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INFORMAÇÃ JULHO 3| 2019

INFORMAÇÃO ABRIL 2| 2016


Dispensa retenção IRS – trabalhadores estrangeiros

A Lei de Orçamento de Estado para 2019 veio alterar o nº 5 do artigo 71º do CIRS,
excluindo os trabalhadores e prestadores de serviços não residentes de qualquer retenção
na fonte até ao valor da retribuição mínima mensal garantida.

Os rendimentos do trabalho dependente e os rendimentos empresariais e profissionais


auferidos por não residentes passam a ser excluídos de qualquer retenção na fonte até ao
valor da retribuição mínima mensal garantida (€600 em 2019, de acordo com o disposto no
Decreto-Lei n.º 117/2018, de 27 de dezembro), quando os rendimentos resultem de
trabalho ou serviços prestados a uma única entidade.

Para este efeito, o titular dos rendimentos deve comunicar à entidade devedora, através de
declaração escrita, que não auferiu ou aufere o mesmo tipo de rendimentos de outras
entidades residentes em território português ou de estabelecimentos estáveis de entidades
não residentes neste território.

À parte do rendimento que exceda o valor mensal da retribuição mínima mensal garantida
(€600) é aplicada a taxa de retenção na fonte de 25%.

Exemplo:
O Sr. John tem celebrado um contrato de trabalho com uma entidade residente em
território português, auferindo uma remuneração bruta mensal de €700.
Pela redação em vigor do artigo 71.º do Código do IRS anterior ao OE2019, a retenção de
IRS do Sr. John era de €175 (25%x€700).
De acordo com a nova redação do artigo 71.º do Código do IRS, a retenção de IRS é €25
(€100x25%). Sendo €100 a parte que excede o valor mensal da retribuição mínima mensal
garantida no ano de 2019.

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Despacho n.º 285/2019-XXI, de 8/07/2019, do Secretário de Estado dos Assuntos
Fiscais

O Despacho n.º 285/2019-XXI, de 8/07/2019, do Secretário de Estado dos Assuntos


Fiscais vem clarificar os seguintes pontos em relação à nova redação do artigo 71.º do
Código do IRS:

i) Nas situações em que, comprovadamente, o valor pago em determinado mês


respeite a remunerações/rendimentos relativos a mais do que um mês, para
efeitos de aplicação do regime estabelecido no n.º 5.º do artigo 71.º do Código do
IRS deverá ter-se por referência o valor das remunerações/rendimentos
correspondentes a cada um dos meses em causa. Para o efeito, os recibos
referentes a trabalho dependente e as faturas, as faturas-recibo e os recibos
relativos a rendimentos profissionais ou empresariais, deverão discriminar a
quantos meses se referem e o valor correspondente a cada mês, devendo ainda
o contribuinte estar de posse de outros documentos de prova adequados,
designadamente os contratos de trabalho ou os contratos de prestação de
serviços.
ii) Existe a possibilidade de haver cumulatividade na aplicação da exclusão da
retenção na fonte de IRS até ao valor da retribuição mínima mensal garantida,
quando o contribuinte aufere da mesma entidade rendimentos do trabalho
dependente e rendimentos empresariais e profissionais, sendo o limite previsto
aplicável ao conjunto dos rendimentos. Dever-se-á ter em consideração o
somatório mensal dos dois tipos de rendimentos para a mesma entidade.
iii) Existe a possibilidade de no mesmo ano poder haver mais do que uma entidade
pagadora desde que não haja sobreposição de entidades em qualquer dos
meses. Os requisitos de aplicação da dispensa da retenção na fonte até ao valor
da retribuição mínima mensal garantida, devem ser aferidos numa base mensal,
não sendo de desaplicar a possibilidade de dispensa de retenção de IRS
prevista, quanto aos rendimentos auferidos de uma segunda entidade, desde que
não exista sobreposição de entidades devedoras/pagadoras dos rendimentos
num mesmo mês.

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Código do IRS – Artigo 71º - Taxas liberatórias

1- Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 28%: [Redação
dada pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro]

a) Os rendimentos de capitais obtidos em território português, por residentes ou não


residentes, pagos por ou através de entidades que aqui tenham sede, direção
efetiva ou estabelecimento estável a que deva imputar-se o pagamento e que
disponham ou devam dispor de contabilidade organizada; [Redação dada pela Lei n.º 82-E/2014,
de 31 de dezembro]

b) Os rendimentos de valores mobiliários pagos ou colocados à disposição dos


respetivos titulares, residentes em território português, devidos por entidades que
não tenham aqui domicílio a que possa imputar-se o pagamento, por intermédio de
entidades que estejam mandatadas por devedores ou titulares ou ajam por conta de
uns ou outros. [Redação dada pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro]

c) [Revogada pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro]

d) [Revogada pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro]

2- [Revogado pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro]

3- Excetuam-se do disposto na alínea b) do n.º 1 os rendimentos pagos ou colocados à


disposição de fundos de investimento constituídos de acordo com a legislação
nacional, caso em que não há lugar a retenção na fonte. [Redação dada pela Lei n.º 82-E/2014, de 31
de dezembro]

4- Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 25%, os


seguintes rendimentos obtidos em território português por não residentes: [Redação
dada pela Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro - OE]

a) Os rendimentos do trabalho dependente e todos os rendimentos


empresariais e profissionais, ainda que decorrentes de actos isolados; [Redacção
dada pela Lei n.º 3-B/2010, de 28 de Abril - OE]

b) Os rendimentos de capitais referidos nas alíneas m) e n) do n.º 2 do artigo


5.º; [Redação dada pela Lei n.º 64-B/2011, de 30 de dezembro - OE]

