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Para Keynes a teoria pura dos determinantes do emprego efetivo dos recursos disponíveis
poucas vezes foi objeto de exame detalhado, isso não quer dizer que nuca foi examinada.
1. O salário é igual ao produto marginal do trabalho, isso quer dizer que o salário de uma
pessoa empregada é igual ao valor que se perderia se o emprego fosse reduzido de uma
unidade. Com a restrição de que a igualdade pode ser afetada, de acordo com certos
princípios, pela imperfeição da concorrência e dos mercados.
2. A utilidade do salário, quando se emprega determinado volume de trabalho, é igual à
desutilidade marginal desse mesmo volume de emprego. Significa que o salário real de
uma pessoa empregada é exatamente suficiente para ocasionar o volume de mão-de-
obra efetivamente ocupado, com a restrição de que a igualdade para cada unidade
individual de trabalho pode ser alterada por combinações entre as unidades disponíveis
para empregar-se, análogas às imperfeições da concorrência.
Com essas restrições, o volume dos recursos empregados acha-se, em conformidade com a
teoria clássica, convenientemente determinado pelos dois postulados. O primeiro dá-nos a
curva de demanda por emprego e o segundo, a curva de oferta; o volume do emprego é fixado
pelo ponto em que a utilidade do produto marginal iguala a desutilidade do emprego marginal.
Pensando em uma análise estatística sobre as verdadeiras relações entre as mudanças dos
salários nominais e reais. No exemplo de uma variação que afeta apenas certo gênero de
indústria, é de se esperar que os salários reais variem no mesmo sentido dos salários nominais.
Porém no caso de variações no nível de salários, observaríamos, que a variação dos salários reais
que acompanha a dos salários nominais, longe de se apresentar normalmente no mesmo
sentido, geralmente ocorre em sentido oposto.
O segundo postulado decorre da ideia de que os salários reais dependem das negociações
salariais entre trabalhadores e empresários. Logo admite-se, que essas negociações se realizam,
efetivamente, em termos monetários, e também os salários reais considerados aceitáveis pelos
trabalhadores não são, de certo modo, independentes do nível de salário nominal
correspondente. É a este salário nominal assim fixado que se recorre para determinar o salário
real.
A teoria clássica considera ser sempre possível à mão-de-obra reduzir seu salário real, aceitando
uma diminuição do seu salário nominal. A teoria tradicional sustenta, em essência, que as
negociações salariais entre trabalhadores e empresários determinam o salário real, de tal modo
que, supondo que haja livre-concorrência entre os empregadores e a ausência de combinação
restritiva entre os trabalhadores, os últimos poderiam, se desejassem, fazer coincidir os seus
salários reais com a desutilidade marginal do volume de emprego oferecido pelos empregadores
ao dito salário. Diferente dessa forma, desaparece qualquer razão para se esperar uma
tendência à igualdade entre salário real e a desutilidade marginal do trabalho.
A hipótese de que o nível geral dos salários reais depende das negociações entre os
empregadores e os trabalhadores não é obviamente válida, pois está longe de ser consistente
com o conteúdo geral da teoria clássica, que nos ensinou que os preços são determinados pelo
custo marginal expresso em termos nominais e que os salários nominais governam, em grande
parte, o custo marginal.
Ao admitir que o trabalhador está sempre em condições de fixar o seu próprio salário real, esta
crença continuou a ser sustentada pela confusão com o principio segundo o qual a mão-de-obra
se acha sempre em condições de determinar o salário real correspondente ao pleno emprego,
isto é, ao volume máximo de emprego compatível com determinado salário real.
Em resumo se tem duas objeções contra o segundo postulado da teoria clássica. A primeira
refere-se ao comportamento efetivo do trabalhador