Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Govind P Agrawal Sistemas de Comunicaccedilatildeo Por Fibra Oacuteptica2014 PDF
Govind P Agrawal Sistemas de Comunicaccedilatildeo Por Fibra Oacuteptica2014 PDF
COMUNICAÇÃO
POR FIBRA ÓPTICA
SISTEMAS DE
COMUNICAÇÃO
POR FIBRA ÓPTICA
GOVIND P. AGRAWAL
Tradução da 4ª edição
TRADUÇÃO
JOSÉ RODOLFO SOUZA
Do original: Fiber-optic Communication Systems, 4ª edição
Tradução autorizada do idioma inglês da edição publicada por John Wiley & Sons, Inc.
Hoboken, New Jersey
Copyright © 2010, by John Wiley & Sons, Inc.
ISBN 978-85-352-6425-8
ISBN (versão digital): 978-85-352-6466-1
Edição original: ISBN: 978-0-470-50511-3
Nota: Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem
ocorrer erros de digitação, impressão ou dúvida conceitual. Em qualquer das hipóteses,
solicitamos a comunicação ao nosso Serviço de Atendimento ao Cliente, para que pos-
samos esclarecer ou encaminhar a questão.
Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos
ou perdas a pessoas ou bens, originados do uso desta publicação.
Introdução
Um sistema de comunicação transmite informação de um lugar a outro, estejam
eles separados por alguns poucos kilometros* ou por distâncias transoceânicas.
Informação é, muitas vezes, transportada por uma onda portadora eletromagnética,
cuja frequência pode variar de poucos megahertz a várias centenas de terahertz.
Sistemas de comunicação óptica usam portadoras de alta frequência (∼100 THz)
na região visível ou próxima do infravermelho do espectro eletromagnético.Tais
sistemas são, às vezes, denominados sistemas de ondas luminosas, a fim de dis-
tingui-los de sistemas de micro-ondas, cuja frequência portadora é tipicamente
cinco ordens de magnitude menor (∼1 GHz). Sistemas de comunicação por fibra
óptica são sistemas de ondas luminosas que empregam fibras ópticas para a trans-
missão de informação. Eles são desenvolvidos ao redor do mundo desde 1980, e
revolucionaram o campo das telecomunicações. De fato, a tecnologia de ondas
luminosas, aliada à microeletrônica, levou ao advento da “era da informação” na
década de 1990. Este livro descreve sistemas de comunicação por fibra óptica de
modo abrangente, enfatizando aspectos fundamentais, mas questões relevantes de
engenharia também são discutidas. Neste capítulo introdutório, não apenas apre-
sentamos conceitos básicos, como também fornecemos material suplementar. A
Seção 1.1 apresenta uma perspectiva histórica do desenvolvimento de sistemas de
comunicações ópticas.A Seção 1.2 cobre conceitos básicos, como sinais analógicos
e digitais, multiplexação de canais e formatos de modulação. Fatores relativos de
qualidade de vários sistemas de ondas luminosas são discutidos na Seção 1.3. A
última seção foca os blocos básicos de um sistema de comunicação por fibra óptica.
1
2 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 1.1 Ilustração esquemática do telégrafo óptico e seu inventor, Claude Chappe.
(Após a Ref. [2]; ©1944 American Association for the Advancement of Science; reimpresso
com permissão.)
Figura 1.5 Rede submarina internacional de sistemas de comunicação por fibra óptica
por volta de 2005. (Após a Ref. [23], ©2005 IEEE; reimpresso com permissão.)
Figura 1.7 Três passos necessários à conversão de um sinal analógico em um sinal digital
binário: (a) amostragem, (b) quantização e (c) codificação.
12 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Fica claro que esse procedimento leva a ruído adicional, conhecido como
ruído de quantização, que é adicionado ao ruído já presente no sinal analógico.
O efeito do ruído de quantização pode ser minimizado com a escolha
do número de níveis discretos, de modo que M > Amax/AN, sendo AN a raiz
do valor médio quadrático da amplitude de ruído do sinal analógico. A razão
Amax/AN é denominada faixa dinâmica e está associada à relação sinal-ruído
(SNR − Signal-to-Noise Ratio) por
M = 2m ou m = log 2 M . (1.2.2)
Figura 1.8 (a) Multiplexação por divisão no tempo de cinco canais de voz digitais
que operam em 64 kb/s; (b) Multiplexação por divisão em frequência de três sinais
analógicos.
Figura 1.9 Sequência de bits digitais 010110 ... codificada nos formatos (a) com retorno
a zero (RZ) e (b) sem retorno a zero (NRZ).
retorna a zero antes que acabe a duração do bit. No formato NRZ, o pulso
óptico permanece ligado em toda a duração do bit slot, e sua amplitude não
cai a zero entre dois ou mais bits 1 sucessivos. Em consequência, a largura
do pulso varia segundo a sequência de bits; no formato RZ, a largura dos
pulsos é constante. Uma vantagem do formato NRZ é que a largura de
banda associada à sequência de bits é quase um fator de 2 menor do que no
formato RZ, simplesmente porque as transições ligado-desligado ocorrem
um menor número de vezes. Contudo, o uso desse formato requer rígido
controle da largura dos pulsos e, caso os pulos ópticos se espalhem durante a
transmissão, pode levar a efeitos que dependem do padrão de bits. O formato
NRZ é usado com frequência na prática, devido à menor largura de banda.
O uso do formato RZ no domínio óptico começou a atrair a atenção
por volta de 1999, após a constatação de que poderia auxiliar o projeto
de sistemas de ondas luminosas de alta capacidade [54]-[56]. Atualmente,
tal formato é usado quase exclusivamente para canais WDM projetados
para operação a 40 Gb/s ou mais. Um exemplo da utilidade do formato
RZ são os sistemas conhecidos como pseudolineares [57], que empregam
pulsos ópticos relativamente curtos que, à medida que se propagam pelo
enlace de fibra óptica, se espalham por múltiplos bit slots com rapidez. Tal
espalhamento reduz a potência de pico e diminui o impacto de diversos
efeitos não lineares que, caso contrário, poderiam ser deletérios. Os pulsos
são, por fim, comprimidos à largura original com a utilização de técnicas de
gerenciamento de dispersão.Tais sistemas empregam, em geral, uma interes-
Introdução 17
Figura 1.10 (a) Sequência de bits elétricos e os resultantes padrões de campo elétrico após
conversão para o domínio óptico usando os formatos de modulação (b) ASK, (c) FSK e (d) PSK.
Figura 1.11 Diagramas de constelação para os formatos (a) ASK, (b) PSK, (c) QPSK e (d)
QPSK de múltiplos níveis.
Introdução 19
Exercícios
1.1 Calcule a frequência portadora de sistemas de comunicação óptica
que operam em 0,88, 1,3 e 1,55 mm. Qual é a energia do fóton (em
eV) em cada caso?
1.2 Calcule a distância de transmissão em que a potência óptica será
atenuada por um fator de 10, considerando três fibras ópticas com
perdas de 0,2, 20 e 2.000 dB/km. Assumindo que a potência óptica
decaia com exp(−aL), calcule a (em cm−1) para as três fibras.
Introdução 25
REFERÊNCIAS
[1] HOLZMANN, G. J.; PEHRSON, B. The Early History of Data Networks.
Hoboken, NJ: Wiley, 2003.
[2] KOENIG, D. Telegraphs and Telegrams in Revolutionary France. Scientific Monthly.
v. 431, 1944. Veja, também, o Capítulo 2 da Ref. [1].
[3] JONES, A. Historical Sketch of the Electrical Telegraph. New York: Putnam, 1852.
26 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[43] BINH, L. N. Digital Optical Communications. Boca Raton: CRC Press, 2008.
[44] DECUSATIS, C. Handbook of Fiber Optic Data Communication. 3. ed. Boston:
Academic Press, 2008.
[45] SENIOR, J. Optical Fiber Communications: Principies and Practice. 3. ed.
Upper Saddle River: Prentice Hall, 2009.
[46] RAMASWAMI, R.; SIVARAJAN, K.; SASAKI, G. Optical Networks: A Practical
Perspective. 3. ed. San Francisco: Morgan Kaufmann, 2009.
[47] KEISER, G. E. Optical Fiber Communications. 4. ed. New York: McGraw-Hill,
2010.
[48] SCHWARTZ, M. Information Transmission, Modulation, and Noise. 4. ed. New
York: McGraw-Hill, 1990.
[49] SHANNON, C. E. Proc. IRE., v. 37, p. 10, 1949.
[50] NYQUIST, H. Trans. AIEE., v. 47, p. 617, 1928.
[51] BALLART, R.; CHING,Y. -C. IEEE Commun. Mag., v. 27, n. 3, p. 8, 1989.
[52] MIKI, T. Jr., SILLER, C. A., (Ed.). IEEE Commun. Mag., v. 28, n. 8, p. 1, 1990.
[53] KARTALOPOULOS, S. V. Understanding SONET/SDH and ATM. Piscataway:
IEEE Press, 1999.
[54] HAYEE, M. I.; WILLNER, A. E. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 11, p. 991, 1999.
[55] LUDWIG, R. et al. Electron. Lett., v. 35, p. 2216, 1999.
[56] NAKAZAWA, M. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 6, p. 363, 2000.
[57] ESSIAMBRE, R.-J.; RAYBON, G.; MIKKELSEN, B. In: Kaminow, I. P., LI, T.,
(Eds.). Optical Fiber Telecommunications, v. 4B. Boston: Academic Press, 2002.
Capítulo 6.
[58] LAMBERT, S. G.; CASEY,W. L. Laser Communications in Space. Norwood: Artec
House, 1995.
CAPÍTULO 2
Fibras Ópticas
O fenômeno de reflexão interna total, responsável pelo guiamento da luz em
fibras ópticas, é conhecido desde 1854 [1]. Embora fibras de vidro já fossem
produzidas na década de 1920 [2]–[4], seu uso se tornou prático somente na
década de 1950, quando a adoção de uma camada de casca permitiu conside-
rável melhora nas características de guiamento [5]–[7]. Antes de 1970, fibras
ópticas eram utilizadas principalmente na obtenção de imagens médicas em
curtas distâncias [8]. O uso dessas fibras para comunicação era considerado
impraticável, devido às altas perdas (∼1.000 dB/km). Entretanto, a situação
sofreu mudança drástica em 1970, quando, segundo uma sugestão anterior [9],
a perda de fibras ópticas foi reduzida para valores abaixo de 20 dB/km [10].
O progresso adicional resultou, em 1979, em perda de apenas 0,2 dB/km na
região espectral nas proximidades de 1,55 mm [11].A disponibilidade de fibras
de baixas perdas não apenas levou a uma revolução na tecnologia de ondas
luminosas, mas também iniciou a era da comunicação por fibra óptica.Vários
livros dedicados inteiramente a fibras ópticas cobrem os numerosos avanços
no projeto e no entendimento das propriedades delas [12]–[19]. Este capítulo
tem por foco o papel de fibras ópticas como canal de comunicação em sistemas
de ondas luminosas. Na Seção 2.1, usamos a descrição de óptica geométrica
para explicar o mecanismo de guiamento e introduzir conceitos básicos. As
equações de Maxwell são usadas na Seção 2.2 para descrever a propagação em
fibras ópticas.A origem da dispersão em fibras ópticas é discutida na Seção 2.3,
e a Seção 2.4 considera as limitações impostas pela dispersão de fibras à taxa
de bits e à distância de transmissão. A Seção 2.5 foca os mecanismos de perda
em fibras ópticas, enquanto a 2.6 é dedicada a efeitos não lineares. A Seção 2.7
cobre detalhes de fabricação e inclui uma discussão de cabos de fibras ópticas.
29
30 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 2.1 Seção reta e perfil de índice de refração para fibras de índice em degrau e
índice gradual.
Figura 2.2 Confinamento da luz por reflexão interna total em fibras de índice em degrau.
Raios com φ < φc são refratados para fora do núcleo.
Fibras Ópticas 31
n1 L L n12
∆T = − L = ∆.
c sin φc c n2 (2.1.5)
O atraso temporal entre os raios que seguem pelos percursos mais curto e
mais longo é uma medida do alargamento que sofre um pulso lançado na
entrada da fibra.
Podemos relacionar ∆T à capacidade de transporte de informação da
fibra, medida pela taxa de bis B. Embora uma relação precisa entre B e ∆T
dependa de muitos detalhes, como a forma do pulso, fica claro, intuitiva-
mente, que ∆T deve ser menor do que o bit slot alocado (TB = 1/B). Assim,
uma estimativa de uma ordem de grandeza é obtida da condição B∆T < 1.
Usando a Eq. (2.1.5), obtemos
n2 c
BL < .
n12 ∆ (2.1.6)
{n [1 − ∆( ρ /a )α ];
n( ρ ) = n1(1 − ∆) = n ;
1 2
ρ < a,
ρ ≥ a, (2.1.7)
d 2 ρ 1 dn
= ,
dz 2 n d ρ (2.1.8)
∇ × E = −∂B/∂t, (2.2.1)
∇ × H = ∂D/∂t, (2.2.2)
∇ ⋅ D = 0, (2.2.3)
∇ ⋅ B=0, (2.2.4)
∫
∞
P( r, t ) = ε 0 χ (r , t − t' )E( r, t' )dt' . (2.2.6)
−∞
1 ∂2 E ∂2 P
∇×∇× E = − − µ 0 ,
c 2 ∂t 2 ∂t 2 (2.2.7)
ε = (n + iα c /2ω )2 . (2.2.11)
∼
Usando as Eq. (2.2.10) e (2.2.11), n e a são relacionados a χ por
∼ ∼
n = (1 + Re χ )1/2 , α = (ω /nc )Im χ , (2.2.12)
∇ × ∇ × E ≡ ∇( ∇ ⋅ E ) − ∇ 2 E = −∇ 2 E, (2.2.13)
38 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
~ ~ ~
em que, para obter D = ε E , usamos a Eq. (2.2.3) e a relação ∇ ⋅ E = 0 ⋅
Essa simplificação é feita também no caso de fibras de índice gradual. A Eq.
(2.2.13) é, portanto, uma aproximação válida enquanto variações de índice
de refração ocorrerem em uma escala de comprimento muito maior do
que o comprimento de onda. Usando a Eq. (2.2.13) na Eq. (2.2.9), obtemos
~ ~
∇ 2 E+ n 2 (ω )k02 E = 0, (2.2.14)
k0 = ω /c = 2π /λ , (2.2.15)
∂ 2 E z 1 ∂E z 1 ∂ 2 E z ∂ 2 E z
+ + + + n 2k02 E z = 0,
∂ρ 2 ρ ∂ρ ρ 2 ∂φ 2 ∂z 2 (2.2.16)
em que, para uma fibra de índice em degrau e núcleo com raio a, o índice
de refração n tem a forma
n ; ρ ≤ a,
n= 1
n2 ; ρ > a. (2.2.17)
E z ( ρ , φ , z ) = F ( ρ )Φ(φ )Z ( z ). (2.2.18)
d 2 Φ / dφ 2 + m 2 Φ = 0, (2.2.20)
d F 1 dF 2 2
2
m 2
+ + n k0 − β 2 − 2 F = 0. (2.2.21)
dρ 2
ρ dρ ρ
A Eq. (2.2.19) tem uma solução na forma Z = exp(ibz), em que b pos-
sui o significado físico de constante de propagação. De modo similar, a
Eq. (2.2.20) apresenta uma solução Φ = exp(imφ), sendo a constante m
restrita a valores inteiros, pois o campo deve ser periódico em φ, com
período 2π.
A Eq. (2.2.21) é a bem-conhecida equação satisfeita pelas funções de
Bessel [24]. Sua solução geral nas regiões do núcleo e da casca pode ser
escrita como:
AJ ( pρ ) + A'Y ( pρ ) ρ ≤ a,
m m
F(ρ) = (2.2.22)
CK m (qρ ) + C'I m (qρ ) ρ > a,
sendo A, A9, C e C9 constantes; Jm, Ym, Km e Im diferentes espécies de funções
de Bessel [24]. Os parâmetros p e q são definidos por
(2.2.23)
p 2 = n12k02 − β 2 ,
q 2 = β 2 − n22k02 . (2.2.24)
AJ ( pρ )exp(imφ )exp(i β z ); ρ ≤ a,
m
Ez = (2.2.25)
CK m (qρ )exp(imφ )exp(i β z ); ρ > a.
O mesmo método pode ser usado para obter Hz, que também satisfaz a
Eq. (2.2.16). De fato, a solução é a mesma, com diferentes constantes B e
D, ou seja:
BJ ( pρ )exp(imφ )exp(i β z ); ρ ≤ a,
Hz =
m
(2.2.26)
DK m ( q ρ )exp( imφ )exp( i β z ); ρ > a.
i ∂E z ω ∂H z
Eρ = 2
β + µ0 , (2.2.27)
p ∂ρ ρ ∂φ
i β ∂E z ∂H z
Eφ = − µ 0ω , (2.2.28)
p 2 ρ ∂φ ∂ρ
i ∂H z ω ∂E z
Hρ = 2
β − ε0n 2 , (2.2.29)
p ∂ρ ρ ∂φ
i β ∂H z E
Hφ = 2
+ ε 0 n 2ω z . (2.2.30)
p ρ ∂φ ∂ρ
Substituindo p2 por –q2, essas equações podem ser usadas na região da casca.
As Eq. (2.2.25) a (2.2.30) expressam o campo eletromagnético nas
regiões do núcleo e da casca de uma fibra óptica em termos de quatro cons-
tantes A, B, C e D as quais são determinadas com a aplicação da condição de
contorno que requer a continuidade das componentes de E e H tangenciais
à interface núcleo-casca. Forçando a continuidade de Ez, Hz, Eφ e Hφ em
ρ = a, obtemos um conjunto de equações homogêneas satisfeitas por A, B, C
e D [17]. Essas equações têm solução não trivial somente se o determinante
da matriz dos coeficientes for zero. Depois de muitos detalhes algébricos,
essa condição resulta na seguinte equação de autovalor [17]–[19]:
J m' ( pa ) K m' (qa ) J m' ( pa ) n22 K m' (qa )
+ + 2
pJ m ( pa ) qK m (qa ) pJ m ( pa ) n1 qK m (qa )
m 2 1 1 1 n22 1 (2.2.31)
= + + ,
a 2 p 2 q 2 p 2 n12 q 2
Quando n ≤ n2, a Eq. (2.2.24) indica que q2 ≤ 0, de modo que não ocorre
decaimento exponencial. Dizemos que o modo atingiu o corte quando q se
torna zero ou quando n = n2. Da Eq. (2.2.23), quando q = 0, p = k0( n1 − n2 )1/2.
2 2
número de modos para uma fibra multimodo é fornecida por V 2/2 [21]. Por
exemplo, uma típica fibra multimodo com a = 25 mm e ∆ = 5 × 10-3 tem
V 18, em λ = 1,3 mm, e deve suportar cerca de 162 modos. Contudo,
o número de modos decresce rapidamente à medida que o valor de V é
reduzido. Como visto na Figura 2.5, uma fibra com V = 5 suporta sete
modos. Abaixo de certo valor de V, todos os modos, exceto o HE11, estão
cortados. Tais fibras suportam um único modo, sendo chamadas de fibras
monomodo. As propriedades de fibras monomodo são descritas a seguir.
CONDIÇÃO MONOMODO
A condição monomo do é determinada pelo valor de V em que os
modos TE01 e TM01 atingem o corte (Figura 2.5). As equações de autovalor
para esses dois modos podem ser obtidas fazendo m = 0 em (2.2.31), sendo
dadas por:
n = n2 + b(n1 − n2 ) ≈ n2 (1 + b∆ ) (2.2.37)
Bm =| nx − ny |, (2.2.40)
Raio de Feixe
Como, na prática, a distribuição de campo dada pela Eq. (2.2.39) é de uso
um tanto quanto complicado, é comum aproximá-la por uma distribuição
gaussiana na forma
sendo w o raio de campo, também referido como raio de feixe (spot size). Esse
parâmetro é determinado ajustando a exata distribuição à função gaussiana
ou por um procedimento variacional [27]. A Figura 2.7 mostra a variação de
46 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 2.7 (A) Raio de feixe normalizado w/a em função do parâmetro V obtido por
ajuste do modo fundamental da fibra a uma distribuição gaussiana; (b) qualidade do
ajuste para V = 2,4. (Após a Ref. [27]; ©1978 OSA; reimpresso com permissão.)
∫
a
P | E x |2 ρ d ρ 2a 2
Γ = core = 0
= 1 − exp − 2 .
∫
∞
Ptotal | E x |2 ρ d ρ w (2.2.44)
0
Usando b = nk0 = ñw/c na Eq. (2.3.1), podemos mostrar que vg = c/ n g ,
sendo n g o índice de grupo, dado por
dT d L d 2β
∆T = ∆ω = ∆ω = L 2 ∆ω = L β 2 ∆ω , (2.3.3)
dω dω v g dω
d L
∆T = ∆λ = DL ∆λ , (2.3.4)
dλ v g
em que
d 1 2π c
D= = − 2 β2 . (2.3.5)
d λ vg λ
BL | D | ∆λ < 1. (2.3.6)
2π c d 1 2π dn d 2n
D=− = − 2 + ω ,
λ 2 dω v g λ 2 dω dω 2 (2.3.7)
D = DM + DW , (2.3.8)
Devemos observar que λZD=1,276 mm somente para sílica pura. Para fibras
ópticas cujos núcleo e casca sejam dopados para alterar o índice de refração,
esse valor pode variar no intervalo de 1,28−1,31 mm, pois λZD também
depende do raio do núcleo a e do degrau de índice ∆, devido à contribuição
da dispersão de guia de onda à dispersão total.
S = (2π c / λ 2 )2 β 3 + (4 π c / λ 3 )β 2 , (2.3.12)
BL |S |( ∆λ )2 < 1. (2.3.14)
L L
∆T = − = L | β1x − β1y |= L ( ∆β1 ),
v gx v gy (2.3.15)
~
A amplitude espectral inicial B (0, ω ) é apenas a transformada de Fourier
da amplitude inicial B (0, t).
O alargamento temporal de pulsos resulta da dependência de b em
relação à frequência. Para pulsos com ∆w w0, podemos expandir b
(w) em uma série de Taylor em torno da frequência central w0, retendo
termos de até terceira ordem. Nessa aproximação quase monocromática,
obtemos
ω β β
β (ω ) = n (ω ) ≈ β0 + β1( ∆ω ) + 2 ( ∆ω )2 + 3 ( ∆ω )3 ,
c 2 6 (2.4.4)
i i
exp i β1z∆ω + β 2 z( ∆ω )2 + β 3 z( ∆ω )3 − i( ∆ω )t ,
2 6 (2.4.6)
∂A ∂ A i β 2 ∂2 A β 3 ∂3 A
+ β1 + − = 0.
∂z ∂t 2 ∂t 2 6 ∂t 3 (2.4.7)
Com isso, o termo que envolve b1 pode ser eliminado da Eq. (2.4.7), re-
sultando em:
58 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
∂ A i β 2 ∂2 A β 3 ∂3 A
+ − = 0.
∂z ′ 2 ∂t ′2 6 ∂t ′3 (2.4.9)
1/2
2 ω 2T02
(0, ω ) = A0 2πT0
A exp − .
1 + iC 2(1 + iC ) (2.4.13)
A( z, t ) =
1
∫
∞
(0, ω )exp i β 2 zω 2 + i β 3 zω 3 − iωt dω ,
A
2π −∞ 2 6 (2.4.15)
ω ) é dado pela Eq. (2.4.13).
em que, para o pulso gaussiano de entrada, A(0,
Primeiro, consideremos o caso em que o comprimento de onda da portadora
está distante do comprimento de onda de dispersão zero, e a contribuição
do termo em b3 é desprezível. A integral na Eq. (2.4.15) pode ser efetuada
analiticamente, resultando em:
A0 (1 + iC )t 2
A( z, t ) = exp − 2 ,
Q( z ) 2T0 Q( z ) (2.4.16)
2
em que Q (z) = 1 + (C − i) b2z/ T0 . Essa equação mostra que o pulso
gaussiano permanece gaussiano na propagação, mas suas largura, chirp e
amplitude são alteradas, como ditado pelo fator Q (z). A largura muda
com z na forma T1(z) = |Q (z)|T0; o chirp passa do valor inicial C para
2
C1(z) = C + (1 + C2) b2z/ T0 .
Variações na largura do pulso são quantificadas pelo fator de alargamento:
1/2
T1 C β 2 z β 2 z
2 2
= 1 + + .
T0 T02 T02 (2.4.17)
A Figura 2.11 mostra (a) o fator de alargamento T1/T0 e (b) o parâmetro
de chirp C1 em função de ξ = z/LD, no caso de dispersão anômala (b2 < 0).
Figura 2.11 Fator de alargamento (a) e parâmetro de chirp (b) em função da distância,
para pulso gaussiano que se propaga na região de dispersão anômala de uma fibra. As
curvas tracejadas correspondem ao caso de um pulso gaussiano sem chirp. As mesmas
curvas são obtidas no regime de dispersão normal b2 > 0) se o sinal de C for invertido.
60 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
2
Aqui, LD = T0 /|b2| é o chamado comprimento de dispersão. Um pulso sem
chirp (C= 0) se alarga monotonamente por um fator (1 + ξ2)1/2 e desenvolve
um chirp negativo C1 = − ξ (curvas tracejadas). Um pulso com chirp, por sua
vez, pode sofrer alargamento ou compressão, dependendo se b2 e C têm o
mesmo sinal ou sinais opostos. Quando b2C > 0, um pulso gaussiano com
chirp se alarga monotonamente a uma taxa maior do que o pulso sem chirp
(curvas tracejadas). A razão para isso se relaciona ao fato de, para b2C < 0,
a largura do pulso inicialmente diminuir e se tornar mínima à distância
onda contínua, sua largura espectral satisfaça ∆wL ∆w0, sendo ∆w0 dado
pela Eq. (2.2.14). Essa condição nem sempre é satisfeita na prática. Para levar
em consideração a largura espectral da fonte, devemos tratar o campo óptico
como um processo estocástico, e considerar as propriedades de coerência da
fonte por meio da função de coerência mútua [20]. O Apêndice C mostra,
nesse caso, como o fator de alargamento pode ser calculado. Quando o es-
pectro da fonte é gaussiano, com largura RMS σw, o fator de alongamento
é obtido de [48]:
2 2 2
σ 2 C β2L β L βL
= 1 + 2
+ (1 +Vω2 ) 2 2 + (1 + C 2 +Vω2 )2 3 3 ,
σ 0 2σ 0 2σ 0 4 2σ 0 (2.4.23)
2
σ 2 = σ 02 + ( β 2 Lσ ω )2 ≡ σ 02 + ( DLσ λ )2 , (2.4.24)
σ = (σ 02 + σ D2 )1/2 , (2.4.25)
Essa condição deve ser comparada com a Eq. (2.3.6), obtida heuristicamente;
essas duas expressões ficam idênticas se, na Eq. (2.3.6), interpretarmos ∆λ
como 4σλ.
Para um sistema de onda luminosa que opere exatamente no com-
primento de onda de dispersão zero, b2 = 0 na Eq. (2.4.23). Fazendo,
mais uma vez, C = 0 e assumindo que Vw 1, a Eq. (2.4.23) pode ser
aproximada por
BL |S |σ λ2 ≤ 1/ 8. (2.4.28)
Essa condição deve ser comparada com a Eq. (2.3.14), obtida heuristica-
mente com o emprego de uma simples argumentação física.
Como exemplo, consideremos o caso de um diodo emissor de luz
com σλ ≈ 15 nm. Usando D = 17 ps/(kn-nm) em 1,55 mm, a Eq. (2.4.26)
fornece BL < 1 (Gb/s)-km. Contudo, se o sistema for projetado para operar
no comprimento de onda de dispersão zero, BL pode ser aumentado para
20 (Gb/s)-km, para um valor típico S = 0,08 ps/(km-nm2).
σ 2 = σ 02 + ( β 2 L / 2σ 0 )2 ≡ σ 02 + σ D2 . (2.4.29)
Uma comparação com a Eq. (2.4.25) revela grande diferença entre esses dois
casos. No caso de uma fonte de pequena largura espectral, o alargamento
induzido por dispersão depende da largura inicial σ0; quando a largura
Fibras Ópticas 63
σ 2 = σ 02 + ( β 3L / 4σ 02 )2 / 2 ≡ σ 02 + σ D2 . (2.4.31)
64 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
supergaussianos, pois tais pulsos se alargam com mais rapidez do que pulsos
gaussianos. O produto BL é dramaticamente reduzido para valores negativos
do parâmetro de chirp C. Isso ocorre devido ao maior alargamento quando
b2C é positivo (Fig. 2.11). Lamentavelmente, C é, em geral, negativo para
lasers de semicondutor modulados diretamente, com valor típico de −6 em
1,55 mm. Como, nessas condições, BL < 100 (Gb/s)-km, a dispersão da
fibra limita a taxa de bits a cerca de 2 Gb/s, para L = 50 km. Esse problema
pode ser superado com o emprego de técnicas de gerenciamento de dis-
persão (Cap. 8).
∫
∞
Pout (t ) = h(t − t ′)Pin (t ′)dt ′. (2.4.35)
−∞
∫
∞
H( f ) = h(t )exp(2π ift )dt, (2.4.36)
−∞
Notemos que f3dB é a largura de banda óptica da fibra, pois a potência óptica
cai 3 dB nessa frequência, em comparação com a resposta na frequência zero.
No campo de comunicações elétricas, a largura de banda de um sistema
linear é definida como a frequência em que a potência elétrica cai 3 dB.
Fibras ópticas não podem, em geral, ser tratadas como lineares em
relação à potência, e a Eq. (2.4.35) não vale para elas [52]. Contudo, essa
equação é aproximadamente válida quando a largura espectral da fonte é
muito maior do que a do sinal (Vw 1). Nesse caso, podemos considerar
a propagação de diferentes componentes espectrais separadamente e, para
obter a potência de saída, podemos somar as potências por elas transportadas
de modo linear. Para um espectro gaussiano, a função de transferência H(f)
é calculada como [53]:
−1/2
if ( f / f 1 )2
H ( f ) = 1 + exp − ,
f2 2(1 + i f / f 2 ) (2.4.38)
Usando a Eq. (2.4.28), obtém-se uma relação entre o limite de taxa de bits e
f3dB como B ≤ 0,574f3dB. Novamente, a largura de banda da fibra fornece uma
medida da taxa de bits limitada por dispersão. Como estimativa numérica,
consideremos um sistema de onda luminosa em 1,55 mm que emprega
fibra de dispersão deslocada e laser de semicondutor multimodo. Usando
S = 0,05 ps/(km-nm2) e σλ = 1 nm como valores típicos, f3dBL ≈ 32 THz-km.
Em contraste, com fibras padrão, com D = 18 ps/(km-nm), o produto largura
de banda-distância é reduzido para 0,1 THz-km.
dP /dz = −α P , (2.5.1)
Figura 2.14 Espectro de perda de uma fibra monomodo produzida em 1979. A depen-
dência de vários mecanismos fundamentais de perdas também é mostrada. (Após a Ref.
[11]; ©1979 IEE; reimpresso com permissão.)
Fibras Ópticas 69
Figura 2.15 Perda e dispersão de uma fibra seca. (A perda de uma fibra convencional
é mostrada pela linha cinza para comparação.)
αR = C / λ 4 , (2.5.4)
ν B = ΩB / 2π = 2nv A / λ p , (2.6.2)
g B ( ΩB )
g B (Ω) = .
1 + (Ω − ΩB )2TB2 (2.6.5)
Figura 2.16 Espectro de ganho Brillouin medido com bomba em 1,525 mm, para três
tipos de fibra com diferentes dopagens com germânio: (a) fibra com núcleo de sílica; (b)
fibra com casca rebaixada; (c) fibra de dispersão deslocada. A escala vertical é arbitrária.
(Após a Ref. [70]; ©1986 IEE; reimpresso com permissão.)
núcleo. A estrutura de duplo pico para a fibra (b) resulta de distribuição não
homogênea de germânio no núcleo da fibra. A largura de banda de ganho
na Figura 2.16 é maior do que o esperado para sílica pura (νB ≈ 17 MHz,
em λp = 1,525 mm). Uma parte do aumento ocorre em função da natureza
guiada dos modos acústicos em fibras ópticas. Contudo, a maior parcela do
aumento na largura de banda pode ser atribuída às variações no diâmetro
do núcleo ao longo do comprimento da fibra. Como tais variações são es-
pecíficas de cada fibra, a largura de ganho de SBS é, em geral, diferente para
variadas fibras e pode ultrapassar 100 Mhz; valores típicos são ∼50 MHz,
para λp nas proximidades de 1,55 mm.
O valor de pico do ganho Brillouin na Eq. (2.6.5) ocorre para Ω = ΩB
e depende de vários parâmetros materiais, como a densidade e o coeficiente
elasto-óptico [65]. Para fibras de sílica, gB ≈ 5 × 10−11 m/W. O nível do
limiar de potência para SBS pode ser estimado com a solução das Eq. (2.6.3)
e (2.6.4) e determinação dos valores em que Ip, Is crescem a partir do ruído
a um nível significativo. A potência de limiar Pth = IpAeff, sendo Aeff a área
modal efetiva, satisfaz a condição [66]:
por SBS. Fica evidente que SBS limita a potência lançada a alguns miliwatts,
devido ao baixo nível de limiar.
Essa estimativa de Pth se aplica a feixes de onda contínua (CW) de
banda estreita, pois despreza as características temporais e espectrais da luz
incidente. Em um sistema de onda luminosa, o sinal tem a forma de uma
sequência de bits. Para um único pulso curto de largura muito menor do
que o tempo de vida de um fônon, SBS não deve ocorrer. Contudo, em
uma sequência de bits de alta velocidade, pulsos chegam a uma taxa tão
rápida que pulsos sucessivos originam a onda acústica, como no caso de
um feixe CW, embora o nível de limiar de SBS seja aumentado. O valor
exato da potência de limiar média depende do formato de modulação (RZ
ou NRZ), tendo valor típico de ∼5 mW. Esse valor pode ser elevado para
10 mW ou mais com o aumento da largura de banda da portadora óptica
para > 200 MHz, por meio de modulação de fase. Em sistemas WDM,
SBS não produz interferência (crosstalk) entre canais, pois o deslocamento
de frequência de 10 GHz é muito menor do que típicos espaçamentos
entre canais.
Figura 2.17 (a) Espectro de ganho Raman de sílica fundida em λp = 1 mm e (b) níveis
de energia que participam no processo SRS. (Após a Ref. [67]; ©1972 AIP; reimpresso com
permissão.)
Fibras Ópticas 77
dI p
= − g R I pI s − α pI p ,
dz (2.6.8)
dI s
= g R I pI s − α sI s ,
dz (2.6.9)
em que gR é o ganho Raman. No caso de SRS para trás, um sinal de menos
é adicionado à derivada na Eq. (2.6.9), e esse conjunto de equações se torna
semelhante ao do caso SBS.
O espectro do ganho Raman depende do tempo de decaimento as-
sociado aos estados vibracionais excitados. No caso de um gás molecular ou
líquido, o tempo de decaimento é relativamente longo ( ∼1 ns), resultando
em uma largura de banda de ganho Raman de ∼1 GHz. No caso de fibras
ópticas, a largura de banda excede 10 THz. A Figura 2.17 mostra o espectro
de ganho Raman de fibras de sílica. A natureza de banda larga e de múltiplos
picos do espectro é devido à natureza amorfa do vidro. Mais especificamente,
níveis de energia vibracional de moléculas de sílica se fundem para formar
uma banda. Em consequência, a frequência de Stokes ws pode diferir da
frequência de bombeio wp em uma grande largura de banda. O ganho
máximo ocorre quando o deslocamento Raman ΩR ≡ wp − ws é da ordem
de 13 THz. Outro grande pico acontece nas proximidades de 15 THz, e
picos menores persistem para valores de ΩR de até 35 THz. O valor de pico
do ganho Raman gR é de cerca de 1 × 10−13 m/W, a um comprimento
de onda de 1 mm. Esse valor é diretamente proporcional a wp (ou inversa-
mente proporcional ao comprimento de onda da bomba lp), resultando em
gR ≈ 6 ×10−13 m/W em 1,55 mm.
Como no caso de SBS, o limiar de potência Pth é definido como o valor
da potência incidente para o qual a metade da potência da bomba é transferida
78 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
sendo gR o valor de pico do ganho Raman. Como antes, Leff pode ser
aproximado por 1/a. Se substituirmos Aeff por πw2, em que w é o raio de
feixe (spot size), a potência de limiar Pth para SRS fica dada por:
sendo n2 coeficiente de índice não linear, P a potência óptica e Aeff a área modal
efetiva introduzida anteriormente. Para fibras de sílica, o valor numérico de
Fibras Ópticas 79
Automodulação de Fase
Se usarmos uma teoria perturbacional de primeira ordem para ver como
os modos da fibra são afetados pelo termo não linear na Eq. (2.6.12),
concluiremos que a forma do modo não se altera, mas a constante
de propagação se torna dependente da potência, podendo ser escrita
como [23]:
∫ ∫
L L
φNL = ( β ' − β )dz = P ( z )dz = γ Pin L eff , (2.6.14)
0 0
Figura 2.18 Variação temporal do (a) deslocamento de fase não linear φNL e (b) chirp
de frequência induzidos por SPM para pulsos gaussiano (linha tracejada) e supergaus-
siano (linha cheia).
∂ A i β 2 2 ∂2 A α
+ = − A + iγ | A |2 A,
∂z 2 ∂t 2
2 (2.6.18)
Figura 2.19 Vários perfis de índice de refração usados no projeto de fibras monomodo.
As linhas superior e inferior correspondem a fibras padrão e com dispersão deslocada,
respectivamente.
mais simples [Fig. 2.19 (a)] consiste em uma casca de sílica pura e núcleo
dopado com GeO2 para obter ∆ ≈ 3 × 10−3. Uma variação de uso comum
[Fig. 2.19(b)] reduz o índice da casca em uma região adjacente ao núcleo
por meio de dopagem com flúor. A configuração mostrada na Figura 2.20(c)
permite o uso de núcleo não dopado. Fibras desse tipo são conhecidas como
fibras de dupla casca ou de casca rebaixada (depressed-cladding fibers) [77]. Elas
também são denominadas fibras W, refletindo a forma do perfil de índice. A
linha inferior na Figura 2.19 mostra três perfis de índice usados para fibras
de dispersão deslocada, para as quais o comprimento de onda de dispersão
no diâmetro altera o padrão de difração, que, por sua vez, altera a corrente no
fotodiodo, a qual atua como sinal para um mecanismo de servocontrole res-
ponsável por ajustar a taxa de enrolamento da fibra. Por meio dessa técnica, é
possível manter o diâmetro da fibra constante a 0,1%.Aplica-se um revestimento
de polímero à fibra durante a etapa de puxamento, o qual possui dois propósitos:
prover proteção mecânica e preservar as propriedades de transmissão da fibra.
O diâmetro da fibra revestida é, tipicamente, de 250 mm, embora chegue a
900 mm com o uso de múltiplos revestimentos. A resistência à tração da fibra é
monitorada durante o enrolamento dela no tambor.A taxa de enrolamento é da
ordem de 0,2−0,5 m/s.Várias horas são necessárias pra converter uma pré-forma
em cerca de 5 km de fibra. Essa breve discussão objetiva fornecer uma ideia
básica. A fabricação de fibras requer, em geral, cuidadosa consideração de um
grande número de detalhes de engenharia, discutidos em vários textos [74]–[75].
Figura 2.22 Espectro de perda de várias fibras ópticas plásticas. A curva tracejada mostra
o limite teórico. (Após a Ref. [94]; ©2006 IEEE.)
Fibras Ópticas 89
Exercícios
2.1 Uma fibra multimodo com núcleo de 50 mm de diâmetro foi projetada
para limitar a dispersão a 10 ns/km. Qual é a abertura numérica dessa
fibra? Qual é a máxima taxa de bits que pode ser transmitida por
10 km em 0,88 mm? Use 1,45 para o índice de refração da casca.
Fibras Ópticas 91
2.2 Use a equação de raio na aproximação paraxial [Eq. (2.1.8)] para provar
que a dispersão intermodal é zero para uma fibra de índice gradual
com perfil de índice quadrático.
2.3 Use as equações de Maxwell para expressar as componentes de campo
Eρ, Eφ, Hρ e Hφ em termos de Ez e Hz e obter as Eq. (2.2.27)–(2.2.30).
2.4 Deduza a equação de autovalor (2.2.31) por aplicação das condições
de contorno na interface núcleo-casca de uma fibra de índice em
degrau.
2.5 Uma fibra monomodo possui degrau de índice n1−n2 = 0,005. Calcule
o raio do núcleo, se a fibra tiver comprimento de onda de corte de
1 mm. Estime o raio de feixe (spot size) (FWHM) do modo da fibra
e a fração da potência modal no interior do núcleo quando essa fibra
é usada em 1,3 mm. Use n1 = 1,45.
2.6 Um pulso gaussiano sem chirp em 1,55 mm, com 100 ps de largura
(FWHM), é lançado em uma fibra monomodo. Calcule a largura
FWHM do pulso após 50 km, admitindo que a fibra tenha dispersão
de 16 ps/(km-nm). Despreze a largura espectral da fonte.
2.7 Deduza uma expressão para o fator de confinamento Γ de fibras
monomodo, definido como a fração da potência modal total contida
no núcleo. Use a aproximação gaussiana para o modo fundamental
da fibra. Estime Γ para V = 2.
2.8 Uma fibra monomodo foi medida como tendo λ2(d2n/dλ2) = 0,02
em 0,8 mm. Calcule os parâmetros de dispersão b2 e D.
2.9 Mostre que, quando b2C < 0, um pulso gaussiano com chirp é ini-
cialmente comprimido no interior de uma fibra monomodo. Deduza
expressões para a mínima largura e o comprimento de fibra em que
esse mínimo ocorre.
2.10 Nos comprimentos de onda de 1,3 e 1,55 mm, estime a máxima taxa
de bits para um enlace de 60 km de fibra monomodo, assumindo
pulsos de entrada de 50 ps (FWHM) limitados por transformada. As-
suma b2 = 0 e −20 ps2/km, e b3 = 0,1 ps3/km e 0, em 1,3 e 1,55 mm,
respectivamente. Assuma, ainda,Vw 1.
2.11 Um sistema de comunicação operando em 0,88 mm transmite dados
ao longo de 10 km de fibra monomodo, usando pulsos de 10 ps
(FWHM). Determine a máxima taxa de bits se o LED tiver FWHM
espectral de 30 nm. Use D = − 80 ps/(km-nm).
2.12 Use a Eq. (2.4.23) para provar que a taxa de bits de um sistema de
comunicação óptica que opera no comprimento de onda de dispersão
2
zero é limitada por BL|S| σ λ < 1/ 8 , em que S = dD/dλ e σλ é
a largura espectral RMS do espectro da fonte gaussiana. Na expressão
geral da largura do pulso de saída, assuma C = 0 e Vw 1.
2.13 Refaça o Exercício 2.12 para o caso de um laser de semicondutor
monomodo, para o qual Vw 1, e mostre que a taxa de bits é
limitada por B|b3|L)1/3 < 0,324. Qual é a máxima taxa de bits para
L = 100 km, se b3 = 0,1 ps3/km?
2.14 Um sistema de comunicação óptica opera com pulsos de entrada
gaussianos com chirp. Na Eq. (2.4.23), assuma b3 = 0 e Vw 1, e
92 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
REFERÊNCIAS
[1] TYNDALL, J. Proc. Roy. Inst. v. 1, p. 446, 1854.
[2] BAIRD, J. L. British Patent., v. 285, p. 738, 1927.
[3] HANSELL, C. W. U.S Patent., v. 1, n. 751, p. 584, 1930.
[4] LAMM, H. Z. Instrumentenk., 50, p. 579, 1930.
[5] Van HEEL, A. C. S. Nature. 173, p. 39, 1954.
[6] HIRSCHOWITZ, B. I. et al. Gastro-enterology, 35, p. 50, 1958.
[7] KAPANY, N. S. J. Opt. Soc. Am., v. 49, p. 779, 1959.
[8] KAPANY, N. S. Fiber Optics: Principles and Applications. San Diego: Academic
Press, 1967.
[9] Kao, K. C.; Hockham, G. A. Proc. IEE, 113, p. 1151, 1966; WERTS, A. Onde Electr., v.
45, p. 967, 1966.
[10] KAPRON, F. P.; KECK, D. B.; MAURER, R. D. Appl. Phys. Lett., v. 17, p. 423, 1970.
[11] MIYA, T. et al. Electron. Lett., . 15, p. 106, 1979.
[12] ADAMS, M. J. An Introduction to Optical Waveguides New York: Wiley, 1981.
[13] OKOSHI, T. Optical Fibers San Diego: Academic Press, 1982.
Fibras Ópticas 93
[14] SNYDER, A.W.; LOVE, J. D. Optical Waveguide Theory, London: Chapman & Hall,
1983.
[15] JEUNHOMME, L. B. Single-Mode Fiber Optics New York: Marcel Dekker, 1990.
[16] NEUMANN, E. G. Single-Mode Fibers. New York: Springer, 1988.
[17] MARCUSE, D. Theory of Dielectric Optical Waveguides 2. ed. San Diego:
Academic Press, 1991.
[18] CANCELLIERI, G. Single-Mode Optical Fibers. Elmsford: Pergamon Press, 1991.
[19] BUCK, J. A. Fundamentals of Optical Fibers. 2. ed. Hoboken: Wiley, 2004.
[20] BOM, M.; WOLF, E. Principles of Optics. 7. ed. New York: Cambridge University
Press, 1999.
[21] GOWER, J. Optical Communication Systems 2. ed. London: Prentice Hall, 1993.
[22] DIAMENT, P. Wave Transmission and Fiber Optics. New York: Macmillan, 1990.
Capítulo 3.
[23] AGRAWAL, G. P. Nonlinear Fiber Optics. 4. ed. San Diego: Academic Press, 2001.
[24] ABRAMOWITZ, M.; STEGUN, I. A. (Eds.). Handbook of Mathematical Func-
tions. New York: Dover, 1970. Capítulo 9.
[25] GLOGE, D. Appl. Opt., v. 10, p. 2252, 1971. v. 10, p. 2442, 1971.
[26] KECK, D. B. In BAMOSKI, M. K., (Ed.). Fundamentals of Optical Fiber Com-
munications. San Diego: Academic Press, 1981.
[27] MARCUSE, D. J. Opt. Soc. Am., v. 68, p. 103, 1978.
[28] MALITSON, I. H. J. Opt. Soc. Am., v. 55, p. 1205, 1965.
[29] COHEN, L. G.; LIN, C.; FRENCH, W. G. Electron. Lett., v. 15, p. 334, 1979.
[30] CHANG, C. T. Electron. Lett., Appl. Opt., v. 18, p. 2516, 1979. v. 15, p. 765, 1979;.
[31] COHEN, L. G.; MAMMEL, W. L.; LUMISH, S. Opt. Lett., v. 7, p. 183, 1982.
[32] JANG, S. J. et al. Bell Syst. Tech. J., v. 61, p. 385, 1982.
[33] BHAGAVATULA,V. A. et al. Electron. Lett., v. 19, p. 317, 1983.
[34] BACHAMANN, P. et al. J. Lightwave Technol., v. 4, p. 858, 1986.
[35] AINSLIE, B. J.; DAY, C. R. J. Lightwave Technol., v. 4, p. 967, 1986.
[36] POOLE, C. D.; NAGEL, J. In: KAMINOW, A. I. P., KOCH,T. L., (Eds.). Optical Fiber
Telecommunications, v. III. San Diego: Academic Press, 1997. Capítulo 6.
[37] BRUYERE, F. Opt. Fiber Technol., v. 2, p. 269, 1996.
[38] WAI, P. K. A.; MENYUK, C. R.; J. Lightwave Technol., v. 14, p. 148, 1996.
[39] KARLSSON, M. Opt. Lett., v. 23, p. 688, 1998.
[40] FOSCHINI, G. J. et al. J. Lightwave Technol., v. 17, p. 1560, 1999.
[41] MIDRIO, M. J. Opt. Soc. Am. B., v. 17, p. 169, 2000.
[42] HUTTNER, B.; GEISER, C.; GISIN, N. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron.,
v. 6, p. 317, 2000.
[43] SHTAIF, M.; MECOZZI, A. Opt. Lett., 25, p. 707, 2000.
[44] KARLSSON, M.; BRENTE1, J.; ANDREKSON, P. A. J. Lightwave Technol., v. 18,
p. 941, 2000.
[45] LI,Y.;YARIV, A. J. Opt. Soc. Am. B., v. 17, p. 1821, 2000.
