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REDES DIGITAIS
COM
INTEGRAÇÃO DE SERVIÇOS
PREFÁCIO .........................................................................................................................................................................................4
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................................5
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................................5
1.1 Evolução das redes públicas de telecomunicações ...........................................................................................................5
1.2. Definição e aspectos gerais da RDIS ..................................................................................................................................8
1.3. Princípios básicos da RDIS.................................................................................................................................................10
1.4 - Recomendações da Série-I do ITU-T ...............................................................................................................................11
2. ARQUITECTURA DA RDIS .................................................................................................................................................... 12
2.1. Configuração de referência .................................................................................................................................................12
TE1 - Equipamento Terminal 1 (Terminal Equipment 1)....................................................................................................13
TE2 - Equipamento Terminal 2 (Terminal Equipment 2)....................................................................................................13
TA - Adaptador de Terminal (Terminal Adaptor).............................................................................................................13
NT2 - Terminação de Rede 2 (Network Termination 2).....................................................................................................13
NT1 - Terminação de Rede 1 (Network Termination 1).....................................................................................................13
A introdução da tecnologia digital aos níveis de transmissão e comutação implica que se esteja a assistir a uma
evolução para uma rede pública de telecomunicações completamente digitalizada, capaz de integrar os diferentes
serviços presentemente oferecidos em redes independentes pelas empresas operadoras de telecomunicações. Esta
rede, que se designa por Rede Digital com Integração de Serviços (RDIS), possibilitará a comunicação de voz, dados,
texto e imagem numa única rede, sendo o acesso do utilizador à RDIS feito através de uma interface digital
normalizada. A RDIS está em fase de realização num vasto número de países, estando a sua exploração comercial já a
ser feita por exemplo, nos Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha. A RDIS é também uma realidade em
Portugal a partir de 1992, com o aparecimento de uma rede piloto, seguindo-se a exploração comercial a partir de 1993.
Este livro destina-se a todos aqueles que de algum modo venham a estar ligados a actividades no domínio da RDIS,
quer como quadros técnicos de telecomunicações, como fornecedores de serviços ou como utilizadores da rede. O
livro pretende também contribuir para a formação dos actuais estudantes de Engenharia de Telecomunicações e
Computadores, dando-lhes uma perspectiva concreta da evolução actual para uma rede integrada de
telecomunicações.
O livro consiste de 11 capítulos. O primeiro capítulo situa a RDIS na evolução das redes de telecomunicações,
apresenta os seus princípios básicos e faz uma abordagem geral das recomendações do ITU-T que definem a RDIS.
No capítulo 2 define-se a arquitectura da RDIS enquanto que no capítulo 3 se apresentam todos os serviços que
foram definidos para serem suportados pela RDIS. Os capítulos 4 a 6 incidem sobre um dos aspectos fundamentais
para a definição da RDIS : os protocolos de acesso à rede no interface utilizador-rede. A RDIS é definida só para os
três primeiros níveis do modelo OSI. O capítulo 4 trata de aspectos ligados com o nível físico, o capítulo 5 do
protocolo de ligação de dados associado com o nível 2 e o capítulo 6 do protocolo de sinalização no nível 3.
A necessidade de interfuncionamento da RDIS com equipamento já existente e que possui outros protocolos de
comunicação levou a que o ITU-T produzisse uma série de recomendações que estipulam como se deve processar o
interfuncionamento da RDIS com X.21, X.25 e interfaces da série V. O objectivo do capítulo 7 é a análise dessas
recomendações. O capítulo 8 introduz aspectos referentes ao oferecimento pela RDIS de serviços em modo trama,
enquanto que o capítulo 9 faz uma introdução ao Sistema de Sinalização Nº7, que é o sistema de sinalização utilizado
para a comunicação entre centrais na RDIS.
O sucesso da RDIS está muito dependente do aparecimento no mercado de terminais e comutadores privados
compatíveis com os protocolos RDIS. A estrutura deste tipo de equipamentos e uma perspectiva da sua
disponibilidade é dada no capítulo 10. O capítulo 11 analisa modelos de referência e cenários para a implementação de
redes do tipo RDIS no domínio privado.
As redes públicas de telecomunicações sofreram várias e profundas transformações tecnológicas ao longo do seu
pouco mais de um século de existência.
Paralelamente ao aumento da sua área geográfica e de número de utilizadores, as redes de telecomunicações foram-se
diversificando, tendo sido criadas várias redes especializadas à medida que iam aparecendo novos serviços.
Podemos considerar na evolução tecnológica das redes públicas de telecomunicações cinco etapas fundamentais,
tomando como base a rede telefónica por ser até aos dias de hoje a rede dominante em dimensão e número de
utilizadores:
- Rede analógica
- Rede com transmissão digital e comutação analógica
- Rede digital integrada (RDI)
- Rede digital com integração de serviços (RDIS)
- RDIS de banda larga (RDIS-BL).
Analisamos em seguida, resumidamente, as características fundamentais de cada uma das etapas acima referidas.
i) Rede analógica
Na primeira fase do seu desenvolvimento as redes de telecomunicações são caracterizadas por utilizarem tecnologia
totalmente analógica, quer no sistema de comutação quer no de transmissão.
Nesta fase o serviço essencial é o telefónico, de comutação de voz, existindo no entanto paralelamente também
comutação de texto através da rede de telex e posteriormente também transmissão de dados através da própria rede
telefónica comutada, utilizando modems.
Na figura 1.2 apresenta-se um diagrama ilustrativo da integração das várias redes e serviços existentes, em que se
constata numa primeira fase a integração das redes telefónica, de dados com comutação de circuitos e de pacotes e da
rede telex na RDIS de banda estreita e numa segunda fase a integração das redes anteriores juntamente com as redes
de televisão convencional, de televisão de alt a definição e redes de dados de alto débito na RDIS de banda larga.
Rede de dados
com comutação
Programas de
de circuitos
áudio de
alta qualidade
Rede de dados
com comutação
de pacotes
Transmissão
de dados de
Rede
alto débito
telex
Apresentam-se em seguida algumas datas significativas para situar historicamente a evolução tecnológica das redes
de telecomunicações, de voz, dados e com integração de serviços:
1847 - Invenção da telegrafia
1876 - Invenção do telefone
1878 - Primeira central de comutação manual
1892 - Primeira central electromecânica Strowger
1926 - Primeira central electromecânica Crossbar
1933 - Primeira rede de telex
1967 - Primeira central electrónica, ESS1
1969 - Primeira rede de dados de comutação de pacotes, ARPANET, EUA
1976 - Primeira recomendação X.25
1976 - Primeira central digital, ESS4
1984 - Primeiras recomendações RDIS
1988 - Primeira recomendação sobre RDIS de banda larga.
A Rede Digital com Integração de Serviços, RDIS, (em inglês ISDN, Integrated Services Digital Network), é uma rede
baseada em transmissão e comutação digitais, sendo caracterizada pela integração do acesso dos utilizadores aos
diversos serviços e redes actualmente existentes através de interfaces normalizadas fisicamente suportadas numa
única linha digital.
O objectivo fundamental, a atingir a prazo razoável, é a criação de uma única rede de telecomunicações, uniformizada a
nível internacional, que permita a comutação dos vários serviços e tipos de informação.
A situação actual caracteriza-se pela existência de diversas redes de telecomunicações públicas independentes, com a
sua estrutura própria de transmissão e de comutação. Esta solução como se pode facilmente constatar não é a mais
Para garantir a compatibilidade com as redes de telecomunicações já existentes e simultaneamente, dar ao sistema uma
grande facilidade de expansão, que permita a fácil inserção de novos serviços, a implementação da RDIS deve
obedecer a um conjunto de princípios básicos, definidos na recomendação I.120, de que se destacam os seguintes:
- possibilidade de implementação de uma larga gama de serviços de voz, dados, texto e imagens, que
permitam a adaptação contínua da rede às necessidades dos utilizadores
- definição de um conjunto limitado de interfaces e de esquemas básicos de ligação, que facilitem a sua
normalização e diminuam os riscos de incompatibilidade de comunicação entre utilizadores
- suporte de vários modos de transferência de informação, tais como comutação de circuitos, comutação
de pacotes e não comutado (alugado), de modo a permitir aos utilizadores a opção pela tecnologia mais
eficiente para cada aplicação
- compatibilidade com o ritmo de comutação básico de 64 kbit/s das centrais digitais actuais, de modo a
poder utilizar a infraestrutura de comutação e transmissão digital das redes públicas existentes
- existência de "inteligência" para proporcionar serviços avançados, tal como se prevê que venham a
surgir no futuro próximo
- utilização de uma arquitectura de protocolos de acordo com o modelo de referência OSI, para flexibilizar a
sua implementação e compatibilizar o sistema com o modelo adoptado pela indústria informática
- flexibilidade para adaptação às redes nacionais, de modo a ter em conta os vários níveis de
desenvolvimento tecnológico em diferentes países.
Por razões fundamentalmente de ordem económica, a evolução das redes de telecomunicações actuais para RDIS
deverá ser efectuada por etapas, tendo por base as infraestruturas de comutação e transmissão das redes existentes.
São definidos os seguintes princípios básicos de evolução das redes públicas actuais para RDIS:
- a infraestrutura básica de início de implementação da RDIS é a rede digital integrada (RDI), a qual servirá
como suporte de transmissão e de comutação de circuitos
- a RDIS interactuará com as redes dedicadas já existentes (redes de dados, telex, etc.), utilizando as
respectivas infraestruturas de comutação e transmissão
- em fases subsequentes a RDIS irá incorporando progressivamente as funções das redes dedicadas, até
à sua integração total.
Partindo da RDI, a RDIS assenta em recomendações já estabelecidas referentes aos níveis inferiores, nos seguintes
domínios:
- Transmissão digital: recomendações G.701 a G.956.
- Sinalização : Q.701 a Q.741
- Comunicação de pacotes: X.25, X.75.
As recomendações da Série-I aprovadas pelo plenário do ITU-T em finais de 1984 (ITU-T Red Book) e revistas em
finais de 1988 (ITU-T Blue Book) estão divididas em seis grupos, com a estrutura que se apresenta em seguida e é
ilustrada na figura 1.3.
Estrutura e
Séries
Série I.400 conceitos gerais Série I.500
E, F, G, H,
Interfaces Série I.600 Interfaces
Q, S, V, X
utilizador-rede entre redes
Princípios de
manutenção
O modelo básico de arquitectura da RDIS apresenta as possibilidades funcionais de comutação e sinalização da rede,
o que é mostrado simplificadamente na figura 2.1.
