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Oficina Macrobiotica Vegana Funky Food Abril 2017
Oficina Macrobiotica Vegana Funky Food Abril 2017
* Macrobiótica *
A MACROBIÓTICA é a arte e ciência da saúde e longevidade através do estudo e compreensão da mudan-
ça e das interacções entre nós mesmos, a comida que comemos, os estilos de vida que escolhemos e o
ambiente em que vivemos.
O estilo de vida macrobiótico não depende só da forma em que nos alimentamos. O desejado equilíbrio en-
contra-se também por meio da mente saudável, quer na concentração quer na contemplação, meditar cons-
titui uma boa prática para conseguir a harmonia "mente sã em corpo são”.
A culinária macrobiótica é uma arte que congrega os saberes e sabores tradicionais de todo o mundo. Cozi-
nhar é uma forma de arte, apela a todos os sentidos: ao gosto, evidentemente, mas também ao toque, sons,
cheiros e à estimulação visual. A criação de um prato envolve uma contínua interacção entre tempo e espa-
ço. Tal como uma escultura de areia, uma refeição cozinhada é impermanente e efémera, talvez por isso tão
intensamente apreciada.
Na preparação de uma refeição macrobiótica para além da selecção dos ingredientes e do modo de prepa-
ro, também a própria apresentação do prato tem um propósito específico. Para além dos sentidos, o cozi-
nheiro macrobiótico tem em conta o efeito da refeição no seu consumidor, ou seja, pode cuidadosamente
idealizar o prato de forma a ir ao encontro da condição e constituição de cada pessoa.
A Alimentação Macrobiótica Padrão é um modelo alimentar desenvolvido por Michio Kushi nos anos 50.
Consiste num conjunto de recomendações alimentares que se ajustam dependendo das diferentes condi-
ções pessoais, climáticas, geográficas, etc.
Carne
Mensal Ovos e
Opcional, como transição Frango
Uso pouco frequente Laticínios
Peixe
Adoçantes
Sementes Oleaginosas
Semanal
Frutos
Uso ocasional
Óleo Vegetal
Temperos e Condimentos Inclui sal marinho, miso,
molho de soja e outros
Algas
Leguminosas e Derivados
Pequena
5-10% dos alimentos diários, em peso Quantidade
Diário
Uso regular Vegetais
Picles
20-30% dos alimentos diários, em peso
Cereais Integrais
40-60% dos alimentos diários, em peso
Na prática macrobiótica, apesar de nenhum alimento ser proibido, se considera que os alimentos a evitar ou
a usar muito esporadicamente são: carne vermelhas ou brancas, ovos, produtos lácteos, açúcar, café e chá
preto, alimentos refinados e quimicalizados.
* Veganismo *
O VEGANISMO tem origem oficial na Inglaterra, em 1944, quando um pequeno grupo oriundo da
Sociedade Vegetariana de Londres (fundada em 1847!), sentiu que deveria promover a eliminação de qual-
quer tipo de exploração animal. Assim nasceu a Vegan Society, fundada por Donald Watson, com o intuito
de promover uma sociedade mais sensata e orientada por princípios mais humanitários, observando as van-
tagens em termos morais, espirituais, econômicos e de saúde, que esse estilo de vida traria.
Os seguidores dessa filosofia excluem ao máximo em suas vidas, todas as formas de crueldade e
exploração animal, seja na alimentação, vestuário, no uso de medicamentos, cosmética, lazer, entreteni-
mento, etc. Ao mesmo tempo em que, procuram estimular o uso e a fabricação de alternativas a produtos
de origem animal e ao consumo de qualquer coisa que envolva sua exploração e sofrimento.
Existem muitos mitos e preocupações em relação ao modo de alimentação vegana, mas este já é
oficialmente considerado como adequado no Brasil e até pela Organização Mundial da Saúde. Muitas pes-
quisas vem sendo realizadas ao longo das décadas, demonstrando como o consumo de produtos com ori-
gem animal, que foi se tornando excessivo, gera malefícios na saúde e no meio ambiente.
No Guia Alimentar Para a População Brasileira, tanto na versão de 2014, como na atual, o governo
brasileiro admitiu que produtos de origem animal, se muito utilizados, podem ser prejudiciais à saúde e indi-
cam uma alimentação baseada em produtos naturais e variados, tratando a alimentação sem nada de ori-
gem animal de forma mais natural e cotidiana. O novo guia reconhece que não é necessário consumir car-
ne, laticínios ou ovos para ser saudável, embora mantenha o posicionamento presente no guia antigo de
que vegetarianos precisam ter atenção na hora de combinar os alimentos. De maneira geral, é importante
prestar atenção à composição das nossas refeições ao longo do dia, incluindo todos os grupos alimentares.
