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Ofício nº 307/98-COGLE-DENOR-SRH
Atualmente os concursos públicos são altamente concorridos e configuram uma excelente opção para
muitos indíviduos na busca de emprego, os concursos ainda garantem aos aprovados uma remuneração
por vezes maior do que oferece a iniciativa privada e uma certa estabilidade e segurança.
Uma vez aprovado no concurso publico e nomeado, o servidor entra em exercício iniciando a sua
carreira no serviço público, muitas vezes distante de sua cidade de origem. Ademais, vários concursos
de âmbito regional ou nacional por vezes conferem a lotação de acordo com a classificação no certame.
Questiona-se bastante sobre o posterior deslocamento do servidor público lotado originalmente em uma
localidade para outra distinta.
O instituto da remoção constitui nesse deslocamento do servidor público, que poderá ocorrer com ou
sem a mudança da sede, no âmbito do mesmo quadro.
É, portanto, a movimentação física do servidor não implicando em alteração de cargo ou carreira, não se
trata de nova investidura, mas de mudança na lotação.
Dessa forma, já que a remoção não foi iniciativa do servidor, e ele está obrigado a se deslocar em
decorrência do interesse da Administração, a lei lhe assegura o pagamento de uma ajuda de custo, para
compensar as despesas de instalação do servidor nessa nova sede, pois do contrário seria impor um
ônus ao servidor que não lhe pertence e ao qual não deu causa.
a) para o acompanhamento do cônjuge ou o companheiro que também seja servidor público civil ou
militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi
deslocado no interesse da Administração;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior
ao número de vagas, de acordo com normas pré-estabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles
estejam lotados.
Art. 227 - É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, (...))".
Assim, combinando-se o instituto da remoção do documento legal que rege a Administração Pública com
os princípios constitucionais de proteção à família, resta inequívoco o ato ilegal e abusivo praticado pela
autoridade administrativa contra o direito do servidor ao indeferir o pedido de remoção nestas condições,
pois não se trata de discricionariedade da Administração, mas de ato vinculado, de direito garantido ao
servidor público.
Aquilo que almejou o legislador, ao elaborar o artigo 36 da Lei n.º 8.112/90 que recebeu acréscimos da
Lei n.º 9.527/97, foi proteger a instituição da família, como base da sociedade, no dizer da Carta Magna
que, sob sua ótica, é parte hipossuficiente na relação servidor versus Administração. E, à vista do
mandamento, comporta não apenas a idéia de deslocamento ou movimentação, mas também o sentido
de convivência.
Sob pena de violação não somente da lei, mas também da Constituição Federal, que garante COMO
DIREITOS SOCIAIS, DENTRE OUTROS, A EDUCAÇÃO, A SAÚDE E O TRABALHO, E VERIFICADO
QUE TODOS, NESTA QUALIDADE SÃO IGUALMENTE IMPORTANTES, NÃO EXISTINDO ENTRE
ELES HIERARQUIA, cabe ao Administrador remover o servidor assim que demonstrados todos os
requisitos exigidos para a remoção por motivo de doença.
O Estado tem a obrigação de garantir e zelar pela saúde de todos, principalmente pela saúde de seu
servidor e família para que estes possam se tratar adequadamente, onde houver a melhor condição para
tal.
Além das hipóteses de remoção a pedido previstas na Lei nº 8.112/90, podem haver outras hipóteses
regulamentadas por meio de normas infra-legais, desde que não sejam contrárias ou incompatíveis com
a lei, o que implicará em antinomia, e, consequente declaração de ilegalidade e invalidação do ato
normativo.
No âmbito da Carreira Auditoria da Receita Federal, a Portaria SRF nº 1.655, de 8 de dezembro de 2003,
dispõe sobre a remoção dos Técnicos da Receita Federal e Auditores Fiscais da Receita Federal, que
além das hipóteses previstas na Lei nº 8.112/90, prevê a remoção por permuta (Art. 3º, V), a critério da
Administração; o concurso de remoção (Art. 4º, III), independentemente do interesse da Administração; e
o concurso de seleção interna, que pode ser de ofício (Art. 2º, I) ou a critério da Administração (Art. 3º,
X).