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Faaaala, pessoal! Tudo certinho?

Vamos iniciar o estudo dos seres vivos, mas antes teremos uma aula de
introdução, onde discutimos conceitos importantes para o entendimento do
conteúdo. Vamos juntos!

AULA 1 – INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA: CONCEITOS IMPORTANTES

A microbiologia é a ciência que estuda microrganismos como as bactérias,


protozoários, algas, alguns fungos e os vírus. Estudamos a identificação,forma,
fisiologia, metabolismo, modo de vida e suas relações com outras espécies,
sobretudo as doenças que eles podem causar.

Importância dos microrganismos

Lembre-se que a vida iniciou com um organismo muito simples semelhante as


bactérias atuais. Durante quase 2,5 bilhões de anos, a vida era restrita a
microrganismos, e eles vivem até hoje em cada canto de nosso planeta. Sem a
vida microbiana, nós não estaríamos aqui. Veja algumas das importâncias deles:

- Saúde pública;
- Indústria de alimentos;
- Ecológica;
- Relação com outros seres vivos.

Esta aula serve de suporte para as aulas de microbiologia (e posteriormente


parasitologia), principalmente quando se tratar de doenças. Abaixo temos alguns
conceitos e seus significados, eles estão organizados em ordem alfabética e
sempre que surgir uma dúvida, você pode voltar aqui. Os mais importantes estão
sublinhados.
Agente etiológico (ou patógeno): é o agente causador ou responsável por uma
doença. Pode ser vírus, bactéria, fungo, protozoário ou helminto.

Antígeno: é toda substância estranha ao organismo, que gera uma resposta


imunológica.

Anticorpo: proteína que atua na defesa dos organismos. Neutraliza o antígeno.

Cisto (em microbiologia): é forma de resistência de certos protozoários.

Contaminação: presença do agente infeccioso em roupas, corpo, ambiente etc.

Endemia: prevalência de uma doença em uma região (malária é endêmica da


Amazônia, por exemplo).

Epidemia: concentração elevada de uma doença sobre uma população, em um


período de tempo, pode ser em uma cidade, estado ou país.

Epidemiologia: estudo da distribuição e todos os fatores que determinam uma


doença.

Fase aguda: é a fase da doença que surge após a infecção onde os sintomas
clínicos são mais nítidos (após essa fase a paciente cura, entra na fase crônica
ou morre).

Fase crônica: surge após a fase aguda (caso não ocorra a cura ou a morte) onde
os sintomas são menos agressivos ou até ausentes.

Fômite: utensílios que podem veicular microrganismos patogênicos.

Fonte de infecção: pessoa, objeto ou local onde o agente infeccioso passa para
um novo hospedeiro.

Hospedeiro: é o organismo que hospeda em seu corpo outro organismo (quem


fica doente está hospedando um patógeno).

Hospedeiro definitivo: hospeda o parasito na sua fase adulta (fase reprodutiva).


Hospedeiro intermediário: hospeda o parasito em sua fase imatura (assexuada)

Incidência (taxa de incidência): número de casos novos de uma determinada


doença durante um período definido.

Infecção: penetração e desenvolvimento do agente etiológico no animal,


causando a doença (pode ser inaparente, quando não apresenta sintoma).

Infestação: infecção por agentes macroscópicos como vermes ou insetos.

Letalidade: expressa o número de óbitos com relação a determinada doença ou


fato, tendo como referência uma população.

Morbidade: expressa o número de pessoas doentes (relacionado a uma doença


específica) em uma população.

Pandemia: é uma epidemia amplamente distribuída, pode se estender a vários


países.

Parasitismo: é a associação entre seres vivos onde o parasita se beneficia


prejudicando o hospedeiro.

Parasito: é o ser organismo que parasita o hospedeiro, pode ser:


• Ectoparasito: vive extremamente no corpo do hospedeiro.
• Endoparasito: vive dentro do corpo do hospedeiro.
• Hiperparasito: que parasita outro parasito:

Parasito acidental: é o que exerce o papel de parasito, porém habitualmente


possui vida não-parasitária.

Parasito errático: parasita vivendo em um local incomum para ele.