Sílvia e a Macrobiótica
Não sou vegana, embora a culinária Macrobiótica que conheço seja vegana. Respeito a
vontade do meu corpo quando pede ovo, carne ou peixe, mas aboli há muito tempo os produtos
lácteos. No entanto, no que diz respeito a qualquer produto animal dou preferência ao que é de
produção orgânica ou pelo menos de produção caseira, pelo respeito e cuidado que há com os
animais. Em Portugal é mais fácil seguir esta ideologia, aqui no Brasil por vezes não posso dar
resposta a essa vontade…
Erica e o Veganismo
Primeiro me tornei vegetariana, em meados de 2009, de maneira muito natural, por desco-
brir um sentimento ainda mais profundo em relação aos animais (de qualquer espécie). Esse foi o
grande motivo de querer me iniciar em um caminho de respeito a estes, com quem sempre tive
uma relação muito próxima e especial desde a infância. Ao lado disso, nesta mesma época tive
acesso a muitas informações sobre os bastidores da indústria alimentar, assim como o poder e
influência desta na política, economia, meio ambiente e na nossa saúde - o que só reforçou esta
decisão. Foi um processo de transição tranquilo e no meu tempo, até me tornar vegana. Em 2014
aboli a cosmética com ítens de origem animal (enquanto vegetariana, já não usava qualquer ves-
timenta ou acessórios que tivessem algum componente animal), o leite e seus derivados, o que
considero, no meu caso, a parte mais difícil de toda a trajetória.
As leguminosas são muito nutritivas, fontes acessíveis de proteínas, vitaminas, minerais e fibras.
Também fazem bem ao meio ambiente, gastam pouca água e enriquecem o solo. Entram na classificação
os feijões, lentilhas, ervilhas e grão-de-bico, por exemplo.
As leguminosas contêm ácido fítico (um ácido orgânico no qual o fósforo é ligado) em sua camada
mais externa. O ácido fítico pode-se ligar ao cálcio, magnésio, cobre, ferro e especialmente ao zinco no tra-
to intestinal bloqueando a sua absorção. É por isso que uma dieta rica em grãos integrais não fermentados
pode levar a sérias deficiências de minerais e perdas ósseas. A moderna, mas incorreta recomendação para
o consumo de grandes quantidades de grãos integrais normalmente melhora o trânsito intestinal num pri-
meiro momento, mas pode levar a problemas como a síndrome do intestino irritado, entre outros desagra-
dáveis efeitos colaterais a médio e longo prazo.
Deixar de molho permite que enzimas, entre outras substâncias, quebrem e neutralizem o ácido
fítico. Um mínimo de 7 horas de molho em água é capaz de neutralizar uma grande parcela do ácido fítico
contido nos grãos aumentando enormemente seus benefícios nutricionais.
Deixar de molho em água morna também irá neutralizar inibidores enzimáticos, presentes em todas
as sementes, e predispõe a produção de numerosas enzimas benéficas. A ação dessas enzimas também
aumenta as quantidades de vitaminas disponíveis, especialmente as vitaminas do complexo B.
Para aprofundar um pouco mais esta temática segue um artigo bem interessante sobre o assunto,
intitulado “Reduction of phytic acid and enhancement of bioavailable micronutrients in food grains” (2015).
Alimentos Integrais
Para termos uma alimentação equilibrada é importante evitarmos alimentos refinados e incluir em
nossos hábitos os produtos integrais com bons valores nutricionais. A estimativa é que a perda de nutrientes
no processo de refino é aproximadamente de 75%.
A definição de alimento integral engloba alimentos que não foram alterados estruturalmente por
processos industriais, ou seja, o alimento integral possui todas as propriedades nutricionais de um alimento
plantado e colhido. Não há perdas de proteínas, gorduras, vitaminas e minerais.
Alimentos integrais apresentam elevado teor de fibras, aumentando a sensação de saciedade após
as refeições, um melhor conteúdo vitamínico e mineral, mantendo suas propriedades nutricionais, uma vez
que não passam pelo refinamento.
