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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA

VARA CÍVEL DA COMARCA DE CRICIÚMA/SC

PATRÍCIA DOLORES FUERTES DE BARRIGA,


brasileira, solteira, inscrita no RG n. 12.56.90 e CPF
nº -90, e-mail prafuncia@hotmail.com, residente e
domiciliada na rua Geral, n. 145, bairro Cadundó
Senfim, Criciúma/SC, vem, respeitosamente, por seu
advogado que esta subscreve, propor a presente
AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE C/ LIMINAR
com fulcro nos artigos 561 e seguintes do Novo
Código de Processo Civil, em face de PIERO
PAULO, brasileiro, solteiro, inscrito no RG n.
123.456 e CPF nº 123.456.789-00, e-mail
pedropaulo@hotmail.com, residente e domiciliado na
rua Oto Maier, 45, centro, Criciúma/SC, pelos fatos a
seguir expostos.

I – DOS FATOS

A autora é possuidora/proprietária de um sítio desde 2005, o qual


encontra-se no mesmo endereço antes citado. O imóvel rural, com 5 (cinco)
hectares, possui ótima terra para plantio.

Ocorre que o réu que é proprietário possuidor de área de terra extremante


com o sitio de Patrícia é antigo desafeto de Patrícia, em virtude de antigo
empreendimento rural que acabou não dando certo, razão pela julga-se credor
de Patrícia, em decorrência daquela sociedade, segundo ele, mal-acabada.

No dia 05.04.2019 o réu passou a invadir o terreno, uma vez que está
iniciando obra para a construção de uma casa e está colocando maquinário e
demais materiais de construção dentro dá área de terra da autora. A clara
turbação enseja a presenta ação de manutenção de posse.
II – DO DIREITO

A Constituição Federal de 1988, no seu Art 5 traz em linhas gerais os


direitos e princípios basilares que sustentam o ordenamento jurídico nacional,
guiando e direcionando todas as demais leis e ações:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:

O direito a propriedade, manifesto na constituição, relaciona-se com o art.


561 do CPC afirma que incumbe ao autor provar a sua posse, a turbação
praticada pelo réu e a data em que ela ocorreu e, por fim, a continuação da
posse, embora turbada.

A respeito da posse, veja-se que a autora, legítima possuidora, sempre a


exerceram com total controle sobre a coisa, mediante os atributos inerentes ao
domínio, quais sejam, dela usar, gozar e dispor, tendo-a como dona, para si e
para o mundo, facilmente verificado por vizinhos e conhecidos.

Além disso, há o pagamento de todos os tributos, tarifas e encargos


relacionados ao imóvel (IPTU, serviços públicos de água, luz, telefone, aluguel
por parte dos inquilinos, comodatários etc.).

Indo além, vê-se que a turbação, segundo requisito do art. 561 do CPC,
está provada de modo objetivo, comprovadamente registrada em fotografias e
registros de áudio do reú. Segundo a doutrina, a turbação é “todo fato injusto, ou
todo ato abusivo, que venha ferir direitos alheios, impedindo ou procurando
impedir o seu livre exercício"(SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. Rio de
Janeiro: Forense, 28ª ed, p. 1425.)

A turbação da posse ocorreu, de forma clara e inequívoca, em 05/04/2019


conforme B.O anexo, quando a autora prestou queixa a delegacia. Acerca de tal
fato, o CPC dispõe sobre as possíveis medidas:
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em
caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de
violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou
restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os
atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do
indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a
alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.

Embora tenha ocorrido a turbação da posse, de fato, o imóvel continua


sobre a posse da autora, que permanece possuindo o terreno e residindo no
mesmo, o que inevitavelmente demonstra a continuidade da posse.

Já nos termos dos arts. 558 e 562 do CPC, a ação de manutenção de


posse proposta dentro de ano e dia da turbação tramitará pelo rito especial, o
que significa dizer que é possível pleitear a concessão de tutela antecipada para
que, em liminar, a posse dos Autores seja mantida e protegida contra qualquer
ato praticado pelos Réus.

E pelo que foi aqui apresentado e instruído mediante a prova documental,


estão preenchidos os requisitos para concessão da liminar, inaldita altera parte.
É o caminho traçado pela jurisprudência:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO


DE POSSE – MEDIDA LIMINAR – PRESENÇA DOS
REQUISITOS NECESSARIOS ÀO DEFERIMENTO DA
MEDIDA. A concessão de medida liminar de manutenção de
posse se condiciona ao preenchimento dos requisitos previstos
no art. 927 do CPC. Preenchidos os aludidos elementos, deve
ser deferida a medida liminar em favor da recorrente.” (TJMG –
Agravo de Instrumento 1.0486.14.002981-1/001, Rel. Des. Leite
Praça, 17ª Câmara Cível, Publicação em 24/04/2015)
“AGRAVO DE INSTRUMENTO – PROCESSUAL CIVIL – AÇÃO
DE MANUTENÇÃO DE POSSE – POSSE NOVA – MENOS DE
ANO E DIA – DEFERIMENTO DA LIMINAR (…) –
INTELIGÊNCIA DO ART. 928, DO CÓDIGO CIVIL –
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA – LIMINAR – PRESENÇA DOS
REQUISITOS DO ART. 927, CPC – AUDIÊNCIA DE
JUSTIFICAÇÃO – DESNECESSIDADE – ART. 928, DO CPC.
(…) II – Na ação de manutenção de posse, para o deferimento
de liminar, cabe ao autor provar a sua posse, a turbação ou o
esbulho praticado pelo réu, a data da turbação ou do esbulho e
a continuação da posse, embora turbada, na ação de
manutenção, e a perda da posse, no caso de reintegração. II-
Presentes os requisitos do art. 927, do CPC, impõe-se o
deferimento da liminar de manutenção na posse. III – O rito
processual das ações possessórias de caráter novo, assim
considerada com menos de ano e dia, possui sistemática
própria. Havendo a comprovação dos requisitos legais para seu
deferimento em sede liminar ‘inaudita altera parte’, não é
necessária a realização de audiência de justificação por
inteligência do art. 928, do CPC.” (TJMG – AI
10144140048170001, 15ª Câmara Cível, Rel. Des. Antônio
Bispo, Publicação: 17/07/2015)

Deste modo destaca-se a urgência da manutenção da posse e a


procedência da ação sem escuta da parte.

III – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

I – seja expedido mandado liminar de manutenção de posse, inaldita altera


parte, inclusive com requisição de força policial, se necessário;

II – eventualmente, não concedida a liminar nos termos acima postulados,


requer a designação de audiência de justificação prévia;

III – seja o réu citado para responder à presente ação, na forma legal;

IV – ao final, no mérito, seja concedida a autora a manutenção de posse


de forma definitiva, cominando, inclusive, multa diária ao réu para o caso de
descumprimento ou de qualquer ato que importe em violação ao direito
possessório aqui postulado;

V – seja o réu condenados ao pagamento de todas as custas e despesas


processuais, bem como honorários advocatícios de 10% sobre o valor da causa.

VI – Produção de todas as provas admitidas no direito.

Dá-se à causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais)

Termos em que pede deferimento.

Criciúma, 13 de junho de 2019

Alex da Rosa
OAB/SC

IV – ROL DE DOCUMENTOS

- Procuração em nome de Alex;

- título do imóvel;

- planta do terreno;

- BO

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