[46] FINI, J. M.; HAUS, H. A. IEEE Photon Technol. Lett., v. 13, p. 124, 2001.
[47] KHOSRAVANI, R.;WILLNER, A. E. IEEE Photon. Technol. Lett.,13, p. 296, 2001.
[48] MARCUSE, D. Appl. Opt., v. 20, p. 3573, 1981. v. 19, p. 1653, 1980.
[49] MIYAGI, M.; NISHIDA, S. Appl. Opt., v. 18, p. 2237, 1979. v. 18, p. 678, 1979.
[50] AGRAWAL, G. P.; POTASEK, M. J. Opt. Lett., v. 11, p. 318, 1986.
[51] SCHWARTZ, M. Information, Transmission, Modulation and Noise. 4. ed. New
York: McGraw-Hill, 1990. Capítulo 2.
[52] BENNETT, M. J. IEE Proc., v. 130, p. 309, 1983. Pt. H.
[53] GLOGE, D.; OGAWA, K.; COHEN, L. G. Electron. Lett., v. 16, p. 366, 1980.
[54] THOMAS, G. A. et al. Nature., v. 404, p. 262, 2000.
[55] KLOCEK, P.; SIGEL, Jr., G. H.Infrared Fiber Optics, vol. TT2. Bellingham: SPIE, 1989.
[56] KATSUYAMA, T.; MATSUMURA, H. Infrared Optical Fibers. Phi1ade1phia:
Bristo1, 1989.
[57] HARRINGTON, J. A. (Ed.). Infrared Fiber Optics. Bellingham: SPIE, 1990.
[58] CHURBANOV, M. F. J. Non-Cryst Solids., v. 184, p. 25, 1995.
94 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[96] MURATA, H. Handbook of Optical Fibers and Cables. New York: Marcel Dekker,
1996.
[97] METTLER, S. C.; MILLER, C. M. In MILLER, S. E.; KAMINOW, I. P., (Eds.). Optical
Fiber Telecommunications II. San Diego: Academic Press, 1988. Capítulo 6.
[98] YOUNG, W. C.; FREY, D. R. In MILLER, S. E.; KAMINOW, I. P., (Eds.). Optical
Fiber Telecommunications II. San Diego: Academic Press, 1988.
[99] MILLER, C. M.; METTLER, S. C.; WHITE, I. A. Optical Fiber Splices and Con-
nectors. New York: Marcel Dekker, 1986.
CAPÍTULO 3
Transmissores Ópticos
O papel do transmissor óptico é converter um sinal elétrico de en-
trada no correspondente sinal óptico e lançá-lo na fibra óptica que
serve como canal de comunicação. O principal componente de trans-
missores ópticos é uma fonte óptica. Sistemas de comunicação óptica
empregam fontes ópticas de semicondutor, como diodos emissores de
luz (LED – Light-Emitting Diode) e lasers de semicondutor, devido às
vantagens oferecidas por esses dispositivos, as quais incluem tamanho
compacto, alta eficiência, boa confiabilidade, apropriada faixa de com-
primentos de onda, pequena área de emissão e possibilidade de mo-
dulação direta em frequências relativamente altas. O uso de lasers de
semicondutor se tornou prático após 1970, quando a operação contínua
deles passou a ser possível [1]. Desde então, lasers de semicondutor pas-
saram por grande desenvolvimento. Hoje, também são conhecidos como
diodos lasers ou lasers de injeção, e suas propriedades são discutidas em
vários livros recentes [2]–[12]. Este capítulo é dedicado a LEDs e lasers
de semicondutor, com ênfase nas aplicações destes em sistemas de ondas
luminosas. Depois de apresentarmos os conceitos básicos na Seção 3.1,
descreveremos, na Seção 3.2, as técnicas utilizadas para forçar um laser de
semicondutor a operar em um único modo. As características de estado
estacionário, modulação e ruído de lasers são discutidas na Seção 3.3.
A codificação de dados por modulação direção ou externa é o foco da
Seção 3.4. Na Seção 3.5, discute-se o uso de LEDs como fonte óptica.
Aspectos de projeto relacionados a transmissores ópticos são cobertos
na Seção 3.6.
97
98 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 3.1 Três processos fundamentais que ocorrem entre dois estados de energia de
um átomo: (a) absorção, (b) emissão espontânea e (c) emissão estimulada.
τ nr
ηint = . (3.1.2)
τ rr + τ nr
1 /τ c = 1 / τ rr + 1 / τ nr . (3.1.3)
Figura 3.4 (a) Espectro de ganho em várias densidades de portadores, para um laser
que opera em 1,3 mm. (b) Variação do ganho máximo gp com N. A linha tracejada mostra
o ajuste linear na região de alto ganho.
g p ( N ) = σ g ( N − N T ), (3.1.4)
1 1
g = α int + ln = α int + α mir = α cav , (3.1.7)
2L R1R 2
Figura 3.5 (a) Representação esquemática dos perfis de ganho e de perda em lasers
de semicondutor. As barras verticais mostram as localizações dos modos longitudinais.
Figura 3.6 Representação esquemática da seção reta de (a) laser de guia de onda ridge
e (b) laser de heteroestrutura enterrada.
camada de casca superior [2]. Deposita-se, então uma camada de sílica para
bloquear o fluxo de corrente, de modo que a corrente passe somente através
da crista. Como o material da casca usado para a crista possui índice de refração
muito maior do que a sílica, o índice modal também é mais alto sob a crista,
resultando em um degrau de índice ∆nL ∼0,01. Essa diferença de índice guia
o modo óptico na direção lateral.A magnitude do degrau de índice é sensível a
muitos detalhes de fabricação, como a largura da crista (ridge) e a proximidade da
camada de sílica em relação à camada ativa. Embora esse esquema ofereça apenas
fraco confinamento lateral, a relativa simplicidade da configuração em guia de
onda ridge e o resultante baixo custo o tornam atraente para algumas aplicações.
Em lasers de semicondutor com forte guiamento por índice, a região ativa
é enterrada em todos os lados por várias camadas com índice de refração mais
baixo (dimensões típicas ∼0,1 × 1 mm2). Lasers desse tipo são conhecidos
como lasers de heteroestrutura enterrada (BH – Buried Heterostructure) (Fig. 3.6 b).
Diferentes tipos de lasers BH foram desenvolvidos, sendo conhecidos por
Transmissores Ópticos 107
Figura 3.7 Perfis de ganho e de perda em lasers de semicondutor que oscilam predo-
minantemente em um único modo longitudinal.
108 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Λ= m( λB /2n ), (3.2.1)
Figura 3.8 Estruturas de lasers DFB e DBR. As áreas hachuradas mostram a região ativa,
e a linha ondulada indica a presença de uma grade de difração de Bragg.
Figura 3.9 Estruturas de lasers de cavidades acopladas: (a) laser de cavidade externa;
(b) laser de cavidades clivadas acopladas; (c) laser DFB de múltiplas seções.
Figura 3.10 Representação esquemática de laser de guias gêmeos, no qual uma camada
de sintonia integrada verticalmente com duas grades de difração amostradas é usada
para sintonia. (Após a Ref. [31]; ©2007 IEEE.)
114 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
alto), que produz um guia de onda óptico, de forma que o modo óptico possua
pico de intensidade nessa camada central. Como uma boa parcela do modo
óptico reside nas camadas ativa e de sintonia, os dois diodos eletricamente
isolados são acoplados de modo óptico na direção vertical, permitindo, assim,
uma grande faixa de sintonia do comprimento de onda modal por meio do
efeito Vernier implementado com as duas grades de difração amostradas.
refletividade (> 99,5%), os quais são crescidos epitaxialmente nos dois lados
da região ativa para formar uma microcavidade de alto Q [34]. Cada espelho
DBR é feito com o crescimento de muitos pares de camadas alternadas de
GaAs e AlAs, cada uma com espessura de l/4, sendo l o comprimento
de onda emitido pelo VCSEL. Uma técnica de fusão de pastilha (wafer)
é, às vezes, usada para VCSELs que operam na região de comprimentos
de onda de 1,55 mm, a fim de acomodar a região ativa de InGaAsP [37].
Corrosão química ou uma técnica associada é usada para formar os discos
circulares (cada um correspondendo a um VCSEL), cujos diâmetros podem
ser variados em uma larga faixa (tipicamente, 5–20 mm). Pode-se testar
todo o arranjo bidimensional de VCSELs sem a necessidade de separar os
lasers, em função da natureza vertical da emissão de luz. Em consequência,
o custo de um VCSEL pode ser muito menor do que o de um laser com
emissão pela borda. VCSELs também exibem limiar relativamente baixo
(∼ 1 mA ou menos). A única desvantagem de VCSELs é o fato de não
serem capazes de emitir mais do que alguns poucos miliwatts de potência,
devido ao pequeno volume ativo. Por essa razão, são principalmente usados
para aplicações de comunicação de dados em rede de área local, tendo quase
substituído LEDS nessas aplicações. Os primeiros VCSELs foram projetados
para emissão nas proximidades de 0,8 mm e operavam em múltiplos modos
transversais, devido aos diâmetros relativamente grandes (∼10 mm).
Em anos recentes, a tecnologia de VCSELs avançou bastante, per-
mitindo que VCSELs sejam projetados para operação em uma larga faixa
de comprimentos de onda que se estende de 650 a 1.600 nm [41]. A apli-
cação de VCSELs nas janelas de comprimentos de onda em 1,3 e 1,55 mm
requer que operem em um único modo transversal. Por volta de 2001,
surgiram várias técnicas para o controle dos modos transversais de um
VCSEL; a mais comum é a de confinamento de óxido, em que uma cama-
da isolante de óxido de alumínio, que atua como uma apertura dielétrica,
confina a corrente e o modo óptico em uma região de diâmetro < 3 mm
(Fig. 3.11). Esses VCSELs operam em um único modo com pequena lar-
gura de linha e podem substituir lasers DFB em muitas aplicações de on-
das luminosas, desde que a baixa potência de saída desses dispositivos seja
aceitável.VCSELs são essencialmente úteis para aplicações de transferência
de dados e de rede de área local, devido ao baixo custo.VCSELs também
são bem adequados a aplicações WDM, por duas razões. A primeira se
baseia na possibilidade de fabricar arranjos bidimensionais de VCSELs,
com cada laser operando em um comprimento de onda diferente. Já a
segunda, no fato de os comprimentos de onda de um VCSEL poderem
ser sintonizados em uma larga faixa (> 50 nm) por meio da tecnologia
de sistemas microeletromecânicos (MEMS – Micro-Electro-Mechanical
System) [35].
116 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
3.3.1 Características de CW
Uma dedução rigorosa das equações de taxa se inicia, em geral, com as
equações de Maxwell. As equações de taxa também podem ser escritas
heuristicamente, considerando os diversos fenômenos físicos que regulam a
variação temporal do numero de fótons, P, e de elétrons, N, no interior da
região ativa. Para um laser monomodo, essas equações assumem a forma [2]:
dP P
= GP + R sp − , (3.3.1)
dt τp
dN I N
= − − GP, (3.3.2)
dt q τc
em que a taxa líquida de emissão estimulada G é definida como:
G = Γv g g m = GN ( N − N 0 ), (3.3.3)
qN th q 1
I th = = N 0 + G τ . (3.3.6)
τc τc N p
P = (τ p /q )(I −I th ). (3.3.7)
ηext = ηd (1 − I th / I ). (3.3.12)
I (t ) = Ib + I m f p(t ), (3.3.14)
G = GN ( N − N 0 )(1 − ε NL P ), (3.3.15)
sendo εNL um parâmetro não linear que leva a uma pequena redução de G
à medida que P aumenta. O mecanismo físico responsável por essa redução
pode ser atribuído a vários fenômenos, como depleção espacial de lacunas
(spatial hole burning), depleção espectral de lacunas (spectral hole burning),
aquecimento de portadores (carrier heating) e absorção de dois fótons (two-
-photon absorption) [46]–[49].Valores típicos de εNL são ∼10–7. A Eq. (3.3.15)
é válida para εNLP 1. Quando a potência do laser for muito maior do que
10 mW, o fator 1 − εNLP deve ser substituído por (1 + P/Ps)−b, em que Ps é
um parâmetro material. O expoente b é igual a {1/2} para depleção espacial
de lacuna [47], mas pode variar no intervalo 0,2–1, devido à contribuição de
aquecimento de portadores [49].
A segunda modificação está relacionada a uma importante propriedade
de lasers de semicondutor: sempre que o ganho óptico é alterado em con-
sequência de variação na população de portadores N, o índice de refração
também se altera. Do ponto de vista físico, modulação de amplitude em lasers
de semicondutor sempre é acompanhada de modulação de fase, em função
de variações no índice modal n induzidas por portadores. Modulação de
fase pode ser incluída com a equação [2]:
dφ 1 1
= β c GN ( N − N 0 ) − , (3.3.16)
dt 2 τp
P (t ) = Pb + |pm|sin(ω mt + θ m ), (3.3.17)
N (t ) = N b + |nm|sin(ω mt + ψ m ), (3.3.18)
sendo Pb e Nb valores de estado estacionário, à corrente de polarização Ib;
|pm| e |nm| são pequenas variações que ocorrem por causa de modulação da
corrente; θm e ψm governam o atraso de fase associado à modulação de pequeno
sinal. Em particular, pm ≡ |pm|exp(iθm) é fornecido por [2]:
PbGN I m /q
pm (ω m ) = , (3.3.19)
(ΩR + ω m − i Γ R )(ΩR − ω m + i Γ R )
em que
pm (ω m ) Ω2R + Γ 2R
H (ω m ) = = . (3.3.22)
pm (0) (ΩR + ω m − i Γ R )(ΩR − ω m + i Γ R )
Figura 3.13 Respostas de modulação medida (linhas cheias) e ajustada (linhas traceja-
das) de um laser DFB de 1,55 mm em função da frequência de modulação, para vários
níveis de polarização. (Após a Ref. [54]; ©1997 IEEE.)
1 1/2
f 3 dB = Ω2R − Γ 2R + 2(Ω4R + Ω2R Γ 2R + Γ 4R )1/2 .
2π (3.3.23)
Para a maioria dos lasers, ΓR ΩR, e f3dB pode ser aproximada por
1/2 1/2
3ΩR 3GN Pb 3G
f 3 dB ≈ ≈ = 2N (I b − I th ) ,
2π 4π τ p 4π q
2
(3.3.24)
dP 1 (3.3.25)
= G − P + R sp + FP (t ),
dt τp
dN I N
= − − GP + FN (t ), (3.3.26)
dt q τc
dφ 1 1
= βc GN ( N − N 0 ) − + Fφ (t ), (3.3.27)
dt 2 τp
C pp (τ ) = δ P (t )δ P (t + τ ) / P 2 , (3.3.29)
124 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
RIN(ω ) = ∫
−∞
C pp (τ )exp( −iω t ) dt. (3.3.30)
O ruído RIN pode ser calculado a partir da linearização das Eq. (3.3.25)
e (3.3.26) em dP e dN, solução das equações linearizadas no domínio da
frequência e cálculo da média com a ajuda da Eq. (4.4.28), sendo fornecido
aproximadamente por [2]:
2R sp {( Γ N2 + ω 2 ) + GN P [GN P (1 + N / τ c R spP ) − 2Γ N ]}
RIN(ω ) = ,
P [(ΩR − ω )2 + Γ 2R ][(ΩR + ω )2 + Γ 2R ] (3.3.31)
Figura 3.14 Espectro de RIN em vários níveis de potência, para um típico laser de
semicondutor para 1,55 mm.
Transmissores Ópticos 125
A presença de εNL indica que a forma não linear do ganho na Eq. (3.3.15)
possui papel crucial. Essa forma deve ser modificada em altas potências. De
fato, um tratamento mais preciso mostra que acaba ocorrendo saturação
da SNR em um valor da ordem de 30 dB, tornando-se independente da
potência [60].
Até aqui, assumimos que o laser oscila em um único modo longitudinal.
Na prática, mesmo lasers DFB são acompanhados de um ou mais modos
laterais. Embora, com base na potência média, modos laterais permaneçam
suprimidos por mais de 20 dB, sua presença pode afetar o RIN consi
deravelmente. Em particular, os modos principal e laterais podem flutuar
de tal forma que, individualmente, os modos exibam grandes flutuações de
intensidade, mas a intensidade total permanece relativamente constante.
Esse fenômeno é denominado ruído de partição modal (MPN – Mode-Partition
Noise) e ocorre em função de uma correlação entre os modos principal e
laterais [2]. Tal ruído se manifesta por aumento de 20 dB ou mais do RIN
para o modo principal, na faixa de baixa frequência de 0–1 GHz; o valor
exato do fator de aumento depende da MSR [61]. No caso de um VCSEL,
o MPN envolve dois modos transversais [62]. Na ausência da dispersão da
fibra, MPN seria inócuo para sistemas de comunicação óptica, pois todos
os modos permaneceriam sincronizados durante transmissão e detecção.
Contudo, na prática, os modos não chegam de modo simultâneo ao receptor,
pois viajam a velocidades ligeiramente diferentes. Tal assincronismo não
apenas degrada a SNR do sinal recebido, mas também leva à interferência
entre símbolos.
126 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
S(ω ) = ∫ −∞
ΓEE (t )exp[ −i(ω − ω 0 )τ ]dτ , (3.3.33)
R sp β c2b
〈∆φ 2 (τ )〉 = (1 + β c2b )τ + [cos(3δ ) − e − Γ R τ cos(ΩRτ − 3δ )] ,
2P 2Γ R cosδ
em que (3.3.35)
∆ν = R sp (1 + β c2 )/(4π P ), (3.3.37)
−1
A Eq. (3.3.37) mostra que ∆ν deve decair com P , à medida que au-
menta a potência do laser. Essa dependência inversa é observada experi-
mentalmente em baixos níveis de potência (< 10 mW) na maioria dos
lasers de semicondutor. Contudo, em níveis de potência acima de 10 mW,
observa-se, com frequência, que a largura de linha satura em um valor na
faixa de 1–10 MHz. A Figura 3.15 mostra tal comportamento de saturação
da largura de linha para vários lasers DFB para 1,55 mm [63]. A figura
também mostra que a largura de linha pode ser consideravelmente reduzida
com o emprego de uma configuração de MQW para o laser DFB. A redução
é devido ao menor valor do parâmetro bc realizado com essa configuração.
Figura 3.15 Largura de linha medida em função da potência emitida, para vários lasers
DFB para 1,55 mm. A camada ativa possui espessura de 100 nm no laser maciço e de
10 nm nos lasers de MQW. (Após a Ref. [63]; ©1991 IEEE.)
de fase podem ser estudadas com a solução da Eq. (3.3.16). Uma fase variante
no tempo equivale a mudanças transientes na frequência modal, em relação
ao valor de estado estacionário ν0. Um pulso desse tipo é denominado pulso
com chirp. O chirp de frequência dν(t) é obtido da Eq. (3.3.16) como:
1 dφ β c 1
δν (t ) = = GN ( N − N 0 ) − . (3.4.1)
2π dt 4π τp
A curva inferior na Figura 3.16 mostra o chirp de frequência ao longo do
pulso óptico. A frequência modal sofre, primeiro, um deslocamento em
direção ao lado azul − nas proximidades da frente do pulso – e, depois, na
direção ao lado vermelho – nas proximidades da cauda do pulso [64]. Tal
deslocamento de frequência implica que o espectro do pulso seja conside-
ravelmente mais largo do que o esperado na ausência do chirp de frequência,
uma característica que degrada o desempenho de sistemas em função de
excessivo alargamento de pulsos ópticos durante a transmissão por um
enlace de fibra.
Como o chirp de frequência é, muitas vezes, um fator limitante para
sistemas de ondas luminosas que operam próximos de 1,55 mm, vários
130 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
métodos têm sido usados para reduzir sua magnitude [66]–[70], os quais
incluem ajuste da forma do pulso, travamento por injeção (injection-locking)
e esquemas de cavidades acopladas. Uma forma direta de reduzir o chirp
de frequência consiste em projetar lasers de semicondutor com pequenos
valores do fator de aumento de largura de linha bc. O emprego de poços
quânticos ou pontos quânticos reduz bc por um fator da ordem de 2. Re-
dução adicional ocorre para poços quânticos tensionados [69]. De fato,
bc ≈ 1 foi medido em lasers de MQW tensionado com dopagem modulada
[70]. Tais lasers exibem baixo chirp em modulação direta.
Figura 3.17 Dois tipos de moduladores externos: (a) modulador de LiNbO3 em confi-
guração de Mach-Zender; (b) modulador de semicondutor baseado em eletroabsorção.
Transmissores Ópticos 131
faceta esquerda tenha alta refletividade (> 90%), e a faceta direita, a menor
refletividade possível (< 1%).
A fabricação de lasers integrados com moduladores requer atenção a
muitos detalhes. Em geral, as camadas ativas do laser e as seções do modu-
lador devem ser feitas usando diferentes compostos, com diferentes bandas
proibidas, de forma que sejam otimizados para cada dispositivo de modo
separado. Duas abordagens distintas são adotadas para esse propósito. Em
um esquema, os guias de onda para o laser e modulador são unidos pelas
extremidades por meio de etapas de crescimento epitaxial separadas para
cada um. Primeiro, as camadas são crescidas para um dispositivo, digamos, o
laser. A seguir, uma máscara é usada para remover as camadas epitaxiais da
região do modulador, e novas camadas são crescidas. Embora essa abordagem
ofereça máxima flexibilidade para otimização separada de cada dispositivo,
o alinhamento vertical das camadas nas duas seções é relativamente difícil
e afeta o resultado. Na técnica de crescimento com seleção de área, muito
mais simples, os dois dispositivos (laser e modulador) são formados em um
único crescimento epitaxial, mas as placas de óxido posicionadas na pas-
tilha antes do crescimento permitem que o comprimento de onda do laser
seja deslocado em direção ao lado vermelho por mais de 100 nm. O des-
locamento de comprimento de onda resulta de uma modificação do com-
primento de onda de Bragg da grade de difração do laser, em decorrência
de mudanças no índice modal efetivo induzidas pelas placas de óxido. Essa
técnica é comumente usada na prática para fabricação de lasers integrados
com moduladores.
O desempenho de lasers DFB integrados com moduladores é limitado
por interferências óptica e elétrica entre as seções do laser e do modulador.
Tipicamente, a separação entre os contatos elétricos usados para os dois
dispositivos é menor do que 0,2 mm. Qualquer fuga do contato do modu-
lador para o contato do laser pode modificar a polarização CC do laser de
forma periódica. Tais indesejadas variações de corrente do laser deslocam
o comprimento de onda do laser e produzem chirp de frequência, pois a
frequência do laser varia com o tempo. Como esta pode se deslocar por
mais de 200 MHz/mA, a seção intermediária deve prover isolação de impe-
dância de 800 Ω ou mais [9]. Embora valores dessa ordem sejam realizados
com facilidade, é difícil alcançar esse nível de isolação em frequências de
micro-ondas próximas de 40 GHz. Em uma abordagem, a eficiência de FM
do laser é controlada com a redução do parâmetro de chirp bc para o laser.
A interferência óptica entre o laser e o modulador advém da refletividade
residual da faceta de saída (Fig. 3.18), a qual é vista pelo laser somente
quando o modulador está ligado, pois, no estado desligado, a luz do laser é
totalmente absorvida pelo modulador antes de alcançar a faceta de saída.
Em consequência, o ganho do laser e, portanto, o comprimento de onda
Transmissores Ópticos 133
Figura 3.18 Ilustração esquemática de um laser DFB integrado com modulador. O laser
DFB à esquerda fornece uma luz CW que é modulada pelo MEA à direita. A seção interme-
diária é projetada de modo a isolar os dois dispositivos eletricamente com perdas mínimas.
3.5.1 Características de CW
É fácil estimar a potência interna gerada por emissão espontânea. A uma dada
corrente I, a taxa de injeção de portadores é I/q. No estado estacionário, a
taxa de recombinação de pares elétrons-lacunas por processos radiativos e
não radiativos é igual à taxa de injeção de portadores I/q. Como a eficiência
quântica interna int determina a fração de pares elétrons-lacunas que se
recombinam por emissão espontânea, a taxa de geração de fótons é simples-
mente intI/q. A potência óptica interna é, portanto, dada por
Figura 3.20 Reflexão interna total na faceta de saída de um LED. Somente luz emitida em um
cone de ângulo uc é transmitida, sendo uc o ângulo crítico para a interface semicondutor-ar.
136 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
ηext =
4π ∫ 0
T f (θ )(2π sinθ ) dθ , (3.5.3)
Usando a Eq. (3.5.4) na Eq. (3.5.2), obtemos a potência emitida por uma
faceta. Se usarmos n = 3 como valor típico, ext = 1,4%, indicando que
apenas uma pequena fração da potência interna se torna potência de saída
útil. Perda adicional de potência útil ocorre quando a luz emitida é acoplada
a uma fibra óptica. Devido à natureza incoerente da luz emitida, um LED
atua como uma fonte lambertiana com distribuição angular Su = S0cosu, em
que S0 é a intensidade na direção u = 0. A eficiência de acoplamento para
esse tipo de fonte depende da abertura numérica (NA), na forma (NA) 2.
Como NA para fibras ópticas possui valor típico na faixa 0,1–0,3, apenas
uma pequena porcentagem da potência emitida é acoplada à fibra (100 mW
ou menos), embora a potência interna possa, com facilidade, exceder 10 mW.
Uma medida do desempenho de LEDs é a eficiência quântica total tot,
definida como a razão entre a potência óptica emitida, Pe, e a potência elé-
trica aplicada, Pelec = V0I, sendo V0 a queda de tensão no dispositivo. Usando
a Eq. (3.5.2), tot é fornecida por:
Figura 3.21 (a) Curvas de potência-corrente em várias temperaturas; (b) espectro da luz
emitida por um típico LED em 1,3 mm. A curva tracejada mostra o espectro calculado
pela teoria. (Após a Ref. [94]; ©1981 American Institute of Physics.)
I (t ) = I b + I m exp(iω mt ), (3.5.9)
N (t ) = N b + N m exp(iω mt ), (3.5.10)
sendo Nb = τcIb/q e Nm
τ cIm / q
N m (ω m ) = . (3.5.11)
1 + iω mτ c
A potência modulada Pm guarda uma relação linear com |Nm|. Podemos
definir a função H (wm)de transferência do LED como
N m (ω m ) 1
H (ω m ) = = . (3.5.12)
N m (0) 1 + iω mτ c
Figura 3.22 Representação esquemática de um LED com emissão pela superfície, com
geometria de dupla heteroestrutura.
140 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
nc = (1 − R f )(NA)2 , (3.6.1)
Figura 3.23 Transmissor empregando (a) acoplamento pela extremidade e (b) configura-
ções de acoplamento por lente. (Após a Ref. [104]; ©1989 AT&T, reimpresso com permissão.)
Transmissores Ópticos 143
Figura 3.24 Circuito de alimentação para um transmissor a laser com controle por
realimentação para manter a potência óptica média constante. Um fotodiodo monitora
a potência de saída e provê o sinal de controle. (Após a Ref. [102]; ©1988 Academic Press;
reimpresso com permissão.)
Exercícios
3.1 Determine a composição do composto quaternário InGaAsP para a
fabricação de lasers que operem nos comprimentos de onda de 1,3
e 1,55 mm.
3.2 A região ativa de um laser de InGaAsP para 1,3 mm tem 250 mm de
comprimento. Determine o necessário ganho da região ativa para que
o laser atinja o limiar. Assuma que a perda interna seja de 30 cm–1, o
índice modal, de 3,3 e o fator de confinamento, de 0,4.
3.3 Deduza a equação de autovalor para os modos transversos elétricos
(TE) de um guia de onda planar de espessura d e índice de refração n1
envolto por duas camadas de casca de índice de refração n2. (Sugestão:
Siga o método da Seção 2.2.2, usando coordenadas cartesianas.)
3.4 Utilize o resultado do Exercício 3.3 e obtenha a condição monomodo.
Use-a para determinar a máxima espessura permitida para a camada
ativa de um laser de semicondutor para 1,3 mm. Como esse valor é
modificado se o laser operar em 1,55 mm? Assuma n1 = 3,5 e n2 = 3,2.
3.5 Resolva as equações de taxa no estado estacionário e obtenha a ex-
pressão analítica para P e N em função da corrente de injeção I. Para
simplificar, despreze emissão espontânea.
3.6 Um laser de semicondutor é operado continuamente a uma dada
corrente. Sua potência de saída muda com rapidez, devido a uma flu-
tuação transiente de corrente. Mostre que a potência do laser alcançará
o valor original por meio de uma abordagem oscilatória. Obtenha a
frequência e o tempo de amortecimento dessas oscilações de relaxação.
3.7 Um laser de InGaAsP de 250 mm de comprimento apresenta per-
da interna de 40 cm–1. O laser opera em 1,55 mm, com uma fibra
monomodo cujo índice modal é 3,3 e o índice de grupo, 3,4. Calcule
Transmissores Ópticos 149
REFERÊNCIAS
[1] ALFEROV, Z. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 6, p. 832, 2000.
[2] AGRAWAL, G. P.; DUTTA, N. K. Semiconductor Lasers. 2. ed. New York: Van
Nostrand Reinho1d, 1993.
[3] CHUANG, S. L. Physics of Optoelectronic Devices. 2. ed. Hoboken:Wiley, 2008.
[4] COLDREN, L. A.; CORZINE, S. W. Diode Lasers and Photonic Integrated
Circuits. New York: Wiley, 1995.
[5] AGRAWAL, G. P. (Ed.). Semiconductor Lasers: Past, Present, and Future {. I}{/I}
Woodbury: AIP Press, 1995.
[6] KAPON, E. (Ed.). Semiconductor Lasers. Parte I e 11. San Diego: Academic Press,
1999.
[7] CHOW, W. W.; KOCH, S. W. Semiconductor-Laser Fundamentals. New York:
Springer, 1999.
[8] DUTTA, M.; STROSCIO, M. A. (Eds.). Advances in Semiconductor Lasers and
Application to Optoelectronics. Singapore: World Scientific, 2000.
[9] ACKERMAN, D. A. et al. Optical Fiber Telecommunications, v. 4A. KAMINOW,
I. P.; LI, T. (Eds.). Boston: Academic Press, 2002. Capítulo 12.
[10] SUHARA, T. Semiconductor Laser Fundamentals. CRC Press, 2004.
[11] YE, C. Tunable Semiconductor Diode Lasers. Singapore: World Scientific, 2007.
[12] CHUANG, S. L.; LIU, G.; KONDRATKO, T. K. In KAMINOW, L. P.; LI, T.; WILL-
NER, A. E. (Eds.). Optical Fiber Telecommunications. v. 5A. Boston: Academic
Press, 2008. Capítulo 12.
[13] WYATT, R.; DEVLIN, W. J. Electron. Lett., v. 19, p. 110, 1983.
[14] TSANG, W. T. (Ed.). Semiconductors and Semimetals v. 22B. Boston: Academic
Press, 1985. Capítulo 4.
[15] AKIBA, S.; USAMI, M.; UTAKA, K. J. Lightwave Technol., v. 5, p. 1564, 1987.
[16] AGRAWAL, G. P. In WOLF, E., (Ed.). Progress in Optics. v. 26. Amsterdam:
North-Holland, 1988. Capítulo 3.
[17] BUUS, J. Single Frequency Semiconductor Lasers. Bellingham: SPIE Press, 1991.
[18] CHINONE, N.; OKAI, M. In: AGRAWAL, G. P., (Ed.). Semiconductor Lasers:
Past, Present, and Future. Woodbury: AIP Press, 1995. Capítulo 2.
[19] MORTHIER, G.; VANKWIKE1BERGE, P. Handbook of Distributed Feedback
Laser Diodes. Norwood: Artech House, 1995.
[20] CARROLL, J. E.; Whiteaway, J. E.; P1UMB, R. G. Distributed Feedback Semi-
conductor Lasers. London: INSPEC, 1998.
[21] HONG, J. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 5, p. 442, 1999.
[22] HILLMER, H. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 1, p. 356, 1995.
[23] SHII, H. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 1, p. 401, 1995.
[24] RIGO1E, P.-J. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 7, 697, 1995; v. 7, p. 1249, 1995.
[25] ALBERT, G. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 3, p. 598, 1997.
[26] DE1ORME, F. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 3, p. 607, 1997.
[27] CO1DREN, L. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 6, p. 988, 2000.
[28] CO1DREN, L. A. et al. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 193, 2004.
[29] BUUS, J.; AMANN, M.-C.; B1UMENTHAL, D. J. Tunable Laser Diodes and
Related Optical Sources. 2. ed. Piscataway: IEEE Press, 2005.
[30] KLAMKIN, J. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 11, p. 931, 2005.
[31] TODT, R. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 13, p. 1095, 2007.
[32] CHANG-HASNAIN, C. J. In: AGRAWAL, G. P., (Ed.). Semiconductor Lasers:
Past, Present, and Future. Woodbury: AIP Press, 1995. Capítulo 5.
[33] BOND, A. E.; DAPKUS, P. D.; O’BRIEN, J. D. IEEE J. Sel. Topics Quantum
Electron., v. 5, p. 574, 1999.
[34] WILMSEN, C.; TEMKIN, H.; COLDREN, L. A. (Eds.). Vertical-Cavity Surface-
Emitting Lasers. New York: Cambridge University Press, 1999.
[35] CHANG-HASNAIN, C. J. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 6, p. 978,
2000.
[36] IGA, K. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 6, p. 1201, 2000.
Transmissores Ópticos 151
[37] KARIM, A. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 6, p. 1244, 2000.
[38] LI, H.; IGA, K. Vertical-Cavity Surface-Emitting Laser Devices. New York:
Springer, 2001.
[39] MATSUI,Y. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 39, p. 1037, 2003.
[40] LIN, C. -K. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 9, p. 1415, 2003.
[41] KOYAMA, F. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 4502, 2006.
[42] SÖDERBERG, E. et al. J. Lightwave Technol., v. 25, p. 2791, 2007.
[43] DEBEMARDI, P. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 44, p. 391, 2008.
[44] CHEN, T. R. et al. Electron. Lett., v. 32, p. 898, 1996.
[45] FUNABASHI, M. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 10, p. 312, 2004.
[46] AGRAWAL, G. P. IEEE J. Quantum Electron., v. 23, p. 860, 1987.
[47] AGRAWAL, G. P. IEEE J. Quantum Electron., v. 26, p. 1901, 1990.
[48] AGRAWAL, G. P.; GRAY, G. R. Proc. SPIE., v. 1497, p. 444, 1991.
[49] NING, C. Z.; MOLONEY, J.V. Appl. Phys. Lett., v. 66, p. 559, 1995.
[50] OSINSKI, M.; BUUS, J. IEEE J. Quantum Electron., v. 23, p. 9, 1987.
[51] ISHIKAWA, H. et al. J. Lightwave Technol., v. 5, p. 848, 1987.
[52] MORTON, P. A. et al. Electron. Lett., v. 30, p. 2044, 1994.
[53] GOUTAIN, E. et al. Electron. Lett., v. 32, p. 896, 1996.
[54] LINDGREN, S. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 9, p. 306, 1997.
[55] HU, C. -W. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 2906, 2006.
[56] SUNG, H. -K.; LAU, E. K.; WU, M. C. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron.,
v. 13, p. 1215, 2007.
[57] AGRAWAL, G. P. Proc. SPIE., v. 1376, p. 224, 1991.
[58] LAX, M. Rev. Mod. Phys., v. 38, 541, 1966; IEEE J. Quantum Electron., v. 3, p. 37, 1967.
[59] HENRY, C. H. IEEE J. Quantum Electron., v. 18, 259, 1982; v. 19, 1391, 1983; J.
Lightwave Technol., v. 4, p. 298, 1986.
[60] AGRAWAL, G. P. Electron. Lett., v. 21, p. 232, 1991.
[61] AGRAWAL, G. P. Phys. Rev. A., v. 37, p. 2488, 1988.
[62] LAW, J.Y.; AGRAWAL, G. P. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 9, p. 437, 1997.
[63] AOKI, M. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 21, p. 1782, 1991.
[64] LINKE, R. A. Electron. Lett., v. 20, p. 472, 1984; IEEE J. Quantum Electron., v. 21,
p. 593, 1985.
[65] AGRAWAL, G. P.; POTASEK, M. J. Opt. Lett., v. 11, p. 318, 1986.
[66] 0LSHANSKY, R.; FYE, D. Electron. Lett., v. 20, p. 928, 1984.
[67] AGRAWAL, G. P. Opt. Lett., v. 10, p. 10, 1985.
[68] OLSSON, N. A. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 24, p. 143, 1988.
[69] SUMMERS, H. D.; WHITE, I. H. Electron. Lett., v. 30, p. 1140, 1994.
[70] KANO, F. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 30, p. 533, 1994.
[71] AGRAWAL, G. P. Applications of Nonlinear Fiber Optics. 2. ed. San Diego:
Academic Press, 2008.
[72] WOOTEN, E. L. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 6, p. 69, 2000.
[73] COURJAL, N. et al. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 1338, 2004.
[74] OIKAWA, S. et al. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 2756, 2005.
[75] LUCCHI, F. et al. Opt. Express., v. 15, p. 10739, 2007.
[76] MAHAPATRA, A.; MURPHY, E. J. In KAMINOW, I. P.; LI, T.; WILLNER, A. E.,
(Eds.). Optical Fiber Telecommunications. v. 4A. San Diego: Academic Press, 2008.
Capítulo 6.
[77] AOKI, M. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 29, p. 2088, 1993.
[78] RAYBON, G. et al. Electron. Lett., v. 30, p. 1330, 1994.
[79] TAKEUCHI, H. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 3, p. 336, 1997.
[80] ELLIS, A. D. et al. Electron. Lett., v. 35, p. 645, 1999.
[81] KIM,Y. et al. Opt. Fiber Technol., v. 7, p. 84, 2001.
[82] AKAGE,Y. et al. Electron. Lett., v. 37, p. 299, 2001.
[83] KAWANISHI, H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 964, 2001.
[84] MIYAZAKI,Y. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 38, p. 1075, 2002.
[85] AKULOVA,Y. A. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 8, p. 1349, 2002.
152 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[86] SARAVANAN, B. K. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 862, 2006.
[87] RARING, J.W.; CO1DREN, L. A. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 13,
p. 3, 2007.
[88] KAISER, R.; HÜTTL, B. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 13, p. 125,
2007.
[89] FUKANO, H. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 13, p. 1129, 2007.
[90] YUN, H. G. et al. IEEE Trans. Adv. Packag., v. 31, p. 351, 2008.
[91] WANG, W. et al. Appl. Phys. Lett., v. 61, p. 1806, 1995.
[92] ZHANG, H. et al. Appl. Phys. Lett., v. 78, p. 3136, 2001.
[93] GOWER, J. Optical Communication Systems. 2. ed. Upper Saddle River: Prentice-
Hall, 1993.
[94] TEMKIN, H. et al. J. Appl. Phys., v. 52, p. 1574, 1981.
[95] BURROS, C. A.; DAWSON, R. W. Appl. Phys. Lett., v. 17, p. 97, 1970.
[96] WILKINSON, S. T.; JOKERST, N. M.; LEAVITT, R. P. Appl. Opt., v. 34, p. 8298,
1995.
[97] LARSON, M. C.; HARRIS, Jr., J. S. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 1, p. 1267,
1995.
[98] FRITZ, I. J. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 1, p. 1270, 1995.
[99] WHITAKER, T. Compound Semicond., v. 5, p. 32, 1999.
[100] BIENSTMAN, P.; BAETS, R. IEEE J. Quantum Electron., v. 36, p. 669, 2000.
[101] SIPILA, P. et al. Semicond. Sel. Technol., v. 15, p. 418, 2000.
[102] SHUMATE, P. W. In MILLER, S. E.; KAMINOW, I. P. (Eds.). Optical Fiber Tele-
communications li. Boston: Academic Press, 1988. Capítulo 19.
[103] LEE,T. P.; BURROS, C. A.; SAU1, R. H. In; Miller, S. E.; Kaminow, I. P. (Eds.). Optical
Fiber Telecommunications. v. 2. Boston: Academic Press, 1988. Capítulo 12.
[104] ALIES, D. S.; BRADY, K. J. AT&T Tech. J., v. 68, p. 183, 1989.
[105] PRESBY, H. M.; EDWARDS, C. A. Electron. Lett., v. 28, p. 582, 1992.
[106] MODAVIS, R. A.; WEBB, T. W. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 1, p. 798, 1995.
[107] SHIRAISHI, K. et al. J. Lightwave Technol., v. 13, p. 1736, 1995.
[108] CHEN, P. C.; MILSTER, T. D. Laser Diode Chip and Packaging Technology.v.
2610. Bellingham: SPIE Press, 1996.
[109] DANEMAN, M. J. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 8, p. 396, 1996.
[110] HUBNER, B. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 3, p. 1372, 1997.
[111] SHIRAISHI, K. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 1104, 2004.
[112] JING, Z. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 20, p. 1375, 2008.
[113] AGRAWA1, G. P. IEEE J. Quantum Electron., v. 20, p. 468, 1984.
[114] AGRAWAL, G. P.; Shen, T. M. J. Lightwave Technol., v. 4, p. 58, 1986.
[115] RYAN, A. T. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 30, p. 668, 1994.
[116] VAN TARTWIJK, G. H. M.; LENSTRA, D. Quantum Semiclass. Opt., v. 7, p. 87,
1995.
[117] PETERMANN, K. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 1, p. 480, 1995.
[118] SUGIE, T.; SARUWATARI, M. Electron. Lett., v. 18, p. 1026, 1982.
[119] CHEN, F. S. Electron. Lett., v. 16, p. 7, 1980.
[120] WADA, O.; SAKURAI, T.; NAKAGAMI, T. IEEE J. Quantum Electron., v. 22, p.
805, 1986.
[121] HORIMATSU, T.; SASAKI, M. J. Lightwave Technol., v. 1, p. 1613, 1989.
[122] DAGENAIS, M. et al. J. Lightwave Technol., v. 8, p. 846, 1990.
[123] SUZUKI, N. et al. Electron. Lett., v. 24, p. 467, 1988.
[124] PEDROTTI, K. Proc. SPIE., v. 2149, p. 178, 1994.
[125] CALLIGER, O. et al. IEE Proc., v. 142. Pt. J, p. 13, 1995.
[126] PU, R.; DUAN, C.; WILMSEN, C. W. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron.,
v. 5, p. 201, 1999.
[127] SHUKE, K. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 5, p. 146, 1999.
[128] KOCH, T. L.; KOREN, U. IEEE J. Quantum Electron., v. 27, p. 641, 1991.
[129] ARMENISE, M. N.; WONG, K. -K. (Eds.). Functional Photonic Integrated
Circuits SPIE Proc. Series. v. 2401. Bellingham: SPIE Press, 1995.
Transmissores Ópticos 153
Receptores Ópticos
O papel de um receptor óptico é converter o sinal óptico de volta à forma
elétrica e recuperar os dados transmitidos pelo sistema de onda luminosa.
O seu principal componente é um fotodetector, que converte luz em
eletricidade por meio do efeito fotoelétrico. Os requisitos para um fotode-
tector são similares àqueles para uma fonte óptica. O receptor deve ter alta
sensibilidade, resposta rápida, baixo ruído, baixo custo e alta confiabilidade.
Além disso, suas dimensões devem ser compatíveis com as do núcleo da fibra.
Tais requisitos são mais bem atendidos por fotodetectores feitos de materiais
semicondutores. Este capítulo trata de fotodetectores e receptores ópticos
[1]-[9]. Na Seção 4.1, apresentamos os conceitos básicos relativos ao processo
de fotodetecção. Na Seção 4.2, discutimos vários tipos de fotodetectores co-
mumente utilizados em receptores ópticos. Os componentes de um receptor
óptico são descritos na Seção 4.3, com ênfase no papel desempenhado por
cada componente. Na Seção 4.4, tratamos das diversas fontes de ruído que
limitam a relação sinal-ruído em receptores ópticos. As Seções 4.5 e 4.6 são
dedicadas à sensibilidade do receptor e à sua deterioração em condições
não ideais. O desempenho de receptores ópticos em experimentos reais de
transmissão é discutido na Seção 4.7.
Ip = Rd Pin . (4.1.1)
155
156 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Tr = (ln9)(τ tr + τ RC ), (4.1.8)
4.2.1 Fotodiodos p-n
Uma junção p-n polarizada reversamente consiste em uma região, co-
nhecida como região de depleção, basicamente desprovida de portadores de
cargas livres, na qual um forte campo elétrico interno se opõe ao fluxo de elé-
trons do lado n para o lado p (e de lacunas de p para n). Quando uma junção
p-n desse tipo é iluminada com luz em um dos lados, digamos o lado p,
(Fig. 4.3), criam-se pares elétrons-lacunas por absorção. Devido ao forte
campo elétrico interno, elétrons e lacunas gerados no interior da região
de depleção são acelerados em sentidos opostos e derivam aos lados n e p,
respectivamente. O resultante fluxo de corrente é proporcional à potência
Figura 4.3 (a) Fotodiodo p-n em polarização reversa; (b) variação da potência óptica
no interior do fotodiodo; (c) diagrama de bandas de energia mostrando o movimento
de portadores por deriva e difusão.
160 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
τ tr = W /vd . (4.2.1)
τ RC = ( R L + R s )C p , (4.2.2)
Figura 4.4 Resposta de um fotodiodo p-n a um pulso óptico retangular quando deriva
e difusão contribuem para a corrente do detector.
parte da potência óptica incidente seja nela absorvida. Essa é a abordagem
adotada para fotodiodos p-i-n, discutidos a seguir.
4.2.2 Fotodiodos p-i-n
Uma forma simples de aumentar a largura da região de depleção consiste
em inserir uma camada de material semicondutor não dopado (ou leve-
mente dopado) entre a junção p-n. Como a camada intermediária consiste
em material quase intrínseco, essa estrutura é referida como fotodiodo
p-i-n. A Figura 4.5 (a) mostra a estrutura do dispositivo juntamente com a
Figura 4.5 (a) Fotodiodo p-i-n juntamente com a distribuição de campo elétrico sob
polarização reversa; (b) configuração de fotodiodo p-i-n de InGaAsP.
162 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 4.6 (a) Representação esquemática da seção reta de um fotodiodo com guia
de onda de mesa em cogumelo e (b) resposta de frequência do fotodiodo. (Após a Ref.
[17]; ©1994 IEEE; reimpresso com permissão.)
Receptores Ópticos 165
Figura 4.8 (a) APD e distribuição de campo elétrico no interior de várias camadas, com
polarização reversa; (b) estrutura de APD de silício do tipo reach-through.
Receptores Ópticos 167
I = ie ( x ) + ih ( x ), (4.2.5)
para oferecer alto desempenho, além de serem úteis para sistemas de on-
das luminosas que operam nas proximidades de 0,8 mm, a taxas de bits
de ∼ 100 Mb/s. Uma configuração particularmente útil, mostrada na
Figura 4.8(b), é conhecida como APD reach-through, porque a camada de
depleção chega (reach) à camada de contato por meio (through) das regiões
de absorção e de multiplicação. Esse tipo de APD pode prover alto ganho
(M ≈ 100) com baixo ruído e largura de banda relativamente grande. Para
sistemas de ondas luminosas que operam na faixa de comprimentos de onda
de 1,3–1,6 mm, APDs de Ge ou InGasAs devem ser utilizados. A melhora
na sensibilidade para esses APDs é limitada a um fator abaixo de 10, devido
ao relativamente pequeno ganho de APD (M ∼ 10) que deve ser utilizado
para reduzir o ruído (veja a Seção 4.4.3).
Pode-se melhorar o desempenho de APDs de InGAAs por meio de mo-
dificações adequadas na estrutura básica mostrada na Figura 4.8. A principal
razão para o desempenho relativamente pobre de APDs de InGAAs está
relacionada aos comparáveis valores numéricos dos coeficientes de ioniza-
ção por impacto ae e ah (Fig. 4.7). Em consequência, a largura de banda
é reduzida de modo considerável, e o ruído também é relativamente alto
(veja a Seção 4.4). Ademais, devido à relativamente estreita banda proibida,
InGaAs sofre ruptura por tunelamento para campos elétricos da ordem de
1 × 105 V/cm, um valor abaixo do limiar para multiplicação por avalanche.
É possível solucionar esse problema em APDs de heteroestrutura com a
utilização de uma camada de InP para a região de ganho, pois intensos
campos elétricos (> 5 × 105 V/cm) podem existir em InP sem ruptura por
tunelamento. Como a região de absorção (camada de InGaAs do tipo i) e
a região de multiplicação (camada de InP do tipo n) são separadas nesses
dispositivos, a estrutura é conhecida como SAM, cujo significado é regiões
separadas de absorção e multiplicação (Separate Absorption and Multiplication).