Aderir ao uso dos integrais é uma questão de costume. Se você deseja emagrecer, alimentos inte-
grais podem auxiliar nesse processo. Porém uma informação é importante: alimentos integrais não são me-
nos calóricos! Por este motivo, o consumo também deve ser moderado.
A germinação é o início de um processo que leva a semente a se tornar uma planta, aumentando
assim, imensamente seus valores nutricionais. Quando um grão/semente tem água, oxigênio e calor neces-
sários, germina para formar um novo ser vivo.
Se pretender aumentar a sua ingestão de nutrientes através de alimentos facilmente digeríveis, está
na altura de conhecer os alimentos germinados (ou rebentos).
A germinação provoca reações bioquímicas no interior dos grãos e sementes que ajudam na redu-
ção dos antinutrientes (como o ácido fítico) e disponibiliza nutrientes essenciais que estão latentes. Isso
significa melhor digestão, maior concentração e maior possibilidade de absorção de substâncias, em com-
paração aos grãos e sementes não germinados. Dentre os nutrientes importantes estão os antioxidantes, os
ácidos graxos essenciais, as proteínas, as fibras, as vitaminas e os minerais.
Quais as vantagens?
Ao dar início ao processo de germinação, a semente produz diferentes compostos e altera a estru-
tura dos seus constituintes que terão como objetivo criar e alimentar a nova planta. O alimento germinado
será assim de mais fácil digestão, muito mais rico do ponto de vista nutricional, e terá menos fatores antinu-
tricionais (compostos que impedem a absorção de alguns nutrientes), aumentando desta forma o seu valor
nutricional.
O seu teor vitamínico e mineral e a biodisponibilidade de alguns destes nutrientes pode aumentar
entre 200-600%! Ocorre ainda um aumento do teor em proteínas e o valor biológico destas.
Outros benefícios:
- Os germinados tem alto teor de nutrientes antioxidantes, combatendo os radicais livres e, conse-
quentemente retardando o processo de envelhecimento;
- Melhora a qualidade da pele;
- Prevenir o surgimento de doenças, pois fortalece o sistema imunológico e fornece energia ao or-
ganismo;
- Melhora o funcionamento intestinal, pois os grãos germinados são assimilados muito facilmente
pelo nosso organismo e assim estimulam os processos digestivos e regeneram a flora intestinal;
- Seu consumo é indicado para pessoas com estômago sensível (há as que não toleram os grãos
cozidos, mas aceitam bem os grãos germinados), pois são alimentos muito mais digestivos, visto o
aumento das enzimas.
Os alimentos a germinar são normalmente grãos de cereais, leguminosas ou sementes, e cada um destes
vai ter diferentes tempos de germinação, assim como diferentes sabores.
Obs.: Nos grãos de cereais germinados, os teores de alguns aminoácidos aumentam (entre eles a lisina
que é um aminoácido essencial); e as proteínas insolúveis são solubilizadas, melhorando sua digestibilida-
de.
Sementes – chia, quinoa, linhaça, abóbora, girassol, gergelim…
Oleaginosas – castanha do pará, castanha do caju, amendoim, amêndoa, nozes…
Algumas hortaliças – agrião, rabanete, alho, cenoura, beterraba…
Leguminosas - todos os tipos de feijões, ervilha, soja, grão-de-bico, lentilha…
Podemos continuar sentindo prazer ao comer/beber algo, tendo energia, ou sensação de bem-estar,
com outros alimentos no lugar do açúcar. Caso sinta muita necessidade em adoçar o que vai ingerir, dê pre-
ferência ao melaço, açúcar mascavo, ou rapadura. Consumir menos doces nas sobremesas e lanches, alte-
rando para frutas frescas e secas (super adocicadas), é outra ótima opção. E para o bom humor e disposi-
ção, pesquise sobre alimentos ricos em Triptofano (um aminoácido que ajuda na produção de serotonina, o
"hormônio do prazer"), vitaminas do complexo B (que regulam o sistema nervoso, aumentam a energia e
também ajudam na conversão para a serotonina, dentre outros benefícios), ricos em antioxidantes e fibras,
para melhorar o sistema imunológico e estar sempre saudável e cheio de energia.
Use e abuse de outras alternativas para temperar ou adoçar a sua comida, melhorando sua saúde e
até seu paladar!