Comutação de RDIS
Circuitos
S S
Terminal Acesso Comutação de Acesso Terminal
à rede Pacotes à rede
Sinalização de
Redes espe-
Canal Comum
cializadas
O modelo apresentado mostra a existência de uma interface normalizada de acesso dos utilizadores à rede, designada
por interface S. Através desta interface o utilizador tem acesso a todos os recursos, nomeadamente de transmissão,
comutação e sinalização, de redes públicas ou privadas.
Relativamente à comutação constata-se que a RDIS permite simultaneamente a comutação de circuitos e de pacotes,
bem como a ligação a redes especializadas através de interfaces adequadas.
Em relação à sinalização o aspecto fundamental é o de ela ser efectuada por canal comum, podendo considerar-se três
tipos de sinalização:
- sinalização entre utilizador e rede
- sinalização entre nós da rede
- sinalização de utilizador a utilizador.
Na figura 2.2 apresenta-se um modelo mais detalhado da RDIS entre o terminal de assinante e a central local,
constituído por vários módulos ou grupos funcionais e respectivas interfaces ou pontos de referência.
R S T U V
TE2 TA NT2 NT1 LT ET
Linha
S Central pública
TE1
Rede de assinante
Os equipamentos que constituem os grupos funcionais TE1, TE2, TA, NT2 e NT1 estão localizados nas instalações
do assinante, constituindo o que é designado por rede do assinante, em inglês Subscriber Premises Network (SPN) ou
Customer Premises Network (CPN). Os grupos funcionais LT e ET estão localizados na central de comutação pública.
R S T U
Terminal
TE2 TA NT2 NT1
não RDIS
Linha
S
Terminal
TE1
RDIS
(PPCA/LAN)
O bloco NT2 existe tipicamente nas instalações de grandes assinantes. Será em grande parte dos casos um PPCA com
interfaces RDIS, possibilitando a ligação de telefones e de outros terminais, como por exemplo terminais de dados, fax
ou videotexto.
O bloco NT2 pode também ser uma LAN (Local Area Network). A LAN é tradicionalmente uma rede de dados para
comunicação de alto débito entre computadores localizados dentro de uma área restrita, havendo actualmente
arquitecturas de LAN que podem ser utilizadas na implementação do NT2, o qual terá neste caso uma arquitectura
distribuída, típica das LAN.
Caso o assinante não possua o bloco funcional NT2, a rede de assinante fica simplificada, como se mostra na figura
2.4, havendo então coincidência entre os pontos de referência S e T, que se designa neste caso geralmente por S/T.
R S/T U
TE2 TA NT1
Linha
S/T U
TE1 NT1
Linha
A interface digital de voz e dados do assinante sofreu evolução significativa desde meados dos anos setenta, em que
existe numa primeira fase um ritmo total da interface de 64 Kbit/s, com uma trama de 6 bits de dados, 1 bit de
sincronismo e um bit de sinalização.
Posteriormente passou-se para uma trama com um ritmo bruto de 80 Kbit/s, com tramas de 8 bit de dados do utilizador,
1 bit de sinalização e 1 bit de sincronismo, de que é exemplo típico o Reino Unido,.
No início dos anos oitenta atingiu-se consenso a nível internacional para utilização de canais de 64 Kbit/s "limpos"
uma vez que este é o ritmo natural actualmente existente nas centrais digitais. Finalmente em meados dos anos oitenta
foi aprovado a série I de recomendações do ITU-T em que se preconizava a interface básica do assinante de dois
canais de 64 Kbit/s e um canal de 16 Kbit/s para sinalização e dados.
Como é referido nos princípios básicos, o modelo de protocolos da RDIS é baseado no modelo OSI. Este modelo é
baseado em sete camadas ou níveis funcionais, cujas características fundamentais se descrevem resumidamente em
seguida.
1 - Camada Física
A camada Física define as características eléctricas e mecânicas do circuito ou interface, proporcionando a
transmissão transparente de um fluxo de dados num circuito implementado sobre um determinado meio de
transmissão.
3 - Camada Rede
A camada Rede transfere os dados transparentemente, implementando as funções de encaminhamento (routing) e
retransmissão (relaying) dos dados entre utilizadores finais. Uma ou mais subredes podem interactuar ao nível Rede
para proporcionar um serviço de rede entre utilizadores finais.
4 - Camada Transporte
A camada Transporte proporciona transferência de informação entre utilizadores finais, optimizando os recursos da
rede de acordo com o tipo e as características da comunicação, libertando o utilizador dos detalhes relativos à
transferência de informação. A camada Transporte opera sempre extremo a extremo (end-to-end), melhorando o
serviço da camada Rede quando necessário para garantir os objectivos de qualidade de serviço dos utilizadores.
5 - Camada Sessão
A camada Sessão coordena a interacção entre as associações de processos de aplicação em comunicação. Exemplos
de modos possíveis da camada Sessão são os diálogos half-duplex e full-duplex.
7 - Aplicação
A camada Aplicação especifica a natureza da comunicação requerida para satisfazer as necessidades do utilizador. A
camada Aplicação proporciona os meios necessários para um processo de aplicação aceder ao ambiente OSI.
Nas recomendações da série I são definidos apenas os três níveis inferiores do modelo OSI: nível físico, ligação de
dados e rede.
Relativamente aos diversos grupos funcionais atrás considerados, representa-se na figura 2.5 a estrutura de
protocolos de acesso do utilizador, com indicação da funcionalidade de cada um dos elementos considerados.
7
Terminal
6
a terminal
5
3 3 3
2 2 2
1 1 1 1 1
S T U
Constata-se na figura 2.5 que o terminal RDIS implementa os protocolos do nível 1 a 7, contudo do ponto de vista da
rede só são implementados os níveis inferiores, de 1 a 3.
Dos restantes grupos funcionais, o NT2 e o ET implementam os níveis 1 a 3, enquanto que os grupos funcionais NT1
e LT só implementam o nível físico.
Na figura 2.6 representa-se o modelo de protocolos da RDIS relativo à interface de acesso básico do utilizador, sendo
indicadas as entidades que se encontram normalizadas ou em vias de normalização.
Nível 1
1- Físico
2B+D
Meio físico
Verifica-se que existe uma única entidade ao nível 1, a trama de nível físico, na qual são multiplexados um canal D e 2
canais B. Destes canais só os protocolos no canal D estão normalizados, utilizando-se o protocolo de nível 2
denominado LAPD. Este protocolo permite a multiplexagem no canal D de várias entidades de nível 3, nomeadamente
de sinalização (s), comutação de pacotes (p) e telemetria (t).
Os canais B de dados não estão sujeitos a qualquer protocolo específico, pois são de utilização genérica pelos
utilizadores.
Relativamente à interface de ritmo primário, a estrutura de protocolos é análoga, com a única diferença de que neste
caso o número de canais B é de 23 ou 30, respectivamente para as versões americana e europeia.
Uma análise mais aprofundada da informação que atravessa a interface S/T permite distinguir três tipos de dados:
sinalização, dados do utilizador e dados de gestão.
Estes diferentes tipos de informação conduzem-nos a um modelo de protocolos em três planos, chamados
respectivamente plano de controlo, plano do utilizador e plano de gestão.
O plano de controlo, (C - Control plane) estruturado em 7 camadas, diz respeito à sinalização no canal D e cobre o
conjunto de protocolos de controlo de chamadas e dos serviços suplementares. Só as três primeiras camadas estão
definidas na RDIS actualmente.
O plano do utilizador (U - User plane), também estruturado em 7 camadas, cobre o conjunto de protocolos relativos
aos dados do utilizador, nos canais D ou B.
O plano de gestão (M - Management plane), não estruturado em camadas, agrupa as funções de gestão, o que inclui
nomeadamente o tratamento de mensagens de erro e outros procedimentos de gestão do terminal.
Na figura 2.7 apresenta-se o modelo de protocolos do terminal, do NT1 e de um comutador (NT2 ou Comutador local),
em que se considerou a existência de comutação de circuitos no plano do utilizador.
3 3 3
2 2 2
1 1 1 1 1 1
M U C U C M
TE1 NT1 NT2 / Central Local
Verifica-se na figura que o terminal implementa os protocolos das 7 camadas do modelo OSI no plano do utilizador, o
que é o caso mais geral, implementando ainda as 3 camadas inferiores no plano de sinalização, tal como definidas nas
recomendações RDIS.
O NT1 apenas implementa as funções da camada 1 para todos os planos, enquanto que o comutador implementa as 3
camadas de sinalização mas apenas a camada 1 no plano do utilizador, visto que se admitiu tratar-se de uma
comunicação em comutação de circuitos, logo necessariamente no canal B.
Na figura 2.8 apresenta-se o modelo de protocolos análogo ao anterior mas em que se considerou a existência de
comutação de pacotes no plano de dados do utilizador.
7 M - Plano de Gestão
C - Plano de Controlo(sinalização)
U - Plano do Utilizador
6
3 3 3 3
2 2 2 2
1 1 1 1 1 1
M U C U C M
TE1 NT1 NT2 / Central Local
Verifica-se na figura que quer o terminal quer o NT1 implementam os mesmos protocolos que no caso anterior,
havendo contudo diferenças nos protocolos implementados pelo comutador. Neste caso o comutador implementa os
protocolos das três primeiras camadas também no plano do utilizador, visto tratar-se de comutação de pacotes, o que,
como veremos adiante, irá requerer na central de comutação um módulo adicional denominado "Packet Handler" ou
comutador de pacotes.
A RDIS tem como objectivo fundamental fornecer uma vasta gama de serviços de telecomunicações aos utilizadores.
Contudo, o conceito de serviço de telecomunicações é muito lato, indo desde o simples estabelecimento de um canal
de comunicação até à oferta de serviços sofisticados e complexos.
Nas recomendações da série I do ITU-T os serviços de telecomunicações são classificados nos três grupos
seguintes, que analisaremos em seguida:
- serviços de suporte (bearer services)
- teleserviços (teleservices)
- serviços suplementares (supplementary services).
Um serviço de suporte RDIS é um serviço que permite a transferência de informação digital entre utilizadores,
podendo ser caracterizado através de um conjunto de parâmetros ou atributos ligados à sua qualidade, como o ritmo
do canal, tempo de atraso, etc. e por princípios de exploração específicos.
Do ponto de vista de protocolos, os serviços de suporte estão limitados às camadas inferiores do modelo OSI,
correspondentes às camadas 1 a 3.
Um serviço de suporte RDIS pode efectuar uma transferência de informação entre uma interface de acesso S/T da
RDIS e um dos seguintes pontos:
- outra interface S/T
- um ponto de acesso a uma rede especializada
- um ponto interno da rede de acesso a uma função de nível superior.