Parasitóide: é um parasita que obrigatoriamente leva seu hospedeiro a morte.

Patogenicidade: é a maior ou menor habilidade de um agente etiológico


provocar lesões.
Período de incubação: é o período decorrente entre a penetração do agente
etiológico e o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos.

Período pré-patente: é o período que decorre entre a penetração do agente


etiológico e o aparecimento das primeiras formas detectáveis do agente
etiológico.

Portador: hospedeiro infectado que alberga o agente etiológico, pode ser


assintomático.

Prevalência: número total de casos de uma doença (casos antigos somados aos
casos novos).

Prevenção: conjunto de medidas ou preparação antecipada de que visa prevenir.

Profilaxia: é o conjunto de medidas que visa a prevenção, erradicação ou controle


de uma doença ou de um fato prejudicial aos seres vivos;

Reservatório: é qualquer local, vegetal, animal ou humano onde vive e multiplica-


se um agente etiológico e do qual é capaz de atingir outros hospedeiros.

Sinantropia: é a capacidade de certos animais silvestres (mamíferos, aves,


insetos) de frequentar e se adaptar a habitações humanas;

Soro: faz imunização passiva, ou seja, entrega pronto os anticorpos.

Vacina: induz o sistema imunológico a uma defesa ativa, ficando células de


memória que geram proteção em longo prazo.

Vetor: é um artrópode, molusco ou veículo que transmite um parasito entre


dois hospedeiros.

Vetor biológico: quando o agente etiológico se multiplica ou se desenvolve no


vetor.

Vetor mecânico: quando o parasito não se multiplica ou se desenvolve no vetor,


esse simplesmente serve de transporte ao parasito.
Virulência: capacidade infecciosa de um micro-organismo.

Zoonoses: doenças que são naturalmente transmitidas entre humanos e


animais vertebrados

Para referência e mais conceitos, acesse:


http://www.parasitologia.org.br/estudos_glossario_A.php

AULA 2 – VÍRUS

CARACTERÍSTICAS GERAIS
Os vírus não possuem célula (são acelulares) e, portanto não têm metabolismo
próprio. Motivo pelo qual não se enquadram em nenhum dos cinco reinos. Como
não possui célula, um vírus não consegue se reproduzir sozinho, sendo
dependente de um hospedeiro, essa característica torna o vírus um parasita
intracelular obrigatório. Eles literalmente usam a maquinaria da célula hospedeira
para se reproduzir. Vale ressaltar que os vírus podem parasitar não somente
células animais, mas também de plantas, fungos, protozoários e bactérias.
Porém, perceba que os vírus são específicos quanto a célula que ele ataca.
Quando os vírus estão fora da célula (chamados então de vírion), apresentam
características de matéria inanimada, motivo pelo qual existe grande discussão
se eles devem ou não ser considerados seres vivos.
Como os vírus são hospedeiros intracelulares obrigatórios, para se reproduzir eles
causam danos na célula hospedeira, por isso são chamados de agentes
infecciosos. A infecção causada por vírus é chamada de infecção viral. Essa
infecção pode causa profundas alterações no metabolismo celular, em alguns
casos a célula hospedeira se reproduz sem controle e origina um tumor (não
necessariamente um câncer). No entanto, a maioria das células parasitadas por
vírus acaba morrendo. As doenças causadas por vírus são chamadas de viroses,
falaremos das principais no final da aula. Vale lembrar que vírus não sofrem ação
de antibióticos. Mas por terem material genético sofrem mutações, ou seja,
evoluem.
ESTRUTURA DOS VÍRUS

- São constituídos de ácido nucléico (material genético) envolto por proteínas.

- As proteínas que envolvem o material genético formam o capsídeo, que é


formado por subunidades protéicas menores, os capsômeros. O capsídeo pode
atuar na fixação dos vírus na célula-alvo.

- Ao considerar o capsídeo + ácido nucléico, chamamos de nucleocapsídeo.

- Alguns vírus possuem o envelope membranoso


externo, de constituição lipídica, que vem da
membrana plasmática da célula em que ele se
multiplicou.

