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OFICINA DE MACROBIÓTICA - VEGANA

Funky Food - Abril 2017

* Macrobiótica *
A MACROBIÓTICA é a arte e ciência da saúde e longevidade através do estudo e compreensão da mudan-
ça e das interacções entre nós mesmos, a comida que comemos, os estilos de vida que escolhemos e o
ambiente em que vivemos.

O estilo de vida macrobiótico não depende só da forma em que nos alimentamos. O desejado equilíbrio en-
contra-se também por meio da mente saudável, quer na concentração quer na contemplação, meditar cons-
titui uma boa prática para conseguir a harmonia "mente sã em corpo são”.

A alimentação macrobiótica está baseada em:

1. Procurar o equilíbrio  - Filosofía yin & yang.


2. Consumir produtos naturais.
3. Dar prioridade aos cereais, vegetais e leguminosas.
4. Comer produtos da estação é mais saudável.
5. Evitar os excessos alimentares.
6. Mastigar bem.
7. Conhecer a origem e composição de cada alimento.
8. Lembre-se: Macro é "Grande" e Bio é “Vida".

A culinária macrobiótica é uma arte que congrega os saberes e sabores tradicionais de todo o mundo. Cozi-
nhar é uma forma de arte, apela a todos os sentidos: ao gosto, evidentemente, mas também ao toque, sons,
cheiros e à estimulação visual. A criação de um prato envolve uma contínua interacção entre tempo e espa-
ço. Tal como uma escultura de areia, uma refeição cozinhada é impermanente e efémera, talvez por isso tão
intensamente apreciada.

Na preparação de uma refeição macrobiótica para além da selecção dos ingredientes e do modo de prepa-
ro, também a própria apresentação do prato tem um propósito específico. Para além dos sentidos, o cozi-
nheiro macrobiótico tem em conta o efeito da refeição no seu consumidor, ou seja, pode cuidadosamente
idealizar o prato de forma a ir ao encontro da condição e constituição de cada pessoa.

A Alimentação Macrobiótica Padrão é um modelo alimentar desenvolvido por Michio Kushi nos anos 50.
Consiste num conjunto de recomendações alimentares que se ajustam dependendo das diferentes condi-
ções pessoais, climáticas, geográficas, etc.

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Pirâmide Alimentar Macrobiótica

Carne
Mensal Ovos e
Opcional, como transição Frango
Uso pouco frequente Laticínios

Peixe
Adoçantes
Sementes Oleaginosas
Semanal
Frutos
Uso ocasional
Óleo Vegetal
Temperos e Condimentos Inclui sal marinho, miso,
molho de soja e outros
Algas
Leguminosas e Derivados
Pequena
5-10% dos alimentos diários, em peso Quantidade

Diário
Uso regular Vegetais
Picles
20-30% dos alimentos diários, em peso

Cereais Integrais
40-60% dos alimentos diários, em peso

© 2001 Michio Kushi

Na prática macrobiótica, apesar de nenhum alimento ser proibido, se considera que os alimentos a evitar ou
a usar muito esporadicamente são: carne vermelhas ou brancas, ovos, produtos lácteos, açúcar, café e chá
preto, alimentos refinados e quimicalizados.

* Veganismo *

O VEGANISMO tem origem oficial na Inglaterra, em 1944, quando um pequeno grupo oriundo da
Sociedade Vegetariana de Londres (fundada em 1847!), sentiu que deveria promover a eliminação de qual-
quer tipo de exploração animal. Assim nasceu a Vegan Society, fundada por Donald Watson, com o intuito
de promover uma sociedade mais sensata e orientada por princípios mais humanitários, observando as van-
tagens em termos morais, espirituais, econômicos e de saúde, que esse estilo de vida traria.