Como, para InP, ah > ae (Fig. 4.7), o APD é projetado de modo que as
lacunas iniciem o processo de avalanche em uma camada de InP do tipo n,
e kA é definido como kA = ae/ah. A Figura 4.9 mostra uma estrutura de
APD SAM do tipo mesa.
Um problema de APD SAM está relacionado à grande diferença de ban-
da proibida entre InP (Eg = 1,35 eV) e InGaAs (Eg = 0,75 eV). Devido a um
degrau de banda de valência da ordem de 0,4 eV, lacunas geradas na camada
de InGaAs ficam presas na interface da heteroestrutura e são consideravel-
mente desaceleradas antes de alcançarem a região de multiplicação (camada
de InP). Esse tipo de APD possui uma resposta extremamente lenta e largura de
banda relativamente pequena. É possível resolver esse problema com o
emprego de outra camada entre as regiões de absorção e de multiplicação
cuja banda proibida esteja entre as das camadas InP e InGaAs. O material
quaternário InGaAsP, o mesmo usado para lasers de semicondutor, pode ser
170 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 4.9 Estruturas de APDs (a) SAM e (b) SAGM, contendo regiões separadas de
absorção, multiplicação e gradação.
ajustado para ter banda proibida com qualquer valor entre 0,75−1,35 eV,
sendo ideal para esse propósito. É até possível graduar a composição de
InGaAsP em uma região com espessura de 1-100 nm. APDs desse tipo são
denominados APDs SAGM, com SAGM indicando regiões separadas de
absorção, gradação e multiplicação (SAGM − Separate Absorption, Grading, and
Multiplication) [26]. A Figura 4.9 (b) mostra um APD de InGaAs com a es-
trutura SAGM. O uso de uma camada de gradação de InGaAsP melhora
a largura de banda consideravelmente. Já em 1987, um APD SAGM exibia
produto ganho-banda passante M∆f = 70 GHz, para M > 12 [27]. Em
1991, esse valor foi aumentado para 100 GHz com o uso de uma região
de carga entre as regiões de gradação e de multiplicação [28]. Nesses APDs
SAGM, a camada de multiplicação de InP não é dopada, enquanto a camada
de carga de InP é altamente dopada do tipo n. Lacunas são aceleradas na
camada de carga, devido ao forte campo elétrico, mas a geração de pares
elétrons-lacunas secundários ocorre na camada não dopada de InP. APDs
SAGM melhoraram consideravelmente durante a década de 1990 [29]–[33].
Um produto ganho-banda passante de 140 GHz foi realizado em 2000,
com uma camada de multiplicação com espessura de 0,1 mm que exigia
diferença de potencial < 20 V [33]. APDs desse tipo são muito adequados
à fabricação de receptores compactos de 10 Gb/s.
Uma abordagem distinta ao projeto de APDs de alto desempenho utiliza
uma estrutura de super-rede [34]-[39]. A principal limitação de APDs
de InGaAs resulta dos valores comparáveis de ae e ah. Uma configuração de
super-rede oferece a possibilidade de reduzir a razão kA = ah/ae de seu
valor-padrão quase igual à unidade. Em uma abordagem, as regiões de
absorção e de multiplicação alternam e consistem em delgadas camadas
(∼ 10 nm) de materiais semicondutores com diferentes bandas proibidas.
Essa abordagem foi demonstrada pela primeira vez para APDs de múlti-
plos poços quânticos (MQW – MultiQuantum-Well) de GAAs/AlGaAs, e
resultou em considerável aumento do coeficiente de ionização por impacto
Receptores Ópticos 171
para elétrons [34]. Seu uso é menos bem-sucedido para o sistema material
de InGaAs/InP. Não obstante, alcançou-se considerável progresso com os
chamados APDs em escada, em que a camada de InGaAsp possui composição
graduada para formar uma estrutura do tipo dente de serra no diagrama de
bandas de energia, que parece uma escada, em polarização reversa. Outro
esquema de fabricação de APDs de alta velocidade usa camadas alternadas de
InP e InGaAs para a região de gradação [34]. Contudo, a razão entre as lar-
guras das camadas de InP e InGaAs varia de zero, nas proximidades da região
de absorção, a quase infinito nas proximidades da região de multiplicação.
Como a banda proibida efetiva de um poço quântico depende da largura
deste (espessura da camada de InGaAs), um composto pseudoquartenário
com gradação é formado em consequência da variação na espessura da
camada.
A mais bem-sucedida configuração para APDs de InGaAs usa uma es-
trutura de super-rede para a região de multiplicação de um APD SAM.
Uma super-rede consiste em uma estrutura periódica em que cada período
é composto de duas camadas ultradelgadas (∼10 nm) com diferentes bandas
proibidas. No caso de APDs para 1,55 mm, utilizam-se camadas alternadas
de InAlGaAs e InAlAs, sendo que a última age como uma camada de
barreira. É frequente o uso de uma camada de buffer de campo para separar
a região de absorção de InGaAs da região de multiplicação de super-rede.
A espessura dessa camada de buffer é muito crítica para o desempenho do
APD. Para uma camada de buffer de campo com 52 nm de espessura, o
produto ganho-largura de banda ficou limitado a M∆f = 120 GHz [35], e
aumentou para 150 GHz quando a espessura foi reduzida para 33,4 nm [38].
Esses primeiros dispositivos utilizavam uma estrutura de mesa. No final da
década de 1990, uma estrutura planar foi desenvolvida visando aumentar a
confiabilidade do dispositivo [39]. A Figura 4.10 mostra uma representação
esquemática desse dispositivo, assim como sua largura de banda de 3 dB
medida em função do ganho de APD. O produto ganho-largura de banda
Figura 4.10 APD de super-rede: (a) estrutura do dispositivo e (b) largura de banda de
3 dB medida em função de M. (Após a Ref. [39]; ©2000 IEEE; reimpresso com permissão.)
172 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 4.11 Estruturas de eletrodos (a) interdigitais e (b) anelados usadas para fotode-
tectores MSM. (Após a Ref. [53]; ©1999 IEEE.)
Figura 4.13 Circuito equivalente de front ends de (a) alta impedância e (b) transim-
pedância em receptores ópticos. Nos dois casos, o fotodiodo é modelado como uma
fonte de corrente.
∫
∞
Vout (t ) = zT (t − t' )I p (t' ) dt',
−∞
(4.3.1)
ZT (ω ) = G p (ω )G A (ω )H F (ω )/Yin (ω ), (4.3.3)
H out (ω ) = H T (ω )H p (ω ), (4.3.4)
H T ( f ) = H out ( H p /( f ). (4.3.7)
178 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Para uma sequência de bits ideal no formato sem retorno ao zero (NRZ)
(pulsos de entrada retangulares, de duração TB = 1/B, Hp( f ) = B sin(πf/B)/πf,
e HT(f) se torna:
H T ( f ) = (π f / 2B )cot(π f / 2B ). (4.3.8)
Figura 4.15 Tecnologia OEIC de chip invertido para receptores integrados. O fotodiodo
de InGaAs é fabricado em um substrato de InP e, então, ligado ao chip de GaAs por
contatos elétricos comuns. (Após a Ref. [59]; ©1988 IEE; reimpresso com permissão.)
Ruído de Disparo
Ruído de disparo é uma manifestação do fato de uma corrente elétrica
consistir em um fluxo de elétrons gerados em instantes de tempo aleatórios.
Ruído de disparo foi estudado originalmente por Schottky [87] em 1918;
desde então, tem sido investigado exaustivamente [84]-[86]. A corrente do
fotodiodo gerada em resposta a um sinal óptico constante pode ser escrita
como:
I (t ) = I p + i s (t ), (4.4.1)
i s (t )i s (t + τ ) = ∫ −∞
S s ( f )exp(2π if τ ) df , (4.4.2)
σ s2 = 〈i s2 (t )〉 = ∫−∞
S s ( f ) df = 2qI p ∆f , (4.4.3)
∫
∞
σ s2 = 2qI p |H T ( f )|2 df = 2qI p ∆f , (4.4.4)
0
∞ 2
em que ∆f = ∫ H T ( f ) df , e HT( f ) é dada pela Eq. (4.3.7). Como a corrente
0
no escuro Id também gera ruído de disparo, sua contribuição é incluída
na Eq. (4.4.4) substituindo Ip por Ip + Id. O ruído de disparo total é, então,
dado por
I (t ) = I p + i s (t ) + iT (t ), (4.4.6)
sendo iT(t) uma flutuação de corrente induzida pelo ruído térmico. Mate-
maticamente, iT(t) é modelada como um processo aleatório gaussiano es-
tacionário, com uma densidade espectral que independe da frequência até
f ∼ 1 THz (quase ruído branco) e é dada por
ST ( f ) = 2kBT /R L , (4.4.7)
σ T2 = 〈iT2 (t )〉 = ∫
−∞
ST ( f ) df = (4kBT /R L )∆f , (4.4.8)
4.4.2 Receptores p-i-n
O desempenho de um receptor óptico depende da SNR.Aqui, é considerada a
SNR para um receptor com fotodiodo p-i-n; receptores com APD são discuti-
dos na próxima subseção. A SNR de qualquer sinal elétrico é definida como
R L Rd2Pin2
SNR = .
4kBTFn ∆f (4.4.13)
Assim, no limite de ruído térmico, a SNR varia com Pin2 . Ela pode ser oti-
mizada com o aumento do resistor de carga. Como discutido na Seção 4.3.1,
essa é a razão pela qual a maioria dos receptores usa um front end de alta
impedância ou de transimpedância. O efeito de ruído térmico é, em geral,
quantificado por uma grandeza denominada potência equivalente de ruído
(NEP − Noise-Equivalent Power). A NEP é definida como a mínima potência
óptica por unidade de largura de banda necessária para produzir SNR = 1,
e é dada por:
1/2 1/2
Pin 4kBTFn hν 4kBTFn
NEP = = = . (4.4.14)
∆f R L Rd2 ηq R L
186 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 4.17 Aumento na SNR com a potência recebida Pin, para três valores do ganho M
de APD, para um receptor com 30 GHz de largura de banda. O caso M = 1 corresponde
a um fotodiodo p-i-n.
4kBTFn
3
k A M opt + (1 − k A )M opt = . (4.4.22)
qR L ( Rd Pin + I d )
Figura 4.18 Ganho de APD ótimo Mopt em função da potência óptica incidente Pin, para
diversos valores de kA. Foram utilizados valores de parâmetros correspondentes a um
típico receptor baseado em APD de InGaAs para 1,55 mm.
um acoplador a fibra. Para ver como tal mixagem pode melhorar o desempe-
nho do receptor, escrevamos o sinal óptico na notação complexa, como:
em que
σ 2 = σ s2 + σ T2 , (4.5.9)
em que
Figura 4.20 (a) Sinal de flutuação gerado no receptor; (b) densidades de probabilidade
gaussiana de bits 1 e 0. A região hachurada mostra a probabilidade de identificação
incorreta.
para receptores p-i-n, embora isso não seja válido para APDs [90]–[92]. Uma
aproximação comum trata is como variável aleatória gaussiana para recep-
tores p-i-n e APDs, mas com variâncias diferentes, dadas pelas Eq. (4.4.5) e
(4.4.17), respectivamente. Como a soma de duas variáveis aleatórias gaus-
sianas também é uma variável aleatória gaussiana, o valor amostrado I tem
função densidade de probabilidade gaussiana com variância 2 = σ s + σ T .
2 2
1 ID (I − I 1 )2 1 I1 − I D
P (0|1) =
σ 1 2π ∫−∞ − 2σ 12 dI = 2 erfc σ 1 2 , (4.6.3)
exp
1 ∞ (I − I 0 )2 1 I − I0
P (1|0) =
σ0 ∫
2π I D
exp
−
2σ 0
2 dI = erfc D
2 σ 0 2
, (4.6.4)
em que erfc designa a função erro complementar, definida como [93]:
2 ∞
erfc( x ) =
π ∫ x
exp( − y 2 ) dy. (4.6.5)
Substituindo as Eq. (4.6.3) e (4.6.4) na Eq. (4.6.2), a BER fica definida por:
1 I −I I − I0
BER = erfc 1 D + erfc D . (4.6.6)
4 σ1 2 σ 0 2
(I D − I 0 )2 (I 1 − I D )2 σ (4.6.7)
= + ln 1 .
2σ 0
2
2σ 12
σ0
p-i-n cujo ruído é dominado pelo ruído térmico (T s) e independe da
corrente média. Em contraste, o ruído de disparo é maior para o bit 1 do que
para o bit 0, pois σ s2 varia linearmente com a corrente média. No caso de
receptores baseados em APDs, a BER pode ser minimizada estabelecendo o
limiar de decisão segundo a Eq. (4.6.9). A BER com limiar de decisão ótimo
é obtida das Eq. (4.6.6) e (4.6.8), e depende somente do parâmetro Q:
1 Q exp(−Q 2 /2)
BER = erfc ≈ , (4.6.10)
2 2 Q 2π
σ 1 = (σ s2 + σ T2 )1/2 e σ 0 = σT , (4.6.13)
I1 2MRd Prec
Q= = . (4.6.16)
σ 1 + σ 0 (σ s2 + σ T2 )1/2 + σ T
Q σ
Prec = qFAQ ∆f + T . (4.6.17)
Rd M
como RL e Fn, mas também da taxa de bits, por meio da largura de banda
Receptores Ópticos 199
Pm = exp(−N p )N mp /m !. (4.6.23)
A BER pode ser calculada das Eq. (4.6.2) e (4.6.23). A probabilidade
P(1|0) de que um 1 seja identificado quando 0 é recebido é zero, pois ne-
nhum par elétron-lacuna é gerado quando Np = 0. A probabilidade P(0-1)
Receptores Ópticos 201
1 + rex σ T Q
Prec (rex ) = . (4.7.3)
1 − rex Rd
P (r ) 1 + rex (4.7.4)
δex = 10 log 10 rec ex = 10 log 10 .
Prec (0) 1 − rex
limiar. Uma expressão para P rec(rex) pode ser obtida [3] para receptores baseados
em APDs incluindo o ganho de APD e a contribuição do ruído de disparo a
0 e 1 na Eq. (4.7.2). Quando rex ≠ 0, o ganho de APD ótimo é menor do
que o dado na Eq. (4.6.19). A sensibilidade também é reduzida, devido ao
menor ganho ótimo. Normalmente, para um mesmo valor de rex, a penalidade
de potência para um receptor baseado em APD é um fator de 2 maior.
σ 2 = σ s2 + σ T2 + σ I2 , (4.7.5)
em que
rI2 =
2π ∫ −∞
RIN(ω ) dω , (4.7.7)
2Rd Prec
Q= , (4.7.8)
(σ + σ s2 + σ I2 )1/2 + σ T
2
T
em que
e σT é dado pela Eq. (4.4.9). A Eq. (4.7.8) é resolvida com facilidade, per-
mitindo obter a seguinte expressão para a sensibilidade do receptor:
− Qσ T + Q 2q∆f
Prec(rI ) = . (4.7.10)
Rd (1 − rI2Q 2 )
−
A penalidade de potência, definida como o aumento em Prec quando rI ≠ 0,
é determinada por
δI = 10 log 10[ Prec (rI )/Prec (0)] = −10 log 10(1 − rI2Q 2 ). (4.7.11)
1 ∆t 2
p( ∆t ) = exp − 2 , (4.7.15)
τ j 2π 2τ j
1 ∆i j
p( ∆i j ) = exp − , (4.7.16)
π b ∆i j I 1 bI 1
em que
(4.7.17)
b = (4 π 2 /3 − 8)(Bτ j )2 .
A Eq. (4.7.16) é usada para calcular 〈∆ij〉 e j = 〈(∆ij)2〉1/2. Efetua-se a
integração em ∆ij, obtendo:
∆i j = bI 1/2, σ j = bI 1/ 2. (4.7.18)
Usando as Eq. (4.7.12) e (4.7.18), e notando que I1 = 2RdPrec, em que Rd é
a responsividade, a sensibilidade do receptor é dada por:
σ Q 1− b / 2
Prec (b ) = T . (4.7.19)
Rd (1 − b/2)2 − b 2Q 2 /2
A penalidade de potência, definida como o aumento em Prec , é fornecida por:
P (b ) 1 − b/2
δ j = 10log 10 rec = 10 log 10 . (4.7.20)
(1 − b/2) − b Q /2
2 2 2
Prec (0)
A Figura 4.24 mostra a variação da penalidade de potência em função do
parâmetro Bτj, que, fisicamente, significa a fração do período de bit em que
o instante de decisão flutua (um desvio-padrão). A penalidade de potência
é desprezível para Bτj < 0,1, e aumenta rapidamente além de Bτj = 0,1.
Uma penalidade de 2 dB ocorre para Bτj = 0,16. Como no caso do ruído
de intensidade, a penalidade de potência induzida pela incerteza temporal
se torna infinita além de Bτj = 0,2. O exato valor de Bτj para o qual a pena-
lidade de potência se torna infinita depende do modelo usado para calcular
a penalidade de potência induzida pela incerteza temporal. Obtém-se a Eq.
(4.7.20) usando uma específica forma de pulso e uma específica distribuição
de incerteza. A penalidade de potência também é baseada nas Eq. (4.6.10)
e (4.7.12), que assumem estatística gaussiana para a corrente do receptor.
Como fica evidente da Eq. (4.7.16), flutuações de corrente induzidas por
incerteza não são de natureza gaussiana. Um cálculo mais preciso mostra
que a Eq. (4.7.20) subestima a penalidade de potência [98]. Contudo, o
comportamento qualitativo permanece o mesmo. Em geral, o valor RMS
da incerteza temporal deve ficar abaixo de 10% do período de bit, para uma
penalidade de potência desprezível. Uma conclusão similar vale para recep-
tores baseados em APDs, para os quais, em geral, a penalidade é maior [99].
Figura 4.26 Curvas de BER medidas para três comprimentos de enlaces de fibra em um
experimento de transmissão em 1,55 mm a 10 Gb/s. Um exemplo de diagrama de olho no
receptor também é exibido. (Após a Ref. [114]; ©2000 IEEE; reimpresso com permissão.)
Exercícios
4.1 Calcule a responsividade de um fotodiodo p-i-n em 1,3 e 1,55 mm,
para eficiência quântica de 80%. Por que o fotodiodo é mais responsivo
em 1,55 mm?
4.2 Fótons incidem a uma taxa de 100/s em um APD com responsividade
de 6 A/W. Calcule a eficiência quântica e a fotocorrente no com-
primento de onda de operação de 1,55 mm, para um ganho de APD
de 10.
4.3 Mostre, resolvendo as Eq. (4.2.3) e (4.2.4), que o fator multiplicativo M
é dado pela Eq. (4.2.7) para um APD em que os elétrons iniciam o
processo de avalanche. Trate ae e ah como constantes.
4.4 A forma de pulso cosseno levantado da Eq. (4.3.9) pode ser genera-
lizada para gerar uma família desses pulsos definindo
sin(π Bt ) cos(πβ Bt )
hout (t ) = ,
π Bt 1 − (2β Bt )2
em que o parâmetro b varia entre 0 e 1. Deduza uma expressão para a
função de transferência Hout(f) fornecida pela transformada de Fourier
de hout(t). Faça gráficos de hout(t) e de Hout( f ) para b = 0, 0,5 e 1.
4.5 Considere um receptor de 0,8 mm baseado em fotodiodo p-i-n. As-
suma largura de banda de 20 MHz, eficiência quântica de 65%, cor-
rente no escuro de 1 nA, capacitância de junção de 8 pF e figura de
ruído do amplificador de 3 dB. O receptor é iluminado com 5 mW
de potência óptica. Determine a corrente de ruído RMS devido a
ruído de disparo, ruído térmico e ruído do amplificador. Calcule,
ainda, a SNR.
4.6 O receptor do Exercício 4.6 é usado em um sistema de comunicação
digital que, para desempenho satisfatório, requer uma SNR de pelo
menos 20 dB. Qual é a mínima potência recebida quando a detecção
é limitada por (a) ruído de disparo e (b) ruído térmico? Calcule,
também, a potência equivalente de ruído nos dois casos.
212 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
REFERÊNCIAS
[1] PERSONICK, S. D. BELL Syst. Tech. J., v. 52, p. 843, 1973. v. 52, p. 875, 1973.
[2] LEE, T. P.; LI, T. In MILLER, S. E.; CHYNOWETH, A. G. (Eds.). Optical Fiber
Telecommunications I. San Diego: Academic Press, 1979. Capítulo 18.
[3] SMITH, R. G.; PERSONICK, S. D. In: KRESSEL, H. (Ed.). Semiconductor
Devices for Optical Communications. New York: Springer, 1980.
[4] KASPER, B. L. In MILLER, S. E.; KAMINOW, I. P. (Eds.). Optical Fiber Telecom-
munications II. San Diego: Academic Press, 1988. Capítulo 18.
[5] ALEXANDER, S. B. Optical Communication Receiver Design.v. TT22. Bel-
lingham: SPIE Press, 1997.
[6] KEYES, R. J. Optical and Infrared Detectors. New York: Springer, 1997.
[7] DONATI, S. Photodetectors: Devices, Circuits and Applications. Upper Saddle
River: Prentice Hall, 1999.
[8] NALWA, H. S. (Ed.). Photodetectors and Fiber Optics. San Diego: Academic Press,
2001.
[9] CAMPBELL, J. C. In KAMINOW, I. P.; LI,T.;WILLNER, A. E. (Eds.). Optical Fiber
Telecommunications. v. 5A. San Diego: Academic Press, 2008. Capítulo 8.
[10] TUCKER, R. S. et al. Electron. Lett., v. 22, p. 917, 1986.
[11] KISHINO, K. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 27, p. 2025, 1991.
[12] BARRON, C. C. et al. Electron. Lett., v. 30, p. 1796, 1994.
[13] TAN, I. -H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 6, p. 811, 1994.
[14] TAN, I. -H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 7, p. 1477, 1995.
[15] WEY,Y. -G. et al. J. Lightwave Technol., v. 13, p. 1490, 1995.
[16] KATO, K. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 28, p. 2728, 1992.
[17] KATO, K. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 6, p. 719, 1994.
[18] KATO, K. IEEE Trans. Microwave Theory Tech., v. 47, p. 1265, 1999.
[19] TAKEUCHI, T. et al. Electron. Lett., v. 36, p. 972, 2000.
[20] ACHOUCHE, M. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 556, 2006.
[21] BELING, A. et al. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 16, 2008.
[22] GIBONEY, K. S. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 7, p. 412, 1995.
[23] ITO, H. et al. Electron. Lett., v. 36, p. 1809, 2000.
[24] STILLMAN, G. E.; WOLFE, C. M. In WILLARDSON, R. K.; BEER, A. C. (Eds.).
Semiconductors and Semimetals. v. 12. San Diego:Academic Press, 1977, p. 291-393.
214 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[74] MEKONNEN, G. G. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 11, p. 257, 1999.
[75] TAKAHATA, K. et al. IEEE J. Sel.Topics Quantum Electron., v. 6{, I}{/I p. 31, 2000.
[76] SHIMIZU, N. et al. Electron. Lett., v. 36, p. 1220, 2000.
[77] DIIMLER, U. et al. Electron. Lett., v. 42, p. 21, 2006.
[78] MOMTAZ, A. et al. IEEE J. Solid-State Circuits., v. 42, p. 872, 2007.
[79] OIKAWA,Y. et al. J. Lightwave Technol., v. 12, p. 343, 1994.
[80] OHYAMA, T. et al. Electron. Lett., v. 32, p. 845, 1996.
[81] KOBAYASHI,Y. et al. IEEE Trans. Microwave Theory Tech., v. 43, p. 1916, 1995.
[83] BITTER, M. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 74, 2000.
[84] BENNETT, W. R. Electrical Noise. New York: McGraw-Hill, 1960.
[85] MACDONALD, D. K. C. Noise and Fluctuations: An Introduction. New York:
Wiley, 1962.
[86] ROBINSON, F. N. H. Noise and Fluctuations in Electronic Devices and
Circuits. Oxford: Oxford University Press, 1974.
[87] SCHOTTKY, W. Ann. Phys., v. 57, p. 541, 1918.
[88] JOHNSON, J. B. Phys. Rev., v. 32, p. 97, 1928.
[89] NYQUIST, H. Phys. Rev., v. 32, p. 110, 1928.
[90] MCINTYRE, R.J. IEEE Trans. Electron. Dev., v. 13, 164, 1966; v. 19, 703, 1972.
[91] WEBB, P. P.; MCINTYRE, R. J.; CONRADI, J. RCA Rev., v. 35, p. 235, 1974.
[92] BALABAN, P. Bell Syst. Tech. J., v. 55, p. 745, 1976.
[93] ABRAMOWITZ, M.; STEGUN, I. A. (Eds.). Handbook of Mathematical Func-
tions. New York: Dover, 1970.
[94] SALEH, B. E. A.;TEICH, M. Fundamentals of Photonics. New York: Wiley, 1991.
[95] MANDEL, L.; WOLF, E. Optical Coherence and Quantum Optics. New York:
Cambride University Press, 1995.
[96] AGRAWAL, G. P.; SHEN, T. M. Electron. Lett., v. 22, p. 450, 1986.
[97] O’REILLY, J. J.; DAROCHA, J. R. F.; SCHUMACHER, K. IEE Proc., v. 132, Pt. J.
p. 309, 1985.
[98] SCHUMACHER, K.; O’REILLY, J. J. Electron. Lett., v. 23, p. 718, 1987.
[99] SHEN, T. M. Electron. Lett., v. 22, p. 1043, 1986.
[100] LEE, T. P. et al. Electron. Lett., v. 16, p. 155, 1980.
[101] SMITH, D. R. et al. Electron. Lett., v. 18, p. 453, 1982.
[102] YAMADA, J. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 18, p. 1537, 1982.
[103] BRAIN, M. C. Electron. Lett., v. 20, p. 894, 1984.
[104] SNODGRASS, M. L.; KLINMAN, R. J. Lightwave Technol., v. 2, p. 968, 1984.
[105] WALKER, S. D.; BLANK, L. C. Electron. Lett., v. 20, p. 808, 1984.
[106] CHEN, C.Y. et al. Appl. Phys. Lett., v. 46, p. 379, 1985.
[107] KASPER, B. L. et al. Electron. Lett., v. 21, p. 982, 1985.
[108] KASPER, B. L. et al. J. Lightwave Technol., v. 5, p. 344, 1987.
[109] HEIDEMANN, R.; SCHOLZ, U.; WEDDING, B. Electron. Lett., v. 23, p. 1030,
1987.
[110] SHIKADA, M. et al. J. Lightwave Technol., v. 5, p. 1488, 1987.
[111] FUJITA, S. et al. Electron. Lett., v. 25, p. 702, 1989.
[112] RUNGE, P. K. IEEE Trans. Commun., v. 24, p. 413, 1976.
[113] POPHILLAT, L.; LEVASSEUR, A. Electron. Lett., v. 27, p. 535, 1991.
[114] NAKAZAWA, M. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 6{, I}{/I}
p. 363, 2000.
CAPÍTULO 5
Figura 5.1 Enlaces de fibra ponto a ponto com compensação periódica de perda por (a)
regeneradores e (b) amplificadores ópticos. Um regenerador consiste em um receptor
seguido de um transmissor.
Figura 5.2 (a) Topologia em hub e (b) topologia em barramento para redes de dis-
tribuição.
Figura 5.3 (a) Topologia em anel e (b) topologia em estrela para redes de área local.
Sistemas de Ondas Luminosas 223
10 P
L= log 10 tr , (5.2.1)
αf P rec
sendo af a perda líquida (em dB/km) do cabo de fibra, incluindo perdas em
emendas (splices) e conectores. A dependência da taxa de bits em relação a L
advém da dependência linear de P rec em relação à taxa de bits B. Notando
que P rec = N phνB, em que hν é a energia do fóton e N p , o número médio
de fótons/bit exigido pelo receptor, concluímos que a distância L diminui
logaritmicamente à medida que B aumenta, para um dado comprimento
de onda de operação.
As linhas cheias na Figura 5.4 mostram a dependência de L em relação
a B, para os três comprimentos de onda comuns de 0,85, 1,3 e 1,55 mm,
usando af = 2,5, 0,4 e 0,25 dB/km, respectivamente. Toma-se a potência
transmitida como P tr = 1 mW nos três comprimentos de onda, enquanto
N p = 300 em l = 0,85 mm, N p = 500 em 1,3 mm e 1,55 mm. O menor
valor de L ocorre para sistemas da primeira geração operando em 0,85 mm,
Figura 5.4 Limites de perda (linhas cheias) e de dispersão (linhas tracejadas) sobre a dis-
tância de transmissão L em função da taxa de bits B, para as três janelas de comprimentos
de onda. A linha pontilhada corresponde a cabos coaxiais. Círculos denotam sistemas de
ondas luminosas comerciais; triângulos mostram experimentos de laboratório. (Após a
Ref. [1]; ©1988 Academic Press; reimpresso com permissão.)
Sistemas de Ondas Luminosas 225
A relação inversa entre o tempo de subida e a largura de banda deve valer para
qualquer sistema linear. Contudo, o produto Tr∆f, em geral, será diferente de
3,5. Podemos usar Tr∆f = 0,35 no projeto de sistemas de comunicação óptica
como uma orientação conservadora. A relação entre a largura de banda ∆f e a
taxa de bits B depende do formato digital. No caso do formato com retorno ao
zero (RZ) (veja a Seção 1.2), ∆f = B, de modo que BTr = 0,35. Em contraste,
∆f ≈ B/2 para o formato sem retorno ao zero (NRZ), levando a BTr = 0,7.
Nos dois casos, a especificada taxa de bits impõe um limite superior à máxima
taxa de bits que pode ser tolerada. Deve-se projetar o sistema de comunicação
visando assegurar que Tr esteja abaixo desse valor máximo, ou seja,
0,35 B para o formato RZ ,
Tr ≤ (5.2.8)
0,70 B para o formato NRZ .
Os três componentes de sistemas de comunicação por fibra óptica têm
tempos de subida próprios. O tempo de subida total de todo o sistema
está relacionado, aproximadamente, aos tempos de subida próprios dos
componentes por [17]:
Tr 2 = Ttr2 + Tfiber
2
+ Trec
2
, (5.2.9)
2
Tfiber 2
= Tmodal + TGVD
2
. (5.2.10)
em que foi usado n1 ≈ n2. Para fibras de índice gradual, utiliza-se a Eq.
(2.1.10) no lugar da Eq. (2.1.5), resultando em Tmodal ≈ (n1∆2/8c)L. Nos
dois casos, o efeito da mistura de modos é incluído com a alteração da
dependência linear em L por uma dependência sublinear Lq, em que q
possui um valor na faixa de 0,5 − 1, dependendo da extensão da mistura de
modos. Uma estimativa razoável, baseada em dados experimentais, é q = 0,7.
A contribuição TGVD também pode ser aproximada por ∆T fornecido pela
Eq. (2.3.4), de forma que
TGVD ≈| D | L ∆λ , (5.2.12)
Figura 5.6 Penalidade de potência por ruído modal em função da perda dependente de
modo. O parâmetro M é definido como o número total de modos longitudinais cuja potên-
cia excede 10% da potência de pico. (Após a Ref. [71]; ©1986 IEEE; reimpresso com permissão.)
242 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 5.7 Penalidade de potência induzida por MPN em função de BLDσl, para um laser
de semicondutor multimodo com largura espectral RMS σl. Cada curva corresponde a
um distinto valor do coeficiente de partição modal k.
Figura 5.8 Medida experimental de BER a 500 Mb/s para um VCSEL, com realimentação
óptica. A BER é medida a vários níveis de realimentação. (Após a Ref. [107]; ©1993 IEEE;
reimpresso com permissão.)
Sistemas de Ondas Luminosas 247
reff2 =
2π ∫ −∞
RIN(ω )dω = 2(RIN )∆f . (5.4.5)
Figura 5.9 Penalidade de potência induzida por realimentação em função de MSR, para
diversos valores de N e rI = 0,01. É assumido que reflexões realimentadas ao laser geram
N modos laterais de mesma amplitude.
248 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 5.11 Penalidade de potência induzida por chirp em função de |b2|B2L, para
diversos valores do parâmetro de chirp C. É assumido que os pulsos gaussianos pos-
suem chirp linear.
252 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 5.12 Diagramas de olho medidos a 40 Gb/s com receptor conectado diretamente
ao transmissor (linha superior) e após 263 km de fibra (linha inferior). Nas duas linhas,
sucessivos diagramas correspondem aos formatos NRZ, RZ, NRZ-DPSK e RZ-DPSK, res-
pectivamente. (Após a Ref. [122]; ©2004 IEEE.)
Sistemas de Ondas Luminosas 253
Para que a Eq. (5.4.12) seja usada, precisamos esclarecer o que queremos
dizer com abertura do olho. Idealmente, a amplitude do olho é máxima
no centro do bit slot e provê uma apropriada medida da abertura do olho.
Contudo, na prática, incerteza temporal dificulta a amostragem de cada
pulso exatamente no instante em que a amplitude do pulso é máxima. Se
aceitarmos uma incerteza de até 10% em cada lado do limiar de decisão,
podemos considerar um retângulo da maior área com uma base de 0,2Tb,
sendo Tb a duração de cada símbolo, que cabe no interior da porção aberta
do olho. A altura desse retângulo é, portanto, uma medida da abertura do
olho. Tal abordagem é comumente adotada em simulações numéricas.
Exercícios
5.1 Uma rede de distribuição usa um barramento óptico para distribuir o
sinal a 10 usuários. Cada derivação óptica acopla 10% da potência ao
usuário e tem 1 dB de perda de inserção. Assumindo que a estação 1
transmita 1 mW de potência ao longo do barramento óptico, calcule
a potência recebida pelas estações 8, 9 e 10.
5.2 Uma operadora de televisão a cabo usa um barramento óptico para
distribuir sinais de vídeo a seus assinantes. Cada receptor requer um
mínimo de 100 nW para operar satisfatoriamente. Derivações ópticas
acoplam 5% da potência a cada assinante. Assumindo 0,5 dB de perda
de inserção para cada derivação e 1 mW de potência transmitida,
estime o número de assinantes que podem ser adicionados ao barra-
mento óptico.
5.3 Para distribuir dados a seus assinantes, uma rede em estrela usa aco-
pladores direcionais com 9,5 dB de perda de inserção. Se cada receptor
requerer um mínimo de 100 nW e cada transmissor for capaz de emitir
0,5 mW, calcule o máximo número de assinantes servidos pela rede.
5.4 Faça um balanço de potência e calcule a máxima distância de trans-
missão para um sistema de onda luminosa em 1,3 mm que opera a
100 Mb/s e usa um LED para lançar 0,1 mW de potência média na
fibra. Assuma perda de 1 dB/km na fibra, 0,2 dB de perda em emenda
260 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
REFERÊNCIAS
[1]. HENRY, P. S.; LINKE, R. A.; GNAUCK, A. H. In: MILLER, S. E.; KAMINOW, I.
P. (Eds.). Optical Fiber Telecommunications II. Boston: Academic Press, 1988.
Capítulo 21.
[2]. GREEN, Jr., P. E. Fiber-Optic Networks. Upper Saddle River: Prentice Hall, 1993.
[3]. KAMINOW, I. P.; KOCH,T. L. (Eds.). Optical Fiber Telecommunications III. San
Diego: Academic Press, 1997.
[4]. KAMINOW, I. P., LI,T., (Eds.). Optical Fiber Telecommunications, v. 4B. Boston:
Academic Press, 2002.
[5]. MUKHERJEE, B. Optical WDM Networks. New York: Springer, 2006.
[6]. LAM, C. F. (Ed.). Passive Optical Networks: Principles and Practice. San Diego:
Academic Press, 2007.
[7]. KAMINOW, I. P., LI, T.; WILLNER, A. E., (Eds.). Optical Fiber Telecommuni-
cations, v. 5B. Boston: Academic Press, 2008.
[8]. RAMASWAMI, R.; SIVARAJAN, K.; SASAKI, G. Optical Networks: A Practical
Perspective. 3. ed. San Francisco: Morgan Kaufmann, 2009.
[9]. KEISER, G. E. Optical Fiber Communications. 4. ed. New York: McGraw-Hill,
2010.
[10]. PARASCHIS, L.; GERSTEL, O.; FRANKEL, M.Y. In: Kaminow, I. P., LI,T.; Willner,
A. E. (Eds.). Optical Fiber Telecommunications, v. 5B. Boston: Academic Press,
2008. Capítulo 12.
[11]. HARSTEAD, E.;VAN HEYNINGEN, P. H.KAMINOW, I. P., LI,T., (Eds.). Optical
Fiber Telecommunications, v. 4B. Boston: Academic Press, 2002.
[12]. WAGNER, R. E.In: KAMINOW, I. P., LI,T.,WILLNER, A. E., (Eds.). Optical Fiber
Telecommunications, v. 5B. Boston: Academic Press, 2008. Capítulo 10.
[13]. Bergman, K. In: KAMINOW, I. P.; LI, T.; WILLNER, A. E. (Eds.). Optical Fiber
Telecommunications, v. 5B. Boston: Academic Press, 2008. Capítulo 19.
[14]. ROSS, F. E. IEEE, J. Sel Areas Commun., v. 7, p. 1043, 1989.
[15]. GIMLETT, J. L. et al. Electron. Lett., v. 25, p. 596, 1989.
[16]. FUJITA, S. et al. Electron. Lett., v. 25, p. 702, 1989.
[17]. KLEEKAMP, C.; METCALF, B. Designer's Guide to Fiber Optics. Boston:
Cahners, 1978.
[18]. EVE, M. Opt. Quantum Electron., v. 10, p. 45, 1978.
262 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[67] PILIPETSKII, A. N. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 12, p. 484, 2006.
[68] GAUTHERON, O. C. R. Physique., v. 9, 2008.
[69] COUCH, P. E.; EPWORTH, R. E. J. Lightwave Technol., v. 1, p. 591, 1983.
[70] KANADA, T. J. Lightwave Technol., v. 2, p. 11, 1984.
[71] KOONEN, A. M. J. IEEE J. Sel. Areas Commun., v. 4, p. 1515, 1986.
[72] CHAN, P.; TJHUNG, T. T. J. Lightwave Technol., v. 7, p. 1285, 1989.
[73] SHANKAR, P. M. J. Opt. Commun., v. 10, p. 19, 1989.
[74] OLSON, G. A.; FORTENBERRY, R. M. Fiber Integ. Opt., v. 9, p. 237, 1990.
[75] GOODWIN, J. C.;VELIA, P. J. J. Lightwave Technol., v. 9, p. 954, 1991.
[76] OLSEN, C. M. J. Lightwave Technol., v. 9, p. 1742, 1991.
[77] ABE, K. et al. J. Lightwave Technol., v. 10, p. 401, 1992.
[78] KUCHTA, D. M.; MAHON, C. J. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 6, p. 288, 1994.
[79] OLSEN, C. M.; KUCHTA, D. M. Fiber Integ. Opt., v. 14, p. 121, 1995.
[80] BATES, R. J. S.; KUCHTA, D. M.; JACKSON, K. P. Opt. Quantum Electron.,
v. 27, p. 203, 1995.
[81] HO, C. -L. J. Lightwave Technol., v. 17, p. 1820, 1999.
[82] PAPEN, G. C.; MURPHY, G. M. J. Lightwave Technol., v. 13, p. 817, 1995.
[83] KOSAKA, H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 7, p. 926, 1995.
[84] OGAWA, K. IEEE J. Quantum Electron., v. 18, p. 849, 1982.
[85] THROSSELL, W. R. J. Lightwave Technol., v. 4, p. 948, 1986.
[86] CAMPBELL, J. C. J. Lightwave Technol., v. 6, p. 564, 1988.
[87] AGRAWAL, G. P.; Anthony, P. J.; Shen,T. M. J. Lightwave Technol., v. 6, p. 620, 1988.
[88] OLSEN, C. M.; STUBKJAER, K. E.; OLESEN, H. J. Lightwave Technol., v. 7,
p. 657, 1989.
[89] MORI, M.; OHKUMA,Y.;YAMAGUCHI, N. J. Lightwave Technol., v. 7, p. 1125,
1989.
[90] JIANG, W.; FENG, R.;YE, P. Opt. Quantum Electron., v. 22, p. 23, 1990.
[91] FYATH, R. S.; O’REILLY, J. J. IEE Proc., v. 137, Pt. J, p. 230, 1990.
[92] CHENG, W. -H.; CHU, A. -K. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 8, p. 611, 1996.
[93] AGRAWAL, G. P. IEEE J. Quantum Electron., v. 20, p. 468, 1984.
[94] AGRAWAL, G. P.; OLSSON, N. A.; DUTTA, N. K. Appl. Phys. Lett., v. 45, p. 597,
1984.
[95] FUJITA, T. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 20, p. 492, 1984.
[96] OLSSON, N. A. et al. J. Lightwave Technol., v. 3, p. 215, 1985.
[97] TKACH, R. W.; CHRAPLYVY, A. R. J. Lightwave Technol., v. 4, p. 1655, 1986.
[98] AGRAWAL, G. P.; SHEN, T. M. J. Lightwave Technol., v. 4, p. 58, 1986.
[99] GIMLETT, J. L.; CHEUNG, N. K. J. Lightwave Technol., v. 7, p. 888, 1989.
[100] YAMAMOTO, S. et al. J. Lightwave Technol., v. 8, p. 1716, 1990.
[101] AGRAWAL, G. P.; DUTTA, N. K. Semiconductor Lasers. 2. ed. New York: Van
Nostrand Reinhold, 1993.
[102] RYAN, A. T. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 30, p. 668, 1994.
[103] PETERMANN, K. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 1, p. 480, 1995.
[104] FYATH, R. S.; WAILY, R. S. A. Int. J. Opt., v. 10, p. 195, 1995.
[105] SHIKADA, M. et al. J. Lightwave Technol., v. 6, p. 655, 1988.
[106] HEIDEMANN, R. J. Lightwave Technol., v. 6, p. 1693, 1988.
[107] HO, K. -P.;WALKER, J. D.; KAHN, J. M. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 5, p. 892,
1993.
[108] FRISCH, D. A.; HENNING, I. D. Electron. Lett., v. 20, p. 631, 1984.
[109] LINKE, R. A. Electron. Lett., v. 20, p. 472, 1984; IEEE J. Quantum Electron.,
v. 21, p. 593, 1985.
[110] KOCH, T. L.; BOWERS, J. E. Electron. Lett., v. 20, p. 1038, 1984.
[111] KOYAMA, F.; SUEMATSU,Y. IEEE J. Quantum Electron., v. 21, p. 292, 1985.
[112] GNAUCK, A. H. et al. J. Lightwave Technol., v. 3, p. 1032, 1985.
[113] AGRAWAL, G. P.; POTASEK, M. J. Opt. Lett., v. 11, p. 318, 1986.
[114] CORVINI, P. J.; KOCH, T. L. J. Lightwave Technol., v. 5, p. 1591, 1987.
[115] O’REILLY, J. J.; da SILVA, H. J. A. Electron. Lett., v. 23, p. 992, 1987.
264 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Sistemas Multicanal
Em princípio, a capacidade de um sistema de comunicação óptica pode
ultrapassar 10 Tb/s, devido à alta frequência associada à portadora óptica.
Na prática, até 1990, a taxa de bits ficou limitada a 10 Gb/s ou menos,
em função das limitações impostas por efeitos dispersivos e não lineares, e
pela velocidade de componentes eletrônicos. Desde então, a transmissão de
múltiplos canais em uma mesma fibra forneceu uma forma simples de es-
tender a capacidade de sistemas além de 1 Tb/s. A multiplexação de canais
pode ser realizada no domínio do tempo ou da frequência, por meio de
multiplexação por divisão no tempo (TDM − Time-Division Multiplexing)
ou multiplexação por divisão em frequência (FDM − Frequency-Division
Multiplexing), respectivamente. É possível, também, utilizar as técnicas TDM
e FDM no domínio elétrico (veja a Seção 1.2.2). Para uma distinção ex-
plícita, é comum fazer referência às duas técnicas no domínio óptico como
TDM óptica (OTDM – Optical TDM) e multiplexação por divisão em compri-
mento de onda (WDM − Wavelength-Division Multiplexing), respectivamente.
O desenvolvimento de sistemas multicanal atraiu considerável atenção
no início da década de 1990, e sistemas WDM se tornaram disponíveis
comercialmente em 1996.
Este capítulo é organizado da seguinte maneira: as Seções 6.1 a 6.3
são dedicadas a sistemas de ondas luminosas WDM, considerando, em
diferentes seções, os aspectos de arquitetura deles, os componentes ópticos
necessários à implementação dos sistemas e questões de desempenho, como
interferência entre canais. A Seção 6.4 foca componentes básicos de sistemas
OTDM e questões relacionadas à implementação prática destes. Multi-
plexação em subportadora, esquema que implementa FDM no domínio de
micro-ondas, é discutida na Seção 6.5. A técnica de multiplexação por
divisão em código é o tema da Seção 6.6.
265
266 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 6.1 Janelas de transmissão de baixa perda de fibras de sílica nas regiões de
comprimentos de onda próximas de 1,3 e 1,55 mm. O detalhe mostra a técnica WDM
esquematicamente.
Figura 6.2 Enlace de fibra multicanal ponto a ponto. Pares separados de transmissores e
receptores são usados para enviar e receber sinais em diferentes comprimentos de onda.
BL = (B1 + B2 + … + BN ) L. (6.1.1)
Figura 6.3 Exemplo de rede de grande área na forma de vários anéis SONET interco-
nectados. (Após a Ref. [24]; ©2000 IEEE; reproduzido com permissão.)
272 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Essas redes são, muitas vezes, chamadas de redes em malha [24]. Hubs ou
nós localizados em grandes áreas metropolitanas contêm comutadores ele-
trônicos, que conectam quaisquer dois nós com a criação de um “circuito
virtual” entre eles ou usando comutação de pacotes por meio de protocolos
como TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol ou protocolo
de controle de transmissão/protocolo de Internet) ou modo de transferência
assíncrono (ATM – Asynchronous Transfer Mode). Com o advento de WDM
durante a década de 1990, os nós foram conectados por enlaces WDM ponto
a ponto, mas se realizava a comutação de modo eletrônico, mesmo em 2001.
Tais redes de transporte eram denominadas redes “opacas”, pois requeriam
conversão óptica-eletrônica. Em consequência, nem a taxa de bits nem o
formato de modulação podiam ser alterados sem alterar o equipamento de
comutação.
Uma rede totalmente óptica, em que um sinal WDM pode passar por múl-
tiplos nós (e, talvez, ser modificado com a adição ou a extração de certos canais),
é chamada de opticamente “transparente”. Redes WDM transparentes são de-
sejáveis, pois não requerem demultiplexação e conversão óptica-eletrônica de
todos os canais WDM. Em consequência, não são limitadas pelo gargalo
de velocidade de circuitos eletrônicos e podem ajudar a reduzir os custos de
instalação e manutenção de redes. Em uma rede WDM transparente
(Fig. 6.3), os nós comutam canais usando comutadores de cruzamento
(cross-connects). Em 2001, esses dispositivos ainda estavam em sua infância.
Uma topologia alternativa implementa uma rede WDM regional na
forma de vários anéis interconectados. A Figura 6.4 ilustra esse esquema [25].
Figura 6.4 Uma rede WDM com um anel alimentador conectado a várias redes de dis-
tribuição local. (Após a Ref. [25]; ©1999 IEEE; reproduzido com permissão.)
Sistemas Multicanal 273
Figura 6.6 Laço fotônico passivo para aplicações de laço local. (Após a Ref. [36]; ©1988
IEE; reimpresso com permissão.)
Filtros de Fabry-Perot
Um interferômetro de Fabry-Perot (FP) – uma cavidade formada por dois
espelhos – age como um filtro óptico sintonizável caso seu comprimento
seja controlado eletronicamente, por meio de um transdutor piezoelétrico
[Fig. 6.8(a)]. A transmitância de um filtro FP é máxima em comprimentos
de onda que correspondam às frequências de modos longitudinais dadas
na Eq. (3.3.5). Portanto, o espaçamento de frequência entre dois máximos
de transmissão adjacentes, conhecido como intervalo ou faixa espectral livre
(FSR − Free Spectral Range), é fornecido por:
∆v L = c / ( 2n g L ) , (6.2.1)
fibra que formam o espaçamento são revestidas para atuar como espelhos
de alta refletividade [42]. Toda a estrutura é inclusa em uma câmara pie-
zoelétrica, de modo que o comprimento do espaçamento seja variado ele-
tronicamente para sintonia e seleção de um canal específico. A vantagem de
filtros FP é poderem ser integrados com o sistema sem incorrerem perdas por
acoplamento.Tais filtros foram usados em enlaces de fibra WDM comerciais a
partir de 1996. O número de canais é, tipicamente, limitado a menos de 100
(F ≈ 155, para espelhos com refletividade de 98%), mas pode ser aumentado
com o uso de dois filtros FP em cadeia. Embora seja relativamente lenta,
devido à natureza mecânica do mecanismo de sintonia, a sintonia é adequada
para algumas aplicações.
