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GRUPO DE ESTUDO

Allan Kardec
APOSTILA 06 (DOENÇAS E CURAS)

grupoallankardec.blogspot.com
APOSTILAS 6 (doenças e curas)

01- Saúde e doença à luz do Espiritismo


02- Qual a importância do corpo físico?
03- A verdadeira cura é a do Espírito
04- Qual a causa dos nossos sofrimentos?
05- A AIDS na visão espírita
06- O câncer na visão espírita
07- O autismo na visão espírita
08- Os anencéfalos na visão espírita
09- Depressão na visão espírita
10- Síndrome do pânico na visão espírita
11- Síndrome de Down na visão espírita
12- Podemos obter cura pela prece?
13- Por que existem doenças?
14- As doenças são causas ou conseqüências?
15- Os puros de coração são bem aventurados?
16- Somos coitadinhos?
17- O que é a verdadeira desgraça?
18- O passe espírita cura?
19- Curas espirituais
20- Anjo da saúde
21- Estigma na visão espírita
22- Todos desencarnam na hora certa?
23- A melhora da morte
24- Doença é herança dos pais?
25- Querer morrer pode matar?
26- Por que a enfermidade piora a noite?
27- Saber sofrer
28- Dor de cabeça
29- Eutanásia
30- Por que Francisco de Assis sofreu tanto?
31- Irritação pode causa hepatite?
32- Bebida alcoólica é droga?
33- As drogas devem ser liberadas?
34- Advogado ambicioso reencarna com hidrocefalia
35- Por que André Luiz foi considerado um suicida?
36- A importância de saber sofrer
37- Para onde vai o suicida?
38- Suicídio – desgosto da vida
39- Resumo do livro “Memórias de um suicida”
40- Suicida reencarna em corpo mutilado para reprimir novo suicídio
41- Doenças e Doentes
42- Alzheimer uma doença espiritual
43- Devemos sentir pena de nós?
44- Epilepsia na visão espírita
45- Lábios leporinos
46- Vício: Defeito Moral
47- Nascer surdo
01 - SAÚDE E DOENÇA À LUZ DO ESPIRITISMO

"Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os
assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos
exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua
irradiação, o perispírito com eles se confunde."
"Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo
material com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o
corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são
permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra
a causa de certas enfermidades." Allan Kardec

A Organização Mundial de Saúde diz que:


- saúde é completo bem estar físico, mental e social;
- doença é a falta ou a perturbação desse estado.
Sem desprezar nem contrariar as afirmativas da Ciência quanto aos fatores por ela conhecidos
que asseguram a saúde ou levam à enfermidade, o Espiritismo levanta o aspecto espiritual da
questão, trazendo esclarecimentos importantes a respeito, tais como.

1. A doença não acontece por acaso, ela tem uma origem espiritual.

De fato, não podemos atribuir ao acaso a doença que nos atinja, pois não existe acaso no
Universo, que é inteiramente regido por leis divinas, naturais, perfeitas e imutáveis.
A origem espiritual da doença explica-se assim:
a) a ação insuficiente ou desequilibrada do espírito (do próprio enfermo ou por influência de
outrem, como na obsessão) poderá prejudicar o perispírito, desarmonizando-o, deixando-o
em carência vibratória;
b) como o perispírito influi sobre o corpo físico, com o qual está em íntima e constante
relação, transmitirá a ele essa desarmonia ou carência vibratória;
c) o corpo, por sua vez, ficando prejudicado, apresentará a doença, ou permitirá a eclosão
daquela que já trazia em estado potencial, ou não conseguirá evitar que se instale a que lhe
vier do exterior.
Portanto, ainda que não tenha causa evidente ou pareça ser somente um problema físico, a
doença sempre tem, basicamente, uma origem espiritual, sendo que a causa poderá ter se dado
na existência atual ou em encarnação anterior.
Jesus afirmava haver relação espírito-corpo nas enfermidades quando, ao curar alguém, lhe
dizia: "os teus pecados estão perdoados." Por "pecados" entendemos "desequilíbrios
espirituais", cujos efeitos Jesus sanava.

2. A doença guarda relação com o estado evolutivo do ser.

É devido ao nosso atual estágio de evolução que:


a) nascemos na Terra, mundo em que a matéria é grosseira e há doenças. Ex.: gripe, catapora,
etc.;
b) aproveitamos para reencarnar em determinada família em que a hereditariedade causa certa
doença ou a ela predispõe, para ressarcir débitos (a não ser que tenhamos condições
espirituais para superá-las, podendo nos tornar auxiliares de nossos familiares). Ex.:
cegueira;
c) trazemos, em nosso perispírito, determinação ou predisposição para alguma doença, como
conseqüência da ação espiritual por nós exercida em vidas anteriores. Ex: quem lesou o
pulmão com o cigarro, estará predisposto a doenças relacionadas com o pulmão, como
asma, bronquite, tuberculose, etc.;
d) habitamos obrigatoriamente determinado meio ambiente, que é favorável ou não a
enfermidades;
e) sabemos ou não como cuidar do corpo, prevenir enfermidades, e a isso nos aplicamos ou
não.
Kardec: "As doenças fazem parte das provas e vicissitudes da vida terrena são inerentes à
grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As
paixões e excessos de toda ordem semeiam em nós germens malsãos, às vezes
hereditários."

É, ainda, conforme nossa evolução espiritual que:


a) exercemos efeitos fluídicos bons ou maus sobre o nosso perispírito, que repercutem no
corpo físico;
b) atraímos bons espíritos, que nos influenciam com seus fluidos benéficos, ou espíritos maus,
sofredores, de fluidos maléficos ou enfermiços.
Para nós, espíritos encarnados na Terra, as doenças ainda continuarão a ser fato inevitável,
porque inerentes ao nosso presente estado evolutivo, por enquanto necessárias ao nosso
desenvolvimento intelecto-moral.
O Espiritismo não só nos informa sobre a origem espiritual das doenças.
Revela-nos, também, os meios espirituais de as prevenir, superar ou suportar.

Quando é que a enfermidade tende a aparecer?

Quando nos perturbamos ou desequilibramos física ou espiritualmente, de modo intenso e


demorado (por nós mesmos ou sob influência alheia), pois com o desgaste fluídico ou a
assimilação de fluidos maus (de outros ou do ambiente) a resistência natural é quebrada, ficando
o organismo mais exposto à eclosão de enfermidade ou a contraí-las do exterior.

Como evitar enfermidades

Para nos prevenirmos espiritualmente das enfermidades, além de cuidar do corpo, cultivemos os
bons pensamentos e sentimentos, e pratiquemos somente o bem e nunca o mal.
Se, apesar de nossos cuidados, a enfermidade aparecer:
a) Encaremo-la como um alerta ou uma advertência quanto à nossa conduta atual, ou, como
conseqüência do passado exigindo reajuste para voltarmos ao equilíbrio;
b) Não compliquemos mais a situação com tristeza e desânimo, revolta ou agressividade;
c) Busquemos na Medicina e nos recursos espirituais o alívio possível e, quem sabe, até
mesmo a cura;
"Se Deus não houvesse querido que os sofrimentos corporais se dissipassem ou abrandassem em
certos casos, não teria posto ao nosso alcance meios de cura."
"A esse respeito, a sua solicitude, em conformidade com o instinto de conservação, indica que é
dever nosso procurar esses meios e aplicá-los."
". . . façamos o que de nós depende para melhorarmos as nossas condições atuais."
d) Procuremos nos conscientizar quanto ao que causou a enfermidade e modifiquemos para
melhor o nosso comportamento (a fim de evitar o prosseguimento do mal e sem instalação
mais profunda); apliquemo-nos no bom emprego de nossas possibilidades de ação, apesar
das limitações que a enfermidade nos imponha (a fim de compensar o desequilíbrio já
causado, manter o equilíbrio nas áreas não comprometidas e adquirir merecimento para ser
socorrido espiritualmente.
"Não peques mais, para que não te suceda algo pior." - Jesus
A CURA PELA AÇÃO FLUÍDICA

É possível curar pela ação fluídica?


Sim, pois são de natureza fluídica tanto o perispírito como o corpo físico e o espírito pode agir
sobre os fluidos.
É por ação fluídica que se dá a "cura espiritual", quer seja obtida por via mediúnica, ou através
de passes, água fluidificada, irradiações ou, mesmo, de uma simples oração.
"A oração da fé salvará o enfermo", diz Tiago (5:15) e Kardec explica:
"A prece, que é um pensamento, quando fervorosa, ardente, feita com fé, produz o efeito
de uma magnetização, não só chamando o concurso dos bons Espíritos, mas dirigindo ao
doente uma salutar corrente fluídica."
"Curai os enfermos", dizia Jesus aos discípulos (Mt 10:8), conclamando-os a fazer curar por
ação fluídica. Numerosos são, no Evangelho, os relatos sobre Jesus e seus apóstolos curando
assim. Allan Kardec examina alguns deles no capítulo XV; de "A Gênese", mostrando que Jesus
não fazia milagres, mas curava pela ação fluídica.

O agente da cura pode ser um encarnado ou desencarnado pois todos os espíritos tem no
seu próprio perispírito um reservatório de fluidos (bons ou maus) e os emanam podendo
direcioná-los a outros seres.
Os fluidos bons podem servir como agente terapêutico.

É muito comum a faculdade de curar por influência fluídica e pode desenvolver-se por
meio do exercício.
Quem estiver saudável e equilibrado pode beneficiar fluidicamente os enfermos (com passes,
irradiações, água fluidificada, etc.)
Aprendendo e executando, desenvolverá seu potencial de ação sobre os fluidos.
A mediunidade de cura, porém, bem mais rara, é espontânea e se caracteriza "pela energia
e instantaneidade da ação."
O médium de cura age "pelo simples contato, pela imposição das mãos, pelo olhar, por um
gesto, mesmo sem o concurso de qualquer medicamento."

O poder curativo estará na razão direta:


1. da pureza dos fluidos produzidos (o que depende das qualidades morais, pureza das
intenções, etc.)
2. da energia da vontade (o desejo ardente de ajudar provoca maior emissão fluídica e dá ao
fluido maior força de penetração)
3. da ação do pensamento (dirigindo os fluidos na sua aplicação).

Para que a cura se dê:


1. o fluido, como matéria terapêutica, tem de atingir a matéria orgânica a fim de repará-la;
2. a corrente fluídica pode ser dirigida para o local enfermo pela vontade do curador (que age
como bomba calcante);
3. ou pode ser atraída pelo desejo ardente e confiança do enfermo (que age como bomba
aspirante);
4. às vezes, é necessária a simultaneidade das duas ações e, doutras, basta uma só.

A fé é uma força atrativa; quem não a possui, opõe à corrente fluídica uma força repulsiva ou,
pelo menos de inércia, que paralisa ou dificulta a ação fluídica.
Podemos entender, agora, porque Jesus, ao curar alguém, dizia: "Se tiverdes fé" ou "A tua fé te
salvou."
Os efeitos curadores

Na cura por efeitos físicos, a alteração é no corpo, visível de imediato, passível de constatação
pelos sentidos físicos ou aparelhamento material.
Obs.: A produção de efeito físico requer ectoplasma, que só o encarnado emana; ele mesmo o
emprega na cura ou serve de fonte para que um espírito realize o efeito físico curador.
Na ação sobre o perispírito, a cura só poderá ser avaliada depois, pelos efeitos que vierem a
ocorrer no corpo físico, posteriormente.

Obs.: Ectoplasma: é o nome que, em linguagem espírita, se dá a uma substância que se


exterioriza do ser humano. Acredita-se que seja força nervosa (plasma exteriorizado, matéria
neuro-orgânica-etérica). Todos a possuímos (em menor quantidade) e quem a exterioriza
abundantemente é denominado ectoplasta ou médium de efeitos físicos. Sai do corpo do
médium (através dos poros) mas, principalmente, pelos orifícios naturais (boca, narinas,
ouvidos, órgãos genitais) e das extremidades do corpo (alto da cabeça e pontas dos dedos),
sendo mais freqüente da boca (palato, gengivas e bochechas).

A ação fluídica cura qualquer doença?

"Fundada em leis naturais", a faculdade de curar "tem limites traçados pelas mesmas." A ação
fluídica pode: "dar sensibilidade a um órgão existente, fazer dissolver e desaparecer um
obstáculo ao movimento e à percepção, cicatrizar uma ferida, porque então o fluido se torna
um verdadeiro agente terapêutico; mas é evidente que não pode remediar a ausência ou a
destruição de um órgão."
"Há, pois, doenças fundamentalmente incuráveis, e seria ilusão crer que a mediunidade
curadora vá livrar a humanidade de todas as suas enfermidades."

Um mesmo médium cura todos os tipos de doenças?

"não há curadores universais", porque: os fluidos refletem as qualidades do médium e os


fluidos de cada médium poderão servir para esta ou aquela afecção orgânica mas não para todas.

Todas as pessoas podem ser curadas?

É lícito buscar a cura. Mas não se pode exigi-la, porque dependerá:


a) das condições de atração e fixação dos fluidos curadores por quem os irá receber (fé,
afinidade fluídica);
b) do merecimento ou necessidade espiritual do enfermo.
Quando uma pessoa tem merecimento, ou sua existência precisa continuar, ou as tarefas a seu
cargo exigem boa saúde, a cura poderá ocorrer em qualquer tempo e lugar e, até , mesmo, sem
intermediários (aparentemente, porque ajuda espiritual sempre terá havido).
Mas, às vezes, o bem do doente está em continuar sofrendo aquela dor ou limitação que o
reajusta e equilibra espiritualmente; então, pensamos que, nossa prece não foi ouvida; mas a
prece sempre terá produzido algum benefício (alívio, conforto, calma, coragem).
A doença é uma terapêutica da alma, dentro do mecanismo da evolução humana. É a filtragem,
no corpo, dos efeitos prejudiciais dos desequilíbrios espirituais. Funciona, também, como
processo que induz à reflexão e disciplina. Enquanto não produziu seus efeitos benéficos, não
deve ser suprimida.
De todos os enfermos que o procuravam, Jesus curou somente aqueles em quem os efeitos
purificadores da enfermidades já haviam atingido seu objetivo reequilibrante, ou aqueles que já
apresentavam condições para receberem esse auxílio no corpo físico.
Se não formos curados

"Se, porém, mau grado aos nossos esforços, não o conseguirmos (ficar curados), devemos
suportar com resignação os nossos passageiros males." (ESE)
"Lembremo-nos de que lesões e chagas, frustrações e defeitos em nossa forma externa são
remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus." (Emmanuel)

Quando curados, sejamos gratos

Jesus curou um grupo de 10 leprosos e apenas um retornou para agradecer. O Mestre indagou:
- Não foram dez os limpos? Onde estão os outros nove? (Lc 17:17)
Jesus não fazia questão do agradecimento pessoal. Mas quis ensinar:
a) A cura sempre representa uma concessão da misericórdia divina, que permitiu recebêssemos
de outrem recursos para nos refazermos e sairmos da situação dolorosa e prejudicial em que
estávamos.
b) Quem é curado precisa reconhecer isso e ser grato a Deus e a quem se fez intermediário
dessa bênção. Não ser grato pela cura revela que a pessoa não entendeu quanto lhe foi
concedido e, provavelmente, não saberá valorizar nem conservar a bênção recebida. A falta
de gratidão ante a cura física revela que a pessoa ainda não alcançou a cura mais importante
e definitiva: a do espírito.

Para não haver recaída

Encontrando no Templo ao paralítico que havia curado no tanque em Betesda, Jesus lhe diz:
- Olha que já estás curado; não peques mais para que não te suceda alguma coisa pior. (Jo
5:14).
Restabelecido o equilíbrio fluídico, é preciso que a pessoa o mantenha pelos bons pensamentos,
sentimentos e atos. Senão, poderá gerar novas lesões orgânicas ou predisposição para
enfermidades.
A cura do corpo só se consolidará e terá um caráter mais duradouro se corrigirmos nossas atuais
condições materiais e espirituais, que geraram a enfermidade.
Mesmo assim, será uma cura temporária, porque o corpo não dura para sempre e, um dia, todos
iremos desencarnar.

Cura verdadeira e definitiva é a do espírito

"Curai os enfermos", pedia Jesus aos seus discípulos, mas completava:


"Anunciai-lhes: A vós outros está próximo o reino de Deus." (Lc 10:9)
Que não apenas curassem corpos mas orientassem os enfermos para o entendimento e
cumprimento das leis de Deus.
Porque a verdadeira cura, a do espírito, não se dá apenas pela eliminação dos sintomas da
doença física, a qual é tão somente uma conseqüência.
A verdadeira saúde é o equilíbrio e a paz que, em espírito, soubermos manter onde, quando,
como e com quem estivermos. E só depende de nosso ajuste espiritual às leis divinas.
Reforma íntima, esforço para o bem, com o cultivo da fé, do estudo, da oração e da fraternidade,
são o maior preventivo de enfermidades e o melhor fator de segurança para o nosso bem estar.

Empenhemo-nos em curar males físicos, se possível. Lembremos, porém, que o Espiritismo


"cura sobretudo as moléstias morais." Não queiramos dar maior importância à cura de corpos
do que ao fim principal do Espiritismo, que é "tornar melhores aqueles que o compreendem"
(RE 1859, pg. 183)
Com a cura física, talvez a pessoa se afirme na fé e desperte para o bem. Às vezes, porém, assim
que se vê curada, se atira de novo ao desregramento, voltando a se prejudicar.
Mas quem aprende que precisa se aprimorar espiritualmente e nisso se empenha, quer alcance
ou não a cura do corpo, encontrará o caminho para a cura verdadeira e duradoura, a manutenção
do equilíbrio em seu espírito, o seu "eu" imortal.
Diz Divaldo P.Franco: "Muitas vezes Jesus aplicou a terapia para diminuir as mazelas
humanas, contudo, sempre dizendo aos recém-curados: vai e não voltes a pecar . . . isto é, não se
comprometa moral e emocionalmente, para que não lhe aconteça algo pior. Só existe doenças
porque há doentes. No instante em que se renove interiormente, o indivíduo não terá mais
doenças. Libertamo-nos de uma doença, sendo acometidos por outra, em virtude dos fenômenos
cármicos, por nossas dívidas. O Espiritismo tem sido mais um consultório para atender corpos
do que uma Doutrina de psicoterapia para libertar almas: não que isso seja negativo, mas não é
fundamental. O médium curador é um indivíduo que possui uma energia típica podendo
trabalhar nas células, fazendo com que a pessoa recupere o equilíbrio momentaneamente
perdido. Poderá atuar no campo da degenerescência celular, contribuir na área psicológica,
psiquiátrica, tendo como fundamento essencial trabalhar o ser como indivíduo integral, para, em
se transformando, não ter necessidade de depurar-se através da dor e, ao contrário de sofrer,
amar. As dívidas que tenha, resgatará pelo bem que realize e, não, pelas lágrimas que verta."
02- QUAL A IMPORTÂNCIA DO CORPO FÍSICO?

O corpo físico é patrimônio que Deus elaborou para servir


de veículo ao Espírito nas suas variadas reencarnações. É
com ele que o Espírito pratica seus conhecimentos e vive
experiências necessárias, melhorando-se dia-a-dia. Assim,
devemos ter para com nosso corpo um carinho e uma
atenção especial, zelando e ofertando-lhe o que de
melhor a natureza pode lhe dar. Daí o necessário repúdio
as drogas, desde as mais simples, como o cigarro e a
bebida alcoólica, até as mais graves; daí também o
cuidado com a higiene; com a alimentação e os
sentimentos equilibrados, enfim, com a saúde do corpo.

Como disse Joanna de Ângelis no livro “Dias Gloriosos”:


“Todo corpo físico merece respeito e cuidados, carinho e
zelo contínuos, por ser a sede do Espírito, o santuário da
vida em desenvolvimento.”
03 - A VERDADEIRA CURA É A DO ESPÍRITO

No livro "Nos Domínios da Mediunidade", André Luiz nos mostra uma senhora que
chega ao Centro Espírita com o ventre volumoso e semblante dolorido a procura do
passe como ajuda. O Espírito Conrado explica para André Luiz e outros Espíritos que ali
estavam analisando o caso que, a mulher estava com icterícia complicada, seu fígado
estava comprometido, e que nasceu de terrível acesso de cólera, em que ela se
envolveu no reduto doméstico. Ela sentiu extrema irritação, e adquiriu hepatite, da
qual a icterícia é a conseqüência. E, segundo Aulus, a cura seria impossível, porque os
órgãos e vasos estavam comprometidos, e a mente dela precisaria reanimar. Porque o
passe, como explica Aulus, é importante contribuição para quem saiba recebê-lo, com
o respeito e a confiança que o valorizam. Em outras palavras, sem fé as irradiações
magnéticas não penetram o veículo orgânico. Quando Jesus curava ele dizia “a tua fé
te curou”, assim, Ele queria dizer que aquela pessoa curou-se porque estava receptiva
para a doação de magnetismo.
Diz Joanna de Ângelis no livro "Dias Gloriosos": ". . . O Espírito está sempre enviando
mensagens de variado teor a todos os setores do corpo físico pelo qual se manifesta.
Quando essas emissões são constituídas de idéias otimistas, pacificadoras, alegres,
embora não ruidosas, surgem as respostas saudáveis no corpo, que se apresenta
dinâmico, jovial, tendo preservados os seus equipamentos. Quando, no entanto, são
carregadas de energia deletéria, depressiva, inconformista, perturbadora, os efeitos
apresentam-se danosos, agredindo as defesas imunológicas e desarticulando os
mecanismos de equilíbrio que respondem pela saúde." Como vemos, o pensamento
desempenha uma função importante no conjunto existencial do ser humano,
percorrendo todas as células, particularmente as do sistema nervoso, que mantêm
perfeito intercâmbio com as do imunológico. Portanto, a cura verdadeira e definitiva é
a do espírito. "Curai os enfermos", pedia Jesus aos seus discípulos, mas completava:
"Anunciai-lhes: A vós outros está próximo o reino de Deus." (Lc 10:9). Jesus pediu que
seus discípulos não apenas curasse corpos mas orientassem os enfermos para o
entendimento e cumprimento das leis de Deus. Porque a verdadeira cura, a do
espírito, não se dá apenas pela supressão dos sintomas da doença física, a qual é tão
somente uma conseqüência. A verdadeira saúde é o equilíbrio e a paz que, em
espírito, soubermos manter onde, quando, como e com quem estivermos. E só
depende de nosso ajuste espiritual às leis divinas. Reforma íntima, esforço para o bem,
com o cultivo da fé, do estudo, da oração e da fraternidade, são o maior preventivo de
enfermidades e o melhor fator de segurança para o nosso bem estar. Empenhemo-nos
em curar males físicos, se possível. Lembremos, porém, que o Espiritismo "cura
sobretudo as moléstias morais". Não queiramos dar maior importância à cura de
corpos do que ao fim principal do Espiritismo, que é "tornar melhores aqueles que o
compreendem". Por isso, não nos descuidemos do que pensamos, do que aspiramos,
do que falamos e de como agimos. Nossa identificação emocional externará vibrações
que se vincularão a outras de igual teor vibratório. Muitas vezes enfrentaremos
campos psíquicos minados por cargas viciadas e perigosas, imantadas por seres
espirituais perversos e doentios que se utilizam de outras para nos atingir e prejudicar.
Somente poderemos nos conduzir nessas batalhas com os recursos morais que provêm
das nossas energias psíquicas. Como disse Joanna de Ângelis: "As tuas forças mentais
devem ser cuidadas, ampliadas, aplicadas na elaboração de novas condutas para ti e
para o mundo sob a inspiração de Jesus-Cristo, cuja existência na Terra foi sempre
vivida em perfeita sintonia com Deus, de Quem auria forças para o desempenho do
ministério a que se entregou, e para manter o poder sobre as Entidades do mal,
carregadas de energia destrutiva, que Ele muitas vezes enfrentou."
04 - QUAL A CAUSA DOS SOFRIMENTOS?

Precisamos compreender que, nós não estamos neste planeta estagiando em uma
colônia de férias, nem desfrutando de viagem turística.
Segundo a definição da Doutrina Espírita, vivemos num Planeta de Expiações e Provas
onde os moradores são devedores perante a lei divina e a “DOR” é a representante da
Justiça Divina. Ela cobra nossas dívidas do passado e testa aquisições do presente.
Kardec comenta longamente no cap. V, nos itens 4 a 10 no O Evangelho segundo o
Espiritismo, que as causas dos males que enfrentamos estão na vida atual e na vida
passada. Vejamos:
CAUSAS ATUAIS: exprimem equívocos do presente. Exemplo: nosso corpo físico é uma
incrível máquina de peças vivas de que nos servimos para evoluir. O problema são os
maus-tratos a que a submetemos, em vários aspectos: alimentação: quando excessiva
ou inadequada, altera a química orgânica, acumula gordura, provoca distúrbios
gástricos, digestivos, circulatórios, hormonais; exercício: vida sedentária é caminho da
obesidade, da obstrução das artérias, da indisposição física; repouso: déficit de sono
traz cansaço, debilita o sistema imunológico, perturba a memória, favorece a evolução
de doenças variadas; vícios: fumo, álcool, drogas que causam desarranjos graves,
degenerativos, aniquiladores; sentimentos: prepotência, luxúria, pessimismo, ódio,
rancor, ressentimento, mágoa, preguiça, desânimo, angústia, revide, inveja, falta de
perdão, vingança, egoísmo, orgulho, violência, ganância, etc., que pressionam nosso
psiquismo, repercutindo na máquina física como contundentes agressões. Esses
fatores complicam a existência. Culpamos o destino, a família, a sociedade, a Vida....há
até quem culpe Deus. No entanto, se bem observarmos, a origem está em nós
mesmos, no comportamento, na maneira de ser.
CAUSAS ANTERIORES: dizem respeito a equívocos do passado, em pretéritas
existências, gerando os males presentes, atendendo aos princípios de causa e efeito
que nos regem. Limitações físicas congênitas, mortes prematuras, enfermidades
graves, família difícil, problemas financeiros, dificuldades profissionais e variadas
outras situações, se não justificadas pelo “hoje”, tem sua origem no comportamento
desajustado do “ontem”. Atingem, não raro, pessoas caridosas, de bons princípios,
que não fazem mal a ninguém. Se não fosse a reencarnação seria difícil acreditar que
Deus é justo. Há espíritos evoluidos que pedem resgates difícies para acelerar sua
evolução; outros reencarnam para ajudar uma família, um grupo, um país, etc,. No
caso de Jesus, ele não tinha débitos, mas encarnou para trazer ensinamentos
importante para os habitantes do planeta. Neste caso, ele não sofreu por dever algo à
lei divina, mas pela ignorância dos habitantes do planeta. Mas, não devemos esquecer
que as cobranças cármicas são sempre compatíveis com nossa capacidade de resgate.
"Deus não dá um fardo maior que podemos carregar" (ICo, 10:13). O pagamento é
em suaves prestações e não precisa ser através da dor, pode ser através do amor: "o
amor cobre multidões de pecados" (I Pedro, 4:8). Mas, o que devemos entender é
que, devemos pagar e não adquirir novas dívidas.
A medicina do futuro será essencialmente profilática.
Antes de receitar medicamentos, que cuidam de efeitos, os médicos deverão
identificar as causas no comportamento do paciente.
O que faz, o que pensa, o que sente, o que come, como se exercita, como dorme,
como trabalha, como se relaciona com as pessoas, os sentimentos que cultiva, etc.
E lhe prescreverão não só medicamentos, mas também atitudes, corrigindo a postura
existencial para que a saúde se estabeleça.
Joanna de Ângelis disse: “A dor é a ausência do amor.” Ela quis dizer que, enquanto
não aprendermos a amar nosso corpo físico, o próximo e a tudo que convivemos neste
planeta continuaremos a adoecer e, consequentemente, sofreremos. Se não for nesta
encarnação será em outras. Renasceremos quantas vezes forem necessárias para
aprendermos a AMAR.
05 - AIDS NA VISÃO ESPÍRITA

AIDS É CASTIGO DE DEUS?