- Os vírus podem ser de DNA ou RNA (existe vírus


que possui os dois – citomegalovírus).

- A maioria dos vírus de DNA, possuem essa molécula em dupla-hélice, mas


existem vírus de DNA de fita simples.

- De forma semelhante, a maioria dos vírus de RNA apresenta essa molécula em


fita simples, mas em alguns vírus, o RNA é uma fita dupla (exemplo – rotavirus).

- Os vírus de RNA sofrem mais mutações que os de DNA, isso porque a enzima
DNA polimerase é mais eficiente. Está aí um dos motivos de ser mais difícil a
confecção de vacinas para vírus de RNA.

- Alguns vírus de RNA utilizam uma famosa enzima chamada transcriptase


reversa, ou seja, ele produz DNA a partir do RNA, evento contrário ao que é
“comum”. Esses vírus são classificados como retrovírus.

- Vírus que são transmitidos por artrópodes são chamados de arbovirus.

- Assista a aula de vírus e responda: o que é hemaglutinina e neuraminidase?


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Tipos de vírus quanto ao formato do capsideo:

REPLICAÇÃO VIRAL (reprodução)


- Um vírus fora da célula hospedeira é chamado de vírion.
Estratégias virais para entrar em uma célula hospedeira:

a) INJEÇÃO:
Os bacteriófagos, vírus que atacam bactérias,
encaixam suas fibras da cauda na membrana da
bactéria e injetam seu material genético, que
entra “sozinho”. Cápsula fica fora da célula
hospedeira.

b) FUSÃO DO ENVELOPE
Os vírus envelopados, como o da AIDS,
geralmente se fundem a membrana
plasmática da célula hospedeira e assim
ocorre a liberação do material genético para
dentro da célula. Pode ocorrer a liberação do
nucleocapsídeo inteiro.

c) ENDOCITOSE
Alguns outros vírus, como o da gripe, entram por inteiro na célula
hospedeira, por endocitose.
Ciclo reprodutivo dos vírus: bacteriófagos (ou fagos).
Veja a imagem e acompanhe os eventos a seguir.

O ciclo dos bacteriófagos é o mais


importante para você estudar.
É o que mais tem chances de cair,
pois é o mais conhecido.

- Inicia quando o vírus se prende na membrana plasmática da célula procariótica


e injeta seu material genético (no caso, DNA).

- O DNA viral passa a controlar a célula hospedeira fazendo-a produzir proteínas


e DNA viral.

- Bacteriófagos e alguns outros vírus de DNA podem passar por dois processos
em seu ciclo: lítico e lisogênico.

- Ciclo lítico: culmina com a destruição celular, o material genético da


bactéria é destruído, e o material genético da célula passa a ser comandado
pelo genoma viral. São produzidas diversas cópias de DNA viral que se
associam aos capsídeos recém fabricados, formando novos vírus. Eles
rompem a célula (morte celular) e vão em busca de novas células. Esses
vírus são os chamados virulentos.

Ciclo lisogênico: não ocorre a morte celular, nesse tipo de ciclo o DNA viral
se integra ao DNA da bactéria. Opa... Olha que bela estratégia: a bactéria
se divide e consequentemente divide o DNA viral. O material genético
depois de replicado na célula hospedeira (junto ao seu DNA) passa a ser
chamado de provírus e no caso do bacteriófago: prófago. Se o material
genético fica livre no citoplasma da célula, fica inativo e é chamado de
epissomo.
Ciclo reprodutivo de um retrovírus: HIV (AIDS)
Veja a imagem e acompanhe os eventos a seguir.

- O ciclo tem início quando uma glicoproteína do envelope viral se liga a moléculas
receptoras específicas da célula hospedeira.

- Perceba que cada vírus tem afinidade com receptores celulares específicos, por
isso um vírus HIV atacará os linfócitos T auxiliares (também conhecidos por CD4).
Essas células são importantes para a defesa, mas quando vai tentar eliminar o
vírus, ele aproveita e se reproduz. Por isso causa uma deficiência imune na
pessoa portadora.

- O vírus entra pela fusão do envelope na membrana plasmática da célula. O que


entra é o nucleocapsídeo (capsídeo + RNA).