Filtros FP sintonizáveis também podem ser produzidos usando vários
outros materiais, como cristais líquidos e guias de onda de semicondutor
[43]-[48]. Filtros baseados em cristal líquido fazem uso da natureza aniso-
trópica de cristais líquidos, que possibilita alterar o índice de refração ele-
tronicamente. Uma cavidade FP ainda é formada com a inclusão do material
de cristal líquido entre dois espelhos de alta refletividade, mas a sintonia
é realizada por alteração do índice de refração, e não do comprimento da
cavidade.Tais filtros FP podem prover alta finesse (F ∼ 300), com largura de
banda da ordem de 0,2 nm [43], podendo ser sintonizados eletronicamente
ao longo de 50 nm, mas o tempo de sintonia é tipicamente de ∼1 ms ou
mais quando se utilizam cristais líquidos nemáticos. O tempo de sintonia
pode ser reduzido para menos de 10 ms com o uso de cristais líquidos es-
méticos [44].
Filmes finos dielétricos são comumente utilizados para fabricação de
filtros interferométricos de banda estreita [45]. A ideia básica é muito sim-
ples. Uma pilha de filmes finos projetados adequadamente atua como um
espelho de alta refletividade. Se dois desses espelhos forem separados por uma
camada dielétrica, forma-se uma cavidade FP, que age como filtro óptico. É
possível ajustar a resposta de banda passante para um filtro de microcavidade
formado por múltiplos espelhos de filme fino separados por várias camadas
espaçadoras. A sintonia pode ser realizada de diferentes formas. Em uma
abordagem, um guia de onda de InGaAsP/InP permite sintonia eletrônica
[46]. Filtros FP baseados em silício podem ser sintonizados por um mecanis-
mo termo-óptico [47]. Sintonia micromecânica também tem sido utilizada
para filtros FP baseados em InAlGaAs [48]. Tais filtros exibem faixa de
sintonia de 40 nm, com largura de banda < 0,35 nm na região de 1,55 mm.
Filtros de Mach-Zehnder
É possível, também, utilizar uma cadeia de interferômetros de Mach-Zehnder
(MZ) para criar um filtro óptico sintonizável [49]-[51]. Um interferômetro
MZ pode ser construído simplesmente pela conexão das duas portas de saída
Sistemas Multicanal 281
Filtros Acusto-Ópticos
Em outra classe de filtros sintonizáveis, a grade de difração é formada di-
namicamente por meio de ondas acústicas. Esse tipo de filtro, denominado
filtro acusto-óptico, exibe uma grande faixa de sintonia (> 100 nm), sendo
muito adequado para aplicações de WDM [69]-[73]. O mecanismo físico
responsável pelo funcionamento de filtros acusto-ópticos é o efeito fotoelástico,
pelo qual uma onda acústica que se propaga em um material acusto-óptico
cria mudanças periódicas no índice de refração (correspondendo às regiões
de compressão e rarefação locais). Na verdade, as ondas acústicas criam uma
grade periódica de índice de refração que pode difratar um feixe óptico.
A seletividade de comprimento de onda advém dessa grade de difração
induzida acusticamente. Quando uma onda transverso elétrica (TE), com
vetor de propagação k é difratada por essa grade, sua polarização pode ser
alterada de TE para transverso magnética (TM), caso a condição de casamento
de fase k = k ± Ka seja satisfeita, em que k9 e Ka são os vetores de onda
associados às ondas TM e acústica, respectivamente.
Filtros acusto-ópticos sintonizáveis podem ser criados com uso de com-
ponentes concentrados ou de guias de onda; os dois tipos são disponíveis
comercialmente. Para aplicações de WDM, a tecnologia de guias de onda de
LiNbO3 é utilizada com frequência, pois é capaz de produzir filtros acusto-
ópticos compactos e independentes de polarização, com largura de banda da
ordem de 1 nm e faixa de sintonia de 100 nm [70].A configuração básica, ilus-
trada esquematicamente na Figura 6.8(d), utiliza dois divisores de polarização
de feixe, dois guias de onda de LiNbOs, um transdutor de onda acústica de
superfície, tudo integrado no mesmo substrato. O sinal de WDM incidente
é dividido em suas componentes de polarizações ortogonais pelo primeiro
divisor de feixe. O canal, cujo comprimento de onda l satisfaz a condição
de Bragg l = (∆n)a, é direcionado a uma porta de saída diferente pelo
segundo divisor de feixe, devido a uma mudança de polarização induzida
acusticamente; todos os outros canais seguem para a outra porta de saída. A
diferença ∆n entre índices TE-TM é da ordem de 0,07 em LiNbO3. Nas
proximidades de l = 1,55 mm, o comprimento de onda acústico a deve ser
da ordem de 22 mm, valor que corresponde a uma frequência de 170 MHz,
284 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 6.9 Demultiplexador baseado em grade de difração, com uso de uma (a) lente
convencional e (b) lente de índice gradual.
286 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
O sinal WDM que entra pela porta 1 sai pela porta 2 e passa pela grade de
difração de Bragg. O canal extraído aparece na porta 3, enquanto os canais
restantes entram novamente no circulador pela porta 5 e saem do dispositivo
pela porta 6. O canal a ser adicionado deve entrar pela porta 4. O esquema
(b) funciona de modo similar, mas usa duas grades de difração idênticas para
reduzir o nível de interferência. Diversas variações são possíveis.
6.2.4 Acopladores-Estrela
O papel de um acoplador-estrela, como visto na Figura 6.5, é combinar
sinais ópticos que entrem em suas múltiplas portas de entrada e dividi-los
igualmente entre suas portas de saída. Diferentemente de demultiplexadores,
acopladores-estrela não contêm elementos seletivos de comprimento de onda,
pois não tentam separar canais individuais. Não é necessário que o número
de portas de entrada seja igual ao de portas de saída. Por exemplo, no caso de
distribuição de vídeo, um relativamente pequeno número de canais de vídeo
(digamos, 100) pode ser enviado a milhares de assinantes. Em geral, o número
de portas de entrada é igual ao de portas de saída no caso de LANs de difusão
e seleção, nas quais cada usuário deseja receber todos os canais (Fig. 6.5). Um
acoplador-estrela passivo desse tipo é referido como estrela de difusão N × N,
sendo N o número de portas de entrada (e de saída). Uma estrela refletiva, em
que o sinal combinado é refletido de volta às portas de entrada, é, às vezes,
usada em aplicações de LAN. Tal geometria permite considerável economia
de fibra, quando os usuários estão distribuídos em uma grande área geográfica.
Vários tipos de acopladores-estrela foram desenvolvidos para aplicações
de LAN [111]-[117]. Uma das primeiras abordagens utilizou acopladores de
3 dB em fibra [112]. Um acoplador de 3 dB em fibra divide dois sinais
de entrada entre duas portas de saída, a mesma funcionalidade requerida de
um acoplador-estrela 2 × 2. Estrelas de ordem superior N × N podem
ser formadas por combinação de vários acopladores 2 × 2, desde que
N seja um múltiplo de 2. A Figura 6.14 mostra uma estrela 8 × 8 formada
Figura 6.14 Acoplador-estrela 8 × 8 formado por doze acopladores 2 × 2 em fibra
monomodo.
Sistemas Multicanal 293
n1 (δ p + δq′ ) + n2 ∆L = Q λ (6.2.5)
Figura 6.17 Ilustração esquemática de um laser para WDM feito com a integração
de um AWG no interior da cavidade do laser. (Após a Ref. [123]; ©1996 IEEE; reimpresso
com permissão.)
298 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 6.18 Ilustração esquemática de um transmissor de 10 canais para WDM feito com a
tecnologia CIF de larga escala. (Após a Ref. [128]; ©2005 IEEE; reimpresso com permissão.)
Sistemas Multicanal 299
A largura espectral desses pulsos é muito larga e pode ser alargada a 50 nm
ou mais por introdução de chirp por meio de 10-15 km de fibra padrão de
telecomunicações. Fatiamento espectral da saída por um demultiplexador é
capaz de, novamente, prover muitos canais, e cada um pode ser modulado de
modo independente. Essa técnica também permite modulação simultânea
de todos os canais em um único modulador antes da demultiplexação, se
o modulador for excitado por uma adequada sequência de bits elétricos
composta por TDM. Uma fonte WDM de 32 canais foi demonstrada em
1996 com o uso desse método [138]. Desde então, essa técnica é usada para
prover fontes com mais de 1.000 canais.
Quanto a receptores, receptores de múltiplos canais para WDM foram
desenvolvidos apenas por seu uso poder simplificar o projeto de sistemas e re-
duzir o custo total [141]-[145]. Receptores monolíticos integram um arranjo
de fotodiodos com um demultiplexador em um mesmo chip. Tipicamente,
um demultiplexador baseado em grade de difração côncava ou WGR é inte-
grado com o arranjo de fotodiodos. Até amplificadores eletrônicos podem ser
integrados no mesmo chip. A configuração desse receptor integrado é similar
à do transmissor ilustrado na Figura 6.17, exceto pelo fato de não ser formada
uma cavidade e o arranjo de amplificadores ser substituído por um arranjo de
fotodiodos. Um receptor WDM desse tipo foi fabricado pela primeira vez em
1995 com a integração de um WGR de oito canais (espaçados de 0,8 nm),
oito fotodiodos p-i-n e oito pré-amplificadores por meio da tecnologia de
transistores bipolares de heterojunção [141]. Em 2007, receptores CIF com
grande número de fotodiodos se tornaram disponíveis [130].
n ≠m
que Pm é a potência no m-ésimo canal e Tmn, a transmitância do filtro para o
canal n quando o m-ésimo canal é selecionado. Interferência ocorre quando
Tmn ≠ 0 para n ≠ m a qual é dita fora da banda porque pertence a canais que
residem fora da banda espectral ocupada pelo canal detectado. A natureza
incoerente dessa interferência também fica aparente no fato de depender
somente da potência de canais vizinhos.
Para avaliar o impacto desse tipo de interferência no desempenho de
um sistema, devemos considerar a penalidade de potência, definida como a
potência adicional necessária para que o receptor combata o efeito da in-
terferência. A fotocorrente gerada em resposta à potência óptica incidente
é fornecida por
N
I = Rm Pm + ∑ R nTmn Pn ≡ I ch + I X , (6.3.1)
n ≠m
1 1
(δX I ch + I X ) − I X − (δX I ch + I X ) = I ch , (6.3.2)
2 2
ou quando dX = 1 + IX/Ich. A grandeza dX é apenas a penalidade de potência
para o m-ésimo canal. Usando IX e Ich da Eq. (6.3.1), dX pode ser escrito
(em dB) como:
R nTmn Pn
∑
N
δX = 10 log 10 1 + n ≠m
, (6.3.3)
Rm Pm
δX ≈ 10 log 10 (1 + X ) , (6.3.4)
n ≠m
a fração da potência total que vaza em um canal específico, proveniente de
todos os outros canais. O valor numérico de X depende das características
de transmissão do filtro óptico em uso. Para um filtro FP, X pode ser obtido
em forma fechada [147].
Essa análise da penalidade induzida pela interferência foi baseada no
fechamento do olho, e não na taxa de erro de bit (BER). Podemos obter
uma expressão para a BER se IX for tratada como uma variável aleatória na
Eq. (6.3.1). Para um dado valor de IX, obtemos a BER segundo a análise
da Seção 4.5.1. Em particular, a BER é fornecida pela Eq. (4.5.6), com as
correntes nos estados ligado e desligado dadas por I1 = Ich + IX e I0 = IX,
respectivamente, se assumirmos que Ich = 0 no estado desligado. O limiar
de decisão é ajustado em ID = Ich (1 + X)/2, que corresponde à situação de
pior caso, em que todos os canais vizinhos estão no estado ligado. A BER
final é obtida tomando a média na distribuição da variável aleatória IX. A
distribuição de IX foi calculada para um filtro FP e, em geral, está longe de
ser gaussiana. É possível calcular a penalidade de potência induzida pela
interferência dx determinando o aumento em Ich para manter certo valor da
BER. A Figura 6.19 mostra a penalidade calculada para diversos valores
da BER, em função de N/F [147], com a escolha F = 100. A linha cheia
corresponde ao caso sem erro (BER = 0). A penalidade de potência pode
Sistemas Multicanal 303
Figura 6.19 Penalidade de potência induzida por interferência, para três diferentes
valores da BER, para um filtro FP de finesse F = 100. (Após a Ref. [147]; ©1990 IEEE; reim-
presso com permissão.)
ser mantida abaixo de 0,2 dB, para garantir uma BER = 10−9, para valores
de N/F de até 0,33. Da Eq. (6.2.2), para esses filtros FP, o espaçamento entre
canais pode ser de até três vezes a taxa de bits.
rX2 = ( ∆P ) / Pm2 = X ( N − 1) ,
2
(6.3.8)
e X = Pn/Pm é o nível de interferência definido como a fração da potência
que vaza pelo WGR, tomada como a mesma para todas as N – 1 fontes de
interferência coerente na banda, assumindo iguais potências. Uma média
foi tomada nas fases substituindo cos 2 θ = 21 . Adicionalmente, rX2 foi multi-
plicado por outro fator 21 para levar em conta o fato de Pn ser zero, em
Sistemas Multicanal 305
M
dPn
+ α Pn = C R Pn ∑ (n − m ) Pm , (6.3.11)
dz m =1
m =1
Essa equação mostra que as potências dos canais seguem uma distribuição
exponencial em função do acoplamento induzido pelo ganho Raman entre
todos os canais.
O fator de depleção DR para o canal no comprimento de onda mais
curto (n = 1) é obtido usando DR = (P10 – P1)/P10, sendo P10 = P1(0) exp(aL)
a potência de canal esperada na ausência de SRS. No caso de mesma potên-
cia em todos os canais, Pt = MPch na Eq. (6.3.12) e DR é determinado por
1
M senh MC R Pch L eff
1 2
DR = 1 − exp − M ( M − 1) C R Pch L eff . (6.3.13)
2 1 2
senh M C R Pch L eff
2
Figura 6.20 Penalidade de potência induzida por ganho Raman em função do número
de canais, para diversos valores de Pch. Os canais são espaçados por 100 GHz e apresen-
tam a mesma potência inicial.
308 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 6.21 Potência de saída (círculos cheios) e potência SBS refletida (círculos vazios)
em função da potência lançada na fibra. (Após a Ref. [174]; ©1992 IEEE; reimpresso com
permissão.)
γ N
φ NL
j = Pj + 2∑ Pm , (6.3.14)
α
m≠ j
em que o primeiro termo é devido a SPM e Leff foi substituído por 1/a,
assumindo aL ≫ 1. O parâmetro g fica na faixa de 1 − 10 W−1km−1,
dependendo do tipo de fibra usado; os maiores valores ocorrem para fibras
compensadoras de dispersão. O deslocamento de fase não linear depende
do padrão de bits nos vários canais e pode variar de zero ao valor máximo
para canais φmax = g/a)(2N – 1)Pj, se assumirmos mesma potência em todos
os canais.
A rigor, o deslocamento de fase induzido por XPM não deveria afetar o
desempenho do sistema se os efeitos de GVD forem desprezíveis. Contudo,
qualquer dispersão na fibra converte deslocamentos dependentes do padrão
de bits em flutuações de potências, reduzindo a SNR no receptor. Essa
conversão pode ser entendida observando que os deslocamentos de fase de-
pendentes do tempo levam a chirp de frequência, o que afeta o alargamento
de sinal induzido por dispersão. A Figura 6.22 mostra flutuações induzidas
por XPM, para um canal-sonda CW lançado juntamente com um canal
de bombeamento modulado a 10 Gb/s no formato NRZ. A potência do
1 − exp [− (α + i ∆k ) L ]
2
ηF = . (6.3.18)
(α + i ∆k ) L
A eficiência de FWM F depende do espaçamento entre canais por meio
do descasamento de fase, governado por
∆k = βF + βk − βi − β j ≈ β 2 (ωi − ωk ) (ω j − ωk ) , (6.3.19)
Figura 6.25 Esquemas de demultiplexação para sinais OTDM baseados em (a) modula-
dores de LiNbO3 em cascata, (b) XPM em um anel óptico refletivo não linear e (c) FWM
em um meio não linear.
(mRP )
2
/2
CNR = , (6.5.2)
σ + σ + σ + σ IMD
2
s
2
T
2 2
I
σ I2 = ( RIN ) ( RP ) ( 2∆f ) .
2
(6.5.3)
O valor RMS de σIMD depende dos valores das distorções CSO e CTB.
Os requisitos de CNR de sistemas SCM dependem do formato de
modulação. No caso do formato AM-VSB, a CNR deve, tipicamente,
exceder 50 dB, para desempenho satisfatório. Valores tão altos podem ser
realizados somente com o aumento da potência óptica recebida P a um
valor relativamente alto (> 0,1 mW). Essta exigência apresenta dois efeitos.
Primeiro, o balanço de potência de sistemas SCM AM analógicos é ex-
tremamente limitado, a menos que a potência do transmissor seja aumentada
acima de 10 mW. Segundo, a contribuição do ruído de intensidade ao ruído
do receptor domina o desempenho do sistema, pois σ I aumenta com o
2
m2
CNR ≈ . (6.5.4)
4 ( RIN ) ∆f
Figura 6.30 Codificação de dados binários em sistemas CDM usando uma sequência
de assinatura na forma de um código de 7 chips.
336 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 6.34 Receptor para um sistema híbrido WDM-CDMA que compartilha a mes-
ma largura de banda espectral. Um filtro rejeita faixa de banda estreita é usado no
decodificador para remover o sinal WDM. (Após a Ref. [273]; ©2001 IEEE; reimpresso
com permissão.)
342 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Exercícios
6.1 Fibras secas têm perdas aceitáveis em uma região espectral que se
estende de 1,3 a 1,6 mm. Estime a capacidade de um sistema WDM
que cobre toda essa região usando canais de 40 Gb/s espaçados por
50 GHz.
6.2 As bandas espectrais C e L cobrem a região de comprimentos de
onda entre 1,53 e 1,61 m. Quantos canais podem ser transmitidos
por WDM quando o espaçamento entre canais é de 25 GHz? Qual
é o efetivo produto taxa de bits-distância quando um sinal WDM
que cobre as duas bandas com sinais de 10 Gb/s é transmitido por
2000 km?
6.3 Uma estrela difusora 128 × 128 é feita com acopladores direcionais
2 × 2, cada um com perda de inserção de 0,2 dB. Cada canal transmite 1
mW de potência média e requer 1 mW de potência recebida média para
operação em 1 Gb/s. Qual a máxima distância de transmissão
para cada canal? Assuma uma perda de 0,25 dB no cabo de fibra e
uma perda de 3 dB em conectores e emendas.
6.4 Um filtro Fabry-Perot de comprimento L tem a mesma refletividade R
nos dois espelhos. Deduza uma expressão para o espectro transmitido
T(ν), considerando múltiplos percursos de ida e volta no interior da
cavidade preenchida com ar. Use essa expressão para mostrar que a
finesse é dada por F = π R / (1 − R ) .
6.5 Um filtro Fabry-Perot é usado para selecionar 100 canais espaçados
por 0,2 nm. Quais devem ser o comprimento e as refletividades do
filtro? Assuma uma taxa de bits de 10 Gb/s, índice de refração de 1,5
e comprimento de onda de operação de 1,55 mm.
6.6 A ação de um acoplador de fibra é governada pela equação ma-
tricial Eout = TEin, em que T é a matriz de transferência 2 × 2 e
E, um vetor-coluna cujas componentes representam os campos de
entrada (ou de saída) nas duas portas. Assumindo que a potência
Sistemas Multicanal 343
iκ sin ( qL )
r g (δ ) =
q cos ( qL ) − iδ sin ( qL )
REFERÊNCIAS
[1] LSHIO, H.; MINOWA, J.; NOSU, K. J. Lightwave Technol., v. 2, p. 448, 1984.
[2] WINZER, G. J. Lightwave Technol., v. 2, p. 369, 1984.
[3] OLSSON, N. A. et al. Electron. Lett., v. 21, p. 105, 1985.
[4] BRACKETT, C. A. IEEE J. Sel. Areas Commun., v. 8, p. 948, 1990.
[5] GREEN, JR., P. E. Fiber-Optic Networks. Upper Saddle River: Prentice-Ha11,
1993.
[6] LAUDE, J. -P. DWDM Fundamentais, Components, and Applications. Norwood:
Artech House, 2002.
[7] MUKHERJEE, B. Optical WDM Networks. New York: Springer, 2006.
[8] STEM, T. E.; ELLINAS, G.; BALA, K. Multiwavelength Optical Networks:
Architectures, Design, and Control. New York: Cambridge University Press, 2009.
[9] RAMASWARNI, R.; SIVARAJAN, K.; SASAKI, G. Optical Networks: A Practical
Perspective. 3. ed. San Francisco: Morgan Kaufmann, 2009.
[10] STAVDAS, A. (Ed.). Core and Metro Networks. Hoboken: Wiley, 2000.
[11] KEISER, G. E. Optical Fiber Communications. 4. ed. New York: McGraw-Hill,
2010.
[12] GNAUCK, A. H. et al. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 1032, 2008.
[13] ZYSKIND, J. et al. KARNINOW, I. P., LI,T., (Eds.). Optical Fiber Telecommuni-
cations, v. 4B. Boston: Academic Press, 2002. Capítulo 5.
[14] ZHOU, X. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDPB9, 2010.
[15] SANO, A. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDPB7, 2010.
[16] CHRAPLYVY, A. R. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 7, p. 98, 1995.
[17] FUKUCHI, K. et al. Proc. Optical Fiber Commun. Conf., Paper PDP24, 2001.
[18] BERGANO, N. S.; DAVIDSON, C. R. J. Lightwave Technol., v. 14, p. 1287, 1996.
[19] BERGANO, N. S. In: KAMINOW, I. P., LI, T., (Eds.). Optical Fiber Telecommu-
nications, v. 4B. Boston: Academic Press, 2002.
[20] BERGANO, N. S. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 5125, 2005.
Sistemas Multicanal 345
[63] PARK, K. N. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 10, p. 555, 1998.
[64] IOCCO, A. et al. J. Lightwave Technol., v. 17, p. 1217, 1999.
[65] ORTEGA, B.; CAPMANY, J.; CRUZ, J. L. J. Lightwave Technol., v. 17, p. 1241,
1999.
[66] GOH, C. S.; SET, S.Y.; KIKUCHI, K. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 14, p. 1306,
2002.
[67] LEE, H.; AGRAWAL, G. Opt. Express, v. 12, p. 5595, 2004.
[68] LI, H. et al. J. Lightwave Technol., v. 25, p. 2739, 2007.
[69] SMITH, D. A. et al. J. Lightwave Technol., v. 14, p. 1005, 1996.
[70] JACKEL, J. L. et al. J. Lightwave Technol., v. 14, p. 1056, 1996.
[71] HERRMANN, H.; SCHAFER, K.; SCHMIDT, C. IEEE Photon. Technol. Lett.,
v. 10, p. 120, 1998.
[72] DIMMICK, T. E. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 1210, 2000.
[73] SAPRIEL, J. et al. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 892, 2002.
[74] AGRAWAL, G. P. Nonlinear Fiber Optics. 4. ed. Boston: Academic Press, 2007.
[75] TKACH, R.W.; CHRAPLYVY, A. R.; DEROSIER, R. M. IEEE Photon. Technol.
Lett., v. 1, p. 111, 1989.
[76] MARGARI, K. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 24, p. 2178, 1988.
[77] NUMAI, T.; MURATA, S.; MITO, I. Appl. Phys. Lett., v. 53, p. 1168, 1988.
[78] DUBOVITSKY, S.; STEIER, W. H. J. Lightwave Technol., v. 14, p. 1020, 1996.
[79] HENRY, C. H. et al. J. Lightwave Technol., v. 8, p. 748, 1990.
[80] MCGREER, K. A. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 8, p. 553, 1996.
[81] SUN, S. J.; MCGREER, K. A.; BROUGHTON, J. N. IEEE Photon. Technol. Lett.,
v. 10, p. 90, 1998.
[82] TIMOFEEV, F. N. et al. Opt. Quantum Electron., v. 31, p. 227, 1999.
[83] WISELY, D. R. Electron. Lett., v. 27, p. 520, 1991.
[84] VERBEEK, B. H. et al. J. Lightwave Technol., v. 6, p. 1011, 1988.
[85] ODA, K. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 1, p. 137, 1989.
[86] TAKATO, N. et al. IEEE J. Sel. Areas Commun., v. 8, p. 1120, 1990.
[87] HIBINO,Y. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 8, p. 84, 1996.
[88] KAWASAKI, B. S.; HILL, K. O.; GAUMONT, R. G. Opt. Lett., v. 6, p. 327, 1981.
[89] SMIT, M. K.;VAN DAM, C. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 2, p. 236,
1996.
[90] MESTRIC, R. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 2, p. 251, 1996.
[91] OKAYAMA, H.; KAWAHARA, M.; KAMIJOH, T. J. Lightwave Technol., v. 14, p.
985, 1996.
[92] DRAGONE, C. J. Lightwave Technol., v. 16, p. 1895, 1998.
[93] KANEKO, A. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 5, p. 1227, 1999.
[94] KATO, K.;TOHMORI,Y. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 6, p. 4, 2000.
[95] DOERR, C. R.; OKAMOTO, K. In: KAMINOW, I. P., LI,T.,WILLNER, A. E., (Eds.).
Optical Fiber Telecommunications, v. 5A. Boston: Academic Press, 2008. Capítulo
9.
[96] TAKADA, K. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 577, 2001.
[97] FEUER, M. D.; KIPLER, D. C.;WOODWARD, S. L.KAMINOW, I. P., LI,T.,WILL-
NER, A. E., (Eds.). Optical Fiber Telecommunications, v. 5B. Boston: Academic
Press, 2008. Capítulo 8.
[98] SHEHADEH, F. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 7, p. 1075, 1995.
[99] HAUS, H. A.; LAI,Y. J. Lightwave Technol., v. 10, p. 57, 1992.
[100] ZIMGIB1, M.; JOYNER, C. H.; GLANCE, B. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 6,
p. 513, 1994.
[101] KUZNETSOV, M. J. Lightwave Technol., v. 12, p. 226, 1994.
[102] YAFFE, H. H. et al. J. Lightwave Technol., v. 12, p. 1010, 1994.
[103] BILODEAU, F. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 7, p. 388, 1995.
[104] MIZUOCHI, T. et al. J. Lightwave Technol., v. 16, p. 265, 1998.
[105] AUGUSTSSON, T. J. Lightwave Technol., v. 16, p. 1517, 1998.
[106] ROTOLO, S. et al. J. Lightwave Technol., v. 18, p. 569, 2000.
Sistemas Multicanal 347
[155] BAEKELANDT, B. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 20, p. 587, 2008.
[156] MINARDI, M. J.; INGRAM, M. A. Electron. Lett., v. 28, p. 1621, 1992.
[157] HO, K. -P.; KHAN, J. M. J. Lightwave Technol., v. 14, p. 1127, 1996.
[158] LI, Z.; LI, G. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 811, 2006.
[159] CHRAPLYVY, A. R. J. Lightwave Technol., v. 8, p. 1548, 1990.
[160] SHIBATA, N. et al. IEEE J. Sel. Areas Commun., v. 8, p. 1068, 1990.
[161] FORGHIERI, F.; TKACH, R. W.; CHRAPLYVY, A. R. In: KARNINOW, I. P.,
KOCH,T. L., (Eds.). Optical Fiber Telecommunications, v. 3A. Boston: Academic
Press, 1997. Capítulo 8.
[162] KANI, J. et al. J. Lightwave Technol., v. 17, p. 2249, 1999.
[163] BAYVEL, P.; KILLEY, R. I. In: KAMINOW, I. P., LI, T., (Eds.). Optical Fiber Tele-
communications, v. 4B. Boston: Academic Press, 2002. Capítulo 13.
[164] WU, M.; WAY, W. I. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 1483, 2004.
[165] TOULOUSE, J. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 3625, 2005.
[166] CHRISTODOULIDES, D. N.; JANDER, R. B. IEEE Photon. Technol. Lett., v.
8, p. 1722, 1996.
[167] WANG, J.; SUN, X.; ZHANG, M. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 10, p. 540, 1998.
[168] MARHIC, M. E.;YANG, F. S.; KAZOVSKY, L. G. J. Opt. Soe. Am. B., v. 15, p. 957,
1998.
[169] GRANDPIERRE, A. G.; CHRISTODOULIDES, D. N.; TOULOUSE, J. IEEE
Photon. Technol. Lett., v. 11, p. 1271, 1999.
[170] HO, K. -P. J. Lightwave Technol., v. 19, p. 159, 2000.
[171] MCLNTOSH, C. M. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 302, 2001.
[172] JIANG, Z.; FAN, C. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 953, 2003.
[173] YAMAMOTO, T.; NORIMATSU, S. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 2229, 2003.
[174] MAO, X. P. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 4, p. 66, 1992.
[175] FISHMAN, D. A.; NAGEL, J. A. J. Lightwave Technol., v. 11, p. 1721, 1993.
[176] YOSHIZAWA, N.; IMAI, T. J. Lightwave Technol., v. 11, p. 1518, 1993.
[177] SHIRAKI, K.; OHASHI, M.; TATEDA, M. J. Lightwave Technol., v. 14,
p. 50, 1996.
[178] HORIUCHI,Y.;YAMAMOTO, S.; AKIBA, S. Electron. Lett., v. 34, p. 390, 1998.
[179] TSUJIKAWA, K. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 10, p. 1139, 1998.
[180] ADAMS, L. E. et al. Fiber Integ. Opt., v. 17, p. 311, 1998.
[181] LEE, S.S. et al. pt l13, p. 741, 2001.
[182] LI, M. et al. Opt. Express, v. 15, p. 8290, 2007.
[183] SAKAMOTO, T. et al. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 4401, 2009.
[184] CHIANG, T. et al. J. Lightwave Technol., v. 14, p. 249, 1996.
[185] BELLOTTI, G. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 10, p. 1745, 1998.
[186] CARTAXO, A.V. T. J. Lightwave Technol., v. 17, p. 178, 1999.
[187] HUI, R. E.; DEMAREST, K. R.; ALLEN, C.T. J. Lightwave Technol., v. 17, p. 1018,
1999.
[188] NELSON, L. E. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 11, p. 907, 1999.
[189] SHTAIF, M.; EISELT, M.; GARETTT, L. D. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13,
p. 88, 2000.
[190] YU, J. J.; JEPPESEN, P. Opt. Commun., v. 184, p. 367, 2000.
[191] BELLOTTI, G.; BIGO, S. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 726, 2000.
[192] KILLEY, R. I. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 804, 2000.
[193] BELLOTTI, G. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 1403, 2000.
[194] BETTI, S.; GIACONI, M. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 43, 2001. v. 13,
p. 305, 2001.
[195] LIN, Q.; AGRAWAL, G. P. IEEE J. Quantum Electron., v. 40, p. 958, 2004.
[196] HO, K. -P.; WANG, H. C. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 396, 2006.
[197] SINKIN, O.V.; GRIGORYAN,V. S.; MENYUK, C. R. J. Lightwave Technol., v. 25,
p. 2959, 2007.
[198] SHIBATA, N.; BRAUN, R. P.;WAARTS, R. G. IEEE J. Quantum Electron., v. 23,
p. 1205, 1987.
Sistemas Multicanal 349
[199] SUZUKI, H.; OHTERU, S.; TAKACHIO, N. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 11,
p. 1677, 1999.
[200] LEE, J. S.; LEE, D. H.; PARK, C. S. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 10, p. 825, 1998.
[201] MAWATARI, H. et al. J. Lightwave Technol., v. 17, p. 918, 1999.
[202] IKEGAMI, T.; SUDO, S.; SAKAI,Y. Frequency Stabilization of Semiconductor
Laser Diodes. Boston: Artec House, 1995.
[203] GUY, M. et al. J. Lightwave Technol., v. 14, p. 1136, 1996.
[204] LEE, H. J. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 10, p. 276, 1998.
[205] PARK,Y.; LEE, S.T.; CHAE, C. J. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 10, p. 1446, 1998.
[206] ONO, T.;YANO,Y. IEEE J. Quantum Electron., v. 34, p. 2080, 1998.
[207] NASU, H. et al. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 1344, 2004.
[208] NASU, H. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 11, p. 157, 2005.
[209] TISSOT,Y.; LIMBERGER, H. G.; SALATHE, R. -P. IEEE Photon. Technol. Lett.,
v. 19, p. 1702, 2007.
[210] ZHOU, J.; O’MAHONY, M. J. IEE Proc., v. 143, p. 178, 1996.
[211] FEI,Y. S. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 11, p. 1189, 1999.
[212] ZHANG, K. J. et al. Opt. Express, v. 40, p. 1199, 2001.
[213] ELLIS, A. D. et al. J. Lightwave Technol., v. 13, p. 761, 1995.
[214] BØDTKER, E.; BOWERS, J. E. J. Lightwave Technol., v. 13, p. 1809, 1995.
[215] CHAN,V. W. S. et al. J. Lightwave Technol., v. 16, p. 2146, 1998.
[216] KAWANISHI, S. IEEE J. Quantum Eiectron., v. 34, p. 2064, 1998.
[217] NAKAZAWA, M. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 6, p. 363, 2000.
[218] ULMER, T. G. et al. J. Lightwave Technol., v. 18, p. 1964, 2000.
[219] SARUWATARI, M. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 6, p. 1363, 2000.
[220] TURKIEWICZ, J. P. et al. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 225, 2005.
[221] WEBER, H. -G. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 4616, 2006.
[222] OHARA, T. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Eiectron., v. 13, p. 40, 2007.
[223] MURAI, H. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 13, p. 70, 2007.
[224] IGARASHI, K.; KIKUCHI, K. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 14,
p. 551, 2008.
[225] YAMAMOTO, T.;YOSHIDA, E.; NAKAZAWA, M. Electron. Lett., v. 34, p. 1013,
1998.
[226] MORIOKA, T. et al. Electron. Lett., v. 32, p. 833, 1996.
[227] HANSRYD, J.; ANDREKSON, P. A. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 732,
2001.
[228] KAWANISHI, S. et al. Electron. Lett., v. 32, p. 916, 1996.
[229] NAKAZAWA, M.;YAMAMOTO,T.;TAMURA, K. R. Electron. Lett., v. 36, p. 2027,
2000.
[230] FEISTE, U. et al. Electron. Lett., v. 37, p. 443, 2001.
[231] SUZUKI, A. et al. Proc. Eur. Conf. Opticai Commun. Paper Th4.1.7, 2004.
[232] GUAN, P. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 21, p. 1579, 2009.
[233] DENG, K. L. et al. J. Lightwave Technol., v. 18, p. 1892, 2000.
[234] HAMILTON, S. A. et al. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 2086, 2002.
[235] VLACHOS, K. et al. J. Lightwave Technol., v. 21, p. 1857, 2003.
[236] GROSS, R.; OLSHANSKY, R. J. Lightwave Technol., v. 8, p. 406, 1990.
[237] PHILLIPS, M. R.; DARCIE,T. E. In: KAMINOW, I. P., KOCH,T. L., (Eds.). Optical
Fiber Telecommunications, v. 3A. Boston: Academic Press, 1997. Capítulo 14.
[238] OVADIA, S.; DAI, H.; LIN, C. J. Lightwave Technol., v. 16, p. 2135, 1998.
[239] WU, M. C. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 1255, 2000.
[240] RAINAI, A. J. J. Lightwave Technol., v. 14, p. 474, 1996.
[241] WAY, W. I. Broadband Hybrid Fiber Coax Acess System Tecnologies. Boston:
Academic Press, 1998.
[242] WAY, W. I. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 2, p. 665, 1990.
[243] OGAWARA, M. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 350, 2000.
[244] HUI, R. et al. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 417, 2002.
[245] WILSON, G. C. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 14, p. 1184, 2002.
350 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[246] LIN, W. -P.; KAO, M. -S.; CHI, S. J. Lightwave Technol., v. 21, p. 319, 2003.
[247] KURI, T.; KITAYAMA, K. J. Lightwave Technol., v. 21, p. 3167, 2003.
[248] WOODWARD, S. L. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 8, p. 694, 1996.
[249] PHILLIPS, M. R.; OTT, D. M. J. Lightwave Technol., v. 17, p. 1782, 1999.
[250] YANG, F. S.; MARHIC, M. E.; KAZOVSKY, L. G. J. Lightwave Technol., v. 18,
p. 512, 2000.
[251] ROSSI, G.; DIMMICK, T. E.; BLUMENTHA1, D. J. J. Lightwave Technol., v. 18,
p. 1639, 2000.
[252] CHEN, W. H.; WAY, W. I. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 1679, 2004.
[253] HA, J.Y. et al. Electron. Lett., v. 44, p. 2467, 2008.
[254] BABAI, A. R. S.; SALTZBERG, B. R.; ERGEN, M. Multi-carrier Digital Commu-
nications: Theory And Applications Of OFDM. 2. ed. New York: Springer, 2004.
[255] SCHULZE, H.; LUEDERS, C. Theory and Applications of OFDM and CDMA:
Wideband Wireless Communications. Hoboken: Wiley, 2005.
[256] LI,Y.; STUBER, G. L. Orthogonal Frequency Division Multiplexing for Wireless
Communications. New York: Springer, 2006.
[257] SHIEH, W.;YI, X.; TANG,Y. Electron. Lett., v. 43, p. 183, 2007.
[258] LOWERY, A. J. Opt. Express, v. 15, p. 12965, 2007.
[259] JANSEN, S. L. et al. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 6, 2008.
[260] SHIEH, W.; BAO, H.; TANG,Y. Opt. Express, v. 16, p. 841, 2008.
[261] ARMSTRONG, J. J. Lightwave Technol., v. 27, p. 189, 2009.
[262] VITERBI, A. J. CDMA: Principies of Spread Spectrum Communication. Reading:
Addison-Wesley, 1995.
[263] ABU-RGHEFF, M. A. Introduction to CDMA Wireless Communications.
Boston: Academic Press, 2007.
[264] PRUCNAL, P. R.; SANTORO, M.;TAN, F. J. Lightwave Technol., v. 4, p. 307, 1986.
[265] FOSCHINNI, G. J.;VANNUCCI, G. J. Lightwave Technol., v. 6, p. 370, 1988.
[266] SALEHI, J. A.; WEINER, A. M.; HERITAGE, J. P. J. Lightwave Technol., v. 8,
p. 478, 1990.
[267] KAVEHRAD, M.; ZACCARINA, D. J. Lightwave Technol., v. 13, p. 534, 1995.
[268] SAMPSON, D. D.; PENDOCK, G. J.; GRIFFIN, R. A. Fiber Integ. Opt., v. 16,
p. 129, 1997.
[269] SARDESAI, H. P.; DESAI, C. C.; WEINER, A. M. J. Lightwave Technol., v. 16,
p. 1953, 1998.
[270] TOWN, G. E.; CHAN, K.; YOFFE, G. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron.,
v. 5, p. 1325, 1999.
[271] KIM, S.;YU, K.; PARK, N. J. Lightwave Technol., v. 18, p. 502, 2000.
[272] CHEN, L. R.; SMITH, P. W. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 1281, 2000.
[273] SHEN, S.; WEINER, A. M. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 82, 2001.
[274] TEH, P. C. et al. J. Lightwave Technol., v. 19, p. 1352, 2001.
[275] TEH, P. C. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 14, p. 227, 2002.
[276] SOTOBAYASHI, H.; CHUJO, W.; KITAYAMA, K. I. J. Lightwave Technol., v. 22,
p. 250, 2004.
[277] TAKIGUCHI, K.; LTOH, M. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 11,
p. 300, 2005.
[278] JIANG, Z. et al. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 1979, 2005.
[279] SCOTT, R. P. et al. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 3232, 2005.
[280] CONG, W. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 1567, 2006.
[281] AGARWAL, A. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 1952, 2006.
[282] HERITAGE, J. P.;WEINER, A. M. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 13,
p. 1351, 2007.
[283] SCOTT, R. P. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 13, p. 1455, 2007.
[284] WANG, X. et al. J. Lightwave Technol., v. 25, p. 207, 2007. IEEE J. Sel. Topics
Quantum Electron., v. 13, p. 1463, 2007.
[285] BRES, C. -S.; PRUCNAL, P. R. J. Lightwave Technol., v. 25, p. 2911, 2007.
[286] KATAOKA, N. et al. J. Lightwave Technol., v. 27, p. 299, 2009.
CAPÍTULO 7
Gerenciamento de Perdas
Como visto nos Capítulos 5 e 6, a distância de transmissão de qualquer
sistema de comunicação por fibra óptica acaba sendo limitada pelas perdas
da fibra. Até 1995, essa limitação por perda era superada, principalmente,
pelo emprego de repetidores optoeletrônicos, dispositivos em que o sinal
óptico era, primeiro, convertido na forma elétrica por meio de um receptor
e, em seguida, regenerado usando um transmissor. Tais regeneradores se
tornaram muito complexos e caros para sistemas WDM, pois requeriam a
demultiplexação dos individuais canais WDM. Uma abordagem alternativa
ao gerenciamento de perdas utiliza amplificadores ópticos, que aumentam
diretamente o sinal WDM completo, sem a necessidade de converter cada
canal ao domínio elétrico. Diversos tipos de amplificadores ópticos foram
desenvolvidos durante década de 1980, e o uso de amplificadores ópti-
cos para sistemas de ondas luminosas se tornou comum durante a década
de 1990. Em 1996, amplificadores ópticos passaram a ser parte dos cabos de
fibra óptica lançados nos oceanos Atlântico e Pacífico. Este capítulo é dedi-
cado ao gerenciamento de perdas da fibra em sistemas de longas distâncias.
A Seção 7.1 discute a técnica comum que emprega amplificadores ópticos
periodicamente ao longo de um enlace de fibra, e identificamos dois es-
quemas conhecidos como amplificação concentrada e amplificação dis-
tribuída. A Seção 7.2 é dedicada a amplificadores a fibra dopada com érbio,
utilizados rotineiramente como amplificadores concentrados. A Seção 7.3
foca amplificadores Raman, desenvolvidos para amplificação distribuída de
sinais de ondas luminosas. A relação sinal-ruído de sistemas de ondas lumi-
nosas amplificados é considerada nas Seções 7.4 e 7.5, enquanto a Seção 7.6
trata da sensibilidade de receptores. O impacto do ruído de amplificadores
no sinal transmitido é estudado na Seção 7.7. A última seção foca questões
relevantes para sistemas de ondas luminosas com amplificação periódica.
∂B i β 2 ∂ 2 B
+ = iγ e −α z | B |2 B. (7.1.2)
∂z 2 ∂t 2
A interpretação física dessas duas equações é clara. A Eq. (7.1.1) mostra que,
à distância z, a potência óptica |A(z, t)|2 cai exponencialmente com e−az,
devido às perdas. Como visto na Eq. (7/1/2), essa diminuição na potência do
sinal também enfraquece efeitos não lineares, como esperado intuitivamente.
A perda na potência de sinal é quantificada em termos da potência
média, definida como:
1 T /2
Pav ( z ) = lim
T →∞ T
∫
T /2
| A( z, t )|2 dt = Pav (0)e −α z , (7.1.3)
em que usamos a Eq. (7.1.1) e assumimos não existir2 qualquer outra fonte de
perda de energia, de modo que a integral ∫ B(z, t ) dt em toda a sequência
de bits permanece constante, apesar da alteração da forma de cada pulso.
Ao longo de um comprimento L, a potência média diminui por um fator
eaL. Esse fator excede 20 dB, no caso de um cabo de fibra com 100 km de
comprimento, mesmo na região espectral próxima de 1,55 mm, onde a tem
o menor valor, em torno de 0,2 dB/km.Valores numéricos de a dependem
do comprimento de onda de operação e podem ultrapassar 0,4 dB/km na
região espectral nas proximidades de 1,3 mm.
354 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
∂ A i β 2 ∂2 A 1
+ = iγ | A |2 A + [ g 0 ( z ) − α ]A + f n ( z, t ), (7.1.4)
∂z 2 ∂t 2
2
sendo g0(z) o coeficiente de ganho cuja forma funcional depende do es-
quema de amplificação empregado. O último termo na Eq. (7.1.4), fn(z, t),
leva em consideração as flutuações induzidas por emissão espontânea. O
valor médio desse termo é nulo, ou seja, 〈fn(z, t)〉 = 0, em que os colchetes
angulares denotam média de ensemble no processo aleatório. Se assumirmos
que esse processo é marcoviano com estatística gaussiana, suas propriedades
estatísticas são completamente descritas pela função de autocorrelação [5]:
A( z, t ) = p( z ) B( z, t ), (7.1.6)
em que p(z) governa as variações na potência média temporal da sequência
de bits ópticos ao longo do comprimento do enlace, devido às perdas da fibra
e à amplificação do sinal. Subtraindo a Eq. (7.1.6) da Eq. (7.1.4), concluímos
que p(z) satisfaz uma simples equação diferencial ordinária:
dp
= [ g 0 ( z ) − α ] p, (7.1.7)
dz
enquanto B(z, t) satisfaz a Eq. (7.1.2) com p(z) no lugar do fator e−az.
Se g0(z) fosse constante e igual a a para todo z, a potência média do sinal
permaneceria constante ao longo do enlace de fibra. Essa é a situação ideal
em que a fibra, efetivamente, não apresenta perdas. Na prática, obteve-se o
ganho distribuído por injeção periódica de potência de bombeio no enlace
de fibra (Fig. 7.1). Como a potência da bomba não permanece constante,
em função das consideráveis perdas da fibra no comprimento de onda de
bombeamento, não é possível manter g(z) constante ao longo da fibra.
Contudo, embora não sejam localmente compensadas em todos os pontos,
as perdas da fibra podem ser completamente compensadas ao longo de uma
distância LA, desde que a seguinte condição seja satisfeita:
∫
LA
g 0 ( z )dz = α L A . (7.1.8)
0
Figura 7.2 Variações na potência média de sinal entre duas estações de bombeio suces-
sivas, com esquemas de bombeamento contrapropagante (linha cheia) e bidirecional
(linha tracejada), com LA = 50 km. O caso de amplificação concentrada é mostrado pela
linha pontilhada.
Figura 7.3 (a) Diagrama de níveis de energia de íons de érbio em fibras de sílica; (b)
espectro de absorção ou ganho de um EDFA cujo núcleo foi dopado com germânia.
(Após a Ref. [16]; ©1991 IEEE.)
Gerenciamento de Perdas 359
∂Ps
= Γ s (σ se N 2 − σ sa N 1 )Ps − α Ps , (7.2.4)
∂z
Gerenciamento de Perdas 361
∂Pp
s = Γ p (σ ep N 2 − σ ap N 1 )Pp − α ′Pp , (7.2.5)
∂z
em que a e a9 levam em conta as perdas da fibra nos comprimentos de
onda de sinal e de bombeio, respectivamente. Tais perdas podem ser des-
prezadas para os típicos comprimentos de amplificadores, da ordem de
10–20 m, mas devem ser incluídas no caso de amplificação distribuída. Os
fatores de confinamento Γs e Γp levam em conta o fato de a região dopada
no núcleo prover ganho para todo o modo da fibra. O parâmetro s = ± 1
na Eq. (7.2.5) depende do sentido de propagação da bomba; s = −1 no caso
de bombeamento contrapropagante.
As Eq. (7.2.2)–(7.2.5) podem ser resolvidas analiticamente, ape-
sar da complexidade, depois de algumas aproximações justificáveis [17].
Para amplificadores concentrados, o comprimento de fibra é suficiente-
mente curto para que a e a9 sejam tomados como zero. Notando que
N1 + N2 = Nt, sendo Nt a densidade total de íons, basta resolver apenas uma
equação − digamos, a Eq. (7.2.2) para N2. Observando, ainda, que os termos
de absorção e emissão estimulada nas equações de campo e população
estão relacionados, a solução de estado estacionário da Eq. (7.2.2), obtida
igualando a derivada temporal a zero, pode ser escrita como:
Figura 7.4 Ganho de pequeno sinal em função de (a) potência de bombeamento e (b)
comprimento do amplificador, para uma EDFA bombeado em 1,48 mm. (Após a Ref.
[16]; ©1991 IEEE.)
