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Taxonomia Bacteriana

Coco: forma esférica - Staphylococcus


introdução
Bacilo: forma de bastonete - Bacillus
A bacteriologia é uma ciência, ramo da Biologia, que
estuda as bactérias e suas propriedades. Preocupando- Vibrião: forma de vírgula - Vibrio
se com a forma, a estrutura, a reprodução, a fisiologia,
o metabolismo e sua identificação. Espiroqueta: forma de espiral – Leptospira

Os microrganismos são responsáveis pela manutenção


da vida na Terra, devido as importantes funções que
desempenham:

o Ciclagem de elementos através da degradação


da matéria orgânica
o Benefício/prejuízo a saúde do homem, animais
e outros seres vivos
o Participação nas atividades produtivas da vida
do homem

Em 1683, Lewwenhoek observou o que viriam a ser os


protozoários, seres que se moviam microscopicamente
e que, por possuir vida, foram denominados 2. PROPRIEDADES TINTORIAIS:
animáculos.
Gram Positivas: possuem camada externa de
No século XIX, a microbiologia moderna se iniciou com peptideoglicanos que mantém o corante, corando-se
Pasteur e Koch, que descobriram leveduras da de roxo.
fermentação do vinho e bactérias do campo,
respectivamente. Gram Negativas: possuem camada externa formada de
lipopolissacarídeo, que descora com o álcool e ficam
Taxonomia e filogenia coradas de rosa por não ‘’segurarem” o corante.

Taxonomia bacteriana é a classificação e a identificação BAAR: bacilos álcool ácido resistentes, micobactérias
de bactérias pré-existentes ou novas, usando-se como que possuem parede celular espessa e resistente.
critério, provas fenotípicas e/ou genotípicas.
Não se coram pelo Gram: pois não possuem parede
É uma tentativa dos cientistas de agruparem de forma celular, como as micoplasmas.
organizada os microrganismos existentes na natureza
com características similares. 3. TIPAGEM ENZIMÁTICA:

Classificação das bactérias São testes bioquímicos que definem o tipo de


metabolismo das bactérias.
As bactérias são organismos unicelulares procariontes
que estão incluídos no Domínio Archaea e Bacteria. Pesquisa de coagulase: a presença desta enzima indica
patogenicidade. Na presença de plasma, os produtores
Segundo a classificação de Whittaker de cinco reinos, de coagulase (como o Staphylococcus aureus) vão
ao Reino Monera. desencadear os mecanismos da coagulação.

1. MORFOLOGIA BACTERIANA: Pesquisa de enzimas hidrolíticas: aplicação na


caracterização de espécies do gênero Streptococcus,
alguns dos quais elaboram enzimas hemolíticas.
Citologia Bacteriana
introdução As gram-positivas possuem a camada de
peptideoglicano mais espessa. Já a parede celular de
A célula bacteriana apresenta diferenças quando bactérias gram-negativas possui fina camada de
comparada com a célula animal, uma vez que: peptideoglicanos e membrana externa com
particularidades:
o Não possui núcleo: material genético livre no
citoplasma (nucleoide) o LPS: função de adesão e de endotoxina
o Genoma composto por apenas um cromossomo o Espaço periplasmático: local de armazenamento
o Monomórficas de metabolismo entre peptideoglicano e
o Apenas ribossomos como organela membrana plasmática
o Capacidade reprodutiva através da mitose
Coloração: o corante cristal violeta é adicionado e se
liga igualmente as duas GRAMs. Adiciona-se então
lugol, outro corante que cria ligação estável entre o
cristal violeta e o peptideoglicano das bactérias gram-
positivas. Porém, ele fixa pouco nas gram-negativas,
pois sua camada de peptideoglicanos é fina e ainda há
uma membrana externa sobre.