Atributos
RDIS gerais
S/T S/T
Atributos de acesso
Exemplificam-se em seguida para cada um dos atributos alguns dos parâmetros mais comuns.
1 - Modo de transferência da informação
- Modo circuito
C3 - Modo circuito a 64 Kbit/s usado para transferência de informação de audio de 3.1 KHz
Esta categoria de serviço de suporte corresponde ao que é correntemente oferecido pela rede telefónica pública.
As informações transportadas representam um sinal analógico qualquer, de banda de frequência limitada de 300 Hz a
3400 Hz, codificado segundo uma lei definida. Este parâmetro é em geral relativo à transmissão de dados com modem,
o que impede a aplicação de algumas operações aplicadas aos sinais de voz, como por exemplo supressão de eco.
Proporciona transferência de voz e audio a 3.1 KHz, tal como modems na banda da voz e informação facsimile grupos
1, 2 e 3.
O sinal digital no ponto de referência S/T é conforme à recomendação G.711 (Lei A ou ?).
C4 - Modo circuito a 64 Kbit/s usado alternadamente para voz ou informação digital sem restrições
Esta categoria de serviço de suporte proporciona a transferência alternada de informação de voz ou 64 Kbit/s sem
restrições na mesma chamada.
3.2. Teleserviços
Analogamente aos serviços de suporte, estão definidos para os teleserviços um conjunto de atributos gerais, que são
os seguintes:
15. Serviços suplementares
Os teleserviços actualmente definidos pelo ITU-T para serem suportados pela RDIS são os seguintes:
1. Telefonia
2. Teletexto
3. Telefax 4
4. Modo misto
5. Videotexto
6. Telex.
Na recomendação I.250 é definida a lista dos serviços suplementares actualmente identificados, os quais são
classificados em 7 grupos diferentes, devendo-se salientar contudo que a lista apresentada não é exaustiva,
continuando no ITU-T o trabalho de identificação e definição de novos serviços suplementares.
São exemplificados em seguida alguns serviços suplementares comuns.
I.251.6 - Restrição de identificação de linha ligada (COLR - Connected Line Identification Restriction)
É um serviço suplementar oferecido ao utilizador ligado, que restringe a apresentação do seu número ao chamador.
Como vimos no capítulo 2, em RDIS são definidas apenas duas interfaces de acesso do utilizador à rede,
respectivamente a interface básica e a interface de ritmo primário.
A especificação do nível físico da interface de acesso básico é feita na recomendação I.430 e a de ritmo primário é feita
na recomendação I.431.
As características físicas da interface utilizador-rede (interface S) foram definidas de modo a garantir um conjunto de
requisitos que tornassem a sua instalação fácil e versátil num largo espectro de aplicações, desde o ambiente
doméstico ao de uma grande empresa.
Assim e tal como na telefonia analógica, os requisitos que orientaram a especificação da interface utilizador-rede RDIS
ao nível 1 foram:
i) possibilidade de pôr vários terminais em paralelo de modo passivo (ausência de electrónica na tomada)
ii) distâncias de ligação dos te rminais compatíveis com as necessidades do parque das instalações dos
assinantes
iii) alimentação dos terminais através da interface
iv) possibilidade de garantir a continuidade do serviço pela empresa operadora independentemente da rede de
energia
v) rentabilização, na medida do possível, das cablagens existentes.
TE NT
1 Km
S
Figura 4.1 - Configuração ponto a ponto
Na configuração em bus passivo (Figura 4.2) há vários terminais ligados ao longo do bus. A causa principal da
limitação da dimensão do bus nesta configuração é o tempo de propagação ao longo do bus ("round trip delay"),
devido ao desfasamento de transmissão dos vários terminais. Sabendo-se que o ritmo de transmissão no bus é de 192
Kbit/s, a que corresponde um período aproximado de 5 us, o tempo de propagação no bus é limitado a uma fracção
NT
S
Figura 4.2 - Configuração em bus passivo
O número máximo de terminais na configuração em bus passivo é fixado em 8 a fim de limitar a desadaptação de
impedância que poderá ser trazida por uma concentração de terminais ligados a uma só tomada e a atenuação
introduzida pelos terminais (0,25 dB por terminal). O comprimento do cordão de ligação do terminal à tomada de bus é
limitado a 10 m igualmente para limitar a desadaptação de impedância.
A configuração híbrida, conhecida por bus passivo longo ("extended bus"), representada na figura 4.3, é uma
combinação das duas configurações precedentes, caracterizada pela existência de vários terminais concentrados perto
da extremidade do bus. Um exemplo típico para esta configuração é a de quatro terminais repartidos por uma distância
de 40 metros, correspondente a um tempo de propagação de 0,8 us de ida e volta, e em que o terminal mais afastado de
NT está a uma distância de 500 m.
TEb
TEa
NT
500 m S
TEc
a a
Fonte
b b
3
c + c
d - d
+
Receptor Fonte
1 e - e - 1
f + f
g g
Receptor Fonte
h h
2 2
TE NT
Figura 4.4 - Ligação física do Terminal ao NT1 ou NT2
Apesar de serem referidas 3 fontes de energia na configuração de referência, apenas a fonte 1 é obrigatória, podendo
esta ser alimentada localmente ou retirar a sua energia a partir da rede para alimentação do próprio NT e do
equipamento terminal.
A saida da fonte 1 deverá apresentar uma tensão de 40 Volt (+5% / -15%) ao fornecer 1 Watt de potência em
condições normais de funcionamento, ou ao fornecer 420 mW em condições de potência reduzida.
A principal função da interface básica RDIS é a transmissão multiplexada de dois canais B de 64 kbit/s e de um canal D
de 16 kbit/s. A capacidade de transmissão da linha é de 192 kbit/s distribuídos por:
O código de linha utilizado no bus S em ambas as direcções é um código "pseudo ternário" AMI (Amplitude Mark
Inversion) com as seguintes características:
"1" lógico: ausência de tensão.
"0" lógico: sinal com polaridade positiva ( 0+ ) ou
sinal com polaridade negativa ( 0- )
A atribuição da polaridade ao zero lógico é feita alternadamente, (0+, 0-) para garantir a estabilização do nível DC da
linha. Existem no entanto violações à regra anterior para efeitos de alinhamento de trama (violação AMI), que são
corrigidos pela inserção na trama de bits de equilíbrio (bits L) destinados a repôr a paridade de zeros na linha.
Na figura 4.5 apresenta-se um exemplo de codificação na interface S, sendo este código aplicado em ambos os
sentidos de transmissão.
0 1 0 0 0 1 1 0
0 Volt
Uma vez que os vários terminais estão sincronizados entre si ao nível do bit através do NT, a emissão simultânea de
um sinal da mesma polaridade por todos os terminais será lida sem erro pelo NT. Contudo, no caso de transmissão de
sinais diferentes, é realizada a soma algébrica dos sinais, como se mostra na figura 4.6.
Terminal A
0 1 0 0 0 1 1 0 0 Volt
Terminal B 0 1 0 1 1 1 1 1 0 Volt
Como se pode observar, se a emissão de zeros com polaridades opostas for evitada, o bus realiza a função lógica "E",
isto é, se um dos terminais emitir um zero, o resultado no bus será zero.
NT -> TE:
48 bits / 250 us
D L F L B1 B1 B1 B 1 B1 B1 B1 B 1 E D A Fa N B 2 B2 B2 B2 B 2 B2 B2 B2 E D M B1 B 1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 E D S B2 B2 B2 B2 B2 B2 B2 B 2 E D L F L
0
1
Offset 2 bits
TE -> NT:
D L F L B1 B1 B1 B1 B1 B 1 B1 B1 L D L Fa L B2 B2 B 2 B2 B2 B2 B 2 B2 L D L B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 L D L B2 B2 B2 B2 B2 B2 B2 B2 L D L F
0
1
As tramas são periódicas e têm um comprimento de 48 bits e uma duração de 250 us, a que corresponde a frequência
de 4 mil tramas por segundo.
A composição da trama é a seguinte: 16 bits canal B1, 16 bits canal B2, 4 bits canal D e 12 bits de controlo. Faz-se em
seguida uma análise mais detalhada dos bits das tramas em ambos os sentidos, tal como se mostra na tabela 4.1.
Bits NT-TE TE-NT
1 2 F F
3 a 10 L L
11 B1 B1
12 E L
13 14 D D
15 A L
16 a 23 24 Fa Fa
25 N L
26 B2 B2
27 a 34 35 E L
36 D D
37 M L
38 a 45 B1 B1
46 E L
47 D D
48 S L
B2 B2
E L
D D
L L
Tabela 4.1 - Bits da trama de acesso básico
0 L F L B1 Bx 0 Volt
0 L F L B1 Bx 0 Volt
Existe um outro bit Fa, na posição 14, com funções auxiliares de sincronização de trama, introduzindo este bit uma
segunda violação de polaridade na trama.
A trama enviada pelo terminal possui dez bits de equilíbrio L, um após o bit de alinhamento de trama, um após cada
grupo de bits de um canal e um após o bit auxiliar de sincronização de trama.
A trama enviada pela rede possui dois bits de equilíbrio, um após o bit de alinhamento de trama e outro no fim da
trama. Esta trama possui ainda quatro bits E no sentido NT-TE que ecoam o valor do canal D da trama recebida do
utente. Estes bits servem para efeitos de controlo do canal D em modo de operação multiponto. O bit A é utilizado
para procedimentos de activação do bus, existindo também apenas no sentido NT-TE. O bit S, que existe na trama de
NT para TE, está reservado para uso futuro. Existe ainda um bit M nesta trama, para sincronização de multitrama, de
utilização opcional.
Como referido anteriormente, as temporizações de bit e de trama do terminal são sincronizadas pelo sinal recebido da
rede, sendo a transmissão do terminal igualmente sincronizada pela trama recebida da rede.
O procedimento de desactivação permite a equipamentos TE e NT serem colocados num estado de baixo consumo
quando não existirem chamadas.
O procedimento de activação permite a equipamentos TE e NT serem recolocados no modo de consumo normal.
Relativamente à activação e desactivação, a recomendação I.430 inclui tabelas e diagramas SDL descritivos dos
referidos procedimentos.
No decurso dos procedimentos de activação e desactivação são trocados sinais entre o TE e o NT designados por
Info 0 a 4, com o seguinte significado:
Info 0 - Sinal nulo
Info 1 - Sinal de activação do terminal
Info 2 - Trama de activação da rede (com bit A a zero)
Info 3 - Trama normal de transmissão do terminal
NT -> TE TE -> NT
Info 1
0 0 1 1 1 1 1 1
Trama normal
Info 4
(com A=1)
Na situação inicial não há sinal no bus, o que corresponde ao Info 0 na tabela anterior.