(SNR)in
Fn = , (7.2.8)
(SNR)out
I 2 ( Rd Pin )2 Pin
(SNR)in = = = , (7.2.9)
σs2
2q( Rd Pin )∆f 2hν∆f
364 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
em que cos2u foi substituído por seu valor médio 1/2. A SNR do sinal
amplificado é, portanto, dada por:
( RdGPin )2 GPin
(SNR )out = ≈ . (7.2.14)
σ 2
(4SSAE + 2hν )∆f
A figura de ruído do amplificador é obtida substituindo as Eq. (7.2.9) e
(7.2.14) na Eq. (7.2.8), dada por:
1 1
Fn = 2nsp 1 − + ≈ 2nsp , (7.2.15)
G G
Gerenciamento de Perdas 365
Figura 7.5 (a) Figura de ruído e (b) ganho do amplificador em função do comprimento,
para diversos níveis de bombeamento. (Após a Ref. [25]; ©1990 IEE.)
EDFA seja relativamente largo, como visto na Figura 7.3, o ganho está longe
de ser uniforme (ou plano) em uma larga faixa de comprimentos de onda.
Em consequência, diferentes canais de um sinal WDM são amplificados
por diferentes fatores, problema que se torna bastante severo em sistemas
de longas distâncias que empregam uma cadeia de EDFAs. Isso ocorre,
pois pequenas variações no ganho do amplificador para canais individuais
crescem exponencialmente ao longo de uma cadeia de amplificadores em
linha. Até mesmo uma diferença de ganho de 0,2 dB cresce a 20 dB ao
longo de uma cadeia de 100 amplificadores em linha, fazendo com que as
potências dos canais variem por um fator de até 100, uma faixa de variação
inaceitável na prática. Para amplificar todos os canais com praticamente o
mesmo ganho, a natureza de duplo pico do espectro de ganho do EDFA
obriga o empacotamento de todos os canais nas proximidades de um dos
picos de ganho, reduzindo consideravelmente a largura de ganho útil.
Toda a largura de banda de aproximadamente 40 nm pode ser usada se
o espectro de ganho for aplainado com a introdução de perdas dependentes
do comprimento de onda. A ideia básica do aplainamento de ganho é muito
simples. Se um filtro óptico cujas perdas de transmissão reproduzem o perfil
de ganho (alta na região de alto ganho e baixa na região de baixo ganho) for
inserido após a fibra dopada, a potência de saída será praticamente constante
para todos os canais. Embora a fabricação de um filtro desse tipo não seja
simples, diversas técnicas de aplainamento de ganho foram desenvolvidas [2].
Entre outras, filtros de interferência de filmes finos, filtros de Mach-Zehnder,
filtros acusto-ópticos e grades de difração de longo período em fibra têm sido
usados para aplainar o perfil de ganho e equalizar os ganhos de canais [34]–[36].
As técnicas de aplainamento de ganho podem ser dividas nas categorias
ativa e passiva. Os métodos baseados em filtros são passivos, no sentido de que
não se podem ajustar ganhos de canais de modo dinâmico. A localização do
próprio filtro óptico requer algum cuidado, devido às altas perdas associadas
a ele. O posicionamento do filtro antes do amplificador aumenta o ruído,
enquanto seu posicionamento após o amplificador reduz a potência de saída.
É comum o emprego de uma configuração de dois estágios, como a ilustrada
na Figura 7.6. O segundo estágio atua como um amplificador de potência,
mas a figura de ruído é determinada em especial pelo primeiro estágio,
cujo ruído é relativamente baixo, devido ao baixo ganho. Uma combinação
de diversas grades de difração de longo período em fibra atuando como
filtro óptico no meio dos dois estágios resultou, em 1997, em um EDFA
cujo ganho era plano, com tolerância de 1 dB, em uma largura de banda
de 40 nm, na região de comprimentos de onda de 1530 − 1570 nm [37].
Idealmente, um amplificador óptico deve prover o mesmo ganho para
todos os canais, em todas as possíveis condições de operação. Em geral, esse
não é o caso. Por exemplo, se o número de canais transmitidos for alterado,
368 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 7.6 Diagrama em blocos de um EDFA projetado para prover ganho uniforme
na largura de banda de 1530 − 1570 nm, usando um filtro óptico que contém várias
grades de difração de longo período em fibra. A configuração em dois estágios ajuda a
reduzir o nível de ruído. (Após a Ref. [37]; ©1997 IEEE.)
Figura 7.9 Espectro de ganho Raman (razão gR/ap) para fibras padrão (SMF), de dispersão
deslocada (DSF) e compensadora de dispersão (DCF). Perfis de ganho normalizado
também são mostrados. (Após a Ref. [54]; ©2001 IEEE.)
(1 + r0 )e −α s L ω p Ps (0)
Gs = , r0 = . (7.3.7)
r0 + G A−(1+ r0 ) ω s Pp (0)
Figura 7.12 Ganho Raman composto (b) para um amplificador Raman bombeado por
cinco lasers com diferentes comprimentos de onda e potências relativas (a) escolhidas
para provimento de ganho quase uniforme em uma largura de banda de 80 nm. (Após
a Ref. [54]; ©2001 IEEE.)
376 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
de ganho mostrados na parte (b), de modo que o ganho Raman total seja
quase uniforme em uma largura de banda de 80 nm (curva superior).
Espectros de ganho Raman com largura de banda maior do que 100 nm
foram realizados com o emprego de múltiplos lasers de bombeio [61]–[65].
Em uma demonstração dessa técnica em 2000, 100 canais WDM espaçados
por 25 GHz, cada um operando a uma taxa de bits de 10 Gb/s, foram
transmitidos por 320 km [63]. Todos os canais foram amplificados simulta-
neamente por meio de bombeamento contrapropagante de cada segmento
de fibra de 80 km com quatro lasers de semicondutor. Esse amplificador
Raman distribuído forneceu 15 dB de ganho, com 450 mW de potência
de bombeamento. Uma indesejável característica de SRS é o ganho Raman
ser sensível à polarização. Em geral, o ganho é máximo quando o sinal e
a bomba são polarizados na mesma direção, e quase zero quando sinal
e bomba são polarizados em direções ortogonais. O problema da polarização
pode ser resolvido bombeando o amplificador Raman de modo que sejam
utilizados dois lasers com polarizações ortogonais em cada comprimento
de onda, ou despolarizando a saída de cada laser de bombeio.
O projeto de amplificadores Raman de banda larga adequados a aplica-
ções de WDM requer a consideração de vários fatores. O mais importante é
a inclusão de interações bomba-bomba. Em geral, múltiplos feixes de bom-
beio também são afetados pelo ganho Raman, e alguma potência de cada
bomba de comprimento de onda curto é invariavelmente transferida para
cada bomba de comprimento de onda longo. Um modelo apropriado − que
inclui interações entre bombas, retroespalhamento Rayleigh e espalhamento
Raman espontâneo − considera cada componente de frequência separada-
mente e requer a solução do seguinte conjunto de equações acopladas [62]:
dP f (ν )
dz
= ∫ µ >ν
g ′(µ , ν )[ P f (µ ) + Pb (µ )][ P f (ν ) + 2hν nsp (µ − ν )]dµ
−α(ν )P f (ν ) + rs Pb (ν ), (7.3.8)
em que g9 = gR/Aeff; m e ν denotam frequências ópticas, enquanto os subscri-
tos f e b denotam ondas copropagantes e contrapropagantes, respectivamente.
Uma equação similar é válida para ondas contrapropagantes. O parâmetro
nsp leva em conta o espalhamento Raman espontâneo que atua como ruído
para o sinal amplificado. Esse parâmetro é definido como
n (Ω) = [1 − exp(−Ω/k T )]−1 , (7.3.9)
sp B
dA 1 α
= g 0 ( z )A − s A + f n ( z, t ), (7.3.10)
dz 2 2
em que g0(z) = gRPp(z)/ap é o coeficiente de ganho; Pp(z) é a potência de
bombeio local, e fn(z, t) leva em conta o ruído adicionado por espalhamento
Raman espontâneo. Como cada evento de espalhamento independe de
qualquer outro, esse ruído pode ser modelado como um processo estocás-
tico gaussiano para o qual 〈fn(z,t)〉 = 0, e o segundo momento é dado pela
Eq. (7.1.5), com nsp fornecido pela Eq. (7.3.8).
378 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Asp (t ) = G(L ) ∫ 0
L f n ( z, t )
G( z )
dz, G( z ) = exp ( ∫ [ g (z′) − α ]dz′) .(7.3.11)
0
z
0 s
f n ( z, t ) f n ( z ′, t ′)
an (t )an (t ′) = G(L ) ∫ dz ∫ dz ′
L L
= S ASEδ(t − t ′), (7.3.12)
0 0
G( z )G( z ′)
G( L ) Pp ( z )
∫
L
PASE = nsp hν 0 g R ∆ν o dz, (7.3.14)
ap 0
G( z )
sendo ∆νo largura de banda do amplificador Raman ou do filtro óptico, caso
um filtro seja usado para reduzir o ruído. A potência de ruído total é um
fator 2 maior quando as duas componentes de polarização são consideradas.
É possível, agora, calcular a figura de ruído seguindo o procedimento
usado para EDFAs, sendo dada por:
PASE g ∆ν Pp ( z )
∫
L
Fn = = nsp R o dz. (7.3.15)
Ghν 0 ∆f a p ∆f 0
G( z )
Figura 7.13 Máximo comprimento de enlace de sistemas limitados por ASE em função
do espaçamento LA entre amplificadores, para diversos valores da potência média de
sinal lançada em um enlace de fibra com amplificação periódica.
Figura 7.14 (a) Densidade espectral da ASE e (b) SNR óptica (OSNR) em função do ganho
líquido, para um amplificador Raman distribuído, com 100 km de comprimento, bom-
beamento bidirecional, e Pin = 1 mW. A fração da potência de bombeio copropagante
varia de 0 a 100%. (Após a Ref. [55]; ©2003 Springer.)
M M
isp−sp = 2Rd S ASE ∆ν s ∑∑ cos[(ωn − ωm )t + φm − φn ]. (7.5.5)
m =1 n =1
σ sig
2
− sp = 4 R d GPs S ASE ∆f ,
2
(7.5.7)
R 2P 2
SNR e′ = 2 d s 2 . (7.5.12)
σ s +σT
GPs
SNR e = . (7.5.13)
(4S ASE + 2hν 0 )∆f
SNR e Gσ T2
= . (7.5.14)
SNR e′ 4 Rd2 PsS ASE ∆f
Como essa razão pode ser feita muito grande com a redução de Ps e o
aumento do ganho G do amplificador, é possível melhorar a SNR elétrica
por 20 dB ou mais, em comparação com o valor obtido sem amplificação.
Essa aparente contradição pode ser entendida observando que o ruído do
receptor − dominado por σ sig-sp − é tão alto em magnitude que podemos
2
GPs GPs ∆ν o
SNR e = = .
4S ASE ∆f 2PASE ∆f (7.5.15)
Esse resultado deve ser comparado com a SNR óptica GPs/PASE. Como visto
na Eq. (7.5.15), em condições idênticas, a SNR elétrica é maior por um
fator ∆ν0/(2∆f), pois o ruído de ASE contribui apenas na largura de banda
do receptor ∆f, que é muito menor do que a largura de banda do filtro ∆ν0.
Figura 7.16 Variação da potência de sinal Ps e da potência de ASE PASE ao longo de uma
cadeia de amplificadores ópticos em cascata. A potência total PTOT se torna quase cons-
tante após alguns poucos amplificadores. (Após a Ref. [78]; ©1991 IEEE.)
Gerenciamento de Perdas 387
em que usamos a Eq. (7.5.7), a qual mostra que a SNR elétrica é reduzida
por um fator NA simplesmente porque o ruído de ASE aumenta por es-
se fator. Contudo, não devemos concluir dessa equação que seja possível
melhorar o desempenho do sistema posicionando um menor número de
amplificadores ao longo do enlace. Como discutido na Seção 7.4.1, se
reduzirmos o número de amplificadores, cada um adicionaria mais ruído,
pois teria de operar com maior ganho. O resultado mostrado na Figura 7.13
também se aplica aqui, pois as SNR óptica e elétrica estão relacionadas por
SNRe/SNRo = ∆ν0/(2∆f).
σ 12 = σ sig-sp
2
+ σ sp-sp
2
+ σ s2 + σ T2 , σ 02 = σ sp-sp
2
+ σ T2 . (7.6.2)
No caso de bits 0, σ s e σ sig-sp podem ser desprezadas, pois essas duas con-
2 2
σ 1 = (σ sig-sp
2
+ σ sp-sp
2
)1/2 , σ 0 = σ sp-sp . (7.6.3)
σ sig-sp
2
= 4 Rd2 P1PASE / M , σ sp-sp
2
= Rd2 PASE
2
/M , (7.6.6)
em que assumimos M = ∆ν 0 / ∆f 1.
Usando as duas variâncias da Eq. (7.6.6) na Eq. (7.6.3), podemos obter
σ1 e σ0. Se calculássemos Q com a ajuda da Eq. (7.6.1), o resultado seria:
SNRo M
Q= , (7.6.7)
2SNRo + 1 + 1
sendo SNRo ≡ P1/PASE a SNR óptica. Essa relação pode ser facilmente
invertida para fornecer
2Q 2 2Q
SNR o = + . (7.6.8)
M M
Essas equações mostram que Q = 6 pode ser realizado para valores
relativamente baixos da SNR óptica. Por exemplo, quando M = 6, preci-
samos apenas de SNRO = 7,5 para manter Q = 6. A Figura 7.18 mostra
a variação da SNR óptica com M, para valores de Q na faixa de 4 a 8.
Como visto na figura, a SNR óptica necessária aumenta rapidamente para
M abaixo de 10.
Gerenciamento de Perdas 391
Figura 7.18 SNR óptica necessária em função de M, para diversos valores do fator Q.
i * ∂B ∂B *
∫
∞
Ω( z ) = B − B dt,
2E −∞
∂t ∂t (7.7.6)
com E( z ) ≡ ∫ −∞ B( z, t ) dt . Como o termo de perda foi removido da
∞ 2
dq
= β 2 Ω + ∑δ qkδ( z − zk ), (7.7.9)
dz k
dΩ
= ∑δΩkδ( z − zk ), (7.7.10)
dz k
1 ∞
δ qk =
Ek ∫ −∞
(t − q )(B *bk + Bbk* )dt, (7.7.13)
i ∂B
∫
∞ *
δΩk = k b + iΩk B dt +c .c . (7.7.14)
Ek −∞ ∂t
396 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
2S ASE
∫
∞
(δΩk )2 =
2
Vt dt,
Ek2 −∞ (7.7.16)
iS ASE ∂V *
∫
∞
δ qkδ Ωk = (t − qk )V dt + c .c ., (7.7.17)
2Ek2 −∞
∂t
caso o termo de perda tenha sido removido da Eq. (7.1.2). Isso leva a uma
relação de recorrência, Ek = Ek−1 + dEk, que podemos utilizar para obter a
energia final na saída do último amplificador:
NA
E f = E0 + ∑δ Ek , (7.7.20)
k =1
E f = E0 + ∑ δ Ek = E0 + N AS ASE . (7.7.21)
k =1
σ E = 2N AS ASE E0 . (7.7.24)
q f = ∑ δ qn + da ∑∑ δ Ωk ,
n =1 n =1 k =1 (7.7.25)
398 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 7.20 Incerteza temporal induzida pela ASE em função do comprimento do sis-
tema, para diversos valores da dispersão media b2.
Gerenciamento de Perdas 399
Exercícios
7.1 O perfil lorentziano do coeficiente de ganho g(v) tem 1 THz de largura
de banda de 3 dB. Calcule a largura de banda de 3 dB quando um
amplificador óptico desse tipo é operado para prover ganhos de sinal
de 20 e 30 dB. Despreze saturação de ganho.
7.2 Um amplificador óptico é capaz de amplificar um sinal de 1 mW ao
nível de 1 mW. Qual é a potência de saída quando um sinal de 1 mW
incide no mesmo amplificador? Assuma que o coeficiente de ganho
sature como g = g0(1 + P/Ps)−1 e que a potência de saturação seja de
10 mW.
7.3 Explique o mecanismo de ganho em EDFAs. Use as Eq. (7.2.2)
e (7.2.3) para deduzir uma expressão para o ganho de pequeno sinal
em estado estacionário.
7.4 Discuta a origem da saturação de ganho em amplificadores Raman
a fibra. Resolva as Eq. (7.3.2) e (7.3.3) com as = ap e deduza a Eq.
(7.3.7) para o ganho saturado.
7.5 Um amplificador Raman é bombeado no sentido contrapropagante
usando 1 W de potência. Determine a potência de saída quando um
sinal de 1 mW é injetado no amplificador de 5 km. Assuma perdas de
0,2 e 0,25 dB/km nos comprimentos de onda do sinal e da bomba,
respectivamente, Aeff = 50 mm2 e gR = 6 × 10−14 m/W. Despreze
saturação de ganho.
7.6 Começando com a equação diferencial ∂A/∂z = g0A/2 + fn(z, t)
e a Eq. (7.1.5), prove que a densidade espectral do ruído de ASE
adicionado por um amplificador concentrado de comprimento la é
dada por SASE = nsphv0[exp(g0la) − 1].
7.7 Refaça o exercício anterior para um amplificador distribuído para o
qual g0 é uma função de z, e prove que a densidade espectral de ruído
é dada pela Eq. (7.3.13).
406 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
REFERÊNCIAS
[1]
DESUVIRE, E. Erbium-Doped Fiber Amplifiers:Principles and Applications.
Hoboken: Wiley, 1994.
[2]
BECKER, P. C.; OLSSON, N. A.; SIMPSON, J. R. Erbium-Doped Fiber Am-
plifiers: Fundamentals and Technology. Boston: Academic Press, 1999.
[3]
DESUVIRE, E. et al. Erbium-Doped Fiber Amplifiers: Device and System
Developments. Hoboken: Wiley, 2002.
[4]
AGRAWAL, G. P. Applications of Nonlinear Fiber Optics. 2. ed. Boston: Academic
Press, 2008. Capítulo 4.
Gerenciamento de Perdas 407
Gerenciamento de Dispersão
Os amplificadores ópticos discutidos no Capítulo 7 resolvem o problema das
perdas, mas, ao mesmo tempo, pioram o problema da dispersão, pois efeitos
dispersivos se acumulam ao longo de toda a cadeia de amplificadores. De
fato, sistemas WDM de longas distâncias que fazem uso de amplificadores
são, muitas vezes, limitados por efeitos dispersivos e não lineares, mais do
que pelas perdas da fibra. Entretanto, na prática, é possível gerenciar o pro-
blema da dispersão por meio de um apropriado esquema de compensação
de dispersão. Este capítulo foca várias dessas técnicas. A Seção 8.1 explica a
ideia básica do gerenciamento de dispersão. A Seção 8.2 é dedicada a tipos
especiais de fibra desenvolvidos para a compensação de dispersão em enlaces
de longas distâncias. Diversos tipos de filtros equalizadores de dispersão são
discutidos na Seção 8.3. Na Seção 8.4, é considerado o uso de grades de
difração em fibra para o gerenciamento de dispersão. A técnica de conju-
gação de fase óptica, também conhecida como inversão espectral no meio
do enlace (midspan spectral inversion), é discutida na Seção 8.5. A Seção 8.6
foca várias técnicas empregadas nos lados do transmissor e do receptor para
o gerenciamento da dispersão em enlaces de médias distâncias. A Seção 8.7
trata do gerenciamento de dispersão em sistemas de altas velocidades em
que cada canal opera a 40 Gb/s ou mais e da compensação da dispersão do
modo de polarização (PMD).
∂ A i β 2 ∂2 A β 3 ∂3 A
+ − = 0, (8.1.2)
∂z 2 ∂t 2 6 ∂t 3
em que b3 governa os efeitos de TOD. Essa equação ignora os efeitos não
lineares, que serão incluídos posteriormente, assumindo que a potência do
sinal é suficientemente baixa para que todos os efeitos não lineares sejam
desprezados. Essa equação pode ser facilmente resolvida pelo método da
transformada de Fourier (veja a Seção 2.4), apresentando a seguinte solução:
1 ∞ i i
A( z, t ) =
2π
∫ Ã(0, ω )exp β 2ω 2 z + β 3ω 3 z − iωt dω , (8.1.3)
2 6
−∞
1 ∞ i i
A(L , t ) =
2π
∫ Ã(0, ω )H (ω )exp β 2ω 2 L + β 3ω 3L − iωt dω.
2 6
(8.1.5)
−∞
1 1
H (ω ) = H (ω ) exp [iφ (ω )] ≈ H (ω ) exp i(φ0 + φ1ω + φ 2ω 2 + φ 3ω 3 ) ,
2 6
(8.1.6)
sendo øm = dmø/dwm (m = 0, 1, ...) calculada na frequência portadora w0.
A fase constante ø0 e o retardo temporal ø1 não afetam a forma do pulso,
podendo ser ignorados. É possível compensar a fase espectral introduzida
pela fibra por meio da escolha de um filtro óptico tal que ø2 = −b2L e ø3
= − b3L. O sinal será restaurado perfeitamente somente se |H(w)| = 1
e outros termos de ordens superiores na Eq. (8.1.6) forem desprezíveis. O
mesmo filtro óptico também é capaz de reduzir o ruído do amplificador,
caso sua largura de banda seja escolhida apropriadamente.
um módulo de DCF pode exceder 5 dB. Tal perda pode ser compensada
aumentando o ganho do amplificador, mas somente à custa do aumento da
emissão espontânea amplificada (ASE). Como é necessário manter a potência
de entrada relativamente baixa para evitar efeitos não lineares, a distância de
transmissão é limitada pelo ruído de ASE.
Novas abordagens foram propostas para resolver o problema associado à
DCF padrão. Em uma delas, ilustrada esquematicamente na Figura 8.3(a),
a DCF foi projetada com dois núcleos concêntricos, separados por uma
região de casca na forma de anel [7]. A diferença relativa de índice de re-
fração entre núcleo e casca é maior para o núcleo interno (∆i ≈ 2%) do que
para o externo (∆0 ≈ 0,3%), e os diâmetros dos núcleos são escolhidos de
modo que cada um suporte um único modo. Os três parâmetros dimen-
sionais a, b e c e os três índices de refração n1, n2 e n3 podem ser otimizados
para projetar DCFs com as desejadas características de dispersão. A curva
cheia na Figura 8.3(b) mostra, na região de 1,55 mm, os valores calculados
de D para uma configuração específica, com a = 1 mm, b = 15,2 mm,
c = 22 mm, ∆i ≈ 2% e ∆0 ≈ 0,3%. A curva tracejada corresponde a um perfil
de índice parabólico para o núcleo interno. Nos dois casos, o diâmetro modal
é da ordem de 9 mm, valor próximo ao de fibras do tipo padrão. Contudo,
como mostrado na Figura 8.3(b), o parâmetro de dispersão de tais DCFs
pode ser muito grande, por exemplo, −5.000 ps/(km-nm). A realização
experimental de valores tão altos de D se revelou difícil. Não obstante,
uma DCF com D de −1.800 ps/(kn-nm) foi fabricada em 2000 [10]. Para
esse valor de D, um comprimento < 1 km é suficiente para compensar a
dispersão acumulada em 100 km de fibra padrão. A perda de inserção é
desprezível para comprimentos tão pequenos.
Figura 8.3 (a) Perfis de índices de refração de duas DCFs projetadas com núcleos
concêntricos, (b) parâmetro de dispersão em função do comprimento de onda, para as
mesmas duas configurações de DCFs. (Após a Ref. [7]; ©1996 IEEE.)
Figura 8.4 (a) Ilustração esquemática de uma DCF feita com fibra de modo de ordem
superior (HOM − Higher-Order Mode) e duas grades de difração de período longo (LPGs
– LongPeriod Gratings). (b) Variação do parâmetro de dispersão dessa DCF com o com-
primento de onda. (Após a REf. [19]; ©2001 IEEE.)
Gerenciamento de Dispersão 421
uma DCF desse tipo emendada entre duas grades de difração de período
longo em fibra que convertem o modo LP01 no modo LP02 no lado de en-
trada e, depois, de volta ao modo LP01 no lado de saída [19]. Os conversores
de modos são projetados para terem eficiência de >99% em toda a banda C.
As características de dispersão medidas em 2 km dessa fibra DCF são mos-
tradas na Figura 8.4(b). O parâmetro D possui um valor de −420 ps/(km
-nm) nas proximidades de 1.550 nm, valor que varia consideravelmente com
o comprimento de onda, devido à grande inclinação da dispersão associada
a essa fibra. Tal característica permite compensação de dispersão em banda
larga, assegurando que a razão S/D da DCF seja próxima à da fibra usada
para a transmissão de dados. Outras características úteis dessa DCF são: in-
sensibilidade à polarização, perda de inserção relativamente baixa (< 3,7 dB)
e compensação de dispersão em toda a banda C. Em 2004, dispositivos
baseados nessa fibra estavam próximos de atingirem o estágio comercial.
Outra abordagem ao projeto de DCFs utiliza fibras de cristal fotônico
[25]–[31]. Esse tipo de fibra contém, em torno de um núcleo central, um
arranjo bidimensional de capilares com ar que modifica consideravelmente
as características de dispersão da fibra, dependendo dos diâmetros dos capi-
lares e do espaçamento entre eles [25]. Fibras de cristal de fotônico de dois
núcleos podem prover grandes valores negativos de D, com inclinações de
dispersão que as tornam bastante adequadas à compensação de dispersão
em banda larga em sistemas WDM [27]–[30]. A Figura 8.5(a) mostra a
seção reta de uma configuração desse tipo de fibra [29], que contém um
anel interno de capilares com ar −de pequeno diâmetro d1 − envolto por
múltiplos anéis de capilares com ar de diâmetro d2, maior do que d1.Valores
calculados para o parâmetro de dispersão D são exibidos na Figura 8.5(b) em
função do comprimento de onda, para três valores de d2, com d1 = 1,68 mm.
É possível realizar a compensação de dispersão em uma maior largura de
banda com modificações na configuração dessas fibras [31].
Figura 8.5 (a) Seção reta de uma fibra de cristal fotônico de dois núcleos e (b) variação
de seu parâmetro de dispersão com o comprimento de onda, para três valores de d2,
com d1 = 1,68 mm. (Após a Ref. [29]; 2006 OSA.)
422 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
n( z ) = n + n g cos(2π z /Λ ), (8.3.1)
Figura 8.7 Compensação de dispersão por uma grade de difração em fibra com chirp
linear: (a) perfil de índice n(z) ao longo do comprimento da grade de difração; (b) reflexão
de frequências baixa e alta em diferentes posições na grade de difração, em função das
variações no comprimento de onda de Bragg.
D g = 2n /(c ∆λ ). (8.3.7)
Figura 8.8 (a) Refletividade e (b) retardo de grupo em função do comprimento de onda,
para grades de difração com chirp linear, com refletividades de 50% (linhas cheias) e 95%
(linhas tracejadas) e diferentes valores da fração de apodização F. A curva mais interna
mostra, para comparação, o espectro de um pulso de 100 ps. (Após a Ref. [45]; ©1996 IEEE.)
Figura 8.9 Refletividade e retardo de grupo medidos para uma grade de difração em
fibra com chirp linear e largura de banda de 0,12 nm. (Após a Ref. [44]; ©1996 IEEE.)
Figura 8.11 Ilustração esquemática de uma grade de difração amostrada. As áreas es-
curecidas indicam regiões de índice de refração mais elevado.
Gerenciamento de Dispersão 431
n( z ) = n + n g Re ∑Fm exp[2i( β0 + mβ s )z ] , (8.3.9)
m
Figura 8.12 Características de (a) refletividade e (b) dispersão de uma grade de difração
amostrada projetada para 8 canais espaçados por 100 GHz. (Após a Ref. [60]; ©1999 IEEE.)
Figura 8.13 (a) Espectro de refletividade de uma grade de difração com amostragem
de fase fabricada para compensar a dispersão de 45 canais na banda C espaçados de
100 GHz, (b) refletividade e retardo de grupo medidos em função do comprimento de
onda para o canal central. (Após a Ref. [65]; ©2007 IEEE.)
Figura 8.14 (a) Ilustração esquemática de um filtro GT feito com superposição de duas
grades de difração, (b) refletividade, retardo de grupo e dispersão medidos em função
do comprimento de onda para um dispositivo de 1 cm de comprimento. (Após a Ref.
[71]; ©2003 OSA.)
436 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 8.15 (a) Dois filtros GT conectados em cascata usando um circulador, (b) retardo
de grupo em função do comprimento de onda para cada filtro GT e retardo de grupo
total (curva inferior). As linhas escuras mostram a inclinação do retardo de grupo. (Após
a Ref. [74]; ©2004 IEEE.)
Gerenciamento de Dispersão 437
Figura 8.16 (a) Circuito planar de onda luminosa feito de uma cascata de interferôme-
tros de Mach-Zehnder; (b) vista esticada do dispositivo. (Após a Ref. [76]; ©1994 IEEE.)
438 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 8.17 Circuito planar de onda luminosa capaz de compensar dispersão e in-
clinação da dispersão. Uma cadeia MZ separada é empregada para cada canal WDM.
(Após a Ref. [80]; ©2003 IEEE.)
Gerenciamento de Dispersão 439
Figura 8.18 Três configurações de filtros passa tudo baseadas em ressoadores em anel:
(a) simples anel ressonante com defasador embutido; (b) configuração MZ assimétrica;
(c) configuração MZ simétrica. (Após a Ref. [87]; ©1999 IEEE.)
Figura 8.19 Três arquiteturas de filtros passa tudo; as caixas marcadas com D e T de-
signam um elemento dispersivo e uma linha de retardo, respectivamente. (Após a Ref.
[85]; ©2003 IEEE.)
∂ A * i β 2 ∂2A * β 3 ∂3A *
− − = 0. (8.5.1)
∂z 2 ∂t 2 6 ∂t 3
Uma comparação das Eq. (8.1.2) e (8.5.1) mostra que o campo de fase
conjugada A* se propaga com o sinal oposto do parâmetro de GVD b2. Essa
observação sugere imediatamente que, se o campo óptico for conjugado
em fase no meio do enlace de fibra, como mostrado na Figura 8.20(a), a
Gerenciamento de Dispersão 441
∂ A i β 2 ∂2A α
= iγ A A − A,
2
+ (8.5.4)
∂z 2 ∂t 2
2
em que a é o coeficiente de perda da fibra. Sendo a = 0, A* satisfaz a mesma
equação quando tomamos o complexo conjugado de (8.5.4) e substituímos
z por −z. Em outras palavras, a propagação de A* equivale a enviar o sinal de
volta e desfazer as distorções induzidas por b2 e g. Em consequência, OPC
no meio do enlace compensa simultaneamente os efeitos de GVD e de SPM.
As perdas da fibra destroem essa importante propriedade de OPC no meio
do enlace. A razão para isso é intuitivamente óbvia se observarmos que o des-
locamento de fase induzido por SPM depende da potência. Por conseguinte,
defasagens muito maiores são induzidas na primeira metade do enlace em
vez de na segunda, e OPC não é capaz de compensar efeitos não lineares. A
Eq. (8.5.4) pode ser usada para estudar o impacto das perdas da fibra. Fazendo
a substituição A(z,t) = B(z,t)p(z), a Eq. (8.5.4) pode ser escrita como:
∂B i β 2 ∂2 B
= iγ p( z ) B B,
2
+ (8.5.5)
∂z 2 ∂t 2
em que p(z) = exp(−az). O efeito das perdas da fibra é matematicamente
equivalente ao caso sem perdas, mas com um parâmetro não linear que
depende de z.Tomando o complexo conjugado da Eq. (8.5.5) e trocando z
por −z, é fácil ver que pode ocorrer perfeita compensação de SPM somente
se p(z) = exp(az) após a conjugação de fase (z > L/2). Uma exigência geral
para que a técnica de OPC funcione é que p(z) = p(L− z). Essa condição
não pode ser satisfeita quando a ≠ 0.
Gerenciamento de Dispersão 443
∂B i ∂ 2B
+ b(ξ ) 2 = iγ B 2 B,
∂ξ 2 ∂t (8.5.6)
em que b(z) = b2(z)/p(z). Os efeitos de GVD e de SPM são compensados
se b(ξ) = b(ξL−ξ), sendo ξL o valor de ξ em z = L. Essa condição é satisfeita
de modo automático quando b2(z) decresce exatamente da mesma forma
que p(z), de modo que a razão entre essas grandezas permaneça constante.
Como p(z) decresce exponencialmente, os efeitos de GVD e de SPM
podem ser compensados em uma fibra de dispersão decrescente cuja GVD
diminui na forma e−az. Essa abordagem é geral e aplicável mesmo quando
amplificadores em linha são usados.
0
ao longo do enlace. Uma técnica de pós-compensação é adotada com
frequência em experimentos de laboratório. Nessa abordagem, compensa-se
a dispersão residual para canais individuais por meio da adição de com-
primentos ajustáveis de uma DCF no lado do receptor (ajuste de dispersão).
Essa técnica não é adequada para sistemas WDM comerciais, por diversas
razões. Primeira razão, a exata quantidade de dispersão residual por canal nem
sempre é conhecida, em função de variações não controláveis na dispersão
dos segmentos de fibra que formam o percurso de transmissão. Segunda razão,
até mesmo o comprimento do percurso pode ser alterado em redes ópticas
reconfiguráveis. Terceiro, à medida que a taxa de bits por canal aumenta em
direção a 40 Gb/s e além, o valor tolerável da dispersão residual se torna
tão pequeno que inclusive variações na GVD induzidas pela temperatura
se tornam preocupantes. Por essas razões, a melhor abordagem consiste em
adotar um esquema sintonizável de compensação de dispersão que permita
o controle da dispersão para cada canal de forma dinâmica.
Diversas técnicas foram desenvolvidas ao longo da última década para
compensação de dispersão sintonizável [116]–[135]. Várias utilizam uma
grade de difração de Bragg em fibra cuja dispersão é sintonizada por meio
da variação do período óptico nΛ da grade de difração. Em um esquema,
chirp não linear é introduzido na grade de difração, de modo que o com-
primento de onda de Bragg dela aumente de modo não linear ao longo do
Gerenciamento de Dispersão 449
Figura 8.23 Retardo de grupo em função do comprimento de onda para uma grade de
difração com chirp não linear, para várias tensões aplicadas. (Após a Ref. [116]; ©1999 IEEE.)
450 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 8.24 (a) Espectro de reflexão e (b) GVD total em função da tensão para uma grade
de difração em fibra com gradiente de temperatura. (Após a Ref. [118]; ©2000 IEEE.)
Gerenciamento de Dispersão 451
Figura 8.29 (a) Compensação de dispersão de terceira ordem por conexão em cascata
de duas idênticas grades de difração em fibra (FG – Fiber Grating). (b) Resultante retardo
de grupo (linha cheia) com parábola (linha pontilhada) superposta. (Após a Ref. [140];
©2000 IEEE.)
Gerenciamento de Dispersão 455
Podemos usar essa condição para estimar a máxima distância limitada por
PMD em que o sistema é capaz de operar a uma dada taxa de bis B. No
caso dos “velhos” enlaces de fibra padrão instalados, a condição (8.6.3)
se torna B2L < 104 (Gb/s)2/km, se usarmos D p = 1ps/ km como valor
representativo. Para B = 10 Gb/s, tais fibras requerem compensação de
PMD quando o comprimento do enlace ultrapassa 100 km. Em contraste,
fibras modernas têm, tipicamente, Dp abaixo de 0,1ps/ km. Para sistemas
projetados com essas fibras, B2L pode exceder 106 (Gb/s)2-km. Em conse-
quência, a compensação de PMD não é necessária em 10 Gb/s, mas pode
ser em 40 Gb/s, se o comprimento do enlace ultrapassar 600 km. Devemos
ressaltar que a Eq. (8.6.3) fornece apenas uma estimativa de uma ordem de
grandeza. Além disso, é possível relaxar tal condição quando se emprega a
técnica de correção de erro à frente (FEC) no receptor [165].
A discussão anterior mostra que PMD pode limitar o desempenho de
sistemas de longas distâncias quando a taxa de bits por canal é maior do que
10 Gb/s. Por essa razão, técnicas para a compensação de PMD despertaram
interesse já em 1994 e, desde então, continuaram a evoluir [173]–[188].
Aqui, focaremos técnicas ópticas; técnicas elétricas serão focadas na próxima
seção. A Figura 8.32 mostra a ideia básica da compensação de PMD [180],
que consiste em um controlador de polarização seguido por um elemento
birrefringente, como uma fibra mantenedora de polarização. Uma malha
de realimentação que mede o grau de polarização usa essa informação para
ajustar o controlador de polarização.
Figura 8.32 Diagramas em blocos de dois compensadores de PMD. PC, PMF, DOP e
PSP significam, respectivamente, controlador de polarização (Polarization Controller),
fibra mantenedora de polarização (Polarization-Maintaining Fiber), grau de polarização
(Degree of polarization) e estado principal de polarização (Principal State of Polarization).
(Após a Ref. [180]; ©2004 IEEE.)
Gerenciamento de Dispersão 459
∫
L
H f (ω ) = exp(iω 2da /2), da = β 2 ( z )dz, (8.7.1)
0
Técnica de Pré-Chirp
A Figura 8.34 pode nos ajudar a entender o funcionamento da técnica de
pré-chirp. Sem pré-chirp, pulsos ópticos se espalham monotonamente, devido
ao chirp induzido pela dispersão. Contudo, como discutido na Seção 2.4.2
e ilustrado na Figura 8.34, para valores de C tais que b2C < 0, um pulso
com chirp, inicialmente, se comprime e, depois, se alarga. Por essa razão, um
pulso com chirp adequado é capaz de se propagar por distâncias maiores até
que alargue além de seu bit slot. Como estimativa grosseira da melhora, as-
sumamos que alargamento do pulso por um fator de até 2 seja tolerável.
Usando a Eq. (2.4.7), a máxima distância de transmissão é determinada
como:
C + 1 + 2C 2
L= LD , (8.7.4)
1+ C 2
Gerenciamento de Dispersão 463
C = 2δωmω0T02 . (8.7.7)
N −1
y(t ) = ∑c m x(t − mTc ), (8.7.11)
m =0
Figura 8.39 Diagrama em blocos de um receptor coerente que recupera as partes real
e imaginária das componentes de polarização Ex e Ey do sinal óptico com o uso de um
oscilador local. (Após a Ref. [239]; ©2008 OSA.)
2π it 2
h(t ) = exp − . (8.7.12)
ida 2da
Retropropagação Digital
O conhecimento do campo óptico total no receptor permite outra aborda-
gem capaz de compensar não apenas efeitos dispersivos, mas também todo
tipo de efeito não linear que degrada o sinal durante a transmissão pelo
enlace de fibra. Essa abordagem é conhecida como retropropagação digital,
sendo baseada em uma ideia simples: a retropropagação numérica do sinal
recebido, implementada com processamento de sinal digital, deve recuperar
completamente o campo óptico original registrado no lado do transmissor,
se todos os parâmetros do enlace de fibra forem conhecidos. Essa ideia des-
pertou interesse em anos recentes, devido ao potencial para compensação
simultânea de todas as degradações [242]–[245].
A implementação digital em tempo real da retropropagação do sinal
recebido não é fácil, devido à limitação de velocidade dos circuitos ele-
trônicos atuais [242]. Na prática, cada canal WDM é transladado à banda
básica (sem a portadora óptica) usando detecção coerente, resultando em
um sinal complexo Ek = Akexp(iøk) para o k-ésimo canal. O conversor ana-
lógico-digital deve amostrar esse campo com suficiente resolução temporal.
Com processamento de sinal digital do estado da arte, o número de pontos
amostrais por símbolo é relativamente pequeno (2 ou 4), e devemos adotar
superamostragem a fim de assegurar suficiente resolução temporal. Contudo,
não é possível processar simultaneamente todo o sinal temporal. Em geral, é
empregado um esquema paralelo que usa um filtro de resposta impulsional
finita, em vez da convencional técnica da transformada de Fourier. Essa
técnica foi empregada em um experimento de 2008, no qual três canais
WDM de 6 Gbaud foram transmitidos por 760 km usando o formato PSK
binário, resultando em melhor desempenho do que outras duas técnicas de
compensação de dispersão [244].
A compensação de canais WDM multiplexados em polarização é mais
complicada, pois requer, para cada canal, a recuperação das duas componen-
tes de polarização do sinal óptico e sua retropropagação digital por meio
da solução de duas equações NLS acopladas. Em um experimento de 2009
[245], um esquema de detecção similar ao da Figura 8.39 foi empregado para
recuperar as amplitudes e fases das duas componentes de polarização depois
que três canais WDM de 6 Gbaud foram transmitidos por 1440 km em um
anel de fibra recirculante de 80 km. As amplitudes complexas digitizadas
foram retropropagadas com o método de passo alternado de Fourier [110].
O fator Q do canal central após retropropagação dependia do tamanho do
passo, e aumentou de um valor baixo de 4,5 dB para próximo de 14 dB
com um passo relativamente grande de 20 km. Esses resultados mostram
ser provável que, com os contínuos avanços da eletrônica, retropropagação
se torne uma técnica prática.
Gerenciamento de Dispersão 475
Exercícios
8.1 Qual é a distância de transmissão limitada por dispersão para um sistema
de onda luminosa de 1,55 mm que utiliza modulação direta a 10 Gb/s?
Assuma que chirp de frequência alarga o espectro do pulso gaussiano
por um fator de 6, em relação à largura limitada por transformada. Use
D = 17 ps/(km-nm) para a dispersão da fibra.
8.2 Que melhora é esperada na distância de transmissão limitada por dis-
persão se um modulador externo for utilizado no lugar de modulação
direta para o sistema de onda luminosa do Exercício 7.1?
8.3 Resolva a Eq. (8.1.2) com o método da transformada de Fourier. Use
a solução para obter uma expressão analítica para a forma do pulso
depois de o pulso gaussiano de entrada ter se propagado até z = L em
uma fibra com b2 = 0.
8.4 Use o resultado do exercício anterior e faça um gráfico da forma do
pulso depois de um pulso gaussiano com largura completa a meia altura
(FWHM) de 1 ps ser transmitido por 20 km de fibra de dispersão des-
locada com b2 = 0 e b3 = 0,08 ps3/km. Como a forma do pulso se
altera se o sinal de b3 for invertido?
8.5 Use a Eq. (8.1.3) e faça um gráfico das formas de pulso para C = − 1,
0 e 1, quando pulsos gaussianos com chirp e 50 ps de largura (FWHM)
são transmitidos por 100 km de fibra padrão com D = 16 ps/(km-nm).
Despreze a dispersão de terceira ordem.
8.6 A função de transferência de um filtro óptico é dada por
H (ω ) = exp[ −(1 + ib )ω 2 /ω 2f ]
REFERÊNCIAS
[1]
GNAUCK, A.; JOPSON, R.In: KAMINOW, I. P., KOCH,T. L. (Eds.). Optical Fiber
Telecommunications, v. 3A. Boston: Academic Press, 1997. Capítulo 7.
[2]
ZYSKIND, J. et al. In: KAMINOW, I. P.; LI, T. (Eds.). Optical Fiber Telecommu-
nications, v. 4B. Boston: Academic Press, 2002. Capítulo 7.
Gerenciamento de Dispersão 477
[3] WILLNER, A. E.; HOANCA, B.In: KAMINOW, I. P., LI, T., (Eds.). Optical Fiber
Telecommunications IV, v. 4B. Boston: Academic Press, 2002. Capítulo 14.
[4] SUZUKI, M.; EDAGAWA, N. J. Lightwave Technol., v. 21, p. 916, 2003.
[5] LIN, C.; KOGELNIK, H.; COHEN, L. G. Opt. Lett., v. 5, p. 476, 1980.
[6] ANTOS, A. J.; SMITH, D. K. J. Lightwave Technol., v. 12, p. 1739, 1994.
[7] THYAGARAJAN, K. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 8, p. 1510, 1996.
[8] ONISHI, M. et al. Fiber Integ. Opt., v. 16, p. 277, 1997.
[9] LIU, J. et al. Fiber Integ. Opt., v. 18, p. 63, 1999.
[10] AUGUSTE, J. -L. et al. Electron. Lett., v. 36, p. 1689, 2000.
[11] GRÜNER-NIELSEN, L. et al. Opt. Fiber Technol., v. 6, p. 164, 2000.
[12] GRÜNER-NIELSEN, L. et al. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 3566, 2005.
[13] TKACH, R. W. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 7, p. 1369, 1995.
[14] TAGA, H. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 34, p. 2055, 1998.
[15] CHEN, C. D. et al. Electron. Lett., v. 35, p. 648, 1999.
[16] BAKHSHI, B. et al. Proc. Optical Fiber Commun. Conf., Paper PD2, 2001.
[17] POOLE, C. D. et al. J. Lightwave Technol., v. 12, p. 1746, 1994.
[18] EGUCHI, M.; KOSHIBA, M.;TSUJI,Y. J. Lightwave Technol., v. 14, p. 2387, 1996.
[19] RAMACHANDRAN, S. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 632, 2001.
[20] EGUCHI, M. J. Opt. Soc. Am. B., v. 18, p. 737, 2001.
[21] RAMACHANDRAN, S. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 3426, 2005.
[22] YOUNGQUIST, R. C.; BROOKS, J. L.; SHAW, H. J. Opt. Lett., v. 9, p. 177, 1984.
[23] POOLE, C. D.; TOWNSEND, C. D.; NELSON, K. T. J. Lightwave Technol., v. 9,
p. 598, 1991.
[24] KASHYAP, R. Fiber Bragg Gratings. 2. ed. Boston: Academic Press, 2009.
[25] BIRKS, T. A. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 11, p. 674, 1999.
[26] SHEN, L. P. et al. Technol. Lett., v. 15, p. 540, 2003.
[27] NI,Y. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 1516, 2004.
[28] FUJISAWA, T. et al. Opt. Express, v. 14, p. 893, 2006.
[29] YANG, S. et al. Opt. Lett., v. 31, p. 2830, 2006.
[30] MATSUI, T.; NAKAJIMA, K.; SANKAWA, I. J. Lightwave Technol., v. 25, p. 757,
2007.
[31] KIM, S.; KEE, C. -S. Opt. Express, v. 17, p. 15885, 2009.
[32] LAM, D. K. W.; GARSIDE, B. K.; HILL, K. O. Opt. Lett., v. 7, p. 291, 1982.
[33] AGRAWAL, G. P. Lightwave Technology: Components and Devices. Hoboken:
Wiley, 2004.
[34] EGGLETON, B. J.; DE STERKE, C. M.; SLUSHER, R. E. J. Opt. Soc. Am. B.,
v. 16, p. 587, 1999.
[35] EGGLETON, B. J. et al. Electron. Lett., v. 32, p. 1610, 1996.
[36] STEPHENS, T. et al. Electron. Lett., v. 32, p. 1599, 1996.
[37] LITCHINISTER, N. M.; EGGLETON, B. J.; PEARSON, D. B.{BJ}{/B}. Lightwave
Technol., v. 15, p. 1303, 1997.
[38] HINTON, K. J. Lightwave Technol., v. 15, p. 1411, 1997.
[39] OUELLETTE, F. Opt. Lett., v. 12, p. 622, 1987.
[40] HILL, K. O. et al. Electron. Lett., v. 30, p. 1755, 1994.
[41] KRUG, P. A. et al. Electron. Lett., v. 31, p. 1091, 1995.
[42] LOH, W. H. et al. Electron. Lett., v. 31, p. 2203, 1995.
[43] LOH, W. H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 8, p. 944, 1996.
[44] LOH, W. H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 8, p. 1258, 1996.
[45] ATKINSON, D. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 8, p. 1085, 1996.
[46] ENNSER, K.; ZERVAS, M. N.; LAMING, R. I. IEEEJ. Quantum Electron., v. 34,
p. 770, 1998.
[47] CHERNIKOV, S.V.; TAYLOR, J. R.; KASHYAP, R. Opt. Lett., v. 20, p. 1586, 1995.
[48] AGRAWAL, G. P.; RADIC, S. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 6, p. 995, 1994.
[49] ZHANG, L. et al. Electron. Lett., v. 31, p. 477, 1995.
[50] GNAUCK, A. H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 11, p. 1503, 1999.
[51] GARRETT, L. D. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 11, p. 484, 1999.
478 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[144] KAEWPLUNG, P.; ANGKAEW, R.; KIKUCHI, K. IEEE Photon. Technol. Lett.,
v. 13, p. 293, 2001.
[145] GOH, C. S.; SET, S. Y.; KIKUCHI, K. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 524,
2004.
[146] MATSUMOTO, S. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 1095, 2004.
[147] LNUI, T. et al. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 2039, 2005.
[148] KWON, J. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 118, 2006.
[149] DABARSYAH, B. et al. J. Lightwave Technol., v. 25, p. 2711, 2007.
[150] SHU, X. et al. Opt. Express, v. 16, p. 12090, 2008.
