1.376 viagens com o nefasto objetivo. Dos quase 5 milhões de escravos oficialmente trazidos
para o Brasil, 853.833 deles desembarcaram em Pernambuco.

Principais regiões de comércio de escravos na África entre os séculos XV e XIX.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio_atl%C3%A2ntico_de_escravos#/media/File:Africa_slave_Regions.svg

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No Brasil, 2.054.725, ou 42%, desembarcaram no período de 1801 a 1850. Em Pernambuco,
259.054, ou 30%, desembarcaram entre 1801 e 1850, perfazendo uma média de 5 mil desem-
barcados por ano. Comparativamente, nos séculos XVII e XVIII, a média era de 2.500 e 3.300 ao
ano, respectivamente. O fato de o volume de importação de escravos em Pernambuco ser bem
mais expressivo no século XIX que nos séculos anteriores sugere que as atividades econômicas
nesta região estavam aquecidas. 87,2% das viagens cujo destino era Pernambuco tinham como
ponto de partida esta mesma região. Isto sugere que quem organizava e financiava o desem-
barque de negros em Pernambuco eram pessoas que ali residiam.
Dado que a origem da maioria das viagens para Pernambuco era Pernambuco, em todos os
períodos do tráfico, é evidente que este era essencialmente um tráfico Recife-portos africanos-
-Recife durante toda a sua vigência. Contrariamente, é comum a ideia de um comércio triangu-
lar na literatura: um mesmo navio transportaria manufaturas da Europa para a África, trocadas
por escravos que eram trazidos para as Américas, e finalmente o navio levaria produtos agríco-
las das Américas para a Europa.
O Projeto Estudo Comparado do Escravismo Brasileiro no Século XIX (UnB e UFPE), examinou
3.955 inventários registrados em cartórios pernambucanos ao longo do século XIX, para desco-
brir quem eram os agentes financiadores do tráfico para Pernambuco. A cobertura geográfica
dos inventários cobre todas as áreas da província. Graças a este material, coletaram-se infor-
mações sobre o registro do inventário; o ano e a região em que este foi feito; a ocupação do
inventariado; a quantidade de dinheiro, ouro, prata e cobre que possuía; a quantidade e o valor
de escravos sob seu domínio; dívidas ativas e passivas; e assim por diante. Ao todo, encontram-
-se registros de 21.930 escravos levados a Pernambuco: 11.005 registrados na Zona da Mata;
5.390 no Recife; 3.617, no Agreste; e 1.918, no Sertão.
Tais dados pesquisados apontam que, em sua maioria, os traficantes de Pernambuco eram por-
tugueses radicados no Recife. No geral, eram comerciantes e desenvolviam atividades comer-
ciais nos centros urbanos. Alguns possuíam fazendas, e a maioria era influente na política local.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio_atl%C3%A2ntico_de_escravos#/media/File:Pelourinho.jpg

É importante ressaltar que, durante muitos anos, a Companhia Geral de Pernambuco e Para-
íba deteve o monopólio do tráfico para a região em análise, mais precisamente entre 1759 e
1788. Tal companhia era uma empresa de caráter monopolista, criada em 1759 pelo Marquês
de Pombal logo após o grande terremoto de Lisboa, que deixou a economia local muito preju-
dicada. O objetivo da criação desta companhia, juntamente com a Companhia Geral do Grão-
-Pará e Maranhão, era alavancar a economia portuguesa fragilizada pelo desastre natural de
1755. Funcionou durante 26 anos, apesar de ter começado sua atividade cerca de dois anos

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História – Tráfico Transatlântico de Escravos para Terras Pernambucanas – Prof. Cássio Albernaz

após a aprovação dos estatutos. O fim do monopólio abriu espaço para a livre concorrência, a
qual permitiu a alocação de recursos dos próprios pernambucanos nesta atividade.
Mais de 70% dos escravos trazidos para Recife na primeira metade do século XIX vieram em na-
vios de proprietários particulares, a maioria comerciante. Desta forma, há indícios de que o capi-
tal aplicado nesta atividade não vinha de senhores de engenho preocupados com a escassez de
mão de obra, mas de comerciantes acostumados a lidar com outros tipos de mercado, além do
de escravos. Muitos tinham casas comerciais, padarias, lojas, açougues, casas de importação e
exportação, emprestavam dinheiro por meio de emissão de letras, eram membros da Alfândega
de Pernambuco e participavam de sociedades comerciais. Também eram senhores de engenho;
porém, esta atividade parece ter sido complementar, não preponderante sobre as demais.
Era natural que capitais originados no comércio, importante fonte de acumulação no período,
se dirigissem para uma área lucrativa de negócios: o tráfico de escravos. Essa atividade, no
século XIX em Pernambuco, tinha como característica a bilateralidade, a participação de nego-
ciantes portugueses radicados no Recife e de familiares no ramo. Que os negociantes fossem
portugueses não é surpreendente: havia predominância deles no comércio, desde o período
colonial; a Guerra dos Mascates foi essencialmente entre senhores de engenho de Olinda e co-
merciantes portugueses do Recife.

http://maracatu.org.br/o-maracatu/historia/

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História

COTIDIANO E FORMAS DE RESISTÊNCIA ESCRAVA EM PERNAMBUCO

http://s1.static.brasilescola.uol.com.br/artigos/e4c9583e6c2349dfc2b065e3f62fa21b.jpg?i=http://www.
brasilescola.com/upload/conteudo/images/e4c9583e6c2349dfc2b065e3f62fa21b.jpg&w=302&h=293&c=FFFFFF

A maior prova da significativa da quantidade de cativos no estado de Pernambuco, inclusive em


seu interior, desmentindo a ideia de uma escravidão branda, é a demografia documentada pelo
DGE (Diretoria Geral de Estatística) na década de 70 do século XIX, com a obrigatoriedade das
matriculas, após a lei do ventre livre sancionada, em 28 de setembro de 1871.
De fato, o impacto (político, social e jurídico) da lei de 1871 não foi pequeno, e a matrícula
geral dos escravos foi talvez sua mais significativa materialização. Com sua instituição, além do
silêncio ritual, as relações entre raça e cidadania modificaram-se de modo radical. Até então, os
chamados homens livres “de cor” precisavam ser socialmente reconhecidos como tal, o que no
mínimo limitava sobremaneira seu direito de ir e vir além das já referidas redes imediatas. Após
1871, deslocava-se o ônus da prova: era o senhor que precisava apresentar a matrícula de seu
escravo. Sem ela, qualquer pessoa “de cor” era juridicamente livre. A instituição da matricula
se, por um lado, servia para garantir futura indenização ao direito de propriedade senhorial no
processo gradual de abolição para o qual a lei sinalizava, de outro, pela primeira vez, rompia
com a associação legal entre cor e suspeita da condição de escravidão.
Foi, principalmente, a partir da década de 1870, momento de grande transformação social e econô-
mica no parque açucareiro nacional como um todo, que, particularmente Pernambuco, então prin-
cipal produtor de açúcar do país, e mais especificamente a Zona da Mata, recebeu grande parte dos
investimentos do governo imperial avançando tecnologicamente. O objetivo do governo era que

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a indústria açucareira nacional se mantivesse no mercado internacional do açúcar o qual, naquele
momento, contava com o crescimento da produção europeia de açúcar de beterraba.
As festas tinham um importante papel na construção da liberdade, por proporcionar a sociabili-
zação e o divertimento, no dia a dia inexistente. Lembrando que também traziam a tona, brigas
entre grupos rivais, que antecediam sua vinda da África. Todavia esquecido, pela consciência de
fazerem parte do mesmo grupo social, se recorriam nestas horas para criação de estratégias.
Criando um mundo paralelo na escravidão aonde o negro, era livre para decidir um destino me-
lhor. Afinal a alforria não era a real resposta que traria a liberdade para um escravo, era quase
que inconsciente na maioria deles, a liberdade só aconteceria se fosse para todos.

http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/historia/img/0120.jpg

Entende-se pelos anos da década de 70 do século XIX, como um período único na história
do trabalhador brasileiro, de passagem ou “transição” do trabalho escravo para o trabalho
“livre” ou assalariado. Voltando-nos para Pernambuco, às cidades do interior do estado, no
ano de 1872, no primeiro senso brasileiro, verificamos paróquias, freguesias e cidades com
perfis econômicos variados, mudando a velha perspectiva histórica de que em Pernambuco
teve uma escravidão branda, concentrando-se de maneira quase única na produção açucareira,
consequentemente de escravos de profissão lavradores. Compreende-se, cada vez mais, que
a escravidão estava onipresente, dentro de toda a produção de bens de consumo, há muito já
institucionalizada nesta província de antiga colonização.
De acordo com o mesmo recenseamento, comparando as províncias, coloca-se que só 105
homens escravos e 52 mulheres escravas, em toda a província de Pernambuco, sabiam ler e
escrever. Um número alto se compararmos ao Rio Grande do Norte, que no total registrou-se 4
homens e 3 mulheres, porém altíssimo quando a capital do império, Rio de Janeiro, só possuía
79 homens e 28 mulheres registradas como capaz de ler e escrever.
Na capital da província de Pernambuco, Recife, antes mesmo de 1830 a maioria dos
trabalhadores alforriados eram mulheres negras e mulatas. Mulheres estas que se apropriavam,
ou não, das vantagens que tinham, perante os escravos homens, obtinham mas cedo a alforria.
Sua vantagem consistia na proximidade dos senhores, e de agrados que poderiam dar e receber.
Eram elas amas de leite, cozinheiras, engomadeiras, faxineiras. E estavam onipresentes na
sociedade escravista. Difícil dizer o que o luxo da escravidão não poderia oferecer aos senhores
de conforto e serviços. De pentear o cabelo, a limpar o a calçada da casa. Sabe-se que mesmo
sendo submetidas a humilhações, assédios e estupros por seus senhores e ódio de suas patroas,
era melhor que trabalhar na rua local que era sinônimo de insegurança, morte, prostituição e
fome. A empregada doméstica assalariada surgirá aí nesta condição específica de ex-escrava e,
junto a elas, suas concorrentes que baixavam suas possíveis rendas, as próprias escravas.

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História – Cotidiano e Formas de Resistência Escrava em Pernambuco – Prof. Cássio Albernaz

http://s1.static.brasilescola.uol.com.br/artigos/Resitencia-escravos-BRASILESCOLA(1).jpg?i=http://brasilescola.
uol.com.br/upload/e/Resitencia-escravos-BRASILESCOLA(1).jpg&w=302&h=293&c=FFFFFF&t=1

Outra profissão importante dentro da urbe pernambucana eram os canoeiros responsáveis pelo
movimento do transporte fluvial nos rios que cruzam a cidade. Eles exerciam um emaranhado
de funções sociais: passagem de informações, contatos entre os Engenhos, transporte de água
limpa para consumo, e de pessoas. Foram verdadeiros precursores na formação dessa sociedade
paralela. Os canoeiros do Recife tinham mais autonomia do que muita gente livre. Muitos desses
escravos pagavam semanalmente uma certa quantia ao senhor e moravam nas cidades nos seus
próprios casebres, espalhados nos arredores da cidade, na periferia das ilhas de Santo Antônio e
da Boa Vista, nos limites entre os mangues e a terra firme, nas casas palafitas na beira dos rios.
Havia, portanto, uma contradição entre necessidade de controle do escravo e a natureza das ocu-
pações urbanas, que para gerarem lucro, muitas vezes exigiam uma grande movimentação do
trabalhador.
Não muito distante da capital, vários homens e mulheres viviam no campo vagando de vila em
vila tentando fugir da estrutura extrativista da sociedade escravista. Presentes dentro dos en-
genhos e nas cidades. Para sobreviver a tanta “onipresença” da escravidão e da desapropriação
do corpo, pelos senhores de engenhos: negros, brancos, pardos, livres e mulatos escravos ou
não, viviam na “bandidagem” e na “vadiagem” roubando cavalos, e revendendo-os. Ajudando
fugas, até quem sabe negociando melhores patrões para escravos fujões.
A fuga para o mato era uma decisão extrema, que envolvia riscos. A construção da sua ideia de
liberdade era baseada na sua experiência, e nas tradições de sua cultura. Isolado estaria social-
mente morto. Não haveria a liberdade social, o que é o que nos interessa aqui. Para que esta
fosse alcançada no mato, era preciso que o fugitivo passasse a pertencer a uma comunidade
alternativa: o quilombo. Mas mesmo aí o processo continuava.
Os quilombos vingaram até o fim da Cabanada, isto é, até o começo da segunda metade do sé-
culo XIX. Nos anos de 1870, o mundo da fuga, estava muito mais perto do mundo legal. Roubos
e trocas de passaporte, contrabando, roubos de vilas. Muitas eram as possibilidades de se sus-
tentar e fugir do sistema sem olhar para trás e muitos faziam. Em fuga, o sistema era personifi-
cado na polícia, que eventualmente, dava de cara com essas figuras que habitam o imaginário
dos quilombolas, dos cangaceiros e cavaleiros do Sertão e Agreste pernambucano.

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https://blogdogianfranco.wordpress.com/category/trabalho-sobre-quilombos/

O risco do submundo do crime não seria mais feliz do que pertencer a grupos sociais dentro
do tão violento sistema escravista? Provavelmente sim, ou não. Fugir dos castigos, humilhação,
da desapropriação do próprio corpo, do estupro, de ver filhos sendo vendidos como coisas,
tudo isso deveria servir de estímulo mais que convincente para seguir na vida de incertezas do
crime, mas experimentando alguns momentos de liberdade, principalmente se fosse feito em
bandos, ou duplas. A relação entre a liberdade social e a liberdade jurídica será sempre muito
íntima durante a escravidão.
Ainda sobre resistência escrava, nota-se que muitos autores questionam a virtual ausência de re-
beliões escravas, mesmo tendo havido até mais confusão no Recife do que na maioria das capitais
provinciais na primeira metade do século XIX, quando comparado com o ciclo das insurreições
liberais, que se inicia com a Insurreição de 1817, passa pela Confederação do Equador em 1824 e
termina com a Praieira, em 1848. Porem, alguns historiadores percebem algumas ligações plausí-
veis entre esses movimentos políticos maiores e as estratégias de resistência desenvolvidas pelos
escravos do Recife nessa época, através de algumas narrativas de fugas que expressam o desen-
volvimento de alternativas de resistência em resposta à conjuntura específica de Pernambuco
nesse período, assim como alguns dos motins urbanos ocorridos no Recife nesse período, que
não envolveram apenas escravos, mas também outros segmentos da sociedade.
Podemos citar um episódio ilustrativo de grande relevância para o estudo da resistência negra, es-
pecificamente em Pernambuco: aconteceu em 1846. De acordo com o chefe de polícia da província,
suspeitava-se que uma seita religiosa de negros, surgida na cidade, era na realidade um disfarce para
uma sociedade secreta cujo objetivo era preparar uma insurreição de escravos. A polícia entrou em
ação, cercando uma casa no bairro de São José, onde os fiéis se reuniam. Segundo as autoridades,
os negros então saíram protestando, gritando contra a religião do Estado. O líder – o Divino Mestre
segundo os fiéis – era o crioulo Agostinho José Pereira, que teria uns trezentos seguidores na cidade.
Pelo menos outros seis negros foram presos além de Agostinho, sendo que um deles entregou-se,
declarando o desejo de compartilhar da mesma sorte do Divino Mestre, cuja esposa estaria grávida
havia cinco anos mas só daria à luz quando descesse o Messias.
A seita do Divino Mestre espalhara-se pela cidade. Um editorial do Diário de Pernambuco conta
que no bairro da Boa Vista, na casa de um dos principais discípulos de Agostinho, foi encontra-
do uma bíblia onde estavam marcadas as passagens que tratavam do fim da escravidão. Mais
grave ainda foi a apreensão, na casa do próprio réu, de alguns textos que tratavam do Haiti.
No seu interrogatório, o Divino Mestre mostrou um pouco mais de si. Dizia-se livre. Tinha 47
anos. Sabia ler e escrever. Já estivera no Rio de Janeiro como oficial de milícias e, de passagem,
na Bahia. Foi-lhe também perguntado se havia participado da Sabinada na Bahia, em 1839. Res-