O terminal inicia a activação do bus enviando continuamente uma sequência de 2 zeros seguida de 6 uns, o que
corresponde ao sinal Info 1.
A rede responde com o envio de uma trama completa, designada Info 2, caracterizada por ter todos os bits B e D a
zero, o que corresponde ao máximo número de impulsos activos na linha, permitindo uma mais rápida sincronização do
relógio do terminal. Para distinguir esta trama de uma trama normal, o bit A de activação é colocado a 0.
Após se ter sincronizado, o terminal inicia o envio de uma trama norma l, correspondente à situação Info 3.
A rede responde com uma trama também normal, Info 4, já com o bit A com o valor lógico 1, estando a partir desse
momento o bus no estado activo.
A sequência de desactivação só pode ser iniciada pela rede, o que acontece quando a rede constatar que os terminais
estão todos inactivos por um período de tempo superior ao previamente determinado na configuração da central.
Numa configuração ponto a multiponto deve existir um mecanismo que assegure que o acesso à rede seja feito de
modo equitativo para os diversos terminais ligados no bus e que garanta que a transmissão de cada um deles não seja
alterada pelas tentativas de transmissão dos outros.
Para tal é necessário um procedimento de acesso ao canal D destinado a controlar o acesso a este canal pelos vários
terminais ligados em modo multiponto no bus, sendo também válido para o modo de operação ponto a ponto.
O mecanismo de resolução de conflitos adoptado no bus S, denominado CSMA-CR (Carrier Sense Multiple Access -
Contention Resolution) baseia-se nas seguintes características:
- os terminais podem monitorar o canal D do TE para o NT através do canal E de eco
- o bus realiza a função E lógico entre a informação emitida pelos vários terminais
- o terminal deve enviar "1 lógico" no canal D quando não tem tramas de nível 2 para enviar.
Na figura 4.8 exemplifica-se a tentativa de acesso ao bus de 3 terminais, em que os terminais B e C abandonam
sucessivamente o bus, ficando apenas o terminal A a emitir.
Terminal A 1 1
0 1 0 0 0 0 0 Volt
Terminal B 1 1 1 1 1 1
0 0 0 Volt
x
Terminal C 1 1 1 1
0 0 0 0 0 Volt
y
Sinal no bus 1 1 1 0
0 0 0 0 0 Volt
No instante x o terminal B emitiu um 1 enquanto os outros dois emitiram 0, pelo que o bit E é 0, o que implica o
abandono do bus pelo terminal B. No instante y o mesmo acontece com o terminal C, pelo que só fica a emitir o
terminal A, que não detectou qualquer erro na transmissão.
Considerando que os dois primeiros campos das tramas HDLC emitidas pelos vários terminais são a Flag e o Endereço
e que a Flag é igual para todos, é em geral no campo de endereço que a resolução de conflito de acesso ao bus é
efectuada. Este facto beneficia os terminais com zeros nos bits de menor peso, criando um factor adicional de
prioridade em caso de acesso simultâneo ao bus.
O mecanismo básico de prioridade de acesso ao canal D, cujo objectivo fundamental é assegurar uma equitativa
oportunidade de acesso ao canal D pelos vários terminais, é baseado na alteração dinâmica do número de uns lógicos
consecutivos que o terminal deve detectar para decidir que o canal está livre.
São definidas duas classes de prioridades de terminais, 1 e 2, com os seguintes valores de uns consecutivos para
acesso ao bus:
X = 8 (Classe 1 - alta prioridade)
Na figura 4.9 apresenta-se um diagrama SDL de acesso ao canal D no bus S. Faz-se notar que o número mínimo de uns
consecutivos, 8, da classe mais prioritária nunca pode ocorrer durante a transmissão de uma trama, uma vez que estas
são baseadas em HDLC e neste protocolo o número máximo de uns consecutivos é limitado a um número inferior,
sendo de 6 bits nas flags e de 5 bits no interior das tramas.
A classe de prioridade de uma determinada trama pode ser uma característica do terminal, definida por hardware, ou
ser passada como parâmetro do nível 2 para o nível 1 na primitiva PH-Data Request.
Atribui-se a classe de prioridade 1, mais elevada, às tramas de sinalização e prioridade 2 a todas as outras tramas,
dando-se prioridade à sinalização relativamente a todos os outros tipos de informação.
Para garantir que dentro de uma dada classe todos os terminais tenham igualdade de oportunidades de acesso ao
canal D, a sua prioridade é baixada após a transmissão com sucesso de uma trama, só voltando ao estado original de
prioridade quando detectar que o bus está livre, ou seja, quando detectar que foi atingido o número de uns
consecutivos correspondente ao seu estado actual.
Bit E
C=0 recebido
D
N D=E
ESPERA 1
S
Mais bits
Bit E Enviar N S
recebido trama
se i=1 X1=9 Envia próximo
N se i=2 X2=11 bit de dados D
E=1
1 2
S Prioridade
S C = 11 (Baixa prioridade 1 ou 2)
N i=1 i=2 D - bit do canal D
C=C+1
E - bit do canal de eco de D
N C >= X1 F - indicador de trama pendente
F=1
S
C - contador de número de uns
X1 = 8 (Sobe prioridade 1)
consecutivos no canal de eco de D
C >= X2N X1 - limiar para a classe de prioridade 1
S X2 - limiar para a classe de prioridade 2
X2 = 10 (Sobe prioridade 2)
i - indicador de classe de prioridade
N F = 1 (Tem trama para enviar ?)
S
N C >= Xi
S
Envia 1o bit
de dados D
1
Assim, o número C de uns consecutivos que o terminal deve detectar para poder iniciar a transmissão são os
seguintes:
C = 8 (Classe 1, nível alto)
C = 9 (Classe 1, nível baixo)
C =10 (Classe 2, nível alto)
C =11 (Classe 2, nível baixo)
Um terminal encontra -se no nível alto de uma dada classe quando ainda não transmitiu nenhuma trama dessa classe.
Após a transmissão de uma trama, o terminal passa para o nível baixo. Assim que o terminal detecta que ocorreu no
bus um número consecutivo de uns igual ou superior à sua classe actual, regressa ao nível alto.
A interface U situa-se entre o NT1 e a central pública. Esta interface não foi objecto de normalização pelo ITU-T
devido ao facto de ser fortemente dependente da tecnologia de transmissão utilizada, existindo contudo actualmente a
tendência para a normalização de um número restrito de técnicas de transmissão, a aplicar a nível nacional.
De modo análogo à interface S, são definidas várias ligações funcionais nesta interface, a saber:
- transmissão do canal B1 de 64 Kbit/s
- transmissão do canal B2 de 64 Kbit/s
- transmissão do canal D de 16 Kbit/s
- sincronização de trama
- sincronização de bit
- alimentação remota
- controlo da linha
- mensagens de erro de código
- activação
- desactivação.
Situando-se a interface U no ponto de interligação com a central pública, foi considerado muito importante do ponto
de vista económico que esta interface fosse a dois fios, com vista a poder ser reutilizada a rede de cabos da rede
analógica já existente. Isto requer a transmissão de ritmos da ordem de 200 Kbit/s full-duplex sobre pares metálicos
utilizados na rede telefónica analógica, o que é um objectivo muito difícil de atingir, por um conjunto de razões de que
se destacam:
- a distância entre o utilizador e a central é elevada, podendo atingir os 6 a 8 Km
- as atenuações são elevadas devido ao elevado ritmo de transmissão e às características dos condutores
- a linha de assinante é em geral constituída por troços com características diferentes, nomeadamente de
diâmetro dos condutores, isolamento, etc, o que provoca reflexões do sinal nas junções entre troços
- podem existir derivações em aberto, as quais introduzem fortes alterações de impedância da linha e
consequentes atenuações adicionais
- os cabos têm um elevado número de pares e mau isolamento entre pares, o que provoca aumento de
atenuação e aumento da diafonia entre pares
- há por vezes infiltrações de água nos cabos, o que provoca atenuações e diafonia suplementares
- os cabos não foram dimensionados para utilização em frequências tão elevadas, o que implica fortes
atenuações nestas frequências.
Para conseguir transmitir os sinais digitais necessários à RDIS foi necessário desenvolver novas técnicas de
transmissão e recuperação de sinais, bem como a pesquisa dos códigos de linha mais adequados para a situação em
causa.
Foram estudadas e desenvolvidas inúmeras técnicas de transmissão bidireccional a dois fios, tendo sido
seleccionadas actualmente duas técnicas básicas, a saber:
- "Time Compressed Multiplexing" (TCM) ou Ping-Pong
- Cancelamento de eco.
Controlo Controlo
Linha de
assinantte
Saída de Recepção ( 2 fios) Recepção
dados
Esta técnica funciona como a emulação de uma ligação full-duplex à custa de duas ligações half-duplex que se
alternam no tempo a um ritmo elevado.
Assim, como se pode observar na figura 4.11, no instante T0 é iniciada a transmissão de uma trama no sentido do
utilizador para a central, isto é de NT1 para LT, a qual começa a chegar a LT no instante T1 devido ao tempo de
propagação Tp na linha de transmissão (Tp = T1 - T0).
LT
T1 T3 T9
LT
T4 T6
NT1
T5 T7
Figura 4.11 - Transmissão de tramas em TCM / ping-pong
A transmissão de uma trama no sentido inverso, de LT para NT1, só pode ser iniciada após a completa recepção da
trama de NT1 para LT, isto é, após T3 de acordo com a figura anterior. Define-se tempo de guarda Tg, como o
intervalo que é necessário esperar antes de iniciar a transmissão de uma nova trama (Tg = T4 - T3), para evitar ecos e
interferências com a trama acabada de receber no sentido inverso.
Assim, em cada instante as tramas só estão a ser transmitidas num único sentido, conseguindo-se a
bidireccionalidade da comunicação à custa da alternância da comunicação nos dois sentidos, a um ritmo superior ao
dobro do ritmo individual em cada sentido, levando em consideração o tempo de propagação e o tempo de guarda.
O principal inconveniente desta tecnologia reside precisamente no facto de os ritmos de transmissão na linha serem
muito elevados, da ordem dos 350 - 400 Kbit/s, o que provoca uma atenuação muito elevada e portanto comprimentos
máximos permitidos para a linha relativamente baixos, actualmente da ordem dos 2 a 3 Km.