[151] KIM, S. et al. Opt. Express, v. 17, p. 4336, 2009.
[152] KAWANISHI, S. et al. Electron. Lett., v. 32, p. 916, 1996.
[153] NAKAZAWA, M. et al. Electron. Lett., v. 34, p. 907, 1998.
[154] YAMAMOTO, T. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 355, 2000.
[155] PELUSI, M. D. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 795, 2000.
[156] NAKAZAWA, M.; YAMAMAOTO, T.; TAMURA, K. R. Electron. Lett., v. 36,
p. 2027, 2000.YAMAMOTO, T.; NAKAZAWA, M. Opt. Lett., v. 26, p. 647, 2001.
[157] WEBER, H. G. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 4616, 2006.
[158] POOLE, C. D.; NAGEL, J. In: KAMINOW, I. P., KOCH, T. L. (Eds.). Optical Fiber
Telecommunications, v. 3A. San Diego: Academic Press, 1997. Capítulo 6.
[159] KARLSSON, M.; BRENTE1, J.; ANDREKSON, P. A. J. Lightwave Technol., v. 18,
p. 941, 2000.
[160] KOGELNIK, H.; JOPSON, R. M.; NELSON, L. E.In: KAMINOW, I. P. LI, T., (Eds.).
Optical Fiber Telecommunications, v. 4A. Boston:Academic Press, 2002. Capítulo 15.
[161] WILLNER, A. E. et al. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 106, 2004.
[162] BÜLOW, H. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 10, p. 696, 1998.
[163] KHOSRAVANI, R.; WILLNER, A. E. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 296,
2001.
[164] LU, P.; CHEN, L.; BAO, X. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 1805, 2002.
[165] SUNNERUD, H. et al. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 2204, 2002.
[166] DAMASK, J. N. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 48, 2003.
[167] KISSING, J.; GRAVEMANN, T.; VOGES, E. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15,
p. 611, 2003.
[168] WINZER, P. J.; KOGELNIK, H.; RAMANAN, K. IEEE Photon. Technol. Lett.,
v. 16, p. 449, 2004.
[169] FORESTIERI, E.; PRATI, G. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 988, 2004.
[170] BIONDINI, G.; KATH, W. L.; MENYUK, C. R. J. Lightwave Technol., v. 22,
p. 1201, 2004.
[171] BORODITSKY, M. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 345, 2005.
[172] CVIJETIC, N.; WILSON, S. G.; QIAN, D.Y. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 2118,
2008.
[173] TAKAHASHI, T.; IMAI, T.; AIKI, M. Electron. Lett., v. 30, p. 348, 1994.
[174] FRANCIA, C. et al. Electron. Lett., v. 35, p. 414, 1999.
[175] NOÉ, R. et al. J. Lightwave Technol., v. 17, p. 1602, 1999.
[176] MERKER,T.; HAHNENKAMP, N.; MEISSNER, P. Opt. Commun., v. 182, p. 135,
2000.
[177] PUA, H.Y. et al. J. Lightwave Technol., v. 18, p. 832, 2000.
[178] SUNNERUD, H. et al. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 368, 2002.
[179] NOÉ, R.; SANDEL, D.; MIRVODA,V. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron.,
v. 10, p. 341, 2004.
[180] LANNE, S.; CORBEL, E. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 1033, 2004.
[181] MADSEN, C. K. et al. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 1041, 2004.
[182] HAUNSTEIN, H. F. et al. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 1169, 2004.
[183] PHUA, P. B.; HAUS, H. A.; LPPEN, E. P. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 1280, 2004.
[184] KIECKBUSCH, S. et al. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 165, 2005.
[185] YAN, L. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 3992, 2006.
[186] MIAO, H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 20, p. 545, 2008.
Gerenciamento de Dispersão 481
[230] CURRI,V. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 2556, 2004.
[231] AGAZZI, O. E. et al. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 749, 2005.
[232] FOGGI, T. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 3073, 2006.
[233] GENE, J. M. et al. J. Lightwave Technol., v. 25, p. 1735, 2007.
[234] BÜLOW, H.; BUCHALI, F.; KLEKAMP, A. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 158,
2008.
[235] POGGIOLINI, P.; BOSCO, G. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 3041, 2008.
[236] SINGER, A. C.; SHANBHAG, N. R.; BAE, H. -M. IEEE Sig. Proc. Mag., v. 25, 6,
p. 110, 2008.
[237] SAVORY, S. J. et al. Opt. Express, v. 15, p. 2120, 2007.
[238] LP, E.; KAHN, J. M. {J.B}{/B} Lightwave Technol., v. 25, p. 2033, 2007.
[239] SAVORY, S. J. Opt. Express, v. 16, p. 804, 2008.
[240] ALFIAD, M. S. et al. J. Lightwave Technol., v. 27, p. 3590, 2009.
[241] MCCARTHY, M. E. et al. J. Lightwave Technol., v. 27, p. 5327, 2009.
[242] LI, X. et al. Opt. Express, v. 16, p. 880, 2008.
[243] LP, E.; KAHN, J. M. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 3416, 2008.
[244] GOLDFARB, G.; TAYLOR, E. M. G.; LI, G. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 20,
p. 1887, 2008.
[245] YAMAN; LI, G. IEEE Photon. Journal, v. 1, p. 144, 2009.
CAPÍTULO 9
483
484 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
0
do somente pela degradação da SNR induzida pelo ruído dos amplificadores.
Uma vez que a SNR pode ser melhorada aumentando a potência óptica, é
possível fazer o comprimento do enlace, em princípio, arbitrariamente grande.
Contudo, efeitos não lineares não são desprezíveis em sistemas WDM de
longas distâncias quando as potências dos canais excedem alguns poucos mili-
watts, e a distância de transmissão é, em geral, limitada por efeitos não lineares.
Além disso, como visto na Seção 7.8, existe um nível de potência ótimo no
qual o sistema apresenta melhor desempenho. O gerenciamento de dispersão
é essencial para sistemas de longas distâncias, a fim de assegurar que o sistema
não seja limitado pelo alargamento temporal induzido por GVD. Entretanto,
diferentes mapas de dispersão podem levar a diferentes fatores Q no receptor,
mesmo quando da = 0 para todos os mapas [2]. Isso ocorre porque efeitos dis-
persivos e não lineares não agem sobre o sinal de forma independente. Mais
especificamente, a degradação induzida por efeitos não lineares depende do
valor local de da(z), a uma distância qualquer z ao longo do enlace de fibra.
O principal fenômeno não linear que afeta o desempenho de um canal
isolado é a SPM. A propagação de uma sequência de bits ópticos em um
sistema com gerenciamento de dispersão é governada pela equação NLS
(7.1.4), que pode ser escrita como:
∂ A β 2 ∂2 A i
i − + γ | A |2 A = ( g 0 − α )A, (9.1.1)
∂z 2 ∂t 2
2
em que, para simplificar a discussão a seguir, ignoramos o termo de ruído.
Em um sistema com gerenciamento de dispersão, os três parâmetros da fibra
(b2, g e a) são funções de z, devidos a seus diferentes valores nos dois ou
mais segmentos de fibra usados para formar o mapa de dispersão. O parâme-
tro de ganho g0 também é uma função de z, devido ao gerenciamento de
perda, e sua forma funcional depende do esquema de amplificação adotado:
amplificação concentrada ou distribuída.
Controle de Efeitos Não Lineares 485
∂U β 2 ∂2 U
i − + γ P0 p( z )|U |2 U = 0, (9.1.2)
∂z 2 ∂t 2
onde P0 é a potência de pico de entrada, e p(z) governa as variações na
potência de pico do sinal ao longo do enlace de fibra:
p( z ) = exp ( ∫ [ g (z) − α(z)]dz) .
0
z
0 (9.1.3)
0
linear efetivo ge(z) ≡ g p(z) também depende de z, devido às mudanças
na potência de sinal induzidas pelas perdas da fibra e por amplificadores
ópticos. Em particular, quando se utilizam amplificadores concentrados,
efeitos não lineares são mais fortes imediatamente após a amplificação do
sinal, tornando-se desprezíveis nas extremidades de cada segmento de fibra
entre dois amplificadores.
Há duas principais questões de projetos associadas a qualquer sistema
com gerenciamento de dispersão: qual é o mapa de dispersão ótimo e que
formato de modulação leva ao melhor desempenho? Essas duas questões
foram estudadas por meio de solução numérica da equação NLS (9.1.2) [4]-
[27]. Embora, inicialmente, a atenção tenha sido voltada ao formato NRZ,
os desempenhos dos formatos RZ e NRZ foram comparados a partir de
1996, tanto numérica como experimentalmente, em situações realistas de
operação [8]-[14]. Como exemplo, a Figura 9.1 mostra resultados numéricos
para os formatos (a) NRZ e (b) RZ em gráficos da máxima distância de
transmissão L em que a abertura do olho é reduzida em 1 dB no receptor de
um sistema de 40 Gb/s, quando a potência média de entrada é aumentada
[8]. O mapa de dispersão periódica consistia em 50 km de fibra padrão,
com D = 16 ps/(km-nm), a = 0,2 dB/km e g = 1,31 W−1/km, seguidos
por 10 km de fibra compensadora de dispersão (DCF) com D = − 80 ps/
(km-nm), a = 0,5 dB/km e g = 5,24 W−1/km. Amplificadores ópticos com
6 dB de figura de ruído foram posicionados com espaçamento de 60 km, e
compensavam toda a perda em um período do mapa. No caso do formato
RZ, o ciclo de trabalho era de 50%.
486 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 9.2 Anel recirculante de fibra usado para demonstrar a transmissão de um sinal
de 10 Gb/s por 2.040 km de fibra padrão. Dois comutadores acusto-óptico (AO) con-
trolam a passagem do sinal pelo anel, BERTS significa conjunto de teste da taxa de erro
de bit (Bit-Error-Rate Test Set). (Após a Ref. [14]; ©1999 IEEE.)
488 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
forma, mesmo que suas amplitudes, largura e chirp sejam alterados durante
a propagação. Como visto na Seção 2.4, no caso linear (g = 0), um pulso
gaussiano com chirp mantém sua forma funcional. Se efeitos não lineares
forem relativamente fracos em cada segmento de fibra, em comparação com
efeitos dispersivos, é provável que o pulso mantenha sua forma gaussiana
aproximadamente, mesmo com a inclusão de efeitos não lineares.
A uma distância z ao longo da fibra, o envelope de um pulso gaussiano
com chirp tem a forma
1
U ( z, t ) = a exp[ − (1 + iC )t 2 /T 2 + iφ ], (9.1.4)
2
em que a é a amplitude, T é a largura, C é o chirp e ø é a fase. Esses quatros
parâmetros variam com z. O método variacional ou dos momentos pode
ser usado com o intuito de obter quatro equações diferenciais ordinárias
que governam a evolução desses quatro parâmetros ao longo do enlace de
fibra [1]. A equação para a fase pode ser ignorada, pois não é acoplada às
outras três equações. A equação pode ser integrada para a amplitude a fim de
concluir que o produto a2T não varia com z e está relacionado à energia
de entrada do pulso E0 por E0 = π P0a2(z)T(z) = π P0T(0), pois a(0) = 1.
Assim, precisamos resolver apenas as duas equações acopladas a seguir:
dT β 2 ( z )C
= , (9.1.5)
dz T
dC β ( z ) γ ( z ) p( z )E0
= (1 + C 2 ) 2 2 + . (9.1.6)
dz T 2π T
1 + C 02
T 2 ( z ) = T02 + 2 ∫ β 2 ( z )C ( z )dz, ∫
z z
C(z ) = C0 + β 2 ( z )dz,(9.1.7)
0
T02 0
na qual detalhes do mapa de dispersão são incluídos por meio de b2(z). Essa
solução parece complicada, mas a integração é facilmente efetuada para
490 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 9.3 (a) Largura e (b) chirp do pulso após sucessivos amplificadores, para diversos
valores da potência média de entrada de um sistema de 40 Gb/s com o mapa periódico
de dispersão usado na Figura 9.1.
Controle de Efeitos Não Lineares 491
Figura 9.4 (a) Largura e (b) chirp do pulso após sucessivos amplificadores, para três
valores da potência média de entrada de um sistema de 40 Gb/s com o mapa periódico
de dispersão usado na Figura 9.1.
492 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Mesmo para Pav = 5 mW, a largura do pulso se torna maior do que o bit
slot depois de uma distância da ordem de 1.000 km, e a situação piora para
Pav = 10 mW. Portanto, o nível ótimo de potência é próximo de 1 mW,
caso o objetivo seja a minimização do impacto de efeitos não lineares.
Essa conclusão concorda com os resultados mostrados na Figura 9.1,
obtidos por solução direta da equação NLS, incluindo efeitos do ruído
de amplificadores.
∂U s ∂2 U L D
iL D − + p( z )|U |2 U = 0, (9.1.11)
∂z 2 ∂τ 2
L NL
∂U 1 ∂2 U
i + + N 2 |U |2 U = 0, (9.2.1)
∂ξ 2 ∂τ 2
LD γP T 2
N2 = = 0 0 . (9.2.2)
L NL | β2 |
∂u 1 ∂2 u
i + + |u |2 u = 0. (9.2.3)
∂ξ 2 ∂τ 2
A equação NLS (9.2.3) pertence a uma classe especial de equações diferen-
ciais não lineares possíveis de serem resolvidas exatamente com uma técnica
matemática denominada método do espalhamento inverso [36]-[38]. A equação
NLS foi resolvida pela primeira vez com esse método em 1971 [39]. Os
principais resultados são resumidos a seguir. Quando um pulso de entrada
com amplitude inicial
d 2V
= 2V ( K −V 2 ).
dτ 2 (9.2.6)
Essa solução mostra que o pulso de entrada adquire uma defasagem ξ/2 ao
se propagar em uma fibra óptica, mas sua amplitude permanece inalterada.
Essa é a propriedade do sóliton fundamental que o torna um candidato ideal
para comunicações ópticas. Basicamente, os efeitos da dispersão da fibra são
compensados exatamente pela não linearidade da fibra, quando o pulso de
entrada apresenta a forma “sech”; a largura e a potência de pico do pulso
são relacionadas pela Eq. (9.2.2), de modo que N = 1.
Uma importante propriedade de sólitons ópticos é serem extraordi-
nariamente estáveis em relação a perturbações. Assim, embora exija uma
forma específica e uma dada potência de pico que correspondam a N = 1
na Eq. (9.2.2), é possível criar o sóliton fundamental mesmo quando a
forma e a potência de pico do pulso inicial se desviam das condições ideais.
A Figura 9.6 mostra a evolução – simulada numericamente – de um pulso
Figura 9.6 Evolução de um pulso gaussiano com N = 1 no intervalo ξ = 0 a 10. O pulso
evolui para um sóliton fundamental, alterando suas forma, largura e potência de pico.
0
energia para sólitons com gerenciamento de perda é fornecido por:
Ps 1 αL A G ln G (9.2.9)
f LM = = = = .
P0 p 1 − exp(−α L A ) G − 1
Assim, a evolução de sólitons em fibras com perda e amplificação concen-
trada periódica é idêntica à evolução de sólitons em fibras sem perda, desde
que (1) os amplificadores sejam espaçados de modo que L A L D e (2) a
potência de pico lançada seja aumentada por um fator fLM. Como exemplo,
quando LA = 50 km e a= 0,2 dB/km, G = 10 e fLM ≈ 2,56.
No que diz respeito ao projeto de sistemas baseados em sólitons, con-
dição L A L D é vaga. A questão é: quão próximo LA pode ser de LD
sem que o sistema deixe de funcionar? A abordagem semianalítica da
Seção 9.1.2 pode ser estendida para estudar como as perdas de fibras afetam
a evolução de sólitons. No entanto, devemos substituir a Eq. (9.1.4) por
T0 > | β 2 | L A . (9.2.13)
A largura do pulso T0 deve ser uma pequena fração do bit slot Tb = 1/B, para
assegurar que sólitons adjacentes fiquem bem separados. Matematicamente,
a solução de sóliton na Eq. (9.2.8) é válida somente quando um único pulso
se propaga de modo isolado. A solução é aproximadamente válida para um
trem de pulsos apenas quando os pulsos individuais são muito isolados. É
possível utilizar essa exigência para relacionar a largura do sóliton T0 à taxa
de bits B usando Tb = 2q0T0, sendo 2q0 uma medida da separação entre dois
502 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
T ( z = L A ) = T0 , C(z = L A ) = C0 . (9.2.15)
∫
z
ξ = T0−2 β 2 ( z )dz, τ = t /T0 , (9.3.1)
0
∂U 1 ∂2 U
i + + N 2 ( z )|U |2 U = 0, (9.3.2)
∂ξ 2 ∂τ 2
em que N 2 (z) = γ P0T02 p(z )/|β 2 (z )|. Se o perfil de GVD for escolhido de
modo que |b2(z)| = |b2(0)|p(z), N se torna uma constante, e a Eq. (9.3.2)
se reduz à equação NLS padrão com p(z) = 1. Em consequência, as perdas
da fibra não afetam um sóliton, apesar de sua energia ser reduzida quando
se utilizam DDFs. Mais precisamente, é possível posicionar amplificado-
res concentrados a qualquer distância, não sendo limitados pela condição
L A L D , desde que a GVD diminua exponencialmente no segmento de
fibra entre dois amplificadores na forma:
| β 2 ( z )|=| β 2 (0)|exp(−α z ). (9.3.3)
Figura 9.9 (a) Variação de T0 (curva superior) e Tm (curva inferior) em função da energia
do pulso E0, para a = 0 (linhas cheias) e 0,25 dB/km (linhas tracejadas). O detalhe mostra
o chirp de entrada nos dois casos. (b) Evolução do sóliton com gerenciamento de dis-
persão em um período do mapa de dispersão, para E0 = 0,1 pJ e LA = 80 km.
Controle de Efeitos Não Lineares 507
T0 atinge seu valor mínimo para uma dada energia do pulso Ec, enquanto
Tm continua a diminuir lentamente. Terceiro, T0 e Tm diferem por um
grande fator se E0 ≫ Ec. Esse comportamento indica que a largura do pulso
muda consideravelmente em cada segmento de fibra quando esse regime é
alcançado. Um exemplo de respiração de pulso (pulse breathing) é exibido
na Figura 9.9(b) para E0 = 0,1 pJ, no caso de amplificação concentrada.
Nesse caso, o chirp de entrada C0 é relativamente grande (C0 ≈ 1,8). A mais
importante característica da Figura 9.9 é a existência de um valor mínimo de
T0 para um valor específico da energia do pulso. Nesse ponto, o chirp
de entrada é C0 = 1. Interessante ressaltar que o valor mínimo de T0 não
depende muito das perdas da fibra, sendo praticamente o mesmo para as
linhas cheia e tracejada, embora o valor de Ec seja muito maior no caso de
amplificação concentrada, devido às perdas da fibra.
A largura e a potência de pico do sóliton com DM na Figura 9.9(b)
variam consideravelmente em um período de dispersão. A largura do pulso
varia por um fator maior do que 2, tornando-se mínima quase no meio de
cada segmento de fibra onde o chirp de frequência se anula. No caso
de amplificação distribuída ideal, em que as perdas da fibra são completa-
mente compensadas em cada ponto ao longo do enlace, o pulso mais curto
ocorre no meio do segmento com GVD anômala. Para comparação, a
Figura 9.10(b) mostra variações de largura e chirp de um sóliton com DM
cuja energia de entrada é próxima de Ec, para a qual o pulso de entrada é
mais curto. A respiração (breathing) do pulso é consideravelmente reduzida,
assim como a faixa de variação do chirp. Nos dois casos, o sóliton com DM
é bem diferente de um sóliton fundamental convencional, pois suas forma,
largura e potência de pico não são preservadas. Não obstante, seus parâmetros
0
não pode ser integrada de modo analítico, mas soluções numéricas mostram
que C(z) varia quase linearmente em cada segmento de fibra. Como visto
na Figura 9.10, C(z) muda de C0 a −C0 no primeiro segmento e, depois,
de volta a C0 no segundo segmento. Notando que a razão (1 + C 2)/T 2 está
relacionada à largura espectral, que varia pouco em um período do mapa
de dispersão quando o comprimento não linear é muito maior do que o
comprimento de dispersão local, tomamos a média em período do mapa e
obtemos a seguinte relação entre T0 e C0:
1/2
1 + C 02 |β β l l |
T0 = Tmap , Tmap = 2 n 2 a n a , (9.3.4)
|C 0 | β 2 nln − β 2 ala
Controle de Efeitos Não Lineares 509
S ASETm2 1
σ t2 = [ N A (1 + C 02 ) + N A ( N A − 1)C 0d + N A ( N A − 1)(2N A − 1)d 2 ],
E0 6
(9.3.7)
onde NA é o número de amplificadores ao longo do enlace e o parâmetro
adimensional d é definido como na Eq. (9.1.9), exceto pela mínima largura
Tm dever ser usada no lugar de T0. O primeiro termo entre colchetes resulta
diretamente de flutuações de posição de um sóliton em cada amplificador.
O segundo termo está relacionado à correlação cruzada entre flutuações
de frequência e de posição. O terceiro termo advém somente de flutuações de
frequência. Para um sistema baseado em sóliton e projetado com Lmap = LA
e Na ≫ 1, a incerteza é dominada pelo último termo na Eq. (9.3.7), pois o
mesmo varia com N A3 , sendo fornecido aproximadamente por:
σ t2 S ASE 3 2 S ASEL3T
≈ N A d = ,
Tm2 3E0 3E0 L2D L A (9.3.8)
Figura 9.12 Incerteza temporal induzida por ASE em função do comprimento, para
um sistema de 20 Gb/s projetado com sólitons com DM (linha cheia) e convencionais
(linha tracejada).
Controle de Efeitos Não Lineares 513
S ASET02 1
σ t2 = [ N A + N A ( N A − 1)(2N A − 1)d 2 ], (9.3.9)
3E s 6
σ t2 S L3
2
= ASE2 T . (9.3.11)
T0 9E s L D L A
Para sólitons com DM, o fator de aumento de energia fLM é substituído por
fLMfDM/3. O valor tolerável de bj depende da BER aceitável e de detalhes
da configuração do receptor; tipicamente, bj < 0,1. Para ver como ruído
de amplificadores limita a distância de transmissão total, consideremos um
sistema baseado em sólitons convencionais, operando em 10 Gb/s, com
os seguintes valores de parâmetros: T0 = 10 ps, q0 = 5, a = 0,2 dB/km,
g = 2 W−1/km, β 2 = − 1 ps/(km-nm), nsp = 1,5, LA = 50 km e bj = 0,08.
Usando G = 10 dB, obtemos fLM = 2,56 e SASE = 2,16 × 10−6 pJ. Com esses
valores, BLT deve ficar abaixo de 70 (Tb/s)-km e a distância de transmissão
se torna limitada a menos de 7.000 km, em 10 Gb/s. É possível aumentar
esse valor para mais de 10.000 km com uso de sólitons com DM.
U ( zm , t ) → Tm (t − tm )U ( zm , t ), (9.3.14)
∂U β ∂2 U 1
i 1− 2 + γ P0 p( z )[(|U 1 |2+ 2|U 2 |2+ 2|U 3 |2 )U 1+ U 22U *3 ]=0, (9.4.2)
∂ z 2 ∂t 2
∂U 2 β 2 ∂2 U 2
i − + γ P0 p( z )[(|U 2 |2 + 2|U 1 |2 + 2|U 3 |2 )U 2 + 2U 1U *2U 3 ] = 0,
∂z 2 ∂t 2 (9.4.3)
∂U 3 β 2 ∂2 U 3
i − + γ P0 p( z )[(|U 3 | +2|U 1 | +2|U 2 | )U 3 + U 2U 1 ] = 0,
2 2 2 2 *
∂z 2 ∂t 2 (9.4.4)
Essas três equações acopladas mostram explicitamente a origem de efei-
tos não lineares intracanal. O primeiro termo não linear corresponde à
SPM. Os dois termos seguintes resultam da XPM induzida pelos outros
dois pulsos. Como esses termos representam interações por XPM entre
pulsos pertencentes a um mesmo canal, o fenômeno é conhecido como
XPM intracanal. O último termo é do tipo de FWM, sendo responsável
por FWM intracanal. Embora pareça estranho que FWM ocorra entre
pulsos de um mesmo canal, devemos recordar que o espectro de cada pulso
tem bandas laterais de modulação localizadas nos dois lados da frequência
portadora. Se diferentes bandas laterais de dois ou mais pulsos que se sobre-
ponham estiverem presentes simultaneamente na mesma janela temporal,
podem interagir por FWM e transferir energia entre pulsos. Esse fenômeno
também é capaz de criar novos pulsos no domínio do tempo. Esses pulsos
são referidos como pulsos-sombra [137] ou pulsos-fantasma [138], e afetam
de modo considerável o desempenho de sistemas, especialmente os pulsos
criados em janelas temporais de bits 0 [146].
O método anterior pode ser estendido ao caso de mais de três pulsos.
Assumindo que a Eq. (9.4.1) seja usada em qualquer distância z, a equação
NLS (9.1.2) pode ser escrita como:
M ∂U j β 2 ∂2 U j M M M
∑ i ∂z
−
2 ∂t 2 = −γ P0 p( z )∑∑∑ U jU k*U l . (9.4.5)
j =1 j =1 k =1 l =1
O triplo somatório no lado direito inclui todos os efeitos não lineares. SPM
ocorre quando j = k = l. Os termos responsáveis por XPM correspondem
as j = k ≠ l e j ≠ k= l. Os termos restantes levam a FWM intracanal. Cada
termo não linear no triplo somatório no lado direito da Eq. (9.4.5) contribui
em uma região temporal próxima a tj + tl − tk, relação análoga à condição
de casamento de fase entre ondas de diferentes frequências [25].Tal relação
pode ser usada visando identificar todos os termos não lineares que podem
contribuir a um pulso específico. É importante notar que, enquanto a energia
520 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
∂U n β 2 ∂2 U n
i − + γ P0 p( z )(|U n |2 +2|U 3−n |2 )U n = 0, (9.4.6)
∂z 2 ∂t 2
1 i * ∂U n ∂U n*
∫ ∫
∞ ∞
tn = E t |U n |2 dt, Ωn = t U n − U n dt, (9.4.10)
0
−∞
2E0 −∞
∂t ∂t
sendo E0 a energia de entrada de cada pulso.
Notando que cada pulso na Eq. (9.4.9) é quantificado por seis parâme-
tros, essa abordagem leva a 12 equações diferenciais de primeira ordem. As
duas equações de fase podem ser ignoradas, se desprezarmos interações que
dependam da fase. As equações de amplitude não são necessárias, pois
E0 = π anTn relaciona an a Tn}. Ademais, somente a diferença de frequên-
2
dC n β ( z ) γ ( z ) p( z )E0 2Tn3 2 − µ 2 /2
= (1 + C n2 ) 2 2 + 1 − 3 (1 − µ )e ,
dz Tn 2π Tn Ta (9.4.12)
d ∆Ω 8µ −µ 2 /2
= γ ( z ) p( z )E0 e ,
dz πTa2 (9.4.13)
d ∆t
= β 2 ( z )∆Ω,
dz (9.4.14)
Figura 9.14 (a) Deslocamento de frequência induzido por XPM após um período do
mapa de dispersão e (b) deslocamento temporal no espaçamento entre pulsos em
função da posição de lançamento no regime de GVD anômala da fibra, para dois pulsos
gaussianos de 5 ps separados por 25 ps. As curvas quase coincidem para duas condições
de lançamento. Símbolos mostram resultados numéricos obtidos da equação NLS. (Após
a Ref. [142]; ©2001 OSA.)
524 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
cheias mostram o caso em que esses pulsos são lançados no segmento de GVD
anômala. As curvas quase coincidentes correspondem ao caso em que o mapa
de dispersão é feito simétrico, com lançamento dos pulsos no ponto médio
do segmento. Os asteriscos e círculos mostram resultados obtidos nesses dois
casos por solução direta da equação NLS. A maior parte do deslocamento
de frequência ocorre nas proximidades das duas extremidades do período do
mapa de dispersão, em que os pulsos são relativamente curtos e se sobrepõem
apenas parcialmente.
Embora o deslocamento de frequência seja quase o mesmo para os
mapas simétrico e assimétrico, o deslocamento no espaçamento ∆t en-
tre pulsos em relação ao valor inicial de 25 ps depende muito da exata
posição de lançamento dos pulsos. Isso fica evidente da Figura 9.14(b),
que mostra tal deslocamento em função da posição de lançamento na
fibra de GVD anômala. O deslocamento temporal pode ser positivo ou
negativo, dependendo se o primeiro segmento de fibra exibe dispersão
anômala ou normal. A razão para isso está relacionada ao fato de, no caso
de GVD anômala, os pulsos se atraírem e, no caso de GVD normal, se
repelirem. Como o deslocamento de frequência na Figura 9.14(a) cresce
monotonamente, o segundo segmento é responsável pela maior parte do
deslocamento [142]. A característica mais importante dessa figura é que,
com o mapa de dispersão simétrico, as posições dos pulsos não se alteram.
Nesse caso, deslocamentos temporais produzidos nos dois segmentos se
cancelam completamente.Tal cancelamento pode ocorrer somente quando
amplificação distribuída é empregada, sendo possível usarmos p(z) ≈ 1.
No caso de amplificação concentrada, maiores variações de potência
fortalecem muito os efeitos de XPM no primeiro segmento de um mapa
de dispersão periódico.
Quando se utiliza amplificação concentrada, o mapa de dispersão não
é simétrico. Contudo, é possível cancelar o deslocamento temporal in-
duzido por XPM introduzindo chirp adequado nos pulsos de entrada, antes
de serem lançados no enlace de fibra. Experimentalmente, uma fibra de
comprimento apropriado é usada para aplicar chirp ao pulso. Essa técnica
é equivalente à de pré-compensação discutida na Seção 8.2. A Figura 9.15
mostra os deslocamento de frequência e temporal adquiridos após um
período do mapa de dispersão em função do comprimento de fibra usado
na pré-compensação. O mapa de dispersão de 100 km de comprimento
consiste em um segmento de 75 km com b2 = − 5 ps2/km seguido por um
segmento de 25 km de DCF com b2= 20 ps2/km. A mesma DCF é usada
para pré-compensação. Embora sempre haja um deslocamento de frequência
líquido após um período do mapa de dispersão, o deslocamento temporal
se anula quando o comprimento da fibra de pré-compensação é da ordem
de 3 km.
Controle de Efeitos Não Lineares 525
Figura 9.16 Sequência de bits e diagrama de olho no final de 80 km de fibra com
D = 17 ps/(km-nm). A linha tracejada mostra, para comparação, a sequência de bits de
entrada. (Após a Ref. [25]; ©2002 Elsevier.)
não lineares intracanal produzidos por SPM, XPM e FWM estão incluídos
nessa solução perturbacional. O número de termos que devem ser incluídos
no triplo somatório na Eq. (9.4.15) cresce com M3, para uma sequência
com M bits. A integral na Eq. (9.4.16) pode ser efetuada analiticamente em
alguns casos limites. Por exemplo, se considerarmos uma fibra de dispersão
constante, fixamos p(z) = 1, assumindo amplificação distribuída ideal, e, se
considerarmos um comprimento de fibra L muito maior do que o com-
2
primento de dispersão LD = T0 /|b2|, obtemos [140]:
2 i ∆φ
∆U jkl (L , t j + tl − tk ) = (iγ P0 L D / 3)exp(−t /6T0 )e E1(ir jkl L D /L ), (9.4.17)
2
2
em que rjkl = (tj − tk)(tl − t)/ T0 e E1(x) representa a função integral ex-
ponencial.
Pode-se alcançar maior entendimento se considerarmos o caso mais sim-
ples de dois pulsos localizados em t1 = Tb e t2 = 2Tb. Nesse caso, j, k e l as-
sumem os valores 1 ou 2, e 8 termos são considerados no triplo somatório na
Eq. (9.4.15). Os efeitos de SPM são governados pelas combinações 111 e 222.
Os efeitos de XPM intracanal são governados pelas quatro combinações 112,
122, 211 e 221. As duas restantes combinações, 121 e 212, produzem FWM
intracanal e perturbações não localizadas nas originais posições dos pulsos de
entrada, mas nas posições 0 e 3Tb. Se essas duas janelas temporais contiverem
pulsos (e representarem bits 1), ocorre batimento entre essa perturbação e
os pulsos, que se manifesta como incerteza de amplitude. Em contraste, se
representarem bits 0, um pulso-fantasma aparecerá nessas janelas temporais.
Pulsos-fantasma possuem grande impacto sobre o processo de detecção,
dependendo de seu nível de potência.A potência de pico de um pulso-fantasma
localizado em t= 0 é obtida da Eq. (9.4.17), com j=l=1 e k=2, como:
2
1 2iTb2
Pg (L ) =| ∆U 121(L ,0)| = (γ P0 L D )2 exp(−t 2 /3T02 ) E1
2
, (9.4.18)
3 | β 2 |L
528 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
em que, para localização dos dois pulsos cuja sobreposição gerou o pulso-fantasma
por FWM intracanal, usamos t1 = Tb e t2 = 2Tb. A Figura 9.17 mostra (a) o
crescimento da potência de pico com o comprimento do enlace L, para um
sinal de 40 Gb/s (Tb = 25 ps) e (b) o decaimento da potência de pico em
L= 20 km em função da duração Tb do bit slot, quando uma sequência de bits
é lançada com 10 mW de potência média em um enlace de fibra padrão [140].
A linha pontilhada foi obtida com a substituição de E1(x) pela aproximação
assintótica |E1(x)| ∼ ln(|1/x|).Tal crescimento logarítmico de Pg em relação a
L é válido somente para enlaces com dispersão constante.A potência transferida
para pulsos-fantasma pode ser reduzida com o aumento de Tb . De fato, a Eq.
−4
(9.4.18) prevê a variação de Pg em relação a Tb na forma Tb , quando usamos
a aproximação assintótica |E1(x)| ∼ 1/x para grandes valores de x. Como
visto na Figura 9.17, as previsões dessa equação exibem boa concordância com
resultados de simulações numéricas baseadas na equação NLS.
Os resultados anteriores mudam bastante com o emprego de um mapa
de dispersão periódico [142]-[147]. Embora cresça de modo logarítmico
durante um período do mapa de dispersão [142], a potência de pico ou a
energia de cada pulso-fantasma ainda pode crescer rapidamente ao longo do
enlace em função da ressonância associada à natureza periódica da perda e da
variação da dispersão [145]. Fisicamente, as amplitudes de pulsos-fantasma
gerados em cada período do mapa de dispersão se somam em fase, devido
a essa ressonância. Em consequência, a potência de pico total no final de
um enlace de comprimento L cresce da seguinte forma:
0
de modo que da(z) = da(L − z) [160]. Na prática, isso pode ser realizado
compensando 50% da dispersão no lado do transmissor e os restantes 50%, no
lado do receptor. Um mapa de dispersão desse tipo foi usado nas simulações
numéricas ilustradas na Figura 9.19, nas quais pulsos gaussianos de 2,5 ps
em bit slots de 25 ps foram propagados por 1.600 km de fibra padrão, com
D = 17 ps/(km-nm). A Eq. (9.4.16) pode ser usada para entender por que
a incerteza pode ser reduzida com mapas de dispersão simétricos, notando
que, para tais mapas, a integração deve ser feita de − L/2 a L/2 [160]. Como
discutido anteriormente, a incerteza temporal resulta de deslocamentos de
frequência induzidos por XPM que, para mapas de dispersão simétricos,
se cancelam. De fato, nessas condições, a incerteza temporal seria nula se
p(z) = 1 na Eq. (9.4.16). A incerteza residual vista na Figura 9.19 advém de
variações na potência média do sinal ao longo do enlace induzidas por um
esquema de amplificação concentrada. A incerteza de amplitude depende
da fase relativa entre o pulso existente em um bit slot e a perturbação não
linear ∆U produzida no bit slot em questão por pulsos vizinhos. A parte da
perturbação em fase com o pulso quase se anula para mapas de dispersão
simétricos, resultando em reduzidas flutuações de amplitude.
Caso um mapa de dispersão periódico seja empregado com dois seg-
mentos de fibra de mesmo comprimento e dispersões opostas, a incerteza
pode ser reduzida com a inversão das duas fibras em períodos alternados
do mapa de dispersão. A Figura 9.20 mostra a redução alcançada nas in-
certezas de amplitude e temporal em três níveis de potência [161], com
tal simetrização do mapa de dispersão. A penalidade de abertura de olho
(PAO) calculada também é exibida. Cada período consiste em dois seg-
mentos de fibra de 40 km com D = ± 17 ps/(km-nm), a = 0,2 dB/km
e g = 1,1 W−1/km. No caso de um mapa de dispersão convencional, as
Controle de Efeitos Não Lineares 533
Figura 9.20 (a) Configuração de enlaces de fibra simétrico e assimétrico, com as corres-
pondentes modificações na dispersão acumulada. (b) Incerteza temporal, incerteza
de amplitude e penalidade de abertura do olho (PAO) em 16 períodos (cada um com
80 km de comprimento), para enlaces simétricos (linhas cheias) e assimétricos (linhas
tracejadas). Diamantes, círculos e quadrados representam potências lançadas de 3, 6 e
9 dBm, respectivamente. Diagramas de olho também são mostrados para os três casos.
(Após a Ref. [161]; ©2004 IEEE.)
40 Gb/s, a uma distância de 1.000 km, para dois mapas de dispersão com pe-
ríodo de 100 km. O mapa (a) consiste em três segmentos tais que D = 19 ps/
(km-nm) no primeiro e no terceiro segmentos (cada um com 30 km) e
D = − 28 ps/(km-nm) no segundo segmento, de 40 km de comprimento.
O mapa (b) emprega 100 km de fibra padrão, com D = 17 ps/(km-nm),
Controle de Efeitos Não Lineares 535
Figura 9.24 BER medida em função da potência lançada, a uma distância de 2.000 km,
para quatro diferentes formatos de modulação. SPol e APol designam padrões de
bits com mesma polarização (Same Polarization) e polarização alternada (Alternate
Polarization), respectivamente. (Após a Ref. [181]; ©2004 IEEE.)
Exercícios
9.1 Resolva a equação NLS (9.1.2) numericamente usando o mesmo
mapa de dispersão empregado para a Figura 9.1. Considere um sis-
tema de 40 Gb/s projetado para pulsos gaussianos RZ com 6,25 ps
de largura (FWHM). Use um padrão de bits com 128 bits e cons-
trua curvas semelhantes às mostradas na Figura 9.1(a), assumindo
que a máxima distância corresponda a uma penalidade de 1 dB na
abertura do olho. O desempenho desse sistema é melhor do que o da
Figura 9.1, que tinha ciclo de trabalho de 50%? Justifique sua resposta
em termos físicos.
9.2 Deduza as Eq. (9.1.5) e (9.1.6) usando o método dos momentos.
9.3 Refaça a dedução das Eq. (9.1.5) e (9.1.6) com um método variacional.
9.4 Escreva um programa de computador para resolver as Eq. (9.1.5) e
(9.1.6) usando Fortran, Matlab ou outra linguagem de programação.
Use o programa para reproduzir os resultados mostrados nas Figu-
ras 9.3 e 9.4.
9.5 Um sistema solitônico de 10 Gb/s opera em 1,55 mm usando uma
fibra de dispersão constante com D = 2 ps/(km-nm). A área efetiva
do núcleo dessa fibra é de 50 mm2. Calcule a potência de pico e a
energia de pulso necessárias à obtenção de sólitons fundamentais de
30 ps de largura (FWHM). Use n2 = 2,6 × 10−20 m2/W.
9.6 O sistema solitônico do exercício anterior precisa ser atualizado
para 40 Gb/s. Calcule a largura de pulso, a potência de pico e
a energia dos sólitons quando a largura (FWHM) dos sólitons
corresponde a 20% do bit slot. Qual é a potência lançada média
para esse sistema?
9.7 Comprove, por substituição direta, que a solução solitônica dada na
Eq. (9.2.8) satisfaz a equação NLS.
9.8 Resolva numericamente a equação NLS (9.2.1) e faça um gráfico da
evolução de um sóliton de quarta ordem em um período de sóliton.
Compare seus resultados com os mostrados na Figura 9.5 e comente
as principais diferenças.
Controle de Efeitos Não Lineares 539
REFERÊNCIAS
[1]
AGRAWAL, G. P. Nonlinear Fiber Optics. 4. ed. Boston: Academic Press, 2007.
[2]
TAGA, H. et al. J. Lightwave Technol., v. 12, p. 1616, 1994.
[3]
SEKINE, S. et al. Electron. Lett., v. 31, p. 1080, 1995.
540 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[46] NAKAZAWA, M.; SUZUKI, K. Electron. Lett., v. 31, p. 1084, 1995; Electron. Lett.,
v. 31, p. 1076, 1995.
[47] LENERS, R. et al. J. Opt. Soc. Am. B., v. 14, p. 2339, 1997.
[48] KIVSHAR,Y. S.; LUTHER-DAVIES, B. Phys. Rep., v. 298, p. 81, 1998.
[49] CHEN,Y.; ATAI, J. IEEE J. Quantum Electron., v. 34, p. 1301, 1998.
[50] STRATMANN, M.; BOHM, M.; MITSCHKE, F. Electron. Lett., v. 37, p. 1182,
2001.
[51] KIVSHAR, Y. S.; AGRAWAL, G. P. (Eds.). Optical Solitons: From Fibers to
Photonic Crystals. Boston: Academic Press, 2003. Capítulo 4.
[52] KODAMA,Y.; HASEGAWA, A. Opt. Lett., v. 7, p. 339, 1982; v. 8, p. 342, 1983.
[53] LIAO, Z. M.; MCKINSTRIE, C. J.; AGRAWAL, G. P. J. Opt. Soc. Am. B., v. 17, p.
514, 2000.
[54] MOLLENAUER, L. F.; SMITH, K. Opt. Lett., v. 13, p. 675, 1988.
[55] MOLLENAUER, L. F. et al. Electron. Lett., v. 27, p. 178, 1991.
[56] TAJIMA, K. Opt. Lett., v. 12, p. 54, 1987.
[57] BOGATYRJOV, V. A. et al. Pure Appl. Opt., v. 4, p. 345, 1995.
[58] RICHARDSON, D. J. et al. Electron. Lett., v. 31, p. 1681, 1995.
[59] STENTZ, A. J.; BOYD, R.; EVANS, A. F. Opt. Lett., v. 20, p. 1770, 1995.
[60] RICHARDSON, D. J. et al. Electron. Lett., v. 32, p. 373, 1996.
[61] FORYSIAK, W.; KNOX, F. M.; DORAN, N. J. Opt. Lett., v. 19, p. 174, 1994.
[62] GEORGES,T.; CHARBONNIER, B. Opt. Lett., v. 21, p. 1232, 1996; IEEE Photon.
Technol. Lett., v. 9, p. 127, 1997.
[63] CARDIANAL, S. et al. Electron. Lett., v. 33, p. 77, 1997.
[64] HASEGAWA, A.; KODAMA, Y.; MURATA, A. Opt. Fiber Technol., v. 3, p. 197,
1997.
[65] KUMAR, S.; KODAMA,Y.; HASEGAWA, A. Electron. Lett., v. 33, p. 459, 1997.
[66] KUMAR, S. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 810, 2004.
[67] SMITH, N. J. et al. Electron. Lett., v. 32, p. 54, 1996.
[68] NAKAZAWA, M.; KUBOTA, H.; TAMURA, K. IEEE Photon. Technol. Lett.,
v. 8, p. 452, 1996.
[69] NAKAZAWA, M. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 8, p. 1088, 1996.
[70] GRUDININ, A. B.; GONCHARENKO, I. A. Electron. Lett., v. 32, p. 1602, 1996.
[71] BERNTSON, A. et al. Opt. Lett., v. 23, p. 900, 1998.
[72] KUTZ, J. N. et al. J. Opt. Soc. Am. B., v. 15, p. 87, 1998.
[73] TURITSYN, S. K. et al. Opt. Commun., v. 151, p. 117, 1998.
[74] LAKOBA, T. L.; KAUP, D. J. Phys. Rev. E., v. 58, p. 6728, 1998.
[75] TURITSYN, S. K.; SHAPIRO, E. G. J. Opt. Soc. Am. B., v. 16, p. 1321, 1999.
[76] GABITOV, I. R.; SHAPIRO, E. G.; TURITSYN, S. K. Phys. Rev. E., v. 55, p. 3624,
1997.
[77] ABLOWITZ, M. J.; BIOINDINI, G. Opt. Lett., v. 23, p. 1668, 1998.
[78] PARÉ, C.; BÉLANGER, P. A. Opt. Lett., v. 25, p. 881, 2000.
[79] NIJHOF, J. H. B. et al. Electron. Lett., v. 33, p. 1726, 1997.
[80] GRIGORYAN,V. S.; MENYUK, C. R. Opt. Lett., v. 23, p. 609, 1998.
[81] KUTZ, J. N.; EVANGELIDES, S. G. Opt. Lett., v. 23, p. 685, 1998.
[82] CHEN,Y.; HAUS, H. A. Opt. Lett., v. 23, p. 1013, 1998.
[83] NIJHOF, J. H. B.; FORYSIAK, W.; DORAN, N. J. Opt. Lett., v. 23, p. 1674, 1998.
[84] TURITSYN, S. K. et al. Opt. Lett., v. 24, p. 1871, 1999.
[85] TURITSYN, S. K.; FEDORUK, M. P.; GORNAKOVA, A. Opt. Lett., v. 24, p. 969,
1999.
[86] RICHARDSON, L. J.; FORYSIAK, W.; DORAN, N. J. IEEE Photon. Technol.
Lett., v. 13, p. 209, 2001.
[87] POUTRINA, E.; AGRAWAL, G. P. Opt. Commun., v. 206, p. 193, 2002.
[88] WAIYAPOT, S.; TURITSYN, S. K.; MEZENTSEV, V. K. J. Lightwave Technol.,
v. 20, p. 2220, 2002.
[89] XIE, C.; MOLLENAUER, L. F.; MAMYSHEVA, N. J. Lightwave Technol., v. 21,
p. 769, 2003.
542 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[136] SANTHANAM, J.; AGRAWAL, G. P. J. Opt. Soc. Am. B., v. 20, p. 284, 2003.
[137] ESSIAMBRE, R. -J.; MIKKELSEN, B.; RAYBON, G. Electron. Lett., v. 35, p. 1576,
1999.
[138] MAMYSHEV, P.V.; MAMYSHEVA, N. A. Opt. Lett., v. 24, p. 1454, 1999.
[139] ZITELLI, M.; MATERA, F.; SETTEMBRE, M. J. Lightwave Technol., v. 17,
p. 2498, 1999.
[140] MECOZZI, A.; CLAUSEN, C. B.; SHTAIF, M. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12,
p. 392, 2000.
[141] KILLEY, R. I. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 1624, 2000.
[142] MÂRTENSSON, J. et al. Opt. Lett., v. 26, p. 55, 2001.
[143] MECOZZI, A.; CLAUSEN, C. B.; SHTAIF, M. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12,
p. 1633, 2000.
[144] KUMAR, S. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 800, 2001; KUMAR, S. et al.
IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 18, p. 626, 2002.
[145] ABLOWITZ, M.J.; HIROOKA, T. Opt. Lett., v. 25, p. 1750, 2000; IEEE J. Sel.
Topics Quantum Electron., v. 18, p. 603, 2002.
[146] JOHANNISSON, P. et al. Opt. Lett., v. 26, p. 1227, 2001.
[147] BAYVEL, P.; KILLEY, R. I.KAMINOW, I. P., LI,T., (Eds.). Optical Fiber Telecom-
munications, v. 4B. Boston: Academic Press, 2002. Capítulo 13.
[148] DAIKOKU, M.; OTANI, T.; SUZUKI, M. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15,
p. 1165, 2003.
[149] DUCE, D.; KILLEY, R. I.; BAYVEL, P. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 1263, 2004.
[150] RAYBON, G. et al. Proc. Opt. Fiber Commun., Paper FD-10, 2002.
[151] JACKSON, M. K. et al. Opt. Lett., v. 17, p. 1770, 1992.
[152] BREUER, D. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 10, p. 822, 1998.
[153] GNAUCK, A. H. et al. Electron. Lett., v. 35, p. 2218, 1999.
[154] PARK, S. -G. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 1085, 2000.
[155] RAMACHANDRAN, S. et al. Digest Europ. Conf. Opt. Commun., Amsterdam,
2001, p. 282.
[156] KILLEY, R. I. et al. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 2282, 2002.
[157] TAKUSHIMA,Y. et al. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 360, 2002.
[158] HOLZLOHNER, R. et al. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 1124, 2002.
[159] PIZZINAT, A. et al. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 1673, 2002.