Álcool é adicionado, lavando o cristal violeta,


principalmente das bactérias gram-negativas (que não
formam complexo estável). O contra corante é
adicionado, e as bactérias gram-negativas perdem a
coloração. Um contra corante – fucsina – é adicionado
e deixa as bactérias gram-negativas rosas.
Estruturas celulares
2. MEMBRANA CITOPLASMÁTICA:
1. PAREDE CELULAR:
Bicamada fosfolipídica exterior ao citoplasma e interna
Estrutura externa a membrana plasmática. Confere
a parede celular. Composta quimicamente por
rigidez e forma a bactéria, protege contra lise osmótica
fosfolipídios e proteínas.
e serve de suporte aos agentes somáticos bacterianos
(flagelos, fímbrias e proteínas de superfície). Possui proteínas inseridas e cátions de magnésio e
cálcio. Não possui esteróis, com exceção das
A célula bacteriana é um meio muito concentrado,
micoplasmas e ureaplasmas.
principalmente por proteínas, e assim tem tendência a
absorver muita água e poder gerar sua lise. Alguns o Coordena todo e qualquer transporte de solutos
tipos diferentes de parede celular geram doenças
através de suas proteínas carreadoras – toda
diferentes.
energia é destinada a divisão celular
É composta tipicamente por peptideoglicano
o Produz energia: transporte de elétrons e
(mureína) que é a junção de três compostos:
fosforilação oxidativa
o N-acetilglicosamina (NAG) o Excreta exoenzimas hidrolíticas
o N-acetilmurâmico (NAM)
o Promove a divisão celular e biossíntese da parede
o Pentapeptídeo precursor

Micoplasma e uroplasma não possuem parede celular.


3. CITOPLASMA: Monotríquio

Envolto pela membrana citoplasmática e sem


citoesqueleto, é um fluido com organelas da bactéria, Lofotríquio
incluindo material genético. Composto 80% de água e
20% de lipídeos, proteínas, polissacarídeos, moléculas Anfitríquio
de baixo peso molecular e nucleotídeos. Possuindo:

o Nucleoide: DNA Cromossomial Anfilotríquio


o Plasmídeos: DNA extracromossomial
o Ribossomos
Peritríquio
o Mesossomos
o Inclusões citoplasmáticas
A estrutura flagelar
3.1 NUCLEOIDE: envolve base (fixa o
flagelo na parede
Contém a informação genética essencial para celular), gancho (liga
sobrevivência e reprodução bacteriana: um único DNA a base ao filamento)
circular super-enovelado que não está separado por e filamento (flagelo
membrana nuclear propriamente dito).

o Exceções: Barrelia (linear) e Rhodobacter (2 Há um motor basal


cromossomos) que irá fazer os
movimentos circulares e de rotação do flagelo para que
3.2. PLASMÍDEO: a bactéria possa fazer propulsão.

Informação genética adicional que pode apresentar 5. PILI/FÍMBRIAS:


resistência a antimicrobianos e virulência, por
exemplo. Os plasmídeos são capazes de se Projeções finas, curtas e mais numerosas na superfície
autorreplicar. de algumas bactérias, compostas de proteínas (pilinas).
Servem como antígenos de adesão.
3.3. RIBOSSOMOS:
o Fímbrias: aderência das bactérias às células
Responsáveis pela síntese de proteínas, o ribossomo hospedeiras
está presente em grande número no citoplasma o Pili sexuais: fixação entre células bacterianas para
conferindo aparência granular a ele. Compostos 60% conjugação
de RNAr e 40% de proteínas acessórias.
6. CÁPSULA:
3.4. GRÂNULOS E INCLUSÕES CITOPLASMÁTICAS:
Camada condensada e bem definida que circunda a
Substâncias de reserva de nutrientes (amido,
célula. Serve de proteção contra fagocitose (ácido
glicogênio nas enterobactérias, polifosfatos) e
hialurônico), aderência a superfície da célula
subunidades de macromoléculas que servirão de
hospedeira e proteção contra dessecação.
matéria prima para a formação de estruturas.
7. ENDOSPORO:
4. FLAGELOS:
A bactéria em situação adversa vira endósporo até
Apêndices longos e finos facultativos, com origem na
encontrar um hospedeiro ou meio favorável e voltar a
membrana celular. Compostos de proteínas (flagelina),
sua forma vegetativa. O endósporo possui parede
é um órgão de locomoção altamente antigênico (H).
celular mais espessa, logo, resistente.
Geralmente observados em gram-negativas.
Genética Bacteriana
nucleoide 2. TRANSPOSONS:

Contém a informação genética essencial para Segmentos de DNA que podem saltar ou auto
sobrevivência e reprodução bacteriana: um único DNA transferir-se de uma molécula de DNA para outra.
circular super-enovelado que não está separado por
membrana nuclear como nos animais. Nunca estão soltos na natureza e se encontram sempre
inseridos em genomas (bacteriano ou do plasmídeo).
O DNA é circular para determinar quantidade de Não são autorreplicáveis: replicam-se junto com DNA
transcrições, a fim de evitar transcrição a vida toda. receptor.