- Ocorre a liberação do material genético viral (RNA) juntamente com a enzima


transcriptase reversa.

- A enzima transcriptase reversa produz DNA com fita dupla, a partir do RNA
viral. Esse DNA de fita dupla irá migrar para o núcleo e se associar ao DNA da
célula hospedeira.
- Nesse momento o provírus pode ficar inativo por algum tempo e se multiplicar
com a célula.

- A célula irá começar a produzir RNA viral (a partir do DNA viral incorporado no
material genético da célula). Esse RNA poderá atuar como RNAmensageiro e
traduzir (formar) mais RNA viral, dando origem a novos vírus, que abandonarão
a célula em busca de outras (geralmente a célula morre após esse processo).

PARTÍCULAS SUBVIRAIS: VIRÓIDES, VIRUSOIDES E PRÍONS


- Viróides: minúsculos segmentos de RNA que ficam alojados no núcleo da célula
hospedeira. Distinguem-se dos vírus por não formarem envoltórios protéicos e
não codificarem proteínas. No entanto o RNA do viróide é capaz de se reproduzir.
Foram encontrados até agora apenas em plantas, causam grande prejuízo a
agricultura. São transmitidos por meio das sementes passando para plantas
descendentes ou por lesões causadas por poda.

- Virusoides: mesmas características dos viroides, mas necessitam da ajuda de


um vírus para se propagar. Se multiplicam apenas quando a célula hospedeira
está infectada por um determinado vírus.

- Príons: moléculas de proteínas infectantes, eles alteram a forma de outras


proteínas, formando um exército infectante dentro do animal doente. Doenças
causadas por príons são conhecidas por encefalites espongiformes, exemplo:
“doença da vaca loca” ou em humanos a insônia familiar fatal (a pessoa morre
porque não consegue dormir).

AULA 3 – DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS:

Principais doenças em humanos:


Vamos falar do que é mais importante entre as principais viroses. Lembre-se de
acompanhar a apostila com a aula, faça anotações complementares.

a) Aids (sida) – síndrome da imunodeficiência adquirida.


- Ataca o sistema imune, a pessoa morre por outra infecção. Pode ficar muito
tempo sem sintomas.
- Agente etiológico: retrovírus envelopado.
- Não tem cura nem vacina.
- Tratamento: coquetéis antirretrovirais.
- Por ser DST, a principal medida é utilização de preservativo.

b) Doenças virais que são transmitidas por Aedes aegypti.


Evitar o mosquito é a forma de prevenir todas essas doenças. Aí são sempre as
mesmas medidas: evitar criadouros para o mosquito (água limpa e parada), usar
telas, repelentes etc.
- Dengue: existe vacina, mas a melhor forma de se prevenir é evitar o mosquito.
- Febre Amarela: causa danos no fígado (por isso a cor amarelada), pode matar.
Tem vacina.
- Chikungunya: causa dores que podem durar meses. Não tem vacina.
- Zica: causa problemas no desenvolvimento do feto (microcefalia). Vacina
ainda em testes.

c) Gripe:
- Ataca as vias respiratórias.
- Agente etiológico: vírus de RNA envelopado, chamado influenza.
- Por ser de RNA sofre muitas mutações, por isso existem variados tipos.
- Tem vacina.

d) Poliomielite (paralisia infantil):


- Tem vacina (gotinha).
- Ataca o sistema nervoso.
- Agente etiológico: vírus de RNA não envelopado.

e) Hepatites infecciosas
- Inflamação no fígado causada por vírus (existe infecções no fígado por outros
motivos).
- Hepatite A: Transmissão fecal-oral.
- Hepatite B: Transmissão – DST, sangue, transplacentária.
- Hepatite C: Transmissão – DST, sangue.
f) Papiloma vírus humano HPV (candiloma acuminado ou crista de galo)
- É uma DST, mas pode ser transmitida também por objetos como toalhas.
- O maior bizú é saber que esse vírus é associado ao câncer de colo do útero e
tem vacinação contra ele.

g) Outras viroses
Raiva, herpes, catapora, caxumba sarampo, rubéola, varíola.
Dica: pesquise sobre a descoberta da vacina pelo médico Edward Jenner.