Os seguidores dessa filosofia excluem ao máximo em suas vidas, todas as formas de crueldade e
exploração animal, seja na alimentação, vestuário, no uso de medicamentos, cosmética, lazer, entreteni-
mento, etc. Ao mesmo tempo em que, procuram estimular o uso e a fabricação de alternativas a produtos
de origem animal e ao consumo de qualquer coisa que envolva sua exploração e sofrimento.

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Neste conceito, a alimentação é baseada no consumo de frutas, legumes, verduras, grãos, semen-
tes, oleaginosas, cereais e outros produtos saudáveis, de origem vegetal. O cardápio é muito rico e variado
e a maioria dos veganos se preocupa muito em ter uma boa combinação no prato, usando também, muitos
temperos, ervas, especiarias e óleos saudáveis.

Existem muitos mitos e preocupações em relação ao modo de alimentação vegana, mas este já é
oficialmente considerado como adequado no Brasil e até pela Organização Mundial da Saúde. Muitas pes-
quisas vem sendo realizadas ao longo das décadas, demonstrando como o consumo de produtos com ori-
gem animal, que foi se tornando excessivo, gera malefícios na saúde e no meio ambiente.

No Guia Alimentar Para a População Brasileira, tanto na versão de 2014, como na atual, o governo
brasileiro admitiu que produtos de origem animal, se muito utilizados, podem ser prejudiciais à saúde e indi-
cam uma alimentação baseada em produtos naturais e variados, tratando a alimentação sem nada de ori-
gem animal de forma mais natural e cotidiana. O novo guia reconhece que não é necessário consumir car-
ne, laticínios ou ovos para ser saudável, embora mantenha o posicionamento presente no guia antigo de
que vegetarianos precisam ter atenção na hora de combinar os alimentos. De maneira geral, é importante
prestar atenção à composição das nossas refeições ao longo do dia, incluindo todos os grupos alimentares.

Pirâmide Alimentar Vegana

O número de adeptos cresce cada vez


mais no mundo todo, pois muitas pessoas
estão interessadas em assumir um estilo de
vida mais saudável, consciente e que agri-
da menos a natureza. Muitas empresas,
comércios, negócios estão sendo abertos
por veganos, assim como os já existentes
procuram cada vez mais se adaptar a essa
realidade.

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Macrobiótica & Veganismo

Sílvia e a Macrobiótica

Comecei a preocupar-me em ter uma alimentação mais natural e saudável ao entrar na


universidade (1998) por questões relacionadas a problemas digestivos que me acompanharam
desde nova. Em 2010 conheci a Macrobiótica ao frequentar um Restaurante Macrobiótico (Semen-
te) na cidade onde estudei (Braga, Portugal). Em 2012, após ter tido o meu filho decidi fazer for-
mação na área para sentir-me mais segura em casa nos meus afazeres culinários. Tive oportuni-
dade, em 2015/2016, de trabalhar nesse mesmo restaurante onde conheci a Macrobiótica auxili-
ando na cozinha e diversas formações.

Gosto da simplicidade e do equilíbrio da Macrobiótica. Tudo tem um propósito. Acredito


piamente que somos o que comemos e a culinária Macrobiótica usa o alimento não só para saciar
mas para curar também. A magia de conhecer a origem e energia dos alimentos é um dos pontos
chave da Macrobiótica, e saber aplicá-la no dia-a-dia é uma ferramenta importantíssima para en-
contrarmos o nosso equilíbrio mental e físico.

Não sou vegana, embora a culinária Macrobiótica que conheço seja vegana. Respeito a
vontade do meu corpo quando pede ovo, carne ou peixe, mas aboli há muito tempo os produtos
lácteos. No entanto, no que diz respeito a qualquer produto animal dou preferência ao que é de
produção orgânica ou pelo menos de produção caseira, pelo respeito e cuidado que há com os
animais. Em Portugal é mais fácil seguir esta ideologia, aqui no Brasil por vezes não posso dar
resposta a essa vontade…

