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RELATÓRIO DE CONJUNTURA Nº 06
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RELATÓRIO DE CONJUNTURA Nº 06
Presidência da República
Secretaria-Geral da Presidência
Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos
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Revisão:
Diagramação:
Dezembro de 20181
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SUMÁRIO EXECUTIVO
A navegação de cabotagem, entendida tagnação secular da produtividade, o cres-
como transporte aquaviário envolvendo tre- cimento deveria se tornar o norte das polí-
cho marítimo dentro do território nacional, ticas no setor.
movimentou 11% do total de cargas inter-
nas do Brasil em 2015. O modal representa Visão geral
um significativo potencial para o aumento
da competividade logística brasileira, devi- Este estudo faz um raio-X do setor de ca-
do ao seu baixo custo em relação a modais botagem no Brasil, com o objetivo de dis-
concorrentes, à extensão do litoral do País, seminar um entendimento comum de sua
e à distribuição geográfica da economia, estrutura e funcionamento. Para tanto,
ainda concentrada na costa. Mesmo assim, apresenta-se o arcabouço institucional vi-
as projeções da Empresa de Planejamen- gente, as principais estatísticas que des-
to e Logística (EPL) apontam que em 2025 crevem a estrutura do mercado, e os prin-
a cabotagem pode vir a responder por não cipais entraves à produtividade apontados
mais que 14% do transporte de cargas ge- por profissionais que atuam na cabotagem.
rais. A ideia é que essa exposição seja um pri-
meiro passo na construção de um debate
Historicamente, prevaleceu no setor de ca- bem informado sobre reformas do setor, no
botagem o paradigma da proteção do mer- sentido de liberalizar o mercado e corrigir
cado contra a operação de embarcações e distorções econômicas.
empresas de navegação estrangeiras, mo-
tivado pela visão do setor como estratégico Os principais apontamentos são sumariza-
para o país. As justificativas apontadas pe- dos a seguir:
los defensores desse modelo nacionalista
são variadas, mas duas merecem desta- • A navegação de cabotagem responde
que. A primeira diz respeito à possibilida- por 11% do transporte nacional de car-
de de um súbito desfalque do transporte gas, percentual semelhante ao de ou-
de cabotagem provocar efeitos disruptivos tros países continentais com litoral ex-
sobre as cadeias de suprimento nacionais, tenso e ampla disponibilidade de vias
por exemplo, em situação de conflito ar- navegáveis, como os EUA (11,4%).
mado. A segunda é baseada no papel atri- No entanto, 52% da movimentação de
buído à demanda por fretes de cabotagem carga por cabotagem corresponde ao
como instrumento de fomento à indústria transporte de petróleo e derivados, via
de construção naval. granel líquido e gasoso. Por sua vez,
69% da cabotagem via granel líquido
Contudo, a experiência mostra que as dis- e gasoso se refere ao transporte de ou
torções impostas pela proteção contra a para terminais de uso privado da Petro-
concorrência externa e pela regulação ex- bras. Isso significa que a Estatal sozi-
cessiva desta atividade econômica com- nha é responsável por, no mínimo, 37%
prometem a contribuição da navegação de toda a cabotagem do país, mais do
de cabotagem para a eficiência econômi- que o dobro da movimentação de con-
ca e para a competitividade logística do têineres.