AULA 4 - OS PROCARIONTES: BACTÉRIAS, CIANOBACTÉRIAS E ARQUEAS

Organismos de células procariontes pertencem a dois domínios: Archaea e


Bactéria (veja módulo anterior). Vamos estudar cada um deles.

DOMÍNIO BACTERIA
Lembre-se que esses organismos podem ser considerados como reino Monera.
São as bactérias e as cianobactérias.

BACTÉRIAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
- Células muito simples (procarióticas).
- São unicelulares.
- Podem viver em colônias.
- Representantes: bactérias e cianobactérias.
- Autótrofos ou heterótrofos.
- Aeróbicas ou anaeróbicas.
Importância das bactérias:
- Saúde pública (doenças, produção de antibióticos, etc).
- Alimentos (iogurte, queijos, vinagre).
- Estética (toxina botulínica - botox).
- Microbiota.
- Fertilização do solo (ciclo do nitrogênio).
- Associação com outros seres vivos: fixação do nitrogênio direto para as
leguminosas – bactérias do gênero Rhizobium.
- Biotecnologia.
ESTRUTURA:
- Possui membrana plasmática, no seu interior tem o citoplasma.

- Não possui organelas (ribossomos são considerados organela por alguns


autores).

- Como não possui organela, não possui núcleo.

- Mesossomo: dobramentos da membrana plasmática (estrutura ainda em


discussão).

- possuem ribossomos, que são responsáveis pela produção de proteínas na


célula.

- Material genético constituído por uma única molécula de DNA circular (portanto
tem apenas um cromossomo), encontrado na região conhecida por nucleoide.

- Plasmídeo: pequena molécula circular de DNA extra com função relacionada a


resistência bacteriana. Não é fundamental para a vida da bactéria.

- Além da membrana plasmática, as bactérias quase sempre possuem parede


celular, que confere rigidez e proteção para a célula, essa parede celular é
constituída de peptídeoglicano.

- Muitas bactérias possuem flagelos, que permite a movimentação da célula.


Esses flagelos são diferentes dos flagelos de células eucarióticas, na sua base
existe uma espécie de “motor molecular”, semelhante aos motores elétricos e
pode girar a uma incrível velocidade de 15 mil rotações por minuto, gerando o
movimento do flagelo.

- Algumas bactérias apresentam cápsula bacteriana, uma cobertura gelatinosa


externa a membrana plasmática. Dependendo da bactéria ela pode ser de
polissacarídeos, proteínas ou ambos. Em algumas bactérias patogênicas essa
cápsula pode dificultar sua fagocitose e consequentemente aumentar sua
virulência, exemplo: Streptococcus pneumoniae (causam pneumonia), mas
algumas linhagens dessa bactéria não possuem cápsula, e não causam
pneumonia.
- Pili (fímbrias): local por onde ocorre troca de material genético de bactérias.

Partes básicas de uma bactéria em duas perspectivas


CLASSIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS.

Quanto as formas mais frequentes:


- Coco: forma esférica – bactérias que causam pneumonia ou meningite.
- Bacilo: forma de bastão – bactérias causadoras da tuberculose e os lactobacilos.
- Espirilo: forma espiralada – bactéria causadora da sífilis.
- Vibrião: forma de vírgula – bactéria causadora da cólera.

Quanto aos agrupamentos mais frequentes:


- Diplococos: dois cocos unidos.
- Sarcina: oito cocos formando um cubo.
- Estreptococos: cocos alinhados formando
uma cadeia semelhante a colares.
- Estafilococos: cocos unidos como cacho de
uva.
- Diplobacilos: Bacilos reunidos dois a dois.
- Estreptobacilos: bacilos alinhados em cadeia.

