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Resumo (Adaptado) - Carne Artificial e Carne Emulada

O Brasil avança com passos lentos na busca de um mercado que está atraindo dezenas de
milhões de dólares nos últimos anos e em outros países; produtos alternativos à carne, com as
mesmas características sensoriais. Existem dois tipos desse produto: a produção de carne em
laboratório a partir de células-tronco de animais, conhecida como carne limpa ou in vitro que
ainda não ganhou mercado e a criação com proteínas vegetais que emulem a carne vermelha que
ganha notoriedade entre veganos e simpatizantes. Essas alternativas apontam como uma das
soluções para minimizar os impactos do crescimento da população mundial estimada para as
próximas décadas ou seja, preservação ambiental, mas ainda como "novidade" no âmbito
acadêmico a literatura científica ainda não apresenta bases sólidas. O cultivo in vitro ficou
conhecido depois da apresentação do primeiro hambúger produzido em laboratório e degustado
em agosto de 2013 pelo farmacologista Mark Post enquanto a emulação das proteínas animais já
bem conhecidas desde o século passado usa de base vegetal como a soja - o maior exemplo - e
atualmente sua variante vem aumentando a se diversificando em carnes veganas e produtos
industrializados. As situações problema e hipóteses do método in vitro derivam dos problemas da
carne emulada que pela diversificação da produção há uma constatação de alimentos pobres em
nutrientes e que visivelmente/cientificamente não trazem benefícios à saúde, pois, segundo a
nutricionista Lucía Martínez Argüelles em sua publicação pelo jornal El Pais estes são
classificados como ultraprocessados portanto experimentos de aferição do conceito Inocuidade
Alimentar - de não possuir ação danosa ao corpo - devem ser feitos para assegurar a continuidade
em uma janela de 30 anos e para a constatação de não ser fator influnte de neoplasias. Outro
problema visto é da quantidade de energia elétrica utilizada nos biorreatores o que não garante
uma visão de preservação atual mas com o avançar da engenharia se tornaria irrelevante em
poucos anos. A aceitação dos maiores consumidores de carne no mundo, os muçulmanos
dependeria de um debate religioso intenso pois o conceito de Abate Halal que preserva o ritual
limpo chocaria com o processo de cultivo de construção de tecido muscular. Apesar de ser um
tema relativamente novo, a carne sintética tem despertado o interesse dos pesquisadores nos
últimos anos. Sua natureza multidisciplinar contribui e recebe contribuições de diferentes
áreas do conhecimento, de modo que emergem distintos construtos teóricos que se
complementam.

Referências Acadêmicas: FERNANDES, A.; FANTINEL, A.; SOUZA, ÂNGELA; RÉVILLION,


J. TRENDS IN CULTURED MEAT. Brazilian Journal of Information Science: research trends, v.
13, n. 3, p. 56-67, 27 set. 2019.

VERBEKE, W.; MARCU, A.; RUTSAERT, P.; GASPAR, R.; SEIBT, B.; FLETCHER, D.;
BARNETT, J. ‘Would you eat cultured meat?’: Consumers’ reactions and atitude formation in
Belgium, Portugal and the United Kingdom. Meat Science, v.102, p. 49-58, 2015.

Referências Jornalísticas:

https://www.wired.com/story/gelatin-fibers-lab-grown-meat/

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