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c) As pensões; [Redacção dada pela Lei n.º 3-B/2010, de 28 de Abril - OE]

d) Os incrementos patrimoniais previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo


9.º [Redacção dada pela Lei n.º 3-B/2010, de 28 de Abril - OE]

5 - Aos rendimentos referidos na alínea a) do número anterior mensalmente pagos


ou colocados à disposição dos respetivos titulares não é aplicada qualquer
retenção na fonte até ao valor da retribuição mínima mensal garantida, quando
os mesmos resultem de trabalho ou serviços prestados a uma única entidade,
aplicando-se a taxa aí prevista à parte que exceda esse valor.[Redação dada pela Lei n.º
71/2018, de 31 de dezembro]

6 - Para efeitos do número anterior, o titular dos rendimentos deve comunicar à


entidade devedora, através de declaração escrita, que não auferiu ou aufere o
mesmo tipo de rendimentos de outras entidades residentes em território
português ou de estabelecimentos estáveis de entidades não residentes neste
território. [Redação dada pela Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro]

7 - As taxas previstas nos números anteriores incidem sobre os rendimentos ilíquidos,


excepto no que se refere às pensões, as quais beneficiam da dedução prevista
no artigo 53.º, sem prejuízo do que se disponha na lei, designadamente no Estatuto
dos Benefícios Fiscais. [Anterior n.º 5; Passou a n.º 7 pela Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro]

8 - Os rendimentos a que se refere o n.º 1 podem ser englobados para efeitos da sua
tributação, por opção dos respetivos titulares, residentes em território nacional, desde
que obtidos fora do âmbito do exercício de atividades empresariais e
profissionais. [Anterior n.º 6; Passou a n.º 8 pela Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro]

9- Feita a opção a que se refere o número anterior, a retenção que tiver sido efectuada
tem a natureza de pagamento por conta do imposto devido a final. [Anterior n.º 7; Passou a n.º 9
pela Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro]

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10 - Os titulares de rendimentos referidos nas alíneas a) a d), f), m) e o) do n.º 1 do artigo
18.º sujeitos a retenção na fonte nos termos do presente artigo que sejam residentes
noutro Estado membro da União Europeia ou do espaço económico europeu, neste
último caso desde que exista obrigação de cooperação administrativa em matéria fiscal
equivalente à estabelecida na União Europeia, podem solicitar a devolução, total ou
parcial, do imposto retido e pago na parte em que seja superior ao que resultaria da
aplicação da tabela de taxas prevista no n.º 1 do artigo 68.º, tendo em consideração
todos os rendimentos, incluindo os obtidos fora deste território, nas mesmas condições
que são aplicáveis aos residentes. [Anterior n.º 8; Passou a n.º 10 pela Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro]

11 - Para os efeitos do disposto no número anterior, são dedutíveis até à concorrência dos
rendimentos, os encargos devidamente comprovados necessários para a sua obtenção
que estejam directa e exclusivamente relacionados com os rendimentos obtidos em
território português ou, no caso dos rendimentos do trabalho dependente, as
importâncias previstas no artigo 25.º[Anterior n.º 9; Passou a n.º 11 pela Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro]

12 - A devolução do imposto retido e pago deve ser requerida aos serviços competentes
da Direcção-Geral dos Impostos, no prazo de dois anos contados do final do ano civil
seguinte em que se verificou o facto tributário, devendo a restituição ser efectuada até
ao fim do 3.º mês seguinte ao da apresentação dos elementos e informações
indispensáveis à comprovação das condições e requisitos legalmente exigidos,
acrescendo, em caso de incumprimento deste prazo, juros indemnizatórios a taxa
idêntica à aplicável aos juros compensatórios a favor do Estado. [Anterior n.º 10; Passou a n.º 12
pela Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro]

13 - [Revogado pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro]

14 - [Revogado pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro]

15 - A apresentação do requerimento referido no n.º 12 implica a comunicação espontânea


ao Estado de residência do contribuinte do teor do pedido de devolução formulado e do
respetivo montante. [Redação dada pela Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro]

16 - Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 35%: [Anterior n.º
12; Passou a n.º 16 pela Lei n.º 71/2018, de 31 de dezembro]

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a) Todos os rendimentos referidos nos números anteriores sempre que sejam pagos
ou colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou mais titulares mas
por conta de terceiros não identificados, exceto quando seja identificado o
beneficiário efetivo, termos em que se aplicam as regras gerais; [Redação dada pela Lei n.º
82-E/2014, de 31 de dezembro]

b) Os rendimentos mencionados na alínea a) do n.º 1, obtidos por entidades não


residentes sem estabelecimento estável em território português, que sejam
domiciliadas em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente
mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças; [Redação dada pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro]

c) Os rendimentos mencionados na alínea b) do n.º 1, pagos ou colocados à


disposição dos respetivos titulares, residentes em território português, devidos por
entidades não residentes sem estabelecimento estável em território português e que
sejam domiciliadas em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal
claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do
Governo responsável pela área das finanças, por intermédio de entidades que
estejam mandatadas por devedores ou titulares ou ajam por conta de uns ou
outros.[Redação dada pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro]

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