A Aids não veio para moralizar, como dizem muitos. Ela é resultado da promiscuidade
e da negligência, é a colheita, da má sementeira. Ela não tem caráter moral, não é
punição divina, como dizem alguns. Nós é que a criamos. É como correr na contra mão
à 200km/h no meio da rua. Quando somos acidentados, dizemos que Deus nos
castigou. A sífilis aí está com uma incidência terrível. O herpes genital é tão cruel ou
pior do que a Aids, e vem se manifestando de forma acelerada. Precisamos
compreender que todos nos encontramos na Terra em processo de lapidação.
Buscamos a plenitude espiritual, através das ininterruptas jornadas do ir-e-vir, do
nascer, morrer e renascer, adquirindo experiências numa área, enquanto, não raro,
noutra nos comprometemos. É a dor, ainda, o instrumento que mais nos adverte e que
melhor nos lapida as arestas morais, quando deveriam ser o amor e a abnegação a
sublimar-nos os sentimentos. Graças a isso, periodicamente a humanidade é visitada
por enfermidades ásperas e aparentemente indecifráveis, como foi o caso, no passado,
da lepra ou Mal de Hansen, da varíola, da peste bubônica, das enfermidades
endêmicas como: tuberculose, câncer, doenças do aparelho respiratório, das
alienações mentais e, mais recentemente, da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
A Aids é uma manifestação degenerativa do organismo, que tem a sua causa matriz
num vírus, hoje identificado, e que apresenta polivalência, já que ele tem a
propriedade de sofrer mutações. Em determinado momento, ele modifica a estrutura
e passa a ter outras reações, o que vem impedindo a ciência de lograr uma vacina
preventiva ou uma terapia de resultados positivos. A Aids é, portanto, um desses
recursos de que a Vida se utiliza, para que aqueles que estão incursos nos
desequilíbrios morais possam libertar-se dos mesmos.
Só se tornam aidéticos: os que se entregam à promiscuidade sexual, a atos contrários à
anatomia estabelecida pela natureza; os hemofílicos e aqueles obrigados a receberem
transfusões sanguíneas; os usuários de drogas injetáveis; os nascidos de mães
contaminadas. Se tomarmos cuidado na atividade sexual, fazendo uso correto de
preservativos descartáveis, estaremos resguardados da Aids na área do sexo. Quanto à
transfusão de sangue, este deve ser previamente examinado, para determinar se
procede ou não de doador contaminado. No caso da aplicação de drogas, as agulhas e
seringas devem ser descartáveis. Em relação aos hemofílicos, que são obrigados a
receber transfusões de sangue, o problema tem as suas raízes em vida anterior. Nas
crianças que nascem infectadas, a problemática também remonta às encarnações
passadas, graças às quais o ser retorna à luta terrestre para expungir, através de um
fenômeno degenerativo, os delitos praticados, como o suicídio, a promiscuidade do
sexo, o desrespeito à vida, que criam no organismo matrizes receptivas para que o
vírus se desenvolva com rapidez. Lembremos que a criança é um espírito velho em
corpo novo. Sofrer sem dever seria injustiça de Deus.
A ciência também detectou que um grande número de infectados não tem facilidade
de multiplicar o vírus, embora possa tornar-se contaminador, podendo conviver com
ele por muitos anos, sem sofrer, na saúde, qualquer dano, ou seja, a pessoa transmite
o vírus, mas não sofre com os sintomas da doença. Os grupos de risco estão
estabelecidos predominantemente na área do exercício da promiscuidade a que cada
um se coloca. São os chamados homossexuais, mas também, os heterossexuais. O
vírus chamado HIV, quando se instala, ataca o linfócito, célula do sangue,
comprometendo as defesas orgânicas, assim gerando um estado de desequilíbrio, em
que qualquer enfermidade nos pode destruir a vida. É como se nós tivéssemos dentro
de nós soldadinhos que nos ajudam a combater as doenças que possam nos atacar.
Quando adquirimos o vírus HIV, ele mata nossos soldadinhos, e nós ficamos sem
defesa orgânica. Os que desencarnam com a AIDS, sofrem do mesmo modo que os
desencarnados por gripe, por infarto ou por câncer. Por isso, não devemos ter nenhum
preconceito contra a Aids, nenhuma atitude negativa contra o aidético, nenhuma
segregação contra as pessoas pertencentes aos grupos de risco. São irmãos
necessitados de carinho, assistência e compaixão. O aidético, sim, deve ter medo de
nós e não, nós, dele, porque nós o contaminamos com doenças para as quais ele não
tem resistências orgânicas. O aidético é que deveria usar máscara, luva, etc., pois uma
simples gripe pode matá-lo.
06 - CÂNCER NA VISÃO ESPÍRITA

O CÂNCER É ENFERMIDADE CÁRMICA?


Desde tempos imemoriáveis, a melhor medicina sempre foi a preventiva. O grande
alquimista Paracelso insistia: "Não se deve tratar a doença; deve-se tratar a saúde".
Podemos dizer que, o melhor meio para não se apanhar uma doença, consiste em se
manter saudável. Ou seja, proteger o sistema imunológico, de forma a bloquear
qualquer germe ou vírus que tentar invadir nosso organismo. Pode-se pensar que seja
fácil atingir tal objetivo, através de uma boa dieta, escolhendo alimentos de baixo
valor de colesterol, reduzindo o consumo de carne, abstendo-se de consumir açúcar,
realizando exercícios físicos, enfim, submetendo-se a tudo aquilo que uma propaganda
insistente nos propõe. Mas como explicar, nesse caso, o elevadíssimo número de
pessoas que seguiram rigorosamente tais instruções, julgando estar assim protegidas
contra os perigos das doenças para um dia, descobrir que seu organismo estava sendo
minado pelo câncer? André Luiz conta, através da psicografia de Chico Xavier que um
Espírito ao preparava-se para reencarnar, pediu para seu novo corpo físico uma úlcera
que apareceria em sua madureza física e que não deveria encontrar cura até sua
desencarnação, para que ele pudesse ressarcir um assassinato que cometeu ao
esfaquear um homem (que estava na sua madureza física) na região do estômago.
Como vemos, mesmo que este Espírito cuide de sua saúde durante toda sua
juventude, não fugirá da úlcera “moral” que “ele pediu”. Observemos um detalhe
importante: a doença do corpo pode ser causada por abusarmos da nossa saúde física
e também espiritual. ENTÃO, CÂNCER É UMA ENFERMIDADE CÁRMICA? A experiência
diz que sim. Estamos submetidos a um mecanismo de causa e efeito que nos premia
com a saúde ou corrige com a doença, de acordo com nossas ações. O CÂNCER SERIA
ENTÃO O RESULTADO DE UM COMPORTAMENTO DESAJUSTADO, EM VIDAS
ANTERIORES? Nem sempre. A causa pode estar nesta existência. Um exemplo: as
estatísticas demonstram grande incidência de câncer no pulmão, em pessoas que
fumam. Há elementos cancerígenos nas substâncias que compõem o cigarro. Quem
fuma, portanto, é sério candidato a esse mal. Será o seu carma. Há uma charge
ilustrativa, em que um cigarro diz para o fumante: "Hoje você me acende. Amanhã eu
o apagarei!" Certíssimo! ESTÁ DEMONSTRADO QUE OS FUMANTES PASSIVOS,
PESSOAS QUE CONVIVEM COM FUMENTES, TAMBÉM PODEM TER CÂNCER. COMO
EXPLICAR ESSA SITUAÇÃO? Não há inocentes na Terra, um planeta de provas e
expiações. O fumante passivo que venha a contrair câncer tem comprometimentos do
passado que justificam seu problema. Aliás, o simples fato de aqui vivermos significa
que merecemos (ou necessitamos) tudo o que aqui possa nos acontecer. Se não
merecêssemos, estaríamos morando em mundos mais saudáveis. ISSO ISENTA DE
RESPONSABILIDADE O FUMANTE QUE POLUI O AMBIENTE, SITUANDO-O COMO
INSTRUMENTO DE RESGATE PARA ALGUÉM? Ao contrário, apenas o compromete
mais. Deus não necessita do concurso humano para exercitar a justiça. Além de
responder pelos desajustes que provoca em si mesmo, responderá por prejuízos
causados ao meio ambiente e às pessoas. A MEDICINA VEM DESENVOLVENDO
TÉCNICAS PARA A CURA DO CÂNCER. CONCEBE-SE QUE DENTRO DE ALGUMAS
DÉCADAS SERÁ POSSÍVEL A CURA REDICAL EM TODAS AS SUAS MANIFESTAÇÕES.
COMO FICARÃO AQUELES QUE ESTÃO SE REAJUSTANDO PERANTE AS LEIS DIVINAS A
PARTIR DE UM CARCIOMA? A medicina vem fazendo grandes progressos, mas está
longe de erradicar a doença. Males são superados; outros surgem, nos domínios da
sexualidade, a sífilis era um flagelo, decorrente da promiscuidade. Hoje é a AIDS. A dor,
a grande mestra, que tem na enfermidade um de seus aguilhões, continuará a nos
corrigir, até que aprendamos a respeitar as leis divinas. A PESSOA QUE SOFRE
BASTANTE, VITIMADA POR UM CÂNCER, RESGATOU SEUS DÉBITOS, HABILITANDO-SE
A UM FUTURO FELIZ NA ESPIRITUALIDADE? A doença elimina as sombras do passado,
mas não ilumina o futuro. Este depende de nossas ações, da maneira como
enfrentamos problemas e enfermidades. Quando o nosso comportamento diante da
dor não oprime aqueles que nos rodeiam, estamos nos redimindo, habilitados a um
futuro glorioso. COMO FUNCIONA ISSO? Se o paciente tem câncer, suas dores
implicarão em sofrimento para a família. Tudo bem. Faz parte das experiências
humanas. Mas, dependendo da maneira como enfrentar seu problema, poderá gerar
aflições bem maiores para todos, o que acontece com o paciente revoltado,
inconformado, agressivo. Se humilde e resignado, a família lidará melhor com a
situação. Pacientes assim estão "quitando seu débito".
07 - AUTISMO NA VISÃO ESPÍRITA

Certa vez, um casal aproximou-se ao Chico, o pai sustentando uma criança de ano e
meio nos braços, acompanhando por distinto medico espírita de Uberaba. A mãe
permaneceu a meia distância, em mutismo total, embora com alguma aflição no
semblante. O médico, adiantando-se, explicou o caso ao Chico:
- A criança, desde que nasceu, sofre sucessivas convulsões, tendo que ficar sob o
controle de medicamento, permanecendo dormindo a maior parte do tempo, em
consequência, mal consegue engatinhar e não fala.
Após dialogarem durante alguns minutos. O Chico perguntou ao nosso confrade a que
diagnostico havia chegado.
- Para mim, trata-se de um caso de AUTISMO – respondeu ele.
O Chico disse que o diagnostico lhe parecia bastante acertado, mas que convinha
diminuir o anticonvulsivos mesmo que tal medida, a principio, intensificasse os
ataques. Explicou, detalhadamente, as contra indicações do medicamento no
organismo infantil. Recomendou passes.
- Vamos orar- concluiu.
O casal saiu visivelmente mais confortado, mas, segurando o braço do médico nosso
confrade. Chico Explicou a todos que estávamos ali mais próximos:
- “o AUTISMO”, é um caso muito sério, podendo ser considerado uma verdadeira
calamidade. Tanto envolve crianças quanto adultos...
E o Chico falou ao médico:
- É preciso que os pais dessa criança conversem muito com ela, principalmente a
mãe. É necessário chamar o espírito para o corpo. Se não agirmos assim, muitos
espíritos não permaneceram na carne, porque a reencarnação para eles é muito
dolorosa. Evidentemente que não conseguimos registrar tudo, mas a essência do
assunto é o que está exposto aqui.
O espírito daquela criança sacudia o corpo que convulsionava, na ânsia de libertar-se
(desencarnar)...
Sem dúvida, era preciso convencer o Espírito a ficar. Tentar dizer-lhe que a Terra não é
cruel assim... Que precisamos trabalhar pela melhoria do homem.

OBSERVAÇÃO DE DIVALDO FRANCO:Precisamos considerar que “somos herdeiros dos


próprios atos”. Em cada encarnação adicionamos conquistas ou prejuízos a nossa
contabilidade evolutiva e, em determinados momentos, ao contrairmos débitos mais
sérios, reencarnamos para ressarci-los sob a injunção dolorosa de fenômenos
expiatórios, tais os estados esquizóides e suas manifestações várias. Dentre eles, um
dos mais cruéis é o AUTISMO. No fenômeno do autismo estamos diante de um ex-
suicida a qual, desejando fugir à responsabilidade dos delitos cometidos, envereda
pela porta falsa da autodestruição. Posteriormente, reencarna com o drama na
consciência por não ter conseguido libertar-se deles. São, também, os criminosos não
justiçados pelas leis humanas ou Espíritos que dissimularam muito bem suas
tragédias. Assim, retornam à Terra escondendo-se da consciência nas várias patologias
dos fenômenos esquizofrênicos. Os pais devem esperar a criança dormir e conversar
com ela. Pois a conversa é captada pelo inconsciente (Espírito). Fale devagar,
pausadamente: Estamos contentes por você estar entre nós; Você tem muito que fazer
na Terra; você vai ser feliz nesta vida; Nós te amamos muito; etc.
08 - OS ANENCÉFALOS NA VISÃO ESPÍRITA
"Por fortíssimas razões não existem bases racionais que justifiquem o aborto dos
chamados “anencéfalos”, e os argumentos usados não apresentam consistência
científica, legal e muito menos ética. A começar que não existem os “anencéfalos”,
porque o termo “anencéfalo” (an + encéfalo) literalmente significa ausência de
encéfalo, quando se sabe que em verdade esses fetos possuem alguma estrutura do
encéfalo, como o tronco encefálico, o diencéfalo e, em alguns casos, presença de
hemisfério cerebral e córtex. O feto denominado equivocadamente de “anencéfalo”
possui preservada a parcela mais entranhada do encéfalo, matriz, portanto do controle
das funções viscerais, como: batimentos cardíacos e capacidade de respirar por si
próprio, ao nascer. Como ainda são obscuros, para nós, os mistérios da relação
cérebro-mente, não podemos permitir que nossa ignorância seja a condutora de
decisões equivocadas como a do abortamento provocado desse feto." (Marlene Nobre,
médica e presidente da AME - Associação Médica Espírita do Brasil)

E O DIREITO DA MULHER? O direito da mulher está em escolher ser ou não ser mãe.
Este direito ela o exerce, com a ajuda dos recursos que a ciência tem proporcionado.
Mas, depois da concepção, este direito passa a ser também, de outro ser, que é o
nascituro, que busca o direito a vida. Reconhecemos que a mulher que gera um feto
deficiente precisa de ajuda psicológica por um período. Mas seria importante que
inclinasse seu coração à compaixão e à misericórdia, encontrando o real significado da
vida. Até porque essas crianças podem ser amamentadas, reagem aos carinhos e,
óbvio, criam vínculos com os seus pais .
O que a mulher que gera um anencéfalo deve perguntar é: "Por que fui escolhida para
gerar um filho anencéfalo?" A mulher não deve esquecer que tem, na maternidade, a
dádiva de ser a co-criadora de Deus. Quem não tem estrutura para suportar os
imprevistos de uma gestação, não deve engravidar. Diz Divaldo Franco: "(...) o
“anencéfalo” tem vida breve ou nenhuma. Assim sendo, por que interromper o
processo reparador que a vida impõe ao espírito que se reencarna com essa
deficiência? Será justo impedi-lo de evoluir, por egoísmo da gestante? (...) é torturante
para a mãe que carrega no ventre um ser que não viverá, mais trata-se de um
sofrimento programado pelas Soberanas Leis da Vida".

EM QUE CASO NÃO HÁ UM ESPÍRITO LIGADO AO FETO? Os favoráveis ao aborto do


“anencéfalo” alegam que nele não há Espírito destinado à reencarnação conforme
explica O Livro dos Espíritos na questão 345. Porém, aos corpos para os quais
poderíamos afirmar que nenhum espírito estaria destinado seriam os dos fetos que
não têm nenhum órgão em funcionamento. Estes casos ocorrem como prova ou
expiação aos pais. Mas, os que vivem após o nascimento tem, forçosamente um
Espírito encarnado. Portanto, nada disto se aplica ao “anencéfalo”, que constitui-se em
um organismo humano vivo, a consciência responde-nos. Exemplo: Em Patrocínio
Paulista viveu por um ano e oito meses, uma menina chamada Marcela de Jesus
Ferreira, que conseguia ouvir os sons. Ela atendia a voz da mãe, o que surpreendeu a
pediatra Márcia Beari. E, em Sobradinho, temos a história de Manuela Teixeira que
sobreviveu três anos. Como podemos ver, apesar das suas deficiências são seres
humanos providos de alma, necessitadas de extremo afeto! Por fim, nós espíritas,
cremos que mesmo na possibilidade de o feto ser portador de lesões graves e
irreversíveis, físicas ou mentais, o corpo é o instrumento de que o Espírito necessita
para sua evolução, pois que somente na experiência reencarnatória terá condições de
reorganizar a sua estrutura desequilibrada por ações que praticou em desacordo com
a Lei Divina. Pais que se julgam despreparados para superarem determinados testes,
passando a agir de maneira irresponsável, fugindo às próprias obrigações para com os
mecanismos da lei de causa e efeito, pode ocasionar o agravamento do problema,
comprometendo toda a programação reencarnatória, adiando, não raro, para muito
longe, a reparação e a retomada do crescimento espiritual. Pois, os pais, na grande
maioria das vezes, estão comprometidos com o problema e precisam igualmente
passar por essa experiência reeducativa. Mas lembremos do mais importante: ELES,
ANTES DE SER NOSSOS FILHOS, SÃO FILHOS DE DEUS! E se Ele permitiu que aquela
criança se formasse, com ou sem defeito físico, e que vivesse minutos, horas, dias,
meses ou anos, algum sentido tem. Como disseram os Espíritos na questão 336 de O
Livro dos Espíritos “nada se cria sem que à criação presida um desígnio (plano)”, ou
seja, Deus não cria nada, sem que haja um plano para Sua criação. Afinal, Deus não é
perfeito? Como vemos, com os ensinamentos dos Espíritos, coletados por Kardec,
temos a chance de errarmos menos perante a Lei Divina.

Compilação de Rudymara
09 - DEPRESSÃO NA VISÃO ESPÍRITA

A variação de humor ocorre em função de: pressões ambientais, problema


de saúde, influências espirituais, o peso do passado e saudades do
Além.
Vamos explicar cada uma:

1º - Pressões ambientais: é causado por desilusão sentimental, problemas


familiares, perda do emprego ou seja, são pessoas plenamente realizadas no
terreno afetivo, da saúde, social e profissional que, não obstante, experimenta
períodos de angústia. Aqui confunde-se muito tristeza, desilusão, preocupação
com depressão.
2º - Problema de saúde: anemia profunda (falta de ferro), causa fraqueza,
apatia; pode ser por problemas de hormônios como da tireóides, por exemplo; a
falta da vitamina B12; a TPM (tensão pré menstrual), distúrbio hormonal na
menopausa, etc.
3º - Influências espirituais: estados depressivos podem originar-se da
atuação de Espíritos perturbados e perturbadores, que consciente ou
inconscientemente nos assediam. Popularmente emprega-se o termo
“encosto” para esse envolvimento. Por outro lado, os estados de euforia, sem
motivo aparente, resultam do contato com benfeitores espirituais que
imprimem em nosso psiquismo algo de suas vibrações alentadoras.
4º - Peso do passado: a depressão pode ser herança, não de nossos pais,
mas de nós mesmos. O que fizemos no passado determina o que somos no
presente. O que pesa sobre nossos ombros, favorecendo os estados depressivos,
neuroses, fobias, psicoses e demais elementos fragilizadores da consciência é a
carga dos desvios cometidos, das tendências inferiores desenvolvidas, dos vícios
cultivados, do mal praticado. Há pessoas que, pressionadas por esse peso
mergulham tão fundo na angústia que parecem cultivar a volúpia do sofrimento,
com o que comprometem a própria estabilidade física, favorecendo a evolução
de desajustes intermináveis. O remorso é um dos mais avassaladores
sentimentos e o Espírito que reencarna nesta condição carreará para o corpo
físico todo esse desequilíbrio. Seu aspecto será o de um obsidiado. No entanto,
ele é obsidiado apenas por sua memória profunda, que vinculou sua
personalidade humana. Os transtornos mentais e emocionais, conforme
assevera Divaldo Franco, tem raízes no Espírito que delinqüiu. A culpa,
consciente ou inconsciente, imprimiu-lhe no perispírito o quadro psicológico
que se irá refletir na organização física e mental durante o transcurso da
reencarnação. Mas, como disse Joanna de Ângelis: "ocorre a possibilidade de
interferências no campo mental, produzidos por entidades infelizes. Quando as
duas coisas se juntam - PASSADO E OBSESSÃO - os problemas se
avolumam, os sintomas são mais severos e a cura, às vezes, é mais demorada."
5º - Saudades do Além: este aspecto é abordado pelo Espírito François de
Genève, no cap. V, de “O Evangelho segundo o Espiritismo”: “A melancolia” –
“Sabeis por que, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e
vos leva a considerar amarga a vida? E que vosso Espírito, aspirando à
felicidade e à liberdade, se esgota, jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em
vãos esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no
desânimo e, como o corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão, o
abatimento, uma espécie de apatia, e vos julgais infelizes. Crede-me, resisti com
energia a essas impressões que vos enfraquecem a vontade. São inatas no
espírito de todos os homens as aspirações por uma vida melhor; mas, não as
busqueis neste mundo e, agora, quando Deus vos envia os Espíritos que lhe
pertencem, para vos instruírem acerca da felicidade que Ele vos reserva,
aguardai pacientemente o anjo da libertação, para vos ajudar a romper os liames
que vos mantêm cativo o Espírito. Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo
na Terra, tendes de desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer
dedicando-vos à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus
vos confiou. Se, no curso desse degredo-provação, exonerando-vos dos vossos
encargos, sobre vós desabarem os cuidados, as inquietações e tribulações, sede
fortes e corajosos para os suportar. Afrontai-os resolutos. Duram pouco e vos
conduzirão à companhia dos amigos por quem chorais e que, jubilosos por ver-
vos de novo entre eles, vos estenderão os braços, a fim de guiar-vos a uma região
inacessível às aflições da Terra.”
E COMO SUPERAR AS VARIAÇÕES DE HUMOR, MANTENDO A
SERENIDADE E A PAZ EM TODAS AS SITUAÇÕES? É evidente que não
o faremos da noite para o dia, como quem opera um prodígio, mesmo porque
isso envolve uma profunda mudança em nossa maneira de pensar e agir, o que
pede o concurso do tempo.
Considerando, entretanto, que influências boas ou más passam necessariamente
pelos condutos de nosso pensamento, podemos começar com o esforço por
disciplinar nossa mente, não nos permitindo idéias negativas.

Orientação:
Procure ajuda médica, mas:
- Mexa-se. Desenvolva atividades. Ninguém “cai na fossa”; geralmente entramos
nela quando renunciamos a uma vida ativa e empreendedora.
- Policie sua casa mental. Estados depressivos começam, com insinuantes idéias
infelizes.
- Ainda que não se sinta disposto, cultive a convivência com familiares, amigos,
colegas de profissão. O isolamento contraria a natureza sociável do ser humano,
favorecendo a instalação de desajustes íntimos.

COMPILAÇÃO DE RUDYMARA
10 - SÍNDROME DO PÂNICO NA VISÃO ESPÍRITA

Outro distúrbio que tem atingido níveis alarmantes é a síndrome do pânico. Qual a
explicação que o Espiritismo oferece para esse transtorno?

Divaldo Franco: (...) O nome pânico vem do deus Pan, que na tradição grega
apresenta-se com metade do corpo com forma humana e a outra com modulagem
caprina. O deus Pan era guardador das montanhas da Arcádia e, quando alguém
adentrava nos seus domínios, ele aparecia, produzindo no visitante o estado de
pânico, palavra essa derivada do seu nome. Portanto, é um distúrbio muito antigo.

Invariavelmente a psicogênese do ponto de vista espírita encontra-se na consciência


de culpa do paciente por atos perturbadores praticados na atual existência ou em
existências pretéritas, o que proporciona um comportamento inseguro, desconfiado.
Trata-se de alguém que busca esconder-se no corpo para fugir dos problemas que
foram praticados anteriormente. Quando irrompe a síndrome do pânico, a sensação é
terrível, porque é semelhante à da morte. É eminentemente um distúrbio feminino,
embora atinja também, segundo os especialistas, o sexo masculino.

Segundo estou informado, faltando, naturalmente, confirmação científica, a síndrome


do pânico nunca matou ninguém durante o surto, entretanto, aquela sensação
horrorosa é praticamente igual à de morte.