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História – Cotidiano e Formas de Resistência Escrava em Pernambuco – Prof. Cássio Albernaz

pondeu que não, mas admitiu que conhecera Sabino quando o líder da revolta já estava preso no
Rio de Janeiro, numa fortaleza onde o Divino Mestre estava de serviço. Isso, de uma certa forma,
indica que não eram infundadas as suspeitas das autoridades de que Agostinho era um desertor
do exército que, anteriormente, já se havia metido em outras aventuras políticas. Poderia mesmo
ter sido punido, através do recrutamento forçado, pela participação como miliciano na Confede-
ração do Equador, sob as ordens do seu comandante, como admitiu no interrogatório. O advoga-
do de defesa foi ninguém menos que o maior agitador liberal daquela época, em Pernambuco,
Borges da Fonseca. Que crime é ser cismático? – perguntou Borges, argumentando com clareza
que a lei proibia outros cultos, mas não cominava a pena de prisão para os praticantes, limitando-
-se a ordenar a sua dispersão e a destruição dos seus artefatos; no mais, uma multa poderia ser
aplicada. Só que os desembargadores perceberam que Agostinho não era um protestante qual-
quer. O problema não era só de ordem religiosa. Agostinho não pregava apenas a desobediência
ao padroado régio. Tinha algo mais. Ele era um pastor negro.

http://s2.glbimg.com/7jMBcp7i9f1Qfg_iL1oqRMIrSWg=/0x0:1055x728/620x428/s.glbimg.com/po/ek/f/
original/2013/06/11/11o_tema_-_pelourinho.png

A pregação negra trazia ainda um outro inconveniente para a ordem escravista. A livre inter-
pretação das escrituras é um dos princípios básicos do protestantismo, mas a rigor ele só se
efetiva quando é possível a cada pessoa ler a Bíblia. Ao alfabetizar os seus seguidores, Agosti-
nho dava-lhes um instrumento adicional de luta de enorme repercussões. Se adicionarmos a
esse aprendizado os tais papéis sobre o Haiti e a ênfase nas passagens bíblicas que tratam da
libertação dos escravos, pode-se entender que Agostinho era realmente um elemento perigoso
para a ordem, por mais que Borges da Fonseca se esforçasse em provar o contrário.
Os escravos pernambucanos não estavam alheios às ideias francesas, presentes nas revoltas e
tentativas de rebeliões do início do século XIX – como poderiam estar, depois da experiência
do Haiti? Agora, ninguém era ingênuo de se envolver assim sem mais nem menos. Era preciso
alguma esperança efetiva de ganho. Os escravos do Recife também não estiveram ausentes das
demais manifestações urbanas ocorridas na primeira metade do século passado e que são par-
te do contexto político maior das disputas políticas locais.
Por seu protagonismo em muitos levantes liberais ocorridos em Pernambuco, os negros (es-
cravos ou forros, pardos, mulatos...) causavam medo e ofereciam grande perigo para a camada
senhorial. Tanto que cantaram-se nas ruas os citadíssimos versos:

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Marinheiros e caiados
todos vão se acabar,
porque só pardos e pretos,
o Brasil hão de habitar.

http://people.ufpr.br/~lgeraldo/Fugadeescravos.jpg

Em outro evento ocorrido no Recife em 1824, em que não faltaram pardos pobres, negros e
escravos entre os manifestantes, outros versos também foram entoados:
Qual eu imito a Cristovam,
esse imortal haitiano.
Eia! Imitai a seu povo,
Oh, meu povo soberano!

A cidade do Recife foi amordaçada durante a década de 1820. Mesmo assim não faltaram fugas
de escravos e todas as demais formas de resistência comuns às sociedades escravistas. O fato
mais importante desse período foi o apogeu do quilombo de Malunguinho, cuja vida e morte
está intimamente ligada à história política e social de Pernambuco como um todo. Pode-se
dizer que a expansão do quilombo é um dos resultados das brigas de branco entre 1817 e 1824,
que abriram brechas no sistema, facilitando as fugas de escravos, inclusive urbanos. Onde havia
mato, sempre houve gente escondida, mas um volume tão grande de quilombolas perto do
Recife só pode ser entendido como resultado das fugas dos cativos dos proprietários que se
envolveram naquelas duas insurreições. Começando quase que às portas das cidades gêmeas
de Recife e Olinda, nos morros e florestas dos subúrbios a noroeste delas, os mocambos
espalhavam-se pelas matas que serpenteavam entre os engenhos da zona da mata norte,
conhecidas pelo nome de floresta do Catucá.
O quilombo de Malunguinho se fortalecia toda vez que as elites brigavam entre si, como em
1817, 1824 e 1831-32, e feneceu no final do decênio de 1830, após a derrota da Cabanada
(1832-1835). Enquanto durou, foi a alternativa mais radical para os cativos do Recife e da zona
da mata seca, daí a sua importância para o entendimento da resistência escrava, não somente
no interior, mas também no principal núcleo urbano da província.
Havia conexões entre os quilombolas e os escravos da cidade. Os quilombolas costumavam
atacar os arrabaldes, principalmente a povoação de Beberibe, onde a água era límpida, e onde
as escravas lavavam as roupas dos seus senhores e senhoras do Recife, para onde voltavam

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História – Cotidiano e Formas de Resistência Escrava em Pernambuco – Prof. Cássio Albernaz

depois, provavelmente de canoa, remadas por negros, muitas vezes cativos também. Isso indica,
inclusive, que a conexão com os escravos da cidade podia também ser feita pelas mulheres.
Essas ligações entre os quilombolas e os demais escravos ficaram mais claras em 1827, quando o
Conselho de Governo reuniu-se para tomar medidas efetivas contra o quilombo. Não era a primeira
vez que isso acontecia, muito pelo contrário. Após ter debelado a Confederação do Equador,
o general Lima e Silva marchou para o Catucá com toda a tropa disponível. Mas bastou a força ir
embora para os mocambos voltarem a crescer. Na tal reunião de janeiro de 1827, a elite dirigente de
Pernambuco temia que Malunguinho e seus seguidores tencionassem efetivamente atacar o Recife.

http://4.bp.blogspot.com/-ozyvhOB0XEw/VOsjYfglsNI/AAAAAAAAF9k/eGJml6qWgKM/s1600/malunguinho2.jpg

Alguns escravos habilitados profissionalmente, fingindo-se de forros, fugiam para trabalhar


em navios. Marinheiros escravos faziam a mesma coisa, mudando até de nome depois do
desembarque. Essas pessoas tiveram um enorme papel na resistência escrava pois, ao repassar
as notícias de rebeliões, terminaram influindo na conduta dos escravos de outros lugares.
Alguns desses marinheiros negros cruzaram os mares, chegando a aprender outras línguas
europeias, como era o caso de um negro jovem vindo de São Tomé, que fugiu no Recife em
1831: era capaz de falar “inglês alguma coisa”.
Pode-se dizer que o quilombo do Catucá ditou o ritmo da resistência escrava no Recife. Após o
seu fim, fugir para o mato perdeu muito do sentido para os escravos urbanos. As alternativas de
resistência e sobrevivência mudaram. Enquanto existiu, foi o principal referencial da resistência
escrava na província.
Alguns levantes urbanos ocorreram ainda nos anos de 1830, sendo reprimidos duramente. Mas
não se esgota aí o tema dos levantes urbanos no Recife em que os negros e pardos participaram
– e quem sabe até alguns brancos pobres, descendentes de portugueses ou açorianos modestos
que imigravam aos montes para Pernambuco. A violência urbana renovou-se na década de
1840, quando praieiros e conservadores disputavam o poder na província. Tendo que disputar
as eleições, as lideranças partidárias mobilizavam sua clientela urbana, que terminava fugindo
ao controle e aderindo à causa dos liberais radicais. Em torno de 1845, a agitação da população
deslocada da cidade já era tanta que o cônsul americano chegou a dizer que a mob – a canalha
– estava no poder.

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Foi muita correria pela cidade naqueles anos. Os escravos, todavia, são menos visíveis na docu-
mentação sobre aqueles episódios, devido ao rápido aumento da população livre depois da In-
dependência. Não obstante, justamente lá pela década de 1840, se solidificaria uma das formas
de contestação mais criativas dos cativos do Recife: deixar-se acoitar ou roubar por alguém.
Em outras palavras, procurar um outro patrão, tal como faziam e fazem os trabalhadores livres
quando insatisfeitos. O que não falta nos anúncios de fuga daqueles anos são menções a um
possível acoitamento dos cativos por pessoas livres.
Esses acoitamentos, todavia, não se davam por solidariedade – pensar assim seria idealizar de-
mais a relação senhor-escravo – mesmo admitindo que isso possa ter ocorrido em algumas ins-
tâncias, principalmente nos casos em que os próprios negros escondiam companheiros sendo
perseguidos. Regra geral, os acoitamentos aconteciam por interesse do acoitador que ganhava
um trabalhador sem ter que pagar por ele o preço de mercado.
O aspecto mais significativo dessa situação é a participação do escravo no processo. Era ele quem
saía da casa do seu dono para se estabelecer noutra residência. Assim, a única e fundamental
diferença de uma fuga como outra qualquer é a cumplicidade desse alguém livre, interessado em
adquirir o cativo. Essa não era uma fuga para se tornar um quilombola, ou um fugitivo a mais se
fingindo de forro pelas ruas, mas a busca por um senhor menos despótico e/ou disposto a respei-
tar alguns direitos que o fugitivo acreditava ter adquirido ou pensava em adquirir.
Também foi na década de 1840 que os roubos de escravos tornaram-se uma atividade corri-
queira em Pernambuco. Roubo, não furto. Como coisa que era, de acordo com a lei brasileira,
ele não poderia ser furtado, mas somente roubado. Considerava assim a legislação que só era
possível tomar um escravo alheio através da violência (como, por exemplo, nos casos de rapto
de crianças) ou então através da persuasão do cativo. Na linguagem das ruas, utilizada nos jor-
nais e nas fontes policiais, o ladrão “seduzia” o cativo, oferecendo-lhe dinheiro ou outra vanta-
gem qualquer. De acordo com a lei, o senhor – a vítima aqui – ficava indefeso no momento em
que o ladrão convencia o cativo a deixá-lo. Através de um artifício de lógica jurídica portanto, o
direito considerava que essa persuasão equivalia a coação direta, uma vez que impossibilitava
o legítimo proprietário de defender a sua posse. Assim, a legislação admitia claramente que,
para um ser humano ser “roubado”, era preciso que o “objeto” do crime, o cativo, consentisse
no roubo. Ficava tacitamente reconhecida a capacidade do escravo de interferir no ato ilícito,
agindo em seu próprio benefício. Ao contrário de outros bens semoventes, o cativo dificilmen-
te poderia, sem consentimento, ser levado por outra pessoa.

https://uhmanas.files.wordpress.com/2014/06/or_0595_f1061.jpg

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História – Cotidiano e Formas de Resistência Escrava em Pernambuco – Prof. Cássio Albernaz

Na história do Recife, não há outro período de longa duração tão conturbado. A Insurreição de
1817, as manifestações de rua de 1823 e 1824, a Setembrizada em 1831 e os mata-marinheiros
entre 1844 e 1848 são parte desse contexto. Vale a pena repetir que, obviamente, nenhum
desses episódios foi uma rebelião escrava. Todavia, eles têm relevância para o entendimento
da história da escravidão na cidade e em Pernambuco como um todo. Não que os cativos, a
partir dessa conjuntura, entendessem a existência de “contradições” no sistema – não é assim
tão simples. Mas eles com certeza percebiam que os brancos também brigavam entre si.
Muitas das fissuras do sistema foram escancaradas naqueles momentos de perigo. A rotina
era quebrada. Reinava aquilo que os contemporâneos letrados chamavam nos jornais de
“anarquia”, “algazarras”, “distúrbios” e outros termos semelhantes. Os escravos aproveitavam-
se das circunstâncias para avançarem suas lutas, em grupo ou individualmente.

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História

CRISE DA LAVOURA CANAVIEIRA

Durante várias décadas, até meados do século XX, quando foi suplantado por São Paulo, Per-
nambuco foi o principal produtor nacional de açúcar. Até então, seus concorrentes mais impor-
tantes - Bahia e Rio de Janeiro - não conseguiram ultrapassá-lo.
Na segunda metade do século XVII, o triunfo alcançado pelo açúcar já não era mais o mesmo.
Nessa época, os holandeses foram expulsos da região Nordeste – principal polo de fabricação
do açúcar brasileiro – para empreender o cultivo de cana-de-açúcar nas Antilhas. Nesse con-
texto, Portugal não conseguiu fazer frente ao preço e à qualidade mais competitiva do açúcar
antilhano. De tal modo, a produção açucareira entrara em crise. Podemos citar como principais
causas da crise do açúcar:
- A União Ibérica (1580 a 1640), que estabeleceu o domínio da Espanha sobre Portugal e suas
colônias. Este fato fez com que os espanhóis tirassem os holandeses da lucrativa atividade açu-
careira brasileira, expulsando-os do Nordeste brasileiro. Após este fato os holandeses passaram
a produzir açúcar em suas colônias nas Antilhas.
- Os holandeses conheciam o processo de fabricação de açúcar e tinham o controle sobre a dis-
tribuição e comercialização deste produto. Logo, conseguiram conquistar os grandes mercados
consumidores rapidamente, deixando o açúcar produzido no Brasil em segundo plano no mer-
cado internacional. A concorrência holandesa foi, portanto, uma das principais causas da crise
do açúcar brasileiro no período colonial, pois eles conseguiram produzir açúcar mais barato e
de melhor qualidade do que o brasileiro.
A crise do açúcar reduziu drasticamente os lucros dos senhores de engenho do Nordeste e tam-
bém diminuiu a arrecadação de impostos, provocando uma crise financeira em Portugal. A co-
roa portuguesa rapidamente agiu em busca de uma nova forma de exploração colonial. Neste
sentido, a coroa portuguesa estimulou a produção de outros gêneros agrícolas no Brasil como,
por exemplo, tabaco e algodão.

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Vale ressaltar que, apesar da crise, a produção e exportação de açúcar permaneceram como prin-
cipais atividades econômicas até o apogeu do Ciclo do Ouro (segunda metade do século XVIII).
Essa não seria a primeira e nem a última vez que a produção de açúcar brasileira viria a entrar em
crise. A falta de condições para investimento e as várias oscilações experimentadas no mercado
externo acabavam por deflagrar esses tempos de crise da economia açucareira. Apesar disso, não
podemos nos esquecer que tal atividade econômica sempre figurou entre as mais importantes de
nossa economia colonial. E, por isso, nunca chegou a entrar em uma crise definitiva que viesse a
encerrar o negócio.

Engenho Espadas, em Pernambuco, no Brasil: um exemplo de engenho banguê em funcionamento na década de 1950

https://pt.wikipedia.org/wiki/Engenho_de_a%C3%A7%C3%BAcar#/media/File:Engenho1.jpg

As inovações em escala internacional introduzidas no século XIX determinaram a necessidade de


modernização da indústria açucareira, dando margem ao programa imperial de implantação de
engenhos de maior produção. Assim, a partir de 1874 foram implementadas melhorias nos banguês,
visando à produção de açúcar branco e demerara, surgindo então as fábricas de maior capacidade
de produção. Quando eram de propriedade particular, chamavam-se usinas; quando de empresas
comerciais, geralmente estrangeiras, denominavam-se engenhos centrais. O que distinguia umas
das outras era que as usinas, sendo de propriedade de antigos senhores de engenho e de parentes
e vizinhos associados, não separavam a produção da industrialização da cana e utilizavam a mão-
de-obra escrava, enquanto os engenhos centrais, subsidiados e com garantias de juros do capital
aplicado pelo governo, tinham restrições quanto à posse de terras para a cultura da cana e à
utilização da mão-de-obra escrava. A produção da cana a ser industrializada nos engenhos centrais
era feita por proprietários de terra, antigos senhores de engenho que a vendiam ao engenho central,
comprometendo-se a fornecer cotas anuais. Esses proprietários de engenho que desmontavam a
sua indústria, eram chamados de fornecedores de cana, substituindo os banguezeiros.

http://3.bp.blogspot.com/_1dNjQ4O4_c8/TTO9xcs9SvI/AAAAAAAABXo/l9R4DXe_WX8/s1600/206b9985b54fb58
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História – Crise da Lavoura Canavieira – Prof. Cássio Albernaz

Os engenhos centrais instalados em Pernambuco a partir de 1884 tiveram pequena duração.