Os genes estão organizados em operon que são A inserção do transposon na sequência específica evita
unidades funcionais do genoma, com objetivo de que a inserção aleatória possa alterar a transcrição de
diminuir o gasto de energia. genes fundamentais à vida da bactéria – genes de
resistência.
Operon tem região promotora que a RNA polimerase
se encaixa, ao lado tem região opressora que é Transferência vertical - mutações
repressora de operon com a finalidade de impedir
transcrição em ambientes inapropriados. Quando o Alteração hereditária na sequência de bases do DNA
ambiente está propício para a divisão bacteriana, que gera variações no material genético das bactérias.
sinalizações externas inativam a região opressora. Gera transferência vertical de genes. Pode ser:

1. ESPONTÂNEA:
Elementos genéticos móveis
Não fazem parte do cromossoma bacteriano e podem Caracterizada por erros na replicação do DNA, ocorre
ser trocados entre bactérias. em baixa frequência, porque é ao acaso.

1. PLASMÍDEOS: 2. INDUZIDA:

Possuem material genético que codifica enzimas que o Agentes mutagênicos químicos: ex. análagos de
permitem a sua replicação independentemente do bases.
cromossomo bacteriano. São, portanto, moléculas de o Agentes físicos: ex. radiações
DNA de fita dupla circulares que se replicam o Agentes biológicos: ex. transposons, que podem
independente do cromossoma. pular até errar, carregando uma base a mais sem
querer e alterando a leitura dos códons da bactéria
Carregam informação genética adicional (ex.
resistência antimicrobiana, virulência) e são 3. PONTUAL:
característicos do indivíduo, não da espécie ou gênero.
Ocorre em apenas um ponto do material genético
Plasmídeo promícuos é aquele que consegue ser bacteriano.
transferido entre bactérias de diferentes espécies.
Mutações mais significativas envolvem deleção,
É um elemento genético móvel por ser trocado entre substituição, inserção ou inversão de bases. A mutante
bactérias, sendo esse seu mecanismo conservativo na tem o genótipo diferente da célula parenteral
natureza. A conjugação é o principal mecanismo de (selvagem).
transferência de plasmídeos entre bactérias.
Se a mutante possui genótipo diferente da célula
Transferência horizontal de genes parenteral e o mesmo fenótipo a mutação é silenciosa.
1. CONJUGAÇÃO: partícula transdutora é o vírus defectivo. É a
transferência de baixa frequência.
É a transferência de genes – plasmídeos – que envolve
o contato entre duas células: receptora (fêmea) e Transdução especializada: vírus temperados (bactérias
doadora (macho). Aumenta a resistência com o vírus latente em seu genoma, com capacidade
antimicrobiana. em se ligar em um setor específico do genoma
bacteriano) sofrem divisões e em algum momento a
Plasmídeos conjugativos são os que possuem o Fator F bactéria morre, deixando livres o corpo e o DNA viral e
e, assim, são capazes de estimular a produção de bacteriano. Quando infecta o DNA da nova bactéria o
feromônios e do pili sexual, que irá agir como DNA da célula receptora irá receber DNA bacteriano.
comunicação entre os citoplasmas bacterianos para
permitir a passagem dos plasmídeos. O vírus possui ciclos de vida, podendo este ser LÍTICO:
infectam bactérias, material genético é replicado, seu
A célula doadora somente deve possuir os plasmídeos maquinário é sintetizado, aumenta a concentração de
conjugativos para transferir os genes a célula partículas virais e isso gera lise da célula com
receptora. extravasamento das partículas.