Que fazer? Orar. Ter a certeza de que ela é de breve curso, procurar respirar
profundamente, acalmar-se, vincular-se a Deus, rogar a proteção dos Espíritos nobres.
Assim, lentamente, dá-se uma descarga de adrenalina, procedente das glândulas
supra-renais, e o indivíduo refaz-se, passando aquele período mais doloroso, fazendo
simultaneamente a terapêutica com um psiquiatra e, de acordo com a psicogênese,
um psicólogo ou psicanalista. Nada obstante, eu sugeriria pessoalmente que a pessoa
procurasse também as terapêuticas espíritas, quais as das boas palavras, das reuniões
doutrinárias, do conhecimento de si mesmo, dos passes ou bioenergia, da água
magnetizada e, por extensão, do socorro que os bons Espíritos propiciam através das
reuniões mediúnicas de desobsessão, que dispensam a presença dos pacientes.
11 - SÍNDROME DE DOWN NA VISÃO ESPÍRITA

Todo efeito tem uma causa. Logo, deduzimos haver uma causa para que esses espíritos
vivam tal experiência, causa justa, levando-se em consideração a infinita bondade e
justiça de Deus.
Todos os obstáculos que não resultem de ações na vida atual procedem de atitudes
nas reencarnações passadas.
A Providência Divina permite que determinados espíritos reencarnem nesta condição,
para aprenderem uma grande lição através do constrangimento a que ficam sujeitos,
totalmente impossibilitados de se manifestarem normalmente.
Os amigos espirituais alertam: a imensa maioria dos casos de crianças portadoras de
deficiência física e/ou mental são aqueles que se voltaram contra si mesmos, buscando
o fim de dificuldades, na porta ilusória do suicídio. Ou então, são indivíduos que em
encarnação passada abusaram da inteligência, de seu saber, para o mal, para enganar
os outros, explorando-lhes a ignorância ou a boa-fé, inventores de engenhos de morte
ou os que estragaram seus corpos carnais cultivando o vício.
O remorso, aliado aos prejuízos causados pelo ato infeliz, faz que o espírito não
disponha de condições nem de méritos para reencarnar num corpo físico isento de
quaisquer lesões. Sabemos que o perispírito é um arquivo minucioso e implacável de
nossos menores atos bons e maus. Os excepcionais, quando reencarnam, trazem
gravados em seus cérebros espirituais o mal que maquinaram contra seu próximo e,
pela lei da causa e do efeito, contra si mesmos. Porque, todo mal que praticarmos
contra o próximo, somos nós os primeiros lesados. Pois bem, para tirarem essa crosta
maléfica que o perispírito deles guardam, só há um meio: "reencarnarem". E o corpo
de carne funciona então como um filtro através do qual se escoará aquele lodo moral
que ali se formou; esse lodo só deixará a inteligência do excepcional funcionar
normalmente depois de se ter escoado por completo, ou seja, limpado o perispírito
porque, enquanto houver um resquício desse lodo moral ali depositado, a inteligência
não funcionará direito embaraçada por ele.
"QUAL A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA DÍVIDA?" Os pais, como em qualquer ambiente
doméstico, trazem vínculos profundos com seus filhos, carregando uma parte dos
motivos que ocasionaram a queda desses espíritos, e, como tal, devem lutar e sofrer
com eles. Por outro lado, podem ser espíritos com grande capacidade de amar que
voltaram a Terra, para amparar essas criaturas em tão difícil experiência reparatória.
"QUAL A PERCEPÇÃO DA CRIANÇA EXCEPCIONAL? Não pensemos que a existência
como excepcional seja perdida em termos de aprendizado. O espírito sofre não poder
manifestar-se, contudo mantém todas as suas faculdades e gradativamente aprenderá
a não utilizá-las mal. Crianças excepcionais significam, muitas vezes, o retorno de
grandes intelectuais, gênios que caíram no orgulho e no abuso. Os mentores da vida
maior elucidaram a Kardec: "A superioridade moral nem sempre guarda proporção
com a superioridade intelectual". Sobretudo, quando fora do corpo, tem - de acordo
com o grau evolutivo de cada um - percepção da situação e da prova a que estão
submetidos. Chico Xavier elucida como se sentem e como são tratadas: "Sentem e
ouvem, registram e sabem de que modo são tratadas; elas são profundamente
lúcidas na intimidade do próprio ser".
E QUANDO HÁ REJEIÇÃO DOS PAIS? Infelizmente, existem pessoas que se julgam
despreparadas para superarem determinados testes, passando a agir de maneira
irresponsável, fugindo às próprias obrigações para com os mecanismos da lei de causa
e efeito. Semelhante fuga ocasiona o agravamento do problema, comprometendo
toda a programação reencarnatória, adiando, não raro, para muito longe, a reparação
e a retomada do crescimento espiritual. Quando Deus nos confiar semelhante tarefa,
utilizemos o recurso incondicional do Evangelho, a nos preparar e auxiliar em
quaisquer testes, superando, desde os menores obstáculos, até as montanhas das
grandes provas. Não fujamos dos testes que nos apresentam. Pais espíritas, toda prova
no lar é bafejo da confiança que desce dos "Céus", gravando em nossos corações - à
custa de lutas e alegrias, sofrimentos e satisfação - a legenda divina do amor e da
justiça, da bondade e da misericórdia, que, proferida pelo meigo Rabi da Galiléia, ainda
ecoa na acústica de nossas almas: "Todas as vezes que isso fizestes a um destes mais
pequeninos dos meus irmãos, foi a mim mesmo que o fizestes".

21 de março Dia Internacional da Síndrome de Down


12 - PODEMOS OBTER CURA APENAS PELA PRECE?

Esta pergunta foi feita por Allan Kardec aos Espíritos. E está no Livro dos Médiuns, cap.
XIV, item 176, pergunta nº 8. E a resposta foi a seguinte: "SIM, ÀS VEZES DEUS O
PERMITE. MAS TALVEZ O BEM DO DOENTE ESTEJA EM CONTINUAR SOFRENDO E
ENTÃO SE PENSA QUE A PRECE NÃO FOI OUVIDA.” E para explicar melhor esta
resposta, o Espírito Irmão X, através da psicografia de Chico Xavier conta uma bela
história no livro “Luz Acima”: “Ildefonso era filho de D. Malvina Chaves, que há quatro
anos encontrava-se semi-acamado; preso à situação difícil, assemelhava-se a um
cordeiro. Ele parecia gostar das preces maternas, dedicava-se à leitura edificante e
sabia conversar, respeitoso e gentil, encorajando quem o visitava. Malvina o
contemplava comovidamente, e pedia através da prece ao Médico Divino, a cura para
o filho. As lágrimas do sublime coração materno sufocavam as palavras na garganta,
emocionando os amigos espirituais que a assistiam em silêncio. No propósito de obter
a concessão celeste, a prestativa senhora comprometeu-se em trabalhar ainda mais
em prol do próximo. D. Malvina visitava moribundos, amparava sofredores, protegia
crianças abandonadas e arriscava a própria saúde praticando a caridade, conquistando
prestigiosos colaboradores no plano invisível. Entidades espirituais intercediam pela
mãe virtuosa implorando diariamente pela cura de Ildefonso. E explicavam que na
hipótese de o enfermo não merecer a graça, que fosse considerado os méritos da mãe,
mulher admirável na fé e no devotamento. Os pedidos se multiplicaram tanto que, um
dia, a ordem chegou do Mais Alto, determinando que o jovem fosse reajustado. Os
trabalhadores invisíveis, felizes, aguardaram o momento adequado; e quando surgiu
um médium notável, no setor da tarefa curativa, a Senhora Chaves foi inspirada a
conduzir o filho até ele. A mãezinha estava confiante. Então, o servo da saúde humana,
cercado de Espíritos amorosos, agradeceu, orou, impôs as mãos sobre o hemiplégico e
transmitiu, vigorosamente, os fluidos regenerativos dos benfeitores desencarnados.
Em breves dias, o prodígio estava realizado. Ildefonso recuperou o equilíbrio orgânico,
integralmente. E a mãe, feliz, celebrou a bênção, multiplicando serviços de compaixão
fraterna e gestos de elevada renovação espiritual. Após um mês, Dona Malvina
começou a desiludir-se. Ildefonso, curado, era outro homem. Perdeu o amor pelas
coisas sagradas. Pronunciava palavrões de minuto a minuto. Convidado à prece, dizia,
indelicado, que a religião era material de enfermarias e asilos e que não era doente
nem velho para ocupar-se de semelhante serviço. Trocava o dia pela noite, tamanha
era a pressa de ir para as noitadas barulhentas. Suas despesas desordenadas não
tinham fim. Se a mãezinha pedia mudança de atitudes, sorria, zombava, declarando a
intenção de recuperar o tempo que perdera através de espreguiçadeiras, remédios e
injeções. Com 10 meses era um transviado autêntico. Embriagava-se todas as noites,
voltava ao lar nos braços de amigos e, chegou a falsificar a assinatura de um tio em
escandaloso saque de grande proporções. A generosa mãe não sabia como resolver o
problema do filho rebelde e ingrato. Queixas surgiam de toda parte. A abnegada mãe
via-se aflita e estonteada, sem saber como reajustar a situação, quando, certa noite,
pedindo ao filho embriagado que lhe respeitasse os cabelos brancos, foi por ele
agredida a pancadas que lhe provocaram angustiosas feridas no coração. Sem palavras
de revolta, D. Malvina, procurou seu quarto, em silêncio, e rogou em prece pelo
FUTURO ESPIRITUAL de seu filho. Ela compreendeu os planos sábios e justos de Deus.
Então, intensa luminosidade espiritual resplandecia em torno de sua cabeça venerável.
E uma nova bênção desceu do Mais Alto e, com surpresa de todos, no dia imediato,
Ildefonso acordou paralítico.”
Deus ouve nossos pedidos. Mas talvez O BEM ESTEJA EM CONTINUAR SOFRENDO,
como disseram os Espíritos. Como explica Allan Kardec no O Evangelho segundo o
Espiritismo, cap. XXVIII, prefácio da prece 26: “PODEMOS PEDIR A DEUS FAVORES
TERRENOS E ELE PODE NOS CONCEDER, QUANDO TENHAM UM FIM ÚTIL E SÉRIO.
MAS, COMO A UTILIDADE DAS COISAS SEMPRE A JULGAMOS DO NOSSO PONTO DE
VISTA E COMO AS NOSSAS VISTAS SE CIRCUNSCREVEM AO PRESENTE, NEM SEMPRE
VEMOS O LADO MAU DO QUE DESEJAMOS, DEUS, QUE VÊ MUITO MELHOR DO QUE
NÓS E QUE SÓ O NOSSO BEM QUER, PODE RECUSAR O QUE PEDIMOS, COMO UM
PAI NEGA AO FILHO O QUE LHE SEJA PREJUDICIAL. SE NÃO NOS É CONCEDIDO O QUE
PEDIMOS, NÃO DEVEMOS POR ISSO ENTREGAR-NOS AO DESÂNIMO; DEVEMOS
PENSAR, AO CONTRÁRIO, QUE A PRIVAÇÃO DO QUE DESEJAMOS NOS É IMPOSTA
COMO PROVA, OU COMO EXPIAÇÃO, E QUE A NOSSA RECOMPENSA SERÁ
PROPORCIONAL À RESIGNAÇÃO COM QUE A HOUVERMOS SUPORTADO.”

Rudymara
13 - POR QUE EXISTEM DOENÇAS?

A doença não acontece por acaso, ela tem uma origem espiritual? De fato, não
podemos atribuir ao acaso a doença que nos atinja, pois não existe acaso no Universo,
que é inteiramente regido por leis divinas, naturais, perfeitas e imutáveis. Ainda que
não tenha causa evidente ou pareça ser somente um problema físico, a doença sempre
tem, basicamente, uma origem espiritual, sendo que a causa poderá ter se dado na
existência atual ou em encarnação anterior. A doença guarda relação com o estado
evolutivo do ser? Sim. É devido ao nosso atual estágio de evolução que: Nascemos na
Terra, mundo em que a matéria é grosseira e há doenças. Ex.: gripe, catapora, etc.;
Aproveitamos para reencarnar em determinada família em que a hereditariedade
causa certa doença ou a ela predispõe, para ressarcir débitos (a não ser que tenhamos
condições espirituais para superá-las, podendo nos tornar auxiliares de nossos
familiares). Ex.: cegueira; Trazemos, em nosso perispírito, determinação ou
predisposição para alguma doença, como conseqüência da ação espiritual por nós
exercida em vidas anteriores. Ex: quem lesou o seu pulmão com o cigarro, estará
predisposto a doenças relacionadas com o pulmão, como asma, bronquite,
tuberculose, etc.; Habitamos obrigatoriamente em determinado meio ambiente, que é
favorável ou não a enfermidades; Sabemos ou não como cuidar do corpo, prevenir
enfermidades, e a isso nos aplicamos ou não.
Kardec: "As doenças fazem parte das provas e vicissitudes da vida terrena são
inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que
habitamos. As paixões e excessos de toda ordem semeiam em nós gérmens malsãos, às
vezes hereditários."
É, ainda, conforme nossa evolução espiritual que: Exercemos efeitos fluídicos bons ou
maus sobre o nosso perispírito, que repercutem no corpo físico; Atraímos bons
espíritos, que nos influenciam com seus fluidos benéficos, ou espíritos maus,
sofredores, de fluidos maléficos ou enfermiços.
Para nós, espíritos encarnados na Terra, as doenças ainda continuarão a ser fato
inevitável, porque inerentes ao nosso presente estado evolutivo, por enquanto
necessário ao nosso desenvolvimento intelecto-moral. O Espiritismo não só nos
informa sobre a origem espiritual das doenças. Revela-nos, também, os meios
espirituais de as prevenir, superar ou suportar. Quando é que a enfermidade tende a
aparecer? Quando nos perturbamos ou desequilibramos física ou espiritualmente, de
modo intenso e demorado (por nós mesmos ou sob influência alheia), pois com o
desgaste fluídico ou a assimilação de fluidos maus (de outros ou do ambiente) a
resistência natural é quebrada, ficando o organismo mais exposto à eclosão de
enfermidade ou a contraí-las do exterior. Como evitar enfermidades? Para nos
prevenirmos espiritualmente das enfermidades, além de cuidar do corpo, cultivemos
os bons pensamentos e sentimentos, e pratiquemos somente o bem e nunca o mal. E
se, apesar de nossos cuidados, a enfermidade aparecer? Encaremo-la como um alerta
ou uma advertência quanto à nossa conduta atual, ou, como conseqüência do passado
exigindo reajuste para voltarmos ao equilíbrio; Não compliquemos mais a situação
com tristeza e desânimo, revolta ou agressividade; Busquemos na Medicina e nos
recursos espirituais o alívio possível e, quem sabe, até mesmo a cura; "Se Deus não
houvesse querido que os sofrimentos corporais se dissipassem ou abrandassem em
certos casos, não teria posto ao nosso alcance meios de cura."; Procuremos nos
conscientizar quanto ao que causou a enfermidade e modifiquemos para melhor o
nosso comportamento (a fim de evitar o prosseguimento do mal e sem instalação mais
profunda); apliquemo-nos no bom emprego de nossas possibilidades de ação, apesar
das limitações que a enfermidade nos imponha a fim de compensar o desequilíbrio já
causado, manter o equilíbrio nas áreas não comprometidas e adquirir merecimento
para ser socorrido espiritualmente.
"Não peques mais, para que não te suceda algo pior." - Jesus
14 - AS DOENÇAS SÃO CAUSAS OU CONSEQUENCIAS?

Geralmente, achamos que determinados males físicos são desgastes do tempo.


Achamos que é o peso dos anos ou que o corpo está enferrujando. A velhice tornou-se
sinônimo de dores e incômodos. Não é bem assim. Temos uma programação de vida,
que gira em torno dos oitenta aos cem anos. Nas proximidades desse período, a
“máquina” começa a atingir seus limites. Mas a velhice não precisa ser marcada por
doenças e dores. Deveríamos deixar suavemente o corpo, quando atingido o limite de
sua utilização. As enfermidades nem sempre representam resgate de vidas passadas.
Decorrem muito mais da maneira como vivemos e pensamos, das violências que
cometemos contra nosso corpo nesta vida.
Exemplo: DE FORA PARA DENTRO: álcool, drogas, fumo, sedentarismo, glutonaria,
promiscuidade, etc.;
DE DENTRO PARA FORA: mágoa, ódio, revolta, desespero, inconformação, etc.; pode
ser de origem carmática: são aquelas que trazemos de outra vida; as que são simples
conseqüências de vivermos nos fluidos da Terra, como sarampo, gripe, etc.; as doenças
dos espíritos desencarnados são quando sentimos todos os sintomas que eles sentem.
Eles se aproximam de nós quando estamos agindo e pensando como eles agiam na
Terra. Muitas vezes ficam por muito tempo presos a hábitos e costumes como vícios,
fomes, sede, etc. Neste caso, a pessoa vai ao médico e este nada consegue encontrar.
A Medicina é a manifestação da misericórdia divina, ajudando-nos a vencer ou
amenizar as enfermidades que geramos, para que possamos cumprir o tempo que nos
é concedido, ao reencarnar, atendendo aos planos celestes. Claro que há exceções,
como por exemplo: OS PROBLEMAS CÁRMICOS, em que o Espírito vem para
experiência breve, trazendo uma composição genética que lhe ceifará a existência na
infância, na adolescência ou na idade adulta, antes de atingir os limites traçados pela
biologia. Portanto, todos nós podemos e devemos desenvolver um comportamento
adequado, a fim de aproveitar integralmente as oportunidades de edificação da
jornada humana. Evitaremos o vexame de retornar ao mundo espiritual antes do
tempo, despejados do corpo, como um inquilino que é obrigado a deixar a casa que
desmorona, por não ter cuidado bem dela. Exemplo: OS CUIDADOS FÍSICOS: exercícios
metódicos, alimentação adequada, trabalho disciplinado, repouso regular, cuidados de
higiene, abstenção de vícios; OS CUIDADOS MENTAIS: otimismo, bom humor, alegria,
tolerância, compreensão. André Luiz afirma que “se a mente encarnada não conseguiu
ainda disciplinar e dominar suas emoções e alimentar paixões (ódio, inveja, idéias de
vingança), ela entrará em sintonia com os irmãos do plano espiritual, que emitirão
fluidos maléficos para impregnar o perispírito do encarnado, intoxicando-o com essas
emissões mentais e podendo levá-lo até à doença.”; OS CUIDADOS ESPIRITUAIS:
atividades religiosas, oração, empenho de renovação, prática do Bem. E, sobretudo,
AMAR. Pois, costuma-se dizer que quem ama não adoece. O exercício do amor, que
em sua aplicação mais legítima é trabalhar pela felicidade do ser amado, nos coloca
em sintonia com as fontes da Vida, onde está o divino elixir que sustenta a saúde
perfeita. Assim como o contrário poderá nos colocar em sintonia com desencarnados
em sofrimento, cuja dor que sentirem, sentiremos. Portanto, usemos e abusemos, a
começar pelo amor a nós mesmos. Se nos amarmos de verdade, haveremos de evitar o
que nos faça mal, ainda que, em princípio, nos pareça bom. Exemplo: os vícios. Só um
impulso passional, que não tem nada a ver com o amor, pode nos induzir a fazer algo
que satisfaz a hora presente, como o cigarro, o álcool, as drogas, sem nos importarmos
com a saúde que se deteriora, a existência que se abrevia, o futuro que se complica.
Quem se ama quer o bem do próprio corpo. Cultiva a temperança, como o motorista
cuidadoso, que trata com carinho de seu automóvel. E, também, o bem da alma,
cumprindo as leis divinas, enunciadas com precisão nos ensinamentos de Jesus. Assim,
viveremos integralmente o tempo que o Senhor nos concede. E, quando chegar nossa
hora, mansamente entregaremos a “máquina”, quilometragem cumprida, sem pontos
negativos em nossa “carteira”, habilitando-nos à sonhada conquista de um GLORIOSO
FUTURO.
Como vemos, a doença não é uma causa, é uma conseqüência proveniente das
energias negativas que circulam por nossos organismos espiritual e material. O
controle das energias é feito através dos pensamentos e dos sentimentos, portanto,
possuímos energias que nos causam doenças porque somos indisciplinados
mentalmente e emocionalmente.
15 - OS PUROS DE CORAÇÃO SÃO BEM AVENTURADOS?

No capítulo VIII do O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 20 temos a comunicação


de um espírito que quando encarnado foi um cura de Ars, ou seja, foi um vigário da
cidade chamada Ars.
Este vigário realizava curas quando estava encarnado. Esse capítulo nos mostra uma
pessoa cega que procurou um (a) médium para evocar Vianney.
Vianney atende ao chamado e diz: “Por que me chamaste? Para que eu imponha as
mãos sobre esta pobre sofredora que está aqui, e a cure? Ah, que sofrimento, bom
Deus! Perdeu a vista e as trevas se fizeram para ela. Pobre criança! Que ore e espere.
Todas as curas que obtive, e que conhecem, não atribua senão Àquele que é o Pai de
todos nós. Nas vossas aflições, voltai sempre os olhos para o céu, e dizei, do fundo do
coração: “Meu Pai, curai-me, mas fazei que a minha alma doente seja curada antes
das enfermidades do corpo; que minha carne seja castigada, se necessário, para que
a minha alma se eleve para vós com a brancura que possuía quando a criastes . . .”
A primeira observação que fazemos nessa comunicação é que, Vianney deixa claro
que as curas que realizava só eram possíveis porque Deus permitia. Pois, muitos não
conseguem obter a cura, achando que o curador não presta, que ele é um charlatão,
etc. Na verdade, é que Deus não permitiu. Porque Ele sabe o que é melhor para nós. O
médium curador é apenas um instrumento de Deus.
A segunda observação é que “Não há doença, há doente”, como disse Joanna de
Ângelis. A Terra é um planeta que abriga Espíritos rebeldes à lei de Deus, ignorantes e
maldosos. Portanto, são Espíritos doentes. Quando curarmos as doenças da alma, ou
seja, quando tivermos o coração livre das impurezas, não haverá mais doenças no
corpo físico.
Como disse Jesus: “Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.”
Poderíamos definir essa pureza como a ausência de sentimentos inferiores como: a
cobiça, a luxuria, a maldade, o ódio, o ressentimento, a ambição, o orgulho, a vaidade,
o egoísmo, os vícios . . . Procurar ser como as crianças, como recomendou Jesus,
porque os sentimentos inferiores ainda dormitam em seus corações, nesse período
elas são puras e simples, ou seja, a criança não é maliciosa; não vê o mal no
comportamento alheio; não se satisfaz com a maledicência; relaciona-se com qualquer
pessoa, independente da cor, raça, nacionalidade, religião, posição social; quando
brigam, logo perdoam e voltam a brincar; ela não se sente infeliz morando em singela
cabana, diverte-se com um cabo de vassoura como se fosse um cavalinho de pau, ao
contrário de nós, que estamos sempre insatisfeitos com o que temos. Quanto mais
temos, mais queremos. E quanto a “ver” Deus, primeiro precisamos superar a idéia
que Ele está sentado no trono celeste comandando os anjos, determinando castigos
para os maus e oferecendo aos bons a suprema ventura de contemplá-lo, face a face,
por toda a eternidade. Deus é mente criadora, a consciência cósmica que construiu o
Universo e sustenta a vida. Estamos mergulhados em seu seio, segundo André Luiz,
como peixes num oceano. Tanto mais próximo estaremos Dele quanto maior a nossa
capacidade de nos ligarmos aos valores espirituais, aprendendo a amar
verdadeiramente toda Sua criação. Nós ainda não sabemos amar. Nós matamos
animais por passa tempo; poluímos o ar, os rios, os mares; desmatamos; extinguimos
espécies animais; jogamos o nosso lixo no terreno baldio, levando nosso problema
para os outros resolverem, pois, o dono do terreno terá que fazer a limpeza, os
vizinhos terão que conviver com os bichos, etc.; numa seleção para um trabalho, ou
um concurso público, procuramos sempre o Q.I. (Quem Indica), para tomarmos a
frente de outros que muitas vezes estudaram mais, e tem mais capacidade; se o
noticiário de TV mostra um jovem que cometeu um delito qualquer, nós pedimos que
a lei seja rígida também para os jovens, ou pedimos logo a pena de morte. Mas se esse
jovem é de nossa família, nós dizemos que foi um deslize, e assim, sucessivamente. O
próximo para nós, ainda é a família consangüínea. Por ex.: Quando o filho ou irmão do
vizinho comete um assassinato, dizemos que ele é um bandido, quando o filho ou
irmão é nosso, dizemos que ele comete um deslize.
Portanto, não estamos fazendo para o outro o que queremos que façam para nós. Nós
ainda não amamos Universalmente. Somente quando amarmos a Criação de Deus,
sentiremos Sua presença, nós e O veremos em cada detalhe de Sua Criação. Quando
isso acontecer, não teremos mais coragem de maltratar, seja lá o que for.
A terceira observação é em relação a nossas aflições. Quando uma aflição não é
conseqüência dos atos da vida presente, é necessário procurar a sua causa numa vida
anterior. Lembrando que a maioria das aflições são causadas na vida presente.
Vivemos abusando do nosso livre arbítrio, correndo na contra mão da vida a 200 km
por hora, e dizendo que as conseqüências são do passado. Por exemplo: Um dia, um
pai chegou a Chico Xavier e disse que o filho havia morrido num acidente de carro, e
que ele queria saber se era um "carma" que o rapaz tinha que passar. Chico respondeu
que era falta de "calma” nessa vida, o rapaz corria demais com o carro, foi
imprudência.
Mas a lei ama, deixando ao infrator a oportunidade de reparação.
Se alguém é afligido com a perda da visão, provavelmente, a vista foi para ele uma
causa de queda, lhe serviu de instrumento para ter maus pensamentos. Talvez
também tenha causado a perda da vista de outro; pode ter ficado cego pelo excesso
de trabalho que alguém lhe impôs, ou ainda em conseqüência de maus tratos, de falta
de cuidados, etc. Ele mesmo, no seu arrependimento, pode ter escolhido esta prova,
aplicando a si próprio estas palavras de Jesus: “Se vosso olho for motivo de escândalo
(maldade), arrancai-o”.
Claro que não podemos tomar as palavras de Jesus ao pé da letra. Ele apenas nos
mostra a necessidade de destruirmos de nós as causas de escândalo, ou seja, do mal.
Para isso, não precisamos vazar nossos olhos, ou cortar as mãos, basta repararmos
através das reencarnações, entrando na vida (encarnando) sem a mão, sem a visão,
etc.
A quarta observação é sobre pessoas que procuram nos Centros Espíritas o dia de
“consulta”.
Essas pessoas, geralmente, querem dos Espíritos um milagre, como fez a cega que
buscou a médium para evocar Vianney.
Elas não buscam “consultar” os livros da Codificação que explicarão o porque das
dores e aflições, ou então, “consultar” os Espíritos de Emmanuel, Joanna de Ângelis,
André Luiz, Bezerra de Menezes, etc., através dos livros espíritas, que são orientações
baseados no receituário divino que é o Evangelho, trazido pelo médico de nossa alma,
que é JESUS.
Somente seguindo esse receituário divino curaremos as chagas de nossa alma, para
não sofrermos dores e aflições no futuro.
O remédio desse receituário, as vezes é amargo, por isso muitos fogem, querendo um
“milagre” que não precise fazer o sacrifício de engolir o remédio.
As pessoas não querem entender as propostas de Jesus, não querem fazer a reforma
íntima, enfim, só querem receber, mas não querem doar.
Evidentemente, não é fácil.
Cada encarnação é como um filme, mudam os cenários, mas o enredo é sempre o
mesmo: começamos a vida como “mocinhos”, dispostos a mudar o mundo e,
geralmente, terminamos como “bandidos”, comprometidos por vícios e mazelas
(fraquezas).
Como diz André Luiz: “contra a pálida réstia de luz do presente, simbolizada pelo
desejo de melhorar, há montanhas de trevas do passado.”
Nossa vontade de melhorar é tão pequena, perto da montanha de erros do passado.
Pedimos tanto para Deus, e damos tão pouco daquilo que Ele nos pede.
Queremos tanto que Ele escute nossos pedidos, mas nós nos fazemos de surdos para
os pedidos Dele para nós.
Queremos que Ele faça a nossa vontade, mas nós pouco fazemos a vontade Dele.
Assim mesmo, Ele nos dá meios para ressarcir os tropeços, nos dizendo, através de
Jesus que: “O amor cobre a multidão dos pecados”, ou seja, todo o Bem que
praticarmos, diminuiremos a multidão de erros que fizemos no passado.
Perseverando, é claro, para não contrairmos novos débitos. Por exemplo, se teríamos
de passar pela aflição da cegueira, passaremos a sofrer com a visão limitada. Então, se
trazemos um carma muito pesado, o Bem que fizermos diminuirá este peso, porque
Deus não é cobrador de impostos, Deus é amor, e na Sua lei o que vigora é o Bem.
E aqueles que não alcançarem o desejado, lembrem-se que Deus enxerga além de nós,
e sabe que ainda não chegou o momento oportuno de nos conceder o pedido, Ele nos
conhece melhor do que nós mesmos. Ele sabe que muitas vezes a cura, ou o seja lá
qual for o pedido, poderá comprometer a nossa encarnação. Como a história de
Humberto de Campos, no livro “Luz Acima”: “Malvina, mãe virtuosa de Idelfonso, que
preso ao leito, parecia um cordeiro. Quando, porém, curado e com liberdade de
movimentos transformou-se num delinqüente. Malvina compreendeu então, que a
doença era uma bênção para o filho.” Por isso, lembremos sempre de incluir em
nossas preces a frase: “Seja feita a Vossa vontade.” Portanto, façamos a nossa parte e
deixemos o restante nas mãos do Pai.
16 - SOMOS COITADINHOS?