Muitos deles foram vendidos a usineiros, sobretudo após a proclamação da República, face ao
poder político que os chefes regionais passaram a exercer após a descentralização promovida
pelo 15 de novembro.
O processo de extinção dos engenhos banguês e a sua substituição por usinas e engenhos
centrais iniciado no último quarto do século XIX foi lento a princípio. Posteriormente houve uma
tal aceleração, que em 1914 já colocara em funcionamento cerca de 56 usinas. Os engenhos
centrais foram fechados ou transformados em usinas após a proclamação da República.
Do século XVIII ao XIX o açúcar continuou a ter importância na economia do nosso país, embora
o café viesse a se tornar o principal produto brasileiro. Mas pouco a pouco o açúcar perdeu
mercado e foi deixando de ser a base de sustentação da nossa economia.
Outros acontecimentos que prejudicaram o açúcar brasileiro, já no século XIX, foram o
Bloqueio de Napoleão Bonaparte contra os navios ingleses transportadores de açúcar do nosso
continente para o mercado consumidor europeu e o aparecimento do açúcar de beterraba, o
chamado “açúcar alemão”. Esse novo produto foi utilizado pelos países consumidores como um
produto substituto ao açúcar da cana, ocorrendo o agravamento da crise do nosso açúcar e os
maus efeitos decorrentes da monocultura latifundiária em nossa economia.
Assim, a partir de meados do século XVIII e durante todo o século XIX, o preço do açúcar
permaneceu reduzido à metade. Sem recursos próprios para conter a desvalorização do açúcar
o Governo de Portugal e os produtores portugueses mudam atenção para o café, no século XIX.

http://3.bp.blogspot.com/_1dNjQ4O4_c8/TTPA7QShEAI/AAAAAAAABX4/_bBBs_kqQOw/s1600/Ciclos%252520-
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Dessa forma houve no próprio funcionamento do ciclo do açúcar, elementos negativos que
impediram sua viabilidade ao progresso. Ocorrendo, então, o encerramento do monopólio da
economia açucareira que manteve sua importância, porém deixou de ser o principal produto e
a base de sustentação da economia brasileira.

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História

A PARTICIPAÇÃO DOS POLÍTICOS PERNAMBUCANOS


NO PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO/ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

Por 83 votos favoráveis e apenas nove contrários, a Câmara dos Deputados aprovou o fim da servidão no Brasil.

http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2013/05/11/interna_politica,386059/abolicao-da-escravatura-
completa-125-anos-e-em-reconta-a-historia.shtml

No final do século XIX, a escravidão já havia sido abolida na maioria dos países. O Brasil seria
o último país a abolir oficialmente a escravidão, pois durante muito tempo a aquisição de
escravos foi um grande investimento.
De 1831 a 1850 inicia-se uma intensa luta contra o tráfico de escravos, resultado do confronto
entre o Brasil, econômica e culturalmente assentado na escravidão, e as nações déias as,
que concretizaram suas revoluções burguesas e da industrial e ansiavam por transformar os
escravos em seus futuros consumidores. Em 1845 a Inglaterra aprovou o Bill Aberdeen, lei que
permitia aos navios ingleses atacarem, em águas internacionais, navios brasileiros envolvidos
com o tráfico de escravos. Com a intensificação da repressão ao tráfico, os ingleses passaram
a atacar os navios nos portos brasileiros. A extinção do tráfico internacional, resultado de um
acordo secreto entre os dois governos, não impediu que continuasse, por muitas décadas, o
tráfico interno, onde os cafeicultores adquiriram os escravos do Nordeste.
A promulgação da Lei de Terras, em 1850, aumentou o poder dos proprietários de terra e donos
de escravos com a proibição da posse da terra aos que nela já habitavam, além da expulsão
dos índios e posseiros que lá viviam desde os tempos coloniais. Em 1850 é promulgada a Lei
Eusébio de Queirós, que determinou o fim do tráfico de escravos para o Brasil. Essa lei proibiu o
desembarque de negros africanos nos portos brasileiros. Os últimos 200 escravos trazidos para
o país desembarcaram em Pernambuco, em 1855.

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Em 1871, a Lei do Ventre Livre declarava libertos os filhos das escravas nascidos a partir da
aprovação da lei. Seus defensores afirmavam que a Lei do Ventre Livre, junto com a proibição
do tráfico negreiro, assegurava a extinção gradual da escravidão no Brasil. Os donos de escra-
vos, por sua vez, temiam ficar sem mão-de-obra para trabalhar em suas plantações. Eles acu-
savam o governo de querer provocar uma crise econômica ao decretar essa lei. A Lei do Ventre
Livre, porém, teve pouco efeito prático, já que dava liberdade aos filhos de escravos, mas os
mantinha sob a tutela dos donos das mães até completarem 21 anos.
No ano de 1885 surge a Lei dos Sexagenários, também chamada Lei Saraiva-Cotegipe, que li-
bertava os escravos com mais de 65 anos. Essa lei também não ajudou quase nada, pois poucos
escravos conseguiam viver mais de 40 anos. Por quê? Eles trabalhavam muito, comiam pouco
e suas senzalas não tinham nenhum conforto. Além disso, a maioria dos escravos se vestia com
trapos, não tinha roupas quentes para se proteger no inverno e, quando ficavam doentes, em
geral, continuavam trabalhando e não contavam com nenhum cuidado especial.
E, finalmente, em 13 de maio de 1888, acontece a Abolição da escravatura. A assinatura da Lei
Áurea, pela Princesa Isabel, foi o término de um processo para atender os interesses capitalis-
tas da Inglaterra, que pleiteavam a abolição da escravidão no Brasil.
Neste longo processo, uma das figuras mais representativas foi a do pernambucano Joaquim
Nabuco. Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (Recife, 19 de agosto de 1849 — Washing-
ton, 17 de janeiro de 1910) foi um político, diplomata, historiador, jurista, orador e jornalista
formado pela Faculdade de Direito do Recife. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de
Letras. Na data de seu nascimento, 19 de agosto, é comemorado o Dia Nacional do Historiador.
Foi um dos grandes diplomatas do Império do Brasil (1822-1889), além de orador, poeta e me-
morialista. Além de “O Abolicionismo”, “Minha Formação” figura como uma importante obra
de memórias, onde se percebe o paradoxo de quem foi educado por uma família escravocrata,
mas optou pela luta em favor dos escravos. Nabuco diz sentir “saudade do escravo” pela gene-
rosidade deles, num contraponto ao egoísmo do senhor. “A escravidão permanecerá por muito
tempo como a característica nacional do Brasil”, sentenciou.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Nabuco#/media/File:Joaquim_Nabuco_-_1902.jpg

Joaquim Nabuco se opôs de maneira veemente à escravidão, contra a qual lutou tanto por
meio de suas atividades políticas e quanto de seus escritos. Fez campanha contra a escravidão
na Câmara dos Deputados em 1878 (não foi reeleito em 1882), e em legislaturas posteriores,
quando liderou a bancada abolicionista naquela Casa, e fundou a Sociedade Antiescravidão
Brasileira, sendo responsável, em grande parte, pela abolição da escravidão no Brasil, em 1888.

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A Participação dos Políticos no Processo de Emancipação/Abolição da Escravatura – Prof. Cássio Albernaz

Nabuco era um monarquista e conciliava essa posição política com sua postura abolicionista.
Atribuía à escravidão a responsabilidade por grande parte dos problemas enfrentados pela
sociedade brasileira, defendendo, assim, que o trabalho servil fosse suprimido antes de
qualquer mudança no âmbito político. A abolição da escravatura, no entanto, não deveria
ser feita de maneira ruptúrica, ou violenta, mas assentada numa consciência nacional dos
benefícios que tal resultaria à sociedade brasileira.
Também não creditava a movimentos civis externos ao parlamento o papel de conduzir a
abolição. Esta só poderia se dar no parlamento, no seu entender. Fora desse âmbito cabia
somente assentar valores humanitários que fundamentariam a abolição quando instaurada.
Criticou também a postura da Igreja Católica em relação ao abolicionismo, chamando-a de “a
mais vergonhosa possível”, pois ninguém jamais a viu tomar partido dos escravos. E emendou:
“A Igreja Católica, apesar do seu imenso poderio em um país ainda em grande parte fanatizado
por ela, nunca elevou no Brasil a voz em favor da emancipação”. Após a derrubada da monarquia
brasileira, Nabuco retirou-se da vida pública por algum tempo.
Outra personalidade envolvida no processo emancipatório dos escravos, foi o abolicionista
Tobias Barreto, que apesar de não ser pernambucano, (era sergipano de Campos do Rio Real),
estudou Direito na Faculdade do Recife e se transformou no principal teórico brasileiro à testa
do movimento renovador das déias denominado de Escola do Recife, que ainda hoje repercute
no Brasil e em algumas partes do mundo civilizado. Tobias Barreto de Menezes chegou ao
Recife em 1862. Formado em Direito vai advogar na Comarca de Vitória, fixando-se no termo
de Escada, por motivos de família.

http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/intranetSupremoEmDiaNoticia/imagem/2012/TobiasBarreto.jpg

O movimento em defesa da liberdade dos negros escravos pode ser dividido em três fases distin-
tas, cada uma com sua importância. A primeira delas, eminentemente literária, constou de um
engajamento intelectual principalmente no Nordeste brasileiro, com ênfase para Pernambuco,
tendo como maior expoente o poeta baiano Castro Alves (1847-1871). Seus poemas arrebatados
de humanidade, ecoavam como disparos destinados a sacudir a consciência escravocrata domi-
nante. Nos saraus, nas récitas, nas páginas soltas dos bandos, e nos livros, as vozes poéticas dos
primeiros abolicionistas abriam caminho para uma luta mais ampla em defesa da liberdade.
A partir de 1879, Joaquim Nabuco detonou uma movimentação enorme de imediata reper-
cussão social, em defesa da liberdade dos cativos. A imprensa passava a ter, muito mais que
antes, o papel de tribuna permanente da discussão em torno da questão servil e da abolição da
escravatura. Muitos vultos surgiram no cenário do combate, dentre eles André Rebouças, que
aprofundava o estudo da abolição para desdobrá-la num projeto de longo alcance, segundo

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o modelo francês das fazendas centrais. Ao tempo em que tomava dimensão nacional a luta,
eram criadas as Sociedades abolicionistas, eram fundados os jornais que nas Províncias sus-
tentavam o fogo, em defesa da liberdade dos negros. Era a vibração da segunda e mais ruidosa
fase do movimento abolicionista.
A terceira e última fase, voltada para a libertação dos escravos e para a organização da socieda-
de pela via econômica do trabalho livre, tem em Tobias Barreto a sua maior liderança. É nesta
fase, como se verá adiante, que a campanha abolicionista dilata seu alcance para uma ampla
crítica social, através da atuação, algumas vezes até panfletária, de Tobias Barreto, na tentativa
de levar o povo à consciência da cidadania.
De volta ao Recife, Tobias Barreto entra na última fase criadora de sua vida de intelectual, como
professor da Faculdade de Direito e como líder de um movimento fecundo, de grande repercus-
são nacional, conhecido sob a denominação de Escola do Recife. Pernambuco estabelecia, no
Nordeste, o compromisso engajado da sua Faculdade de Direito, em contraponto ao descom-
promisso da Faculdade de Direito de São Paulo, onde uma geração de poetas abstraía a realida-
de de uma sociedade em formação para intimizar seus sentimentos e suas perplexidades. Mais
uma vez Pernambuco evoca para si os vínculos com a nacionalidade, com as causas sociais, com
o futuro, desta feita tendo à frente a figura de Tobias Barreto.
Como muitos poetas do seu tempo, Tobias Barreto também engajou a sua poesia na defesa da
liberdade dos negros. E o fez de três formas: exaltando a morena, mestiça brasileira, deploran-
do a escravidão, de forma explicita, e inflamando as massas em torno das idéias de liberdade.

http://img.historiadigital.org/2009/11/Movimento-Abolicionista-Agostini.jpg

“Se Deus é quem deixa o mundo


Sob o peso que o oprime,
Se ele consente o crime,
Que se chama escravidão,
Para fazer homens livres,
Para arrancá-los do abismo,
Existe um patriotismo
Maior que a religião.

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A Participação dos Políticos no Processo de Emancipação/Abolição da Escravatura – Prof. Cássio Albernaz

Se não lhe importa o escravo


Que a seus pés queixas deponha,
Cobrindo assim de vergonha
A face dos anjos seus,
Que em delírio inefável,
Praticando a caridade
Nesta hora a mocidade
Corrige o erro de Deus.”
(Tobias Barreto, A Escravidão, de 1868)

Revista Ilustrada, 1888.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Abolicionismo_no_Brasil#/media/File:Emancipa%C3%A7ao.jpg

Outras personalidades, não pernambucanos, mas que estudaram na Escola de Direito de Recife,
também participaram ativamente na campanha e no processo abolicionista: Plínio de Lima,
Castro Alves, Rui Barbosa, Aristides Spínola, Regueira Costa, entre outros. Juntos fundaram
uma associação abolicionista formada por alunos daquela escola.
Na mesma turma de Joaquim Nabuco, forma-se outro abolicionista pernambucano: José
Mariano Carneiro, fundador do jornal abolicionista A Província. Assim como Joaquim Nabuco,
Barros Sobrinho, João Ramos, Alfredo Pinto, Phaelante da Câmara, Vicente do Café e Leonor
Porto, José Mariano era membro da associação emancipatória Clube do Cupim, fundado em
1884 (logo após a abolição da escravidão no Ceará), que alforriava, defendia e protegia os
escravos.

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(Joaquim Nabuco)

https://2.bp.blogspot.com/-OeqelziAun8/VvvB4nJbjiI/AAAAAAAAHfQ/2teIdfeU7YQniiPd8tIcKogp0nLSHeePA/s320/DSC06261.JPG

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História

VOTO DE CABRESTO E POLÍTICA DOS GOVERNADORES

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No ano seguinte à Abolição, o Marechal Deodoro da Fonseca (que foi o primeiro presidente,
provisório) proclama a República, dando início à Primeira República ou República Velha. Este
período compreende os anos de 1889 e 1930, quando a elite cafeeira paulistana e mineira re-
vezava o cargo da presidência da República movida por seus interesses políticos e econômicos.
Esse revezamento ficou conhecido como Política dos Governadores ou "política do café-com-
-leite", o arranjo político que vigorou no período da Primeira República, envolvendo as oligar-
quias de São Paulo e Minas Gerais e o governo central no sentido de controlar o processo su-
cessório, para que somente políticos desses dois estados fossem eleitos à presidência de modo
alternado. Assim, ora o chefe de estado sairia do meio político paulista, ora do mineiro.

http://2.bp.blogspot.com/_lOSe7CxJx6Q/SX-9jEA0AyI/AAAAAAAAAoY/KwWFkC3H1iQ/s400/Rep+Velha+-+Caf%C
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Após a proclamação da república, a 15 de novembro, dois militares se sucederam no comando
do país, os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. A partir daí, a história do Brasil
foi marcada por acordos entre as elites dos principais centros políticos do país, que à época
eram minas gerais e São Paulo. Os "coronéis", grandes fazendeiros, optavam por candidatos da
política café-com-leite, e estes, além de concentrar suas decisões na proteção dos negócios dos
latifundiários, concediam regalias, cargos públicos e financiamentos.
O surgimento do nome "café-com-leite" batizando tal acordo seria uma referência à economia
de São Paulo e Minas, grandes produtores, respectivamente, de café e leite. Entretanto, alguns
autores contestam tal explicação para o surgimento da expressão, pois o Rio Grande do Sul seria
o maior produtor de leite à época. O leite como referência a minas gerais teria vindo na verdade
das características da cozinha mineira, representada pelo queijo minas ou mesmo pelo pão de
queijo, e que assim, combinada com o a palavra "café", há muito associada a São Paulo (por ser
este estado, sim, o grande produtor de café e seu maior representante), remeteria à expressão
ainda hoje conhecida de "café-com-leite", usada para designar a pessoa que participa de uma
ação com neutralidade, que não pode dar conselho e não pode ser aconselhado, que participa
com condições especiais em algum evento.
Com Campos Sales (1898), instalou-se o poder dos governadores dos estados (política dos
governadores), que tinham grande autonomia em relação ao governo federal e se articulavam para
escolher os presidentes da república que tinham mandato de 4 anos sem direito a reeleição. Os
presidentes e governadores tinham a prerrogativa de destituir (as chamadas "degolas") os deputados
e senadores eleitos que não lhes fossem afeitos através das comissões de verificação dos poderes, que
existiam nos congressos estaduais (atuais assembleias legislativas estaduais) e no congresso nacional.
O voto não era secreto, o que tornava o voto de cabresto e a fraude eleitoral práticas comuns.
As eleições presidenciais ocorriam, de quatro em quatro anos, em 1 de março, e a posse dos
eleitos se dava no dia 15 de novembro do ano da eleição presidencial. O candidato oficial a
presidente da república era escolhido através de um acordo nacional entre os presidentes dos
estados. De acordo com essa obra de engenharia política, o poder federal não interferia na
política interna dos estados e os governos estaduais não interferiam na política dos municípios,
garantindo-se lhes a autonomia política e a tranquilidade nacional.
O sistema político que vigorava, e que tinha o abuso de poder por conta da autoridade compra
de votos e o uso das instituições públicas para favorecimento pessoal ou de terceiros, ficou
conhecido como Voto de Cabresto. Nas regiões do Brasil em que encontramos a pobreza
como companhia diária, encontrávamos, e ainda encontramos esta prática, que é a principal
característica das práticas que definem o Coronelismo. Desde as primeiras eleições, ainda no
Império, essas práticas de fraudar o sistema eleitoral é uma praga de difícil combate.