Erica e o Veganismo

Primeiro me tornei vegetariana, em meados de 2009, de maneira muito natural, por desco-
brir um sentimento ainda mais profundo em relação aos animais (de qualquer espécie). Esse foi o
grande motivo de querer me iniciar em um caminho de respeito a estes, com quem sempre tive
uma relação muito próxima e especial desde a infância. Ao lado disso, nesta mesma época tive
acesso a muitas informações sobre os bastidores da indústria alimentar, assim como o poder e
influência desta na política, economia, meio ambiente e na nossa saúde - o que só reforçou esta
decisão. Foi um processo de transição tranquilo e no meu tempo, até me tornar vegana. Em 2014
aboli a cosmética com ítens de origem animal (enquanto vegetariana, já não usava qualquer ves-
timenta ou acessórios que tivessem algum componente animal), o leite e seus derivados, o que
considero, no meu caso, a parte mais difícil de toda a trajetória.

Através do Vegetarianismo/Veganismo, uma gama de alimentos, temperos, sabores e


combinações apareceu para mim, despertando um forte interesse pela culinária (que nunca tinha
tido) e pelo estudo e aplicação da alimentação como um meio de cura e manutenção da saúde.
Com essa mudança de vida encontrei o Yoga, a Meditação e o despertar da minha consciência,
me enxergando melhor como personagem importante na composição do Universo. E assim conti-
nuo, no que considero meu processo evolutivo e sempre interessada em conhecer mais sobre as
verdades da Vida.

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OFICINA MACROBIÓTICA - VEGANA
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A importância das leguminosas em nossa alimentação

As leguminosas são muito nutritivas, fontes acessíveis de proteínas, vitaminas, minerais e fibras.
Também fazem bem ao meio ambiente, gastam pouca água e enriquecem o solo. Entram na classificação
os feijões, lentilhas, ervilhas e grão-de-bico, por exemplo.

As leguminosas contêm ácido fítico (um ácido orgânico no qual o fósforo é ligado) em sua camada
mais externa. O ácido fítico pode-se ligar ao cálcio, magnésio, cobre, ferro e especialmente ao zinco no tra-
to intestinal bloqueando a sua absorção. É por isso que uma dieta rica em grãos integrais não fermentados
pode levar a sérias deficiências de minerais e perdas ósseas. A moderna, mas incorreta recomendação para
o consumo de grandes quantidades de grãos integrais normalmente melhora o trânsito intestinal num pri-
meiro momento, mas pode levar a problemas como a síndrome do intestino irritado, entre outros desagra-
dáveis efeitos colaterais a médio e longo prazo.

Deixar de molho permite que enzimas, entre outras substâncias, quebrem e neutralizem o ácido
fítico. Um mínimo de 7 horas de molho em água é capaz de neutralizar uma grande parcela do ácido fítico
contido nos grãos aumentando enormemente seus benefícios nutricionais.

Deixar de molho em água morna também irá neutralizar inibidores enzimáticos, presentes em todas
as sementes, e predispõe a produção de numerosas enzimas benéficas. A ação dessas enzimas também
aumenta as quantidades de vitaminas disponíveis, especialmente as vitaminas do complexo B.

Para aprofundar um pouco mais esta temática segue um artigo bem interessante sobre o assunto,
intitulado “Reduction of phytic acid and enhancement of bioavailable micronutrients in food grains” (2015).

Alimentos Integrais

Para termos uma alimentação equilibrada é importante evitarmos alimentos refinados e incluir em
nossos hábitos os produtos integrais com bons valores nutricionais. A estimativa é que a perda de nutrientes
no processo de refino é aproximadamente de 75%.

A definição de alimento integral engloba alimentos que não foram alterados estruturalmente por
processos industriais, ou seja, o alimento integral possui todas as propriedades nutricionais de um alimento
plantado e colhido. Não há perdas de proteínas, gorduras, vitaminas e minerais.