Entrada De
Transmissão
de dados
Filtro digital
Híbrido
(VLSI) Linha de assinante
(2 fios)
-
Saída + Dr
Recepção
de dados
Diminuidor
NT1 / LT
O sinal Dr recebido da linha após separação, através do híbrido H, do sinal De transmitido, é constituído por várias
componentes sobrepostas ao sinal emitido pela central remota, a saber:
- sobreposição de uma fracção do sinal emitido localmente, De, devido a imperfeições do circuito híbrido
- ecos múltiplos do sinal emitido localmente, o qual sofre reflexões em vários pontos ao longo da linha e na
sua terminação
- ruído proveniente de outros sistemas eléctricos, de diafonia com outras linhas e de ruído térmico
- interferência intersimbólica resultante do espalhamento dos impulsos em alta frequência provocados pelo
mau comportamento da linha em alta frequência.
Devido ao elevado comprimento da linha de transmissão, o sinal recebido sofre uma forte atenuação, que pode atingir
os 40 a 50 dB, podendo ser consideravelmente inferior às outras componentes de eco e de ruíd o, o que mostra a
dificuldade de implementação desta técnica.
O filtro digital referido na figura anterior procura eliminar os ecos e o ruído recebidos juntamente com o sinal, bem
como as interferências intersimbólicas. Outro factor que ainda torna mais difícil a recuperação do sinal é devido ao
facto de as características eléctricas da linha de transmissão não serem fixas, variando constantemente devido a
alterações térmicas e atmosféricas, interferências electromagnéticas de máquinas de indução, linhas de transmissão de
energia, etc. Assim, os filtros digitais terão de ser adaptativos, monitorando constantemente as características das
linhas, procurando em cada instante eliminar o mais possível o ruído, ecos e interferência intersimbólica do sinal
recebido.
Esta tecnologia, embora de implementação mais complexa que a anterior, está actualmente a ser preferida devido ao
facto de permitir um maior comprimento de linha, da ordem dos 6 a 7 Km, o que é devido entre outros facores ao facto
de permitir um ritmo e m linha aproximadamente metade da tecnologia TCM.
Na tabela 4.3 apresenta-se um exemplo de codificação no código 4B3T, em que se pode verificar que a cada conjunto
de 4 símbolos binários (4B) corresponde um conjunto de 3 símbolos ternários (3T).
Verifica-se assim uma redução do ritmo em baud, isto é da taxa de símbolos na linha, d e 4 para 3, o que significa uma
redução para 75%. Deste modo, para um ritmo original de 160 Kbit/s no código AMI, teremos no código 4B3T um
ritmo de 120 Kbaud, o que implica uma equivalente redução da largura de banda do sinal.
Outra vantagem da utilização dos códigos de bloco, ternários ou quaternários é a subutilização do espaço de
codificação. Neste código, como com três símbolos ternários é possível codificar 27 palavras diferentes e só são
utilizadas 16 combinações para codificar 16 palavras binárias de 4 bits, a selecção dos códigos ternários a utilizar fica
muito flexível, podendo utilizar-se as palavras que ofereçam a maior imunidade ao ruído, menor interferência
intersimbólica e maior facilidade de extracção de relógio, para além de permitir ainda a detecção de erros de
transmissão se forem recebidas combinações não permitidas. Estes códigos permitem ainda a utilização de
combinações especiais para sincronização de trama e para compensação da componente contínua na linha.
Na tabela 4.4 apresenta-se um exemplo de codificação no código 2B1Q, em que se pode verificar que a cada conjunto
de 2 símbolos binários (2B) corresponde um símbolo quaternário (1Q).
Palavra binária Palavra quaternária
00 -3
Verifica-se neste código uma redução do ritmo em baud de 50%, o que significa que para um ritmo original de 160
Kbit/s no código AMI, teremos no código 2B1Q um ritmo de 80 Kbaud, o que implica uma redução para metade da
largura de banda do sinal.
Este código, já adoptado nos EUA, está a ser adoptado também por vários paises europeus, fazendo antever que vai
ser o código de linha mais utilizado na interface U.
Na figura 4.13 exemplifica-se a codificação nos códigos binário (NRZ - Non Return to Zero), AMI, 4B3T e 2B1Q para a
mesma sequência binária.
+1
AMI +1 0 -1 +1 0 0 0 -1 0 160 Kbaud
-1
+1
-1 -1 +1 +1 -1 0
4B3T 0 120 Kbaud
-1
+3
+1
-1 -3 +1 +3 0 80 Kbaud
2B1Q
-1
-3
Figura 4.13 - Comparação dos códigos NRZ, AMI, 4B3T e 2B1Q
Na recomendação G.961 são definidas em apêndice as características eléctricas de vários códigos de linha a utilizar na
interface U:
i) MMS43 (Modified Monitoring State Code). Código do tipo 4B3T
ii) 2B1Q
iii) AMI com cancelamento de eco
iv) AMI com TCM
v) BIFASE com cancelamento de eco
vi) SU32 (Substitutional 3B2T) com cancelamento de eco.
As especificações da interface de ritmo primário de acesso baseiam-se nas especificações actualmente existentes para
os equipamentos de transmissão digital de primeira hierarquia das redes públicas, os quais têm o ritmo de 2,048 Mbit/s
em todos os paises europeus e no Brasil e o ritmo de 1,544 Mbit/s na América do Norte e Japão.
A interface utilizador-rede de acesso primário possui apenas a configuração ponto a ponto, com dois circuitos
independentes, um para cada sentido.
Embora conceptualmente a interface de ritmo primário possa existir no ponto de referência S, a sua aplicação típica é
no ponto de referência T, por exemplo para interligação de um PPCA à rede pública.
Não existem na interface primária os procedimentos de activação e desactivação, devendo portanto a interface estar
permanentemente activa, com sinal eléctrico aplicado.
O comprimento máximo da ligação à central pública sem repetidores é de 1,5 Km a 2 Km, dependendo das
características dos cabos utilizados e do nível de ruído existente.
A interface primária de 1,544 Mbit/s utilizada nos EUA é constituída por 23 canais B de 64 Kbit/s e um canal D também
de 64 Kbit/s, sendo a sua estrutura a indicada na figura 4.14.
193 bits / 125 us
O bit F é utilizado para sincronismo e monitorização da trama, a que se seguem 24 "slots" (Slot 0 a Slot 23), que
constituem 24 canais de 64 Kbit/s cada.
O slot 0 é utilizado para transporte do canal D e os restantes slots são utilizados como canais B.
A interface primária de 2,048 Mbit/s utilizada na Europa e Brasil é constituída por 30 canais B de 64 Kbit/s e um canal
D também de 64 Kbit/s, sendo a sua estrutura a indicada na figura 4.15.
256 bits / 125 us
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
O sistema de sinalização utilizado na interface de acesso do utilizador à RDIS é designado DSS1, Digital Subcriber
Signalling System Nº 1.
O nível 2 do DSS1 é designado LAPD (Link Access Protocol on D-channel) e permite a troca de informação sobre o
canal D estruturada em tramas entre as entidades da camada 2 situadas nos dois lados da interface S ou T, isto é,
entre o TE1 ou TA e o NT2 ou a central local. O protocolo de nível 2 é descrito nas recomendações I.440/Q.920 e
I.441/Q.921 do ITU-T.
A estrutura das tramas d e LAPD é baseada na estrutura correspondente do protocolo HDLC, sendo constituída pelos
seguintes campos (Figura 5.1):
- Flag de abertura
- Campo de endereço
- Campo de controlo
- Campo de informação
1 2 1-2 N 2 1 octetos
Figura 5.1 - Estrutura da trama LAPD
A flag tem a dimensão de 1 octeto, com valor 01111110. Para impedir a imitação da flag por dados do utilizador no
interior da trama, é implementado o mecanismo designado por "bit stuffing", que consiste em introduzir um zero no
fluxo de dados de emissão sempre que ocorram 5 uns consecutivos. Os zeros inseridos na emissão são retirados na
recepção, recuperando-se assim a informação original do utilizador.
O campo de endereço tem a dimensão de dois octetos, com a estrutura indicada na figura 5.2.
8 7 6 5 4 3 2 1 bit
E/A
SAPI C/R Octeto 1
0
E/A
TEI Octeto 2
1
O bit E/A (Extension Address) ocupa o bit de menor peso de cada octeto do endereço, tomando o valor 0 no primeiro
octeto e o valor 1 no último octeto, de acordo com o protocolo HDLC.
O bit C/R pode tomar os valores 0 ou 1, sendo utilizado para indicar se a trama é de comando ou de resposta, de
acordo com a tabela 5.1.
O campo SAPI (Service Access Point Identifier) do endereço é o identificador do ponto de acesso do serviço da
camada 2, sendo utilizado para indicar o tipo de informação transportado na trama. Esta identificação é necessária uma
vez que o canal D pode transportar em modo estatisticamente multiplexado informação de sinalização, de dados em
modo pacote, informação de gestão, telemetria, etc. (figura 5.3).
Multiplexagem de
Ligação de Dados
PH-SAP
Camada
Física
PH-SAP - SAP da camada física
Figura 5.3 - Utilização do SAPI para multiplexagem de in formação
Estão atribuídos os valores de SAPI indicados na tabela 5.2.
SAPI Entidade
0 s - Sinalização (controlo de chamadas)
1 - Comunicação de dados de pacotes
com controlo de chamadas Q.931
16 p - Comunicação de dados de pacotes com
X.25 nível 3
32-47 t - Uso nacional (telemetria, etc.)
63 m - Gestão
outros - Reservados para futura normalização
O segundo campo do endereço, denominado TEI (Terminal Endpoint Identifier) é o identificador de terminal, que
permite distinguir as ligações de dados multiplexados no mesmo canal D de um bus S, seleccionando as tramas para
um terminal determinado.
O TEI é atribuído pela rede se o equipamento terminal for do tipo de atribuição automática de TEI (TEI = 64-126) ou é
definido pelo utilizador ou pelo fabricante se o equipamento terminal for do tipo de atribuição não automática (TEI = 0-
63).
A conexão de ligação de dados é identificada pelos dois campos, SAPI e TEI, os quais no seu conjunto constituem o
Identificador de Conexão de Ligação de Dados DLCI ( Data Link Connection Identifier): DLCI = SAPI + TEI.
O campo de controlo das tramas é constituído por 1 ou 2 octetos, consoante o tipo de tramas: 2 octetos para as tramas
de informação e de supervis ão e 1 octeto para as tramas não numeradas.
O campo FCS (Frame Check Sequence) é utilizado para detecção de erros da trama, de modo análogo ao LAPB. Em
caso de erro de trama, é pedida ao emissor a repetição da trama, utilizando para tal as mensagens de supervisão do
LAPD.
A trama termina com uma flag de um octeto idêntica à de início de trama.