https://historiativanet.files.wordpress.com/2012/10/voto-cabresto.jpg

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História – Voto de Cabresto e Política dos Governadores – Prof. Cássio Albernaz

No século XX, o auge do coronelismo, os eleitores precisavam levar apenas um pedaço de papel
com o nome do seu candidato e depositar na urna. Tratava-se de qualquer papel, trazido de casa
mesmo, muitas vezes entregues pelos próprios coronéis a seus funcionários e já preenchidos.
É importante ressaltar que a grande maioria dessas pessoas era analfabeta, sabendo apenas
assinar o seu nome. Como analfabetos não podiam votar, na época, levavam para as urnas
os papéis já preenchidos, não levantando a suspeita de que não saberiam ler e escrever. Nos
papéis estavam escritos o nome dos candidatos que eram convenientes aos próprios coronéis
em relação as suas alianças políticas. Assim o coronel que tivesse mais influência, que tinha
mais empregados, geralmente levantava mais votos para seus candidatos.
Já os empregados, como não sabiam ler, votavam sem ao menos saber o que estava escrito nos
papéis que depositavam nas urnas, aonde chegavam através de um transporte fornecido pelo
próprio coronel. Todo território Brasileiros estava repleto dessa figura, um grande fazendeiro
que exercia poder total sob uma comunidade de camponeses humildes, muitas vezes liderando,
e reprimindo, por via oral ou até mesmo pelo uso da força. Ou seja, quando o convencimento
não surtia efeito em seus influenciados, o coronel recorria à violência para que os eleitores de
seu “curral eleitoral” obedecessem às suas ordens. E como o sistema eleitoral era aberto, ficava
muito fácil a fiscalização dos eleitores para que votassem nos candidatos exigidos pelo coronel.
Usava esse poder, então, para garantir que os candidatos que eles apoiavam fossem eleitos.
Porém, durante a Primeira República, não eram apenas São Paulo e Minas os principais atores
no jogo político do período, conforme percebemos pela carta do presidente da Câmara dos
Deputados Arnolfo Azevedo ao presidente Washington Luís em 1926 (onde fala sobre a
importância de um vínculo entre os jogadores cujo se desfazer era o fim do próprio jogo). “No
baralho político há três ases e três reis”. “Quem vai dirigir o jogo precisa ganhar a partida e para
ganhá-la é indispensável ter dois ases e um rei” (sendo os ases Minas, São Paulo e Bahia, e os
reis Pernambuco, Rio e Rio Grande do Sul). “Sentar-se à mesa do jogo sem contar com esses
trunfos é arriscado e quem tiver a maioria absoluta dos seus valores fará, não só um governo
bom, mas ótimo e fácil”. Notamos, então, que eram seis as forças políticas estaduais do período.
Em 1929, com a grande crise econômica que se seguiu à quebra da bolsa de Nova Iorque, o
café brasileiro ficou praticamente sem comprador, prejudicando enormemente os cafeicultores
paulistas. O que aconteceu, na sequência, foi que o Estado de São Paulo, que deveria apoiar
o próximo presidente da República (que seria o mineiro previamente escolhido Antônio Carlos
Andrada), resolveu mudar. O Presidente Washington Luís voltou atrás e passou a apoiar outro
candidato paulista, Júlio Prestes, o que provocou uma visível cisão dos grandes Estados.

http://2.bp.blogspot.com/-Zq2JDVJnzy4/UUaD6r6Y5PI/AAAAAAAAAE8/sb6H4y5znFE/s1600/politica.jpg

A cisão política do café-com-leite foi o resultado deste rompimento e, por isto, o estado de Minas
Gerais se une logo ao Rio Grande do Sul. Tentou-se obter a adesão de Pernambuco, Bahia e do

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estado do Rio de Janeiro, oferecendo-lhes em troca a vice-presidência. A proposta foi aceita
pela Paraíba, formando uma aliança política que ficou conhecida como aliança liberal, lançando
um novo candidato próprio: Getúlio Vargas. Vargas mesmo assim foi derrotado nas eleições. No
entanto, um clima instável e generalizado de insubordinação, de enorme inquietação política
contra o estado de São Paulo e de sua dominação, passou a ser insustentável.
A motivação de todo este processo foi a morte de João Pessoa, que seria o candidato à vice-
presidência da república na chapa de Getúlio Vargas. O evento, que a rigor não tinha nenhuma
conexão com as inquietações políticas e com a concorrência eleitoral, passou-se a ter um
pretexto de rompimentos políticos.
João Pessoa seria assassinado a tiros na capital pernambucana. A morte do ilustre paraibano, no
entanto, impulsionou os revolucionários, que já arquitetavam a tomada de poder. Washington
Luís foi deposto em 24 de outubro de 1930, vinte e um dias antes do término do seu mandato
como presidente da república. Por este golpe militar, que passou o poder em 03 de novembro
às forças político-militares, acontece a revolução de 1930 comandada por Getúlio Vargas.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f6/revolu%c3%a7%c3%a3o_de_1930.jpg

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História

PERNAMBUCO SOB A INTERVENTORIA DE AGAMENON MAGALHÃES

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Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães (Vila Bela, atual Serra Talhada, 5 de novembro de 1893
— Recife, 24 de agosto de 1952) foi promotor de direito, geógrafo, professor (de Geografia)
e político brasileiro; deputado estadual (1918), federal (1924, 1928, 1932, 1945), governador
de estado (1937, 1950) e ministro (Trabalho e Justiça). Fomou-se bacharel pela Faculdade de
Direito de Recife (1916), em Recife, sendo em seguida nomeado para a promotoria da comarca
de São Lourenço da Mata. No ano seguinte, retornou a Recife, onde fixou residência. Em 1918,
foi eleito deputado estadual com apoio da agremiação governista estadual (Partido Republicano
Democrata) e, em 1924, tornou-se deputado federal, reeleito quatro anos depois. Contudo,
em 1930, rompendo com os governos estadual e federal, aderiu à Aliança Liberal formada
em torno da candidatura de Getúlio Vargas. Após a revolução, apoiou o interventor Carlos de
Lima Cavalcanti e ajudou a articular no estado o Partido Social Democrata (de sustentação ao
Governo Provisório), pelo qual elegeu-se deputado constituinte em 1932.
Em 1934, foi convidado pelo presidente Getúlio Vargas para a pasta do Trabalho, Indústria e
Comércio. À frente do ministério, promoveu intervenções em sindicatos, nomeando diretores
de confiança do governo, e trabalhou na implementação de novas leis, como a que reservava
dois terços dos postos de trabalho nas empresas comerciais e industriais para brasileiros e a
que garantia uma indenização aos trabalhadores demitidos sem justa causa. Durante sua
gestão foi criado também o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI). Em
janeiro de 1937, passou a acumular com o Ministério do Trabalho, interinamente, o Ministério
da Justiça e Negócios Interiores, onde permaneceu até o mês de junho. Era, então, elemento
dos mais prestigiados junto ao governo federal e por isso mesmo deu apoio decidido ao projeto
continuísta de Vargas, concretizado com o golpe que em 10 de novembro instituiu o Estado
Novo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 497
Aliado fiel de Vargas, ele entrou em choque com o interventor Lima Cavalcanti, seu antigo aliado,
que tendia a apoiar a candidatura oposicionista de Armando de Sales Oliveira para a sucessão
presidencial de 1938, e a quem acusara de conivência com o levante comunista deflagrado em
novembro de 1935 em Recife por membros da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Por este
motivo, em novembro de 1937, após a decretação do Estado Novo, Agamenon Magalhães foi
nomeado interventor federal em Pernambuco, substituindo seu antigo aliado e opositor.
A interventoria de Agamenon Magalhães coincidiu ainda com os anos da presença militar norte-
americana no Recife, em virtude das alianças em torno da Segunda Guerra. Este período foi
marcado por transformações não apenas no cenário político, mas também no plano cultural.
Ainda em 1941, os EUA iniciou a política de envio de observadores navais para vários portos
brasileiros. O primeiro a chegar foi o capitão aposentado da US Navy W.A. Hodgman. Ele chegou
ao Recife em 26 de fevereiro, sob as ordens do Escritório de Inteligência Naval. Recife era a
terceira cidade do Brasil, com uma população estimada à época de 400 mil pessoas.

http://www.sixtant.net/2011/img/editor/image/SBRF/PLAN%20OF%20RECIFE.jpg

Com a declaração de guerra contra as potências do Eixo, e a cessão de bases no litoral brasileiro
combinada com as operações de defesa do atlântico sul, Recife passa a ser uma cidade estratégica
para as pretensões americanas, e com o apoio de Agamenon Magalhães, Recife terá a Sede da
Quarta Frota Naval e será a base das operações marítimas com raio de atuação do Canal do Panamá
até o extremo sul das Américas, além de um campo de pouso construído pelos americanos e
chamado de Ibura Field, que atualmente é o Aeroporto Internacional dos Guararapes.

https://tokdehistoria.files.wordpress.com/2012/11/recife-wwii-53.jpg?w=300&h=205

498 www.acasadoconcurseiro.com.br
História – Pernambuco sob a Interventoria de Agamenon Magalhães – Prof. Cássio Albernaz

Ocorrem muitas mudanças no estado. Contudo as mudanças não foram meramente militares,
houve um impacto profundo na sociedade pernambucana e, em especial em Recife. Primeira-
mente o impacto foi econômico, já que no auge de suas atividades a Quarta Frota mantinha
cerca de 4000 homens no Estado, todos recebendo integralmente seus soldos e gastando, prin-
cipalmente com os atrativos da vida nos trópicos. Passou a circular no mercado local dólares
americanos, e isso impulsionou consideravelmente a comércio local e as atividades de apoio.
Outros aspectos interferiram na vida do recifense, que teve que passar por um racionamento
de combustível e apresentou inflação de bens e serviços locais.
Misto de populismo social com centralização política, o estilo de governo de Agamenon (por
ele chamado de "ruralização") foi marcado pela busca da unidade social e política, apoiada na
personalidade pública do interventor. O governo estadual procurou envolver-se em todos os
setores da vida cotidiana, seguindo um ideário tradicionalista, autoritário e fortemente católi-
co, que procurou apoiar-se tanto na censura oficial do DIP, quanto na utilização do jornal oficio-
so, o Diário da Manhã.
A obra administrativa de Magalhães pode ser dividida, primeiro, pela busca desenfreada do "con-
senso máximo" na sociedade pernambucana, a partir de uma falsa imagem de paz e harmonia
social no Estado. Objetivo perseguido através de uma feroz repressão aos “adversários, críticos,
comunistas, prostitutas, afro-brasileiros, vadios e homossexuais”. O governo Agamenon também
combateu o cangaço e realizou obras contra a seca. Seu programa de erradicação dos mocambos
(habitações insalubres) teve forte impacto entre as populações pobres e foi objeto de intensas e
apaixonadas controvérsias entre sociólogos, antropólogos, engenheiros, sanitaristas e urbanistas.
A campanha contra os mocambos assumiu um caráter ressocializador, na medida em que vincu-
lava estreitamente habitação, saúde, integridade física e moral da família, trabalho e cidadania.
Na verdade, ela escondia uma intenção civilizatória com a qual muitos não concordavam, como
Gilberto Freyre, Mario Sette, Manuel Bandeira e outros.

https://recifaces.files.wordpress.com/2013/12/01901-mocambos-situados-nas-zonas-alagadas-do-recife-
afogados-e-santo-amaro-foto-m-c.jpg

Outro aspecto dessa obra que merece atenção é a criação dos Centros Educativos Operários,
cujo fim era “educar, regenerar, civilizar e integrar” os trabalhadores no seio da sociedade. A
meta principal era fazer um trabalho de saneamento e profilaxia social, afastando os operários
da doutrina marxista da luta de classes.

www.acasadoconcurseiro.com.br 499
Em janeiro de 1945, Agamenon Magalhães foi novamente chamado por Getúlio Vargas para a
pasta da Justiça. Mas desta vez, Getúlio não preparava o fechamento das instituições (como em
1937), e sim a sua democratização.
Como titular da pasta, Agamenon aprovou o novo Código Eleitoral (Lei Agamenon) e convocou as
primeiras eleições livres do Brasil, com a autorização para o funcionamento dos partidos políticos
e o pleito direto para a presidência da República. No entanto, a tentativa de aprovar uma lei
antitruste (chamada de "lei malaia" por seu opositor Assis Chateaubriand, fazendo assim menção
ao seu apelido pernambucano, "China gordo", dado por Manoel Bandeira) aumentou as pressões
de setores empresariais e militares contra o governo Vargas. Em outubro de 1945, Getúlio Vargas
acabou sendo deposto, e com ele Agamenon deixou o ministério. O sucessor de Vargas, José
Linhares, anunciou o veto à "lei malaia" como uma de suas primeiras medidas.

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História

MOVIMENTOS SOCIAIS E REPRESSÃO DURANTE A DITADURA


CIVIL-MILITAR (1964-1985) EM PERNAMBUCO

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2015/09/06/internas_viver,596430/fotografo-
reconstroi-memorias-de-pernambucanos-afetados-pela-ditadura-militar.shtml

No dia 1 de abril de 1964 a história política, social, econômica, cultural e religiosa, começava a
ser definida de forma autoritária e opressora. Durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-
1985), os setores de oposição aos governos militares foram bastante vigiados, censurados e
reprimidos. Inúmeras pessoas foram presas, muitas delas eram jovens que, independente de
sexo, se vincularam a organizações, partidos políticos e entidades estudantis para lutar em prol
da democracia. Dessa forma, os órgãos de informação nomearam de subversivos as pessoas e
os diversos setores da sociedade que foram vistos como um perigo à ditadura, tendo em vista a
lógica coercitiva do Estado. Com base em uma teoria que abarcava diferentes tipos de guerra,
os militares combateram-nos, alegando defender a segurança e o desenvolvimento do país.
Em Pernambuco, o principal órgão de vigilância, censura e repressão do regime foi o
Departamento de Ordem Política e Social de Pernambuco (DOPS-PE). Essa instituição surgiu
como uma Delegacia de Ordem Política e Social, em 1935. Em 1961, transformou-se em um
Departamento, ampliando o seu aparato coercitivo. Ele foi extinto somente em 1990 e a sua
atuação foi bastante significativa. Isso porque além de realizar atividades de vigilância social e
de prevenção e repressão ao comunismo, tinha as funções de realizar inquéritos sobre crimes
de ordem política e social, exercer as medidas de polícia preventiva e controlar os serviços cujos
fins estivessem em conexão com a Ordem Política e Social.
Um dos principais nomes ligados à resistência no estado de Pernambuco é o de Miguel Arraes
governador deposto em 1964. Elegeu-se governador em 1962, com 47,98% dos votos, pelo
Partido Social Trabalhista (PST), apoiado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e setores

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do Partido Social Democrático (PSD), derrotando João Cleofas (UDN) – representante das
oligarquias canavieiras de Pernambuco. Seu governo foi considerado de esquerda, pois forçou
usineiros e donos de engenho da Zona da Mata do Estado a estenderem o pagamento do salário
mínimo aos trabalhadores rurais (o Acordo do campo) e deu forte apoio à criação de sindicatos,
associações comunitárias e às ligas camponesas.