país. Tais distorções derivam do viés es-
tatista que marca a regulação do setor, o • O transporte de carga conteineriza-
qual sobrevaloriza aspectos de segurança da possui particular relevância para a
nacional e seu papel como vetor de políti- conectividade marítima devido à regu-
ca industrial. No contexto em que o Brasil laridade das linhas e à padronização
se insere, marcado pela crise econômica, do serviço. Em dois estudos de caso
isolamento econômico internacional e es- apresentados neste relatório, os re-
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INTRODUÇÃO
A navegação de cabotagem é entendida navegação interior, tem importância funda-
como um modal de transporte aquaviário mental para a eficiência econômica e para
de cargas interno ao território nacional que a competitividade logística do país. Entre-
envolve a atracação da embarcação em al- tanto, o mercado de fretes de cabotagem
gum porto marítimo. A cabotagem tem ex- é caracterizado por uma miríade de distor-
pressiva relevância para a matriz logística ções impostas pela proteção contra a con-
brasileira, respondendo por 11% da carga corrência externa e pela regulação excessi-
interna movimentada em 2015. Ademais, o va da atividade econômica. Tais distorções
modal tem significativo potencial de expan- derivam do viés estatista/ nacionalista que
são para aumento da competividade logís- ainda marca a regulação do setor, no senti-
tica brasileira, devido à extensão do litoral do anteriormente apontado, que sobrevalo-
do País e ao seu baixo custo em relação riza aspectos de segurança nacional como
a modais concorrentes, como o rodoviário. vetor de política industrial. Em contraste,
Segundo projeções da Empresa de Plane- o argumento sustentado aqui é que o es-
jamento e Logística (EPL), estatal respon- tímulo ao crescimento da produtividade de
sável por estudos na área de infraestrutura todos os setores da economia deve ser a
de transporte, a cabotagem pode vir a res- mola mestra da intervenção do Governo,
ponder por cerca de 14% do transporte de inclusive nos setores ditos “estratégicos”.
cargas gerais em 2025, caso sejam finali- No contexto em que o Brasil se insere, mar-
zados os empreendimentos de infraestru- cado pela crise econômica, bem como pelo
tura levantados naquele estudo. isolamento econômico internacional e es-
tagnação secular da produtividade do país,
Historicamente, a navegação de cabota- o crescimento deveria se tornar o norte das
gem sempre foi apontada como setor estra- políticas no setor.
tégico para o País. Em função disso, e da
prevalência de uma mentalidade estatista Neste trabalho, a Secretaria Especial de
entre os formuladores das chamadas polí- Assuntos Estratégicos da Presidência da
ticas de desenvolvimento, tende a ser um República (SAE) faz um diagnóstico da na-
setor marcado por forte proteção contra a vegação de cabotagem no Brasil visando
operação de embarcações e empresas de a disseminar um entendimento comum do
navegação estrangeiras. As justificativas funcionamento e da estrutura deste impor-
apontadas pelos defensores desse mo- tante setor a fim de entender seu arcabou-
delo nacionalista são variadas, mas duas ço institucional e regulatório atualmente
merecem destaque. A primeira diz respeito vigente e os principais entraves à produti-
à possibilidade de um súbito desfalque do vidade. Ademais, o estudo traz estimativas
transporte de cabotagem provocar efeitos independentes de custos do frete de cabo-
disruptivos sobre as cadeias de suprimen- tagem com o objetivo de ilustrar a atrativi-
to nacionais, por exemplo, em situação de dade deste modal em comparação com o
conflito armado. A segunda é baseada no transporte rodoviário, em dois estudos de
papel atribuído à demanda por fretes de caso.3 Com base nas informações levanta-
cabotagem como instrumento de fomento das, o trabalho reitera o potencial estratégi-
à indústria de construção naval. co da cabotagem para a competividade lo-
gística do Brasil e propõe recomendações
Este estudo fundamenta uma motivação no sentido da liberalização e correção de
alternativa para considerar a navegação distorções no setor.
de cabotagem um setor estratégico. Es-
pecificamente, o transporte aquaviário do- 3 Transporte de contêineres nos trechos
méstico, que compreende a cabotagem e a Santos- Recife e Santos-Florianópolis, ida e
volta.
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CABOTAGEM
DEFINIÇÃO E PERFIL
O termo “cabotagem” é utilizado para de- A distinção entre o transporte de cabota-
signar, de maneira geral, o transporte en- gem e o transporte interior de percurso na-
tre dois portos localizados no mesmo país. cional no Brasil se estende para além das
Sua acepção estrita varia de país a país e, definições. O regime regulatório inclui reso-
no Brasil, a cabotagem é definida por lei4 luções distintas para disciplinar casos se-
como a navegação “realizada entre portos melhantes para os dois setores.6 Do ponto
ou pontos do território brasileiro, utilizando de vista prático, no entanto, não há diferen-
a via marítima ou esta e as vias navegáveis ça econômica significativa entre as duas
interiores”. A definição não inclui, portanto, modalidades de serviço de frete, não obs-
a navegação realizada exclusivamente em tante haja diferenciação no perfil de cargas
vias navegáveis interiores, como rios e usualmente transportadas. O tratamento
lagoas. Em alguns países, essa definição é diferenciado, que inclui taxação distinta,
mais ampla, abrangendo toda a navegação gera distorções de mercado que podem
doméstica.5 inclusive incentivar a inclusão de trechos
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Fonte: (Ministério dos Transportes e Ministério das Cidades 2013); elaboração SAE.