Há três tipos de tramas em LAPD, identificadas no campo de controlo: tramas de informação (I), de supervisão (S) e
não numeradas (U), cuja codificação se mostra na tabela 5.3.
Codificação (bits)
Campo de Controlo
8 7 6 5 4 3 2 1
N(S) 0
Tramas I
N(R) P
0 0 0 0 S S 0 1
Tramas S
N(R) P/F
Tramas U M M M P/F M M 1 1
O modo de funcionamento de trama única (não confirmado) utiliza a trama de informação não numerada (UI), a qual
não permite a recuperação de eventuais erros de transmissão.
Codificação
Aplicação Formato Comandos Respostas
87 6 5 4 3 2 1
N(S) 0
Transf. de
I
informação N(R) P
0 0 0 0 0 0 0 1
RR RR
N(R) P/F
Transferência
de informação 0 0 0 0 0 1 0 1
RNR RNR
com e sem Supervisão N(R) P/F
confirmação 0 0 0 0 1 0 0 1
de recepção REJ REJ
N(R) P/F
SABME 0 1 1 P 1 1 1 1
DM 0 0 0 F 1 1 1 1
Não UI 0 0 0 P 0 0 1 1
numerada
DISC 0 1 0 P 0 0 1 1
UA 0 1 1 F 0 0 1 1
FRMR 1 0 0 F 0 1 1 1
I- Information
A função das tramas I é a de transferir, através de uma ligação de dados, tramas sequencialmente numeradas
contendo campos de informação provenientes do nível superior. Este comando é usado na operação multi-trama em
conexões de ligação de dados ponto a ponto.
DISC - Disconnect
O comando DISC é usado para terminar uma ligação de dados do tipo tramas múltiplas com confirmação.
UI - Unnumbered Information
O comando UI é usado para enviar informação em modo não confirmado, sem alterar as variáveis de estado da ligação
lógica. As tramas UI não têm número de sequência, portanto podem ser perdidas sem notificação.
REJ - Reject
O comando ou resposta REJ é usado para indicar a recepção de uma trama fora de sequência e pedir a retransmissão
de tramas I a começar com a trama N(R). As tramas de número inferior são implicitamente notificadas como recebidas.
UA - Unnumbered Acknowledge
A resposta UA é usada para notificar a aceitação dos comandos SABME ou DISC.
DM - Disconnect Mode
A resposta DM é usada para indicar à camada de ligação de dados correspondente que está num estado em que a
operação de multi-trama não pode ser executada.
Na figura 5.4 apresenta-se um exemplo de estabelecimento, transferência de informação e desligamento de uma ligação
lógica.
A ligação de dados é estabelecida a partir do comando SABME e da resposta UA. A partir daí pode-se iniciar o envio
de tramas I, que contêm os números de sequência N(S) e N(R), do TE para o NT e no sentido inverso.
No exemplo é indicada também uma situação em que o NT não tendo informação para enviar, responde à trama I3,1
com a trama RR4.
A ligação de dados é desligada a partir do comando DISC e da respectiva resposta UA.
TE NT
SABME
UA
I 0,0
I 1,0
I 2,0
I 0,3
I 3,1
RR 4
DISC
UA
Na tabela 5.5 apresenta-se, para comparação, as principais diferenças entre LAPD (Nível 2 de RDIS) e LAPB (Nível 2
de X.25).
LAPB LAPD
As funções de gestão dos valores de TEI estão localizadas na entidade de gestão associada à camada de ligação de
dados.
As mensagens de gestão de TEI, nomeadamente de atribuição e remoção de TEI são transportadas em tramas UI com
SAPI = 63 e TEI = 127, sendo o formato do campo de informação das tramas o indicado na figura 5.5.
Número de 2
Referência
3
Código de mensagem 4
Indicador de acção - Ai 1 5
O Número de Referência, com dimensão de dois octetos, tem como função identificar um procedimento de gestão
entre a rede e um terminal. É gerado aleatoriamente de modo a reduzir a probabilidade de dois ou mais terminais
gerarem mensagens com o mesmo Número de Referência.
Na tabela 5.6 apresentam-se as mensagens relativas à gestão de TEI.
TEI Request Pedido de TE -> NT 00000001 Ai=127 - Qualquer valor de TEI aceitável
Identidade
TEI Assigned Identidade NT -> TE 00000010 Ai=64-126 - Valor de TEI atribuído
Atribuída
TEI Denied Identidade NT -> TE 00000011 Ai=64-126 - TEI recusado
Recusada Ai=127 – Não há TEI disponível
TEI Check Pedido de Teste NT -> TE 00000100 Ai = 0-126 - TEI a testar
Request de Identidade Ai = 127 - Testar todos os TEI
TEI Check Resposta de Teste TE -> NT 00000101 Ai = 0-126 - TEI em uso
Response de Identidade
TEI Remove Remoção de NT -> TE 00000110 Ai=0-126 - TEI a remover
Identidade Ai=127 - Remover todos os TEI
TEI Verify Verificação de TE -> NT 00000111 Ai = 0-126 - Valor de TEI a testar
Identidade
TE NT2 / ET
Figura 5.6 - Procedimento de atribuição de TEI
TE NT2 / ET
Figura 5.7 - Procedimento de teste de TEI
TE NT2 / ET
Figura 5.8 - Procedimento de verificação de identidade de TEI
De acordo com o modelo de referência OSI, há 4 tipos de primitivas de comunicação entre camadas do modelo, as
quais têm o seguinte significado neste caso concreto:
REQUEST - primitiva gerada quando a camada superior ou a entidade de gestão pede um serviço à camada inferior.
INDICATION - primitiva gerada pela camada inferior que fornece o serviço para informar a camada superior ou a
entidade de gestão do fornecimento desse serviço.
RESPONSE - primitiva gerada pela entidade de gestão para acusar a recepção de uma primitiva INDICATION.
CONFIRM - primitiva gerada pela camada inferior que fornece o serviço indicando que este foi completado.
Camada N+1
REQUEST RESPONSE
SAP SAP
CONFIRM INDICATION
Camada N
DL-EST-CONF UA
DL-DATA-REQ I DL-DATA-IND
X
DL-DATA-IND I DL-DATA-REQ
X
DL-REL-CONF UA
DL-U-DATA-REQ UI DL-U-DATA-IND
X
DL-U-DATA-IND UI DL-U-DATA-REQ
X
iii) Primitivas usadas para indicar que a conexã o física foi desactivada.
PH-DEACTIVATE-Indication (L1 -> L2)
ii) Primitiva usada pelo plano de gestão para pedir à camada ligação de dados a remoção da associação entre um valor
de TEI e o valor CES especificado, para todos os SAPI.
MDL-REMOVE-Request (CES) (M -> L2)
iii) Primitivas usadas para indicar à entidade de gestão da ligação que ocorreu um erro associado com uma primitiva
de gestão anterior ou com a comunicação da camada de ligação de dados.
MDL-ERROR-Indication (Razão do erro) (L2 -> M)
MDL-ERROR-Response (Razão do erro) (M -> L2)
iv) Primitivas usadas para transferência de mensagens de gestão entre o plano de gestão e a camada de ligação de
dados usando o modo não confirmado.
MDL-UNIT-DATA -Request (Mensagem-gestão) (M -> L2)
MDL-UNIT-DATA -Indication (Mensagem-gestão) (L2 -> M)
v) Primitivas usadas pela entidade de gestão da ligação para transferência de informação associada aos procedimentos
XID.
MDL-XID-Request (Informação-gestão-ligação) (M -> L2)
MDL-XID-Indication (Informação-gestão-ligação) (L2 -> M)
MDL-XID-Response (Informação-gestão-ligação) (M -> L2)
MDL-XID-Confirm (Informação-gestão-ligação) (L2 -> M)
Na figura 5.11 apresentam-se alguns exemplos de sequência de primitivas entre o plano de gestão e a camada 2. Faz-se
notar que algumas das primitivas são trocadas entre entidades do mesmo equipamento, enquanto outras são trocadas
entre entidades de equipamentos diferentes.
MDL-U-DATA-REQ UI MDL-U-DATA-IND
X
MDL-ASSIGN-REQ
X
MDL-REMOVE-REQ
X
MDL-ERROR-IND
X
MDL-ERROR-RESP
i) Primitivas usadas para indicar que a conexão da camada física foi activada.
MPH-ACTIVATE-Indication (L1 -> M)
ii) Primitivas usadas para pedir desactivação da conexão da camada física ou para indicar que a conexão da camada
física foi desactivada.
A primitiva MPH-DEACTIVATE-Request só existe no lado da rede.
MPH-DEACTIVATE-Request (M -> L1)
MPH-DEACTIVATE-Indication (L1 -> M)
iii) Primitivas usadas pelo plano de gestão do terminal, indicando se o terminal está ligado ou desligado.
MPH-INFORMATION -Indication (Connected/disconnected) (L1 -> M)
Na figura 5.12 apresenta-se um diagrama esquemático das primitivas de comunicação entre as camadas do plano de
controlo e entre estas e o plano de gestão.
Indica-se em cada lado da interface as primitivas originadas nessa camada.
Plano de Controlo Plano de Gestão
Camada
DL-ESTABLISH-REQ
Rede
DL-RELEASE-REQ
DL-DATA-REQ
DL-UNIT-DATA-REQ
DL-ESTABLISH-IND/CONF
DL-RELEASE-IND/CONF
DL-DATA-IND
Camada MDL-ASSIGN-IND MDL-ASSIGN-REQ
DL-UNIT-DATA-IND
Ligação MDL-REMOVE-REQ
MDL-ERROR-IND
de Dados MDL-ERROR-RESP
MDL-UNIT-DATA-IND
MDL-UNIT-DATA-REQ
MDL-XID-IND/CONF
PH-DATA-REQ MDL-XID-REQ/RESP
PH-ACTIVATE-REQ
PH-DATA-IND
PH-ACTIVATE-IND
Camada MPH-ACTIVATE-IND
PH-DEACTIVATE-IND
Física MPH-DEACTIVATE-IND MPH-DEACTIVATE-REQ
MPH-INFORMATION-IND
Os procedimentos da ligação lógica ponto a ponto são descritos na recomendação Q.921 de dois modos, através de
uma representação gráfica em SDL e através de tabelas de transição de estados. Os procedimentos da ligação lógica
ponto a ponto prevêem a existência de oito estados, a seguir indicados:
1 - TEI unassigned
2 - Assign awaiting TEI
3 - Establish awaiting TEI
4 - TEI assigned
5 - Awaiting establishment
6 - Awaiting release
7 - Multiple frame established
8 - Timer recovery.