Arraes cercado por militares no dia do golpe.

https://www.google.com.br/search?q=ditadura+militar+em+pernambuco&biw=1366&bih=62
2&source=lnms&tbm=isch&sa=X&sqi=2&ved=0ahUKEwi615XUuIXMAhUCaD4KHfJxDQAQ_AU
IBigB#tbm=isch&q=miguel+arraes+cassado&imgrc=5rUDKY2A5v2P4M%3A
Com a deflagração do golpe militar de 1964, tropas do IV Exército cercaram o Palácio das Prin-
cesas (sede do governo estadual). Foi-lhe proposto que renunciasse ao cargo para evitar a pri-
são, o que prontamente recusou para, em suas palavras, “não trair a vontade dos que o elege-
ram”. Em consequência, foi preso na tarde do dia 1º de abril. Deposto, foi encarcerado em uma
pequena cela do 14º Regimento de Infantaria do Recife, sendo posteriormente levado para a
ilha de Fernando de Noronha, onde permaneceu por onze meses. Posteriormente, foi encami-
nhado para as prisões da Companhia da Guarda e do Corpo de Bombeiros, no Recife, e da For-
taleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Libertado em 25 de maio de 1965, exilou-se na Argélia.
Concedido o habeas corpus, Arraes foi orientado por seu advogado, Sobral Pinto, a exilar-se,
sob pena de voltar a ser preso pela ditadura. Após recusa da França em recebê-lo, Arraes co-
gitou pedir asilo ao Chile – onde, alguns anos depois, houve em 1973 o golpe militar de Pino-
chet. Assim, Arraes tomou a Argélia como destino. Parecia até proposital, pois a Argélia tinha
problemas sociais parecidos com os do Brasil. Durante o exílio, foi condenado à revelia, no dia 2
de março de 1967, pelo Conselho Pernambucano de Justiça da 7ª Região Militar. A pena, de 23
anos de prisão, pelo crime de “subversão”.
De modo geral, em todo o Brasil, diversos foram os movimentos de resistência ao golpe, como,
por exemplo, o movimento estudantil, o movimento das mulheres, o movimento sindical etc.
De modo mais específico, em Pernambuco houve uma representação importante por parte da
Igreja, na pessoa de Dom Helder Câmara que teve um papel atuante e que determinou de for-
ma direta no embate ao regime autoritário.
Uma das formas de repressão usadas pelos governos militares, diante da população foram os
atos institucionais o (AI’S). Durante todo período de ditadura foram elaborados 16 AI’S. As re-
presentações desses AIS significavam a cassação de direitos políticos entre outros e fez com
que a sociedade se isolasse da participação que ela tinha antes de 1964 e só iria voltar a ter
esses direitos após 1985.

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História – Movimentos sociais e Repressão Durante a Ditadura Civil-Militar (1964-1985) – Prof. Cássio Albernaz

Representado por diversos lideres o movimento da Igreja teve seu apogeu em Pernambuco na
pessoa de Dom Hélder Câmara, No dia 12 de março de 1964 foi designado para ser arcebispo de
Olinda e Recife, Pernambuco, múnus que exerceu até 2 de abril de 1985. Instituiu um governo
colegiado nesta diocese, organizada em setores pastorais. Criou o Movimento Encontro de
Irmãos, o Banco da Providência e a Comissão de Justiça e Paz daquela diocese. Fortaleceu as
comunidades eclesiais de base.

http://2.bp.blogspot.com/_abN7v4kjFBo/Sq10kCu6y4I/AAAAAAAAAAU/sQvheeG2MyA/s320/untitled.bmp

Estabeleceu uma clara resistência ao regime militar. Tornou-se líder contra o autoritarismo e
pelos direitos humanos. Não hesitou em utilizar todos os meios de comunicação para denunciar
a injustiça. Pregava no Brasil e no exterior uma fé cristã comprometida com os anseios dos
empobrecidos. Foi perseguido pelos militares por sua atuação social e política, sendo acusado
de comunismo. Foi chamado de “Arcebispo Vermelho”. Foi-lhe negado o acesso aos meios de
comunicação social após a decretação do AI-5, sendo proibida inclusive qualquer referência a ele.
Desconhecido da opinião pública nacional, fez TTP s tes viagens ao exterior, onde divulgou
amplamente suas TTP s e denúncias de violações de direitos humanos no Brasil. Foi adepto e
promotor do movimento de não violência ativa. Em 1984, ao completar 75 anos, apresentou
sua renúncia.
Além da Igreja, o estado também ofereceu importantes núcleos rurais de resistência. Em
Pernambuco a partir da década de 50 irá se articular diversas formas de movimentos sociais,
em diferentes setores de mobilização, frente a situações sociais no meio rural que já carregava
um peso de séculos, onde a terra explorada por uma pequena parcela burguesa que ao impor a
economia de monocultura, agravou cada vez mais a vida de milhares de camponeses. A década
de 50 é um marco importante não só para Pernambuco como para a História do Brasil, aonde
efetivamente vai se falar em reforma agrária de uma maneira radical.

www.acasadoconcurseiro.com.br 503
http://3.bp.blogspot.com/_8NxAVnlUWrU/TIrKBz6392I/AAAAAAAABUE/1meUbdtPi3g/s400/Ligas+Camponesas+
Permanbuco+-1955.JPG

Há que se destacar o surgimento das Ligas Camponesas, por iniciativa do Partido Comunista
Brasileiro e que teve como principal figura incentivadora o advogado e deputado pelo Partido
Socialista Brasileiro (PSB) Francisco Julião (1915-1999). As Ligas Camponesas organizaram milhares
de trabalhadores rurais que viviam como parceiros ou arrendatários, principalmente no Nordeste
brasileiro, utilizando o lema “Reforma Agrária na lei ou na marra” contra a secular estrutura
latifundiária no Brasil. A primeira liga foi formada em 1954, em Vitória de Santo Antão, no estado
de Pernambuco, reunindo 1200 trabalhadores rurais. O caráter dessas organizações abandonava
as antigas medidas assistencialistas, passando a assumir uma atuação política mais ativa na luta
pelos direitos dos trabalhadores rurais e pela distribuição de terras. As ligas camponesas foram
totalmente reprimidas durante a ditadura civil-militar e seus principais líderes foram presos.
O golpe de 1964 alterou significativamente um momento histórico da nossa sociedade, a
implantação do regime ditatorial se deu pelo consenso por parte da sociedade. Em Pernambuco,
e mais especial na região da Zona da Mata Sul, havia um momento gênese que se desenvolvia.

TTP://boletim.unifreire.org/edicao05/wp-content/uploads/sites/8/2015/04/1.jpg

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História

HERANÇA AFRO-DESCENTE EM PERNAMBUCO

O texto encontrado no site da Secretaria de Cultura de Recife, Núcleo de Cultura Afro-Brasileira,


resume bem o aspecto da herança em questão: “a herança africana, trazida por milhões de ne-
gros e negras vítimas do tráfico transatlântico, com uma enorme diversidade de grupos étnicos,
fez do Brasil a segunda maior população de negros do mundo fora da África. Vivendo em condi-
ções desfavoráveis, essa população negra brasileira, ao longo de sua história, utilizou-se de meca-
nismos diversos para resistir à escravidão, que mesmo depois de um século abolida, faz amargar
frutos que geram a necessidade de uma resistência permanente. Essa herança de luta está re-
presentada nas formas singulares de manifestações culturais, artísticas e religiosas. O sonho de
liberdade e dignidade do povo negro expressa-se de forma marcante na dança, na música, nas
artes plásticas e, sobretudo, na religião do Candomblé, que tanto ajudou a preservar a memória
ancestral do povo negro brasileiro. No Recife, as diversas manifestações culturais afro-brasileiras
têm papel fundamental na rica cultura local. São de matrizes africanas, em sua grande maioria, as
manifestações populares que colorem os quatro cantos desta cidade. (...)”
Em oposição ao legado negativo da escravidão, existe uma herança afrodescendente positiva e
riquíssima no estado de Pernambuco, que se manifesta sobretudo na cultura: música, dança, co-
mida, etc. Nota-se, também, a influência afrodescendente na oralidade da fala pernambucana,
recheada de vocábulos provenientes da africanidade linguística (banda, cachimbo, fubá e molo-
que, como exemplos), assim como alguns fenômenos linguísticos da oralidade e do português
popular que são atribuídos à influência africana, como o apagamento do /r/ no final das palavras
e a falta de concordância nominal, no português não padrão. Essas influências também ocorrem
em outras regiões do Brasil, mas de forma diferenciadas localmente, muitas vezes.
Muito dessa herança sobreviveu às perseguições e às discriminações, adaptando-se. Os terreiros
de candomblé de Recife, para esquivarem-se da política de repressão do estado, transformaram-
-se em sociedades carnavalescas, como o maracatu. Os negros, disfarçados de nobres, reverencia-
vam a "Corte Real", mas na verdade evocavam os seus deuses. E assim continuaram por décadas,
resistindo e sendo discriminados. O Maracatu (Rural ou Urbano), que atualmente faz parte do
carnaval de Pernambuco, é propriamente um desfile carnavalesco, remanescente das cerimônias
de coroação dos reis africanos. A tradição teve início pela necessidade dos chefes tribais, vindos
do Congo e de Angola, de expor sua força e seu poder, mesmo com a escravidão.

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Outro exemplo é o Frevo (Frevo de Rua, Frevo Canção ou Frevo de Bloco), que teve origem na
capoeira, cujos movimentos foram estilizados para evitar a repressão policial. O nome vem da
ideia de fervura (pronunciada incorretamente como “frevura”). É uma dança coletiva, execu-
tada com uma sombrinha, que seve para manter o equilíbrio e embelezar a coreografia. Atual-
mente, é símbolo do carnaval pernambucano.

Além desses ritmos, podemos citar o forró (com influências também indígenas e europeias;
baião, xote, xaxado e côco, que fazem parte do forró), o manguebeat (movimento de contra-
cultura surgido em Recife, que mistura outros ritmos regionais, como maracatu, com hip hop,
música eletrônica, etc) e a ciranda (um tipo de música e dança típica da Ilha de Itamaracá).

Caranguejo (símbolo do mangue beat) da Rua da Aurora, no Recife

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e4/Caranguejo_da_Rua_da_Aurora_-_Recife-PE_-_Brasil.jpg

A Capoeira, trazida pelos negros de Angola, inicialmente, não era praticada como luta,
mas como dança religiosa. Mas, no século XVI, para resistir às expedições que pretendiam
exterminar Palmares (quilombo localizado na Capitania de Pernambuco, no território do atual
estado de Alagoas), os escravos foragidos aplicavam os movimentos da capoeira como recurso
de ataque e defesa. Em 1928, um livro estabeleceu as regras para o jogo desportivo de capoeira
e ilustrou seus principais golpes e contragolpes. O capoeirista era considerado um marginal,
um delinquente. O Decreto-lei 487 acabou temporariamente com a capoeira, mas os negros
resistiram até a sua legalização. E em 15 de julho de 2008 a capoeira foi reconhecida como
Patrimônio Cultural Brasileiro e registrada como Bem Cultural de Natureza Imaterial.

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História – Herança Afro-descente em Pernambuco – Prof. Cássio Albernaz

Na culinária pernambucana, o legado africano é encontrado em muitos pratos e temperos, com


destaque para alguns produtos que de lá vieram e que hoje são elementos fundamentais na alimen-
tação: a banana, o amendoim, o azeite de dendê, a manga, a jaca, o arroz, a cana de açúcar, o co-
queiro e o leite de coco, o quiabo, o caruru, o inhame, a erva-doce, o gengibre, o açafrão, o gergelim,
a melancia, a pimenta malagueta, a galinha d’angola entre outros. Com a escassez da alimentação
do escravo, os negros inventaram o pirão escaldado (massapê) e o mungunzá, por exemplo.

http://blackpagesbrazil.com.br/noticias/wp-content/uploads/2015/03/Comidas.jpg

Importante destacar a influência africana na religiosidade de Pernambuco, principalmente em re-


lação à Xangô, que é o nome da divindade iorubá do trovão. Esta divindade é tão importante em
Pernambuco que batiza a religião afro no Recife. Lá, os praticantes são chamados de xangozeiros.

https://www.google.com.br/search?q=xangozeiros+Recife&biw=1366&bih=622&source=lnms&tbm=isch&sa=X&
ved=0ahUKEwjN_rPT0ofMAhWGHpAKHUYlBqkQ_AUICSgE#imgrc=PWb9mos85LSudM%3A

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História

PROCESSO POLÍTICO EM PERNAMBUCO (2001-2015)

No ano de 2002, o Brasil teve eleições presidenciais, para o Senado, deputados estaduais e
federais e para os governos dos estados e do Distrito Federal. Em Pernambuco, foi reeleito Jarbas
Vasconcelos, do PMDB, pela coligação União por Pernambuco, com o PFL. Após sete anos no
comando do estado renunciou ao mandato em 31 de março de 2006 para disputar, com sucesso,
uma cadeira no Senado Federal. Jarbas Vasconcelos passou o governo para Mendonça Filho que
perdeu a reeleição para o então deputado federal Eduardo Campos no 2º turno (em 2006).
Eleito em 1998, pela União por PE, na ocasião formada apenas por PMDB e PFL, após derrotar o
então governador Miguel Arraes (PSB) por uma diferença de mais um milhão de votos, em sua
primeira passagem pelo cargo o governador Jarbas Vasconcelos beneficiou-se enormemente
de dois fatores, hoje, não mais existentes. O primeiro deles, de caráter político, relacionava-se
à reeleição de um forte aliado no Estado, Marco Maciel (PFL), no cargo de vice-presidente da
República, na chapa encabeçada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O
segundo, esse de caráter econômico, dizia respeito à disponibilidade dos recursos oriundos da
privatização da maior empresa do Estado, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).

http://www.senado.gov.br/senadores/img/fotos-oficiais/senador4545.jpg

Dessa forma, coube ao primeiro Governo Jarbas Vasconcelos realizar o processo de privatização, no
segundo ano de seu primeiro mandato (2000), o que gerou recursos da ordem de 1 bilhão de dólares
(em torno de 2 bilhões de reais), valor bem inferior ao que poderia ter sido alcançado se o processo
tivesse se concretizado ainda no Governo Miguel Arraes. Acontece que, naquele período, por conta
da relação cambial mais favorável, antes da crise dos chamados “tigres asiáticos” e da Rússia, a
privatização poderia ter ficado na casa dos 2 bilhões de dólares (em torno de 3,7 bilhões de reais).
Os recursos não tardaram a aportar aos cofres do Estado logo no início do Governo Jarbas Vas-
concelos. Isso, certamente, ocorreu em função de sua condição de forte aliado do Governo
FHC-Maciel. Assim, o Estado de Pernambuco recebeu, por conta da privatização, uma anteci-
pação de crédito da ordem de 100 milhões oriundos da Eletrobrás. Tal fato permitiu o início de
uma série de obras de infra-estrutura, prioridade do primeiro Governo Jarbas Vasconcelos, que

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se ampliou nos dois anos seguintes à privatização da estatal, realizada em fevereiro de 2000. Des-
sa forma, foram realizadas principalmente obras em barragens e adutoras no interior do Estado
e a duplicação da BR232 – a maior e mais visível obra do primeiro Governo Jarbas Vasconcelos.
Para duplicar os 153 km da estrada federal que liga Recife a Caruaru, município situado no Agreste
pernambucano, estava previsto, inicialmente, uma contrapartida do Governo federal, o que não
ocorreu até o final do mandato de FHC-Maciel. Nesse sentido, faltando ainda um ano para en-
cerrar seu primeiro mandato, o Governo Jarbas Vasconcelos já havia utilizado 72% dos recursos
oriundos da privatização da Celpe. O restante foi consumido em seu último ano de governo.
Sem dúvida alguma, a disponibilidade de tais recursos propiciou a realização de uma série de obras
de infra-estrutura importantes no Estado, muitas das quais de grande visibilidade, e ajudou a cata-
pultar a candidatura do governador Jarbas Vasconcelos em direção a outro mandato. Tendo decli-
nado do convite para compor a chapa do tucano José Serra à Presidência da República, como seu
vice, o governador Jarbas Vasconcelos optou por disputar a reeleição ao cargo. Se isso não tivesse
ocorrido, possivelmente, a União por PE não sobreviveria às eleições de 2002, face às disputas que
certamente ocorreriam para a definição da chapa majoritária e a ausência de alguém com a mesma
densidade eleitoral do governador. O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ganhou um segundo
mandato obtendo uma expressiva vitória eleitoral, já no primeiro turno, assim como ocorrera qua-
tro anos antes. Dessa vez, no entanto, ampliou ainda mais sua votação, obtendo 60,4% dos votos
válidos, enquanto o candidato do PT, Humberto Costa, o segundo mais votado, chegou a 34,1%.
Em 2004, aconteceu no Brasil o referendo sobre armas de fogo. Em Pernambuco, foram 2.296.510
votos “não” contra 1.918.048 “sim”, em resposta à pergunta: O comércio de armas de fogo e mu-
nição deve ser proibido no Brasil? O "não" venceu em todos os Estados, com destaque para Rio
Grande do Sul, Acre e Roraima, onde a opção recebeu cerca de 87% dos votos. O melhor desem-
penho do "sim" foi em Pernambuco e no Ceará, com pouco mais de 45% dos votos.
Em 2006, Eduardo Campos, neto do ex-governador Miguel Arraes, é eleito governador pelo
PSB, sendo reeleito em 2010. Em abril de 2014 Campos retira-se do cargo de governador e se
candidata à Presidência de República, com Marina Silva como vice. Porém, no dia 13 de agosto
daquele ano, o avião que o levava, caiu em Santos (SP), matando Campos e mais seis pessoas.