Na conjugação de bactérias gram-negativas: bactéria Ou LISOGÊNICO: infectam bactérias, mas não se


com o plasmídeo conjugativo (doadora) produz replicam, e sim se inserem em região do genoma
feromônios e atrai célula receptora que é sensível ao bacteriano. Assim, quando houver divisão celular
feromônio estimulado pelo plasmídeo F. Neste caso, há bacteriana o vírus ou PRÓ-FAGO será replicado.
formação do pili sexual.
Radiação UV induz a saída do vírus do estágio
Já na conjugação das gram-positivas não há formação lisogênico ao lítico.
de pili sexual: feromônios são produzidos pela célula
receptora e a troca de material genético ocorre pela
fusão das paredes celulares.

2. TRANSFORMAÇÃO:

DNA na forma livre é incorporado por uma célula


receptora. receptor. Há troca de material genético
entre bactéria morta (célula doadora de material
genético) e viva.

A competência envolve ter proteínas específicas para


captação e processamento do DNA livre, ter o
maquinário específico que permite aquela bactéria ler
e aproveitar o DNA daquela que morreu.

3. TRANSDUÇÃO:

Transferência de DNA de uma célula para outra por


meio de um vírus (fago ou bacteriófago). Ocorre em
bactérias Gram-negativas, mas nem em todas as Gram-
positivas.

Transdução generalizada: DNA derivado de qualquer


região do cromossoma que substitui o genoma viral. A
Fisiologia Bacteriana
introdução Classificação quanto a fonte energética
O crescimento e a divisão celular bacteriana 1. FOTOTRÓFICAS:
necessitam de um ambiente propício com todos os
constituintes químicos e físicos necessários para o seu Bactérias que obtêm energia proveniente da energia
metabolismo. Cada espécie possui necessidades luminosa: fotossintetizantes.
específicas de: nutrição, crescimento e multiplicação.
o Clorofila A: oxigênio como produto no final da
A nutrição bacteriana estuda fatores químicos cadeia energética;
necessários para a sobrevivência e o crescimento da o Bacterioclorofila: enxofre como produto no final da
população bacteriana, tanto no ambiente natural cadeia energética.
quanto em meios de cultura artificiais.
2. QUIMIOTRÓFICAS:
O estudo do metabolismo bacteriano contempla as vias
metabólicas bacterianas de obtenção de energia e Bactérias que obtêm energia através das reações de
biossíntese de compostos estruturais. oxirredução na cascata metabólica. Maioria das
bactérias.
nutrição
o Litotróficas: comedoras de terra;
As estruturas bacterianas são formadas por o Organotróficas: carboidratos de compostos
macromoléculas, como proteínas, lipídeos, ácidos orgânicos.
nucleicos e os precursores destas macromoléculas são
encontrados no ambiente ou sintetizados pela bactéria Classificação quanto a fonte de carbono
a partir de compostos mais simples.
1. AUTOTRÓFICAS:
Nutrientes, substâncias ou elementos são retirados do
Bactérias que utilizam compostos inorgânicos como
ambiente e usados para fazer novos componentes
fonte de carbono, CO2 por exemplo.
celulares ou obter energia:
2. HETEROTRÓFICAS:
o Macronutrientes: necessários e essenciais em
grandes quantidades para as bactérias. Ex: Bactérias que utilizam compostos orgânicos como
carbono. fonte de carbono, carboidratos principalmente.

o Micronutrientes: necessários, porém em frações A maioria das bactérias que serão estudadas por
menores e variadas (sempre na forma inorgânica) veterinários são quimioheterotróficas.
o Fatores de crescimento: compostos indispensáveis
Classificação quanto a fonte de nitrogênio
para o crescimento e sobrevivência que as
1. FIXADORAS DE NITROGÊNIO: Simbiose com
bactérias não são capazes de sintetizar
leguminosas para fixar nitrogênio atmosférico
(Azotobacter e Rhizobium).
O sucesso do crescimento bacteriano se dá através do
equilíbrio entre a fonte de energia, os substratos e os 2. COMPOSTOS INORGÂNICOS: sais de amônio e
fatores ambientais. nitrato.