Dos estados anteriores salientam-se os estados 1, 4 e 7, que correspondem a situações estáveis e se explicam em
seguida.
1 - TEI não atribuído (TEI-unassigned)
Neste estado não está atribuído um TEI, não sendo possível a transferência de informação de nível 3.
Todas as entidades de nível 2 são conceptualmente iniciadas no estado 1, TEI unassigned, interagindo com a
entidade de gestão para pedir um valor de TEI.
A atribuição de TEI faz passar a entidade lógica para o estado 4, TEI assigned, directamente ou através do estado 2,
Assign awaiting TEI.
A recepção de um pedido de estabelecimento de tramas múltiplas no estado 4 causa a transição para o estado 5,
Awaiting establishment, efectuando-se a transição para o estado 7, Multiple frame established, quando se completar o
referido procedimento.
Na recomendação Q.921 é também definido o diagrama de transição de estados da conexão lógica vista do nível 3,
sendo identificados 4 estados:
- Link Connection Released
- Awaiting Establish
- Link Connection Established
- Awaiting Release.
DL-UNIT-DATA-REQ/IND
DL-RELEASE-IND
DL-RELEASE-CONF
1 Link Connection
Released
DL-ESTABLISH-REQ
DL-ESTABLISH-REQ DL-ESTABLISH-CONF
DL-RELEASE-REQ
4 Link Connection
Established
O canal de sinalização da interface utilizador-rede é como sabemos o canal D. O protocolo de nível 3 do plano de
controlo do canal D, correspondente à camada rede do modelo OSI, é o protocolo de comando de chamadas, tendo
como função fundamental a de estabelecer, manter e efectuar o desligamento de chamadas em RDIS.
Genericamente, podemos considerar que as funções de controlo de chamadas da camada rede permitem o seguinte:
- estabelecer chamadas e desligar chamadas
- negociação de canais B
- suspender chamadas
- reactivar chamadas
- pedir um recurso.
O protocolo de nível 3 utiliza os serviços da camada de ligação de dados, que são em síntese os seguintes:
- estabelecimento das conexões da camada de ligação de dados
- transmissão de dados com protecção de erros
- indicação de erros não recuperáveis da camada de ligação de dados
- desligamento das conexões da camada de ligação de dados
- indicação de falhas da camada de ligação de dados
- recuperação de certas condições de erro
- indicação de estado da camada de ligação de dados.
Para gerir o comando das chamadas e das ligações de dados e assegurar a supervisão da transferência de mensagens
e detecção de erros, o protocolo do nível 3 de sinalização do canal D tem as seguintes funções fundamentais:
i) processamento das primitivas de comunicação com a camada de ligação de dados
ii) geração e interpretação das mensagens de nível 3 para comunicação com a camada do mesmo nível do
lado oposto da interface
iii) gestão das entidades locais e temporizações usadas nos procedimentos de controlo das chamadas
iv) gestão dos recursos de acesso à rede (canais, circuitos virtuais, referências de chamadas, etc)
v) controlo e fornecimento dos serviços básicos e serviços suplemementares pedidos pelos utilizadores.
A função de endereçamento é utilizada para determinar a rota adequada entre entidades de nível 3 na rede. A função
de "relaying" é utilizada se houver sistemas intermédios que proporcionem ligações a outras redes, facilitando o seu
interfuncionamento.
A função de estabelecimento e desligamento de conexões inclui mecanismos para proporcionar conexões de rede,
utilizando as conexões de ligação de dados da camada 2.
A informação do utilizador pode ser transportada com ou sem estabelecimento de conexões de comutação de
circuitos.
A multiplexagem de conexão de rede permite o transporte de informação de controlo de múltiplas chamadas sobre a
mesma conexão de ligação de dados.
A função de segmentação e agrupamento de mensagens é usada para facilitar a transferência de informação através
das camadas inferiores.
A função de detecção de erros é usada para testar eventuais erros de procedimento do nível 3.
A função de recuperação de erros inclui mecanismos para recuperar erros detectados.
A função de sequenciamento inclui mecanismos que proporcionam a entrega ao destinatário das mensagens pela
ordem em que foram enviadas.
A função de controlo de fluxo é usada para controlar a transferência de informação de mensagens de sinalização
utilizador a utilizador.
A estrutura das mensagens de sinalização de nível 3 na interface utilizador-rede consiste de quatro campos distintos
(figura 6.1):
- Discriminador de protocolo (1 octeto)
- Referência de chamada (2 ou 3 octetos)
- Código de mensagem (1 octeto)
- Elementos de informação ( n octetos).
Código de Mensagem
Aplicação
C P S G
Mensagens de ALERTING X X X
estabelecimento CALL PROCEEDING X X X
de chamada CONNECT X X X
CONNECT ACKNOWLEDGE X X X
PROGRESS X X
SETUP X X X
SETUP ACKNOWLEDGE X X
Mensagens de RESUME X
fase de RESUME ACKNOWLEDGE X
transferência de RESUME REJECT X
informação SUSPEND X
SUSPEND ACKNOWLEDGE X
SUSPEND REJECT X
USER INFORMATION X X
Mensagens de DISCONNECT X X X
desligamento de RELEASE X X
chamada RELEASE COMPLETE RESTART X X X
RESTART ACKNOWLED GE X
X
Mensagens CONGESTION CONTROL X X
diversas FACILITY X
INFORMATION X X
NOTIFY X X
STATUS X X X
STATUS ENQUIRY X X X
SETUP
SETUP ACK.
INFO.
Fase de
INFO.
Estabelecimento
CALL PROC. SETUP
ALERTING
ALERTING
CONNECT X
CONNECT CONN. ACK.
CONN. ACK.
Fase de
Informação
DISCONNECT
X
DISCONNECT
RELEASE Fase de
Desligamento
RELEASE
REL. COMP
REL. COMP
Como se observa na figura anterior, tal como noutras redes, uma chamada em RDIS é constituída por três fases: fase
de estabelecimento, fase de informação e fase de desligamento. Cada uma das fases caracteriza-se pela transferência
de várias mensagens, de que se dá um exemplo na figura, nomeadamente para as fases de estabelecimento e de
desligamento. A análise detalhada de cada uma das fases e respectivas mensagens é feita mais adiante.
TE A Rede Rede TE B
SETUP
SETUP ACK.
INFO.
Fase de
INFO. Estabelecimento
ALERTING
ALERTING
CONNECT
CONNECT CONN. ACK.
CONN. ACK.
Figura 6.2a - Fluxo de mensagens de estabelecimento de chamada em modo circuito em RDIS, com mensagens INFO
Os elementos de informação são em número variável conforme a mensagem, contendo as diferentes informações
necessárias para o processamento das chamadas.
Há vários conjuntos de códigos de elementos de informação ("codesets") definidos, limitando-nos nesta secção a
analisar o codeset 0, definido na recomendação Q.931.
Há dois tipos de elementos de informação no codeset 0: de um octeto e de comprimento variável.
Os elementos de informação de um octeto têm a estrutura indicada na figura 6.3.
8 7 6 5 4 3 2 1
Identificador do Conteúdo do
1
elemento de informação elemento de informação
8 7 6 5 4 3 2 1
Apresentam-se em seguida os elementos de informação de comprimento variável actualmente definidos para cada um
dos grupos.
Na tabela seguinte apresentam-se os vários elementos de informação com indicação da aplicação de cada um.
Elemento de Informação Direcção Uso Aplicação
Protocol Discriminator Ambas Obrigatório C, P, S
Call Reference Ambas Obrigatório C, P, S
Message type Ambas Obrigatório C, P, S
Sending complete Ambas opcio nal C, S
Repeat indicator Ambas opcional C
Bearer capability Ambas Obrigatório C, P, S
Channel identification Ambas opcional C, P, S
Facility Ambas opcional C
Progress indicator Ambas opcional C, P
Network specific facilities Ambas opcional C, S
Display n? u opcional C, P, S
Keypad facility u? n opcional C, S
Signal n? u opcional C
Switchhook u? n opcional C
Feature activation u? n opcional C
Feature indication n? u opcional C
Information rate n? u opcional P
End to end transit delay n? u opcional P
Transit delay selection and ind. n? u opcional P
Packet layer binary parameters n? u opcional P
Packet layer window size n? u opcional P
Packet size n? u opcional P
Calling party number Ambas opcional C, P, S
Calling party subaddress Ambas opcional C, P, S
Called party number Ambas opcional C, P, S
Called party subaddress Ambas opcional C, P, S
Transit network selection u? n opcional C, S?
Redirecting number n? u opcional P
Low layer compatibility ambas opcional C, S
High layer compatibility ambas opcional C, S
User-user ambas opcional C, P, S
Shift (Transfere)
O elemento de informação " Shift" é utilizado para indicar a activação de um novo "codeset".
Modo de transferência:
00 - Modo de circuitos
01 - Modo de tramas
10 - Modo de pacotes
Ritmo de transferência:
00000 - Reservado para serviços de suporte em modo trama
10000 - 64 kbit/s
10001 - 2 x 64 kbit/s
10011 - 384 kbit/s
10101 - 1536 kbit/s
10111 - 1920 kbit/s
Estrutura:
001 - Integridade de 8 Khz
100 - Integridade da unidade de dados do serviço
111 - Não estruturada
Configuração da comunicação:
00 - Ponto a ponto
10 - Multiponto
Estabelecimento da comunicação:
00 - A pedido
Simetria:
00 - Bidireccional simétrica
01 - Bidireccional assimétrica
10 - Unidireccional (origem->destino)
11 - Unidireccional (destino->origem)
Cause (Causa)
O elemento de informação "Cause" indica a razão pela qual a mensagem foi emitida, para fornecer informação de
diagnóstico em caso de erros de procedimento e para indicar a localização do originador.
Os valores possíveis de localização do originador são:
0000 - utilizador
0001 - rede privada do utilizador local
0010 - rede pública do utilizador local
0011 - rede de trânsito
0100 - rede privada do utilizador remoto
0101 - rede pública do utilizador remoto
0111 - rede internacional
1010 - rede interligada a RDIS.
Tipo de interface
0 - interface básica
1 - interface primária
Preferência/Exclusividade
0 - Preferência pelo canal escolhido
1 - Só o canal escolhido é aceitável
Número/Mapa
0 - canal é indicado pelo seu número no octeto seguinte
1 - canal é indicado no mapa de "slots" nos octetos seguintes
As posições no mapa dos bits dos slots correspondente aos canais usados são postos a 1.
Display (Visualização)
O elemento de informação "Display" é usado para fornecer informação que pode ser visualizada pelo utilizador. A
informação é constituída por um conjunto de caracteres ASCII.