Alimentos integrais apresentam elevado teor de fibras, aumentando a sensação de saciedade após
as refeições, um melhor conteúdo vitamínico e mineral, mantendo suas propriedades nutricionais, uma vez
que não passam pelo refinamento.

Aderir ao uso dos integrais é uma questão de costume. Se você deseja emagrecer, alimentos inte-
grais podem auxiliar nesse processo. Porém uma informação é importante: alimentos integrais não são me-
nos calóricos! Por este motivo, o consumo também deve ser moderado.

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Germinados

O que são alimentos germinados?

A germinação é o início de um processo que leva a semente a se tornar uma planta, aumentando
assim, imensamente seus valores nutricionais. Quando um grão/semente tem água, oxigênio e calor neces-
sários, germina para formar um novo ser vivo.

Se pretender aumentar a sua ingestão de nutrientes através de alimentos facilmente digeríveis, está
na altura de conhecer os alimentos germinados (ou rebentos).

Os chamados alimentos germinados ou alimentos “vivos”, longe de serem um modismo, favorecem,


de maneira considerável, a saúde humana. O processo de germinação contribui para que grãos e sementes
potencializem seus nutrientes, e se transformem em alimentos de maior qualidade nutricional, oferecendo
também maior biodisponibilidade (habilidade efetiva do corpo em digerir e absorver nutrientes).

A germinação provoca reações bioquímicas no interior dos grãos e sementes que ajudam na redu-
ção dos antinutrientes (como o ácido fítico) e disponibiliza nutrientes essenciais que estão latentes. Isso
significa melhor digestão, maior concentração e maior possibilidade de absorção de substâncias, em com-
paração aos grãos e sementes não germinados. Dentre os nutrientes importantes estão os antioxidantes, os
ácidos graxos essenciais, as proteínas, as fibras, as vitaminas e os minerais.

Quais as vantagens?

Ao dar início ao processo de germinação, a semente produz diferentes compostos e altera a estru-
tura dos seus constituintes que terão como objetivo criar e alimentar a nova planta. O alimento germinado
será assim de mais fácil digestão, muito mais rico do ponto de vista nutricional, e terá menos fatores antinu-
tricionais (compostos que impedem a absorção de alguns nutrientes), aumentando desta forma o seu valor
nutricional.

O seu teor vitamínico e mineral e a biodisponibilidade de alguns destes nutrientes pode aumentar
entre 200-600%! Ocorre ainda um aumento do teor em proteínas e o valor biológico destas.

Outros benefícios:
- Os germinados tem alto teor de nutrientes antioxidantes, combatendo os radicais livres e, conse-
quentemente retardando o processo de envelhecimento;
- Melhora a qualidade da pele;
- Prevenir o surgimento de doenças, pois fortalece o sistema imunológico e fornece energia ao or-
ganismo;
- Melhora o funcionamento intestinal, pois os grãos germinados são assimilados muito facilmente
pelo nosso organismo e assim estimulam os processos digestivos e regeneram a flora intestinal;
- Seu consumo é indicado para pessoas com estômago sensível (há as que não toleram os grãos
cozidos, mas aceitam bem os grãos germinados), pois são alimentos muito mais digestivos, visto o
aumento das enzimas.

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Quais os alimentos que podem ser germinados?

Os alimentos a germinar são normalmente grãos de cereais, leguminosas ou sementes, e cada um destes
vai ter diferentes tempos de germinação, assim como diferentes sabores.