http://jornalggn.com.br/sites/default/files/admin/acidente_eduardo_campos.jpg

Apesar de jovem (49 anos), Campos era uma das mais influentes lideranças políticas brasileiras.
Antes de ser governador, ele foi deputado federal por Pernambuco por três vezes e ministro da
Ciência e Tecnologia. Ele também protagonizou um dos momentos mais surpreendentes da-
quela corrida presidencial: conseguiu atrair Marina Silva para o PSB em outubro de 2013, após
ela não obter o registro para formar o partido Rede Sustentabilidade. Em junho de 2014 os dois

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História – Processo Político em Pernambuco – Prof. Cássio Albernaz

lançaram a chapa presidencial do PSB, com Eduardo Campos como candidato a presidente e
Marina como vice. Ambos representaram a candidatura com uma “terceira via”, uma alternati-
va à polarização PT-PSDB, que marca as eleições brasileiras desde 1994.
Eduardo Campos ocupou o Governo de Pernambuco durante sete anos (2007–2014). Na primeira
gestão, destacam-se projetos e obras estruturadoras do governo Federal como a ferrovia Transnor-
destina, a Refinaria de Petróleo Abreu e Lima, a fábrica de hemoderivados Hemobrás e a recupe-
ração da BR-101. O socialista colocou as contas públicas na internet com o Portal da Transparência
do Estado, considerado pela ONG Transparência Brasil o segundo melhor do país, entre os vinte e
seis estados da federação e o Distrito Federal. O estado de Pernambuco cresceu acima da média
nacional (3,5% em 2009) e os investimentos foram de mais de R$ 2,4 bilhões em 2009, contra média
histórica de R$ 600 milhões/ano. A administração foi premiada pelo Movimento Brasil Competitivo.

http://www.jornalgrandebahia.com.br/wp-content/uploads/2014/08/Eduardo-Henrique-Accioly-Campos-
Eduardo-Campos-2.jpg

Na segurança pública, houve redução dos índices de violência com a implantação do programa
Pacto pela Vida. O número de homicídios no estado sofreu uma queda 39,10% desde o início
do programa. Além disso, 88 municípios pernambucanos chegaram a uma taxa de Crimes
Violentos Letais Intencionais (CVLI) menor que a média nacional, que é de 27,1 por 100 mil
habitantes. A redução também ocorreu com crimes como roubos e furtos. Entre 2007 e 2013,
houve uma diminuição de 30,3% neste tipo de delito no estado. Em 2013, Eduardo anunciou
o rompimento com o governo Dilma, saindo da base aliada junto com seus correligionários,
orientando-os a entregarem os cargos de confiança nos vários escalões.
Entre os motivos do rompimento, Campos apontou a manutenção da aliança do governo Dilma
com setores políticos tradicionais, entre os quais, com o PMDB. Aproximou-se de Marina Silva
e a acolheu, com seus aliados, no PSB, chamando o novo movimento de "Nova Política". Este
rompimento provocou uma rachadura entre a PSB e os aliados à presidente Dilma Rousseff do
PSB do Ceará, com seu líder Ciro Gomes.
Nas eleições para o governo do estado, em 2014, Paulo Câmara, do mesmo partido de Eduardo
Campos (PSB), é eleito com 68,08% dos votos válidos.

http://nilljunior.com.br/blog/wp-content/uploads/2014/11/Paulo_c_mara_32.jpg

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Direitos e Garantias Fundamentais

Professor André Vieira

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Direito Constitucional
Aula XX

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Dos direitos e deveres


5o individuais e coletivos

6o-11o Dos direitos sociais

12o-13o Da nacionalidade

14o-16o Dos direitos políticos

17o Dos partidos políticos

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
DESTINATÁRIOS DO ART. 5º:

Proteção dentro do país. Brasileiros, estrangeiros, pessoas físicas e jurídicas.


Embora o texto do artigo garanta expressamente aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País o exercício de todos os direitos e garantias fundamentais, a
interpretação aqui é sistemática e finalística além desta proteção ser realizada
sem distinção de qualquer natureza. Assim, a proteção dos direitos fundamentais
é reservada a todos os indivíduos, independente de sua nacionalidade ou situação
no Brasil.
A expressão residentes no Brasil, segundo Alexandre Moraes, deve ser interpretada
no sentido de que a Carta Federal só pode assegurar a validade e gozo de direitos
fundamentais dentro do território brasileiro, não excluindo, assim, os estrangeiros
em trânsito pelo território nacional. As pessoas jurídicas também são beneficiárias
dos direitos e das garantias individuais, porque reconhece-se às associações o
direito à existência.

I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;

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TORTURA – ART. 5º, III e LIII
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

DIREITO DE OPINIÃO – Speech Hate


IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano


material, moral ou à imagem;

LIBERDADE DE CRENÇA RELIGIOSA

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício


dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de


convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em
lei; (ver artigo 15, inciso IV).

DIREITO DE EXPRESSÃO
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;

INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA VIDA PRIVADA, DA HONRA E DA IMAGEM


X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

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Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;

REGRA Inviolabilidade do domicílio

EXCEÇÕES

DIA NOITE

Flagrante delito Flagrante delito

Prestar socorro Prestar socorro

Desastre Desastre

Determinação Judicial X

Key-code Sem consentimento

CPC Art. 172 (06:00/20:00)


CONCEITO DE DIA

J.A.Silva (06:00/18:00)

Sol alto

Nucci Alvorecer/Anoitecer

Pouco importando o horário


Lenza Conjugação de critérios

(06:00/18:00) + Aurora ao crepúsculo

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SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA E DE COMUNICAÇÃO

XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

Só será autorizada por ordem judicial nos seguintes casos:

1 Investigação criminal

Interceptação
telefônica

2 Instrução processual penal

XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;

LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

DIREITO DE REUNIÃO E ASSOCIAÇÃO XV a XXI


XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

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ASSOCIAÇÃO

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

PROPRIEDADE

XXII – é garantido o direito de propriedade;


XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de


propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

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A indenização deve
Prévia Antecipada

Em dinheiro Em espécie

XXVI
Para pagamentos de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva
A pequena
propriedade Desde que trabalhada pela família
rural
Dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento

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PROPRIEDADE INTELECTUAL

XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de


suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e
voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de
que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

  http://entendaocasolegiao.blogspot.com.br/

XXX – é garantido o direito de herança;


XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus;
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado;
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal;

PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE JURISDICIONAL ‒ ACESSO À JUSTIÇA


XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;

www.acasadoconcurseiro.com.br 523
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ‒ ANTERIORIDADE


XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL


XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

CRIMES

XLII – a prática do racismo constitui crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL, sujeito à pena


de reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes INAFIANÇÁVEIS e INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA
a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV – constitui crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

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CRIMES INAFIANÇÁVEL IMPRESCRITÍVEL INSUSCETÍVEL

RACISMO X X

AGA X X

TORTURA X X

TRÁFICO X X

TERRORISMO X X

HEDIONDO X X

PENAS

XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o


dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores
e contra eles executadas, ATÉ O LIMITE DO VALOR DO PATRIMÔNIO TRANSFERIDO;

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XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

PENAS
Recepciona Não recepciona

5
De morte, salvo em caso de guerra
Privação ou restrição da liberdade
declarada, nos termos do art. 84, XIX

Perda de bens De caráter perpétuo

Multa De trabalhos forçados

Prestação social alternativa De banimento

Suspensão ou interdição de direitos Cruéis

XLVII – não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

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XLVIII – a pena será cumprida em ESTABELECIMENTOS DISTINTOS, de acordo com a


NATUREZA DO DELITO, a IDADE e o SEXO do apenado;

Do cumprimento da pena

A
Estabelecimento distinto

B
Natureza do delito

C
Idade

D
Sexo

XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;

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EXTRADIÇÃO

LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,


praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

Nato Jamais

Crime político

Estrangeiro Não será extraditado

Crime de opinião

Antes Crime comum

Naturalizado

Antes / depois Tráfico ilícito

Competência Originária Juízes Federais

Crime Político

Competência Recursal STF


Ordinária

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PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL – XXXVII e LIII


LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela AUTORIDADE COMPETENTE;

PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL


LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA – FRUITS OF THE POISONOUS TREE


LVI – são inadmissíveis, no processo, AS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS;

PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA


LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei;

  

LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem;

www.acasadoconcurseiro.com.br 529
PRESO

LXI – ninguém será PRESO senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;

PRISÃO

LXII – a PRISÃO de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

PRESO

LXIII – o PRESO será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o PRESO tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;

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Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

PRISÃO

LXV – a PRISÃO ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;


LXVI – ninguém será levado à PRISÃO ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXVII – não haverá PRISÃO civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

www.acasadoconcurseiro.com.br 531
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Descrições de Incisos

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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Descrições de Incisos

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Assistência Jurídica Integral e Gratuita (AJIG)
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença;

CHEGOU A MINHA VEZ!!!


LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

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LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do


processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm APLICAÇÃO IMEDIATA.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta CONSTITUIÇÃO NÃO EXCLUEM OUTROS DECOR-
RENTES DO REGIME E DOS PRINCÍPIOS POR ELA ADOTADOS, ou dos tratados internacionais
em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais SOBRE DIREITOS HUMANOS que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos res-
pectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha mani-
festado adesão.

§,1o Aplicação imediata

§,2o Exemplificativo / não exclui

§,3o 2T # 3/5 # CD e SF # EC

§,4o TPI # Estatuto de Roma

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Direito Constitucional
Aula XX

2 a Geração / Dimensão
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.

EC Ano
Moradia 26 2000
EC Ano
Alimentação 64 2010
EC Ano
Transporte 90 2015

Educação

Saúde TTemos
SÃO DIREITOS SOCIAIS

Trabalho
lazer
alimentação
Lazer demais
Segurança

Prev. Social 7o (individual)


Proteção à
maternidade Direitos sociais
dos trabalhadores
Segurança
Infância
Assistência aos 7o ao 11o (coletivo)
desamparados

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Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:

Destinatários do Art. 7o

Urbano
Rural
Doméstico
Avulso
Aprendiz
Servidor Público
Oficial das Forças Armadas

I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos
da lei;
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal;

538 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Direitos Sociais (Art. 006 a 011) – Prof. André Vieira

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos
da lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma
da lei;
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de
idade em creches e pré-escolas;
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
do contrato de trabalho;
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos
previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX,
XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do
cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a
sua integração à previdência social.

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VELHAS NA TPM

V Vestuário

E Educação
SALÁRIO MÍNIMO

L Lazer

H Higiene

A Alimentação

S Saúde

T Transporte
Art. 7 o IV

P Previdência Social

M Moradia

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Direito Constitucional – Dos Direitos Sociais (Art. 006 a 011) – Prof. André Vieira

ANTES DA EC 72
SIDRA FLA
IV
EMPREGADO DOMÉSTICO

VI

VIII

XV

XXI

XVII

XVIII

XIX

XXIV

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NÃO TEM DIREITO
V

XI

EMPREGADO DOMÉSTICO
XIV

XX

XXIII

XXVII

XXIX

XXXII

XXXIV

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Direito Constitucional – Dos Direitos Sociais (Art. 006 a 011) – Prof. André Vieira

PROIBIÇÃO PRA JORNADA INSALUBRE é IGUAL PIPA PRO AUTO


1 – PROIBIÇÃO de distinção de trabalho manual, técnico e intelectual;
2 – PRAzo prescricional 2 pra 5;
3 – JORNADA de seis horas ininterruptas com revezamento
4 – INSALUBRidade, Penosidade e Periculosidade;
5 – IGUALdade entre trabalhador permanente e avulso
6 – PIso Salarial;
7 – PArticipação nos lucros;
8 – PROteção do mercado de trabalho da mulher e;
9 – proteção em face da AUTOmação;

Observação: O FGTS do empregado doméstico passou a ser exigido a partir de:

Dia Mês Ano

1o 10 2015

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Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui-rão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIn 2.135-4)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

SERVIDORES PÚBLICOS
IV

< 880 VII

VIII

IX

XII

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XIII

XV

XVI

XVII

XVIII XIX

XX

XXII

XXX

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Art. 142,
VIII MILITARES

VIII

XII
FORÇAS ARMADAS

XVII

XVIII

XIX

XXV

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Direito Constitucional – Dos Direitos Sociais (Art. 006 a 011) – Prof. André Vieira

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:


I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência
e a intervenção na organização sindical;
II – é vedada a criação de mais de uma organização
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial,
que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um
Município;
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas;

IV – a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,


será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Votar

Aposentado Filiado

Ser votado

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de


colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

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VII
IV

VII
III

VI
II
Considerações

o
V
I

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Direito Constitucional – Dos Direitos Sociais (Art. 006 a 011) – Prof. André Vieira

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Prazo %
Parcial 72h X

Alcança Serviços ou Atividades essenciais

Cuidado 114, §, 3o

Paralisações
Prazo %
Total 48h X

Lock out Greve do empregador

Cuidado
Pagamento do salário ainda que
o empregado não tenha trabalhado.

Lei 7783/89
Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do EMPREGADOR, com o
objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos
empregados (LOCK OUT).

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Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação.

Participação Participação
Trabalhadores e Empregadores
COLEGIADOS
de órgãos Públicos

Interesse Interesse
Profissionais ou Previdenciário

Objeto Objeto
Discussão e Deliberação

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

Empresas + 200 empregados

Assegurada Eleição

1 Representante

Finalidade Exclusiva

De promover o entendimento direto


com os empregadores

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Direitos e Garantias Fundamentais

Professora Alessandra Vieira

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Direito Constitucional

DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:


I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que
estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil
há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor
de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas.

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VII – de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

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Questões

1. Do direito brasileiro, decorre a existência de d) De pai e mãe brasileiros desde que


duas classes de nacionalidade: venha morar no Brasil a qualquer
tempo.
a) A do nato e a do equiparado;
b) A do nato e a do naturalizado; 5. São brasileiros natos:
c) A do naturalizado e do equiparado;
d) A do naturalizado e do apátrida. a) Os nascidos na República Federativa do
Brasil, com exceção dos filhos de pais
2. A nacionalidade mista resulta: estrangeiros, desde que estes estejam a
serviço de seu país;
a) De casamento e da anexação do b) Os nascidos no estrangeiro, de pai ou
território; mãe brasileiros, desde que qualquer
b) Da combinação da filiação (“jus deles esteja a serviço do Brasil;
sanguinis”) com o local de nascimento c) Os nascidos no estrangeiro, de pai
(“jus solis”); ou mãe brasileiros desde que sejam
c) Da nacionalidade adquirida e da registrados em repartição brasileira
vontade do indivíduo; competente;
d) Da naturalização e do parentesco. d) todas as anteriores.
3. Uma criança nascida no Brasil, filha de pai 6. Segundo a Constituição Federal de 1988,
coreano e mãe japonesa, será considerada: uma pessoa nascida no Brasil, filha de
a) Brasileira nata; pai Uruguaio e mãe Argentina, será
b) Brasileira naturalizada; considerada:
c) Estrangeira; a) Brasileira naturalizada;
d) Brasileira nata, desde que seus pais não b) Brasileira nata, em qualquer hipótese;
estejam a serviço de seus países. c) Apátrida;
d) Brasileira nata, desde que os pais não
4. São considerados brasileiros natos os estejam a serviço de seu país.
nascidos no estrangeiro:
a) De pai ou mãe brasileiros desde que 7. Os brasileiros nascidos no estrangeiro, de
venham residir na República Federativa pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
do Brasil e optem, antes de completar qualquer deles esteja a serviço da República
a maioridade, pela nacionalidade Federativa do Brasil, são considerados:
brasileira; a) Brasileiros natos;
b) De pai ou mãe brasileiros desde que b) Brasileiros natos, desde que residam no
qualquer deles esteja trabalhando no Brasil antes da maioridade e alcançada
exterior; esta, optem, em qualquer tempo, pela
c) De pai ou mãe brasileiros desde que nacionalidade brasileira;
registrados em repartição brasileira c) Brasileiros natos, se registrados em
competente no exterior; repartição brasileira competente;
d) Estrangeiros.