[160] MECOZZI, A. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 445, 2001.
[161] STRIEGLER, A. G.; SCHMAUSS, B. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 1877, 2004.
[162] WEI, H.; PLANT, D.V. Opt. Express, v. 12, p. 4282, 2004.
[163] LENIHAN, A. S. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 1588, 2005.
[164] MINZIONI, P.; SCHIFFINI, A. Opt. Express, v. 13, p. 8460, 2005.
[165] ZHANG, F. et al. Opt. Express, v. 14, p. 6613, 2006.
[166] SHTAIF, M. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 20, p. 620, 2008.
[167] CHOWDHURY, A.; ESSIAMBRE, R. J. Opt. Lett., v. 29, p. 1105, 2004.
[168] CHOWDHURY, A. et al. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 172, 2005.
[169] JANSEN, S. L. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 12, p. 505, 2006.
[170] CHENG, K. S.; CONRADI, J. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 14, p. 98, 2002.
[171] WINZER, P. J. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 766, 2003.
[172] LIU, X. et al. Opt. Lett., v. 13, p. 1177, 2002.
[173] KANAEV, A.V. et al. J. Lightwave Technol., v. 21, p. 1486, 2003.
[174] APPATHURAI, S. et al. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 239, 2004.
[175] EVANGELIDES, S. G. et al. J. Lightwave Technol., v. 10, p. 28, 1992.
[176] AGARWAL, A. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 470, 2003.
[177] MATERA, F. et al. J. Lightwave Technol., v. 17, p. 2225, 1999.
[178] MIKKELSEN, B. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 1400, 2000.
[179] HODZIC, A.; KONRAD, B.; PETERMANN, K. IEEE Photon. Technol. Lett.,
v. 15, p. 153, 2003.
[180] LIU, X.; XU, C.; WEI, X. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 30, 2004.
[181] XIE, C. et al. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 806, 2004.
CAPÍTULO 10
545
546 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
2 π
Tm (t ) = tm = cos 2 [2V1(t ) −Vb ] . (10.1.5)
2Vπ
I f (t ) = I p cos(ωIF t − φ ), (10.2.1)
ser empregados para esse propósito, e todos requerem algum tipo de laço
de travamento de fase elétrica [19]. Dois laços comumente empregados
são o laço quadrático (squaring loop) e o laço de Costas (Costas loop). Um laço
quadrático usa um dispositivo de lei quadrática a fim de obter um sinal da
forma cos2(wIFt) que tem uma componente de frequência em 2wIF. Pode-se
usar essa componente para gerar um sinal de micro-ondas em wIF.
Um receptor de uma porta, como o mostrado na Figura 10.4, rejeita
metade da potência de sinal Ps e metade da potência do oscilador local
PLO durante o processo de mistura. A perda na potência de sinal equivale
a uma penalidade de potência de 3 dB. Receptores balanceados fornecem
uma solução. Como mostra o diagrama em blocos na Figura 10.5, um
receptor heteródino balanceado emprega um acoplador de 3 dB com dois
fotodetectores nas duas portas de saída [20]-[22]. É possível entender o
funcionamento de um receptor balanceado considerando as fotocorrentes
I+ e I- geradas em cada ramo:
1
I± = Rd ( Ps + PLO ) ± Rd PS PLO cos(ωIF t + φ ). (10.2.4)
2
A diferença entre as duas correntes I+ e I- provê o sinal heteródino. O termo
DC é eliminado completamente durante o processo de subtração, se os dois
ramos forem balanceados, de modo que recombinem as potências de sinal
e do oscilador local de forma síncrona. Mais importante, tal receptor balan-
ceado usa toda a potência de sinal e, assim, evita a penalidade de potência de
3 dB intrínseca a qualquer receptor de uma porta. Ao mesmo tempo, como
discutido mais adiante, na Seção 10.4.1, ajuda a reduzir o impacto do ruído
de intensidade de um oscilador local, facilitando a operação do receptor no
limite de ruído de disparo.
Figura 10.7 Configurações de receptores para processamento dos formatos (a) DBPSK
e (b) DQPSK para demodulação por retardo óptico, com detecção balanceada. (Após a
Ref. [15]; ©2008 OSA.)
556 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
I1 − I 0 2I
Q= ≈ 1 = (SNR)1/2 , (10.3.7)
σ 1 + σ 0 2σ 1
em que foi usado I0 = − I1 e σ0 = σ1. Com SNR = 2 Np, a BER é dada por:
1
BER = erfc( η N p ). (10.3.8)
2
Como antes, a SNR melhora em 3 dB, ou por um fator 2, no caso de
detecção homódina PSK.
A sensibilidade do receptor para uma BER de 10−9 pode ser obtida
usando Q = 6. Para efeitos de comparação, é útil expressar a sensibilidade
do receptor em termos do número de fótons Np. É fácil verificar que, para
detecções BPSK heteródina e homódina, Np = 18 e 9, respectivamente.
Para o formato PSK, o número médio de fótons/bit N p é igual a Np, pois a
mesma potência é transmitida durante os bits 1 e 0. Um receptor homódino
PSK é o receptor mais sensível e requer somente 9 fótons/bit.
Por completeza, consideremos o caso do formato FSK binário, para o
qual receptores heteródinos empregam um esquema de dois filtros: cada
filtro deixa passar somente bits 1 ou 0. O esquema é equivalente a dois
receptores heteródinos ASK complementares operando em paralelo, ca-
racterística que nos permite usar as Eq. (10.3.2) e (10.3.3) também para
o caso FSK. Contudo, a SNR melhora por um fator 2, em comparação
com o caso ASK, pois a mesma quantidade de potência é recebida durante
bits 0. Usando SNR = 4Np na Eq. (10.3.3), a BER passa a ser dada por
BER = 21 erfc( ηN p /2 ). Em termos do número de fótons, a sensibilidade é
dada por N p = Np = 36. A Figura 10.10 mostra a BER em função de Np
para os formatos ASK, PSK e FSK, demodulados por receptor heteródino
síncrono. É interessante comparar a sensibilidade de receptores coerentes
com a de receptores de detecção direta. A Tabela 10.1 mostra tal comparação.
Como discutido na Seção 4.6.3, um receptor de detecção direta ideal requer
10 fótons/bit para operar a uma BER ≤ 10−9. Esse valor é consideravelmen-
te superior ao de esquemas heteródinos, sendo, contudo, jamais alcançado
na prática, devido ao ruído térmico, à corrente no escuro e a muitos outros
fatores que degradam a sensibilidade a ponto de, em geral, ser necessário
N p > 1.000. No caso de receptores coerentes, é possível realizar N p abaixo
Sistemas de Ondas Luminosas Avançados 561
Figura 10.10 Variação da BER em função de Np para receptores heteródinos síncronos.
As três curvas comparam os limites quânticos para os formatos ASK, FSP e PSK.
PSK homódino
1
2 erfc ( 2ηN p ) 9 9
1
2 erfc ( ηN p /2 ) 36 36
FSK heteródino
Detecção Direta 1
2 exp(−η N p ) 20 10
I I 2 + I p2 I p I
p( I , I p ) = exp - 2 0
I 2
, (10.3.10)
σ2 2σ σ
∫ ∫
ID ∞
P(0|1) = p( I,I 1 ) dI , P(1|0) = p( I,I 1 ) dI . (10.3.11)
0 ID
1 I I I I
BER = 1 − Q1 1 , D + Q1 0 , D . (10.3.13)
2 σ σ σ σ
(10.3.17)
Se wIFTs for escolhido como múltiplo de 2π, podemos aproximar ψ por φ;
com isso, Id = ± (t)r(t − Ts), pois a diferença de fase assume os valores 0 ou π.
A BER é, portanto, determinada pela PDF da variável aleatória r(t)r(t − Ts).
É útil escrever esse produto na forma Id = ( r+2 − r−2 ), em que r± = 21
[r(t) ± r(t − Ts)]. Consideremos a probabilidade de erro quando φ = 0; nesse
caso, Id > 0 na ausência de ruído. Um erro ocorrerá se r+ < r−, devido ao
ruído. Assim, a probabilidade condicional é fornecida por:
Podemos calcular a probabilidade, uma vez que é possível obter a PDF de r±2
notando que r(t) e r(t − Ts) são variáveis aleatórias gaussianas descorrelatadas.
A outra probabilidade condicional, P(0|π), pode ser obtida da mesma forma.
O resultado final é bem simples e dado por [4]:
1
BER = exp(−η N p ).
2 (10.3.19)
sendo A = P0 e iφ + n(t) o campo óptico que entra no receptor. Aqui, n(t)
representa o ruído induzido por flutuações de vácuo que levam ao ruído de
disparo no receptor. Uma comparação das Eq. (10.3.20) com a Eq. (10.3.17),
obtida no caso de um detector heteródino com retardo implementado no
domínio de micro-ondas, mostra a similaridade entre os dois casos. Seguindo
a discussão apresentada aqui, podemos concluir que, no caso DBPSK, a BER é
1
novamente dada pela Eq. (10.3.19) ou por BER = 2 exp(−Np). Como antes, a
SNR por bit, Np, define a BER, e uma BER de 10−9 é obtida para Np = 20.
A análise é muito mais elaborada no caso do formato DQPSK. Proakis
desenvolveu uma abordagem sistemática para o cálculo das probabilidades
de erro, para uma variedade de formatos de modulação, incluindo o formato
DQPSK [2]. Embora essa análise seja para um receptor heteródino com
retardo implementado no domínio de micro-ondas, os resultados se aplicam
ao caso de demodulação com retardo óptico. Em particular, quando o
formato DQPSK é implementado com o código Gray, a BER é dada por [2]:
1 1
BER = Q1( a,b ) − I 0 ( ab )exp[ − ( a 2 + b 2 )], (10.3.21)
2 2
Figura 10.11 BER em função de Np no limite de ruído de disparo para receptores DBPSK
e DQPSK com demodulação por retardo óptico.
σ 2 = σ s2 + σ T2 + σ I2 , (10.4.1)
em que σI = RPLOrI, e rI está relacionado ao ruído de intensidade relativa (RIN)
do oscilador local, como definido na Eq. (4.6.7). Se o espectro do RIN for
2
plano até a largura da banda do receptor ∆f, rI pode ser aproximado por
2(RIN)∆f. A SNR é obtida usando a Eq. (10.4.1) na Eq. (4.5.11), dada por:
2 R 2 PS PLO
SNR = . (10.4.2)
2q( RPLO + I d )∆f + σ T2 + 2 R 2 PLO
2
(RIN)∆f
A potência PLO do oscilador local deve ser grande o bastante para σ T
2
Figura 10.12 Penalidade de potência em função do RIN, para três valores da potência
do oscilador local.
Figura 10.13 Variação do piso de BER em função de ∆νTs para (a) três formatos PSK e
(b) o formato DPSK. A aproximação PNEC (linhas cheias) tem boa concordância com
resultados numéricos (símbolos). As linhas tracejadas mostram resultados de uma teoria
linearizada. (Após a Ref. [50]; ©2009 IEEE.)
uma taxa de bits de 40 Gb/s, aumenta por um fator 4. Como lasers DFB
com largura de linha de 10 MHz ou menos são disponíveis comercialmente,
o uso do formato DBPSK é bastante prático a taxas de bits de 10 Gb/s ou
mais. Os requisitos são muito mais restritos para o formato DQPSK, para o
qual a taxa de símbolo Bs faz o papel da taxa de bits. Uma expressão analítica
aproximada [49] para a BER prevê que, a 10 Gbaud, talvez seja necessário
o emprego de um laser com largura de linha < 3 MHz. Obviamente, esse
valor aumenta por um fator 4 se o formato DQPSK for usado a uma taxa
de símbolos de 40 Gbaud.
A estimativa anterior da necessária largura de linha do laser tem por base
a hipótese de que uma BER de 10−9 ou menos é exigida para que o sistema
opere de modo confiável. Os modernos sistemas de ondas luminosas que
empregam correção de erro à frente são capazes de operar a uma BER alta,
como 10-3. Nesse caso, o valor limite do parâmetro ∆νTs para penalidade
de potência < 1 dB pode aumentar por um fator 2 ou mais. Contudo, se a
penalidade de potência aceitável for reduzida a um nível abaixo de 0,2 dB,
∆νTs retorna aos valores limites discutidos anteriormente.
Uma abordagem alternativa resolve o problema de ruído de fase pa-
ra receptores coerentes com a adoção de um esquema conhecido como
receptores com diversidade de fase [52]-[56]. Esses receptores usam múltiplos
fotodetectores, cujas saídas são combinadas para produzir um sinal que
independa da diferença de fase φIF = φs− φLO. A Figura 10.14 mostra um
diagrama em blocos de um receptor com diversidade de fase e múltiplas
portas. Um componente óptico conhecido como híbrido óptico combina as
entradas de sinal e de oscilador local e fornece sua saída através de várias
portas, com adequadas defasagens introduzidas em diferentes ramos. As saídas
das várias portas são processadas eletronicamente e combinadas para fornecer
a corrente que independe de φIF. No caso de um receptor homódino de
duas portas, os dois ramos de saída apresentam defasagem relativa de 90°, de
modo que suas correntes variam na forma IpcosφIF e Ipsenφ IF. Quando as duas
correntes são elevadas ao quadrado e somadas, o sinal se torna independente
de φIF. No caso de um receptor de três portas, os três ramos têm defasagens
polarização [62]. O sinal de fase conjugada pode ser gerado em uma fibra
de dispersão deslocada por meio de mistura de quatro ondas. O laser de
bombeio usado para a mistura de quatro ondas também pode fazer o papel
de oscilador local. A resultante fotocorrente tem uma componente em uma
frequência igual ao dobro da dissintonia entre bomba e sinal, a qual pode
ser usada para recuperar a sequência de bits.
A abordagem mais comum resolve o problema de polarização com
o emprego de um receptor de duas portas, similar ao mostrado na Figu-
ra 10.5, com a diferença de que os dois ramos processam componentes
de polarizações ortogonais. Tais receptores são denominados receptores com
diversidade de polarização [63]-[71], pois seu funcionamento independe do
SOP do sinal óptico recebido. A Figura 10.15 mostra um diagrama em
blocos de um receptor com diversidade de polarização. Um divisor de
feixe por polarização é usado para separar as componentes em polarizações
ortogonais, que são processadas por ramos separados do receptor de duas
portas. Quando as fotocorrentes geradas nos dois ramos são elevadas ao
quadrado e somadas, o sinal elétrico se torna independente da polarização.
A penalidade de potência que resulta da adoção dessa abordagem depende
das técnicas de modulação e demodulação usadas pelo receptor. No caso
de demodulação síncrona, a penalidade de potência pode ser alta, como
3 dB [66]. Contudo, a penalidade é de apenas 0,4 − 0,6 dB para receptores
assíncronos otimizados [63].
Figura 10.17 Penalidades de potência induzidas por (a) GVD e (b) PMD, para vários
formatos de modulação. Aqui, 2-DPSK e 4-DPSK representam os formatos DBPSK e
DQPSK, respectivamente. (Após a Ref. [82]; ©2004 IEEE.)
Figura 10.18 Ilustração do aumento de ruído de fase induzido por SPM em uma fibra
óptica de comprimento L. SPM distorce a nuvem de ruído, inicialmente circular, em
uma elipse alongada. Os dois semicírculos tracejados mostram a faixa de flutuações
de amplitude.
Figura 10.19 Função densidade de probabilidade da fase do sinal para SNR óptica do
sinal recebido com valores de 10, 15 e 20 dB, usando <φNL> = 3/2. Em cada caso, a
linha tracejada mostra uma distribuição gaussiana com a mesma variância. (Após a Ref.
[103]; ©2004 OSA.)
Sistemas de Ondas Luminosas Avançados 581
Figura 10.20 BERs preditas em função da potência lançada por canal, para um sistema
WDM DBPSK de 49 canais com (a) 95%, (b) 100% e (c) 0% de compensação da dispersão
nas posições dos amplificadores, sendo o restante da dispersão compensado no lado
do receptor. (Após a Ref. [111]; ©2007 IEEE.)
no receptor. No caso (a), a BER de todos os canais pode ser reduzida quase
ao nível de 10-9, com a otimização das potências dos canais em um valor
próximo a 2 mW. No caso (b), com 100% de compensação da dispersão, os
efeitos de XPM intracanal degradam a fase do sinal a ponto de uma BER
não menor do que 10−5 ser realizada mesmo quando as potências dos canais
são adequadamente otimizadas para algo próximo a 1 mW. No caso (c), em
que toda a dispersão é compensada no lado do receptor, a BER melhora
consideravelmente, mas a ótima potência dos canais diminui com o aumento
do número de canais. Ademais, a BER é muito sensível a esse valor ótimo e
cai rapidamente com pequenas mudanças nele. Em todos os casos, a situação
é muito pior para o formato DQPSK. Esses resultados indicam que efeitos
de XPM intracanal limitam severamente o desempenho de sistemas WDM
codificados em fase.
Sistemas de Ondas Luminosas Avançados 583
Figura 10.21 Diagramas fasoriais após 6.000 km de transmissão para (a) um canal, (b) 5
canais espaçados de 100 GHz e (c) 5 canais espaçados de 50 GH. A linha inferior mostra
redução no ruído de fase com pós-compensação de não linearidade. (Após a Ref. [115];
©2002 OSA.)
Figura 10.23 (a) Fatores Q, com e sem OPC, em função da distância, para um típico
canal de um sistema WDM de 44 canais no formato DQPSK, (b) fatores Q com OPC a
duas distâncias, para todos os canais. O limite de FEC é mostrado para comparação.
(Após a Ref. [121]; ©2006 IEEE.)
Sistemas de Ondas Luminosas Avançados 587
erro além de 7800 km. Degradação tão rápida não ocorre quando se em-
prega OPC, e o sistema WDM é capaz de operar sem erro por 10.200 km. A
Figura 10.23(b) mostra que, à distância de 10.200 km, os fatores Q de todos
os canais permanecem acima do limite de FEC de 9,1 dB. Esses resultados
ilustram com clareza o potencial da compensação de ruído de fase não linear
em um sistema WDM real com base em OPC.
Várias outras técnicas são capazes de prover compensação parcial de
ruído de fase não linear. É possível utilizar um esquema de compensação
eletrônica no receptor óptico simplesmente subtraindo da fase recebida uma
correção proporcional à potência incidente. Com adequada otimização, foi
possível reduzir a variância de fase por até um fator 4, o que permitiu dobrar
a distância de transmissão [124]. O ruído de fase não linear em um enlace
de fibra pode ser controlado, até certo ponto, por meio da otimização do
número e do posicionamento de amplificadores em linha [126]. O uso de
filtragem de Wiener também foi sugerido para esse propósito [127].
Figura 10.24 Comparação de fatores Q em função da (a) SNR óptica e (b) distância, para
quatro formatos de modulação em um sistema WDM com canais de 10,7 Gb/s espaçados
por 100 GHz. (Após a Ref. [134]; ©2003 IEEE.)
Figura 10.25 Componentes de um receptor coerente digital. LPF, ADC e DSP designam
filtro passa-baixas (Low-Pass Filter), conversor analógico-digital (Analog-to-Digital Con-
verter) e processamento digital de sinal (Digital Signal Processing), respectivamente.
(Após a Ref. [158]; ©2006 IEEE.)
canais pôde ser reduzido para 16,7 GHz, produzindo uma eficiência espectral
de 6,7 b/s/Hz [166]. Se for levado em conta o overhead de FEC e for usada
a real taxa de bits de 104 GB/s, a eficiência espectral passa a 6,2 b/s/Hz,
ainda um valor respeitável. Um sistema de alta capacidade foi demonstrado
em um experimento de 2008, em que 161 canais − cada um operando à
taxa de bits de 114 Gb/s − foram transmitidos por 662 km de fibra [167]. O
experimento combinou o formato 8-PSK e multiplexação em polarização,
resultando em uma taxa de símbolos de 19 Gbaud. Foi possível amplificar
todos os 114 canais por um único EDFA de banda C, devido ao espaçamento
de 25 GHz adotado entre canais nesse experimento. Uma capacidade de
sistema de 32 Tb/s foi realizada em um experimento de 2009, o qual trans-
mitiu 320 canais WDM (cada um a 114 Gb/s) por 580 km de fibra usando
o formato 8-QAM com PDM [168]. Em 2010, a capacidade de sistema foi
mais do que dobrada, alcançando 69,1 Tb/s, com a transmissão de 432 canais
(cada um operando a 171 Gb/s) por 240 km, com eficiência espectral de
6,4 b/s/Hz, usando o formato 16-QAM [169]. Outro experimento de 2010
realizou capacidade de 64 Tb/s com a transmissão de 640 canais (cada um
operando a 107 Gb/s) por 320 km, com eficiência espectral de 8 b/s/Hz,
com o formato 32-QAM [170].
Figura 10.27 Diagramas de constelação com e sem compensação do ruído de fase não
linear usando um piloto de RF. (Após a Ref. [176]; ©2008 IEEE.)
Figura 10.28 BER do canal central após 1.000 km em função da potência de entrada por
canal, para três durações de símbolos (do mais curto para o mais longo) correspondentes
ao tamanho da FFT de 128, 256 e 1024. (Após a Ref. [184]; ©2009 IEEE.)
fibra padrão usando o formato 8-QAM com PDM. Com 128 subportadoras,
a duração dos símbolos era de 14,4 ns; com 1024 subportadoras, a duração
dos símbolos aumentou para 104 ns. A Figura 10.28 mostra a BER obser-
vada para o canal central depois de 1.000 km de transmissão em função da
potência média de entrada por canal, para três durações de símbolos corres-
pondentes a 128, 256 e 1.024 subportadoras. As distorções de fase lineares
foram compensadas em todos os casos por meio da técnica de piloto de
RF, resultando no mesmo desempenho de sistema para baixas potências de
entrada. Contudo, à medida que a potência por canal aumentava acima de
0,2 mW, distorções de fase não lineares levaram a considerável aumento da
BER, no caso de símbolos com 104 ns de duração (1.024 subportadoras).
A BER foi mínima no caso de 128 subportadoras. Uma razão para essa
dependência em relação à duração dos símbolos é o fato de o piloto de
RF também ser afetado pelos fenômenos de SPM e XPM, à medida que
a potência por canal aumenta. Tais distorções não lineares do piloto de RF
podem reduzir a eficácia do esquema de compensação do ruído de fase.
A pesquisa com sistemas de OFDM óptico progride rapidamente em
várias direções. Em um caso, o objetivo é aumentar a eficiência espectral
de sistemas WDM. Em um experimento de 2009, uma eficiência espectral
de 7 b/s/Hz foi realizada com a transmissão de 8 canais de 65,1 Gb/s por
630 km de fibra com o emprego do formato 32-QAM com PDM [185]. O
espaçamento entre canais foi de apenas 8 GHz nesse experimento de WDM.
Em outro caso, o objetivo era o aumento da capacidade do sistema. Em um
experimento de 2009, OFDM foi usada para transmitir 135 canais, cada um
operando a 111 Gb/s, por 6.248 km, resultando em um recorde do produto
capacidade-distâncias de 84.300 (Tb/s)-km [186]. Esse experimento em-
pregou o formato QPSK e PDM juntamente com amplificação distribuída
Raman para o sinal WDM que se estendia de 1.563 a 1.620 nm.
596 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Exercícios
10.1 Esboce a variação temporal do campo elétrico de uma portadora para
o formato PSK durante 5 bits com o padrão 01010. Assuma que a fase
da portadora seja defasada de 180° em cada bit 1.
10.2 Explique o significado do formato DPSK. Esboce a variação temporal
do campo elétrico para esse formato usando o mesmo padrão de 5
bits 01010 do exercício anterior.
10.3 Desenhe o diagrama de constelação para os formatos QPSK e 8-PSK,
e mostre as combinações de bits alocadas a cada símbolo no esquema
de codificação Gray.
10.4 Deduza uma expressão para a função de transferência de um mo-
dulador de Mach-Zehnder em função das tensões V1 e V2 aplicadas
aos dois braços. Em que condições tal modulador atua como puro
modulador de amplitude?
10.5 Dê a configuração de um transmissor óptico para o formato RZ-
DQPSK. Explique o funcionamento desse transmissor.
10.6 Dê a configuração de um receptor heteródino síncrono e deduza uma
expressão para a corrente usada pelo circuito de decisão em termos
da potência de sinal recebida. Use correntes de ruído nas duas qua-
draturas.
Sistemas de Ondas Luminosas Avançados 599
REFERÊNCIAS
[1]
SCHWARTZ, M. Information Transmission, Modulation, and Noise. 4. ed.
New York: McGraw-Hill, 1990.
[2]
PROAKIS, J. G. Digital Communications. 4. ed. New York: McGraw Hill, 2001.
[3]
COUCH, II, L. W. Digital and Analog Communication Systems. 7. ed. Upper
Saddle River: Prentice Hall, 2006.
[4]
OKOSHI, T.; KIKUCHI, K. Coherent Optical Fiber Communications. Boston:
Kluwer Academic, 1988.
[5]
LINKE, R. A.; GNAUCK, A. H. J. Lightwave Technol., v. 6, p. 1750, 1988.
[6]
BARRY, J. R.; LEE, E. A. Proc. IEEE, v. 78, p. 1369, 1990.
[7]
HENRY, P. S.; PERSOINICK, S. D. (Eds.). Coherent Lightwave Communications.
Piscataway: IEEE Press, 1990.
600 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[48] CORE, M. T.; TAN, H. H. IEEE Trans. Commun., v. 50, p. 21, 2002.
[49] SAVORY, S.; HADJIFOTIOU, A. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 930, 2004.
[50] ATZMON,Y.; NAZARATHY, M. J. Lightwave Technol., v. 27, p. 19, 2009.
[51] SERENA, P. et al. J. Lightwave Technol., v. 27, p. 2404, 2009.
[52] HODGKINSON, T. G.; HARMON, R. A.; SMITH, D. W. Electron. Lett., v. 21,
p. 867, 1985.
[53] DAVIS, A. W.; WRIGHT, S. Electron. Lett., v. 22, p. 9, 1986.
[54] DAVIS, A. W. et al. J. Lightwave Technol., v. 5, p. 561, 1987.
[55] KAZOVSKY, L. G. et al. J. Lightwave Technol., v. 6, p. 1527, 1988.
[56] KAZOVSKY, L. G. J. Lightwave Technol., v. 7, p. 279, 1989.
[57] OKOSHI, T. J. Lightwave Technol., v. 3, p. 1232, 1985.
[58] HODGKINSON, T. G.; HARMON, R. A.; SMITH, D. W. Electron. Lett., v. 23,
p. 513, 1987.
[59] MAEDA, M. W.; SMITH, D. A. Electron. Lett., v. 27, p. 10, 1991.
[60] POGGIOLINI, P.; BENEDETTO, S. IEEE Trans. Commun., v. 42, p. 2105, 1994.
[61] BENEDETTO, S.; POGGIOLINI, P. IEEE Trans. Commun., v. 42, p. 2915, 1994.
[62] AGRAWAL, G. P. Quantum Semiclass. Opt., v. 8, p. 383, 1996.
[63] GLANCE, B. J. Lightwave Technol., v. 5, p. 274, 1987.
[64] OKOSHI, T.; CHENG,Y. C. Electron. Lett., v. 23, p. 377, 1987.
[65] CHENG,Y. H.; OKOSHI, T.; ISHIDA, O. J. Lightwave Technol., v. 7, p. 368, 1989.
[66] ENNING, B. et al. J. Lightwave Technol., v. 7, p. 459, 1989.
[67] LANGENHORST, R. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 3, p. 80, 1991.
[68] IMAI, T. J. Lightwave Technol., v. 9, p. 650, 1991.
[69] RYU, S. et al. J. Lightwave Technol., v. 9, p. 675, 1991.
[70] GHIRARDI, F. et al. J. Lightwave Technol., v. 13, p. 1536, 1995.
[71] ERDOGAN, A. T.; DEMIR, A.; OKTEM, T. M. J. Lightwave Technol., v. 26,
p. 1823, 2008.
[72] PFAU, T. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 19, p. 1988, 2007.
[73] RENAUDIER, J. et al. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 36, 2008.
[74] KIKUCHI, K.; TSUKAMOTO, S. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 1817, 2008.
[75] ZHANG, C. et al. J. Lightwave Technol., v. 27, p. 224, 2009.
[76] ELREFAIE, A. A. et al. J. Lightwave Technol., v. 6, p. 704, 1988.
[77] IWASHITA, K.; TAKACHIO, N. J. Lightwave Technol., v. 7, p. 1484, 1989.
[78] KAO, M. S.; WU, J. S. J. Lightwave Technol., v. 11, p. 303, 1993.
[79] IANNONE, E. et al. J. Lightwave Technol., v. 11, p. 1478, 1993.
[80] PAI, B.; GANGOPADHYAY, R.; PRATI, G. J. Lightwave Technol., v. 18, p. 530,
2000.
[81] FORESTIERI, E. J. Lightwave Technol., v. 18, p. 1493, 2000.
[82] WANG, J.; KHAN, J. M. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 362, 2004.
[83] HO, K. -P.; WANG, H. -C. IEEE Trans. Commun., v. 56, p. 1422, 2008.
[84] PRIEST, R. G.; GIALLORENZI, T. G. Opt. Lett., v. 12, p. 622, 1987.
[85] WINTERS, J. J. Lightwave Technol., v. 8, p. 1487, 1990.
[86] IP, E.; KHAN, J. M. J. Lightwave Technol., v. 25, p. 2033, 2007.
[87] BÜLOW, H.; BUCHALI, F.; KLEKAMP, A. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 158,
2008.
[88] AGRAWAL, G. P. Nonlinear Fiber Optics. 4.ed. San Diego: 2007.
[89] AOKI,Y.; TAJIMA, K.; MITO, I. J. Lightwave Technol., v. 6, p. 710, 1988.
[90] SUGIE, T. J. Lightwave Technol., v. 9, p. 1145, 1991. Opt. Quantum Electron.,
v. 27, p. 643, 1995.
[91] OHKAWA, N.; HAYASHI,Y. J. Lightwave Technol., v. 13, p. 914, 1995.
[92] GORDON, J. P.; MOLLENAUER, L. F. Opt. Lett., v. 15, p. 1351, 1990.
[93] RYU, S. J. Lightwave Technol., v. 10, p. 1450, 1992.
[94] TAKACHIO, N. et al. J. Lightwave Technol., v. 12, p. 247, 1994.
[95] MECOZZI, A. J. Lightwave Technol., v. 12, p. 1993, 1994.
[96] MCKINSTRIE, C. J.; XIE, C. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 8, p. 616,
2002.
602 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[97] KIM, H.; GNAUCK, A. H. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 320, 2003.
[98] HO, K. -P. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 1213, 2003. J. Opt. Soc. Am. B.,
v. 20, 1875, 2003; IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 1403, 2004.
[99] KIM, H. J. Lightwave Technol., v. 21, p. 1770, 2003.
[100] GREEN, A. G.; MITRA, P. P.; WEGENER, L. G. L. Opt. Lett., v. 28, p. 2455, 2003.
[101] HANNA, M. et al. J. Opt. Soc. Am. B., v. 21, p. 24, 2004.
[102] HO, K. -P. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 10, p. 421, 2004. IEEE
Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 789, 2005.
[103] MECOZZI, A. Opt. Lett., v. 29, p. 673, 2004.
[104] YADIN,Y.; SHTAIF, M.; ORENSTEIN, M. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p.
1307, 2004.
[105] WANG, J.; KAHN, J. M. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 2165, 2004.
[106] KUMAR, S. Opt. Lett., v. 30, p. 3278, 2005.
[107] HO, K. -P.; WANG, H. -C. Opt. Lett., v. 31, p. 2109, 2006.
[108] ZHANG, F.; BUNGE, C. -A.; PETERMANN, K. Opt. Lett., v. 31, p. 1038, 2006.
[109] SERENA, P.; ORLANDINI, A.; BONONI, A. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 2026,
2006.
[110] YADIN, Y.; ORENSTEIN, M.; SHTAIF, M. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 19,
p. 164, 2007.
[111] DEMIR, A. J. Lightwave Technol., v. 25, p. 2002, 2009.
[112] BERTOLINI, M. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 21, p. 15, 2009.
[113] SECONDINI, M.; FREZZINI, M.; FORESTIERI, E. IEEE Photon. Technol.
Lett., v. 21, p. 908, 2009.
[114] KUMAR, S. J. Lightwave Technol., v. 27, p. 4722, 2009.
[115] LIU, X. et al. Opt. Lett., v. 27, p. 1616, 2002.
[116] XU, C.; LIU, X. Opt. Lett., v. 27, p. 1619, 2002.
[117] XU, C.; MOLLENAUER, L. F.; LIU, X. Electron. Lett., v. 38, p. 1578, 2002.
[118] HO, K. -P. Opt. Commun., v. 221, p. 419, 2003. Opt. Commun., v. 245, p. 391, 2005.
[119] HANSRYD, J.; van HOWE, J.; XU, C. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 1975,
2004. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 232, 2005.
[120] MCKINSTRIE, C. J.; RADIC, S.; XIE, C. Opt. Lett., v. 28, p. 1519, 2003.
[121] JANSEN, S. L. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 54, 2006.
[122] BOIVIN, D. et al. J. Opt. Soc. Am. B., v. 23, p. 2019, 2006.
[123] KUMAR, S.; LIU, L. Opt. Express, v. 15, p. 2166, 2007.
[124] HO, K. -P.; KAHN, J. M. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 779, 2004.
[125] JANSEN, S. L. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 505, 2006.
[126] LAU, A. P. T.; KAHN, J. M. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 1334, 2006.
[127] QI, X. Q.; ZHANG, X. P.; SHAO, Q. F. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 3210, 2008.
[128] WATANABE, S.; SHIRASAKI, M. J. Lightwave Technol., v. 14, p. 243, 1996.
[129] ESSIAMBRE, R. J.; AGRAWAL, G. P. J. Opt. Soc. Am. B., v. 14, p. 323, 1997.
[130] ROHDE, M. et al. Electron. Lett., v. 36, p. 1483, 2000.
[131] LEIBRICH, J.; WREE, C.; ROSENKRANZ, W. IEEE Photon. Technol. Lett., v.
14, p. 155, 2002.
[132] GNAUCK, A. H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 467, 2003.
[133] XU, C. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 617, 2003.
[134] Mizuochi, T. et al. J. Lightwave Technol., v. 21, p. 1933, 2003.
[135] GNAUCK, A. H. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper FC2, 2002.
[136] ZHU, B. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDP19, 2003.
[137] RASMUSSEN, C. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDP18, 2003.
[138] MARCEROU, J. F. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDP20, 2003.
[139] CAI, J. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDP22, 2003.
[140] TSURITANI, T. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDP23, 2003.
[141] BECOUAM, L. et al. Proc. Eur. Conf. Opt. Commun., Paper PD39, 2003.
[142] TSURITANI, T. et al. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 215, 2004.
[143] SOTOBAYASHI, H.; CHUJO, W.; KITAYAMA, K. IEEE Photon. Technol. Lett.,
v. 14, p. 555, 2002.
Sistemas de Ondas Luminosas Avançados 603
[144] GNAUCK, A. H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 467, 2003.
[145] CHO, P. S. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 473, 2003.
[146] WREE, C. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 1303, 2003.
[147] TOKLE, T. et al. Electron. Lett., v. 40, p. 444, 2004.
[148] BHANDARE, S. et al. Electron. Lett., v. 40, p. 821, 2004.
[149] YOSHIKANE, N.; MORITA, I. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 108, 2005.
[150] MILIVOJEVIC, B. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 495, 2005.
[151] JANSEN, S. L. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDP28, 2005.
[152] BHANDARE, S. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 914, 2005.
[153] Van den BORNE, D. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDP34, 2006.
[154] SANO, A. et al. Proc. Eur. Conf. Opt. Commun., Paper Th4.1.1, 2006.
[155] MASUDA, H. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDP20, 2007.
[156] GNAUCK, A. H. et al. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 79, 2008.
[157] IP, E.; KHAN, J. M. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 4110, 2005.
[158] LY-GAGNON, D. S. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 12, 2006.
[159] TSUKAMOTO, S. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDP29, 2005.
[160] Charlet, G. et al. J. Lightwave Technol., v. 27, p. 153, 2009.
[161] NAKAZAWA, M. et al. Electron. Lett., v. 42, p. 710, 2006.
[162] HONGO, J. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 19, p. 638, 2007.
[163] YOSHIDA, M. et al. Proc. Eur. Conf. Opt. Commun., Paper Mo.4.D.5, 2008.
[164] MORI,Y. et al. Proc. Eur. Conf. Opt. Commun., Paper Tu.l.E.4, 2008.
[165] WINZER, P. J.; GNAUCK, A. H. Proc. Eur. Conf. Opt. Commun., Paper Th.3.E.5,
2008.
[166] GNAUCK, A. H. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDPB8, 2009.
[167] YU, J. et al. Proc. Eur. Conf. Opt. Commun., Paper Th.3.E.2, 2008.
[168] ZHOU, X. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDPB4, 2009.
[169] SANO, A. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDPB7, 2010.
[170] ZHOU, X. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDPB9, 2010.
[171] SHIEH, W.; ATHAUDAGE, C. Electron. Lett., v. 42, p. 587, 2006.
[172] LOWERY, A. J.; ARRNSTRONG, J. Opt. Express, v. 14, p. 2079, 2006.
[173] DJORDJEVIC, I. B.;VASIC, B. Opt. Express, v. 14, p. 3767, 2006.
[174] LOWERY, A. J.;WANG, S.; PREMARATNE, M. Opt. Express, v. 15, p. 13282, 2007.
[175] SHIEH, W.;YI, X.; TANG,Y. Electron. Lett., v. 43, p. 183, 2007.
[176] JANSEN, S. L. et al. J. Lightwave Technol., v. 26, p. 6, 2008.
[177] JANSEN, S. L. et al. J. Opt. Networking, v. 7, p. 173, 2008.
[178] SHIEH, W. et al. J. Opt. Networking, v. 1, p. 234, 2008.
[179] SHIEH, W.; BAO, H.; TANG,Y. Opt. Express, v. 16, p. 841, 2008.
[180] SHIEH, W.;YANG, Q.; MA,Y. Opt. Express, v. 16, p. 6378, 2008.
[181] YANG, Q. et al. J. Lightwave Technol., v. 27, p. 168, 2009.
[182] JANSEN, S. L. et al. J. Lightwave Technol., v. 27, p. 177, 2009.
[183] ARMSTRONG, J. J. Lightwave Technol., v. 27, p. 189, 2009.
[184] JANSEN, S. L. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 21, p. 802, 2009.
[185] TAKAHASHI, H. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDPB7, 2009.
[186] MASUDA, H. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDPB5, 2009.
[187] ZHANG, C. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper OTuG3, 2009.
[188] SCHMIDT-LANGHORST, C. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper
OTuN5, 2009.
[189] MA,Y. et al. Opt. Express, v. 17, p. 9421, 2009.
[190] DISCHLER, R.; BUCHALI, F. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDPC2,
2009.
[191] HILLERKUSS, D. et al. Proc. Opt. Fiber Commun. Conf., Paper PDPC1, 2010.
[192] MITRA, P. P.; STARK, J. B. Nature, v. 411, p. 1027, 2001.
[193] MECOZZI, A.; SHTAIF, M. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 1029, 2001.
[194] TANG, J. J. Lightwave Technol., v. 19, p. 1104, 2001. v. 19, p. 1110, 2001.
[195] NARIMANOV, E. E.; MITRA, P. P. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 530, 2002.
[196] TURITSYN, K. S. et al. Phys. Rev. Lett., v. 91, p. 203901, 2003.
604 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
óptico incide em uma das portas do acoplador, ele é dividido em duas partes
cujas amplitudes e fases relativas dependem da matriz de transferência do
acoplador, dada por [11]:
ρ i 1− ρ
Tc = , (11.1.1)
i 1− ρ ρ
em que ρ representa a fração da potência de entrada P0 que permanece na
porta direta do acoplador. Usando essa matriz de transmissão, a transmitância
de um NOLM de comprimento L é obtida como [10]:
Figura 11.2 Potência transmitida em função da potência de entrada, para dois valores
de ρ, mostrando a resposta não linear de um interferômetro de Sagnac totalmente
óptico.
608 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
P0 = 2π / [(G − 1) γ L ] . (11.1.5)
Já que o fator de amplificação G pode ser muito grande, como 30 dB, a
potência de comutação é reduzida por um fator de até 1000. Este dispositi-
vo − referido como laço refletivo amplificador não linear ou NALM (Nonlinear
Amplifying Loop Mirror) − é capaz de comutar a níveis de potência de pico
abaixo de 1 mW. Em uma demonstração do conceito básico, 4,5 m de fibra
dopada com Nd foram emendados a um laço de fibra de 306 m formado
com um acoplador de 3 dB, permitindo a observação de comutação do tipo
CW com pulsos de 10 ns [12]. A potência de comutação foi de cerca de
Processamento de Sinal Óptico 609
Figura 11.3 Perfil temporal do deslocamento de fase induzido por XPM (normalizado
em relação a φmax) em função de T/T0, para diversos valores de L/LW.
dAi
= 2iγ Ap2 exp (−iκ z ) As* ,
dz (11.1.11)
Processamento de Sinal Óptico 613
κ = β (ω s ) + β (ωi ) − 2β (ω p ) + 2γ P0 , (11.1.12)
Pi (L ) = Ai (L ) = Ps (0) (1 + κ 2 / 4 g 2 ) sinh 2 ( gL ) ,
2
(11.1.14)
g = (γ P0 ) − κ 2 / 4.
2
(11.1.15)
Ps (L ) sinh 2 ( gL )
Gs = = 1+ 2 , (11.1.16)
Ps (0) ( gL NL )
sendo o comprimento não linear definido como LNL = (gP0)−1. O ganho
paramétrico depende do descasamento de fase k e pode ser muito pequeno
se a condição de casamento de fase não for satisfeita. Quando o casamento
de fase é perfeito (k = 0) e gL ≫ 1, o ganho do amplificador aumenta
exponencialmente com P0:
1
Gs ≈ exp ( 2γ P0 L ) . (11.1.17)
4
Em termos do comprimento não linear, o ganho de um amplificador pa-
ramétrico aumenta como exp(2L/LNL), desde que saturação de ganho e
depleção de bomba permaneçam desprezíveis. Notemos que o comprimento
614 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
consideravelmente mais larga. É essa região central de ganho plano que faz
dos amplificadores paramétricos dispositivos úteis para sistemas de ondas
luminosas.
Amplificadores paramétricos com duplo bombeamento fornecem ganho
uniforme em uma grande largura de banda por meio do equilíbrio de três
processos distintos, capazes de produzir ganho paramétrico em múltiplas
regiões espectrais [34]. Consideremos, como ilustrado na Figura 11.6, duas
bombas nas frequências w1 e w2 e um sinal na frequência w1+. Primeiro,
FWM não degenerado produz uma onda idler em w2− por meio do processo
w1 + w2 → w1+ + w2−. Segundo, por um processo de FWM degenerado
616 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 11.8 Ganho de sinal (linhas tracejadas) e eficiência de conversão de idler (linhas
cheias) em função da intensidade de bombeamento, para diversos valores de tempo
de vida de portadores τc. A curva “Sem FCA” corresponde ao caso τc = 0. (Após a Ref.
[40]; ©2006 OSA.)
Processamento de Sinal Óptico 619
de 100 ps. Tal limitação não existe para pulsos ópticos curtos. Por essa
razão, os primeiros experimentos com FWM em guias de onda de silício
empregaram bombeamento pulsado para obter ganho líquido de sinal [38].
Contudo, bombeamento CW é, muitas vezes, desejável para aplicações
de processamento de sinal. A limitação imposta pelo tempo de vida de
portadores pode ser superada, até certo ponto, com a implementação de
uma junção p-i-n reversamente polarizada que remova portadores livres da
região de FWM, acelerando-os em direção aos eletrodos [41]. Um aspecto
positivo é que um comprimento relativamente curto de guia de onda de
silício permite a ocorrência de FWM em uma larga faixa de comprimentos
de onda, que pode exceder 300 nm [40]. Em um experimento de 2010,
uma largura de banda de mais de 800 nm foi realizada controlando a dis-
persão do guia de onda através das dimensões do dispositivo [44]. Uma
detalhada teoria de FWM mostra que as magnitudes e os sinais das dis-
persões de segunda e de terceira ordens devem ser controlados para es-
tender a largura de banda de ocorrência de FWM [2]. No experimento
de 2010, a largura e a altura do guia de onda de silício foram controladas
visando realizar uma diferença de comprimento de onda de 837 nm entre
as ondas de sinal e idler. Contudo, o experimento empregou um sinal CW
e uma bomba CW, de modo que a eficiência de conversão ficou limitada
a menos de 20 dB.
Ps = hvσ m / (σ g τ c ) . (11.1.23)
∂φ 1
= − β c g ( z, τ ) , (11.1.28)
∂z 2
∂g
= − g ( z, τ ) P ( z, τ ) / E sat . (11.1.29)
∂τ
622 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
A Eq. (11.1.32) pode ser facilmente resolvida para fornecer h(τ). O fator de
amplificação G(τ) está relacionado a h(τ) por G = exp(h), sendo fornecida por
G0
G (τ ) = ,
G0 − (G0 − 1) exp [−E0 (τ ) / E sat ] (11.1.33)
é a energia parcial do pulso, definida de modo que E0(∞) seja igual à energia
de entrada do pulso Ein.
A solução de (11.1.33) mostra que o ganho do amplificador é diverso
em diferentes partes do pulso. A frente do pulso recebe todo o ganho G0,
pois o amplificador ainda não está saturado. A cauda do pulso recebe o
mínimo ganho, pois o pulso saturou o ganho do amplificador. Como visto da
Eq. (11.1.28), a saturação do ganho leva a um deslocamento de fase depen-
dente do tempo ao longo do pulso.Tal deslocamento de fase é determinado
integrando a Eq. (11.1.28) no comprimento do amplificador, dado por:
1 1 1
∫
L
φ (τ ) = − βc g ( z, t ) dz = − βc h (τ ) = − βc ln [G (τ )] . (11.1.34)
2 0
2 2
Como o pulso modula sua própria fase através da saturação do ganho,
esse fenômeno é denominado SPM induzida por saturação [54]. O chirp de
frequência está relacionado à derivada da fase por:
1 dφ βc dh β P (τ )
∆v c = − = = − c in [G (τ ) − 1] , (11.1.35)
2 π d τ 4 π dτ 4 π E sat
com uso da Eq. (11.1.32).
SPM e o associado chirp de frequência são similares ao fenômeno que
ocorre quando um pulso se propaga em uma fibra. Como em fibras ópticas,
Processamento de Sinal Óptico 623
Figura 11.9 (a) Forma e (b) espectro da saída de um amplificador óptico de semi-
condutor com G0 = 30 dB e bc = 5, para um pulso de entrada gaussiano de energia
Ein/Esat = 0,1. As linhas tracejadas mostram, para comparação, a forma e o espectro do
pulso de entrada.
(1 − Rm )
2
Pt
TFP (v ) = = , (11.1.36)
Pi (1 − Rm ) + 4 Rm sen 2 (φ / 2)
2
onde φ = d + φNL é o deslocamento de fase total durante um percurso de
ida e volta na cavidade. A parte linear d= (∆w)τ depende da duração do
percurso de ida e volta τr e da dissintonia de frequência ∆w em relação à
ressonância da cavidade. A contribuição não linear resulta da SPM e pode
ser escrita como:
Fica claro dessa equação que múltiplos valores de Pt são possíveis para um
dado valor da potência de entrada Pi, devido ao deslocamento de fase não
linear. O número de soluções depende da potência de entrada Pi. Para baixas
potências, apenas uma solução existe. Com o aumento da potência de entrada,
o número de soluções aumenta de um para três, para cinco e assim por diante.
Focamos o caso de três soluções, o qual requer a menor potência de entrada.
Processamento de Sinal Óptico 625
Figura 11.10 Resposta biestável de um ressoador a fibra com Rm = 0,5, para três valores
de dissintonia d. As potências foram normalizadas usando Pn = (2gLm)−1.
Figura 11.12 Ilustração de um flip-flop totalmente óptico. Pulsos de set e reset ligam e
desligam o flip-flop, respectivamente.
Figura 11.14 Flip-flop óptico baseado em dois lasers de semicondutor, cada um cons-
truído com um SOA e duas grades de difração em fibra que atuam como espelhos.
Cada laser pode ser ligado e desligado com a injeção de luz em um comprimento de
onda diferente do comprimento de onda do próprio laser. (Após a Ref. [91]; ©2001 IEEE.)
de set e reset eram injetados no laser em sentidos opostos, este comutava sua
direção de operação. Esse dispositivo exibiu comutação em 60 ps com a
injeção de pulsos com apenas 1,8 fJ de energia.
fase diferencial capaz de ser utilizado para copiar o padrão de bits do canal
de dados no sinal transmitido em l1.