Diz Emmanuel no livro O Consolador: "dentre os mundos inferiores, a Terra pertence à


categoria dos de expiações e provas, porque ainda existe predominância do mal sobre
o bem. Aqui, o homem leva uma vida cheia de vicissitudes por ser ainda imperfeito,
havendo, para seus habitantes, mais momentos de infelicidades do que de alegrias. A
provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e
da edificação espiritual. A expiação é a pena imposta ao malfeitor que comete um
crime.”
Diante de tal explicação, concluímos que não nascemos para ser completamente
felizes. Aqui, neste planeta, alegria e tristeza se revezam. Moramos num vale de
lágrimas, ou seja, ora choramos de alegria, ora de tristeza. Estes são ensinamentos
básicos na Doutrina Espírita, mas muitos de nós espíritas, mesmo sabendo de tudo
isso, quando passamos por um momento difícil, sentimos pena de nós mesmos. Basta
encontrarmos com um conhecido para desabafarmos nossas amarguras nos colocando
na condição de “coitadinho” ou “vítima” de uma situação. Quando na verdade somos
“vitimas” de nós mesmos. E no evangelho diz: “a cada um segundo suas obras” (Lucas
XII, 47-48), ou seja, cada um de nós irá resgatar segundo o que tenhamos feito. Estes
esclarecimentos nos faz pensar e agir de maneira diferente. Passamos a aceitar melhor
as tribulações da vida. Uma das mais belas virtudes que enfeitam a alma humana é a
resignação, a expressar-se na aceitação dos males da existência.
A auto-piedade é um alimento venenoso, uma espécie de erva daninha que intoxica o
espírito, dificulta as relações e promove medo, desconfiança, solidão e melancolia. É
filha do egoísmo e da lamentação, afilhada do orgulho e irmã da necessidade de
aprovação e de atenção especial.
Lembramos aqui a história do médium Jerônimo Mendonça. Um exemplo de
superação de limites. Ele foi totalmente paralítico há mais de trinta anos, sem mover
nem o pescoço, foi cego há mais de vinte anos, com artrite reumatóide que lhe dava
dores terríveis no peito e em todo o corpo, era levado por mãos amigas por todo o
Brasil a fora para proferir palestras. Foi tão grande o seu exemplo que foi apelidado “O
Gigante Deitado” pelos amigos e pela imprensa. Houve uma época, em meados de
1960, quando ainda enxergava, que Jerônimo quase desencarnou com hemorragia
acentuada, das vias urinárias. Estava internado num hospital de Ituiutaba quando o
médico, amigo, chamou seus companheiros espíritas que ali estavam e lhes disse que o
caso não tinha solução. A hemorragia não cedia e ele ia desencarnar. Os amigos,
resolveram levá-lo até Uberaba, para despedir-se de Chico Xavier. Pois eles eram muitos
amigos. O lençol que o cobria era branco. Quando chegaram a Uberaba, estava
vermelho, tinto de sangue. Ao chegar, vendo o amigo vermelho de sangue Chico disse:
“OLHA SÓ QUEM ESTÁ NOS VISITANDO! O JERÔNIMO! ESTÁ PARECENDO UMA ROSA
VERMELHA! VAMOS TODOS DAR UM BEIJO NESSA ROSA, MAS COM MUITO CUIDADO PARA
ELA NÃO DESPETALAR.” Um a um os companheiros passavam e lhe davam um suave
beijo no rosto. Ele sentia a vibração da energia fluídica que recebia em cada beijo.
Finalmente, Chico deu-lhe um beijo, colocando a mão no seu abdome, permanecendo
assim por alguns minutos. Era a sensação de um choque de alta voltagem saindo da
mão de Chico, o que Jerônimo percebeu. A hemorragia parou. Ele que, fraco, havia ido
ali se despedir, para desencarnar, acabou fazendo a explanação evangélica, a pedido
de Chico, e em seguida vem a explicação: “VOCÊ SABE PORQUÊ DESTA HEMORRAGIA,
JERÔNIMO?” Jerônimo respondeu: “NÃO, CHICO.” Chico, então, explicou: “FOI PORQUE
VOCÊ ACEITOU O “COITADINHO”. COITADINHO DO JERÔNIMO, COITADINHO... VOCÊ
DESENVOLVEU A AUTOPIEDADE. COMEÇOU A TER DÓ DE VOCÊ MESMO. ISSO GEROU UM
PROCESSO DESTRUTIVO. O SEU PENSAMENTO NEGATIVO FLUIDICAMENTE INTERFERIU NO
SEU CORPO FÍSICO, GERANDO A LESÃO. DORAVANTE, JERÔNIMO, VENÇA O COITADINHO.
TENHA BOM ÂNIMO, ALEGRE-SE, CANTE, BRINQUE, PARA QUE OS OUTROS NÃO SINTAM
PIEDADE DE VOCÊ.” Ele seguiu o conselho. A partir de então, após as palestras, ele
cantava e contava histórias hilariantes sobre as suas dificuldades. A maioria das
pessoas esquecia, nestes momentos, que ele era cego e paralítico. Tornava-se igual aos
sadios.
Sobreviveu quase trinta anos após a hemorragia “fatal”. Venceu o “coitadinho”.
Que essa história nos seja um exemplo, para que nos momentos difíceis tenhamos
bom ânimo, vencendo a nossa tendência natural de autopiedade e esmorecimento.
17 - O QUE É A VERDADEIRA DESGRAÇA?

Tentaremos explicar usando esta história: “Joel era um verdadeiro cristão, sempre
empenhado em ajudar o semelhante, tanto na atividade profissional, como no lar, na
organização assistencial, no Centro Espírita. Mas o Céu tinha outros planos para ele.
Joel retornou à Espiritualidade, vitimado por um acidente de trânsito. Foi um rude
golpe para o movimento espírita local, e particularmente para Sara, sua esposa, que
não conseguia aceitar a separação. Questionava ela: "HÁ TANTOS CRIMINOSOS,
TANTOS INCONSEQUENTES EGOÍSTAS, CUJA MORTE SERIA UM BENEFÍCIO PARA A
HUMANIDADE, PORQUE LOGO MEU MARIDO, UM HOMEM DIGNO E NOBRE, TÃO ÚTIL
A TANTA GENTE?” Mergulhada na depressão, recusava-se a retornar à normalidade,
alimentando a perigosa idéia de que seria preferível morrer. Até que certa noite, na
reunião mediúnica da qual participava, um generoso benfeitor espiritual disse-lhe:
"SARA, SUA INCONFORMAÇÃO É INCOMPATIVEL COM SEUS CONHECIMENTOS. VOCÊ
SABE QUE NADA OCORRE POR ACASO.” Angustiada argumentou: "SEI QUE EXISTEM
PROBLEMAS CÁRMICOS ENVOLVENDO SITUAÇÕES DESSA NATUREZA, MAS TENHO
APRENDIDO QUE O BEM QUE EXERCITAMOS HOJE NEUTRALIZA O MAL QUE
PRATICAMOS ONTEM. E, CONSIDERANDO QUE JOEL ERA PRECIOSO INSTRUMENTO DA
ESPIRITUALIDADE NA TERRA, PORQUE NÃO LHE FOI PRESERVADA A VIDA? NÃO SERIA
JUSTO DEIXÁ-LO RESGATAR SEUS DÉBITOS COM O ESFORÇO DA CARIDADE, EM QUE
PONTIFICOU COMO DEVOTO SERVIDOR DO CRISTO?” O mentor aguardou por alguns
instantes, até que fossem menos abundantes as lágrimas, e explicou sereno: "SEU
ARGUMENTO É PONDERÁVEL, MAS EQUIVOCADO, PORQUE VOCÊ DESCONHECE A
EXTENSÃO DOS COMPROMISSOS DE JOEL. SEU DESENCARNE, MUITO MAIS QUE O
CUMPRIMENTO DA JUSTIÇA, FOI UM ATO DE MISERICÓRDIA QUE BENEFICIOU NÃO
APENAS ELE, MAS SOBRETUDO, VOCÊ.” Sara disse: "NÃO ESTOU ENTENDENDO.” O
mentor, então, explicou: “SEGUNDO COMPROMISSOS QUE AMBOS ASSUMIRAM NO
PASSADO, JOEL DEVERIA SOFRER DERRAME CEREBRAL QUE O SUJEITARIA A UMA VIDA
VEGETATIVA, PRISIONEIRO DE UM CORPO INERTE, INCOMUNICÁVEL. VOCÊ CUIDARIA
DELE POR APROXIMADAMENTE 10 ANOS. TENDO EM VISTA OS MÉRITOS DE SEU
MARIDO, FOI-LHE POUPADA A DOLOROSA EXPERIÊNCIA E ELE RETORNOU À
ESPIRITUALIDADE, DE ONDE CONTINUA A AJUDÁ-LA NOS ENCARGOS QUE LHE
COMPETEM, CONFORME SUA PROGRAMAÇÃO DE VIDA. ELE PEDE-LHE QUE SUPERE O
PESADELO DA SEPARAÇÃO COM O SONHO DE GLORIOSO REENCONTRO NA
IMORTALIDADE.” A partir desse dia Sara readquiriu a disposição de viver, enfrentando
com serenidade e coragem seus compromissos, lembrando sempre que ela e o marido
haviam recebido uma grande dádiva do Céu.”
CONCLUSÃO: “Muitas pessoas questionam os acontecimentos difíceis e dolorosos,
enveredando por caminhos de rebeldia e desalentos que lhes multiplicam os
sofrimentos. As pessoas vêem a desgraça na miséria, na lareira sem fogo, nas lágrimas,
no féretro (caixão de defunto) que se acompanha com o coração partido, na angústia
da traição, na privação do orgulhoso que desejava vestir-se de púrpura e esconde sua
nudez nos farrapos da vaidade. Tudo isso, e muitas outras coisas, chamam de
desgraça, na linguagem humana. Sim, realmente é a desgraça, para aqueles que nada
vêem além do presente. A tempestade, que despedaça as árvores, é visto como
desgraça. No entanto, ela purifica a atmosfera, dissipando os miasmas insalubres que
poderiam causar a morte. Para julgar uma coisa, é necessário, portanto, ver-lhe as
conseqüências. É assim que, para julgar o que é realmente felicidade ou desgraça para
o homem, é necessário transportar-se para além desta vida, porque é lá que as
conseqüências se manifestam. Aos olhos materialistas, o que é desgraça no presente, é
compensação na vida futura. Tenham esperança, vocês que choram!” (O Evangelho
segundo o Espiritismo, cap. V, item 24, escrito pelo Espírito Delphine de Girardin)
Esta história e texto demonstram que o Espiritismo é esclarecedor, consolador e
comprovador de que Deus é justo, bom e perfeito. E que as obras básicas são
complementadas por depoimentos e ensinamentos de Espíritos desencarnados que
voltam para contar suas vivências através da psicografia. Cabe a nós observar a
experiência deles para tomarmos como exemplo e para não errarmos no mesmo
ponto.
18 - O PASSE ESPÍRITA CURA?

Sim. Quando ministrado e recebido com fé, o passe é capaz de produzir verdadeiros
prodígios. Ele têm como objetivo o reequilíbrio do corpo físico e espiritual. Mas é
preciso esclarecer que a cura não acontece em todos os casos. Ás vezes, o bem do
doente está em continuar sofrendo. Por isso devemos explicar, segundo a visão
espírita, porque ficamos doentes, porque uns conseguem curar-se e outros não, etc.
Para que os que não alcançarem a cura, não saiam decepcionados achando que o
Espiritismo é uma religião de charlatães. No Cap. 21, do livro "Entre a Terra e o Céu"
diz: "Um dia, o homem ensinará ao homem, consoante as instruções do Divino
Médico, que a cura de todos os males reside nele próprio. A percentagem quase
total das enfermidades humanas guarda origem no psiquismo. Orgulho, vaidade,
tirania, egoísmo, preguiça e crueldade são vícios da mente, gerando perturbações e
doenças em seus instrumentos de expressão." Porque com a cura física, muitas
pessoas se atiram de novo ao desregramento, voltando a se prejudicarem. Mas quem
aprende que precisa se aprimorar espiritualmente na prática do Bem e nisso se
empenha, quer alcance ou não a cura do corpo, encontrará o caminho para a cura
verdadeira e duradoura, a manutenção do equilíbrio em seu espírito imortal. Portanto,
empenhemo-nos em curar males físicos, se possível. Mas lembremos, porém, que o
Espiritismo “cura sobretudo as moléstias morais”. Não queiramos dar maior
importância à cura de corpos do que ao fim principal do Espiritismo, que é “tornar
melhores aqueles que o compreendem.” CADA CENTRO ESPÍRITA TEM UM MÉTODO
DE APLICAR O PASSE? Alguns sim, mas o movimento espírita, como todo movimento é
conduzido por humanos, cada qual num grau de evolução, conseqüentemente, a
interpretação será conforme seu entendimento. Mas, José Herculano Pires no livro
“Obsessão, O Passe e a Doutrinação” explica que: “o passe espírita não comporta as
encenações e gesticulações que hoje envolvem alguns teóricos improvisados,
geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista.
Os espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas à prece
e a imposição das mãos.” MAS, ANDRÉ LUIZ NARRA EM VÁRIOS LIVROS, COMO POR
EXEMPLO “NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE” CAP. 17, A APLICAÇÃO DE PASSES
LONGITUDINAIS. POR QUE NÃO FAZER O MESMO? Precisamos compreender que o
ângulo de observação de André Luiz é do plano espiritual. Quando ele se refere a outro
tipo de passe, os “passistas” são sempre espíritos desencarnados, que podem ver o
funcionamento de nossos órgãos, o que para nós, encarnados, não é possível. Além do
mais, como disse J. Herculano Pires:“a técnica do passe não pertence a nós, mas
exclusivamente aos Espíritos Superiores. Só eles conhecem a situação real do paciente,
as possibilidades de ajudá-lo em face de seus compromissos nas provas, a natureza dos
fluidos de que o paciente necessita e assim por diante.” Por exemplo: quando
tomamos um comprimido para dor de cabeça, este não precisa ir para a cabeça para
agir. Assim é o PASSE, que é aplicado no alto da cabeça (coronário), e os espíritos se
encarregam em levar os fluidos ao local do corpo necessitado. O PASSE ESPÍRITA
UTILIZA MACA? Não. Este método é utilizado na terapia holística chamada Reiki. Os
adeptos desta terapia acham as filas de espera do passe espírita muito impessoal. Por
isso, utilizam maca, onde o paciente recebe energia com hora marcada, música
relaxante e essências aromáticas. O PASSE REIKI TAMBÉM CURA? Sim, também faz os
doentes saírem física e mentalmente recuperados. Deus não beneficia só os espíritas
ou os freqüentadores da casa espírita. Cabe a nós, espíritas, respeitarmos as mais
diversas modalidades e formas de cura. São meios úteis de minimizar o sofrimento
alheio. SE É BOM, POR QUE O ESPIRITISMO NÃO ADOTA TAL MÉTODO? Porque o
passe espírita também é bom e para ser bom aprendemos que não precisa de recursos
materiais. Os espíritas precisam ajudar a renovação das idéias religiosas e não
conseguirão isso, se ocultar o que já conhecem e se cederem sempre aos atuais
costumes ou novidades. Além do que, o espírita tem o dever de não ficar preso às
fórmulas religiosas que nada mais lhe significam como: maca, lâmpadas coloridas, etc.,
que fazem função de amuletos. Divaldo numa entrevista dada ao Correio Espírita disse:
“deve-se evitar, quanto possível, a exposição de lâmpadas coloridas, no pressuposto
de realizar-se ação cromoterapêutica.” Vejamos o que disse José Herculano Pires, no
mesmo livro acima citado: “Todas essas tolices decorrem essencialmente do apego
humano às formas de atividades materiais. O passista consciente, conhecedor da
doutrina e suficientemente humilde compreende que ele pouco sabe a respeito dos
fluidos espirituais, e o que pensa saber é simples pretensão orgulhosa, limite-se à
função mediúnica de intermediário. Muitas vezes os Espíritos recomendam que não
façam movimentos com as mãos e os braços para não atrapalhar os passes.”
Ultimamente estamos encontrando muitas novidades no meio espírita. Há, por
exemplo, quem acredite que a desobsessão e o passe espírita pararam no tempo,
conseqüentemente, precisam de ajuda. Perguntemos: ALLAN KARDEC ESTÁ
ULTRAPASSADO? J. Herculano Pires responde: “O Kardec superado, dos espíritas
pretensiosos dos nossos dias está sempre na dianteira das conquistas atuais. O
Espiritismo é a Ciência e acima de tudo a Ciência que antecipou e deu nascimento a
todas as Ciências do Paranormal, desde as mais esquecidas tentativas científicas do
passado até a Metapsíquica de Richet e a Parapsicologia atual de Rhine e McDougal.
Qualquer descoberta nova e válida dessas Ciências tem as suas raízes no O Livro dos
Espíritos. Todos os acessórios ligados à prática tradicional do passe devem ser banidos
dos Centros Espíritas sérios. O que nos cabe fazer nessa hora de transição da
Civilização Terrena não é inventar novidades doutrinárias, mas penetrar no
conhecimento real da doutrina, com o devido respeito ao homem (Kardec) de ciências
e cientista eminente que a elaborou, na mais perfeita sintonia com o pensamento dos
Espíritos Superiores.”).
Então, queremos esclarecer, que não somos contra métodos, técnicas, rituais, etc.,
adotados por outras seitas, religiões, terapias holísticas ou alternativas. A Doutrina
nunca diz ser “contra” alguma coisa, no máximo “não é favorável”. Ela nunca diz “não
pode”, no máximo diz “não deve”. Pregamos o livre arbítrio, portanto, temos
obrigação de exercê-lo. Mas, não é por respeitarmos que as adotaremos. Não
queremos impor aquilo que acreditamos a ninguém, mas não queremos que nos
imponham o que não aceitamos. Não gostaríamos de ver implantado na Casa Espírita o
que não pertence a ela. Mas aquele que acredita ser certo o que pratica, não deve se
melindrar com opinião contrária, “a cada um segundo sua consciência”. Portanto,
gostaríamos que todos compreendessem que não escrevemos para criticar, ofender,
brigar, até porque este não é o intuito da Doutrina Espírita. Escrever textos espíritas e
omitir o que o “Espiritismo” prega para não desagradar este ou aquele, seria covardia
da nossa parte e falta de caridade com o Espiritismo. Apenas utilizamos este meio de
comunicação para tirarmos dúvidas e divulgarmos a Doutrina dos Espíritos como ela é
aos espíritas, não-espíritas, simpatizantes e até não-simpatizantes. “A maior caridade
que podemos fazer ao Espiritismo é sua divulgação”, disse Emmanuel. Portanto, a
pratiquemos com respeito e responsabilidade.
19 - CURAS ESPIRITUAIS

André Luiz, conta no livro “Missionários na Luz”, cap. 12, a história de um Espírito que,
em sua última encarnação, cometeu revoltante crime, assassinando um pobre homem
a facadas na região do estômago. Este ato impensado levou este Espírito a grandes
aflições, porque a vítima desencarnada o obsedou dia a dia até sua desencarnação. E
após sua desencarnação, além do remorso natural, foi para regiões umbralinas,
sofrendo ali grandes aflições também. Depois de muito tempo, quando estava
consciente do erro que cometeu, ajudou sua vítima "diminuindo" assim seu débito.
Então, para reparar de vez o crime, ele pediu que, na sua nova encarnação,
desencadeasse nele, uma úlcera de importância que começaria a incomodá-lo logo
que chegasse à maioridade física. Carregaria a própria ferida, conquistando, dia a dia, a
necessária renovação. Sofreria e lutaria incessantemente, desde a eclosão da úlcera
até sua desencarnação.

Imaginemos então, este Espírito já encarnado. Devido ao esquecimento ao reencarnar,


provavelmente, procurará a cura para sua doença na medicina e não encontrará.
Então, certamente dirá: “Estes médicos, não sabem nada, porque são todos
mercenários!” Ele talvez, procurará fazer promessas na Igreja Católica, e nada . . .
Talvez fará oferta no templo protestante, e nada . . . Talvez tomará passes na Casa
Espírita, e nada também. Se for adepto da saúde, não fumando, não bebendo,
ingerindo alimentos saudáveis, fazendo exercícios físicos, etc., alguém dirá: "Tá vendo!
O que adiantou cuidar da saúde? Por isso, fumo, bebo, como de tudo . . ."
Esta atitude é comum, para quem não vê além da matéria.
Muitas vezes, o Centro Espírita mal orientado se dedica quase que inteiramente à
tentativa das curas físicas pela ação mediúnica, sem considerar que:
as enfermidades não acontecem por acaso; elas refletem condições espirituais;
guardam relação com o estado evolutivo do ser; revelam carências, lesões,
perturbações espirituais com origem nesta ou em existências anteriores; serve de freio
ou de prova para evoluir mais rápido e, portanto, nem todos os doentes poderão ser
curados. Se não explicarmos estes detalhes aos que procuram a cura nas Casas
Espíritas, corremos o risco de sermos chamados de charlatães, por aqueles que não
alcançarem o almejado.
A Casa Espírita existe não para tratar de corpos mas de almas, porque o Espiritismo
cura, sobretudo, os males morais.
Quando Joanna de Ângelis diz que "não há doenças, há doentes", ela quis dizer que a
doença só aparece porque somos doente da alma. Porque ainda abrigamos ódio,
rancor, mágoa, revide, abusamos da alimentação, das bebidas alcoólicas, etc. E estas
transgressões, refletem no corpo físico através de doenças.
Divaldo Pereira Franco, no Livro “Diretrizes de Segurança”, recomenda que: “Não
devemos trazer para o Espiritismo o que pertence aos outros ramos do conhecimento.
A missão de curar é do médico. O espiritismo não veio competir com a ciência médica.
Não devemos pretender transformar a casa espírita em nosso consultório médico.”
Mas afinal, porque há Centro Espírita que tem trabalho de cura espiritual e outro não ?
Na verdade, todo Centro Espírita possui um trabalho de cura muito bem montada
através da FLUIDOTERAPIA, que são os passes e a água fluidificada.
O magnetismo tem poder de cura, o próprio Allan Kardec nos fala na Revista Espírita e
nas obras da codificação. Antes de estudar fenômenos espíritas, ele estudou
magnetismo por mais de 30 anos. O Espiritismo não faz milagres; unicamente
descobriu algumas leis que regem os fluidos e as aplica em benefício da humanidade
sofredora.
Os médiuns curadores irradiam fluidos de alto poder magnético, dos quais os espíritos
curadores se utilizam para a produção das curas e manipulação dos remédios fluídicos.
Os que estão recebendo o passe deverão ligar seu pensamento ao alto, para ajudar a
receptividade. De pensamento elevado, o magnetismo penetra mais facilmente. E de
pensamento negativo, dificulta a penetração dos fluidos. Os doentes incuráveis
(sabemos que nem todos receberão a cura) encontrarão profundo alívio no passe e na
água magnetizada.
Vejamos o que diz Marlene Nobre, médica e presidente da AME-Brasil e do jornal
Folha Espírita, dirigente do centro espírita Cairbar Schutel-S.P sobre cirurgias
espirituais dentro das casas espíritas: “Nos centros espíritas que verdadeiramente
estudam Kardec as pessoas não tem o aparato das cirurgias espirituais, elas tem, com
certeza, assistência gratuita de todos os serviços e a mesma cura, quando são
“merecedoras” disso. Pelo que se tem visto, é preferível os trabalhos de
FLUIDOTERAPIA dos centros espíritas. Quanto às cirurgias espirituais executadas com
cortes e introdução de objetos, não são aceitas pela AME (Associação Médica Espírita),
acredita-se que a intervenção (a cura) pode se dar sem esses objetos.”
Quanto às terapias alternativas (cromoterapia, cristalterapia, fitoterapia, acupuntura,
aromaterapia, florais de Bach e outros), podem ter alguns pontos concordantes com o
conhecimento espírita, caberá à ciência definir; não são, porém, atividade própria do
centro espírita, porque, além de curar corpos não ser o objetivo primordial do
Espiritismo, essas terapias requerem profissionais habilitados e locais apropriados e,
no centro espírita, estariam desviando finalidades.
Existiu uma época que houve curas espirituais que tinham a função de atrair e
convencer os descrentes da existência de um mundo espiritual. Mas agora o ser
humano despertou a consciência para essa vida espiritual.
20 - ANJO DA SAÚDE

Um homem enfermo invocou a Proteção do Cristo. De joelhos e braços abertos, o


peregrino soluçava, contemplando o firmamento e dizia:
- Senhor, ampara-me o coração desalentado que sofre no círculo das provas! Está se
esgotando os recursos para a resistência . . . Não durmo, sinto muita dor. Compadece-
te, Senhor meu! Desce um raio de tua divina luz que me restaure a força física e me
reerga o coração humilhado! Estou desiludido de todos os processos de cura,
mobilizados na Terra. Por isso, volto-me para o céu, esperando-te a inesgotável
misericórdia! Ajuda-me, Pastor do Bem! Vê os meus sofrimentos e auxilia-me ! . . .
Jesus ouviu a oração e enviou-lhe o Anjo da Saúde, que desceu, bondoso e prestativo,
e surgiu aos olhos deslumbrados do infeliz enfermo.
Em êxtase, o doente fitou o mensageiro e suplicou:
- Emissário do Médico Divino, lava-me as feridas dolorosas, levanta-me o espírito
abatido! Socorre-me, por piedade, caridoso emissário do Céu!
O Anjo afagou-lhe a cabeça, e exclamou:
- Meu amigo, põe a consciência nos lábios em oração e responde-me! Tens vivido de
acordo com a Vontade de Deus, fugindo aos caprichos do coração? Viveste, até agora,
amando o Senhor Supremo, acima de todas as coisas, e querendo ao próximo como a
ti mesmo? Dedicaste teu corpo e tuas faculdades à execução das divinas leis? Estarás
disposto a esquecer, de imediato, o passado criminoso? Desculparás, fraternalmente,
sem qualquer sombra de hesitação , todos aqueles que te desejam o mal? Auxiliarás o
inimigo? Perdoarás sempre, esquecendo ingratidões, injúrias e pedradas? Não emitirás
pensamentos desarmônicos ante a felicidade do próximo? Partilharás a alegria do
vizinho e a prosperidade do amigo, como se te pertencessem também? Etc., etc., . . .
O homem enfermo, respondeu em tom angustiado:
- Ainda não consigo seguir esse caminho!
O Anjo envolveu o infeliz num olhar de compaixão infinita e acrescentou:
- Oh! Meu amigo, ainda é cedo para receberes o socorro dos mensageiros da saúde!
Se ainda não sabes viver, de acordo com a Vontade de Altíssimo, ainda lutarás com a
enfermidade, por muito tempo. Por enquanto, não peças vantagens que não saberias
receber! Roga ao Senhor te conceda a energia necessária para que te afeiçoes à lei do
equilíbrio e às exigências da reflexão!
Em seguida o Anjo endereçou-lhe carinhoso gesto de adeus. O infeliz, entretanto,
buscando retê-lo, exclamou em soluços:
- Oh! Enviado do Céu, confiarei em Jesus!
O Anjo contemplou-o, bondoso, e respondeu:
- Sim, eu sei. Isto, porém, não basta. É necessário que Jesus também possa confiar em
ti . . .
E o emissário afastou-se, para dar conta de sua missão, nas esferas mais altas.

