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Universidade Estadual do Paraná de Paranaguá

Nome: Deya Tatt Toi Shi de Souza


Disciplina: Linguística I
Docente: Profª Drª Mircia H. Salomão Conchalo
Data: 26 de abril de 2017

ORLANDI, E. P. O que é linguística. Coleção primeiros passos. São Paulo: Brasiliense, 2006.

1 Saber e poder

O homem busca dominar o mundo de várias formas, uma delas é através do


conhecimento. Ele explica a linguagem para poder esclarecer uma coisa que faz parte do seu
mundo e de sua convivência com os outros. Diversas questões tocam o homem, que vem
procurando respostas, e com posse desse saber sobre linguagem, tenta domesticar seus poderes
para si.

Um interesse antigo e uma ciência moderna


Através da literatura, poesia, religião etc., podemos ver o fascínio que a linguagem
exerce sobre o homem. Pensadores da Grécia antiga se envolviam em longas discussões sobre
se as palavras imitam as coisas ou eram escolhidas por convenções. Também faziam debates
sobre a organização da linguagem.
Redescoberto o sânscrito no século XIX, surgem os sofisticados estudos sobre
linguagem que os hindus haviam feito. Os hindus tinham motivos religiosos para se
interessarem sobre a língua, pois acreditavam na intimidade que poderia ser concedida
com Deus através das palavras. Durante a Idade Média houve uma manifestação
relevante. Eles buscaram criar uma teoria geral da linguagem, à partir da autonomia da
gramática em relação à lógica. Consideraram três tipos de modus pela linguagem natural:
o modus essendi, o intellingendi e o significandi
Só com a criação da linguística as manifestações da curiosidade do homem tomam
forma de uma ciência com objetivos e métodos próprios. Inaugurada no século XX e com
dificuldades, a reflexão sobre a linguagem se impôs como ciência, para isso demostrou apuro e
configuração precisa de seu objeto. Com muito sucesso, a linguagem pôde se definir como o
estudo científico que explica a linguagem verbal humana.
2 O que é e o que não é linguística
A linguística distingue-se da gramática tradicional. Para a linguística, tudo o que faz
parte da língua interessa. Ela estuda a linguagem verbal, oral e escrita.
Os signos são sinais que o homem utiliza quando fala ou escreve. A semiologia é a
ciência geral dos signos verbais e não-verbais. Já a linguística trata dos signos verbais.

Alguns Percusores: os séculos XVII e XIX


Há dois momentos-chave: o século XVII, que é o século das gramáticas gerais e o século
XIX com as gramáticas comparadas. No século XVII os pensadores da época estudam a
linguagem como representação do pensamento e procuram mostrar que as línguas seguem
princípios racionais. A gramática que constroem deve funcionar como uma máquina que possa
separar o que é válido e o que não é. O alvo desejado é ser a língua-ideal. Ideal traduzido para
atualidade como língua metálica, a dos computadores.
A Gramática de Port-Royal traz uma contribuição interessante que é a gramática em sua
generalidade. Um outro momento importante, agora em XIX, é o da linguística histórica e as
gramáticas comparadas. Morre o ideal universal e nasce a transformação da língua. Mudança
que independe das vontades dos homens pois seguem suas próprias necessidades. F. Bopp:
Figura mais expressiva da época. Tão importante para a linguística com sua obra (1816),
considerada a data do nascimento da linguística.
No século XIX, se descobre a semelhança entre a maior parte das línguas e o sânscrito,
conjunto chamado de línguas indo-europeias. O alvo visado agora é a língua-mãe, língua essa
que é uma reconstrução teórica. A grande contribuição da gramática comparada foi mostrar que
as mudanças são regulares. Foi então que no século XIX os neogramáticos enunciam leis para
as mudanças da língua, são elas as leis fonéticas.
A metalinguagem usa uma linguagem para falar da própria linguagem. Há
metalinguagens formais e não-formais. A linguística valoriza a metalinguagem formal, com sua
escrita própria, isso lhe deu destaque com o linguista Noam Chomsky nos anos 1950, a
linguística chega a uma escrita rigorosa, integrável à teoria dos sistemas, da matemática.
Uma se ocupa com o percurso psíquico da linguagem, ela é chamada de formalismo. A
outra estuda o percurso social, chamada de sociologismo. Os estudos linguísticos são definidos
por essas tendências conflitantes: a formalista e a sociologista.

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