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A CABOTAGEM COMO
SETOR ESTRATÉGICO
A cabotagem é comumente descrita como configurem competição imperfeita ou infra-
setor estratégico para os países. Origi- ção de ordem econômica.
nalmente, esse entendimento advinha da
preocupação com desabastecimentos do Em linhas gerais, atualmente as empresas
país em caso de conflito, por exemplo, de navegação devem ser brasileiras18, au-
quando uma frota predominantemente es- torizadas pela Antaq, e só poderão afretar
trangeira se tornasse inacessível. Tal en- embarcações estrangeiras quando: (i) ve-
tendimento estava atrelado a restrições na rificada a indisponibilidade de embarcação
nacionalidade dos operadores do setor. de bandeira brasileira de tipo e porte equi-
valentes, (ii) for de interesse público, devi-
Não há dúvidas sobre o importante papel damente justificado ou, ainda, (iii) em subs-
da cabotagem para a integração do país tituição a embarcações sendo construídas
e sua conectividade marítima, com con- em estaleiro brasileiro.
sequências, inclusive, para o comércio in-
ternacional. Porém, nos dias atuais, sua Uma das consequências do regime regulató-
regulação ainda se mantém baseada no rio da cabotagem é que navios estrangeiros
entendimento de setor estratégico, muito em percurso internacional não podem reali-
embora a motivação esteja mais inclinada zar o transporte de carga entre portos bra-
ao fomento da indústria naval brasileira do sileiros por aproveitamento. O embarque de
que a questões de segurança nacional. carga de cabotagem na perna doméstica de
uma embarcação internacional com capaci-
dade não utilizada poderia reduzir custos de-
Regulação no Brasil vido a economias de escala e otimização de
carga. As cargas de comércio exterior seriam
Segundo o texto original da Constituição poupadas de transferências desnecessárias
Federal de 1988 (art. 178), o mercado de entre navios nacionais menores e navios in-
cabotagem no Brasil seria restrito não só ternacionais e as cargas domésticas pode-
a empresas brasileiras de navegação, riam ser transportadas a um preço próximo
como a embarcações construídas no país. do custo marginal, uma vez que ocupariam o
Entretanto, a Emenda Constitucional nº7, de espaço ocioso realizando a viagem.
1995, flexibilizou o instituto, abrindo a possi-
bilidade de a Lei nº 9.432, de 1997, estabe- Em geral, o relaxamento do regime regu-
lecer as condições em que o afretamento de latório no que diz respeito à operação de
embarcação estrangeira pudesse ocorrer. prestadores de serviços estrangeiros em
mercados internos de cabotagem poderia
A lei 10.233, de junho de 2001, por sua trazer ganhos de eficiência para o setor,
vez, criou a Agência Nacional de Trans- além de facilitar as conexões aos portos e
portes Aquaviários (Antaq), que adquiriu o acesso a centros de transbordo.
as funções de regulação e supervisão das
atividades de prestação de serviços e de Experiência internacional
exploração da infraestrutura de transpor-
tes aquaviários exercidas por terceiros. A O setor da cabotagem em muitos países é
lei, em seu artigo 20, é clara em estabe- normalmente restrito a embarcações de ban-
lecer como objetivos da Antaq a garantia deira nacional ou a empresas de navegação
de padrões de eficiência, regularidade e
18 A legislação deixa claro que a empresa
modicidade nos fretes e tarifas, bem como
deve ser constituída segundo as leis brasileiras,
a harmonização dos diversos interesses mas não determina restrições quanto à origem
privados, de modo a impedir situações que do capital.