Irmão X – psicografia de Chico Xavier – do livro Lázaro Redivivo

OBSERVAÇÃO DE RUDYMARA: Pedimos tanto para Deus, e damos tão pouco daquilo
que Ele nos pede. Queremos tanto que Ele escute nossos pedidos, mas nos fazemos de
surdos aos pedidos Dele para nós. Queremos que Ele faça a nossa vontade, mas nós
pouco fazemos a vontade Dele.
Mesmo assim, Ele nos dá meios para ressarcirmos nossos tropeços, nos mandando
dizer através de Jesus que: “O amor cobre a multidão dos pecados”, ou seja, todo o
Bem que praticarmos, diminuiremos a multidão de erros que praticamos no passado e
no presente, dessa e da outra encarnação.
21 - ESTIGMA NA VISÃO ESPÍRITA

A grande maioria dos casos de estigma da paixão da


cruz, onde o encarnado apresenta no corpo as cicatrizes
ou as feridas provocadas pelos cravos e espinhos, usados
na crucificação, são espíritos que, de alguma forma,
exploraram ou cometeram crimes em nome do Cristo.
Reencarnados, com o subconsciente carregado de um
profundo sentimento de culpa, passam a se auto-punir,
impondo a si, o sofrimento daquele de quem se
consideram traidores. Muitas das pessoas que sofrem ou
sofreram, o estigma, foram ou são, consideradas,
indevidamente, como paranormais ou místicas, talvez,
por não existir uma explicação científica para o
fenômeno. Muitas vezes, envolvidos pela ignorância,
pelo fanatismo do povo e pelos espíritos que se
comprazem com o seu sofrimento, acreditam-se
missionários da redenção humana.

Fonte: Livro "Perdão, o caminho da felicidade" , de Nelson


Moraes.
22 – TODOS DESENCARNAM NA HORA CERTA?

Costumamos ouvir algumas frase como:


“Só peru morre de véspera!”;
"Chegou sua hora, Deus o levou!”
"Puxou a ficha, vai mesmo."
São frases populares fazendo referência ao fato de que ninguém desencarna
antes que chegue seu dia.
Piedosa mentira! Na realidade ocorre o contrário. Poucos cumprem
integralmente o tempo que lhes foi concedido, ou seja, a maioria desencarna
antes da hora. Com raras exceções, o homem terrestre atravessa a existência
abusando da máquina física, comprometendo sua estabilidade. Segundo André
Luiz, raros os que atingem a condição de “completistas”, isto é, que aproveitam,
integralmente, as experiências humanas, estagiando na carne pelo tempo que
lhes foi concedido.
DESTRUÍMOS O CORPO FÍSICO DE FORA PARA DENTRO, com vícios, a
intemperança, a indisciplina, o álcool, o fumo, o tóxico, os excessos alimentares,
tanto quanto a ausência de exercícios, de cuidados de higiene e de repouso
adequado, minam a resistência orgânica ao longo dos anos, abreviando a vida
física.
DESTRUÍMOS O CORPO FÍSICO DE DENTRO PARA FORA com o cultivo de
pensamentos negativos, idéias infelizes, sentimentos desequilibrados,
envolvendo ciúme, inveja, pessimismo, ódio, rancor, revolta. Há indivíduos tão
habilitados a reagir com irritação e agressividade, sempre que contrariados, que
um dia “implodem” o coração em enfarte fulminante. Outros “afogam” o
sistema imunológico num dilúvio de mágoas e ressentimentos, depressões e
angústias, favorecendo a evolução de tumores cancerígenos.
Tais circunstâncias fatalmente implicarão em problemas de adaptação, como
ocorre com os suicidas. Embora a situação dos que desencarnam
prematuramente em virtude de intemperança mental e física, seja menos
constrangedora, já que não pretendiam a morte, ainda assim responderão pelos
prejuízos causados à máquina física, que repercutirão no futuro reencarnatório,
impondo-lhes penosas impressões, dando origem a deficiências e males
variados que atuarão por indispensáveis recursos de reajuste.
Não somos proprietários de nosso corpo físico. Usamo-lo em caráter precário,
como alguém que alugasse um automóvel para longa viagem. Há um programa
a ser observado, incluindo roteiro, percurso, duração, manutenção. Se
abusamos dele, acelerando-o com indisciplinas e tensões, envenenando-o com
vícios, esquecendo os lubrificantes do otimismo e do bom ânimo, fatalmente nos
veremos às voltas com graves problemas mecânicos. Além de interromper a
viagem, prejudicando o que fora planejado, seremos chamados a prestar contas
dos danos provocados num veículo que não é nosso.
No futuro, em nova “viagem”, provavelmente teremos um “calhambeque” com
limitações variadas, a exigir maior soma de cuidados, impondo-nos benéficas
disciplinas.

Richard Simonetti
23 – A MELHORA DA MORTE

(...) Quando os familiares não aceitam a perspectiva da


separação (desencarnação) formando a indesejável teia
vibratória, os técnicos da Espiritualidade promovem, com
recursos magnéticos, uma recuperação artificial do paciente
que, "mais prá lá do que prá cá", surpreendentemente
começa a melhorar, recobrando a lucidez e ensaiando
algumas palavras...

Geralmente tal providência é desenvolvida na madrugada.


Exaustos, mas aliviados, os "retentores" vão repousar,
proclamando:

"Graças a Deus! O Senhor ouviu nossas preces!"

Aproveitando a trégua na vigília de retenção os benfeitores


espirituais aceleram o processo desencarnatório e iniciam o
desligamento.

A morte vem colher mais um passageiro para o Além.

Raros os que consideram a necessidade de ajudar o


desencarnante na traumatizante transição. Por isso é
freqüente a utilização desse recurso da Espiritualidade,
afastando aqueles que, além de não ajudar, atrapalham.
Existe até um ditado popular a respeito do assunto:

"Foi a melhora da morte! Melhorou para morrer!”


24 – DOENÇA É HERANÇA DOS PAIS?
No passado, culturas materialistas, como a de Esparta, eliminavam deficientes físicos
no nascedouro, pretendendo sustentar uma raça de guerreiros impecavelmente fortes e
saudáveis.
Essa eugenia amoral está presente hoje nos modernos centros médicos, onde
sofisticados exames, durante a gestação, determinam, quanto à conveniência de
eliminar embriões "defeituosos", como se fossem peças de uma fábrica rejeitadas nos
testes de qualidade.
O Espiritismo tem uma contribuição a nos oferecer, neste particular, demonstrando
que crianças com problemas mentais e físicos são Espíritos em provação, enfrentando
situações compatíveis com suas necessidades evolutivas e seus débitos cármicos.
Os pais, por sua vez, situam-se, geralmente, por parceiros ou mentores de seus delitos.
Tem, por isso, o intransferível compromisso de ajudá-los nessas penosas jornadas de
reabilitação.
O problema, portanto, não pode ser reduzido a simples acidente biológico. Embora as
leis de genética estejam presentes no ato reencarnatório, não funcionam de forma
casual. O mecanismo é causal. Não é o acaso que promove a combinação de
elementos hereditários. A causa está nas vivências anteriores do reencarnante, que
determinam a natureza de seu corpo, com as facilidades ou dificuldades que enfrentará.
Há casos em que os pais abortaram o feto que nasceria com problemas mentais, e numa
nova tentativa o feto formou-se sem problemas, mas depois de alguns anos, contraiu
meningite que deixou seqüelas mentais. Daí, os pais não tiveram coragem de descartá-
lo, porque já aprenderam a amá-lo. É a lei perfeita de Deus agindo a nosso favor.
ENTÃO, DOENÇA NÃO É HERANÇA GENÉTICA?
A fatalidade hereditária funciona na composição da cor dos cabelos, da pele, dos olhos,
da estrutura física, da morfologia. Quanto às questões envolvendo saúde, inteligência,
vitalidade, o reencarnante tenderá a aproveitar os elementos genéticos compatíveis
com suas necessidades e compromissos.
Recebemos de nossos genitores (pais) o material (genes) para uma nova moradia
(corpo) e este será construído conforme a história que escrevemos em nosso passado,
ou seja, nossa estrutura orgânica será compatível com nossas necessidades evolutivas.
Nosso corpo será a colheita do nosso plantio.
Um indivíduo violento, sempre pronto a resolver "no braço" suas pendências, terá
corpo frágil que inibirá seus impulsos agressivos. Ainda que reencarne em família de
gente forte e saudável, ressurgirá na carne com educativas deficiências.
Geralmente, quem nasce cego dentro de uma família de cegos, é porque este espírito
está aproveitando a herança genética daquela família para resgatar, coletivamente,
débitos do passado.
E OS QUE NASCEM SAUDÁVEIS EM FAMÍLIA COM SÉRIOS PROBLEMAS
GENÉTICOS?
Neste caso chamamos de missão. É quando um Espírito reencarna com importante
missão no seio de uma família que tende a gerar deficientes físicos, por exemplo, em
virtude de problemas genéticos. Mas, pela natureza de suas tarefas, ele deve ter corpo
saudável. Assim, técnicos da Espiritualidade atuando com segurança, selecionam o
óvulo mais promissor, o espermatozóide mais adequado e promovem a fecundação,
aproveitando da melhor forma possível os caracteres hereditários, favorecendo o
reencarnante.
Então, missionário ou reeducando, tarefeiro ou aprendiz, teremos sempre o corpo, a
saúde compatível com nossos compromissos, de acordo com os sábios desígnios de
Deus, presentes até mesmo na folha que cai de uma árvore, como ensinava Jesus.
25 – QUERER MORRER PODE MATAR?
No livro "Obreiros da Vida Eterna", cap. XIV, Fabriciano contou para André Luiz a
história de uma jovem e respeitável senhora, atuante no campo da benemerência
social, que deparou-se com pequenas brigas com o esposo, e tendo conhecimento da
imortalidade da vida além do sepulcro, desejou ardentemente morrer. Todas as
leviandades do marido bastaram para que maldissesse o mundo e a Humanidade. Não
soube quebrar a concha do personalismo inferior e colocar-se a caminho da vida
maior. Pela cólera, pela intemperança mental, criou a idéia fixa de libertar-se do corpo
de qualquer maneira, sem utilizar o suicídio direto. Não dava ouvidos aos conselhos e
advertências fraternas dos amigos espirituais a que se uniu pelo trabalho de caridade.
E tanto pediu a morte, insistindo por ela, entre a mágoa e a irritação persistentes, que
veio a desencarnar em manifestação de icterícia complicada com simples surto gripal.
Tratava-se de verdadeiro suicídio inconsciente, mas a senhora, no fundo, era
extraordinariamente caridosa e ingênua. Apesar disso, não foi concedido qualquer
autorização para que ela recebesse descanso e muito menos auxílio especial em sua
desencarnação. Mas, o diretor da comissão de serviço, a que ela se afiliou, recolheu-a,
por compaixão, já que não achou aconselhável entregá-la a própria sorte, em face das
virtudes potenciais de que era portadora. Apesar de eficiente intercessão em benefício
da infeliz, somente puderam afastá-la das vísceras cadavéricas, em condições
impressionantes e tristes.
Para finalizar, Fabriciano explicou:
- Não frutifica a paz legítima sem a semeadura necessária. Alguém para gozar o
descanso, precisa, antes de tudo, merecê-lo. As almas inquietas entregam-se
facilmente ao desespero, gerando causas de sofrimento cruel.

OBSERVAÇÃO: Nesta história podemos tirar quatro advertências: 1ª) Há um suicídio


lento e silencioso, que chamamos de SUICÍDIO INDIRETO OU INCONSCIENTE. Este é o
que mais mata. Este tipo de suicídio acontece quando aniquilamos lentamente nosso
corpo físico com vários tipos de abusos; 2º) O sofrimento da suicida após a
desencarnação só foi amenizado graças a caridade que estendeu quando estava
encarnada; 3º) Tomemos cuidado com nossos pensamentos. Diz o espírito Scheilla: "A
saúde do corpo, muitas vezes, começa no pensamento sadio. Não dê guarida a mágoas
e rancores. Entregue ao tempo toda ofensa. Se você já é capaz de escolher o alimento
de que seu corpo necessita, também pode selecionar os pensamentos que nutrem seu
espírito." ; 4º) Allan Kardec no livro "O Evangelho segundo o Espiritismo" , capítulo V,
diz que: "A calma e a resignação adquiridas na maneira de encarar a vida terrena, e a
fé no futuro, dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo da loucura e
do suicídio (...)" E Joanna de Ângelis completa dizendo: "Espera pelo amanhã, quando
o teu dia se te apresente sombrio e apavorante. Se te parecerem insuportáveis as
dores, lembra-te de Jesus, ora, aguarda e confia."
26 – POR QUE A ENFERMIDADE PIORA A NOITE?

André Luiz conta no livro "Missionários da Luz" que


conheceu o Irmão Francisco, chefe de uma das
inumeráveis turmas de socorro que colaboram na Crosta
terrestre.
Para cada grupo há tarefas especializadas e a de
Francisco destina-se ao reconforto de doentes graves e
agonizantes. Explicou ele para André Luiz:
“De modo geral, as condições de luta para os
enfermos são mais difíceis à noite. Os raios
solares, nas horas diurnas, destroem grande
parte das criações mentais inferiores dos
doentes em estado melindroso, não acontecendo
o mesmo à noite, quando o magnetismo lunar
favorece as criações de qualquer espécie, boas e
más (...)”
27 – SABER SOFRER

Na extensa fila de recém-desencarnados, à espera de uma definição


quanto ao seu futuro, dois Espíritos conversavam sobre suas
experiências.
-Fui casado, deixei esposa e dois filhos.
-Interessante, eu também.
-Tive câncer no estômago.
-É muita coincidência. Foi o mal que me matou.
-Então sabe como é sofrido esse final de existência.
-Nem me fale!
-Lutei por três anos contra a doença, submetendo-me a tratamentos
diversos.
-Sei bem o que é isso. Também penei por três anos.
-Desencarnei relativamente novo, com apenas 63 anos.
-Parece brincadeira! É o cúmulo da coincidência, porquanto também
estou retornando nessa idade.
-Incrível! Duas biografias idênticas!
-Verdade. Não sei para onde vamos, mas certamente estagiaremos, no
mesmo lugar, que há de ser bom. Jesus ensinava que os sofredores
estão destinados ao céu.
-Deus o ouça!
A fila andou. Viram-se os gêmeos nas dores, diante de São Pedro, na
portaria do Além.
Após examinar detidamente a ficha do primeiro, o porteiro celeste o
convidou a tomar o elevador sideral e subir para o Céu.
O segundo, animado, preparou-se para idêntico destino.
Para sua surpresa o santo determinou:
-O elevador irá para baixo, levando-o ao purgatório.
O condenado logo reclamou:
-Creio haver um engano. Meu companheiro tem ficha absolutamente
idêntica à minha. Sofreu o mesmo que eu e foi para o Céu.
São Pedro, imperturbável informou:
-Sim, mas há um detalhe. Ele nunca reclamou.

Esta pequena alegoria ilustra a afirmativa do Espírito Lacordaire, no cap.


V, item 18, de O Evangelho segundo o Espiritismo:

“Quando Cristo disse: “Bem-aventurados os aflitos, porque deles é


o Reino dos Céus”, não se referia aos sofredores em geral, porque
todos os que estão neste mundo sofrem, quer estejam num trono ou
na miséria, mas ah!, poucos sofrem bem, poucos compreendem que
somente as provas bem suportadas podem conduzir ao Reino de
Deus...”
O mentor espiritual está dizendo com todas as letras que não basta
sofrer para habilitar-se a futuro feliz. É preciso sofrer com “finesse”, sem
murmúrios, sem queixas, sem revolta nem desespero. Imaginemos o
paciente revoltado, neurótico, conturbando o relacionamento familiar,
criando confusão, e teremos uma idéia sobre o assunto. Não está
resgatando dívidas. Apenas as amplia, infernizando os familiares. Há
enfermidades que guardam função de “depurativos da alma”, servem
de válvulas de escoamento de impurezas espirituais. Põem para fora os
desajustes que provocamos com comprometimentos morais em
existências anteriores. Para que nos recuperemos sem delongas, é
fundamental evitarmos sentimentos negativos, expressões de revolta e
inconformação, que recrudesce o mal sem reduzir o desajuste. Geram
dores que não redimem. Apenas prolongam nossos padecimentos.
28 – DOR DE CABEÇA

Era uma sexta-feira. Muita gente aglomerava-se em volta de Chico. Ele, de


pé, abraçava um, dirigia a palavra a outro. Quando aproximou-se dele
uma jovem senhora, reclamando de forte dor de cabeça. Chico a ouviu
atentamente e convidou-a a sentar-se na assistência para participar do
encontro.
A palestra transcorreu normalmente.
Depois da meia-noite, termina a reunião, a senhora que reclamara da dor
de cabeça achegou-se ao médium, com a fisionomia radiante e feliz. A dor
de cabeça cessara nos primeiros minutos das tarefas. Chico sorriu
docemente, despedindo-se dela com carinho.
Instantes depois, explicou:

- Emmanuel me disse que aquela senhora teve uma discussão muito


forte com o marido, chegando quase a ser agredida fisicamente. O
marido desejou dar-lhe uma bofetada e não o fez por recato natural.
Contudo, agrediu-a vibracionalmente, provocando uma concentração de
fluidos deletérios que lhe invadiram o aparelho auditivo, causando a dor
de cabeça. Tão logo começou a reunião, Dr. Bezerra colocou a mão sobre
sua cabeça e vi sair de dentro de seu ouvido um cordão fluídico escuro,
negro, que produzia a dor. Eu estava psicografando mas, orientado por
Emmanuel, pude acompanhar todo o fenômeno.

“O grito de cólera é um raio mortífero, que penetra o círculo de pessoas


em que foi pronunciado e aí se demora, indefinidamente, provocando
moléstias, dificuldades e desgostos.” – Néio Lúcio, psicografia de Chico
Xavier

“Quando haja de reclamar isso ou aquilo, espere que as emoções se


mostrem pacificadas, um grito de cólera, muitas vezes, tem a força de
um punhal.” - André Luiz, psicografia de Chico Xavier
29 – EUTANÁSIA

Chico visitou durante muitos anos um jovem que tinha o corpo totalmente
deformado e que morava num barraco à beira de uma mata. O estado de
alienado mental era completo. A mãe deste jovem era também muito doente e o
Chico a ajudava a banhá-lo, alimentá-lo e a fazer a limpeza do pequeno cômodo
em que morava.
O quadro era tão estarrecedor que, numa de suas visitas em que um grupo de
pessoas o acompanhava, um médico perguntou ao Chico:
- Nem mesmo neste caso a eutanásia seria perdoável?
Chico respondeu:
- Não creio doutor. Esse nosso irmão, em sua última encarnação, tinha muito
poder. Perseguiu, prejudicou e com torturas desumanas tirou a vida de muitas
pessoas. Algumas o perdoaram, outras não e o perseguiram durante toda sua
vida. Aguardaram o seu desencarne e, assim que ele deixou o corpo, eles o
agarraram e o torturaram de todas as maneiras durante muitos anos. Este corpo
disforme e mutilado representa uma bênção para ele. Foi o único jeito que a
providência divina encontrou para escondê-lo de seus inimigos. Quando mais
tempo agüentar, melhor será. Com o passar dos anos, muitos de seus inimigos o
terão perdoado. Outros terão reencarnado. Aplicar a eutanásia seria devolvê-lo
às mãos de seus inimigos para que continuassem a torturá-lo.
- E como resgatará ele seus crimes? – Perguntou o médico.
- O irmão X costumava dizer que Deus usa o tempo e não a violência. - respondeu
Chico Xavier
Diante da dor e do sofrimento, ouvimos pessoas dizendo: “Eu não acho justo
tanto sofrimento!” Quem afirma isto, está achando indiretamente, que Deus
é injusto.
São Luiz, no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item 28 diz: “Quem
nos dá o direito de prejudicar os planos de Deus? (Se aquela pessoa
sofre, é porque está ressarcindo no corpo, os débitos e liberta-se dos
erros do passado). Será que Deus não pode deixar uma pessoa
chegar à beira da morte, para depois curá-la, com a finalidade de
fazer com que aquela pessoa examine a si mesmo lhe dando a chance
de modificar seu modo de pensar e agir? Ninguém pode dizer que
uma pessoa moribunda está perto do fim, porque a ciência, comete
erros nas suas previsões. Sabemos que há casos que podemos
considerar, desesperador. Mas se não há nenhuma esperança
possível, lembremos que há doente que se reanima e recobra suas
faculdades por alguns instantes. Essa hora é concedida por Deus, e
pode ser de grande importância, porque o Espírito pode ter um
súbito clarão de arrependimento que poupam muitos tormentos.
Um minuto apenas pode poupar muitas lágrimas no futuro.”
Portanto: Matar nunca!
Nossa encarnação é planejada minuciosamente.
Nós formamos corpos físicos, quem dá vida ao corpo físico é Deus. Por isso, não
temos o direito de destruí-la. Seja através do aborto, do suicídio, da pena de
morte, eutanásia . . .
"Que os conhecimentos médicos vigentes possam ajudar os que se
acham à beira da desencarnação, facilitando-lhe um tranqüilo
retorno ao Invisível sem comprometimento negativo de médicos,
enfermagem ou familiares." - Raul Teixeira
30 – POR QUE FRANCISCO DE ASSIS SOFREU TANTO?

Qual seria a explicação para o sofrimento de Francisco de


Assis, que teve os olhos cauterizados já quase no final de
sua experiência reencarnatória, no século XIII, na Itália?
Sendo considerado o discípulo amado, por sua bondade, já
ao tempo de Jesus, por que teve que passar por essa rude
prova?

Raul Teixeira: A saga missionária de Francisco de Assis faz parte


desse rol de lidas luminosas atribuídas a Espíritos de alto coturno
evolutivo, quando de sua vinda aos mundos inferiores. Espíritos
assim, não tendo as necessidades provacionais nem expiatórias da
massa social comum, dotados de profundo sentido de renúncia em
favor dos seus semelhantes, prestam-se como sublimes voluntários
para que, na Obra do Cristo, possam vivenciar dificuldades
humanas, desafios sociais em variados níveis, dor e morte, para que
os humanos comuns consigam entender os ensinamentos do Celeste
Guia, que é Jesus.
Não nos olvidemos (esqueçamos) de que ouvimos de Jesus: “No
mundo só tereis aflições...”; “Aquele que perseverar até o fim se
salvará”; “Se alguém te agredir numa face, oferece também a
outra...”; “Não temais os que podem matar o corpo, mas nada podem
contra a alma”; “O verdadeiro amigo é aquele que dá a sua vida pela
do amigo...”, e outros tantas orientações e advertências para que
bem consigamos atravessar os caminhos terrenos.
Pois bem, esses vexilários (porta-bandeiras) da coragem, do amor e
do trabalho feliz vêm à Terra para nos ensinar a vivenciar essas
lições do Mestre. Ele mesmo foi o exemplo maior que esteve no seio
dos humanos. Dizem e mostram-nos como se pode lidar com as
variadas tipificações humanas e com tudo que elas impõem aos que
desafiam a visão limitada do mundo e que desejam escalar mais
altas montanhas de progressos, assim como anseiam por buscar
mais altos céus em sua rota evolutiva.

Entrevista concedida especialmente a revista O Consolador


em 29 de junho de 2011.
31 – IRRITAÇÃO PODE CAUSAR HEPATITE?

No livro "Nos Domínios da Mediunidade", André Luiz nos mostra uma


senhora que chega ao Centro Espírita com o ventre volumoso e semblante
dolorido a procura do passe como ajuda. O Espírito Conrado explica para
André Luiz e outros Espíritos que ali estavam analisando o caso que: A
mulher estava com icterícia complicada, seu fígado estava comprometido,
e que nasceu de terrível acesso de cólera, em que ela se envolveu no
reduto doméstico. Ela sentiu extrema irritação, e adquiriu hepatite, da
qual a icterícia é a conseqüência. E, segundo Aulus, a cura seria
impossível, porque os órgãos e vasos estavam comprometidos, e a mente
dela precisaria reanimar. Porque o passe, como explica Aulus, é
importante contribuição para quem saiba recebê-lo, com o respeito e a
confiança que o valorizam. Em outras palavras, sem fé as irradiações
magnéticas não penetram o veículo orgânico. Quando Jesus curava ele
dizia “a tua fé te curou”, assim, Ele queria dizer que aquela pessoa curou-
se porque estava receptiva para a doação de magnetismo.

“O grito de cólera é um raio mortífero, que penetra o círculo de pessoas


em que foi pronunciado e aí se demora, indefinidamente, provocando
moléstias, dificuldades e desgostos.” – Néio Lúcio, psicografia de Chico
Xavier

“Quando haja de reclamar isso ou aquilo, espere que as emoções se


mostrem pacificadas, um grito de cólera, muitas vezes, tem a força de
um punhal.” - André Luiz, psicografia de Chico Xavier

“Se você acredita que franqueza rude pode ajudar a alguém, observe o
que ocorre com a planta a que você atire água fervente.” – André Luiz,
psicografia de Chico Xavier

32 - BEBIDA ALCOÓLICA É DROGA?