Signal (Sinal)
O elemento de informação "Signal" é usado para permitir à rede inserir informação opcional para um utilizador relativa
a tonalidades e tons de chamada.
Após se ter tomado conhecimento da estrutura das mensagens de sinalização RDIS e de se terem analisado os
diversos elementos de informação, analisaremos em seguida detalhadamente as várias mensagens de sinalização
RDIS, nomeadamente os diversos elementos de informação que cada uma delas pode conter.
Indica-se em cada mensagem o seu âmbito de aplicação, que pode ser um dos quatro seguintes:
- significado local: mensagem relevante só no acesso de origem ou de destino
- significado de acesso: mensagem relevante no acesso de origem e de destino
- significado duplo: mensagem relevante no acesso de origem ou de destino e na rede
- significado global: mensagem relevante no acesso de origem e de destino e na rede.
Indica-se também em cada mensagem o sentido de transmissão, isto é, se é enviada do terminal para a rede, no sentido
inverso ou em ambos os sentidos.
Indica-se ainda nos elementos de informação de cada mensagem os sentidos em que podem existir: do TE para NT (TE
--> NT), do NT para TE (TE <-- NT), ou em ambos os sentidos (TE <--> NT). Indica-se também em cada elemento de
informação se ele é de utilização obrigatória (M) ou opcional (O).
SETUP
SETUP ACKNOWLEDGE
Mensagem enviada pela rede para o chamador ou pelo chamado para a rede para indicar que o estabelecimento de
chamada foi iniciado, mas que pode ser requerida informação adicional. Esta mensagem é em geral enviada quando a
mensagem SETUP não contém toda a informação necessária para o estabelecimento da chamada.
CALL PROCEEDING
Mensagem enviada para indicar que o estabelecimento da chamada pedida está em curso e que mais nenhuma
informação de estabelecimento de chamada é necessária nem será aceite. Esta mensagem é em geral enviada pela rede,
podendo contudo ser também enviada pelo terminal receptor do SETUP.
ALERTING
Mensagem enviada pelo terminal chamado para a rede, e desta para o terminal chamador, para indicar a este que foi
iniciado o alerta do utilizador chamado.
PROGRESS
Mensagem utilizada para transporte de informação relativa ao progresso de uma chamada, nomeadamente na
interligação com outra rede (privada, analógica, etc) ou relacionada com o envio de informação dentro de banda.
CONNECT
CONNECT ACKNOWLEDGE
Mensagem enviada pela rede para o terminal chamado, em resposta a uma mensagem CONNECT, para indicar que a
chamada foi activada.
Pode também ser enviada pelo chamador para a rede para permitir procedimentos simétricos de controlo de chamada.
SUSPEND
Mensagem enviada por qualquer um dos terminais envolvidos numa comunicação para pedir à rede a suspensão de
uma chamada. O canal só é suspenso localmente, na respectiva interface utilizador-rede.
SUSPEND ACKNOWLEDGE
Mensagem enviada pela rede para o terminal, em resposta a uma mensagem SUSPEND, para confirmar a suspensão da
chamada.
SUSPEND REJECT
Mensagem enviada pela rede para o terminal, em resposta a uma mensagem SUSPEND, para indicar a rejeição do
pedido de suspensão da chamada.
RESUME
Mensagem enviada por um terminal para pedir à rede que reinicie uma chamada suspensa.
RESUME ACKNOWLEDGE
Mensagem enviada pela rede para o terminal, em resposta à mensagem RESUME, para confirmar o reinício de uma
chamada suspensa.
RESUME REJECT
Mensagem enviada pela rede para o terminal, em resposta à mensagem RESUME, para indicar a rejeição de um pedido
para reiniciar uma chamada suspensa.
USER INFORMATION
Mensagem enviada por um terminal para a rede para transferir informação para um terminal remoto. Esta mensagem é
também enviada pela rede para o terminal remoto para entregar a informação do outro interlocutor.
DISCONNECT
Mensagem enviada pelo utilizador para pedir à rede o desligamento de uma chamada, ou enviada pela rede para
indicar que uma chamada foi desligada.
RELEASE
Mensagem enviada pelo utilizador ou pela rede para indicar que o equipamento que envia a mensagem desligou o
canal (se existir) e tenciona libertar a referência de chamada e que o equipamento receptor deve libertar o canal e
preparar-se para libertar a referência de chamada depois de enviar RELEASE COMPLETE.
RELEASE COMPLETE
Mensagem enviada pelo utilizador ou pela rede para indicar que o equipamento que envia a mensagem desligou o
canal (se existir) e libertou a referência de chamada, o canal está livre para reutilização e o equipamento receptor deve
libertar a referência de chamada.
CONGESTION CONTROL
Mensagem enviada pelo utilizador ou pela rede para controlar o fluxo na transmissão de mensagens USER
INFORMATION.
FACILITY
Mensagem enviada pelo terminal para a rede para iniciar o acesso a um serviço suplementar ou a uma facilidade e pela
rede para o terminal quando o acesso a uma facilidade requerer o acordo do utilizador.
INFORMATION
Mensagem enviada pelo utilizador ou pela rede para enviar informação adicional, para o estabelecimento da chamada
ou informação diversa relativa à chamada.
NOTIFY
Mensagem enviada do utilizador para a rede ou da rede para o utilizador para indicar informação relativa a uma
chamada, por exemplo utilizador suspenso.
STATUS ENQUIRY
Mensagem enviada pelo utilizador ou pela rede em qualquer altura para solicitar uma mensagem STATUS da entidade
da camada 3. O envio da mensagem STATUS em resposta a STATUS ENQUIRY é obrigatório.
STATUS
RESTART
Mensagem enviada pelo utilizador ou pela rede para pedir ao receptor da mensagem que reinicialize o canal ou a
interface indicada. Esta mensagem é enviada com referência de chamada global, de valor 0, o que significa que afecta
todas as chamadas activas numa determinada entidade lógica.
RESTART ACKNOWLEDGE
Mensagem enviada pelo utilizador ou pela rede para confirmar a recepção da mensagem RESTART e indicar que a
reinicialização pedida foi completada. Esta mensagem é enviada com referência de chamada global.
Na recomendação Q.931 o protocolo da camada rede é descrito através de diagramas SDL (Specification and
Description Language). O módulo de Controlo do Protocolo Q.931 interactua no lado do terminal com os módulos
adjacentes tal como se indica na figura 6.6.
Controlo de Gestão de
CC GR
chamadas recursos
Chamadas de
Primitivas
procedimentos
Primitivas
Plano de Controlo do Protocolo
L3
gestão Q.931 (nível 3)
Mensagens de/para
o lado da rede
Camada Física L1
S/T
Figura 6.6 - Interligação do controlo do protocolo Q.931 com os blocos adjacentes (lado do terminal)
Verifica-se na figura anterior que o módulo de controlo do protocolo Q.931 (L3) comunica com o módulo de controlo
de chamadas (CC) através de primitivas, com o módulo de gestão de recursos (GR) através de chamadas de
procedimentos e com a camada de Ligação de Dados (L2) através de mensagens de e para a rede.
Apresentam-se na tabela 6.2 as primitivas de comunicação do controlo do protocolo do nível 3 do lado do terminal
com o controlo de chamadas e com o plano de gestão, indicando-se para cada primitiva a mensagem correspondente
que é gerada do nível 3 do terminal para a rede.
M -> L3 TE->NT
Manag. restart request RESTART
CC - Controlo de chamadas M - Plano de gestão L3 - Nível 3 (Q.931)
Tabela 6.2 - Primitivas entre o controlo de chamadas e plano de gestão com o nível 3 do lado do terminal
Apresentam-se na tabela 6.3 as primitivas de comunicação entre o controlo do protocolo do nível 3 e o controlo de
chamadas do lado do terminal, indicando-se para cada mensagem recebida a correspondente primitiva que é gerada
para o controlo de chamadas.
Mensagens de nível 3 Primitivas enviadas para o
vindas da rede controlo de chamadas
NT->TE L3 -> CC
NT->TE L3 -> M
RESTART Restart request
Tabela 6.3 - Primitivas entre o protocolo de nível 3 e o controlo de chamada e plano de gestão, lado do terminal
O Controlo do Protocolo Q.931 é descrito por uma máquina de estados. No caso das chamadas em comutação de
circuitos a máquina de estados é constituída por 16 estados do lado do terminal e 17 estados do lado da rede, tal como
é apresentado na tabela 6.4.
Lado do Terminal Nome do estado Lado da Rede
U0 Null N0
U1 Call initiated N1
U2 Overlap sending N2
U3 Outgoing call proceeding N3
U4 Call delivered N4
U6 Call present N6
U7 Call received N7
U8 Connect request N8
U9 Incoming call proceeding N9
U10 Active N10
U11 Disconnect request N11
U12 Disconnect indication N12
U15 Suspend request N15
U17 Resume request N17
U19 Release request N19
- Call abort N22
U25 Overlap receiving N25
Tabela 6.4 - Estados do terminal e da rede
O significado dos diferentes estados no lado do terminal é o seguinte:
Null (U0) - não existe chamada.
Call initiated (U1) - o utilizador pediu o estabelecimento de uma chamada e ainda não recebeu qualquer resposta da
rede.
Alternativa
Decisão
Procedimento
Comentários
Setup
Req. SETUP CALL
ACK. PROC.
1 – Call 2 - Overlap
nitiated Sending
Infor. CALL
Req. PROC.
Proceeding
INFOR.
Ind.
3 – Outgoing
Call Proc.
iated
ALERTING CONNECT
Alerting
Ind. Setup
Conf.
CONNECT
4 – Call
Delivered ACK.
10 – Active
CONNECT
E0 SETUP
E1 SETUP ACK.
E2
INFORMATION SETUP
CALL PROC.
E3 ALERTING
ALERTING
E4
CONNECT CONNECT
E10
9 – Incoming 0 - Null
6 – Call Call Proceed.
Present
Alerting Setup
Req. Resp.
ALERTING CONNECT
7 – Call
Received 7 – Call
iated Received
iated
Setup
Resp. CONNECT
ACK.
CONNECT
Setup Comp.
Ind.
10 – Active
SETUP SETUP E0
CALL PROC. E6
ALERTING ALERTING
E7
CONNECT CONNECT
E10
10 – Active
(p.ex.)
Disconnect
RELEASE DISCONNECT Req.
CT
RELEASE RELEASE
19 – Release
COMP. Request COMP.
RELEASE
COMP.
Release.
Conf.
0 – Null
E10
DISCONNECT E10
E11 DISCONNECT
E12
RELEASE
RELEASE E19
REL. COMP.
REL. COMP.
E0 E0