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8. Para aquisição de nacionalidade brasileira c) A lei não pode estabelecer diferenças
pela via ordinária, os originários de países entre brasileiros natos e naturalizados,
de língua portuguesa necessitam: salvo os casos previstos na Constituição;
d) Os cargos de magistrados são privativos
a) Residir na República Federativa do Brasil de brasileiros natos.
por mais de 15 anos ininterruptamente
sem condenação penal; 12. É brasileiro nato:
b) Comprovar haver compatibilidade
entre os critérios do “jus solis” e “jus a) Todos os que nascem no Brasil;
sanguinis”; b) Todos os nascidos no exterior filhos de
c) Residir na República Federativa do pais brasileiros;
Brasil por mais de um ano ininterrupto c) O titular da nacionalidade brasileira
e demonstrar idoneidade moral; primária;
d) Preencher os requisitos previstos em lei d) Os oriundos de país de língua
ordinária. portuguesa que reside no Brasil há
um ano ininterrupto e que não tenha
9. São privativos de brasileiros natos os cargos: condenação penal.
a) De deputado federal; 13. São privativos de brasileiros natos os cargos
b) De carreira diplomática; de:
c) De Presidente do Banco Central;
d) De Secretário da Receita Federal; a) Presidente e Vice-Presidente da
e) De vereador. República, Presidente da Câmara dos
Deputados, Presidente do Senado
10. O brasileiro nato pode perder a Federal, Ministro do Supremo Tribunal
nacionalidade: Federal; da Carreira Diplomática;
de Oficial das Forças Armadas e de
a) Se alegar imperativo de consciência Ministro de Estado de Defesa;
para se eximir do serviço militar b) Presidente e Vice-Presidente da
obrigatório e se recusar a cumprir pena República; Deputado Federal; Senador
alternativa fixada em lei; da República; Ministro do Supremo
b) Como conseqüência de pena acessória Tribunal Federal; Carreira Diplomática;
se condenado pela prática de crime de Oficial das Forças Armadas e de
inafiançável e imprescritível; Ministro de Estado de Defesa;
c) Se, por imposição de norma estrangeira, c) Presidente e Vice-Presidente da
tiver que adquirir outra nacionalidade República; Presidente da Câmara dos
como condição para permanência em Deputados; Presidente do Senado
território estrangeiro ou para que possa Federal; Ministro do Superior Tribunal
lá exercer os direitos civis; de Justiça; Procurador Geral da
d) Se adquirir outra nacionalidade. República; da Carreira Diplomática;
de Oficial das Forças Armadas e de
11. Assinale a opção correta: Ministro de Estado da Defesa;
a) Em qualquer hipótese, os nascidos em d) Presidente e Vice-Presidente da
território brasileiro são considerados República; de Governador; Ministro do
brasileiros natos; Supremo Tribunal Federal; Ministro do
b) Os cargos da carreira diplomática Superior Tribunal de Justiça, da Carreira
podem ser ocupados por brasileiros Diplomática, de Oficial das Forças
naturalizados; Armadas e de Ministro de Estado de
Defesa.

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Direito Constitucional – Da Nacionalidade – Profª Alessandra Vieira

14. Casal brasileiro, trabalhando em uma c) A nacionalidade brasileira e a do país


empresa privada em Estado Estrangeiro, estrangeiro;
vem a ter um filho de nome Antônio, ao d) A nacionalidade canadense e a
qual é outorgada a nacionalidade desse brasileira.
Estado pelo fato de ali haver nascido. Com
30 anos de idade Antônio vem residir no 17. É correto afirmar que são:
Brasil. Segundo a Constituição Brasileira,
Antônio: a) considerados brasileiros natos,
os nascidos em países de língua
a) Nunca poderá ser brasileiro nato por portuguesa e de pais estrangeiros,
ser natural de outro Estado; desde que registrados nas embaixadas
b) Somente poderá ser brasileiro brasileiras;
naturalizado, desde que preencha os b) privativos de brasileiros natos,
requisitos legais para a naturalização; dentre outros, os cargos da carreira
c) Poderá ser brasileiro nato, porque, no diplomática, de senador e de deputado
caso, sempre lhe será facultado optar, federal;
em qualquer tempo, pela nacionalidade c) naturalizados os nascidos no
brasileira; estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe
d) Terá automaticamente dupla brasileira, desde que venham a residir
nacionalidade. no Brasil e optem em qualquer tempo,
pela nacionalidade brasileira.
15. Ao disciplinar o direito de nacionalidade, a d) símbolos da República Federativa do
Constituição Federal: Brasil, a bandeira, o hino, as armas e o
selo nacionais.
a) Permitiu que os portugueses com e) vedados ao Distrito Federal e aos
residência permanente no país, desde Territórios, a utilização de símbolos
que haja reciprocidade em favor de próprios.
brasileiros, adquirirem os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos 18. Um casal de brasileiros reside por
previstos na Constituição; determinado tempo na Alemanha, onde o
b) Permitiu a extradição de brasileiros marido é jogador de um clube de futebol.
natos e naturalizados; Nem o marido nem a mulher encontram-
c) Não permitiu a entrada de brasileiros se a serviço da República Federativa do
naturalizados no Conselho da República; Brasil. O filho do casal de brasileiros nasceu
d) Reservou a propriedade de empresas em território alemão, no dia 15 de maio de
jornalísticas, apenas aos brasileiros 2003.
natos.
Considerando a situação hipotética acima
16. “A”, canadense de origem, naturaliza- descrita e sabendo que a Alemanha adota
se brasileiro e passa a residir em país o sistema do jus sanguinis como forma
estrangeiro, cuja lei o obrigou a adquirir de aquisição da nacionalidade originária,
a nacionalidade local, como condição assinale a opção correta.
de permanência no território. Em face a) Se o filho do casal vier a residir na
do que dispõe a Constituição Federal, República Federativa do Brasil e optar,
“A”permanece apenas com: em qualquer tempo, depois de atingida
a) A nacionalidade do país estrangeiro; a maioridade, pela nacionalidade
b) A nacionalidade brasileira; brasileira, adquirirá a condição de
brasileiro nato.

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b) O filho do casal será brasileiro nato, d) Ao adquirir outra nacionalidade
desde que seja registrado em repartição voluntariamente por naturalização.
consular brasileira competente na
Alemanha ou que venha a residir no 21. Sobre nacionalidade é correto afirmar que:
Brasil antes da maioridade e, nesse
caso, opte em qualquer tempo pela a) Nos termos da Constituição, os filhos
nacionalidade brasileira. de brasileiros que não estejam a
c) O filho do casal é considerado brasileiro serviço do Brasil nascidos no exterior
nato, independentemente de qualquer poderão fazer opção pela nacionalidade
condição, uma vez que, apesar de brasileira a qualquer tempo, após
nascido no estrangeiro, é filho de pai e atingida a maioridade;
mãe brasileiros. b) Os portugueses submetidos ao
d) Caso o filho do casal obtenha a condição estado da igualdade se equiparam aos
de brasileiro nato, após atendidos os brasileiros natos;
requisitos estabelecidos na legislação c) A lei poderá estabelecer distinção entre
brasileira, não perderá jamais essa brasileiros natos e naturalizados;
condição, visto que a Constituição e) A Constituição proíbe a extradição de
Federal prevê expressamente que brasileiro nato ou naturalizado.
nenhum brasileiro nato pode perder a
nacionalidade brasileira. 22. Guerra, prefeito do Município de Pelotas,
e) Caso o filho do casal obtenha a edita um decreto no qual isenta os
condição de brasileiro naturalizado, brasileiros natos do recolhimento do I.S.S.
ainda assim poderá ter a sua Tal procedimento está correto?
naturalização cancelada, por sentença a) Sim, uma vez que se trata de imposto
judicial, mas somente em decorrência de competência exclusiva do Município;
de crime comum, praticado antes b) Não, por ser matéria de competência
da naturalização, ou de comprovado de lei estadual;
envolvimento em tráfico ilícito de c) Não, porque a lei não pode estabelecer
entorpecentes. distinção entre brasileiros natos e
naturalizados;
19. O cancelamento da naturalização em razão d) Sim, porque na hipótese, há autorização
do exercício de atividades contrárias ao expressa na Constituição Federal;
interesse nacional, dar-se-á por: e) Sim, porque se trata de lei municipal
a) Decreto do Presidente da República; sobre matéria discricionária.
b) Sentença Judicial com trânsito em
julgado; 23. O art. 12, § 2º da Constituição Federal
c) Ato do Ministro das Relações Exteriores; estabelece que não poderá haver distinção
d) Ato do Governo Estrangeiro. entre brasileiro nato e naturalizado, a não
ser que tal distinção esteja prevista:
20. O brasileiro nato pode perder a a) na própria Constituição;
nacionalidade: b) em lei complementar;
a) Por sentença judicial que cancele a c) em lei ordinária;
naturalização; d) na Constituição Estadual;
b) Em razão de extradição; e) em lei delegada.
c) Se contratado por empresa
multinacional em território alienígena;

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Direito Constitucional – Da Nacionalidade – Profª Alessandra Vieira

24. Aos portugueses que optem pela 27. Filho de pais alemães, nascido em
naturalização brasileira ordinária, é exigido: território brasileiro no período em que
seus ascendentes estavam a serviço da
a) residência por dois anos ininterruptos e Alemanha, é considerado:
idoneidade moral;
b) residência por um ano ininterrupto e a) apátrida;
idoneidade moral; b) estrangeiro;
c) residência por trinta anos ininterruptos c) brasileiro nato;
e sem condenação penal; d) alemão equiparado;
d) residência permanente e reciprocidade e) brasileiro naturalizado.
em favor dos brasileiros;
e) residência ininterrupta no Brasil por 28. Henrique, brasileiro nato, vai morar no
mais de quinze anos e sem condenação México. Lá requer e obtém a nacionalidade
penal. mexicana. Como fica sua situação em face
da nacionalidade brasileira?
25. Juan Pablo, espanhol de nascimento, reside
desde 1984, ininterruptamente no Brasil. a) Permanece com a nacionalidade
Em razão do tempo de residência, ele: brasileira;
b) Perde a nacionalidade brasileira;
a) não poderá mais se naturalizar c) Permanece com as duas nacionalidades;
brasileiro; d) Terá prazo de cinco anos para optar por
b) será brasileiro naturalizado se o uma das nacionalidades;
requerer; e) Terá prazo de dois anos para optar por
c) será brasileiro naturalizado se o uma das nacionalidades.
requerer, desde que não tenha
condenação penal neste período; 29. Os cargos de Ministro do STJ, devem ser
d) deverá esperar completar trinta providos por:
anos de residência ininterrupta, sem
condenação penal, para requerer a a) brasileiros natos;
nacionalidade brasileira; b) brasileiros;
e) não poderá retornar à Espanha sem c) brasileiros natos e portugueses
visto. equiparados;
d) brasileiros e estrangeiros residentes no
26. Pelo critério do jus sanguinis a nacionalidade Brasil;
é conferida: e) Todas as opções são falsas.

a) ao descendente de nacional pouco im- 30. Não é privativo de brasileiro nato o cargo
portando o local de nascimento; de:
b) aos que nascerem fora do território do
Estado; a) Ministro do Planejamento;
c) aos que nascerem no território do Esta- b) Oficial das Forças Armadas;
do; c) Ministro do Supremo Tribunal Federal;
d) aos que nascerem em território nacio- d) Presidente do Senado Federal;
nal ou estrangeiro; e) Presidente da Câmara dos Deputa-
e) por mérito ao estrangeiro que, partici- dos.
pando das Forças Armadas Brasileiras,
tenha sido ferido em combate.
Gabarito: 1. B 2. B 3. D 4. C 5. D 6. D 7. A 8. C 9. B 10. D 11. C 12. C 13. A 14. C 15. A 16. C 17. D
18. A 19. B 20. D 21. A 22. C 23. A 24. B 25. C 26. A 27. B 28. B 29. B 30. A

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Direito Constitucional

DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo b) trinta anos para Governador e Vice-
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, Governador de Estado e do Distrito Federal;
com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante: c) vinte e um anos para Deputado Federal,
Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
I – plebiscito; Vice-Prefeito e juiz de paz;
II – referendo; d) dezoito anos para Vereador.
III – iniciativa popular. § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os anal-
fabetos.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
§ 5º O Presidente da República, os Gover-
I – obrigatórios para os maiores de dezoito nadores de Estado e do Distrito Federal, os
anos; Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
II – facultativos para: substituído no curso dos mandatos poderão
ser reeleitos para um único período subse-
a) os analfabetos; qüente. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional nº 16, de 1997)
b) os maiores de setenta anos;
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o
c) os maiores de dezesseis e menores de
Presidente da República, os Governadores
dezoito anos.
de Estado e do Distrito Federal e os Prefei-
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os tos devem renunciar aos respectivos man-
estrangeiros e, durante o período do serviço datos até seis meses antes do pleito.
militar obrigatório, os conscritos.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdi-
§ 3º São condições de elegibilidade, na ção do titular, o cônjuge e os parentes con-
forma da lei: sanguíneos ou afins, até o segundo grau ou
por adoção, do Presidente da República,
I – a nacionalidade brasileira; de Governador de Estado ou Território, do
II – o pleno exercício dos direitos políticos; Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses an-
III – o alistamento eleitoral; teriores ao pleito, salvo se já titular de man-
dato eletivo e candidato à reeleição.
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas
V – a filiação partidária;
as seguintes condições:
VI – a idade mínima de:
I – se contar menos de dez anos de serviço,
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice- deverá afastar-se da atividade;
Presidente da República e Senador;

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II – se contar mais de dez anos de serviço, dendo o autor, na forma da lei, se temerária
será agregado pela autoridade superior e, ou de manifesta má-fé.
se eleito, passará automaticamente, no ato
da diplomação, para a inatividade. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políti-
cos, cuja perda ou suspensão só se dará nos ca-
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros sos de:
casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade I – cancelamento da naturalização por sen-
administrativa, a moralidade para exercício tença transitada em julgado;
de mandato considerada vida pregressa do II – incapacidade civil absoluta;
candidato, e a normalidade e legitimidade
das eleições contra a influência do poder III – condenação criminal transitada em jul-
econômico ou o abuso do exercício de fun- gado, enquanto durarem seus efeitos;
ção, cargo ou emprego na administração di-
IV – recusa de cumprir obrigação a todos
reta ou indireta. (Redação dada pela Emen-
imposta ou prestação alternativa, nos ter-
da Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)
mos do art. 5º, VIII;
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impug-
V – improbidade administrativa, nos termos
nado ante a Justiça Eleitoral no prazo de
do art. 37, § 4º.
quinze dias contados da diplomação, instru-
ída a ação com provas de abuso do poder Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral en-
econômico, corrupção ou fraude. trará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até um ano da
§ 11. A ação de impugnação de mandato
data de sua vigência. (Redação dada pela Emen-
tramitará em segredo de justiça, respon-
da Constitucional nº 4, de 1993)

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Questões

1. João, Vereador que possuía a idade II – Estrangeiros residentes no País são ele-
mínima para candidatura quando eleito gíveis tão somente aos mandatos de Depu-
para a função no pleito de 2008, pretende tado Federal, Deputado Estadual e Verea-
concorrer nas eleições que se realizarão em dor.
2012 para Prefeito do Município em que III – Os militares são alistáveis, mas não são
exerce a vereança. Maria, sua irmã gêmea elegíveis.
e também Vereadora do mesmo Município,
pretende candidatar-se à reeleição. Está(ão) CORRETO(S):

Nessa hipótese, em tese, a) Apenas o item I.


b) Apenas os itens II e III.
a) João deverá renunciar ao mandato até c) Apenas os itens I e III.
seis meses antes do pleito, de modo a d) Apenas o item III.
ser elegível para Prefeito, e Maria estará
impedida de concorrer à reeleição, por 3. O mandato eletivo poderá ser impugnado
ser parente consanguínea de 2º grau de ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
titular de mandato no Município. dias, contados da:
b) Maria deverá renunciar ao mandato até
seis meses antes do pleito, de modo a) Eleição;
a pleitear a reeleição, e João estará b) Posse;
impedido de concorrer à eleição para c) Diplomação;
Prefeito. d) Proclamação oficial do resultado da
c) João estará impedido de concorrer eleição pela Justiça Eleitoral.
à eleição para Prefeito, a menos que
Maria renuncie ao mandato até seis 4. Um militar integrante das Forças Armadas
meses antes do pleito. e em atividade desde janeiro de 2003,
d) João não poderá concorrer ao cargo estando com 27 anos de idade, casado
pretendido, pois não terá a idade com uma Vereadora do Município em que
mínima necessária para tanto, o que reside, pretende candidatar-se a Prefeito
permitirá a Maria concorrer à reeleição. desse Município no pleito de 2012. Nessa
e) Ambos preenchem as condições de hipótese, o interessado:
elegibilidade para concorrer aos cargos
a) será inelegível para o cargo pretendido,
pretendidos respectivamente.
na medida em que não possuirá a
idade mínima para tanto exigida
2. Analise os itens abaixo:
constitucionalmente;
I – Uma das condições de elegibilidade é a b) será inelegível para o cargo pretendido,
idade mínima de 35 anos para Presidente, pois sua cônjuge é detentora de
Vice-Presidente e Senador; 30 anos para mandato eletivo na circunscrição para a
Governador e Vice-Governador; 21 anos qual tem a intenção de candidatar-se à
para Deputado Federal, Estadual e Distrital, chefia do Executivo.
Prefeito e Vice-Prefeito; e 18 anos para c) será inelegível para o cargo pretendido,
Vereador. pois os militares são inalistáveis.