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nacionais. O exemplo de regulação mais res- cativa redução no frete e aumento do volu-
tritiva é o Jones Act, dos Estados Unidos, em me de carga transportada.21
vigor desde 1920. Todo transporte de carga
entre dois portos do país deve ser realizado
por embarcações de bandeiras nacionais Política Industrial e subsídio aos
construídas no país e que tenham como tri- armadores22 e estaleiros
pulação e proprietário cidadãos estaduniden-
ses. Até mesmo a quantidade de aço utiliza- As empresas que operam na navegação e
da em reparos estrangeiros a embarcações os estaleiros nacionais recebem recursos
de cabotagem estadunidenses é limitada a públicos para seus investimentos por meio
10% do peso total do navio. de um sistema de encargos setoriais cons-
tituído pelo Adicional de Frete para Reno-
Por sua vez, os países da União Europeia vação da Marinha Mercante (AFRMM) e
(UE) e a Nova Zelândia optaram por tornar pelo Fundo de Marinha Mercante (FMM).23
os regimes de cabotagem menos restritos
a partir dos anos 1990. De maneira geral, Toda carga aquaviária24 desembarcada em
armadores de um estado-membro da UE porto brasileiro sofre a incidência do AFR-
são livres para operar o transporte de ca- MM, cuja alíquota varia de 10% a 40% do
botagem entre portos de quaisquer outros valor do frete.25 Muito embora os armado-
estados-membros.19 A liberalização da res sejam os responsáveis pelo recolhi-
cabotagem na Nova Zelândia, em 1994,
21 Segundo levantamento realizado pela
permitiu que embarcações estrangeiras
UNCTAD em sua publicação Rethinking Ma-
de passagem no país pudessem distribuir/ ritime Cabotage for Improved Connectivity de
recolher as cargas de importação e expor- 2017.
tação nos portos costeiros do país em si- 22 Armador brasileiro: pessoa física resi-
tuações específicas e predeterminadas.20 dente e domiciliada no Brasil que, em seu nome
ou sob sua responsabilidade, apresta a em-
Após as medidas liberalizantes, houve barcação para sua exploração comercial, nos
aumento na competitividade do setor e termos do art. 2º da Resolução 1.274/2009 da
Antaq.
modernização da frota de cabotagem em
23 Para isso as empresas devem operar
ambos os casos. Na Nova Zelândia, esse com embarcação própria ou afretada de registro
aumento foi ainda acompanhado de signifi- brasileiro.
24 Com exceção das mercadorias (i) subme-
tidas à pena de perdimento; (ii) transportadas por
meio fluvial e lacustre, exceto quando se tratar de
19 Council Regulation (EEC) nº 3577/92 granéis líquidos transportados no âmbito das Re-
garante que companhias de navegação nacio- giões Norte e Nordeste; (iii) cuja origem ou cujo des-
nais ou de outros países da UE têm o direito de tino final seja porto localizado na Região Norte ou
oferecer serviços de cabotagem em um deter- Nordeste do País nas navegações realizadas em
minado país da UE, desde que cumpram todas embarcações de casco com fundo duplo, destina-
as condições para a realização da cabotagem das a transporte de combustíveis, quando o descar-
nesse país. Companhias de navegação de paí- regamento tiver início até 8 de janeiro de 2022; e (iv)
ses fora da UE, mas controladas por cidadãos cuja origem ou cujo destino final seja porto localiza-
da UE, também podem oferecer tais serviços. do na Região Norte ou Nordeste do País, nas nave-
20 Os navios estrangeiros podem realizar gações de cabotagem, quando o descarregamento
o transporte entre portos costeiros na Nova Ze- tiver início até 8 de janeiro de 2017.
lândia nas seguintes situações: (i) quando afre- 25 O AFRMM será calculado sobre a re-
tados a casco nu, com frota sujeita ao regime muneração do transporte aquaviário, aplican-
laboral neozelandês; (ii) quando realizam escala do-se as seguintes alíquotas: (i) vinte e cinco
para carregamento/descarregamento de carga por cento na navegação de longo curso; (ii) dez
internacional em porto neozelandês vindo de um por cento na navegação de cabotagem; e (iii)
porto estrangeiro com destino a porto estrangei- quarenta por cento nas navegações fluvial e
ro ou (iii) quando a carga costeira é acessória lacustre, quando do transporte de granéis líqui-
em relação à carga internacional transportada. dos nas Regiões Norte e Nordeste.