3. COMPOSTOS ORGÂNICOS: aminoácidos que


contenham nitrogênio.
Fatores ambientais (físicos)
1. TEMPERATURA:

Psicrófilas: contaminam alimentos mesmo nas


geladeiras. -10 a 20°C (temperatura ideal 15°C).

macronutrientes Psicrotróficas: também crescem em baixas


temperaturas, porém não tão baixas quanto os
Carbono é o principal constituinte celular da bactéria, psicrófilas. 0 a 30°C (temperatura ideal 25°C).
presente na composição de todas as moléculas
orgânicas. Mesófilas: a maioria é patogênica e se desenvolve em
temperatura ambiente. 30 e 37°C.
Oxigênio é o receptor final dos elétrons no Ciclo de
Krebs e aceptor de elétrons no final da cadeia Termófilas: 45 a 70°C.
respiratória.
Hipertermófilas: desenvolvem-se em ambientes
Nitrogênio é o constituinte proteico e de ácidos inóspitos. Maior que 80°C.
nucleicos, funciona como cofator enzimático.
2. pH:
Hidrogênio mantem o pH, está presente em todo o
material celular e promove equilíbrio osmorregulador. Acidófilas: pH < 5. Bactérias que se mantém em pH
ácido. Por exemplo: bactérias fermentadoras, lácticas
Fósforo constitui fosfolipídios, lipopolissacarídeo, e propiônicas (do rúmen).
ácido teicóico das bactérias gram-positivas e fosforila
glicose para que ela entre na célula. Neutrófilas: pH entre 5 e 9. Bactérias que se mantém
em pH neutro. São de maioria patogênicas.
micronutrientes
Alcalófilas: pH > 9. Bactérias que se mantém em pH
Encontrados sempre na forma inorgânica, nas alcalino.
bactérias são componentes estruturais, cofatores de
enzimas e são osmorreguladores. Em um pH desfavorável, ocorre a lise celular devido ao
desequilíbrio eletrostático. Nos meios de cultura, usa-
o Zinco se tampões para manter o pH do meio sobre controle,
o Manganês próximo a neutralidade, favorecendo assim o
o Cobre crescimento bacteriano.
o Ferro
3. OXIGÊNIO:
Fatores de crescimento
Aeróbios Obrigatórios: dependem totalmente do
Os fatores de crescimento são fatores indispensáveis oxigênio para o seu crescimento, toleram altas
para o crescimento bacteriano, e que muitas vezes as concentrações de oxigênio com alto ganho energético.
bactérias não conseguem sintetizar e precisam adquirir Porém, há um alto acúmulo de radicais tóxicos, para
do meio ambiente. isso precisam de maquinário (enzima catalase) para
neutralização dos superóxidos.
o Purinas, primidinas, aminoácidos e vitaminas.
Anaeróbios Obrigatórios: crescem somente na
Quando estão in vivo adquirem estes dos tecidos e ausência do O2, sendo que o seu crescimento pode até
fluidos dos seus hospedeiros. ser inibido na presença desta molécula (não produzem
as enzimas que lidam com os radicais livres).
Quando estão in vitro adquirem estes do meio artificial
em que foram semeadas: extrato de levedura, de
carne, sangue etc.
Anaeróbios Facultativos: podem crescer tanto na Halófilos: precisam de íons de sódio para o seu
presença quanto na ausência dele. Na presença fazem crescimento, podem ser:
respiração aeróbia e na ausência fazem fermentação
(possuem enzimas que lidam com os radicais tóxicos). o Halófilos brandos: precisam de baixas
concentrações de NaCl – 1 a 6%.
o Localizam-se por toda a cultura, mas preferem o Halófilos moderados: precisam de uma
as regiões próximas do oxigênio pois poderão concentração moderada de NaCl – 6 a 15%.
fazer o metabolismo oxidativo e obter mais o Halófilos extremos – precisam de altas
energia. concentrações de NaCl para o seu crescimento
– 15 a 30%.
Microaerófilos: crescem em baixas concentrações de
oxigênio, entre 5 e 10%. Se a concentração for menor, Vias de obtenção de energia
não há crescimento, se for maior é tóxico para a célula
bacteriana – produção de enzimas não é tão grande. 1. FERMENTAÇÃO:

o O Jarro de Microaerofilia deixa o ambiente A fermentação é um processo de produção de energia