Alguns exemplos de
agrupamentos de bactérias.
Quanto as características nutricionais
Podem ser autotróficas ou heterotróficas:
- Heterotróficas: obtém seu composto orgânico a partir de outros seres vivos.
Nesse caso podem ser consideradas parasitas (patogênicas) ou decompositoras.
-Autotrófica: sintetizam seu próprio material orgânico para dele produzir energia.
Podem ter dois tipos: fotossintetizantes ou quimiossintetizantes (rever aulas de
fotossíntese e quimiossíntese para lembrar o processo).
A combinação entre as duas características, permite a classificação das bactérias
em quatro grandes grupos, veja:

Entenda:
Fotoautotrófica – Produzem compostos orgânicos a partir da fotossíntese, na
presença de luz.

Foto-heterotrófica – Precisam da luz para fonte de energia, mas não conseguem


converter o CO2 em moléculas orgânicas, então absorvem compostos orgânicos
do meio. Essas bactérias normalmente vivem em ambientes com pouco oxigênio
como as Rhodopseudomonas.

Quimioautotrófica - Oxidação de compostos inorgânicos. Exemplo: Nitrosomonas


e Nitrobacter.

Quimio-heterotróficas – São as mais comuns, absorvem compostos orgânicos do


meio ambiente e com reações químicas convertem elas em energia. Podem ser
saprófagas (decompositoras) ou parasitas.
Saprófagas: importantes na reciclagem da matéria.
Parasitas: causam doença em organismos.
Ainda quanto as bactérias quimio-heterotróficas, elas podem ser:
- Bactérias aeróbias: só sobrevivem na presença de O 2 .

- Bactérias anaeróbias: sobrevivem apenas na ausência de O 2 . É o caso das


famosas bactérias do gênero Clostridium, causadoras do tétano e do botulismo,

- Bactérias anaeróbias facultativas: utilizam O 2 , mas sobrevivem na falta dele,


fazendo fermentação.

REPRODUÇÃO DAS BACTÉRIAS


- ASSEXUADA
a) Divisão binária – conhecida também por fissão, bipartição ou cissiparidade.
A bactéria duplica seu cromossomo e se divide ao meio, gerando duas
bactérias novas com o mesmo material genético da célula mãe. Em condições
ideais algumas bactérias completam sua divisão binária em 20 minutos. Em
poucas horas uma colônia com milhares de bactérias pode ser formada, todas
são clones.

b) Esporulação (endósporos Bacterianos)


Em condições adversas, algumas bactérias produzem
endósporos, uma forma de vida latente, ou seja, não
realiza reações metabólicas e sobrevive a condições
adversas por muitos anos.
Esse processo é chamado de esporulação ou
esporogênese. Ele ocorre com a duplicação do
cromossomo que se isola do resto da célula e é envolvido
por uma membrana plasmática que em seguida é
revestida por uma parede espessa formando assim o
endósporo. O restante da célula é degradado. Em
condições novamente favoráveis, o endósporo hidrata-se,
sua parede se rompe e é formada uma nova célula.
SEXUADA - Recombinação genética em bactéria
a) Transformação: uma bactéria assimila DNA de outra. Essas bactérias
conseguem adquirir trechos de moléculas de DNA dispersos no meio e
incorporá-los ao seu DNA. Elas ficam, então, com constituição genética
modificada e são chamadas de transformadas.

b) Transdução: envolve o vírus bacteriófago, que transfere fragmentos de


DNA de uma bactéria para outra, duratan te a infecção.

c) Conjugação: pedaços de DNA são passados


diretamente de uma bactéria doadora
(“macho”), para uma receptora (“fêmea").
Isso acontece através do pili, que as bactérias
"macho" possuem em sua superfície.
COLORAÇÃO DE GRAM

Baseia-se na coloração que as bactérias podem adquirir com a técnica Gram.


Bactérias podem ser gram-positivas ou gram-negativas.

1°- É realizada a coloração primária utilizando o Cristal Violeta, no qual o


corante púrpura irá impregnar todas as células;

2° - A lâmina é lavada e recoberta com Iodo (mordente);

3° - Na próxima etapa, o esfregaço receberá uma solução descolorante


de álcool-cetona, que irá remover a cor púrpura apenas de bactérias Gram
negativas;

4°- Por fim, após o enxágue da lâmina, a mesma será recoberta com Safranina.
Ao final de todas as etapas, o esfregaço será lavado e seco, para posterior análise
em microscópio.
As bactérias Gram positivas, por possuírem uma parede celular mais espessa
contendo peptidioglicanos, não são descoradas ao entrarem em contato com o
álcool-cetona, por isso retêm a coloração roxa/azul

Esta coloração tem uma grande importância médica, uma vez que é capaz de
fornecer informações para o tratamento de doenças, pois identifica o tipo de
bactéria.