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ESTRUTURA DE MERCADO
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CONCLUSÃO
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ANEXO
METODOLOGIA PARA
ESTIMAÇÃO DO CUSTO DE FRETE
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rota mais curta (São Paulo-Florianópolis), transporte marítimo propriamente dito cor-
o transporte entre os portos e as capitais respondem a 12% e 5% nas estimativas
mais próximas é responsável por 66% do realizadas. Esse resultado exemplifica a
custo total. Na rota mais longa, 57%. Como necessidade de se abordar os problemas
esperado, quanto maior a distância entre da cabotagem de maneira integrada com
as escalas, mais o custo rodoviário é diluí- os demais modais de transporte.
do no custo total.
É comum se ouvir no setor da cabotagem
O item responsável pela segunda maior par- que rotas de distâncias superiores a
cela do custo responde por até 27% do valor 1.500 km são competitivas com o modal
total e é pago pelos clientes como ressarci- rodoviário. Esta estimativa de custo reforça
mento aos armadores. Trata-se do THC, que, esse entendimento. Para a rota de Recife
muito embora não seja um custo direto, repre- para São Paulo, com 4.220 km, o custo do
senta o custo de movimentação dos contêine- transporte intermodal (cabotagem e rodo-
res nesta estimativa. Por se tratar de um custo viário) é cerca de 60% mais barato que o
fixo em relação à distância percorrida (custo custo do transporte puramente rodoviário
de escala), também é esperada uma diluição para a mesma distância. Já a rota de São
no custo total para distâncias maiores. Porém, Paulo para Florianópolis, de 1400 km, é
seu valor varia de porto a porto. Nas rotas es- cerca de 5% mais cara quando realizada
tudadas, o maior valor é o do porto de Suape, com os dois modais.
em Recife. Isso explica o maior custo relativo
de THC na rota Recife-São Paulo. Os cálculos aqui apresentados se referem
à estimativa de custo de frete de um contêi-
As componentes de custo relacionadas ao ner de 20 pés de carga seca.
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Custo de combustível
53 Informado pela Log-in: Modelo de Ava-
liação – Navegação Contêiner - Embarcações
Para o cálculo do custo com combustível, de 2.800 TEUS em www.loginlogistica.com.br,
foram utilizados os seguintes dados: acesso em 16 de junho de 2018.
54 Obtida no portal Marine Traffic: https://
- Custo do combustível51 em 13/06/2019: www.marinetraffic.com/cn/ais/details/ships/shi-
$523/ton pid:775031/mmsi:710006930/vessel:LOG%20
- Dólar em 13/06/2019: R$3,84 IN%20JACARANDA , acesso em 16 de junho de
2018.
- Consumo de combustível navegando52: 55 O tempo de porto foi estimado como
45 ton/d a diferença do ETS (hora estimada de saída,
em inglês: estimated time of shipping) e o ETA
(hora estimada de chegada, em inglês: estima-
50 A Log-In Logística Intermodal S.A. é ted time of arrival) em cada porto na progra-
uma sociedade anônima de capital aberto e mação da empresa obtida no site https://www.
está registrada na Comissão de Valores Mo- loginlogistica.com.br/programacao-de-navios/
biliários (CVM) e na bolsa de valores de São atlantico-sul em 16 de junho de 2018.
Paulo (BM&FBOVESPA). 56 mn: milhas náuticas.
51 Realizou-se a média aritmética do pre- 57 Informado pela Log-in: Modelo de Ava-
ço dos combustíveis IFO380, IFO180 e MGO. liação – Navegação Contêiner - Embarcações
52 Informado pela Log-in: Modelo de Ava- de 2.800 TEUS em www.loginlogistica.com.br,
liação – Navegação Contêiner - Embarcações acesso em 16 de junho de 2018.
de 2.800 TEUS em www.loginlogistica.com.br, 58 Considerou-se que em um ano, o navio
acesso em 16 de junho de 2018. esteja em operação por 300 dias
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viços (Box Rate)64, nos termos do art. 3º da PECEM SUAPE SANTOS ITAJAI
Resolução 2.389/2012 da Antaq. Os valores Valor CNAP R$12.166,06 R$10.493,08 R$7.418,66 R$9.964,38
IPCA e são apresentados na tabela abaixo: Valor estimado - R$26.562,90 R$18.780,11 R$25.224,52
Valor estimado
-
atualizado R$28.889,59 R$20.425,09 R$27.433,97
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