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d) preencherá as condições de elegibilida- do serviço militar obrigatório, os
de para o cargo pretendido, desde que conscritos.
seja agregado pela autoridade militar b) O Presidente da República, os Governa-
superior e, se eleito, passe para a inati- dores de Estado e do Distrito Federal,
vidade. os Prefeitos e quem os houver sucedi-
e) preencherá as condições de elegibilida- do, ou substituído no curso dos manda-
de para o cargo pretendido, desde que tos poderão ser reeleitos para um único
se afaste da atividade militar. período subsequente.
c) O voto é obrigatório para os maiores de
5. Julgue verdadeiro ou falso para as dezesseis e menores de dezoito anos
proposições relacionadas à privação dos que tenham se alistado.
direitos políticos na Constituição Federal. d) Para concorrerem a outros cargos, o
Presidente da República, os Governado-
I – Constitui hipótese de suspensão dos di- res de Estado e do Distrito Federal e os
reitos políticos o cancelamento da naturali- Prefeitos devem renunciar aos respecti-
zação por sentença transitada em julgado. ( vos mandatos até seis meses antes do
) pleito.
II – A incapacidade civil absoluta é uma das
hipóteses de suspensão dos direitos políti- 7. A Constituição Federal estabelece idades
cos. ( ) mínimas para o exercício de cargos públicos
III – O brasileiro que adquire outra nacio- eletivos. Assinale a alternativa incorreta.
nalidade perderá os seus direitos políticos, a) vinte e um anos para Deputado Federal
com exceção dos casos de reconhecimento e para Deputado Estadual;
da nacionalidade originária pela lei estran- b) Trinta anos para Governador de Estado;
geira, ou ainda, imposição de naturalização, c) Trinta e cinco anos para Presidente da
pela lei estrangeira, ao brasileiro residente República;
em Estado estrangeiro,como condição para d) Vinte e um anos para Vereador e para
permanência em seu território ou para o Prefeito;
exercício de direitos civis. ( ) e) Dezoito anos para Vereador.
IV – A Carta Constitucional de 1988 permite
a cassação dos direitos políticos, que se dá 8. Assinale a opção correta:
por meio da sua perda ou suspensão. ( ) a) Todo inalistável é inelegível e todo ine-
Agora, assinale a alternativa que legível é inalistável;
corresponde, respectivamente, ao b) O partido político, pessoa jurídica de di-
julgamento CORRETO das proposições reito público, pode ter caráter regional;
acima: c) O alistamento eleitoral e o voto são fa-
a) F – V – V – F. cultativos para os estrangeiros e para os
b) V – V – F – V. conscritos, durante o período do servi-
c) F – V – F – V. ço militar obrigatório;
d) V – V – V – F. d) São condições de elegibilidade, na for-
ma da lei, a nacionalidade brasileira, o
6. Sobre os direitos políticos assegurados pela pleno exercício dos direitos políticos, o
Constituição da República, pode-se afirmar, alistamento eleitoral, o domicílio eleito-
EXCETO: ral na circunscrição, a filiação partidária
e a idade mínima estabelecida na Cons-
a) Não podem alistar-se como eleitores tituição.
os estrangeiros e, durante o período

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Direito Constitucional – Dos Direitos Políticos – Profª Alessandra Vieira

e) O alistamento eleitoral é facultativo b) Facultativos para os maiores de dezoito


para os analfabetos, mas uma vez alis- anos;
tados possuem obrigação de votar. c) Obrigatórios para os conscritos durante
o período do serviço militar obrigatório;
9. A lei que alterar o processo eleitoral: d) Facultativos para os analfabetos e os
maiores de setenta anos;
a) Entra em vigor na data de sua e) Facultativos para os analfabetos e
publicação, salvo estipulação em conscritos, durante o período do serviço
contrário, não se aplicando à eleição militar obrigatório.
que ocorra até um ano da data de sua
vigência; 12. A soberania popular é exercida pelo sufrágio
b) Entra em vigor sempre na data de sua universal e pelo voto direto e secreto, com
publicação, não se aplicando à eleição valor igual para todos, somente podendo
que ocorra até um ano da data de sua ser candidatos:
vigência;
c) Entra em vigor na data de sua a) Os brasileiros natos no pleno exercício
publicação, salvo disposição em dos direitos políticos;
contrário, aplicando-se à eleição que b) Os brasileiros inscritos como eleitores
ocorra até um ano da data de sua filiados a partidos políticos e no pleno
vigência; exercício dos direitos políticos;
d) Entra em vigor imediatamente, c) Os brasileiros natos, inscritos como
aplicando-se à eleição imediatamente eleitores, filiados a partidos políticos,
seguinte, sem qualquer ressalva de que estejam no pleno exercício dos
prazo. direitos políticos, desde que não sejam
e) Entra em vigor na data de sua analfabetos, tenham a idade mínima
publicação, não se aplicando à eleição pretendida para o cargo pretendido e
que ocorra até dois anos da data de sua domicílio eleitoral na circunscrição;
vigência. d) Os brasileiros que preencham as
condições da alternativa “b” e, além
10. Para que alguém possa se eleger Vereador disso, tenham a idade mínima para o
é necessário: cargo pretendido e domicílio eleitoral
na circunscrição, desde que não sejam
a) Que seja brasileiro naturalizado e tenha analfabetos ou inelegíveis;
mais de 21 anos; e) Os brasileiros natos, naturalizados
b) Que seja brasileiro nato e tenha mais de e estrangeiros que preencham as
18 anos; condições de elegibilidade previstas na
c) Que seja brasileiro nato ou naturalizado Constituição.
e tenha a idade mínima de 18 anos;
d) Que seja brasileiro nato ou naturalizado 13. São situações de inelegibilidade, segundo a
e tenha a idade mínima de 21 anos; Constituição Federal:
e) Que seja brasileiro nato ou naturalizado
e tenha a idade mínima de 30 anos. I – Os inalistáveis e os analfabetos;
II – O Presidente da República, no período
11. O alistamento eleitoral e o voto são: subseqüente, para o mesmo cargo;
a) Obrigatórios para os maiores de III – O Governador de Estado, no período
dezesseis anos e menores de vinte e um subseqüente, para o mesmo cargo;
anos;
a) I, II e III estão corretas;
b) Apenas I e II estão corretas;

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c) Apenas II está correta; 18. O filho de Governador de Estado pode
d) Apenas I está correta; disputar eleição para o cargo de Deputado
e) Todas estão incorretas. Estadual no território de jurisdição de seu
pai?
14. O mandato eletivo poderá ser impugnado
ante a Justiça Eleitoral no prazo de ..... dias a) Não, já que a Constituição proíbe, a não
contados da diplomação, instruída a ação ser que seja candidato a reeleição;
com provas de ............... corrupção ou b) Sim, pois o impedimento constitucional
fraude. diz respeito ao mesmo cargo;
c) Sim, já que a Constituição não trata do
a) 10 – abuso de direito político; assunto;
b) 15 – abuso do poder econômico; d) Não, em hipótese alguma;
c) 15 – abuso de prerrogativas; e) Nenhuma das respostas anteriores está
d) 12 – abuso de direito político; correta.
e) 5 – abuso do poder econômico.
19. Analise:
15. É incorreto afirmar que são inelegíveis:
I – O direito de sufrágio é bem mais amplo
a) O cônjuge de Presidente da República, que o direito de voto, pois contém, em
para vereador; seu bojo, a capacidade eleitoral ativa e a
b) O pai de Governador de Estado para capacidade eleitoral passiva.
Deputado Estadual; II – A soberania popular será exercida pelo
c) O cunhado de Prefeito, para a Câmara sufrágio universal e pelo voto direto e
de Vereadores do mesmo Município; secreto, com valor igual para todos, e, nos
d) O irmão do Governador para Deputado termos da lei, mediante plebiscito.
Estadual;
e) O primo do Prefeito, para vereador. III – São inelegíveis o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o terceiro grau,
16. Com relação aos direitos políticos, é vedada do Governador ou do Prefeito, ou de quem
sua: os haja substituído dentro dos três meses
anteriores ao pleito, ainda que titular de
a) Cassação; mandato eletivo e candidato à reeleição.
b) Perda;
c) Suspensão; IV – O mandato eletivo poderá ser
d) Aquisição; impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo
e) Utilização. de quinze dias da eleição e até trinta dias da
diplomação, instruída a ação com provas da
17. É condição de elegibilidade: prática de eventual crime ou contravenção.
V – Não podem alistar-se como eleitores os
a) Ter menos de oitenta anos; estrangeiros e, durante o período do serviço
b) a idade mínima de dezoito anos para militar obrigatório, os conscritos.
ser prefeito;
c) a idade mínima de trinta anos para É correto o que consta APENAS em
analfabeto se eleger Governador de a) I, II e V
Estado; b) I e IV
d) a idade mínima de vinte e um anos para c) II e III
o estrangeiro, naturalizado brasileiro, d) II, III e IV
ser deputado federal. e) somente a I está correta.

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20. Quanto aos direitos políticos, estabelece a to do eleitorado nacional, distribuído


Constituição Federal que: pelo menos por quatro Estados, com
não menos de um décimo por cento
a) A lei que alterar o processo eleitoral dos eleitores de cada um deles;
entrará em vigor na data de sua sanção, d) à Câmara dos Deputados de projeto
aplicando-se somente à eleição que de lei subscrito por, no mínimo, dois
ocorrer até um ano da data de sua por cento do eleitorado nacional,
vigência; distribuído pelo menos por nove
b) O alistamento eleitoral e o voto são Estados, com não menos de dois
facultativos para os analfabetos, os décimos por cento dos eleitores de
maiores de sessenta e cinco anos e para cada um deles;
os menores de dezoito anos; e) à Câmara dos Deputados de projeto
c) exige-se, para concorrer aos cargos de lei subscrito por, no mínimo, um
de Deputado Federal e de Vereador, por cento do eleitorado nacional,
respectivamente, a idade mínima de distribuído pelo menos por cinco
trinta e de vinte e um anos; Estados, com não menos de três
d) o Governador, para concorrer ao décimos por cento dos eleitores de
mesmo ou a outros cargos, deve cada um deles.
renunciar ao respectivo mandato até
três meses antes do pleito; 23. Um brasileiro naturalizado que tenha 35
e) são inelegíveis os inalistáveis e os anos de idade pode exercer o cargo de:
analfabetos.
I – Vereador;
21. Constitui meio de exercício da soberania II – Prefeito;
popular, previsto na Constituição Federal,
dentre outros: III – Governador de Estado;

a) a lei delegada; IV – Deputado Federal


b) o plebiscito; A quantidade de itens certos é igual a:
c) a lei ordinária; a) 0
d) a medida provisória. b) 1
c) 2
22. A iniciativa popular pode ser exercida pela d) 3
apresentação: e) 4
a) ao Senado Federal de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, um por cento 24. Acerca dos direitos políticos, assinale a
do eleitorado nacional, distribuído pelo opção correta.
menos por onze Estados, com não me- a) O presidente da República, os governa-
nos de um décimo por cento dos eleito- dores de estado e do Distrito Federal e
res de cada um deles; os prefeitos poderão ser reeleitos para
b) ao Congresso Nacional de projeto de lei apenas um período subsequente, não
subscrito por, no mínimo, dois por cen- necessitando da renúncia para concor-
to do eleitorado nacional, distribuído rer à reeleição;
pelo menos por sete Estados, com não b) Para concorrerem aos mesmos cargos,
menos de dois décimos por cento dos o presidente da República, os governa-
eleitores de cada um deles; dores de estado e do Distrito Federal e
c) ao Senado Federal de projeto de lei os prefeitos devem renunciar aos res-
subscrito por, no mínimo, dois por cen-

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pectivos mandatos até seis meses antes 27. De acordo com a Constituição da República,
do pleito. são inalistáveis e inelegíveis:
c) Segundo a CF, o militar alistável é
inelegível; a) somente os analfabetos e os conscritos.
d) O cônjuge e os parentes consanguíneos b) os estrangeiros, os analfabetos e os
ou afins até o segundo grau ou por conscritos.
adoção do presidente da República, de c) somente os estrangeiros e os
governador de estado ou território, do analfabetos.
Distrito Federal e de prefeito podem d) somente os estrangeiros e os conscritos.
concorrer, no território da jurisdição do
titular. 28. A capacidade eleitoral passiva consistente
na possibilidade de o cidadão pleitear
25. Assinale a opção correta quanto aos direitos determinados mandatos políticos, mediante
políticos e à cidadania: eleição popular, desde que preenchidos
certos requisitos, conceitua-se em:
a) Entre as hipóteses de suspensão dos
direitos políticos previstas na CF está a a) alistamento eleitoral.
prática de improbidade adminsitrativa; b) direito de voto.
b) Os conscritos, durante o período c) direito de sufrágio.
de serviço militar obrigatório, não d) elegibilidade.
podem alistar-se como eleitores, e) dever sociopolítico.
salvo mediante prévia autorização do
superior hierárquico; 29. Em relação aos direitos políticos, avalie as
c) Indivíduos analfabetos não possuem proposições a seguir:
direito ao voto; I – O alistamento eleitoral e o voto são
d) A lei que alterar o processo eleitoral obrigatórios para os maiores de dezoito
entrará em vigor um ano após a data anos e facultativos para os analfabetos, os
de sua publicação, não se aplicando maiores de sessenta anos e os maiores de
à eleição que ocorra no período dezesseis e menores de dezoito anos.
subseqüente.
II – A soberania popular será exercida
26. Nos termos do que estabelece a Constitui- pelo sufrágio universal e pelo voto direto
ção Federal, a soberania popular será exer- e secreto, com valor igual para todos, e,
cida pelo sufrágio universal e pelo voto dire- nos termos da lei, mediante plebiscito,
to e secreto: referendo e iniciativa popular.
III – São condições de alistabilidade, na
a) facultativo para os analfabetos e forma da lei a nacionalidade brasileira,
maiores de 70 (setenta) anos; o pleno exercício dos direitos políticos,
b) obrigatório para os maiores de o domicílio eleitoral na circunscrição e a
dezesseis anos; filiação partidária.
c) obrigatório para todos, inclusive os
analfabetos; IV – São inelegíveis, no território de
d) obrigatório para todos, inclusive para os jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
maiores de 70 (setenta) anos; consanguíneos ou afins, até o segundo grau
e) facultativo para os maiores de 60 ou por adoção, do Presidente da República,
(sessenta) anos. de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem
os haja substituído dentro dos nove meses

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anteriores ao pleito, mesmo se já titular de a) idade mínima de vinte e cinco anos de


mandato eletivo e candidato à reeleição. idade e domicílio eleitoral referente a
Está(ão) CORRETA(S): um período de dois anos.
b) idade mínima de vinte e um anos
a) Somente as proposições I, II e III. de idade e de domicílio eleitoral
b) Somente as proposições I, III e IV. na circunscrição do Município de
c) Somente as proposições II e III. Margarida.
d) Somente a proposição II. c) domicílio eleitoral na circunscrição do
e) Somente a proposição IV. Município de Margarida e de idade
mínima de trinta anos de idade.
30. Plínio filiado à partido político e brasileiro, de d) pleno exercício dos direitos políticos
reputação ilibada que acabara de completar e de idade mínima de trinta anos de
vinte anos de idade no mês de junho de idade.
2008, efetuou o seu alistamento eleitoral e) pleno exercício dos direitos políticos e
na circunscrição eleitoral do Município de de idade mínima de vinte e cinco anos
Caju, onde mantinha seu domicilio. A sua de idade.
intenção era a de concorrer ao cargo de
Prefeito no Município de Margarida, nas
eleições daquele mesmo ano, posto que
frequentava faculdade na referida Cidade,
e era presidente do diretório acadêmico,
sendo conhecido e amado pelos colegas
de faculdade e pela maioria dos habitantes
da região, com grandes chances de vencer
as eleições. Porém, sua candidatura ao
referido cargo foi barrada, porque não
preenchia os requisitos de

Gabarito: 1. E 2. A 3. C 4. E 5. A 6. C 7. D 8. D 9. B 10. C 11. D 12. D 13. D 14. B 15. E 16. A 
17. D 18. A 19. A 20. E 21. B 22. E 23. E 24. A 25. A 26. A 27. D 28. D 29. D 30. B

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Direito Constitucional

DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou
de subordinação a estes;
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações
eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio
e à televisão, na forma da lei.
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

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