Sim. Esta droga liberada (este veneno) produz sérias conseqüências à saúde física como:
irritação na mucosa gástrica e duodenal, levando o paciente à úlcera; no fígado as células se
enchem de gordura, porta aberta para a cirrose hepática; o pâncreas, 25% dos pacientes
acometidos de alcoolismo agudo exibem evidências reais de pancreatite, ou seja, de lesões no
pâncreas inflamado; o álcool também determina depósitos de gordura nas artérias,
ocasionando a terrível arteriosclerose, que leva o paciente à angina de peito, uma dor
insuportável produzida pela diminuição da circulação sangüínea no miocárdio, o músculo
nobre do coração; ele atinge o aparelho digestivo: o indivíduo perde o apetite, o estômago se
inflama e a ulceração da sua mucosa logo se manifesta. Na esfera do sistema nervoso o álcool
ocasiona derrames cerebrais, paralisias, alterações do comportamento, até mesmo a loucura
mais completa. O álcool reduz a resistência física, diminui o tempo de vida e, por isso, o seu
praticante é considerado um SUICIDA. A bebida alcoólica, já por si é altamente prejudicial, mas
às vezes, ela se torna mais prejudicial, porque é criminosamente adulterada. Nos uísques
falsificados, aguardentes precocemente envelhecidas e cervejas mal pasteurizadas, os exames
químicos denunciam substâncias estranhas diversas: iodo, óxido de ferro, arsênico, chumbo,
corantes nocivos, sódio e potássio. Há também uma questão esquecida: cada garrafa de
bebida que adquirimos ajuda a sustentar a indústria que mata mais gente e destrói mais lares
do que uma guerra. Um seareiro de Jesus não deveria compactuar com isso. E, temos também,
um agravante invisível. O bebedor inveterado geralmente (senão sempre), é assediado por
terríveis obsessores que lhes compartilham a mesa do lar, do bar elegante ou o balcão da
tosca imunda. Porque a embriagues, infelizmente, é um hábito que se observa em todas as
camadas sociais. Estes companheiros invisíveis vem saciar, a seu modo, sua sede pelo álcool
através do alcoólatra desprevenido. Assim, inicia-se um doloroso processo de vampirismo
espiritual, de conseqüências imprevisíveis. Hipnoticamente, estes obsessores, exercem sua
influência, conduzindo, por sugestão, o indivíduo à ingestão de álcool. Por isso, quando
ouvimos um espírita dizendo: "UMA CERVEJINHA NÃO FAZ MAL" ou "EU BEBO SOCIALMENTE",
que estes relembrem a recomendação de Jesus: "A QUEM MUITO FOI DADO, MUITO SERÁ
COBRADO”, cuidado ao enganarem-se.
No mínimo devemos lembrar a importância do nosso corpo físico antes de fazer uso de algo
que nos prejudique. É ele que nos ajuda a evoluir. Somos apenas inquilinos dele.
Como disse Joanna de Ângelis no livro “Dias Gloriosos”: “Todo corpo físico merece respeito e
cuidados, carinho e zelo contínuos, por ser a sede do Espírito, o santuário da vida em
desenvolvimento.”´
Há também uma questão esquecida: cada garrafa de bebida que adquirimos ajuda a
sustentar a indústria que mata mais gente e destrói mais lares do que uma guerra. Um
seareiro de Jesus não deveria compactuar com isso.
O alcoolismo deve ser encarado, nos casos profundos, como uma doença orgânica. Há
indivíduos que começam com pequenos goles, buscando na bebida um estado de liberação
das suas tensões e, muitas vezes, encontram mais tarde, uma dependência com dores e
aflições. Pois o alcoólatra, não destrói somente a si mesmo. Destrói também a família. Arrasa o
pobre coração materno. Dilacera os laços conjugais. Estraçalha as esperanças dos filhos. O seu
lar é de desarmonia, de desassossego, numa instabilidade emocional constante. O alcoólatra,
muitas vezes, é alvo de violência, é causador ou indutor de crimes (no lar, no trânsito, no bar,
etc.), o qual poderá ter como conseqüência a prisão, o manicômio ou mesmo o túmulo
precocemente, às vezes por obsessão.
Quantos males seriam evitados! Quantas dores não aconteceriam! Quantos problemas seriam
resolvidos se o alcoolismo das conversas vazias de fim de expediente, de fúteis reuniões
sociais, de preguiçosos fins de semana fosse substituído pela visita ao enfermo, pelo
atendimento ao necessitado, pelo estudo edificante, pela participação na atividade religiosa.
Os que assim agem não precisam de drinques para experimentar alguma descontração ou
passageira euforia, porque há neles aquela vida abundante a que se referia Jesus. Aquela força
divina que vibra em nossas veias quando nossa mente se povoa de ideais e nosso coração
pulsa ao ritmo abençoado do serviço no campo do Bem. O movimento “Alcoólicos Anônimos”
adota um lema muito expressivo: "SE VOCÊ QUER BEBER, O PROBLEMA É SEU; MAS SE VOCÊ
QUER PARAR DE BEBER, O PROBLEMA É NOSSO.” Que recorram, pois, aos ALCOÓLICOS
ANÔNIMOS, todos aqueles que sinceramente desejarem libertar-se do domínio do álcool. Em
Taubaté sua sede fica na Rua José Vicente de Barros, 336, Vila das Graças. Sigamos o conselho
do apóstolo Paulo: "NÃO SEJAM INSENSATOS; AO CONTRÁRIO, PROCUREM COMPREENDER A
VONTADE DO SENHOR. NÃO SE EMBRIAGUEM, QUE LEVA PARA A LIBERTINAGEM, MAS
BUSQUEM A PLENITUDE DO ESPÍRITO.” (Efésios 5:18)
33 - AS DROGAS DEVEM SER LIBERADAS?

Quando falamos em suicídio, logo imaginamos alguém colocando fim a


sua vida física através de envenenamento, tiro na cabeça ou na boca, corte
nos pulsos, enforcamento, etc., é o que chamamos de SUICÍDIO
DIRETO OU CONSCIENTE. Mas nos esquecemos que, há um suicídio
lento e silencioso, que chamamos de SUICÍDIO INDIRETO OU
INCONSCIENTE. Este, é o que mais mata. O suicídio indireto, é quando
aniquilamos lentamente nosso corpo físico, através: DA IRRITAÇÃO
(causadora de distúrbio circulatório, como entupimento de veias do
coração); CALMANTES (a busca da tranqüilidade artificial);
ALUCINÓGENOS (a busca da euforia ilusória através da maconha,
cocaína, bebidas alcoólicas, etc.); O VÍCIO MENTAL COMO OS
HIPOCONDRÍACOS (que de tanto imaginar doença, ficam doentes);
OS MELANCÓLICOS (adoecem porque a parte psicológica está em
baixa); OS MALEDICENTES (se envenenam com o mal que julgam
identificar nos outros); OS REBELDES (os eternos inconformados com
a vida); OS APEGADOS A FAMÍLIA E BENS TERRENOS (passam a
vida preocupados em ter, em cuidar, em não perder, em não deixar
ninguém lhe passar a perna); OS EXCESSOS (à alimentação, ao cigarro,
ao sexo desregrado, à bebida alcoólica). Como vemos, as formas de
suicídio são grande. André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier,
explica que poucos são completistas, ou seja, nascemos com uma
estimativa de vida e, com os abusos, desencarnamos antes do previsto. E
conta também, no livro "Nosso Lar", seu sofrimento ao desencarnar,
porque foi um suicida indireto. Sua desencarnação ocorreu porque todo
aparelho gástrico foi destruído à custa de excessos de alimentação e
bebidas alcoólicas. E a sífilis devorou-lhe energias essenciais para a
recuperação pós operatória. E, no tempo atual, infelizmente, observamos
o aumento da auto aniquilação pelas drogas como: maconha, cocaína,
heroína, crack, bebidas alcoólicas (esta já é liberada), etc. Há muitos
problemas causados pelo uso de drogas, e muitos são os tipos de morte, a
mais conhecida é a overdose, porque o organismo se adapta aos efeitos da
droga implicando a necessidade de aumentar a dose para continuar
obtendo resultados semelhantes. Muitos defendem a droga dizendo:
"Não estou prejudicando ninguém. A vida é minha e eu faço o
que quero com ela." Este discurso egoísta, mostra total ignorância no
assunto. O dependente de drogas, geralmente, envolve a família, a
sociedade e torna-se envolvido com a criminalidade, pois quando este fica
sem condições financeiras para adquiri-la, a consegue com o traficante,
através do sistema de comissão nas vendas; sem contar pequenos e
grandes furtos, assaltos, muitas vezes, seguidos de mortes, etc. Chegam a
matar familiares para obter algo que possam vender e sustentar seu vício.
E com isso, traficantes se fortalecem, matando vidas de maneira direta ou
indireta, desagregando famílias e desequilibrando a sociedade. Muitos
acreditam também, que o usuário não deve ser punido. Mas é o usuário
que fortalece o traficante e, consequentemente, ambos fortalecem a
criminalidade. Se não houvesse usuário, não haveria traficante. O usuário
deveria ser encaminhado, obrigatoriamente, a um centro de recuperação,
antes de tornar-se violento, perigoso a sociedade. E os que já estão
cometendo delitos também. Hoje, o Governo deveria construir centros de
recuperação como constrói presídio.
Se todos acreditassem na reencarnação, saberiam que a vida não começa
no berço, não acaba no túmulo e que a lei é de Causa e Efeito,
consequentemente, abusariam menos da lei divina. Então, quando
maltratamos nosso corpo físico, geralmente, ressarciremos a mal causado
através de doenças, assim como desfrutaremos da saúde se dela
cuidarmos. Aquilo que causamos, de bom ou de mal, a nós, ao próximo ou
a qualquer fruto da criação divina, sentiremos o efeito, nesta ou em outra
encarnação. Por exemplo: o usuário de cigarro lesa vários órgãos do corpo
físico, um deles é o pulmão. Este órgão, então, se foi o mais lesado, poderá
desencadear problemas pulmonares. Se isto não ocorrer nesta
encarnação, numa próxima, poderá vir sensível a doenças como: câncer,
asma, bronquite, etc. Os que não abusam da saúde e tem várias doenças
estão, provavelmente, colhendo o que plantaram. E os que abusam da
saúde e passam pela vida saudáveis, estão plantando. Se assim não fosse,
Deus seria injusto. Por exemplo: Como pode uma criança nascer
precisando de transplante de fígado e, um adulto usuário de bebidas
alcoólicas ser saudável? Como dissemos, um está colhendo (porque a
criança é um Espírito velho em corpo novo), e o outro está plantando (o
adulto). Como nos foi avisado: "O plantio é livre, mas a colheita é
obrigatória".
Portanto, as drogas não devem ser liberadas, somos nós que devemos nos
libertar delas.
34 - ADVOGADO AMBICIOSO REENCARNA COM HIDROCEFALIA

O Dr. Abelardo Tourinho era, indiscutivelmente, verdadeira águia de inteligência.


Advogado de renome, não conhecia derrotas. Sua palavra sugestiva, nos grandes
processos, tocava-se de maravilhosa expressão de magnetismo pessoal. Seus pareceres
denunciavam apurada cultura. Abelardo se mantinha, horas e horas, no gabinete
particular, surpreendendo as colisões das leis humanas entre si. Mas, seu talento
privilegiado caracterizava-se por um traço lamentável. Não vacilava na defesa do mal,
diante do dinheiro. Se o cliente prometia pagamento farto, o advogado torturava
decretos, ladeava artigos, forçava interpretações e acabava em triunfo espetacular.
Chamavam-lhe “grande cabeça” nos círculos de convivência comum. Era temido pelos
colegas de carreira. Os assistentes se atropelavam a fim de atendê-lo no que desejasse.
Muita vez, foi convidado a atuar, em posição destacada, nas esferas político-
administrativas; entretanto, esquivava-se, porque as gratificações dum deputado eram
singelas, perto dos honorários que recebia. Seus clientes degradantes eram sempre
numerosos. Sua banca era freqüentada por avarentos transformados em sanguessugas do
povo, por negociantes inescrupulosos ou por criminosos da vida econômica, detentores
de importante ficha bancária. Abelardo nunca foi visto lutando em causa humilde,
defendendo os fracos contra os poderosos, amparando infortunados contra os
favorecidos da sorte. Afirmava não se interessar por questões pequenas.
Mas, havia alguém que o acompanhava, sem tecer elogios precipitados. Era sua mãe,
nobre velhinha cristã, que o alertava, de quando em quando, com sinceridade e amor.
Dizia ela:
- Abelardo, não te descuides na missão do Direito. Não admitas que a idéia de
ganho te avassale as cogitações. Creio que a tarefa da justiça terrestre é muito
delicada, além de profundamente complexa. Ser advogado ou juiz é difícil
ministério da consciência. Por vezes, observo-te as inquietações na defesa dos
clientes ricos e fico preocupada. Não te impressiones pelo dinheiro, meu filho!
Repara, sobretudo, o dever cristão e o bem a praticar. Sinto falta dos humildes, em
derredor de teu nome. Ouço os aplausos de teus colegas e conheço a estima que
desfrutas, no seio das classes abastadas, mas ainda não vi, em teu circulo, os
amigos apagados de que Jesus se cercava sempre. Nunca pensaste, Abelardo, que o
Mestre Divino foi advogado da mulher infeliz e que, na própria cruz, foi ardoroso
defensor dum ladrão arrependido? Creio que o teu apostolado é também santo...
O eminente advogado balançava a cabeça, em sinal de desacordo, e respondia:
- Mãezinha, os tempos são outros. Devo preservar as conquistas efetuadas. Não
posso, por isso, satisfazer-lhe as sugestões. Compreende a senhora que o advogado
de renome necessita cliente à altura. Alias, não desprezo os mais fracos. Tenho
meu gabinete vasto, onde dou serviço a companheiros iniciantes, junto aos quais os
menos favorecidos do campo social encontram os recursos que necessitam...
- Oh! Meu filho! Estimaria tanto ver-te a sementeira evangélica!...
O advogado interrompia-lhe as observações, sentenciando:
- A senhora, porém, necessita compreender que não sou ministro religioso. Não
devo ligar-me a preceituação estranha ao Direito. E é tão escasso o tempo para a
leitura e analise dos códigos que me não sobra ensejo para estudos do Evangelho.
Além do mais – e fazia um gesto irônico -, que seria de meus filhos e de mim mesmo
se apenas me rodeasse de pobretões? Seria o fim da carreira e a bancarrota geral.
A genitora discutia amorosa, fazendo-lhe sentir a beleza dos ensinamentos cristãos, mas
Abelardo, que se habituara aos conceitos religiosos de toda gente, não se curvava às
advertências maternas, conservando mordaz sorriso ao canto da boca.
A experiência terrestre foi passando devagar, como quem não sentia pressa em revelar a
eternidade da vida infinita.
A Senhora Tourinho regressou à espiritualidade, muito antes do filho.
Abelardo, todavia, jamais cedeu aos seus pedidos.
E foi assim que a morte o recolheu, envolvido em extensa rede de compromissos (com a
lei divina). Compreendeu, tarde demais, as tortuosidades perigosas que traçara para si
mesmo. Muito sofreu (no umbral) e chorou nos caminhos novos. Não conseguia
levantar-se, achava-se caído, na expressão literal. Crescera-lhe a cabeça enormemente,
retirando-lhe a posição de equilíbrio normal. Colara-se à terra, entontecido e
freqüentemente atormentado pelas vitimas ignorantes e sofredoras (pessoas que ele
prejudicou quando os fez perder a causa tornaram-se obsessores).
A devotada mãezinha visitou-o por anos, sem alcançar resultados animadores.
Ele prosseguia na mesma situação de imobilidade, deformação e sofrimento.
A mãe, reparando na ineficácia de seus carinhos, trouxe um elevado orientador de almas
à paisagem escura (umbral).
Pretendia um parecer, a fim de traçar diretrizes de ação.
O prestimoso amigo examinou o paciente, registrou-lhe as pesadas vibrações mentais,
pensou, pensou e dirigiu-se à abnegada mãe, compadecido:
- Minha irmã, o nosso amigo padece de inchação da inteligência pelos crimes
cometidos com as armas intelectuais. Seus órgãos da ideia foram atacados pela
hipertrofia de amor-próprio. Ao que vejo, a única medida capaz de lhe apressar a
cura é a hidrocefalia no corpo terrestre.
A nobre genitora chorou amargurada, mas não havia remédio se não conformar-se.
E, daí a algum tempo, pela inesgotável bondade do Cristo, Abelardo Tourinho
reencarnou e podia ser identificado por amigos espirituais numa desventurada criança
do mundo, colada a triste carrinho de rodas, apresentando um crânio terrivelmente
disforme, para curar os desvarios da “grande cabeça”.

Escrito pelo espírito: Irmão X (Humberto de Campos)


Psicografia de: Chico Xavier
Livro: Pontos e Contos
Tema: Grande Cabeça

Observação de Rudymara: Se todos acreditassem na reencarnação, pensariam duas


vezes antes de transgredir as leis de Deus. Saberiam que a lei é a de causa e efeito (o
que causarmos de bom e de ruim a tudo que conviva conosco neste planeta, seja uma
pessoa, um animal, a Natureza e a nós mesmos sofreremos as consequências);
colheremos aquilo que plantarmos; seja nessa ou em outra encarnação, ninguém
sofre a toa e, consequentemente, Deus é justo.
35 – POR QUE ANDRÉ LUIZ FOI CONSIDERADO UM SUICIDA?

André Luiz conta seu sofrimento, após sua desencarnação, através


da mediunidade de Chico Xavier, no livro "NOSSO LAR", ao ser
chamado de suicida por companheiros da zona umbralina. Até que
Clarêncio, o mensageiro da luz, o resgatou após 8 anos e explicou
que ele era mesmo um suicida. Que todo seu aparelho gástrico foi
destruído à custa de excessos de alimentação e bebidas alcoólicas. E
a sífilis (conseqüência de algumas leviandades) devorou energias
essenciais para sua recuperação corporal pós-operatória.
Hoje, as propagandas levam multidões a buscar a maneira mais
agradável de diminuir as defesas orgânicas com bebidas alcoólicas,
cigarros ou excessos à mesa. Há aqueles que buscam a tranqüilidade
artificial tomando calmantes, ou em busca da euforia ilusória tomam
alucinógenos (maconha, cocaína, etc). Há também os vícios mentais,
como os hipocondríacos (que de tanto imaginar doença, ficam
doentes); os melancólicos (adoecem porque a parte psicológica
está em baixa); os maledicentes (se envenenem com o mal que
julgam identificar nos outros); os rebeldes (os eternos
inconformados com a vida); os apegados à família a bens
terrenos (passam a vida sobrecarregando o corpo carnal com
preocupações injustificáveis, sofrem antes da hora); os irritados
(por falta de compreensão, favorecem o distúrbio circulatório,
entupindo veias coronárias). Como vemos, muitos são os meios de
nos auto-aniquilar lentamente.
Portanto, a roupagem carnal é um presente divino (uma criação de
Deus) que nos permite abençoado aprendizado nas asperezas do
Mundo, por isso temos que preservá-la.
36- A IMPORTÂNCIA DE SABER SOFRER

O Espírito Lacordaire, no cap. V, item 18, de O Evangelho


segundo o Espiritismo disse:
“Poucos sofrem bem; poucos compreendem que
somente as provas bem suportadas podem conduzi-los
ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos
recusa consolações, desde que vos falte coragem. A
prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é
preciso tenha por base uma fé viva na bondade de
Deus.”

O mentor espiritual está dizendo com todas as letras que


não basta sofrer para habilitar-se a futuro feliz.
É preciso sofrer com “finesse”, sem murmúrios, sem
queixas, sem revolta nem desespero.
O paciente revoltado, neurótico, que conturba o
relacionamento familiar, cria confusão, não está
resgatando dívidas. Apenas as amplia, infernizando os
familiares.
Há enfermidades que guardam função de “depurativos
da alma”, servem de válvulas de escoamento de
impurezas espirituais. Põem para fora os desajustes que
provocamos com comprometimentos morais em
existências anteriores.
Para que nos recuperemos sem delongas, é fundamental
evitarmos sentimentos negativos, expressões de revolta e
inconformação, que recrudesce o mal sem reduzir o
desajuste.
Geram dores que não redimem.
Apenas prolongam nossos padecimentos
37 PARA ONDE VAI O SUICIDA?

Cada espírito é uma história. Alguns suicidas sentem-se presos ao corpo de tal modo que, leva-
os a ver e sentir os efeitos da decomposição; outros vão para as regiões umbralinas (região
destinada a esgotamento de resíduos mentais); outros ainda, como conta no livro “Memórias de
um suicida”, tornam-se presas de obsessores, que as vezes, também foram suicidas, entidades
perversas e criminosas, que sentem prazer na prática de vilezas, e que continuam vivendo na
Terra ao lado dos homens, contaminando a sociedade, os lares terrenos que não lhes oferecem
resistências através da vigilância dos bons pensamentos e prudentes ações. Esses infelizes
unem-se, geralmente, em locais pavorosos e sinistros da Terra, afinados com seus estados
mentais como: florestas tenebrosas, catacumbas abandonadas dos cemitérios, cavernas solitárias
de montanhas muitas vezes desconhecidas dos homens e até antros sombrios de rochedos
marinhos e crateras de vulcões extintos. Eles aprisionam, torturam por todas as formas, desde
maus tratos físicos e da obscenidade, até a criação da loucura para mentes já torturadas por
sofrimentos que já lhes são pessoais, etc.

QUANTO TEMPO OS SUICIDAS FICAM PRESOS AO CORPO FÍSICO? Não há previsão para o
tempo que os suicidas ficam presos ao corpo vendo sua decomposição, vagando nas regiões
umbralinas, prisioneiros de obsessores, etc. Isso varia de espírito para espírito. É o tempo que
levam para harmonizar sua mente e entenderem o apoio que está sendo dado a ele. Pois, há
grupos de socorro para os Espíritos que sofrem. No Vale dos Suicidas, por exemplo, o grupo de
trabalhadores é chamado de: Legião dos Servos de Maria, pois o Vale é chefiado pelo grande
Espírito de Maria de Nazaré.

TODO SUICIDA VAI PARA O VALE DOS SUICIDAS? A médium Yvonne Pereira, em seu livro
“Memórias de um Suicida”, fala do Vale dos Suicidas. Entretanto, há notícias de outros suicidas
que não foram para o referido Vale. O próprio Camilo (personagem principal do livro) diz que
não sabe como acontece os trabalhos de correção para suicidas nos demais núcleos ou colônias
espirituais.

COMO REENCARNA UM SUICIDA? Geralmente renascem com defeito ou deficiência no órgão


afetado. E o resgate também não é igual para todos. Por exemplo: Jerônimo, personagem do
livro “Memórias de um suicida”, que se matou com um tiro no ouvido porque sua empresa faliu,
deixando esposa e filhos em situação difícil, reencarnou em família rica, com o propósito de não
formar família, montar uma instituição para crianças órfãs, e ir à ruína financeira novamente,
para ter que lutar com coragem. Seria um teste para ele; Camilo, personagem principal do livro
referido, tornou-se grande trabalhador no Vale dos Suicidas, e após 50 anos reencarnou para
cegar aos 40 anos e desencarnar aos 60 anos. Como vemos, ambos deram um tiro no ouvido,
mas o resgate foi diferente.

É ERRADO MATAR-SE PARA ENCONTRAR COM O ENTE QUERIDO? Além de ser errado adiará
ainda mais o reencontro.

É ERRADO MATAR-SE PARA SALVAR UMA VIDA? Sacrificar sua vida para salvar outra, só sem
intenção de morrer. Exemplo: bombeiro. Suicídio, nunca! Portanto, deixemos claro que, só
Deus tem o direito de retirar a vida. Deus não castiga o suicida, é o próprio suicida quem se
castiga, através de sua consciência pesada. O tribunal do suicida (e de todos nós) é a sua própria
consciência. Se o ato do suicida é covarde ou corajoso, não podemos precisar, porque há casos
de loucura, onde o suicida, por estar em estado de demência, não pode avaliar o crime que está
cometendo. No caso de Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil, diz Emmanuel, que ele não foi
considerado como suicida, uma vez que evitou uma guerra civil com sua morte. Como vemos,
cada caso é um caso. Por isso, aprendamos a não julgar pela aparência. Pois, não sabemos se já
fomos ou estamos sendo suicidas indiretos, ou seja, aquele que se mata devagarzinho, todos os
dias através de vícios, excesso alimentar, sexo desregrado, etc. Nossos sentidos são primários e
não temos direito de julgar. Só há um juiz, perfeito e infalível: DEUS. Para nós cabe a caridade
da prece à esses irmãos.
KARDEC COMETEU SUICIDO? Devemos esclarecer aos que desconhecem sua biografia ou
conhecem e tentam denegrir sua imagem que, Kardec não cometeu suicídio, ele desencarnou
aos 64 anos, entre 11 e 12 horas no dia 31 de março 1869, devido ao rompimento de um
aneurisma, cumprindo, e muito bem, sua missão. Portanto, enquanto não acreditarem na
reencarnação, na vida eterna do espírito, na lei de causa e efeito, infelizmente, continuaremos
recebendo notícias, quase que diariamente, sobre pessoas que cometeram suicídio. Lembremos
que: “Deus não nos dá um fardo maior que podemos carregar.” E pelo caminho
encontramos muitos Sirineus para nos ajudar a carregá-lo.
38- SUICÍDIO – DESGOSTO DA VIDA

Na questão 943, de O Livro dos Espíritos, Kardec indagava qual seria a causa do
desgosto pela vida que se apoderava de certas pessoas sem causa aparente. Ao que os
Espíritos responderam: “Efeito da ociosidade, da falta de fé, e, às vezes, da saciedade
(...).” Analisemos individualmente cada item:

OCIOSIDADE: começa pela atitude mental invigilante, uma vez que, ao mantermos a
mente vazia de pensamentos nobres, estaremos oferecendo vasto campo a expressões
mentais intrusas de baixo teor, mormente aquelas que sinalizam para o desprezo pelo
maravilhoso dom da vida. Ociosidade no campo mental que se transforma facilmente
em inércia física, tornando a vida um campo infértil tomado por ervas daninhas como
os obsessores. Eis a razão pela qual as estatísticas demonstram que a incidência do
suicídio é maior entre pessoas desempregadas ou voluntariamente entregues a inação
(falta de ação, de trabalho, é a inércia). Joanna de Ângelis nos recomenda que:
“Tomemos cuidado com a hora vazia, sem objetivo, sem atividade. Cabeça ociosa é
perigo a vista. Mãos desocupadas facultam o desequilíbrio que se instala. Preenche-a
com uma leitura salutar, ou uma conversação positiva, ou trabalho que aguarda
oportunidade para execução, ou uma ação que te proporcione prazer . . . O homem,
quanto mais preenche os espaços mentais com as idéias do bem, mediante o estudo, a
ação ou a reflexão, mais aumenta a sua capacidade e conquista mais amplos recursos
para o progresso. Estabelece um programa de realizações e visitas para os teus
intervalos mentais, nas tuas horas vazias, e te enriquecerás de desconhecidos tesouros
de alegria e paz. Hora Vazia, nunca!”