CIANOBACTÉRIAS

Cianobactérias são procariontes e possuem clorofila,


portanto são todas autotróficas fotossintetizantes.
Mas cuidado para não confundir, por serem
procariontes não possuem cloroplasto, a clorofila fica
dispersa no citoplasma em lamelas
fotossintetizantes, que são ramificações da
membrana plasmática.
Seus fósseis mais antigos são conhecidos por estromatólitos.

Estromatólitos são rochas formadas pela


decomposição de substâncias como
carbonatos, produzido pelas cianobactérias
que viveram aproximadamente a 2,7 bilhões
de anos.

As cianobactérias se reproduzem por fissão binária (assim como as bactérias -


estudado anteriormente). Em situações extremas, elas também podem formar
esporos. Não se conhece nenhum tipo de reprodução sexuada (recombinação
genética) entre as cianobactérias.

DOMÍNIO ARCHAEA

ARQUEAS

Na classificação dos cinco reinos, as arqueas estão incluídas no


reino Monera, mas como vimos na aula sobre os três domínios,
esses organismos são mais semelhantes bioquimicamente com
os eucariontes, do que com as bactérias. Por isso foi feito um
domínio exclusivo para as arqueas, o domínio Archaea.

As arqueas são procariontes e não possuem peptidoglicano na parede celular.


Elas são conhecidas por viverem em ambientes extremos e, portanto, são
chamadas de extremófilos. Vivem em locais com alta temperatura como em
fendas vulcânicas submarinas.

Classificação quanto ao comportamento:

- Halófilas: vivem em ambientes com alta concentração de sal, como no Mar


Morto. A maioria das arqueas halófilas são aeróbias fotossintetizantes.

- Termófilas: vivem em ambientes com alta temperatura, como em gêiseres ou


fendas vulcânicas submarinas. Elas realizam quimiossíntese.

- Metanogênicas: vivem em regiões pantanosas, lodos, esgotos e interior de


tubos digestivos de animais herbívoros e cupins, onde produzem metano. São
anaeróbias estritas, utilizam CO 2 para oxidar o H 2 , produzindo metano.
AULA 5 - DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS

Lembre-se que a minoria das bactérias causam doenças. Para essas doenças você
tem que saber que existe o antibiótico. Para algumas doenças como o tétano e o
botulismo, existe soro, que age rapidamente para neutralizar a ação da toxina
liberada por essas bactérias. Veremos a seguir as principais doenças causadas
por bactérias. É importante você acompanhar com a aula e fazer anotações, é
recomendado também ler mais sobre as diferentes doenças, atualize-se. 

TUBERCULOSE

- Causada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis).

- Acomete o sistema respiratório.

- Tem cura, porém ainda é elevada a taxa de mortalidade. Antes da descoberta


do antibiótico, essa doença era um grande problema.

- Transmissão por gotículas de saliva, tosse e espirro.

- Tem vacina.

HANSENÍASE (LEPRA)

- Causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae), uma bactéria parasita


intracelular obrigatória.

- O termo lepra é inadequado (sugestão do Ministério da Saúde).

- Baixa transmissibilidade.

- Contágio se da pela saliva, tosse ou espirro.

- Causa lesões cutâneas e pode comprometer nervos.

- Tem vacina.

- Pessoas doentes devem ser tratadas com antibióticos.


TÉTANO

- Doença grave causada pela bactéria Clostridium tetani (anaeróbia obrigatória,


assim como todas as outras do gênero Clostridium).

- Não é transmitido de pessoa a pessoa.

- Bactéria é encontrada principalmente no solo, em uma lesão profunda ela


penetra e passa a se dividir, pois encontra ambiente adequado na lesão (sem
O 2 ).

