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FACULDADE SÃO PAULO

ELOANY MATHEUS
MAÍZA BARROSO
MELISSA KERBER
RICHELLY TEIXEIRA
TIAGO FERREIRA

DERMATOFITOSE

Rolim de Moura-RO
Setembro de 2019
ELOANY MATHEUS
MAÍZA BARROSO
MELISSA KERBER
RICHELLY TEIXEIRA
TIAGO FERREIRA

DERMATOFITOSE

Pesquisa bibliográfica apresentada como requisito para


obtenção de nota na disciplina de Agressão e defesa do curso
de Odontologia ofertado pela Faculdade São Paulo, ministrada
pelo professor Dra Audrei Pavanello.

Rolim de Moura-RO
Setembro de 2019
DERMATOFITOSE

1. O QUE É?

Dermatofitose é uma doença causada por fungos conhecidos como dermatófitos que afetam
pele, cabelo e unhas e podem atingir tanto homens como animais. Sua transmissão pode ocorrer de
forma direta, através do homem, animal ou solo e de forma indireta, por meio de materiais
contaminados (PFEIL et al., 2017).

2. ETIOLOGIA

As dermatofitoses são infecções, causadas por fungos filamentosos queratinócitos, que se


nutrem da queratina durante o processo infeciosos, dentre os mais comuns são os causados pelos
dos gêneros Tinea, Trichophton, Microsporum ou Epidermophyton (PERES, et al., 2010).
As dermetofitoses podem ser causadas por dermatócitos que são de origem antropofílica, ou
seja que são encontados em seres humanos, tendo maior facilidade de propagação. De origem
zoofílica, que são encontrados em animais e geofílicas que se encontram no solo, sendo que quando
instaladas em seres humanos provocam reações mais intensas ao organismo humano, sendo por
tanto mais difícil o tratamento (PERES, et al., 2010).

3. PATOLOGIA, SINAIS E SINTOMAS

Para que ocorra uma doença infecciosa o patógeno deve superar uma série de barreiras
impostas por seu hospedeiro, para uma colonização efetiva dos tecidos. No caso das dermatofitoses,
o primeiro passo é vencer o estrato córneo da pele e se instalar nas camadas subjacentes. A
constante renovação das camadas superficiais da pele constituem importante barreira, pois no
momento da descamação da epiderme são eliminados estruturas do patógeno não instaladas
(PERES et al., 2010).
De acordo com Peres et al. (2010) os artroconídios e microconídios são exemplos das
estruturas fúngicas que entram em contato com o hospedeiro, inciando o processo infeccioso por
dermatófitos. Os artroconídios, por exemplo, levam em torno de 3 a 4 horas após o contato com
hospedeiro para incio da atividade patogênica. Ocorrendo sua germinação e penetração nas camadas
da epiderme. Observa-se a diferenciação das hifas, possibilitando a ancoragem do fungo na pele.
A liberação de enzimas hidrolíticas (proteases, lipases, elastases, colagenases, fosfatases e
esterases) sobre os tecidos garantem a degradação de macromoléculas, possibilitando a absorção
dos nutrientes necessários ao crescimento fúngico. Essa degradação enzimática é responsável pela
desordem e morte celular e tecidual, observados na forma de sintomas e sinais característicos das
dermatofitoses (PERES, et al., 2010; VERMOUT et al., 2008).
As enzimas proteases queratinolíticas são, especialmente, importantes para o processo de
colonização e nutrição do patógeno. Existindo uma estreita relação entre a secreção das enzimas e a
patogenicidade dos dermatócitos. As queratinases secretadas pelos dermatófitos catalisam a
degradação de queratina presente no tecido hospedeiro em oligopeptídeos ou aminoácidos, sendo
esses, absorvidos pelo fungo (VERMOUT et al., 2008).
Por se tratarem de parasitas obrigatórios, os dermatócitos possuem preferência por
desencadearem infecções cronicas (VERMOUT et al., 2008 ). Para tanto, Peres et al. (2010) citam
que esses fungos sintetizam substâncias que diminuem a resposta inflamatória e a proliferação
celular, em resposta às defesas do hospedeiro, permitindo que infecções crônicas e persistentes se
estabeleçam.
As dermatofitoses podem afetar diferentes regiões do corpo, com preferência para couro
cabeludo, pé, unhas (onicomicoses), virilha e algumas regiões da pele. Sendo, que em cada uma
dessas regiões se é observado um quadro sintomatológico distinto (RODRIGUES, 2010). De
maneira geral, em lesões características provocadas por dermatófitos são circulares, eritematosas e
pruriginosas, resultantes da ação direta do fungo ou de reações de hipersensibilidade do hospedeiro
ao microrganismo e/ou a seus metabólicos (PERES et al., 2010). A infecção podem durar meses ou
anos e podem ser assintomáticos ou manifestar-se apenas como prurido (TURCHIN et al., 2005).
O grau de severidade dos sintomas e sinais dependem do agente etiológico da condição
imunológica do hospedeiro, podendo, estes, serem severos ou brandos. Em ambos os casos,
atingem, principalmente, os tecidos cutâneos superficiais (PERES et al., 2010). No entanto,
conforme citado por Rodweell et al. (2008), em caso de pacientes imunocomprometidos é possível
que os dermatófitos se comportem de maneira invasiva, promovendo infecções mais intensas,
profundas e disseminadas.
O quadro clínico é, comumente, utilizado para o diagnóstico da doença. Neste sentido há
grande necessidade de pleno conhecimento, por parte do agente de saúde, sobre a sintomatologia
das dermatofitoses. No entanto, na dúvida diagnóstica ou falha ao tratamento, pode-se solicitar o
exame micológico direto para confirmação da patologia (PFEIL et al., 2017).
Conforme citado anteriormente, cada região do corpo é preferencialmente afeta por uma
espécie de dermatófito, consequentemente, diferentes sintomas e sinais são observados, sendo os
principais sintomas e sinais descritos por Rodrigues (2010) e pela Sociedade Brasileira de
Dermatologia (2017):
• dermatofitose do corpo (Tinea corporis), manifestando-se como lesões generalizadas
ao longo do corpo, representada por lesões com bordas bem definidas, avermelhadas,
descamativas, rendilhadas ou desenhadas, isoladas ou confluentes, sendo mais ativa
externamente, um sintoma comum é o prurido (coceira);