Grãos inteiros de cereais – arroz, trigo, centeio, aveia, cevada…

Obs.: Nos grãos de cereais germinados, os teores de alguns aminoácidos aumentam (entre eles a lisina
que é um aminoácido essencial); e as proteínas insolúveis são solubilizadas, melhorando sua digestibilida-
de.
Sementes – chia, quinoa, linhaça, abóbora, girassol, gergelim…
Oleaginosas – castanha do pará, castanha do caju, amendoim, amêndoa, nozes…
Algumas hortaliças – agrião, rabanete, alho, cenoura, beterraba…
Leguminosas - todos os tipos de feijões, ervilha, soja, grão-de-bico, lentilha…

(com exceção da lentilha, todas as leguminosas devem ser deixadas germi-


nar por 48 hs e depois devem ser cozinhadas, para então comer. Assim
aproveitamos ao máximo os nutrientes)

Como consumir os germinados:


Em saladas cruas;
Adicionados em sucos, pães, massas, sobremesas, tortas salgadas,
bolinhos de vegetais, biscoitos, patês;
Com frutas;
Com leite de cereal;
Formando parte de diversos pratos cozidos (guisados, sopas…),
neste caso adicione no final para não perder as propriedades.

Grão de bico germinado, pronto para ser cozido.

Sódio e Açúcar nas nossas Vidas



O Sódio é um elemento químico encontrado naturalmente
no sal de cozinha (cloreto de sódio) e em grande parte dos ali-
mentos, ou adicionado durante o consumo ou fabricação, na for-
ma de sal ou outros aditivos que contém sódio. O Sódio é impor-
tante para o nosso organismo, o problema é quando o nível inge-
rido é demasiado, podendo prejudicar seriamente a nossa saúde
(pressão alta, problema nos rins, no sistema cardiovascular,etc).
O alimento industrializado contém muito sódio porque o sal pre-
serva o alimento ao impedir o crescimento de bactérias e além
disso, o sal reduz a secura de bolachas, realça o sabor adocicado
de biscoitos e bolos, reduz o gosto metálico que é produzido pelos compostos dos refrigerantes, etc.

Atualmente no Brasil, a porcentagem desse elemento inserida no dia-a-dia é altíssima, devido ao


consumo excessivo de alimentos industrializados e/ou de estilo "fast-food" - a maior parte de sódio que ab-
sorvemos no dia a dia provém dos alimentos processados e ultraprocessados que enchem nossas dispen-
sas ou nossas refeições fora de casa, não do que nós mesmos adicionamos nos nossos preparos caseiros!

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Ou seja, vamos frequentar mais feiras locais, cozinhar mais, dar preferência a alimentos naturais mesmo
fora de casa- frutas, sucos (sem açúcar), oleaginosas (sem sal), etc. Tente fazer refeições/lanches na rua,
em lugares onde se possa estar certo da procedência e da preparação das refeições (o mais natural possí-
vel). E vamos ler os rótulos- opte sempre por escolher o produto que possui menos sódio/ sal. Outros tem-
peros maravilhosos existem, para dar sabor a nossas refeições, como especiarias e ervas (frescas ou se-
cas), por exemplo. Não se limite, se arrisque e descobrirá um novo mundo culinário!

O mesmo acontece com o Açúcar, que se consumido


puro em altas doses, ou com alimentos de índice glicêmico
elevado, funciona praticamente como injeção de glicose na
veia, promovendo picos, que fazem o organismo produzir e
liberar insulina, que por sua vez vai baixar a taxa de glicose,
dando a idéia ao cérebro da necessidade de consumir... mais
açúcar! Pesquisas revelam que o brasileiro ingere de 3 a 6
vezes mais açúcar do que a média mundial, pois somos um
povo que o adiciona muito em bebidas, em sobremesas e que
come muitos produtos industrializados, cheios de açúcar disfarçado em forma de carboidratos refinados -
sacarose, glicose, frutose ou mesmo amido, que se degrada nestes açúcares simples. Esse consumo ex-
cessivo traz graves consequências, como aumento de gordura ao redor da cintura, altamente relacionada a
problemas cardiovasculares. Outras doenças relacionadas são a hipertensão arterial, obesidade e diabetes
tipo 2.

