Você está na página 1de 3

Influência de um dielétrico na capacitância

Um capacitor (ou condensador) é um dispositivo eletro-eletrônico que tem por função armazenar
cargas elétricas no campo elétrico existente no seu interior.
Existem diversos tipos de capacitores (cilíndricos, esféricos ou
planos), mas todos são representados por duas placas paralelas,
condutoras e idênticas, bem próximas uma da outra. Essas placas são
denominadas armaduras do capacitor.

O Capacitor de Placas Paralelas

O capacitor de placas paralelas é composto por duas placas condutoras paralelas ou eletrodos
separadas por um material dielétrico de espessura uniforme. As placas condutoras podem ser de
qualquer material bom condutor de eletricidade, como o alumínio e o cobre.

Capacitores com dielétricos

Dielétrico é um material isolante colocado entre as armaduras do capacitor, que pode ser vácuo, ar,
papel, mica, óleo, etc, sendo comum o
uso de materiais plásticos e cerâmicos
e de óxidos isolantes. Sendo assim, o
título pode causar confusões, porque
como o ar, em condições normais, é
dielétrico, qualquer capacitor terá um
dielétrico entre suas placas. Porém o
enfoque agora é o que acontece
quando, ao invés do ar, coloca-se
outro dielétrico entre as placas do
capacitor. Esse fato foi abordado pela
primeira vez por Faraday, por volta de
1837; assim investiga-se o efeito de
diferentes dielétricos sobre o comportamento de um capacitor.

Eletrizando um capacitor (processo de carga)

Na figura abaixo, as armaduras do capacitor estão inicialmente neutras e a diferença de potencial entre
as placas é nula. A seguir uma das armaduras é ligada ao pólo positivo de um gerador de força
eletromotriz e a outra ao pólo negativo do mesmo gerador.
A armadura ligada ao pólo negativo do gerador vai sendo carregada
com cargas negativas e a ligada ao pólo positivo do gerador vai sendo
carregada com cargas positivas e à medida que elas são carregadas, a
diferença de potencial entre as placas vai aumentando até que ela se
iguale à do gerador (E) e o capacitor está carregado com tensão U = E.
Por definição a carga elétrica (Q) desse capacitor é o valor da carga da
placa positiva. As cargas das placas positiva e negativa têm o mesmo
módulo.

Capacitância ou capacidade eletrostática de um capacitor

Representada pela letra C, é característica de cada capacitor, expressando a habilidade de um


dispositivo armazenar cargas elétricas. É definida como a razão entre a carga Q (medida em Coulomb
“C” no SI) armazenada no capacitor e a diferença de potencial U (medida em volt “V”, no SI) entre as
Q
armaduras positiva e negativa, ou seja: C=
U
No Sistema Internacional de Unidades (SI) a capacitância é medida em farad, cujo símbolo é F,
contudo, como o farad é muito grande torna-se conveniente a utilização de submúltiplos, como o
microfarad (1 μF = 10-6F), ou o picofarad (1pF=10-12F).
Enquanto um capacitor está sendo carregado, sua tensão (diferença de potencial) vai aumentando
proporcionalmente com a quantidade de carga recebida, até atingir um valor máximo, que sendo
ultrapassado, trará como consequência a ruptura do dielétrico (isolante), saindo uma faísca e
descarregando o capacitor.

A tensão de ruptura é expressa em volts. Assim, num capacitor pode vir escrito, por exemplo, o valor
1000µF - 50 v, onde 1.000μF são sua capacitância e 50 volts é a tensão de ruptura do dielétrico do
capacitor.
Para carregar o capacitor, o gerador fornece-lhe energia potencial elétrica
C .U 2
W, simbolizada por W = .
2
Essa energia é fornecida pela área do gráfico, pois a carga Q é
proporcional à DDP (U) e o gráfico Q x U é uma reta passando pela
B∗H U Q
origem: W = área do triângulo = -- W = Q .   -- C= -- Q =
2 2 U
C .U . U C .U 2
C.U  --  W =  -- W =
2 2

 Influência de um dielétrico na capacitância de um capacitor

Como a capacitância de um capacitor é uma constante característica do mesmo, ela depende de alguns
fatores  próprios de cada capacitor. Entre eles está a espessura (d) do dielétrico, que é inversamente
proporcional à capacitância: verifica-se que quanto
menor for a distância (d) entre as armaduras maior
será a capacitância C do componente, ou
seja: C=1/d ; quando o desenho do capacitor é aumentado, pode-se perceber que a presença das
cargas elétricas armazenadas nas placas induz (eletrização por indução) cargas no dielétrico causando
a sua polarização, como indica a figura. Estas cargas induzidas e a conseqüente polarização do
dielétrico determinam a chamada “Permissividade Elétrica e”, que é a capacidade de um material
dielétrico polarizar-se quando sob a ação de um Campo Elétrico.
Cada material dielétrico tem seu próprio valor de Permissividade, que nos dá uma noção da sua
capacidade de se polarizar. Quando o meio é o vácuo, sua permissividade é denominada ε o e vale 8,85.
10-12F/m.
A natureza do dielétrico também é um fator determinante na capacitância, de modo que influencia no
valor dela de modo diretamente proporcional, onde cada dielétrico tem sua característica denominada
ε .S
permissividade do meio, de símbolo ε; então, tem-se:   C=
d
A constante dielétrica (K) de um meio é definida como sendo a razão entre a permissividade desse
meio ε e a permissividade do vácuo εo    K= ε/εo    ε = Kεo, que, substituído em  C= ε.S/d, fica:

Quanto maior a constante dielétrica K do isolante (dielétrico), mais polarizável é o dielétrico e,


portanto, será possível armazenar mais carga (obter mais capacitância) nas placas até que se estabeleça
o equilíbrio de tensões entre a fonte e o capacitor. No vácuo, K = 1, enquanto “K” em outros materiais
tem algum valor sempre maior
que 1; como K é um valor
relativo, é adimensional.

Fontes:

http://www.fisicaevestibular.com.br/eletrodinamica14.htm
http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/mod05/m_s07.html
http://www.cursodefisica.com.br /eletrostatica1/03-capacitores-cefet.pdf

Você também pode gostar