• dermatofitose dos pés (Tinea pedis), com lesões nos espaços interdigitais e nas
regiões plantares do pé, podendo aparecer de forma aguda, representada por
vesículas bastante pruriginosas na região plantar ou de forma crônica, como
descamação fina sem muita sintomatologia;

• dermatofitose ungueal ou onicomicose (Tinea unguium) observada pelo


descolamento das bordas, espessamento, aparecimento de manchas brancas e até
distrofia total das unhas;

• dermatofitose do couro cabeludo (Tinea capitis), pode se manifestar sob a forma de


placa de alopecia ou em uma área na qual os pelos foram quebrados ou aparados pelo
patógeno que perfuram a haste dos fios. Essa patologia acomete, preferencialmente,
crianças em idade escolar;

• dermatofitose das dobras da virilha (Tinea cruris) caracterizado por lesões


avermelhadas, descamativas, muito pruriginosas e afetam parte ou toda a área do
púbis, expandindo-se para região abdominal inferior e também para as nádegas, em
casos extensos.

4. TRATAMENTO

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (2017) o tratamento da dermatofitose


geralmente é simples e deve ser iniciado precocemente para evitar a extensão da doença e a
contaminação de outras pessoas.
Na maioria dos casos, o tratamento é tópico, ou seja, a aplicação de pomadas ou cremes
antifúngicos. Existem no mercado vários antifúngicos tópicos mas o mais específico para fungos
dermatófitos é o cloridato de terbinafina. No caso de lesões mais extensas, no couro cabeludo ou
micose de unha, pode ser usado também antifúngicos orais. Geralmente é usado o cloridato de
terbinafina 250mg ou fluconazol 150mg.
O médico dermatologista é quem vai indicar a medicação mais eficiente para cada caso. A
duração do tratamento pode variar de 15 a 30 dias para dermatofitoses mais simples como as da
pele, até um 1 ano para casos de onicomicose dos pés. Alguns fatores podem prejudicar o
tratamento como a irregularidade, dificuldade de absorção da medicação, reexposição ao agente
causador e resistência antifúngica.
5. EPIDEMIOLOGIA

Segundo a Organização Mundial da Saúde, os dermatófitos afetam cerca de 25% da


população mundial. Estima-se que 30 a 70% dos adultos sejam portadores assintomáticos desses
patógenos e que a incidência dessa doença aumente com a idade.
De acordo como Peres et al (2010) os dermatófitos são transmitidos por contato direto ou
indireto com o meio infectado. As regiões mais apropriadas para esses fungos são regiões quentes e
úmidas, porém são encontrados em várias regiões do mundo, ocorrendo variações de espécies
apenas, visto que as condições climáticas, assim como práticas sociais, migração populacional e
características individuais são fatores influenciadores à epidemiologia das dermatofitoses.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PERES, NTA; MARANHÃO, FCA; ROSSI, A; MARTINEZ-ROSSI, NM. Dermatófitos: interação


patógeno-hospedeiro e resistência a antifúngicos. An Bras Dermatol. 2010;85(5):657-67

RODRIGUES, DA., et al. Atlas de dermatologia em povos indígenas [online]. São Paulo: Editora
Unifesp, 2010. Doenças causadas por fungos, p. 59-80. ISBN 978-85-61673-68-0. Available from
SciELO Books

RODWELL GE, BAYLES CL, TOWERSEY L, ALY R. The prevalence of dermatophyte infection
in patients infected with human immunodeficiency virus. Int J Dermatol. 2008;47:339-43

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA – SBD. Dermatofitose. São Paulo, 2017.


Disponivel em: <https://www.sbd.org.br/dermatologia/unhas/doencas-e-problemas/dermatofitose/
91/#sintomas> Acesso em 16 set 2019.

TURCHIN I, BARANKIN B, ALANEN KW, SAXINGER L. Dermatophyte infection (tinea). Can


Fam Physician. 2005;51:499-501

VERMOUNT S, TABART J, BALDO A, MATHY A, LOSSON B, MIGNON B. Pathogenesis of


dermatophytosis. Mycopathologia. 2008;166:267-75

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