Podemos continuar sentindo prazer ao comer/beber algo, tendo energia, ou sensação de bem-estar,
com outros alimentos no lugar do açúcar. Caso sinta muita necessidade em adoçar o que vai ingerir, dê pre-
ferência ao melaço, açúcar mascavo, ou rapadura. Consumir menos doces nas sobremesas e lanches, alte-
rando para frutas frescas e secas (super adocicadas), é outra ótima opção. E para o bom humor e disposi-
ção, pesquise sobre alimentos ricos em Triptofano (um aminoácido que ajuda na produção de serotonina, o
"hormônio do prazer"), vitaminas do complexo B (que regulam o sistema nervoso, aumentam a energia e
também ajudam na conversão para a serotonina, dentre outros benefícios), ricos em antioxidantes e fibras,
para melhorar o sistema imunológico e estar sempre saudável e cheio de energia.

Use e abuse de outras alternativas para temperar ou adoçar a sua comida, melhorando sua saúde e
até seu paladar!

Picles

Os picles são alimentos fermentados que devem


ser consumidos em pequenas quantidades todos os
dias. Trata-se da conserva, normalmente em vinagre e
por vezes também em sal, de vegetais. Os vegetais mais
usados são cenoura, couve-flor, cebola e pepino. Este
tratamento produz a fermentação lática do alimento. É
uma fermentação natural, por ação das bactérias do gé-
nero Leuconostoc e Lactobacillus do próprio vegetal.

Ocorre a formação de ácido lático durante a fermentação,


o qual tem um papel muito importante na fisiologia humana - reforça as defesas do organismo contra infe-
ções, é eficaz na luta contra diarreias infantis e disenteria, tem efeitos notáveis sobre flora intestinal. Algu-
mas vitaminas são sintetizadas durante a fermentação lática - a preciosa B12, B2, B3, C entre outras.
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* Receitas *

Hambúrguer de Lentilhas

Ingredientes:

. Lentilhas (1 xícara)
. 1 Cebola
. 3 Dentes de alho
. 1 Pimentão vermelho
. 1 Alho por
. Farinha de arroz (ou de aveia) (1 xícara)
. Azeite de Oliva
. Sal e pimenta a gosto
. Óleo de girassol para fritar

Procedimento:

Deixar as lentilhas de molho (cerca de 7 horas). Depois lavar bem as lentilhas e colocá-las num tacho a co-
zer com água (sem nenhum tempero) até ficarem bem molinhas. Escorrer as lentilhas (a água de cozedura
pode ser aproveitada para uma sopa ou molho). Amassar as lentilhas com um garfo ou um mixer. No mes-
mo tacho onde cozeu as lentilhas colocar cebola, alho, pimentão vermelho e alho poró bem picados. Adicio-
nar azeite de oliva e deixar apurar em lume médio. Adicionar a massa de lentilha e mexer para incorporar e
misturar todos os ingredientes. Temperar com sal e pimenta. Deixar esfriar um pouco e adicionar uma xícara
de farinha de arroz ou aveia (ajustar a farinha se necessário). Deixar a massa “descansar” um pouco. Mol-
dar os hambúrgueres e fritar em óleo de girassol ou outro óleo de boa qualidade.

Germinado de Chia

Precisará de:

. Sementes de Chia
. Recipiente de vidro
. Papel toalha
. Esguicho com água mineral
. Paciência & Amor

Como germinar sementes de chia:

- Colocar o papel toalha no recipiente e umedecer com água (o papel deve ficar bem úmido);

- Jogar as sementes no papel com auxílio de uma colher (ou mesmo à mão) de forma a ficarem o mais
separadas possível. A quantidade de sementes dependerá do tamanho do recipiente; colocar sementes
até cobrir todo o papel.

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- Borrifar com água mineral três vezes ao dia. Poderá estabelecer um horário/rotina para cuidar de seus
germinados: quando se levanta, depois do almoço e antes de se deitar (por exemplo). É maravilhoso
apreciar a germinação/transformação das sementes!

Não há um tempo certo para que comecem a brotar, dependendo do ambiente em que estão a crescer
(temperatura, umidade, luz).