FALTA DE FÉ: A fé é perseverante, remove montanhas de dificuldades, estimula


esperança, calma, paciência, sabe esperar porque apóia na inteligência e na
compreensão das coisas; e a falta dela produz incerteza, hesitação, revolta, enfraquece
diante dos adversários e obstáculos; sem ela a pessoa nem procura os meios de vencer
os obstáculos, porque não crê na possibilidade de vitória, na continuidade da vida após
a desencarnação e nem na infalibilidade das leis divinas. Na Suíça, o suicídio assistido
foi legalizado, que consiste no seguinte: alguém que sofre de um mal irreversível
qualquer solicita o auxílio de um médico, que, então, lhe prescreve determinado
medicamento, em expressiva dosagem, que lhe permita desencarnar “suavemente”
em alguns poucos minutos. A única condição que a lei impõe para esse tipo de suicídio
é que o próprio paciente ministre em si mesmo o medicamento letal. Ou seja, o
médico deve se limitar a assistir passivamente a morte lenta e gradual daquele cuja
vida ele deveria preservar. Dados estatísticos demonstram que, em dez anos dessa
prática vergonhosa, o número de suicídios simplesmente triplicou naquele país, já que
pessoas de nações vizinhas têm se deslocado até a Suiça para se matarem em “grande
estilo”.

SACIEDADE: A ONU publicou recentemente um documento em que situou a Suécia


(seguida da Noruega e da Finlândia) como o país que oferece a melhor qualidade de
vida da Terra, já que, por lá, questões como desemprego, fome e miséria são
praticamente inexistentes. Contudo, aqueles três países registram, na ordem referida,
os maiores índices de suicídio do planeta. MAS, POR QUE RAZÃO? Vejamos: A revista
Isto É, edição de 28/01/2004, publicou uma reportagem bastante interessante sobre
uma norueguesa de nome Clara Karoliussem que, após viver por mais de cinco anos
em Santos (SP), preparava-se para retornar ao seu país de origem, curiosamente,
contra sua vontade, pois afirmava que, no Brasil, ela comemorava cada vitória, fruto
de muito trabalho, o que não ocorria em seu país de origem, onde, em suas palavras,
tudo vêm de mãos beijadas, razão pela qual não existe a satisfação íntima da
conquista.
Pode-se dizer, então, que as altas taxas de suicídio verificadas naquele país decorrem
da saciedade mal vivenciada de alguém que, tendo conquistado tudo que a vida pode
lhe oferecer, no sentido material, passa a sentir um desconcertante vazio, decorrente
da falta de perspectivas para o futuro. De fato, a saciedade material, destituída de um
certo respaldo espiritual, é uma das grandes causas do desgosto pela vida.
Ressalte-se que o Brasil, com tantas mazelas sociais, surge no cenário mundial das
estatísticas do suicídio apenas na 71ª (septuagésima primeira) posição, certamente em
decorrência do profundo sentimento de religiosidade dos brasileiros. Então, podemos
dizer que, o vínculo com uma religião é importante para desenvolvermos o respeito
pela vida do próximo e pela nossa também.
E a Doutrina Espírita, na condição de Consolador Prometido por Jesus, nos alerta sobre
as gravíssimas conseqüências do suicídio, no plano espiritual e nas vidas sucessivas,
auxiliando-nos a repelir sugestões infelizes, tão logo se apresentem em nossa tela
mental. Oferece-nos, ainda, depoimentos mediúnicos dos próprios suicidas, que nos
atestam a grande frustração pela qual passaram ao se defrontarem, no além, com uma
realidade muito mais terrível do que aquela que vivenciavam na Terra, justamente por
terem cometido o grande engano de julgar que, ao darem fim às suas vidas carnais,
estariam, também, eliminando a inextinguível essência divina que somos todos nós.
Portanto, não se mate, você não morre.
39 - RESUMO DO LIVRO "MEMÓRIAS DE UM SUICIDA"

A história do livro (Memórias de um Suicida) começa no século XVII, quando nasce um jovem
em terras portuguesas numa família pobre, mas que sonhava ser rico, culto e poderoso.
Este jovem procurou um pároco e contou seu sonho. O pároco então, passou a ensinar-lhe
quanto sabia.
Diante das suas ambições, o jovem despertou a vontade de ser um sacerdote. Mas o pároco,
disse que o rapaz não tinha vocação para o sacerdócio, e aconselhou-lhe que exercesse o
sublime sacerdócio construindo um lar, com respeito, justiça e amando sempre o próximo.
O conselho do pároco calou fundo, e os planos foram adiados.
O jovem então, apaixonou-se por Maria Magda com fervor. Ambos faziam planos
matrimoniais, quando Magda conhece um outro rapaz, Jacinto de Ornelas y Ruiz, apaixona-se,
casa-se e muda-se para Madrid.
O jovem sentiu-se humilhado, cheio de ódio, rancor, despeitado e jurou vingança. Diante do
desgosto, ele reativou a idéia de ser sacerdote e a realizou.
Serviu às leis de Inquisição. Perseguia, denunciava, caluniava, fazia intriga, mentia, condenava,
torturava e matava.
Quinze anos depois do casamento de sua amada Maria Magda, o sacerdote vai para Madrid a
mando da Igreja. O acaso então, os colocou novamente frente a frente, trazendo muito ódio à
lembrança, mas sentindo que ainda a amava.
Tentou cativa-la, mas não conseguiu. Ela resistiu com dignidade. Jacinto, percebeu o assédio
do sacerdote à sua esposa. Preparou-se para deixar Madrid, buscando refúgio no estrangeiro
para si próprio como para a família. Pois, o medo do oficial do Santo-Ofício era grande.
Mas, o sacerdote descobriu, denunciou Jacinto de Ornelas ao tribunal, com muitas acusações.
Jacinto foi preso, processado e entregue ao sacerdote, por ordem dos seus superiores.
Jacinto foi levado à masmorra infecta, onde passou martirizantes privações e torturas:
arrancaram-lhe as unhas e os dentes, fraturaram os dedos, deslocaram os pulsos, queimaram
a sola dos pés.
Maria Magda, sofria pensando o que poderia estar acontecendo ao marido. Por isso, procurou
o sacerdote entre lágrimas, suplicou trégua e compaixão.
Ele então, prometeu o marido de volta com uma condição, de que ela se entregasse à ele.
Ela relutou, mas acabou aceitando. Pois sabia que se não fizesse o acordo, seu marido seria
morto.
Dias depois do pacto, Magda vai à sala de torturas, contempla o marido, desespera-se, e não
consegue ocultar o ódio pelo sacerdote.
Ele notou o desprezo, sentiu-se cansado em lutar por um bem inatingível, pois não conseguia
entender aquele sublime amor que cobria as mãos de Jacinto com beijos e lágrimas.
E por não conseguir o amor de Magda, a inveja, o despeito, o ciúme, tomou-lhe o coração. As
tendências maléficas do passado, vieram-lhe na lembrança, quando no ano 33 gritou junto ao
povo para condenar Jesus de Nazaré em favor da liberdade do bandoleiro Barrabás. Ele então,
vazou os olhos de Jacinto perfurando-os com pontas de ferro incandescido.
Jacinto inconformado com a situação, não querendo tornar-se estorvo à querida companheira,
suicidou-se dois meses depois de obter a liberdade.
Magda voltou para a terra natal com os filhos, desolada e infeliz. Nunca mais viu o sacerdote
ou obteve notícias.
O arrependimento não tardou iniciar ao mesquinho ser do sacerdote. Não dormia com
tranqüilidade, vivia nervoso e a imagem de Jacinto o atordoava. Ele passou a evitar cumprir as
tenebrosas ordens de seus superiores, até que mais tarde foi levado ao cárcere perpétuo.
Da Segunda metade do século XVII até o século XIX, ele começou a expiar, na Terra como
homem e na erraticidade como Espírito, os crimes e perversidades cometidos sob a tutela do
Santo-Ofício.
Na Segunda metade do século XIX, reencarnou em Portugal, como escritor famoso, Camilo
Castelo Branco, para a última fase das expiações inalienáveis: a cegueira.
O mesmo horror que Jacinto de Ornelas sentiu pela cegueira, ele também sentiu. Diante da
inconformidade, imitou a gesto, deu um tiro no ouvido, tornando-se em 1890, suicida como
Jacinto o fora em meado do século XVII.
A cegueira era uma expiação, mas o suicídio não.
O suicídio foi uma escolha dele, que perdeu a oportunidade que Deus estava dando para que
ele reparasse sua falta do passado. Ele fez mal uso do livre arbítrio.
Camilo Castelo Branco lança neste livro, através da médium Yvonne A . Pereira (que também
foi uma suicida na sua encarnação passada) um alerta para aqueles que pensam que a vida
termina no túmulo.
Camilo conta a experiência dele e de outros suicidas como:
Jerônimo que deu um tiro no ouvido porque era rico e não suportou a ruína dos negócios
comerciais;
Mario Sobral perdeu-se nos instintos inferiores, influenciado pela beleza física, a vaidade, a
sedução, que pediam cada vez mais prazeres. Quando percebeu que estava perdendo sua
esposa para outro, tentou encontrar-se e reconduzir sua vida, mas não conseguiu. Sua esposa
não o aceitou. Ele então, à matou estrangulada e logo após enforcou-se; Belarmino era um
professor conceituado, diante de uma tuberculose, resolveu acabar com o sofrimento,
cortando os pulsos; João era viciado em jogo, perdeu tudo, inclusive a honra e a própria vida,
envenenou-se.

Uma observação importante: O resgate não é igual para todos. Por exemplo: Jerônimo, o
amigo de Camilo, que se matou com um tiro no ouvido porque sua empresa faliu, deixando
esposa e filhos em situação difícil, reencarnou em família rica, com o propósito de não formar
família, montar uma instituição para crianças órfãs, e ir à ruína financeira novamente, para ter
que lutar com coragem; Camilo tornou-se grande trabalhador no Vale dos Suicidas, e após 50
anos reencarnou para cegar aos 40 anos e desencarnar aos 60 anos. Como vemos, ambos
deram um tiro no ouvido, mas o resgate foi diferente.

(Resumo feito por Rudymara de Paula) - O livro “Memórias de um Suicida”, buscou


ajudar aqueles que, em desespero, tentaram ou pensam tentar contra a própria vida,
comprometendo severamente a evolução espiritual que todos buscamos. Este livro foi
escrito pela psicografia da médium Yvonne Pereira - ditado pelo espírito Camilo
Castelo Branco, extraordinário romancista e poeta português, que contou sua lamentável
atitude (em vidas passadas), disparando um tiro de revólver na cabeça e consequências.
40 - SUICIDA REENCARNA COM CORPO MUTILADO PARA REPRIMIR NOVO SUICÍDIO -
Chico Xavier

Uma criança foi levada ao Chico Xavier porque os médicos tinham indicado a
amputação das pernas. A mãe perguntou:
- Chico, o que é que eu faço?
E o Chico disse:
- Siga a orientação dos médicos.
Os amigos que acompanharam aquele atendimento perguntaram:
- Mas, Chico, como é que pode uma criança ter as pernas amputadas? Ela já não tem
braços, é cega, muda e surda. Qual a vantagem dessa encarnação?
- O Chico explicou:
- Os espíritos amigos me disseram que a mãe deveria seguir as orientações médicas
porque o espírito que habita este corpo mutilado, nas últimas 10 encarnações, se
suicidou. E antes de encarnar, ele rogou a misericórdia divina para que impedisse por
todos os modos que ele cometesse o suicídio novamente. Embora ele não tenha os
braços, não ouça, não fale e não enxergue, ele está pensando em ir caminhando
procurar uma ponte para se jogar. A gangrena veio como a misericórdia divina para
que na próxima encarnação ele viesse com menos débito e começasse a caminhar para
a recuperação espiritual.

OBSERVAÇÃO: Como disse Emmanuel: “A sagrada oportunidade de uma nova


experiência concedida por Deus, já significa, em si, o perdão ou a magnanimidade da
Lei.” Então, o perdão que o Espiritismo e os amigos espirituais preconizam em verdade
não é de fácil execução. Requer muito boa-vontade. Demanda esforço - esforço
continuado, persistente. Reclama perseverança. Pede tenacidade. ENTÃO, DEUS NÃO
PERDOA? Quem não perdoa é a LEI de Deus, porque perdoar seria anular o mal que foi
feito. E na verdade, a lei ama, deixando ao infrator a oportunidade de reparação, ou
seja, Deus dá meios para ressarcirmos erros. Aos espíritas não existe penas eternas.
Aqueles que se acham renovados pelo processo da renovação moral, aqueles que
conseguiram romper as amarras do passado, pelo Bem que fizeram, naturalmente
minimizaram as conseqüências do Mal que realizaram, e muitas vezes são poupados,
estão excluídos do débito pelo Bem que fizeram. Exemplo: aquele que reencarna para
ficar cego, com o Bem que praticar diminuirá sua dívida com a lei divina. Ele poderá
ficar com a visão precisando apenas de óculos. “O amor cobre multidões de pecados.”
– disse Jesus.
41 - DOENÇAS E DOENTES

Desde que o mundo é mundo, a Humanidade tem lutado contra as enfermidades mais
variadas.
Quando consegue controlar uma delas, outras surgem, mais cruéis e ameaçadoras.
Tem-se lutado com ardor para extirpar as doenças da face da Terra.
Mas por que não se consegue, já que a ciência moderna tem recursos fantásticos?
A resposta é simples: tem-se buscado curar os efeitos e não as causas.
Ou seja, temos envidado esforços para curar os corpos, esquecidos de que o enfermo é o
Espírito imortal e não o corpo que perece.
O corpo é como um mata-borrão, que absorve e exterioriza as chagas que trazemos na alma.
A mente elabora os conflitos, os ressentimentos, os ódios que desatrelam as células dos seus
automatismos, degenerando-as e possibilitando a origem de tumores de vários tipos,
especialmente cancerígenos, em razão da carga mortífera de energia que as agride.
A sede de vingança volta-se contra o organismo físico e mental daquele que a acalenta,
facilitando a instalação de úlceras cruéis e distonias emocionais perniciosas que empurram o
ser para estados desoladores.
As angústias cultivadas podem ocasionar as crises nervosas, as enxaquecas, entre outros
males.
A inveja, a cólera, a competição malsã provocam indigestões, hepatites, diabetes, artrite,
hipertensão, entre outros distúrbios.
O desamor pessoal, o complexo de inferioridade, as mágoas, a autopiedade, favorecem os
cânceres de mama, na mulher, e de próstata, no homem, além das disfunções cardíacas, dos
infartos brutais e outras doenças.
A impetuosidade, a violência, as queixas sistemáticas,os desejos insaciáveis dão ocasião aos
derrames cerebrais, aos estados neuróticos, psicoses de perseguição, etc.
Como podemos perceber, a ação do pensamento sobre o corpo é poderosa.
O pensamento salutar e edificante flui pela corrente sanguínea como tônus revigorante das
células, passando por todas elas e mantendo-as em harmonia.
O contrário ocorre com o pensamento desequilibrado.
O homem é o que acalenta em seu íntimo. O que surge no corpo é a exteriorização dos males
que cultiva na alma.
Não é outro o motivo pelo qual Jesus alertava àqueles a quem curava dizendo: Vá, e não
tornes a pecar para que mal maior não te aconteça.
O que quer dizer que a saúde está condicionada ao modo de vida de cada criatura.
E que não há doenças, mas doentes, que, em maior ou menor intensidade, somos todos nós.

Jesus, que foi o exemplo máximo do Amor, jamais adoeceu, porque era são em Espírito, o que
proporcionava saúde ao corpo.
Desta forma, se quisermos a saúde efetiva, enquanto buscamos a cura do corpo, tratemos
também o verdadeiro enfermo, que é o Espírito.

Redação do Momento Espírita


Livro: Autodescobrimento – uma busca interior
Pelo: Espírito Joanna de Ângelis
Psicografia de: Divaldo Pereira Franco
42 - Alzheimer uma doença espiritual

Américo Marques Canhoto, médico especialista, casado, pai de quatro filhos. Nasceu
em Castelo de Mação, Santarém, Portugal. Médico da família desde 1978.
Atualmente, atende em São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto - Estado de
São Paulo. Conheceu o Espiritismo em 1988. Recebia pacientes que se diziam indicados
por um médico: Dr. Eduardo Monteiro.
Procurando por este colega de profissão, descobriu que esse médico era um espírito, que
lhe informou: Alzheimer acima de tudo é uma moléstia que reflete o isolamento do
espírito.
Importante também analisar o problema dos cuidadores do doente (família). Além de
trazer à discussão o problema da precocidade com que as coisas acontecem no momento
atual. Será que as projeções estatísticas de alguns anos atrás valem para hoje? Serão
confiáveis como sempre foram? Se tudo está mais precoce, o que impede de doenças
com possibilidade de surgirem lá pelos 65 anos de idade apareçam lá pela casa dos 50
ou até menos?

Alerta
- É incalculável o número de pessoas de todas as idades (até crianças) que já apresentam
alterações de memória recente e de déficit de atenção (primeira fase da doença de
Alzheimer). Lógico que os motivos são o estilo de vida atual, estresse crônico,
distúrbios do sono, medicamentos, estimulantes como a cafeína e outros etc. Mas, quem
garante que nosso estilo de vida vai mudar? Então, quanto tempo o organismo suportará
antes de começar a degenerar? É possível que em breve tenhamos jovens com
Alzheimer?

Alguns traços de personalidade das pessoas portadoras de Alzheimer

- Em nossa experiência, temos observado algumas características que se repetem:


Costumam ser muito focadas em si mesmas - Vivem em função das suas necessidades e
das pessoas com as quais criam um processo de codependência e até de simbiose - Seus
objetivos de vida são limitados (em se tratando de evolução) - São de poucos amigos-
Gostam de viver isoladas - Não ousam mudar - Conservadoras até o limite - Sua dieta é
sempre a mesma - Criam para si uma rotina de 'ratinho de laboratório' - São muito
metódicas - Costumam apresentar pensamentos circulares e idéias repetitivas bem antes
da doença se caracterizar - Cultivam manias e desenvolvem TOC (transtorno obsessivo
compulsivo) com freqüência - Teimosas, desconfiadas, não gostam de pensar - Leitura
os enfastia.
o) Não são chegadas em ajudar o próximo - Avessas á prática de atividades físicas -
Facilmente entram em depressão - Agressivas contidas - Lidam mal com as frustrações
que sempre tentam camuflar - Não se engajam - Apresentam distúrbios da sexualidade
como impotência precoce e frigidez - Bloqueadas na afetividade e na sexualidade.
Algumas têm dificuldades em manifestar carinho, para elas um abraço, um beijo, um
afago requer um esforço sobre-humano.

Alzheimer e mediunidade
- No decorrer do processo os laços fluídicos ficam tão flexíveis que eles falam com
pessoas que não enxergamos nem sentimos. Chegam a transmitirem o que dizem os
desencarnados ou são usados de forma direta para comunicações.
Esta condição fluídica permite que acessem com facilidade o filme das vidas passadas
(bem mais a última) - muitas vezes nesses momentos, nos nomeiam e nos tratam como
se fossemos outras pessoas que viveram com eles na última existência e nos relatam o
que 'fizemos' juntos, caso tenhamos vivido próximos na última existência. Vale aqui
uma ressalva, esse fato ocorre em muitos doentes terminais e em algumas pessoas
durante processos febris.

Obsessão
- É bem comum que a doença insidiosamente se instale através de um processo
arquitetado por obsessores, pois os que costumam apresentar essa doença não são muito
adeptos da ajuda ao próximo e do amor incondicional; daí ficam vulneráveis às
vinganças e retaliações. É raro que bons tarefeiros a serviço do Cristo transformem-se
em Alzheimer. Mas, quem é ou quais são os alvos do processo obsessivo? O doente ou
a família?

Alzheimer - o umbral para os ainda encarnados


- O medo de dormir reflete, dentre outras coisas, as companhias espirituais nada
agradáveis. Os 'cuidadores' desses pacientes tem mil histórias a contar e muitos
depoimentos a fazer. Esse assunto merece muitos comentários.
O espírito volta para a vitrine - Tal e qual o espírito que reencarna; pois na infância
nosso espírito está na vitrine, já que ainda não sofreu a ação da educação formal. Esse
tipo de doença libera toda a nossa real condição que, perde as contenções da
personalidade formal e mostra sua verdadeira condição: nua e crua.
Para quê? Quem pode se beneficiar com isso? Serão os familiares mais atentos? Os
profissionais da saúde?
Como médica, tive um caso curioso, nosso paciente se beneficiava na parte cognitiva
com a medicação específica mas, tivemos que suspendê-la, pois, ele que antes parecia
um 'docinho de coco', com o evoluir da doença, mostrou sua personalidade agressiva e
manifestava-se de tal forma que chegou a ser expulso de uma clínica especializada pois
do nada agredia os outros internos - na decisão de consenso optou-se por manter as
tradicionais 'camisas de força' (remédios que todos conhecem).

Os cuidadores
- Mesmo com medo de ter que 'cuidar de uma antiga criança mal educada' como se
tornam os portadores dessa doença; ela não deixa de ser uma oportunidade ímpar de
desenvolvermos qualidades espirituais a 'toque de caixa'. Feliz de quem encara essa
tarefa sem dia sem noite, sem férias. Pena que algumas pessoas não sejam capazes de
suportar tal tarefa com calma - Quem se arrisca a encarar com bom humor e realizar o
que for possível ajudando a esse irmão? Serão os cuidadores vítimas ou felizardos? O
que isso tem a ver com o passado? Cada qual que decida...Quantos cuidadores se
tornarão doentes? - Alerta: 'Cuidadores' costumam não aprender nada e, repetem a lição
para os outros, tornam-se ferramentas de aprendizado.
O que é possível aprender como cuidador? Paciência, tolerância, aceitação, dedicação
incondicional ao próximo, desprendimento, humildade, inteligência, capacidade de
decidir por si e pelo outro. Amor.

Para o 'cuidador' é diferente o Alzheimer rico do pobre?


- O que mais se vê é o pobre sendo cuidado pela família e o rico sendo cuidado por
terceiros. Quem ganha o que e quanto? Terceirizar tem algum mérito? Tornar-se doente
de Alzheimer na classe média é uma loteria; por quem ou onde seremos 'cuidados'?
Cuidador ou responsável? - Tal e qual na infância temos pais ou responsáveis, neste
caso vale a mesma analogia.
O que o cuidador ganha ou perde? - Vale a pena abdicar de uma tarefa de vida para
cuidar de uma pessoa que tudo fez para ficar nessa condição de necessitado? - Quem ou
o que dita os valores? Quem ganha ou perde o que? Em qual condições? - Na dúvida
chame Jesus, Ele explica tudo muito bem...

O problema da obsessão
- Quem obsidia quem? Cuidador e doente são antigos obsessores um do outro - não é
preciso recuar muito no tempo, pois mesmo nesta existência, com um pouco de
honestidade dá para analisar o processo em andamento; na dúvida basta analisar as
relações familiares, como as coisas ocorreram.
Não foi possível? - não importa; basta que hoje, no decorrer do processo da doença,
avaliemos o que nos diz o doente nas suas 'crises de mediunidade': você fez isso ou
aquilo, agora vai ver! - preste muita atenção em tudo que o doente diz, pois aí, pode
estar a chave para entendermos a relação entre o passado e o presente.

A dieta influencia
- Os portadores da doença costumam ter hábitos de alimentação sem muita variação
centrada em carboidratos e alimentos industrializados. Descuidam-se no uso de frutas,
verduras e legumes frescos, além de alimentos ricos em ômega3 e ômega 6, devem
consumir mais peixe e gorduras de origem vegetal (castanha do Pará, nozes, coco, azeite
de oliva extra virgem, óleo de semente de gergelim). Estudos recentes mostram que até
os processos depressivos podem ser atenuados ou evitados pela mudança de dieta.

Remédios resolvem?
- Ajudar até que ajudam; mas resolver é impossível, ilógico e cruel se, possível fosse -
pois, nem todos tem acesso a todos os recursos ao mesmo tempo.
Remédios usados sem a contrapartida da reforma no pensar, sentir e agir podem causar
terríveis problemas de atraso evolutivo individual e coletivo; pois apenas abrandam os
efeitos sem mexer nas causas. Tapam o sol com a peneira.

Qual a vacina?
- Desde que saibamos separar a vacina ativa da passiva. O ato de nos vacinarmos contra
a doença de Alzheimer é o de estudar as características de personalidade, caráter e
comportamento dos que a vivenciam, para que não as repitamos. A melhor e mais
eficiente delas é o estudo, o desenvolvimento da inteligência, da criatividade e a prática
da caridade. Seguir ao pé da letra o recado que nos deixou o Espírito da Verdade:
'Amai-vos e instruí-vos'.

Quer evitar tornar-se um Alzheimer?


Torne sua vida produtiva, pratique sem cessar o perdão e a caridade com muito esforço
e inteligência. Muito mais há para ser analisado e discutido sobre este problema
evolutivo que promete nos visitar cada dia mais precocemente, além das dúvidas que
levantamos esperamos que os interessados não se furtem ao saudável debate.

Artigo: Alzheimer - Enviado por Celso machado, sócio colaborador e Conselheiro da


Corrente do Bem - Site Jornal dos Espíritos - É Possível Evitar Por: Dr. Américo
Marques Canhoto (Casado, pai de quatro filhos. Nasceu em Castelo de Mação,
Santarém, Portugal. Médico da família, clinica desde o ano de 1978. Hoje, atende em
São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto, Estado de São Paulo. Conheceu o
Espiritismo em 1988. Recebia pacientes indicados pelo doutor Eduardo Monteiro.
Depois descobriu que esse médico era um espírito. .

- Roberio Cordeiro da Silva


43 - DEVEMOS SENTIR PENA DE NÓS MESMOS?

Diz Emmanuel no livro O Consolador: "dentre os mundos inferiores, a


Terra pertence à categoria dos de expiações e provas, porque ainda
existe predominância do mal sobre o bem. Aqui, o homem leva uma
vida cheia de vicissitudes por ser ainda imperfeito, havendo, para seus
habitantes, mais momentos de infelicidades do que de alegrias. A
provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a
estrada do trabalho e da edificação espiritual. A expiação é a pena
imposta ao malfeitor que comete um crime.”

