Os shopping centers não são uma inovação recente. O Grande Bazaar de
Isfahan, atual Irã, que é uma estrutura em sua maior parte coberta, data do século X a.C.. Com dez quilômetros de estrutura coberta, o Grande Bazaar também possui uma antiga história. O Oxford Covered Market (Mercado Coberto de Oxford) foi aberto oficialmente na Inglaterra em 1 de novembro de 1774, e existe até os dias atuais.
Em 1828, foi criado o primeiro shopping center nos Estados Unidos da
América, no estado de Rhode Island. O Galleria Vittorio Emanuele II, em Milão, cujo nome homenageou o então rei da Itália, foi criado na década de 1860.
A corrida para a construção do maior centro comercial do mundo tem
acontecido em tempos recentes. O South China Mall, em Dongguan, a norte de Hong Kong, na China, já foi o maior do mundo. Foi fundado em 2005, superando o antigo recordista, o West Edmonton Mall, da cidade de Edmonton, na província de Alberta, no Canadá. O West Edmonton Mall foi também superado pelo Golden Resources Mall (localizado também na China), com mais de 600 mil m² e mil estabelecimentos comerciais, fundado em 2004, que é o terceiro maior do mundo atualmente. O West Edmonton Mall, em Edmonton, é hoje o quarto maior shopping center do mundo, possuindo mais de 800 estabelecimentos comerciais, ocupando uma área de 500 mil metros quadrados, e empregando mais de 23 mil pessoas.
Tais shopping centers deverão ser superados por outros atualmente em
construção na China e nos Emirados Árabes Unidos. Hoje em dia, o maior Shopping do mundo é o Dubai Mall, um mega empreendimento inaugurado em outubro de 2008 que compreende mais de 1.200 estabelecimentos, com área total de 1.124.000 m².
No Brasil, os shoppings pioneiros foram inaugurados na década de 60:
Shopping do Méier, no Rio de Janeiro e o Shopping Iguatemi, em São Paulo. Hoje, o maior centro de compras do país é o Centro Comercial Leste Aricanduva, na capital paulista. Este posto já foi ocupado pelo Shopping Center Norte, também na capital paulista, o Barra Shopping, do Rio de Janeiro, o Shopping Center Recife, de Pernambuco e o Parque D. Pedro de Campinas.
SHOPPING CENTER: CONCEITOS BÁSICOS
O Shopping Centers no conceito que conhecemos hoje surgiu nos
Estados Unidos, no subúrbio das grandes cidades, como uma forma dos varejistas atingirem um maior número de consumidores, já que os empreendimentos até então se aglomeravam nos centros das cidades. Hoje é considerado em muitos casos o local mais seguro para lazer, depois de nosso lar. Há essa visão lúdica de lazer aliado a segurança que apenas um estabelecimento fechado à cidade, mas que “imita” a cidade transfere ao consumidor. Segundo Kotler (1999, p. 301), o shopping center “é o minicentro de uma grande cidade, englobando de 40 a 100 lojas e atraindo consumidores de uma grande área”.
Existem diversos tipos de shoppings e suas características podem variar
de acordo com seus objetivos ou público-alvo específicos. Kotler e Armstrong (1999) classificam os shopping centers em regional, comunitário e de bairros, segundo critérios de qualidade e especialidade das lojas que os compõe e serviços que oferecem.
De acordo com Rocha (1999, p. 143), “Shopping Centers (literalmente
centros comerciais) são uma aglomeração de lojas planejadas de forma a atender amplo conjunto de necessidade do comprador”. Sendo assim, os shoppings são cuidadosamente planejados quanto aos tipos de lojas, área de tráfego dos clientes, estacionamento, tipos de serviços, contrapondo-se às aglomerações espontâneas de varejistas, como o centro comercial do bairro Alecrim.
Geralmente, os shoppings dispõem de uma grande área construída,
local para estacionamento de veículos, áreas específicas para carregamento e descarregamento de mercadorias, subestações de energia elétrica, sistema de gás, abastecimento de água, esgoto sanitário, segurança patrimonial, brigada contra incêndio, diversos outros itens que obrigam a mobilização de um considerável número de funcionários, sejam próprios ou terceirizados. O fluxo diário de pessoas é muito grande só para a manutenção, segurança e conforto, além do pessoal envolvido na parte administrativa e nas vendas diretas e dos próprios consumidores (JONES, 1994)
A ABRASCE (Associação Brasileira de Shopping Centers) contribui com
uma visão bastante clara da indústria de Shopping Centers no Brasil. Ela delineia um padrão de shopping no território brasileiro, segundo requisitos específicos que caracterizam, internacionalmente, qualquer empreendimento desse tipo.
Quanto aos tipos de shopping, a ABRASCE define o seguinte:
• Shopping Regional – Fornece mercadorias em geral (uma boa
porcentagem de vestuário) e serviços completos e variados. Suas atrações principais são âncoras tradicionais, lojas de departamento, de desconto ou hipermercados. Um shopping regional típico é geralmente fechado, com as lojas voltadas para um mall interno. Possui grandes proporções, entre 40 e 80 mil m², sendo mais comum em cidades de grande porte.
• Shopping Comunitário – Geralmente oferece um sortimento amplo de
vestuário e outras mercadorias. Entre as âncoras mais comuns estão os supermercados e lojas de departamento ou de descontos. Entre os lojistas do shopping comunitário, às vezes encontram-se varejista de “off-price” vendendo itens como roupas, objetos e móveis para casa, brinquedos, artigos eletrônicos ou para esporte.
• Shopping e Vizinhança – É projetado para fornecer conveniência na
compra das necessidades do dia-a-dia dos consumidores. Tem como âncora um supermercado. Possui área entre 3 e 5 mil m².
• Shopping Especializado – Voltado para um mix específico de lojas de
um determinado grupo de atividades, tais como moda, decoração, náutica, esportes ou automóveis. Não precisam obrigatoriamente possuir lojas âncora, e suas vendas são planejadas e não por procura do cliente. Tem área entre 8 e 25 mil m².
• Outlet Center – Consiste em sua maior parte de lojas de fabricantes
vendendo suas próprias marcas com desconto, além de varejistas de “off-price”. Em geral oferecem preços mais baixos e pagam aluguéis menores. Sua edificação possui acabamento mais simples e áreas de 5 a 40 mil m².
• Festival Center – Está quase sempre localizado em áreas turísticas e é
basicamente voltado para atividades de lazer, com restaurantes, fast- foods, cinemas e outras diversões.
Assim que concebido, um shopping pode gerar dois tipos de
empreendimentos distintos: o primeiro caso é um empreendimento imobiliário que administra e promove o marketing conjunto e aluga as lojas; o outro é a venda de lojas com administração sob a forma de condomínio, mantendo as mesmas características que tipificam os shopping centers.
No primeiro há locação de lojas que geram o retorno dos investimentos
aos cotistas. Os contratos, geralmente, são de longo prazo com cláusulas que garantem ao locador o exercício de fiscalização do faturamento dos lojistas. No segundo caso, o valor das locações é estabelecido pelo proprietário das lojas, em geral inferior ao cobrado pelas administrações dos shoppings. Os serviços administrativos são feitos em condomínio e uma associação de lojistas do shopping realiza os planejamentos de marketing.