Em um experimento de 1994, o comprimento de onda de um canal de
dados de 10 Gb/s foi deslocado por 8 nm com o uso de 4,5 km de fibra
de dispersão deslocada no interior de um NOLM [102]. Em 2000, essa
técnica produziu conversores de comprimento de onda capazes de operar
a taxas de bits de até 40 Gb/s [24]. O NOLM foi feito de 3 km de fibra
de dispersão deslocada, com dispersão zero no comprimento de onda de
1.555 nm, sendo usado para deslocar o comprimento de onda de um canal
em 1.547 nm por até 20 nm. A razão liga-desliga entre os estados de máxima
e mínima transmissão foi medida como 25 dB. Os diagramas de olho ópticos
dos sinais original e convertido indicam que pulsos individuais quase não
foram afetados durante a conversão de comprimento de onda.
Podemos indagar o que limita a extensão de deslocamento de compri-
mento de onda quando se utiliza um NOLM para conversão de comprimento
de onda. A resposta está relacionada às diferentes velocidades de grupo as-
sociadas aos dois campos que interagem por XPM. Para estimar o máximo
deslocamento de comprimento de onda, assumamos que L deva ser menor
do que o comprimento de ultrapassagem LW. Notando que, para dois canais
separados em frequência por dν, a relação entre o parâmetro de ultrapassagem
dW e a dispersão da fibra é dw = |b2|(2πδν), e a condição L < LW se reduz a:
Figura 11.19 (a) Espectro óptico medido antes e depois do filtro óptico sintonizável. (b)
Largura do pulso do canal convertido em função do comprimento de onda. A largura
dos dados originais é marcada como pulso de controle. (Da Ref. [106]; ©2001 IEEE.)
ηc − Pi (L ) / Ps (0) = (γ P0 / g ) senh 2 ( gL ) .
2
(11.3.2)
Essa equação mostra que c pode ser maior do que 1 quando a condição
de casamento de fase é quase satisfeita. Na verdade, c = senh2gP0L) ≫ 1
quando k = 0 e gP0L > 1. Portanto, conversores de comprimento de onda
baseados em FWM são capazes de amplificar uma sequência de bits, alteran-
do seu comprimento de onda de ws para wi, característica extremamente útil
desses conversores de comprimento de onda. O sinal, sem dúvida, também
é amplificado. Basicamente, passam a existir duas cópias amplificadas da se-
quência de bits de entrada, cada uma em um comprimento de onda distinto.
Segue da Eq. (11.3.2) que a eficiência de conversão c depende, por meio
do produto kL, do descasamento de fase k e do comprimento de fibra L. O
intervalo de valores da dissintonia d ≡ wp − ws em que kL pode ser feito
pequeno diminui rapidamente para fibras longas. Essa propriedade pode ser
vista mais claramente da relação
κ = β 2δ 2 + 2γ P0 , (11.3.3)
Figura 11.22 Conversão de comprimento de onda baseada em XPM e usando dois SOAs
nos braços de um interferômetro MZ. (Após a Ref. [140]; © 1997 IEEE.)
646 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 11.27 (a) Um demultiplexador TOAD com dois SOAs posicionados assimetrica-
mente. Os detalhes mostram a estrutura do dispositivo. (b) Variações de ganho nos dois
SOAs e a resultante janela de comutação. (Após a Ref. [175]; ©2001 IEEE.)
Figura 11.29 Conversões de (a) NRZ para RZ e (b) RZ para NRZ usando um NOLM; DSF
significa fibra de dispersão deslocada. (Da Ref. [179]; ©1997 IEEE.)
uma fibra não linear foi utilizado para a conversão de RZ para NRZ [180].
O esquema é similar ao mostrado na Figura 11.18 (no contexto de conversão
de comprimento de onda); a única diferença é que o filtro óptico é cen-
trado exatamente no comprimento de onda da sonda CW. O sinal RZ atua
como bomba e modula a fase da sonda CW. O resultante chirp desloca o
comprimento de onda dos pulsos que representam bits 1. O filtro bloqueia
esses pulsos, mas deixa passar os bits 0. A sequência de bits de saída é uma
versão NRZ do sinal com polaridade invertida.
É possível adotar um esquema similar para a conversão de NRZ para RZ
[181]. Nesse caso, um relógio óptico que atua como bomba é lançado na fi-
bra juntamente com o sinal NRZ. A interação entre as duas ondas por XPM
alarga o espectro do sinal. O filtro óptico é deslocado do comprimento de
onda do sinal, como no caso de conversão de comprimento de onda. A saída
é uma versão RZ do sinal no mesmo comprimento de onda. Esse esquema é
sensível à polarização, pois o próprio processo não linear de XPM depende
da polarização [2]. O esquema pode ser tornado insensível à polarização
com o emprego de um laço de diversidade de polarização. A polarização do
relógio (controle) é orientada a 45° em relação aos eixos principais de um
divisor de feixe por polarização (PBS), de modo que a potência seja igual-
mente dividida em duas ondas contrapropagantes. O sinal NRZ com SOP
aleatório também é dividido em duas partes em polarizações ortogonais. O
mesmo PBS combina as duas partes. Um circulador óptico direciona a saída
ao filtro óptico cuja banda passante é adequadamente deslocada.
Um esquema de conversão de RZ para NRZ utiliza somente o alar-
gamento espectral induzido por SPM em uma fibra óptica com dispersão
normal [182]. Aos pulsos RZ é imposto chirp por SPM, e eles sofrem con-
siderável alargamento ao longo da fibra. Se o comprimento da fibra for es-
colhido de modo que o alargamento dos pulsos seja suficientemente grande
para preencher todo o bit slot, a saída será uma versão NRZ da original
sequência de bits.
Vários esquemas utilizam efeitos não lineares em SOAs para conversão
de formatos [183]-[192]. Um interferômetro MZ com um SOA em cada
braço foi empregado em um experimento de 2003 [183], cuja ideia básica
é ilustrada na Figura 11.30. No caso da conversão de NRZ para RZ, o sinal
NRZ de entrada é injetado na porta de controle, enquanto um relógio
RZ na mesma taxa de bits é alimentado ao interferômetro projetado para
bloquear pulsos na ausência do sinal de controle. O deslocamento de fase
induzido pelo sinal NRZ converte pulsos do relógio em um sinal RZ. No
caso da conversão de RZ para NRZ, um duplicador de pulsos é empregado
para produção de múltiplas cópias deslocadas do sinal RZ de entrada (em
um período de bit), antes de injetá-lo na porta de controle. Múltiplas cópias
mantêm o deslocamento de fase induzido por XPM em toda a duração do
656 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 11.30 Conversões de (a) NRZ para RZ e (b) RZ para NRZ usando dois SOAs em
um interferômetro MZ. (Da Ref. [183]; ©2003 IEEE.)
Figura 11.32 Regenerador 2R baseado em SPM (parte superior) e sua ação em uma
sequência de bits (parte inferior). HNLF designa fibra altamente não linear (Highly
NonLinear Fiber). (Da Ref. [206]; ©2006 IEEE.)
U f (t ) = F −1 {H f (ω − ω f ) F [U (L , t )]} , (11.5.2)
Figura 11.33 Formas de pulsos simuladas numericamente na (a) entrada e (b) na saída
de um regenerador 2R baseado em SPM e projetado com φNL = 5. O pulso de ruído com
10% de amplitude é quase completamente bloqueado pelo regenerador. (Da Ref. [205];
©2005 IEEE.)
Processamento de Sinal Óptico 661
Figura 11.34 Efeitos da dispersão normal (a) no espectro do pulso e (b) na função de
transferência de um regenerador 2R baseado em SPM e feito com 2,8 m de fibra de
calcogênio. As linhas tracejadas mostram, para comparação, o caso sem dispersão.
(Da Ref. [204]; ©2005 OSA.)
662 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 11.38 Funções de transferência medidas após (a) o primeiro e (b) o segundo es-
tágios de um regenerador de dois estágios baseado em FWM. (Da Ref. [226]; ©2006 IEEE.)
sinal de alta potência não apenas satura o ganho do SOA, mas também sai
pela porta direta. Em consequência, o nível de ruído é reduzido para os bits
0 e 1 quando passam pelo SOA. O segundo esquema na Figura 11.39 com-
bina um absorvedor saturável (depositado em um espelho) com um SOA
por meio de um circulador óptico [230]. Esse dispositivo funciona como
regenerador 2R, pois os bits 0 de baixa potência são absorvidos, enquanto
os bits 1 de alta potência são refletidos e amplificados pelo SOA. O ruído de
intensidade dos bits 1 é consideravelmente reduzido pelo absorvedor satu-
rável. O feixe de sustentação na Figura 11.39 ajuda a diminuir o tempo de
recuperação de ganho do SOA, de modo que ele seja operado a altas taxas
de bits, de 10 Gb/s ou mais. É possível integrar absorvedores saturáveis e
SOAs em um mesmo chip, fazendo uso das propriedades de eletroabsorção
de poços quânticos de InGaAsp (o mesmo material usado para fazer SOAs)
em polarização reversa [229]. Nessa configuração, um absorvedor saturável
segue o SOA, e esse padrão é repetido em cascata, caso necessário. Como
antes, bits 0 são absorvidos, enquanto bits 1 passam pelos absorvedores.
Figura 11.40 Regenerador 2R que usa modulação de ganho cruzado (XGM) no SOA
2; o SOA 1 é usado para gerar uma cópia do sinal de entrada com bits invertidos em
um novo comprimento de onda. Os quatro detalhes mostram diagramas de olho em 4
posições. (Da Ref. [231]; ©2008 IEEE.)
Figura 11.43 Duas configurações para regeneradores 3R baseados em SOAs. Nos dois
casos, o dispositivo funciona como conversor de comprimento de onda, mas um relógio
óptico na taxa de bits do sinal é usado no lugar de um feixe CW. (Da Ref. [248]; ©2001 IEEE.)
Processamento de Sinal Óptico 671
baixo ruído de amplitude (< 0,5%) e pequena incerteza temporal (< 0,5 ps).
Vários outros esquemas têm sido usados para a extração de relógios ópticos,
incluindo aqueles baseados em moduladores de eletroabsorção, lasers DFB
ou de pontos quânticos autopulsantes, lasers de semicondutor ou em anel
com travamento de modo e SOAs do tipo FP [251]-[258].
Em alguns casos, o relógio óptico recuperado é convertido em um
relógio elétrico usado para ativar um modulador. A Figura 11.45 mostra
um exemplo de um regenerador 3R desse tipo [254], que utiliza três
regeneradores 2R baseados em SOAs em uma configuração MZ com seis
SOAs. Um deles (ramo superior) é seguido por um filtro de Fabry-Perot
para a recuperação do relógio óptico, que é convertido em relógio elétrico.
Os outros dois regeneradores 2R (ramo inferior) são combinados em série
para melhorar a SNR óptica e cancelar o deslocamento de comprimento
de onda que ocorre depois do primeiro regenerador. Quatro diagramas de
olho são mostrados na parte de baixo da figura para o sinal de entrada de
10 Gb/s antes da recuperação do relógio, o relógio recuperado e o sinal
regenerado. Tal regenerador 3R foi utilizado em um anel recirculante de
fibra para realizar a transmissão de um sinal de 10 Gb/s por 125.000 km
sem compensação de dispersão. Esse experimento mostra claramente o
real potencial de SOAs para o processamento de sinal óptico.
Figura 11.45 (a) Regenerador 3R baseado em SOA e projetado com três regeneradores
2R baseados em SOAs, cujo ramo superior é usado para recuperação de relógio. (b-e)
Diagramas de olho em 4 posições marcadas na parte (a). LD, TDL e FPF representam
diodo laser (Laser Diode), linha de retardo sintonizável (Tunable Delay Line) e filtro de
Fabry-Perot (Fabry-Perot Filter), respectivamente. (Da Ref. [254]; ©2006 IEEE.)
regeneração de sinais codificados em fase, pois opera com base nos diferentes
níveis de potência associados aos bits 0 e 1. Como vimos no Capítulo 10,
é comum empregar um pulso em cada bit slot cuja fase assume um ou mais
valores, dependendo do formato escolhido. Recentemente, várias técnicas
foram desenvolvidas para a regeneração de sinais RZ-DPSK [259]-[270].
Em um estudo de 2005, um NOLM similar ao mostrado na Figura 11.36
foi empregado, com uma diferença crucial: um atenuador com diferentes
perdas foi inserido nos sentidos contrapropagantes nas proximidades de uma
das extremidades do laço [260]. Esse dispositivo funciona de modo similar
ao de um isolador óptico e pode ser fabricado usando polarizadores e um
girador de Faraday. Embora potências de entrada muito mais elevadas sejam
necessárias, a função de transferência de potência exibe uma região plana
em torno da qual o deslocamento de fase produzido pelo NOLM também é
constante e relativamente pequeno. Resultados experimentais concordaram
com as previsões teóricas [264].
Um EDFA bidirecional (no lugar de um atenuador bidirecional) em
uma das extremidades de um NOLM foi utilizado em um experimento de
2007 com o intuito de realizar a regeneração de sinais RZ-DPSK [268].
O sinal de entrada foi dividido assimetricamente no acoplador a fibra, de
forma que cada subpulso mais fraco era, primeiro, amplificado pelo EDFA,
enquanto o subpulso mais intenso passava pelo EDFA depois de percorrer
o laço de Sagnac. Em consequência, o deslocamento de fase induzido por
SPM era maior para os subpulsos mais fracos. Como a fase do pulso de
saída é fixada pelo subpulso mais intenso, o NOLM não distorce a fase dos
pulsos de saída. A Figura 11.46 mostra as características de potência e de
Figura 11.46 Funções de transferência medidas de (a) potência e (b) fase para várias
razões de divisão, para um NALM usado na regeneração de sinais RZ-DPSK. (Da Ref.
[268]; ©2007 IEEE.)
674 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Figura 11.47 Montagem experimental para a regeneração de sinal RZ-DPSK por am-
plificação sensível à fase em um laço de Sagnac; BERT, FS-DL, VOA, OC, PD, DI e SC
representam testador de taxa de erro de bit (Bit-Error Rate Tester), linha de retardo com
esticador de fibra (Fiber Stretcher Delay Line), atenuador óptico variável (Variable Optical
Attenuator), circulador óptico (Optical Circulator), fotodiodo (PhotoDiode), interferômetro
de retardo (Delay Interferometer) e osciloscópio de amostragem (Sampling Oscilloscope).
(Da Ref. [266]; ©2006 OSA.)
baixa potência, como sinal; uma linha de retardo no ramo de bombeio as-
segura descorrelação entre os dois ramos. Ruídos de fase e de amplitude são
adicionados ao sinal antes que o mesmo entre no laço de 6 km de comprimento,
em que um processo de FWM degenerado transfere potência da bomba para
o sinal. A extensão dessa transferência de potência depende da defasagem
relativa entre bomba e sinal, característica que reduz o ruído de fase na saída
do NOLM. A Figura 11.48 mostra, por meio de diagramas de constelação, a
melhora alcançada com esse esquema [266]. Os ruídos de fase e de amplitude
são ambos reduzidos de modo significativo após a amplificação sensível à
fase. É possível, também, empregar um amplificador paramétrico de duplo
bombeamento para esse propósito, desde que a frequência do sinal esteja
exatamente igual ao valor médio das frequências das bombas, de modo que
coincida com a frequência da onda idler [267].
Figura 11.48 Diagramas de constelação de sinais RZ-DPSK (a) antes da adição de ruído,
(b) depois da adição de ruído e (c) depois de amplificação sensível à fase. (Da Ref. [266];
©2006 OSA.)
relógio óptico recuperado do próprio sinal (ou obtido de uma fonte óptica
pulsada). O papel do interferômetro de retardo é converter o sinal DPSK
de entrada em um sinal RZ-ASK cujo ruído é reduzido pelo regenerador
de amplitude 2R. A sequência de dados regenerada é, por fim, utilizada para
modular a fase dos pulsos de relógio por XPM em uma fibra óptica. Em um
experimento de 2008 [269], um segmento de 2,4 km de comprimento de
fibra altamente não linear foi usado como modulador de fase juntamente
com um regenerador 2R baseado em fibra. Esse dispositivo reduziu os
ruídos de fase e de amplitude da sequência de bits DPSK de entrada. Um
experimento de 2009 mostrou que o dispositivo era capaz de reduzir o
impacto do ruído de fase não linear que tanto afeta um sinal DPSK [270].
Regeneração óptica de sinais RZ-DQPSK também é de considerável
interesse prático [271]-[273]. Um NOLM de 2 km de comprimento foi
usado para esse propósito em um experimento de 2007 com um sinal de
80 Gb/s [271]. Simulações numéricas mostraram que também é possível
utilizar com sucesso amplificação sensível à fase [272]. Até mesmo o es-
quema ilustrado na Figura 11.49 pode ser generalizado para o caso de sinais
DQPSK, mas isso requer dois interferômetros de retardo, dois regeneradores
2R e dois moduladores de fase para acomodar os quatro possíveis valores
de fase de um símbolo [273].
Exercícios
11.1 Use a matriz de transferência dada na Eq. (11.1.1) e prove que a trans-
mitância de um NOLM é, de fato, fornecida pela Eq. (11.1.2).
11.2 Refaça o exercício anterior para um NOLM em que um amplificador
é inserido no laço logo após o acoplador, e prove que a transmitância
passa a ser dada pela Eq. (11.1.4).
11.3 Calcule o deslocamento de fase induzido por XPM usando as Eqs.
(11.1.6) quando pulsos de controle têm a forma de sólitons, com
Ac(t) = sech(t/T0). Refaça o cálculo para pulsos de controle gaussianos.
Nos dois casos, expresse sua resposta em termos do comprimento de
ultrapassagem definido como LW = T0/dW.
11.4 Resolva as Eq. (11.1.10) e (11.1.11) que descrevem o processo de
FWM e prove que o fator de amplificação de um amplificador para-
métrico é dado pela Eq. (11.1.16).
Processamento de Sinal Óptico 677
REFERÊNCIAS
[1] HIRANO, M. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 15, p. 103, 2008.
[2] AGRAWAL, G. P. Nonlinear Fiber Optics. 4. ed. Boston: Academic Press, 2007.
[3] KIKUCHI, K.; TAIRA, K.; SUGIMOTO, N. Electron. Lett., v. 38, p. 166, 2002.
[4] FOK, M. P.; SHU, C. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 14, p. 587, 2008.
[5] PELUSI, M. D. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 14, p. 529, 2008.
[6] PELUSI, M. D. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 22, p. 3, 2010.
[7] AGRAWAL, G. P. Applications of Nonlinear Fiber Optics. 2. ed. Boston: Academic
Press, 2008.
[8] OTSUKA, K. Opt. Lett., v. 8, p. 471, 1983.
[9] MORTIMORE, D. B. J. Lightwave Technol., v. 6, p. 1217, 1988.
[10] DORAN, N. J.; WOOD, D. Opt. Lett., v. 13, p. 56, 1988.
[11] AGRAWAL, G. P. Lightwave Technnology: Components and DevicesB. New
York: Wiley, 2004.
[12] FERMANN, M. E. et al. Opt. Lett., v. 15, p. 752, 1990.
[13] O’NEIL, A. W.; WEBB, R. P. Electron. Lett., v. 26, p. 2008, 1990.
[14] FARRIES, M. C.; PAYNE, D. N. Appl. Phys. Lett., v. 55, p. 25, 1989.
[15] BLOW, K. J. et al. Opt. Lett., v. 15, p. 248, 1990.
[16] JINNO, M.; MATSUMOTO, T. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 2, p. 349, 1990.
Electron. Lett., v. 27, p. 75, 1991.
[17] AVRAMOPOULOS, H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 3, p. 235, 1991.
678 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[18] MOORES, J. D. et al. Opt. Lett., v. 16, p. 138, 1991. J. Opt. Soc. Am. B., v. 8, p. 594,
1991.
[19] JINNO, M.; MATSUMOTO, T. IEEE J. Quantum Electron., v. 28, p. 875, 1992.
[20] BÜLOW, H.;VEITH, G. Electron. Lett., v. 29, p. 588, 1993.
[21] SMITH, K.; DORAN, N. J.; WIGLEY, P. G. J. Opt. Lett., v. 15, p. 1294, 1990.
[22] CHERNIKOV, S.V.; TAYLOR, J. R. Electron. Lett., v. 29, p. 658, 1993.
[23] BETTS, R. A. et al. Electron. Lett., v. 28, p. 1035, 1992.
[24] YU, J. et al. J. Lightwave Technol., v. 18, p. 1001, 2000.
[25] JINNO, M.; MATSUMOTO, T. Opt. Lett., v. 16, p. 220, 1991.
[26] JEONG, J. M.; MARHIC, M. E. Opt. Commun., v. 91, p. 115, 1992.
[27] LUCEK, J. K.; SMITH, K. Opt. Lett., v. 15, p. 1226, 1993.
[28] NAYAR, B. K.; FINLAYSON, N.; DORAN, N. J. J. Mod. Opt., v. 40, p. 2327, 1993.
[29] NOWAK, G. A. et al. Opt. Lett., v. 23, p. 936, 1998.
[30] ASO, O. et al. Electron. Lett., v. 36, p. 709, 2000.
[31] HANSRYD, J. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 8, p. 506, 2002.
[32] ISLAM, B. N.; BOYRAZ, Õ. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 8, p. 527,
2002.
[33] WONG, K. K.Y. et al. Opt. Lett., v. 28, p. 692, 2003.
[34] RADIC, S.; MCKINSTRIE, C. J. Opt. Fiber Technol., v. 9, p. 7, 2003.
[35] RADIC, S. et al. Electron. Lett., v. 39, p. 838, 2003.
[36] TANEMURA,T.; KIKUCHI, K. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 1573, 2003.
[37] ESPINOLA, R. L. et al. Opt. Express, v. 13, p. 4341, 2005.
[38] FOSTER, M. A. et al. Nature, v. 441, p. 960, 2006.
[39] YAMADA, K. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 1046, 2006.
[40] LIN, Q. et al. Opt. Express, v. 14, p. 4786, 2006.
[41] KUO,Y. -H. et al. Opt. Express, v. 14, p. 11721, 2006.
[42] FOSTER, M. A. et al. Opt. Express, v. 15, p. 12949, 2007.
[43] LEE, B. G. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 21, p. 182, 2009.
[44] TURNER, A. C. et al. Opt. Express, v. 18, p. 1904, 2010.
[45] LIN, Q.; PAINTER, O. J.; AGRAWAL, G. P. Opt. Express, v. 15, p. 16604, 2007.
[46] SAITOH, T.; MUKAI, T. IEEE J. Quantum Electron., v. 23, p. 1010, 1987.
[47] OLSSON, N. A. J. Lightwave Technol., v. 1, p. 1071, 1989.
[48] SAITOH,T.; MUKAI,T. In: YAMAMOTO, Y., (Ed.). Coherence, Amplification, and
Quantum Effects in Semiconductor Lasers. New York:Wiley, 1991. Capítulo 7.
[49] AGRAWAL, G. P.; DUTTA, N. K. Semiconductor Lasers. 2. ed. New York: Van
Nostrand Reinhold, 1993. Capítulo 11.
[50] SPIEKMAN, L. H.In: KARNINOW, I. P.; LI,T., (Eds.). Optical Fiber Telecommu-
nications, v. 4A. Boston: Academic Press, 2002. Capítulo 14.
[51] MANNING, R. J. et al. J. Opt. Soc. Am. B., v. 14, p. 3204, 1997.
[52] STUBKJAER, K. E. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 6, p. 1428, 2000.
[53] AGRAWAL, G. P.; MAYWAR, D. N.In: SLUSHER, R. E.; EGGLETON, B. H., (Eds.).
Nonlinear Photonic Crystals. Springer Series in Photonics, v. 10. New York:
Springer, 2003. Capítulo 13.
[54] AGRAWAL, G. P.; OLSSON, N. A. IEEE J. Quantum Electron., v. 25, p. 2297,
1989.
[55] AGRAWAL, G. P.; OLSSON, N. A. Opt. Lett., v. 14, p. 500, 1989.
[56] OLSSON, N. A.; AGRAWAL, G. P.; WECHT, K. W. Electron. Lett., v. 25, p. 603,
1989.
[57] EISELT, M. Electron. Lett., v. 28, p. 1505, 1992.
[58] SOKOLOFF, J. P. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 5, p. 787, 1993.
[59] EISELT, M.; PIEPER,W.;WEBER, H. G. J. Lightwave Technol., v. 13, p. 2099, 1995.
[60] GLESK, I. et al. In:WOLF, E., (Ed.). Progress in Optics, v. v. 45. Amsterdam: Elsevier,
2003. Capítulo 2.
[61] GIBBS, H. M. Optical Bistability: Controlling Light with Light. Boston: Aca-
demic Press, 1984.
[62] NAKATSUKA, H. et al. Phys. Rev. Lett., v. 50, p. 109, 1983.
Processamento de Sinal Óptico 679
[63] SMITH, P. W. et al. Appl. Phys. Lett., v. 33, p. 24, 1978. App. Phys. Lett., v. 34, p.
62, 1979.
[64] WA, P. L. K. et al. Electron. Lett., v. 21, p. 26, 1985.
[65] SHELBY, R. M.; LEVENSON, M. D.; PERLMUTTER, S. H. J. Opt. Soc. Am. B.,
v. 5, p. 347, 1988.
[66] COEN, S. et al. J. Opt. Soc. Am. B., v. 15, p. 2283, 1998.
[67] KAWAGUCHI, H. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 3, p. 1254, 1997.
[68] HARDER, C.; LAU, K.Y.;YARIV, A. IEEE J. Quantum Electron., v. 18, p. 1351,
1982.
[69] UENO, M.; LANG, R. J. Appl. Phys., v. 58, p. 1689, 1985.
[70] LIU, H. F.; HASHIMOTO, Y.; KAMIYA, T. IEEE J. Quantum Electron., v. 24, p.
43, 1988.
[71] DUAN, G. H.; LANDAIS, P.; JACQUET, J. IEEE J. Quantum Electron., v. 30, p.
2507, 1994.
[72] SHARFIN,W. F.; DAGENAIS, M. Appl. Phys. Lett., v. 48, p. 321, 1986. v. 48, p. 1510,
1986.
[73] ADARNS, M. J.;WESTLAKE, H. J.; O’MAHONY, M. J. In: HAUG, H., (Ed.). Optical
Nonlinearities and Instabilities in Semiconductors. Boston: Academic Press,
1988. Capítulo 15.
[74] WINFU1, H. G.; MARBURGER, J. H.; GARMIRE, E. Appl. Phys. Lett., v. 35, p.
379, 1979.
[75] ADAMS, M. J.; WYATT, R. Proc. Inst. Elect. Eng., v. 134, p. 35, 1987.
[76] MAYWAR, D. N.; AGRAWAL, G. P. IEEE J. Quantum Electron., v. 33, p. 2029,
1997. IEEE J. Quantum Electron., v. 34, p. 2364, 1998.
[77] MAYWAR, D. N.; AGRAWAL, G. P. Opt. Express, v. 3, p. 440, 1998.
[78] MAYWAR, D. N.; AGRAWAL, G. P.; NAKANO,Y. Opt. Express, v. 6, p. 75, 2000.
[79] OKUMURA, K. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 21, p. 377, 1985.
[80] SUZUKI, S. et al. J. Lightwave Technol., v. 4, p. 894, 1986.
[81] INOUE, K. Opt. Lett., v. 12, p. 918, 1987.
[82] OTSUKA, K. Electron. Lett., v. 24, p. 800, 1988. Opt. Lett., v. 14, p. 72, 1987.
[83] CHEM, L. L.; MCLVER, J. K. Opt. Lett., v. 15, p. 186, 1990.
[84] KAWAGUCHI, H. Electron. Lett., v. 31, p. 1150, 1995.
[85] ZHOU, J. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 1, p. 1125, 1995.
[86] JIAN, B. B. Electron. Lett., v. 32, p. 349, 1996.
[87] PETROVIC, M. S. et al. Opt. Commun., v. 138, p. 349, 1997.
[88] CHATTOPADHYAY, T.; NAKAJIMA, M. Opt. Commun., v. 138, p. 320, 1997.
[89] NAKATSUHARA, K. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 10, p. 78, 1998.
[90] ROBERT, F.; FORTUSINI, D.; TANG, C. L. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12,
p. 465, 2000.
[91] HILL, M. T. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 37, p. 405, 2001.
[92] JEONG, S. -H. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 38, p. 706, 2002.
[93] VAN,V. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 8, p. 705, 2002.
[94] DORREN, H. J. S. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 39, p. 141, 2003.
[95] CLAVERO, R. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 843, 2005.
[96] TAKENAKA, M.; RABUM, M.; NAKANO, Y. IEEE Photon. Technol. Lett., v.
17, p. 968, 2005.
[97] D’OOSTERLINCK, W. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 19, p. 489, 2007.
[98] HUYBRECHTS, K.; MORTHIER, G.; BAETS, R. Opt. Express, v. 16, p. 11405,
2008.
[99] KAP1AN, A. M.; AGRAWAL, G. P.; MAYWAR, D. N. Electron. Lett., v. 45, p. 127,
2009.
[100] PLEROS, N. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 21, p. 73, 2009.
[101] LIU, L. et al. Nature Photonics, v. 4, p. 182, 2010.
[102] RAUSCHENBACH, K. A. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 6, p. 1130, 1994.
[103] YU, J. et al. J. Lightwave Technol., v. 18, p. 1007, 2000.
[104] SAKAMOTO, T. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 502, 2001.
680 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[105] OLSSON, B. E. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 846, 2000.
[106] YU, J.; JEPPESEN, P. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 833, 2001.
[107] LEE, J. H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 437, 2003.
[108] RAU, L. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 2520, 2004.
[109] MAO, W.; ANDREKSON, P. A.; TOULOUSE, J. IEEE Photon. Technol. Lett.,
v. 17, p. 420, 2005.
[110] WANG, W. et al. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 1105, 2005.
[111] LEE, J. H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 298, 2006.
[112] TANEMURA, T. et al. Opt. Express, v. 14, p. 1408, 2006.
[113] TANEMURA, T.; KIKUCHI, K. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 4108, 2006.
[114] INOUE, K.; TABA, H. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 4, p. 69, 1992.
[115] INOUE, K. et al. Electron. Lett., v. 29, p. 1708, 1993.
[116] INOUE, K. J. Lightwave Technol., v. 12, p. 1916, 1994. IEEE Photon. Technol.
Lett., v. 6, p. 1451, 1993.
[117] LEE, J. H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 440, 2003.
[118] YAMAN, F. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 2053, 2005.
[119] WANG,Y. et al. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 3331, 2005.
[120] KALOGERAKIS, G. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 3683, 2006.
[121] CHOW, K. K. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 624, 2005.
[122] ANDERSEN, P. A. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 1908, 2005.
[123] ZHANG, A.; DEMOKAN, M. S. Opt. Lett., v. 30, p. 2375, 2005.
[124] LEE, J. H. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 22, 2006.
[125] FOK, M. P.; SHU, C. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 19, p. 1166, 2007.
[126] CHOW, K. K. et al. Opt. Express, v. 15, p. 15418, 2007.
[127] ASTAR, W. et al. Opt. Express, v. 16, p. 12039, 2008.
[128] XU, C. Q.; OKAYAMA, H.; KAWAHARA, M. Appl. Phys. Lett., v. 63, p. 3559,
1993.
[129] CHOU, M. H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 11, p. 653, 1999.
[130] CRISTIANI, I. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 14, p. 669, 2002.
[131] YU, S.; GU, W. IEEE.J. Quantum Electron., v. 40, p. 1744, 2004.
[132] LEE,Y. L. et al. Opt. Express, v. 13, p. 2988, 2005.
[133] NISHIDA,Y. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 1049, 2005.
[134] LANGROCK, C. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 2579, 2006.
[135] FURUKAWA, H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 19, p. 384, 2007.
[136] ZHANG, J. et al. Opt. Express, v. 16, p. 6957, 2008.
[137] TEHRANCHI, A.; KASHYAP, R. Opt. Express, v. 17, p. 19113, 2009.
[138] DUAN, G. -H. In: AGRAWAL, G. P., (Ed.). Semiconductor Lasers: Past, Present,
and Future. Woodbury: AIP Press, 1995. Capítulo 10.
[139] DURHUUS, T. et al. J. Lightwave Technol., v. 14, p. 942, 1996.
[140] JOERGENSEN, C. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 3, p. 1168,
1997.
[141] POLITI, C.; KLONIDIS, D.; O’MAHONY, M. J. J. Lightwave Technol., v. 24,
p. 1203, 2006.
[142] LAL,V. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 13, p. 49, 2007.
[143] LEUTHOLD, J. et al. J. Lightwave Technol., v. 22, p. 186, 2004.
[144] LIU,Y. E. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 230, 2006; J. Lightwave Technol., v.
25, p. 103, 2007.
[145] MATSUURA, M.; KISHI, N.; MIKI, T. J. Lightwave Technol., v. 25, p. 38, 2007.
[146] DONG, J. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 14, p. 770, 2008.
[147] AGRAWAL, G. P. J. Opt. Soc. Am. B., v. 5, p. 147, 1988.
[148] HOJFELDT, S.; BISCHOFF, S.; MORK, J. J. Lightwave Technol., v. 18, p. 1121,
2000.
[149] LECLERC, P.; LAVINGNE, B.; CHIARONI, D.KAMINOW, I. P., LI, T., (Eds.).
Optical Fiber Telecommunications, v. 4A. Boston: Academic Press, 2002.
Capítulo 15.
[150] VLACHOS, K. et al. J. Lightwave Technol., v. 21, p. 1857, 2003.
Processamento de Sinal Óptico 681
[151] TUCKER, R. S.In: KAMINOW, I. P., LI,T.,WILLNER, A. E., (Eds.). Optical Fiber
Telecommunications, v. v. 5B. Boston: Academic Press, 2008. Capítulo 17.
[152] MORIOKA, T. et al. Electron. Lett., v. 32, p. 832, 1996.
[153] HEDEKVIST, P. O.; KARLSSON, M.; ANDREKSON, P. A. J. Lightwave Technol.,
v. 15, p. 2051, 1997.
[154] HASEGAWA, T.; INOUE, K.; ODA, K. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 5, p. 947,
1993.
[155] SAKARNOTO, T. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 563, 2004.
[156] YARNAN, F.; LIN, Q.; AGRAWAL, G. P. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18,
p. 2335, 2006.
[157] UCHIYARNA, K.; MORIOKA, T.; SARUWATARI, M. Electron. Lett., v. 31,
p. 1862, 1995.
[158] OLSSON, B. E.; ANDREKSON, P. A. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 9, p. 764,
1997.
[159] LOU, J. W. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 12, p. 1701, 2000.
[160] SAKARNOTO,T.; LIM, H. C.; KIKUCHI, K. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 14,
p. 1737, 2002.
[161] OLSSON, B. E.; BLUMENTHA1, D. J. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 875,
2001.
[162] RAU, L. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 14, p. 1725, 2002.
[163] LI, J. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 1770, 2003.
[164] LEE, J. H. et al. Opt. Lett., v. 30, p. 1267, 2005.
[165] LENIHAN, A. S. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 1329, 2006.
[166] SALEM, R. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 2254, 2006.
[167] UCHIYARNA, K.; KAWANISHI, S.; SARUWATARI, M. IEEE Photon. Technol.
Lett., v. 10, p. 890, 1998.
[168] HESS, R. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 10, p. 166, 1998.
[169] JANSEN, S. L. et al. Electron. Lett., v. 38, p. 978, 2002.
[170] SCHUBERT, C. et al. Electron. Lett., v. 39, p. 1074, 2003.
[171] PORZI, C. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 633, 2005.
[172] AWAD, E. S.; CHO, P. S.; GOLDHAR, J. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17,
p. 1534, 2005.
[173] GLESK, J.; SOKOLOFF, J. P.; PRUCNAL, P. R. Electron. Lett., v. 30, p. 339, 1994.
[174] NAKAZAWA, M. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 6, p. 363, 2000.
[175] STUDENKOV, P.V. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 600, 2001.
[176] TANGDIONGGA, E. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 908, 2006.
[177] TANGDIONGGA, E. et al. Opt. Lett., v. 32, p. 835, 2007.
[178] HIROOKA, T. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 21, p. 1574, 2009.
[179] BIGO, S.; LECLERC, O.; DESURVIRE, E. IEEE J. Sel. Topics Quantum Elec-
tron., v. 3, p. 1208, 1997.
[180] LEE, S. H.; CHOW, K.; SHU, C. Opt. Express, v. 13, p. 1710, 2005.
[181] KWOK, C. H.; LIN, C. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 12, p. 451, 2006.
IEEE Photon. Technol. Lett., v. 19, p. 1825, 2007.
[182] LEE, S. H.; CHOW, K.; SHU, C. Opt. Commun., v. 263, p. 152, 2006.
[183] XU, L. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 15, p. 308, 2003.
[184] LI, W. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 203, 2004.
[185] LEE, C. O. et al. J. Lightwave Technol., v. 23, p. 834, 2005.
[186] YAN, C. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 2368, 2006.
[187] MISHINA, K. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 3751, 2006.
[188] JIANG, H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 19, p. 1985, 2007.
[189] YANG, X. et al. Electron. Lett., v. 43, p. 890, 2007.
[190] DONG, J. et al. Opt. Express, v. 15, p. 2907, 2007.
[191] SILVEIRA, T. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 20, p. 1597, 2008.
[192] BANCHI, L. et al. J. Lightwave Technol., v. 28, p. 32, 2010.
[193] DORREN, H. J. S. et al. J. Lightwave Technol., v. 21, p. 2, 2003.
[194] LIN, Q. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 2376, 2005.
682 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
[241] ROCHETTE, M.; BLOWS, J. L.; EGGLETON, B. J. Opt. Express, v. 14, p. 6414,
2006.
[242] ZHU, Z. et al. J. Lightwave Technol., v. 25, p. 504, 2007.
[243] ITO, C.; CARTLEDGE, J. C. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 14, p.
616, 2008.
[244] OTANI, T.; MIYAZAKI, T.;YAMAMOTO, S. J. Lightwave Technol., v. 20, p. 195,
2002.
[245] MURAI, H. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 1965, 2005.
[246] DAIKOKU, M. et al. J. Lightwave Technol., v. 24, p. 1142, 2006.
[247] GAVIOLI, G.; BAYVEL, P. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 21, p. 1014, 2009.
[248] LEUTHOLD, J. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p. 860, 2001.
[249] UENO, Y.; NAKAMURA, S.; TAJIMA, K. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 13, p.
469, 2001.
[250] CONTESTABILE, G. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 2523, 2004.
[251] HU, Z. et al. IEEE J. Sel. Topics Quantum Electron., v. 11, p. 329, 2005.
[252] ARAHIRA, S.; OGAWA,Y. IEEE J. Quantum Electron., v. 41, p. 937, 2005. v. 43,
p. 1204, 2007.
[253] KIM, I. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 1295, 2005.
[254] ZHU, Z. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 2159, 2006.
[255] LAVIGNE, B. et al. J. Lightwave Technol., v. 25, p. 170, 2007.
[256] WANG, F. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 21, p. 1109, 2009.
[257] ARAHIRA, S. et al. IEEE J. Quantum Electron., v. 45, p. 476, 2009.
[258] PAN, S.;YAO, J. J. Lightwave Technol., v. 27, p. 3531, 2009.
[259] STRIEG1ER, A.; SCHMAUSS, B. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 16, p. 1083,
2004.
[260] STRIEGLER, A. G. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 639, 2005.
[261] MATSUMOTO, M. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 17, p. 1055, 2005. J. Light-
wave Technol., v. 23, p. 2696, 2005.
[262] CROUSSORE, K. et al. Opt. Express, v. 13, p. 3945, 2005.
[263] BOSCOLO, S.; BHAMBER, R.; TURITSYN, S. K. IEEE J. Quantum Electron.,
v. 42, p. 619, 2006.
[264] CVECEK, K. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 1801, 2006.
[265] VORREAU, P. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 1970, 2006.
[266] CROUSSORE, K. et al. Opt. Express, v. 14, p. 2085, 2006.
[267] BOGRIS, A.; SYVRIDIS, D. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 18, p. 2144, 2006.
[268] CVECEK, K. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 19, p. 146, 2007.
[269] MATSUMOTO, M.; SAKAGUCHI, H. Opt. Express, v. 16, p. 11169, 2008.
[270] MATSUMOTO, M.; MORIOKA,Y. Opt. Express, v. 17, p. 6913, 2009.
[271] CVECEK, K. et al. IEEE Photon. Technol. Lett., v. 19, p. 1475, 2007.
[272] YAN, J. et al. IET Optoelectron., v. 3, p. 158, 2009.
[273] MATSUMOTO, M. Opt. Express, v. 18, p. 10, 2010.
APÊNDICE A
Sistema de Unidades
Neste livro, é usado o sistema internacional de unidades (conhecido como
SI, de Systeme Intemational). As três unidades fundamentais no SI são metro
(m), segundo (s) e kilograma (kg)*. Um prefixo pode ser adicionado a
cada uma para alterar sua magnitude por múltiplos de 10. Unidades de
massa raramente são necessárias nesta obra. As medidas mais comuns
de distância são km (103 m) e Mm (106 m). As medidas comuns de tempo
são ns (10−9 s), ps (10−12 s) e fs (10−15 s). Outras unidades comuns usadas
no livro são Watt (W), para potência óptica, e W/m 2, para intensidade
óptica. Essas unidades podem ser relacionadas a unidades fundamentais por
meio da energia, pois potência óptica representa taxa de fluxo de energia
(1 W = 1 J/s). A energia pode ser expressa em diferentes formas usando
E = hν = kBT = mc2, onde h é a constante de Planck, kB, a constante de
Boltzmann e c, a velocidade da luz no vácuo. A frequência ν é expressa
em hertz (1 Hz = 1 s-1). Obviamente, dadas as altas frequências associadas
às ondas ópticas, a maioria das frequências é expressa aqui como GHz ou
THz.
No projeto de sistemas de comunicações ópticas, a potência óptica pode
variar por várias ordens de magnitude, à medida que o sinal viaja do trans-
missor ao receptor. Grandes variações de potência são tratadas de forma
mais conveniente em unidades de decibéis, abreviadas por dB, e comumente
utilizadas por engenheiros em diferentes campos. Qualquer razão R pode
ser expressa em decibéis através da definição geral
*
OTA DO TRADUTOR: Em 2012, o Inmetro alterou a grafia de prefixos e de múlti-
N
plos de unidades do Sistema Internacional. O prefixo “quilo” passa a ser escrito “kilo”, e
“quilômetro”, “kilometro”. Veja: http://www.inmetro.gov.br/noticias/conteudo/sistema-
internacional-unidades.pdf.
685
686 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
Acrônimos
Cada campo da ciência possui seu próprio jargão, e o de comunicação óptica
não é exceção. Embora tenhamos tentado evitar o extenso uso de acrônimos,
muitos ainda aparecem ao longo do livro. Cada um é definido na primeira
vez que aparece em um capítulo, de modo que o leitor não precise varrer
todo o texto em busca do significado. Como ajuda adicional, listamos todos
os acrônimos aqui, em ordem alfabética.*
687
688 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
1
∫ ∫
∞ ∞
t2 =
2
t 2 A ( z, t ) dt ≡ ω ( z, ω ) 2 dω ,
A (C.2)
−∞
2π −∞
693
694 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
σ 2 = σ 02 + τ 2 − τ 2 + 2 [ τθω − τ θω ] , (C.5)
em que os colchetes angulares agora indicam média no espectro do pulso
de entrada, de modo que
1 ∞
∫
2
f = f (ω ) S (ω ) dω. (C.6)
2π −∞
∂β ( z , ω )
∫
L
τ (ω ) = dz (C.7)
0
∂ω
para uma fibra de comprimento L. A Eq. (C.5) pode ser usada para pulsos de
forma, largura e chirp arbitrários. Essa equação não assume qualquer forma
para b(z,w), podendo ser usada em enlaces de fibra com gerenciamento de
dispersão contendo fibras com características de dispersão arbitrárias.
Como uma simples aplicação da Eq. (C.5), podemos usá-la para deduzir a
Eq. (2.4.22). Assumindo dispersão uniforme e expandindob(z,w) até terceira
ordem em w, o retardo de grupo é dado por:
1
τ (ω ) = ( β1 + β 2ω + β 3ω 2 )L . (C.8)
2
Para um pulso gaussiano com chirp, a Eq. (2.4.13) fornece as seguintes ex-
pressões para S e u:
4 π T02 ω 2T 2 Cω 2T02
S (ω ) = 2 exp −
0
, θ (ω ) = − tan −1 C . (C.9)
1+ C 2 (1 + C ) 2 (1 + C )
2 2
As médias na Eq. (C.5) podem ser calculadas analiticamente usando as Eq.
(C.8) e (C.9), resultando na Eq. (2.4.22).
Como outra aplicação da Eq. (C.5), consideremos a dedução da Eq.
(2.4.23), que inclui efeitos de um largo espectro de fonte. Para tal pulso, o
Fórmula Geral para Alargamento de Pulsos 695
campo de entrada pode ser escrito como A(0,t) = A0(t)f(t), em que f(t) re-
presenta a forma do pulso e A0(t), a flutuação devido à natureza parcialmente
coerente da fonte. O espectro S(w) se torna a convolução entre os espectros
do pulso e da fonte:
1
∫
∞
S (ω ) = S p (ω − ω1 )F (ω1 ) dω1 , (C.10)
2π −∞
1 ω2
G (ω ) = exp − 2 , (C.12)
σω 2π 2σ ω
∫ dω − i ∫ −∞ S * (ω ) Sω (ω ) s dω
∞ 2 ∞
t s
= −∞
τ (ω ) S (ω )
s
1 (C.13)
=L∫ ∫
∞ 2
( β1 + β 2ω + β 3ω 2 ) S p (ω − ω1 ) G (ω1 ) dω1 dω
−∞
2
Pacote de Software
No site www.elsevier.com.br/siscomfibra está disponível um pacote de
software para o projeto de sistemas de comunicação por fibra óptica provido
por Optiwave Corporation (Website: www.optiwave.com). No site também
há versões em 32 e 64 bits de um programa denominado OptiPerformer
8, baseado no software comercial vendido por Optiwave com o nome de
OptiSystem 8.0. Lá é possível encontrar um conjunto de problemas para
cada capítulo, adequados aos leitores deste livro. Desse modo, o leitor é
encorajado a explorar esses exercícios numéricos, pois o ajudarão a entender
muitos aspectos importantes associados ao projeto de sistemas realistas de
ondas luminosas.
O material complementar deve funcionar em qualquer PC que rode o
sistema Microsoft Windows (XP, Vista ou Windows 7). O primeiro passo
consiste na instalação de OptiPerformer. O procedimento de instalação
deve ser simples para a maioria dos usuários. Caso o instalador não comece
imediatamente, pode ser necessário clicar no programa de “setup”. Feita a
instalação, o usuário apenas clica no ícone de OptiPerformer.exe para rodar
o programa.
A filosofia do projeto de sistemas de ondas luminosas assistido por
computador foi discutida na Seção 5.6. Como na montagem ilustrada
na Figura 5.15, a janela principal do programa é usada para configurar o
sistema de onda luminosa usando vários componentes da biblioteca de
componentes. Uma vez finalizada a configuração, a sequência de bits ópticos
é propagada pelo enlace de fibra por meio da solução da equação não
linear de Schrödinger discutida na Seção 5.6. É possível registar caracterís-
ticas temporais e espectrais da sequência de bits em qualquer posição ao
longo do enlace de fibra com a inserção de apropriados componentes de
visualização de dados.
O pacote de software OptiSystem pode ser usado para resolver muitos dos
exercícios propostos no final de cada capítulo. Consideremos, por exemplo, o
simples problema da propagação de pulsos ópticos em fibras ópticas discutido
na Seção 2.4. A parte superior da Figura D.1 mostra a configuração para a
solução desse problema. Para a propagação de um único pulso, o padrão de
bits de entrada deve ter o formato RZ e ser da forma “000010000”. A forma
do pulso pode ser especificada diretamente ou calculada usando o módulo
de modulador de Mach-Zehnder. A saída do modulador é conectada à fibra
697
698 Sistemas de Comunicação por Fibra Óptica
X Z
XPM, deslocamento de comprimento zero, comprimento de onda de dispersão,
de onda induzido por, 668 50, 62, 64, 67, 226, 314, 395, 399,
XPM, deslocamento de fase induzido por, 402, 412, 415, 444, 610, 614, 616,
veja fase, deslocamento de XPM, 617, 634, 635, 663
comutação induzida por, comutação