Diante de tal explicação, concluímos que não nascemos para ser


completamente felizes. Aqui, neste planeta, alegria e tristeza se revezam.
Moramos num vale de lágrimas, ou seja, ora choramos de alegria, ora de
tristeza. Ora somos testados na riqueza, ora na pobreza. Família e
familiares difíceis são reencontros, muitas vezes, com inimigos do
passado. Família é uma escola onde somos testados para desenvolvermos a
paciência, a tolerância, o perdão, a reconciliação, etc. Se o exemplo dos
membros da família for bom, copiemos, se for ruim mudemos o rumo e
façamos melhor. Se são pessoas difíceis em nossa vida, somos também,
muitas vezes, pessoas difíceis na vida deles. Doenças podem ser: desgaste
físico natural com o avanço da idade, resgates do passado, abuso do
presente, um pedido de prova para acelerar a evolução ou um pedido nosso
para que nos sirva de freio para que não nos precipitemos nos erros de
outra encarnação ou que atrapalhe a realização de um trabalho social que
nos comprometemos realizar. Desencarnação é algo natural onde cada um
de nós, hora ou outra terá que enfrentar. Cada um nasce com uma
estimativa de vida. Uns mais, outros menos, depende das necessidades do
Espírito reencarnante. Dependendo da vida que levarmos podemos
antecipar ou adiar esta desencarnação. Estes são ensinamentos básicos na
Doutrina Espírita, mas muitos de nós espíritas, mesmo sabendo de tudo
isso, quando passamos por um momento difícil, sentimos pena de nós
mesmos. Basta encontrarmos com um conhecido para desabafarmos nossas
amarguras nos colocando na condição de “coitadinho” ou “vítima” de uma
situação. Temos também o hábito de responsabilizar os outros pela nossa
dor. Há quem responsabilize: um amigo(a), um espírito, a macumba, os
pais, a inveja, o olho gordo, a herança genética, etc. Quando na verdade
somos vítimas de nós mesmos. O plantio é livre, mas a colheita obrigatória.
Portanto, estamos colhendo o que plantamos, nesta vida ou na anterior. Se
queremos uma vida melhor, devemos nos esforçar para sermos melhores.
Não adianta buscar amuletos, rezas milagrosas, escapulários, sal grosso,
arruda, etc. Esta é a saída fácil que muitos buscam. Pendurar um amuleto
no pescoço é mais fácil que modificar nossas atitudes, pensamentos e
palavras. A solução está em nós e não nas coisas externas. Chega de nos
enganarmos. Chega de auto-piedade, tomemos uma atitude. Portanto, não
somos coitadinhos.

Rudymara
44 - EPILEPSIA NA VISÃO ESPÍRITA

A epilepsia é uma das enfermidades mais antigas da humanidade. Na antiga


Babilônia, eram feitas restrições ao casamento de pessoas epilépticas, com o
argumento de que eram possuídas pelo demônio. Já na Idade Média, a
epilepsia era considerada uma doença mental e contagiosa, visão que persiste
nos tempos atuais nas pessoas desinformadas.
Na Bíblia, encontramos a passagem do “menino epiléptico”, narrada por
Mateus (17: 14 a 19), na qual Jesus, “tendo ameaçado o demônio, fez com que
ele saísse da criança, que foi curada no mesmo instante”. No livro A Gênese,
Allan Kardec explica que a “imensa superioridade do Cristo lhe dava tal
autoridade sobre os espíritos imperfeitos, chamados então de demônios, que
lhe bastava ordenar que se retirassem para que não pudessem resistir a essa
injunção”.
Para nós, espíritos em aprendizado, fazer uma desobsessão é mais complexo.
Precisamos ter uma ajuda espiritual e muito carinho com nossos semelhantes,
pois o verdugo de hoje foi vítima ontem. Para sabermos se o problema é um
processo obsessivo ou carma, devemos analisar os tipos de reencarnação:
expiação, provação e missão. A expiação é o resgate, por meio da dor, de
erros cometidos em outras existências. Pela provação, temos provas
voluntariamente solicitadas pelo espírito, as quais, se bem suportadas,
resultarão em seu progresso espiritual. A missão é a realização de qualquer
tarefa, de pequena ou grande relevância. A Terra pertence à categoria dos
mundos de expiação e provas.
A medicina descreve uma crise epiléptica como uma desordem cerebral,
causada por descarga elétrica anormal, excessiva e transitória das células
nervosas, decorrente de correntes elétricas que são fruto da movimentação
iônica através da membrana celular. Existem diversos tipos de crises, como
parciais, parciais e completas, generalizadas e tônico-clônicas.
Causas da epilepsia
As causas da epilepsia podem ser desde uma lesão na cabeça como um parto
à fórceps. O uso abusivo de álcool e drogas, além de outras doenças
neurológicas, também podem gerar a doença. Na maioria dos casos,
entretanto, desconhece-se as causas que lhe dão origem. Muitas vezes, o
paciente tem as convulsões e os exames realizados dão resultados normais.
Divaldo Pereira Franco, no livro Grilhões Partidos, afirma que “mesmo nesses
casos, temos que levar em conta os fatores cármicos incidentes para imporem
ao devedor o precioso reajuste com as leis divinas, utilizando-se do recurso da
enfermidade-resgate, expiação purgadora de elevado benefício para todos
nós”.
Vale ressaltar que a medicina terrestre evoluiu, não só porque conta com a
cirurgia, que é usada quando o resultado da medicação não foi satisfatório e o
médico avalia as possibilidades de sucesso cirúrgico, mas por que os médicos
têm se preocupado em adaptar o paciente à vida social e familiar, além da
reabilitação aos estudos. Muitas vezes, envolvem vários profissionais de
diversas áreas, como psicólogos, terapeutas etc., elucidando o paciente e sua
família sobre a importância do uso dos remédios e o apoio dos pais nesta
caminhada. Estes, inclusive, com receio das crises epilépticas, acabam dando
uma superproteção ao filho, temendo que ele se machuque. Essa proteção é
normal, mas deixa o epiléptico dependente dos genitores, tornando-o uma
criança isolada e fechada.
Algumas pessoas, sem o devido estudo, alegam que a epilepsia é uma
mediunidade que deve se desenvolver. Porém, conforme afirma Divaldo
Pereira Franco em Grilhões Partidos, vale ressaltar que “não desconhecemos
que toda enfermidade procede do espírito endividado, sendo a terapêutica
espiritista de relevante valia. Porém, convém considerar que, antes de qualquer
esforço externo, há que se predispor o paciente à renovação íntima
intransferível, ao esclarecimento, à educação espiritual, a fim de que se
conscientize das responsabilidades que lhe dizem respeito, dando início ao
tratamento que melhor lhe convém, partindo de dentro para fora.
Posteriormente e só então, far-se-á lícito que participe dos labores
significativos do ministério mediúnico, na qualidade de observador, cooperador
e instrumento, se for o caso”.
Existem processos perniciosos de obsessão que fazem lembrar um ataque
epiléptico devido à igualdade da manifestação. Também com uma gravidade
séria, ainda conforme as palavras de Divaldo, “ocorrência mais comum se dá
quando o epiléptico sofre a carga obsessiva simultaneamente, graças aos
gravames do passado, em que sua antiga vítima se investe da posição de
cobrador, complicando-lhe a enfermidade, então com caráter misto”.
Independentemente do fato do epiléptico estar sob um processo obsessivo ou
não, é importante a freqüência ao centro espírita para a reforma íntima e para
receber aplicação de passes, que é uma transfusão de energias físio-psíquicas.
Porém, mesmo com o tratamento espiritual, o epiléptico deve manter controle
com a medicina terrestre, com a aplicação de anticonvulsivos, pois cada caso é
um caso.
Reforma íntima
Pode-se fazer um tratamento de desobsessão e o inimigo do passado ser
doutrinado, mas a dívida persistirá enquanto não for regularizada, como explica
Divaldo no livro. “Considerando-se que o devedor se dispõe à renovação,
com real propósito de reajustamento íntimo, modificando as paisagens
mentais a esforço de leitura salutar, oração e reflexão com trabalho
edificante em favor do próximo e de si mesmo, mudam-se-lhe os quadros
provacionais e providências relevantes são tomadas pelos mensageiros
encarregados de sua reencarnação, alterando-lhe a ficha cármica. Como
vê, o homem é o que lhe compraz, o que cultiva”, descreve.
Gostaria de terminar dizendo para as pessoas que têm epilepsia e seus
familiares que jamais desanimem, em momento algum, sobretudo nos
momentos mais difíceis, onde a doença parece incontrolável. Os pais são o
alicerce para o filho epiléptico e este só poderá obter a cura total ou parcial
com o apoio dos familiares e muita fé em Deus.
Ao terminar de ler esta matéria, não se preocupe em ficar remoendo na mente
sobre os atos que poderia ter feito no pretérito que lhe fizessem voltar com
essa enfermidade. Cuide de sua reforma íntima e espiritual, para que,
posteriormente, venha a trabalhar em prol dos mais necessitados. Dessa
forma, além de se ajudar a evoluir espiritualmente, ajudará também muitas
pessoas que virão ao seu socorro.

Marco Tulio Michalick


ALGUNS CASOS DE EPÍLEPSIA

Caso 1: Livro Grilhões Partidos, de Manoel P de Miranda


Caso Ester: moça, de 15 anos, previamente “normal”. Quadro súbito de
contratura generalizada, palidez cutânea, sudorese abundante. Segue-se
atitude agressiva do pai, a quem sempre tratou com carinho, seguida de
palavras duras, gritos e agitação. Após a medicação injetável, ocorre
sonolência intercalada por convulsões.
Diagnóstico espiritual: “Disritmia cerebral secundária a ligação obsessiva, com
manifestação do obsessor através de psicofonia atormentada, após a
convulsão. O Eletroencefalograma [ECG] era normal antes e após a convulsão.
Se não forem evitados os ataques de subjugação, aparecerá lesão cerebral,
que já existe no perispírito”.
Ester era espírito com grave débito no passado, com lesão perispiritual na
região cerebral. Utilizou sua inteligência para causar prejuízo grave à vida de
vários semelhantes.
Observar que após a convulsão seguia-se a fala do obsessor (fala lógica e
inteligente), dirigida contra o pai de Ester.
O diagnóstico médico seria crise convulsiva generalizada tônico-clônica
seguida de estado crepuscular como a ocorrência de confusão mental,
inquietação motora, automatismos, distúrbios da fala, do conhecimento e da
ação, após a crise convulsiva.
Esse caso mostra a ocorrência da convulsão são e ressalta a importância da
terapia desobsessiva na prevenção de lesão do corpo físico.
Bezerra de Menezes indica o tratamento: “A terapia há de ser múltipla,
acadêmica e espírita”, mostrando a importância de usar medicação apesar de
ser processo de origem espiritual.

Caso 2: Livro: Nos Domínios da Mediunidade, cap 9.


Caso Pedro: Paciente com doença mental.
Visão espiritual: Observa-se o obsessor ligando-se a Pedro, seguindo-se
convulsão generalizada tônico-clônica, com relaxamento de esfíncteres. O
mentor Aulus afirma ser possessão completa ou epilepsia essencial e analisa
que, no setor físico, Pedro está inconsciente, não terá lembrança do ocorrido,
mas está atento em espírito, arquivando a ocorrência e enriquecendo-se.
Passado espiritual semelhante aos demais pacientes analisados, com
obsessão na espiritualidade antes da atual reencarnação.
Após a prece e o passe dos demais encarnados, ocorre o desligamento do
desencarnado, termina a convulsão e Pedro entra em sono profundo.
O mentor Aulus o classifica como médium, mas desaconselha a procura de
desenvolvimento mediúnico, até que Pedro desenvolva recursos pessoais no
próprio reajuste, com o estudo e reforma íntima, e explica: “Com a terapia
desobsessiva exitosa, será possível terminar com os ataques de “possessão”,
mas Pedro sofrerá os reflexos do desequilíbrio em que se envolveu, a se
expressarem nos fenômenos mais leves da epilepsia secundária que emergirão
por algum tempo, ante recordações mais fortes da luta atual até o reajuste
integral do perispírito (reflexo condicionado)”.
Esse caso mostra que, apesar de tratar-se de obsessão, não ocorreu a
manifestação do obsessor (estado crepuscular) após a convulsão,
provavelmente devido ao passe aplicado durante a convulsão, que produziu o
desligamento do espírito desencarnado. Fato semelhante ocorreu no caso
retirado do Evangelho, onde no texto de Marcos (9: 14-30) observa-se que o
jovem apresenta a convulsão e após a interferência de Jesus ele fica “como
morto”. Outro ensinamento desse caso é quanto ao prognóstico de cura após o
tratamento desobsessivo, analisado pelo mentor Aulus, surgindo a epilepsia
secundária a reflexo condicionado.

CONCLUSÃO
Os quadros de epilepsia podem ser provocados por obsessão, mas existem
casos sem ação de desencarnados e casos mistos.
Independentemente do caso, com ou sem envolvimento obsessivo, há
necessidade de uso de medicação da medicina acadêmica.
Segundo Bezerra de Menezes, a presença do estado crepuscular é diagnóstico
de ação obsessiva.
A terapia desobsessiva é altamente eficaz, devendo ser usada como preconiza
a obra kardequiana.
O estudo dos casos clínicos sugere que a maioria dos quadros de epilepsia
representa processo obsessivo atual ou passado, e que todo paciente
epiléptico deve ser abordado com processo terapêutico nesse sentido. As
exceções seriam os casos de lesão cerebral no passado ou na vida atual,
como nos casos de suicídio.
O quadro secundário a processo obsessivo, se não socorrido em tempo hábil,
pode levar à lesão física.
Existe uma seqüência evolutiva do processo de cura: obsessão com lesão
física -> obsessão sem lesão física -> epilepsia por reflexo condicionado ->
estado convalesceste (com crises dependendo do comportamento do paciente)
-> cura.
“Estai de sobreaviso, vigiai e orai, porquanto, não sabeis quando será o
tempo.” Jesus - Mc. 13 - 33.

(Extraído da revista Cristã de Espiritismo 23, páginas 12-14)


45 - LÁBIO LEPORINO
Divaldo, conta que viu sua irmã suicida em desespero, após vinte anos
do suicídio, dizendo estar impregnada pelo veneno que havia ingerido.
Divaldo começou a pensar no que poderia fazer para atenuar o
sofrimento da irmã, tão querida ao seu coração. Ele orava muito pela
irmã, mas desejava fazer mais por ela.
Osvaldo, irmão de Divaldo, exercia na cidade de Feira de Santana, no
Estado da Bahia, o cargo de Delegado de Polícia.
Divaldo, certa vez, perguntou ao irmão qual o fato que mais o
impressionara em sua árdua carreira.
Osvaldo contou-lhe que o quadro mais triste que havia presenciado era a
situação das mulheres nos lupanares ou zona de meretrício como eram
chamados naquela época. Aquelas mulheres entregavam-se ao comércio
carnal, despreparadas para a vida e completamente sem proteção.
Contou-lhe que sua equipe policial, numa das “batidas” naquelas casas,
verificou que as pobres mulheres colocavam os filhinhos sob a cama,
cobrindo-os com lençóis e os obrigavam a ficar quietos para poderem
atender os clientes sobre a cama.
Divaldo foi com o irmão até a zona de meretrício daquela cidade e
reunindo as mulheres mais decadentes, já com o organismo corroído
pela sífilis e outras doenças, indagou-lhes o que ele poderia fazer-lhes
para atenuar a dor e a miséria em que viviam.
A grande maioria disse que gostaria de encontrar alguém que salvasse
seus filhos, principalmente as filhas de seguir tal “profissão”.
Uma outra moça implorou chorando:
- Seria tão bom se eu pudesse encontrar uma pessoa com misericórdia
que nos salvasse desta desgraça.
Divaldo, enternecido, prometeu que iria cuidar dessas pobres crianças e
de suas mães em homenagem à sua tão querida irmã Nair.
Pediu forças a Deus para poder levar à Mansão do Caminho todas
aquelas crianças. Eram catorze. Chegaram a ter trinta e seis crianças
através do tempo, filhas dessas pobres mulheres equivocadas. Algumas
delas conseguiram mudar de vida, ter uma profissão digna, graças à
orientação de Divaldo.
E os anos foram passando plenos de trabalho no ideal da caridade e
fraternidade.
Quando dona Ana Franco, mãe de Divaldo, desencarnou em 1972, a
irmã de Divaldo estava ao lado dela. E naquele momento, Nair
agradeceu à Divaldo por tudo que ele havia feito pelas mães e filhos
desamparados em seu nome.
Essa homenagem fez muito bem ao Espírito de Nair que passou a se
preparar para uma futura reencarnação.
Hoje ela já está reencarnada. Nasceu com lábios leporinos, resultado do
veneno que havia ingerido.
Nasceu debaixo de uma árvore, de uma mulher que não tinha marido.
Joanna disse para Divaldo:
- Veja Divaldo, através do mesmo mecanismo que você à homenageou,
ela veio (reencarnou) para agradecer.

Mas . . . o mais importante é que lhe foi concedida, pela misericórdia de


Deus uma nova oportunidade na Escola da vida. Vale a pena viver e
amar como nos ensina o Espírito Joanna de Ângelis. Vale a pena
preencher com a fraternidade, a solidariedade, que são frutos
amadurecidos de amor, todos os momentos da vida.
Então, se perdemos nossos entes queridos, vamos seguir este exemplo
de nosso Divaldo e amar com infinita ternura todos os tristes e
desamparados do caminho, tratando-os como pais, mães e irmãos
queridos.
46 VÍCIO: DEFEITO MORAL

Kardec na questão 265 do O livro dos Espíritos coloca:


"Se alguns Espíritos escolhem o contato com o vício, como prova, há os que o
escolhem por simpatias e pelo desejo de viver num meio adequado aos seus gostos,
ou para poderem entregar-se livremente as suas inclinações materiais?"
E a resposta é incisiva:
"Há por certo, mas só entre aqueles cujo senso moral é ainda pouco desenvolvido; a
prova decorre disso e eles a sofrem por tempo mais longo. Cedo ou tarde
compreenderão que a satisfação das paixões brutais tem para eles consequências
deploráveis, que terão de sofrer durante um tempo que lhes parecerá eterno."
André Luiz no livro Nos Domínios da Mediunidade, cap. 15, mostra o frequentador de
bares que ao sair totalmente embriagado, não está sozinho, junto a ele, num processo
de simbiose uma entidade das sombras que se justapunha ao outro exibindo as
mesmas perturbações.
Explica que é "vampirismo espiritual", ou seja, ação dos espíritos inferiores
desencarnados que viciosos imantam-se às suas vítimas, absorvendo-lhes fluidos vitais.
Com o tempo destroem as células perispirituais que criará grandes problemas de
saúde numa próxima reencarnação. O retorno num novo corpo será doloroso com
moléstias muito graves, doenças mentais - hidrocefalias - paralisias – cegueiras –
idiotismo e vários tipos de câncer.
Joanna de Ângelis no livro Após a Tempestade diz, "...a vinculação alcoólica, por
exemplo, escraviza a mente desarmonizando-a e envenena o corpo deteriorando-o,
tem início através do aperitivo inocente, que logo se converte em dominações
absoluta. A pretexto de comemorações, festas, decisões não te comprometas com o
vício, na suposição de que dele te libertarás quando queiras, pois que se os viciados
pudessem querer não estariam sob essa violenta dominação.”
Ana Gaspar

Observação: O vício, de modo geral, envenena o corpo e o perispírito. Sabemos que é


difícil libertar-se dele. Mas, o que a pessoa está fazendo para se desvencilhar? Com a
desculpa de que é difícil, muitos se acomodam e não se esforçam para livrar-se dele.
Como disse Allan Kardec: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua
transformação moral, e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações.”
Que esforço estamos fazendo para domar nossas más inclinações? Muitos dirão: “a
natureza não dá salto.” Sim, sabemos disso. Mas, que tal começar a caminhar? Muitos
estão estagnados no caminho arrumando desculpas para não mudar. Então, esforce-se,
liberte-se da escravidão do vício e da preguiça moral.
47 NASCER SURDO

Nas vésperas da reencarnação, sou estimulado a falar de minha falência espiritual.


Instrutores e guardiães recomendam-me destacar a importância do ouvido . . .
Pedreiro modesto, órfão de mãe desde a meninice, casei-me por amor, embora contra os planos
de meus irmãos, que me reservavam noiva diferente. Garantindo-me a escolha, porém, estava
nosso pai a meu lado - o abnegado pai que amadurecera o raciocínio nas dificuldades do mundo
e iluminara o coração no conhecimento do Espiritismo. Carinhoso, assegurou-me o enlace,
aprovou-me as decisões e intentou preparar-me, diante da vida, dispensando-me ensinamentos
que eu simulava aceitar, de modo a lhe não perder a complacência e a ternura . . .
Seis anos passaram, sem que a hostilidade familiar contra minha mulher esmorecesse, 6 anos de
maledicência na base da perseguição cordial . . .
Alice, a companheira inexperiente, proporcionara-me 2 filhos queridos, quando se engravidou
pela terceira vez.
Nessa época, o veneno já me corroera a confiança.
Apontava-me amigo nosso de infância como sendo o responsável pelos supostos desacertos
daquela que a Providência Divina me colocara nas mãos por esposa leal.
Circunstâncias provocadas pelos que mostravam interesse em nossa desunião, falsos
testemunhos, bilhetes anônimos e difamações fantasiadas de bons conselhos acabaram por
arruinar-me . . .
Discutimos.
Acusei-a, defendeu-se. Chorou, zombei . . .
E, para fiscalizar-lhe a conduta, transferi-me para a casa paterna, ameaçando tomar-lhe as
crianças, através do desquite. Para isso, porém, queria provas, tinha fome de confirmações do
inexistente.
Meu pai surgia conciliador:
- Meu filho, paternidade é compromisso perante Deus . . .
- Você não tem direito de proceder assim . . .
- Onde está a caridade para com a esposa ingênua? . . .
- Mesmo que ela errasse, constituiria isso motivo para uma sentença de abandono
implacável?
- Há comportamentos ditados por desequilíbrios espirituais que não conhecemos na origem . .
.
- Pense nas tragédias da obsessão que campeiam no mundo . . .
- E os pequeninos? Terão eles a culpa de nossas perturbações?
- Recorramos a prece, meu filho! . . . A prece nos clareará o caminho . . .
Silenciava, ao recolher-lhe as advertências, em face da veneração que lhe tributava, mas, no
íntimo, articulava minhas respostas imanifestas: "orarei pela boca do revolver", "pobre pai",
"bobo de velho com 66 anos", "cabeça tonta", "caduco", "fanático" . . .
E, noite a noite, espreitava, de longe, os movimentos de Alice, à feição da serpente vigiando a
furna de que aparentemente desertara.
Duas semanas decorreram, normais, quando sobreveio o momento em que lobriguei o vulto de
um homem que saía de nossa casa . . .
Seria o rival . . .
Guardei segredo e prossegui na tocaia.
Mais 4 dias e o mesmo homem chegou de carro, despediu-se do motorista e entrou . . .
Puxei o relógio. 11:15h, noite quente.
Prevenido, acerquei-me da moradia, que se localizava em subúrbio remoto.
Encontraram-se os dois com mostras de intimidade e, a distância, notei que se acomodavam
num banco de pedra do pátio lateral, que a sombra envolvia. Conversavam sugerindo carinho
mútuo. Enxergava-lhes ouvisse as palavras, e estudei, friamente, a posição que ocupavam na
peça estreita.
Desvairado, consultei o portão de entrada, verificando-o semi-aberto. Acesso fácil.
Com a sagacidade de um felino, avancei, descarregando a arma nos dois.
Ouvi gritos, mas ocultei-me na vizinhança, para fugir em seguida, a sentir-me vingado.
Não vacilaria arrostar a polícia, se necessário. Tentando refrigerar a cabeça, procurei descansar
algumas horas em praias deserta. Entreguei o revólver à lama de esgoto esquecido e voltei a
casa para saber, aterrado, que eu não apenas assassinara minha esposa, mas também meu
abnegado pai que a socorria . . .
Não acreditei.
Corri ao necrotério e, ao reconhecê-los, tornei ao lar, atormentado pelo remorso, e enforquei-
me, sem dar outra impressão que não fosse a de um homem que a dor fizera delirar, atirando-o
ao suicídio . . .
Exilado por minha própria crueldade, em vales tenebrosos, nunca mais vi os que amo . . .
Entendereis o que sofro?
Quantos anos passaram sobre os meus crimes? Não sei . . . Os que choram sem o controle do
tempo não sabem contar as horas . . .
Misericórdia, meu Deus! . . .
Dai-me a reencarnação, os empeços da Terra, a luta, a provação e o esquecimento, mas ainda
que eu padeça humilhação e surdez, durante séculos, permiti, Senhor, que eu aprenda a
escutar! . . .

Pelo Espírito: João; do livro Luz no Lar; psicografia de Chico Xavier.

OUVIDOS

"Quem tem ouvidos de ouvir, ouça." - Jesus. (Mateus, 11:15)

Ouvidos . . . Toda gente os possui. Achamos, no entanto, ouvidos superficiais em toda a parte.
Ouvidos que apenas registram sons.
Ouvidos que se prendem a noticiários escandalosos.
Ouvidos que se dedicam a boatos perturbadores.
Ouvidos de propostas inferiores.
Ouvidos simplesmente consagrados à convenção.
Ouvidos de festa.
Ouvidos de mexericos.
Ouvidos de pessimismo.
Ouvidos de colar às paredes.
Ouvidos de complicar.
Se desejas, porém, sublimar as possibilidades de acústica da própria alma, estuda e reflete,
pondera e auxilia, fraternalmente, e terás contigo os "ouvidos de ouvir", a que se reportava
Jesus, criando em ti mesmo o entendimento para a assimilação da Eterna Sabedoria.

Escrito pelo Espírito: Emmanuel


Do livro: Palavras de Vida Eterna
Psicografia de: Chico Xavier
“Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica
não passam de estados vibratórios da mente em desequilíbrio.” -
Emmanuel

No trato com nossas doenças, além dos cuidados médicos indispensáveis à


nossa cura, não nos esqueçamos também de que sempre, a origem de toda
enfermidade principia nos recessos do espírito.

A doença, quando se manifesta no corpo físico, já está em sua fase conclusiva,


em seu ciclo derradeiro. Ela teve início há muito tempo, provavelmente,
naqueles períodos em que nos descontrolamos emocionalmente, contagiados
que fomos por diversos vírus potentes e conhecidos como raiva, medo, tristeza,
inveja, mágoa, ódio e culpa.

Como a doença vem de dentro para fora, isto é, do espírito para a matéria, o
encontro da cura também dependerá da renovação interior do enfermo.

Não basta uma simples pintura quando a parede apresenta trincas. Renovar-se
é o processo de consertar nossas rachaduras internas, é escolher novas
respostas para velhas questões até hoje não resolvidas. O momento da doença
é o momento do enfrentamento de nós próprios, é o momento de tirarmos o lixo
que jogamos debaixo do tapete, é o ensejo de encararmos nossas paredes
rachadas.

O Evangelho nos propõe tapar as trincas com a argamassa do amor e do


perdão. Nada de martírios e culpas pelo tempo em que deixamos a casa
descuidada.

O momento pede responsabilidade de não mais se viver de forma tão


desequilibrada. Quem ama e perdoa vive em paz, vive sem conflitos, vive sem
culpa.

Quando atingimos esse patamar de harmonia interior, nossa mente vibra nas
melhores frequências de equilíbrio e da felicidade, fazendo com que a saúde
do espírito se derrame por todo o corpo.

Vamos começar agora mesmo o nosso tratamento?

( Texto extraído do livro Minutos com Chico Xavier do José Carlos De Lucca )

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