Picles
Hambúrguer de Lentilhas
Ingredientes:
. Lentilhas (1 xícara)
. 1 Cebola
. 3 Dentes de alho
. 1 Pimentão vermelho
. 1 Alho por
. Farinha de arroz (ou de aveia) (1 xícara)
. Azeite de Oliva
. Sal e pimenta a gosto
. Óleo de girassol para fritar
Procedimento:
Deixar as lentilhas de molho (cerca de 7 horas). Depois lavar bem as lentilhas e colocá-las num tacho a co-
zer com água (sem nenhum tempero) até ficarem bem molinhas. Escorrer as lentilhas (a água de cozedura
pode ser aproveitada para uma sopa ou molho). Amassar as lentilhas com um garfo ou um mixer. No mes-
mo tacho onde cozeu as lentilhas colocar cebola, alho, pimentão vermelho e alho poró bem picados. Adicio-
nar azeite de oliva e deixar apurar em lume médio. Adicionar a massa de lentilha e mexer para incorporar e
misturar todos os ingredientes. Temperar com sal e pimenta. Deixar esfriar um pouco e adicionar uma xícara
de farinha de arroz ou aveia (ajustar a farinha se necessário). Deixar a massa “descansar” um pouco. Mol-
dar os hambúrgueres e fritar em óleo de girassol ou outro óleo de boa qualidade.
Germinado de Chia
Precisará de:
. Sementes de Chia
. Recipiente de vidro
. Papel toalha
. Esguicho com água mineral
. Paciência & Amor
- Colocar o papel toalha no recipiente e umedecer com água (o papel deve ficar bem úmido);
- Jogar as sementes no papel com auxílio de uma colher (ou mesmo à mão) de forma a ficarem o mais
separadas possível. A quantidade de sementes dependerá do tamanho do recipiente; colocar sementes
até cobrir todo o papel.
Não há um tempo certo para que comecem a brotar, dependendo do ambiente em que estão a crescer
(temperatura, umidade, luz).
O processo requere muita paciência e atenção, e não serão visualizadas muitas alterações até o segundo
ou terceiro dia.
É importante que as sementes recebam luz, mas não direta, de forma a não evaporar a água.
Com 1.5cm de altura já poderá consumir seus brotinhos de chia! Conservar na geladeira.
KETCHUP CASEIRO
Ingredientes:
. 1 Cebola picada
. 4 dentes de Alho picados
. 600g de Tomates bem maduros (+/- 6 tomates grandes)
. 10 Ameixas Secas
. 3 cs de Vinagre de Maçã
. 2 cs de Azeite de Oliva
. Sal e Pimenta do Reino a gosto
Procedimento:
Refogue a cebola na metade do azeite e quando começar a dourar, junte o alho, cozinhando por no máximo
30seg (para não queimar). Adicione os tomates e as ameixas, com uma pitada generosa de sal e cozinhe
em fogo baixo e com tampa, até os tomates começarem a se desfazer. Deixe esfriar e bata junto com o vi-
nagre, o resto do azeite e a pimenta do reino até formar um molho homogêneo. Sirva em temperatura ambi-
ente.
Ingredientes:
. 250g de Tofu
. 1/2 xícara de Azeite de Oliva
. 1 cc de Sal
. 1 cs (rasa) de Polvilho Azedo
. ½ xic de Leite Vegetal ou Água
. 1 cs de Suco de Limão
Procedimento:
Bata o tofu com o azeite, até formar uma pasta uniforme e reserve. Dissolva o polvilho no leite vegetal (ou
água) e leve ao fogo, cozinhando em fogo baixo - mexendo sempre - até virar um creme (o tempo de cozi-
mento é bem rápido, coisa de 1 ou 2 minutinhos). Junte o creme de tofu e o limão e corrija o sal se necessá-
rio.
Ingredientes:
. 2 Cebolas Roxas em fatias finas
. 4 cs de Vinagre Branco
. Pitada de Sal
. Pitada generosa de Açúcar Mascavo
. Pimenta do Reino ou Pimenta Síria (Jamaicana) a gosto
Procedimento:
Ingredientes:
Procedimento:
Pique as bananas e leve ao congelador da noite para o dia, ou por pelo menos 8 horas. Retire logo antes de
servir e bata no liquidificador junto com os outros ingredientes. Beba em seguida.
Bom Apetite!
Livros:
Sites/Blogs/Redes Sociais:
Documentários:
. Foof Choices
. Live and Let Live
. Fed Up
. Cownspiracy
. Food Matters
. Forks Over Knives
. Food Chains