- Bactéria inicia sua multiplicação no tecido necrosado da pessoa e passa a liberar


a toxina, que impede o relaxamento muscular e causa a tetania.

- Sem tratamento mata na maioria das vezes.

- Tem vacina.

BOTULISMO

- Causada por uma bactéria do mesmo gênero que a do tétano (Clostridium


botulinum), portanto ela é anaeróbica obrigatória.

- Ela se multiplica em ambientes sem O2, como enlatados.

- Ao ingerir o alimento contaminado pela toxina a pessoa fica doente.

- Alta mortalidade, gera a paralisia flácida.

- Para prevenir: cuidado com enlatados estufados!

- A toxina botulínica é usada (controlada) para diminuir as rugas (botox), pois


ela causa o relaxamento muscular.

PNEUMONIA BACTERIANA

- Doença infecciosa que acomete o sistema respiratório.

- Pode ser provocada por diversas espécies de bactérias.

- A principal é a Streptococcus pneumoniae.

- Tem vacina.
- Contágio pela saliva, tosse, espirro.

- Importante evitar locais fechados.

MENINGITE BACTERIANA

- Infecção por bactérias nas meninges que protegem o sistema nervoso central.

- Meningite bacteriana é mais forte que a viral. É grave e pode matar ou causar
sequelas.

- Pode ser causada por diversas espécies de bactérias. As mais comuns são
Neisseria meningitidis, Mycobacterium tuberculosis, Haemophilus influenzae e
Streptococcus pneumoniae.

- Contágio se dá por gotículas de saliva, tosse e espirro.

- Tem vacina para as principais bactérias causadoras.

- Tratamento deve ser feito imediatamente utilizando antibióticos específicos.

CÓLERA

- Infecção intestinal causada pala bactéria Vibrio cholerae.

- Causa grave desidratação pela abundante diarréia. Podendo o doente eliminar


até dois litros de água por hora!

- Transmissão se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados.

- Higiene pessoal, saneamento básico e tratamento dos doentes estão entre as


principais medidas de profilaxia.

PESTE BULBÔNICA

- Causada pela bactéria Yersinia pestis.

- Doença histórica e muito grave, na idade Média matou um terço da população


européia. Na época era chamada de peste negra, devido a manchas escuras que
causam na pele.
- A bactéria é transmitida pela picada de uma pulga (vetor), que pica ratos, fica
com a bactéria e pica os humanos, transmitindo.

- Tratamento feito com antibióticos.

- Melhor maneira de evitar é fazendo tratamento de esgoto e evitando lixos na


cidade.

FEBRE MACULOSA

- Transmitida pela picada do carrapato-estrela (vetor).

- A chance de óbito pode chegar a 70%.

- Para evitar a doença, devemos evitar o contato com o carrapato.

Sabia que o professor Samuel Cunha esteve no programa É de Casa da rede globo
falando sobre como evitar picadas de carrapato? Assista e se aprofunde no
assunto.

http://gshow.globo.com/tv/noticia/2016/10/biologo-explica-como-se-proteger-
dos-carrapatos-no-e-de-casa.html

LEPTOSPIROSE

- Zoonose com ampla distribuição.

- Roedores são os principais hospedeiros, mas acomete o homem, cães, coelhos


etc.

- Transmissão principalmente pelo contato com a urina do gato.

- Problemas com enchentes.

- Evitar contato com água de enchentes, controle de roedores, consumir água


potável.
SIFILIS

- É uma DST.

- Provoca lesões na pele e genitais.

- Evolução lenta, mas muito perigosa. A sífilis primária causa uma lesão chamada
de cancro duro, que em alguns dias some, mas a pessoa não está curada. Em
alguns meses (ou até anos) aparece a sífilis secundária, caracterizada por lesões
na palma das mãos e pés. Se não tratada, ela desaparece, mas pode voltar como
sífilis terciária, acarretando lesões nos órgãos internos, inclusive no sistema
nervoso.

- Usar preservativo é a prevenção mais adequada.

- Pode ser transmitida, também, por transfusão de sangue ou transplacentária.

Outras doenças bacterianas para você estudar: Gonorreia e desenteria


bacteriana.

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