O processo requere muita paciência e atenção, e não serão visualizadas muitas alterações até o segundo
ou terceiro dia.

É importante que as sementes recebam luz, mas não direta, de forma a não evaporar a água.

Com 1.5cm de altura já poderá consumir seus brotinhos de chia! Conservar na geladeira.

1ª Dia 2ª Dia 3ª Dia

4º Dia 5ª Dia 6ª Dia

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Molhos Caseiros

KETCHUP CASEIRO

Ingredientes:

. 1 Cebola picada 

. 4 dentes de Alho picados
. 600g de Tomates bem maduros (+/- 6 tomates grandes)
. 10 Ameixas Secas
. 3 cs de Vinagre de Maçã
. 2 cs de Azeite de Oliva
. Sal e Pimenta do Reino a gosto

Procedimento:

Refogue a cebola na metade do azeite e quando começar a dourar, junte o alho, cozinhando por no máximo
30seg (para não queimar). Adicione os tomates e as ameixas, com uma pitada generosa de sal e cozinhe
em fogo baixo e com tampa, até os tomates começarem a se desfazer. Deixe esfriar e bata junto com o vi-
nagre, o resto do azeite e a pimenta do reino até formar um molho homogêneo. Sirva em temperatura ambi-
ente.

CREME DE TOFU (Tofupiry)

Ingredientes:

. 250g de Tofu
. 1/2 xícara de Azeite de Oliva
. 1 cc de Sal
. 1 cs (rasa) de Polvilho Azedo
. ½ xic de Leite Vegetal ou Água
. 1 cs de Suco de Limão

Procedimento:

Bata o tofu com o azeite, até formar uma pasta uniforme e reserve. Dissolva o polvilho no leite vegetal (ou
água) e leve ao fogo, cozinhando em fogo baixo - mexendo sempre - até virar um creme (o tempo de cozi-
mento é bem rápido, coisa de 1 ou 2 minutinhos). Junte o creme de tofu e o limão e corrija o sal se necessá-
rio.

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PICLES RÁPIDO DE CEBOLA ROXA

Ingredientes:

. 2 Cebolas Roxas em fatias finas
. 4 cs de Vinagre Branco
. Pitada de Sal
. Pitada generosa de Açúcar Mascavo
. Pimenta do Reino ou Pimenta Síria (Jamaicana) a gosto

Procedimento:

Misture todos os ingredientes e levar à geladeira por pelo menos 2 horas.

Milkshake Super Vitaminado

Ingredientes:

. 2 Banana maduras, bem picadas e congeladas por 8 horas


. 1 ½ colher de sopa de Cacau em Pó
. Melaço ou Açúcar Mascavo a gosto (+/- 1cs cheia)
. ½ xic de Leite Vegetal gelado (melhor de Coco, Aveia, ou Amêndoas)

Procedimento:

Pique as bananas e leve ao congelador da noite para o dia, ou por pelo menos 8 horas. Retire logo antes de
servir e bata no liquidificador junto com os outros ingredientes. Beba em seguida.

Bom Apetite!

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Dicas de fontes de pesquisa para mais conhecimento sobre Macrobiótica e Veganismo

Livros:

. Virei Vegetariano E Agora? - Eric Slywitch


. Alimentação Sem Carne - Eric Slywitch
. O Dilema do Vegano - Roberto Juliano
. 100% Vegetariano - Dra. Brenda Davis/Dra. Melina Vesanto
. Libertação Animal - Peter Singer

Sites/Blogs/Redes Sociais:

. Sociedade Vegetariana Brasileira


. Vista-se
. Uniao Libertaria Animal
. The Vegan Society
. Presunto Vegetariano
. Papacapim.veg
. Prato de Papel
. www.e-macrobiotica.com (I.M.P.)

Documentários:

. Foof Choices
. Live and Let Live
. Fed Up
. Cownspiracy
. Food Matters
. Forks Over Knives
. Food Chains

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