entre 5 a 10% de oxigênio. em anaerobiose baseada na quebra da glicose em
piruvato.
Anaeróbias Aerotolerantes: não utilizam oxigênio para
promover crescimento, mas sua presença não causa As reações de oxirredução acontecem no citosol e a
toxicidade nem interferência no seu metabolismo. O produção de ATP é ao nível de substrato: menor
local de crescimento na cultura, de acordo com rendimento energético e não há cadeia transportadora
proximidade ou distância do oxigênio em nada irá de elétrons.
interferir.
2. RESPIRAÇÃO AERÓBICA:
o A presença das enzimas capazes de reduzir
Processo em que os compostos orgânicos são
superóxidos – superóxido desmutase e
completamente degradados e o oxigênio é o aceptor
catalase – leva a existência de bactérias
final de elétrons. Alto ganho de ATP – fosforilação
aerotolerantes.
oxidativa.

3. RESPIRAÇÃO ANAERÓBICA:

Processo em que os compostos orgânicos são


completamente degradados, porém o aceptor final de
elétrons não é o oxigênio e sim outra molécula
inorgânica.

O rendimento de ATP não é tão alto quanto da


4. Osmolaridade: respiração aeróbica, devido a somente uma parte do
ciclo de Krebs funcionar em anaerobiose.
Bactérias em solução hipotônica podem ter muito
influxo/absorção de líquidos e se romperem, e em
solução hipertônica ela pode perder muitos líquidos,
secar e não sobreviver.

Halotolerante: conseguem suportar altas


concentrações de sal no ambiente, embora ele não seja
necessário para o seu crescimento.

Não Halófilos: não precisam ou não suportam NaCl.


Metabolismo Bacteriano
introdução Curva de crescimento populacional

Metabolismo é o conjunto de reações químicas em um 1. FASE DE ADAPTAÇÃO OU FASE LAG:


organismo. O catabolismo envolve a quebra de
macromoléculas em compostos menores e menos Fase que pode existir ou não. Ao chegar em um novo
energéticos enquanto o anabolismo envolve a síntese ambiente, a bactéria precisa se adaptar as condições
de macromoléculas a partir de compostos menores. oferecidas por esse meio.

O crescimento microbiano é sempre populacional, Nesse estágio, não há crescimento bacteriano, ou se


nunca individual. cresce é muito pouco. As bactérias estão em intensa
atividade metabólica, pois estão modificando sua
A energia celular é algo importante, pois a célula maquinaria interna para poder posteriormente crescer
bacteriana necessita dela para realizar diversos nesse meio. Há biossíntese de moléculas para a divisão
trabalhos, como: das células.

o Biossíntese de partes estruturais da célula 2. FASE EXPONENCIAL OU FASE LOG:


o Síntese de enzimas, ácidos nucleicos e
Agora que a bactéria se encontra adaptada ao seu novo
polissacarídeos meio, há crescimento populacional e divisão celular
o Reparos de danos e manutenção da célula sadia intensa: a população bacteriana cresce de forma
exponencial. Grande atividade metabólica.
o Crescimento e multiplicação
o Armazenamento de nutrientes, em pouquíssimas 3. FASE ESTACIONÁRIA:
quantidades, e excreção de produtos
A oferta de nutrientes do meio começa a diminuir e há
o Mobilidade estabilização do crescimento populacional: taxa de
divisão = taxa de morte.
Fissão binária
4. FASE DE DECLÍNIO OU MORTE:
O crescimento bacteriano se dá por fissão binária
(assexuada). A célula primeiramente se alonga, o DNA À medida que as condições do meio vão ficando cada
é duplicado, e a célula começa a se dividir em duas. Um vez menos favoráveis (poucos nutrientes e alta
septo é formado entre as duas e por fim elas são concentração de toxinas) há um declínio na população
separadas. bacteriana.

No meio ideal e propício, o crescimento bacteriano é Há muitos produtos metabólicos acumulados no meio
uma progressão com base 2. e o ambiente se torna inóspito à colônia.

Exemplo: há uma população de 10 bactérias, com


tempo de geração de 10 minutos. Qual será a
concentração final da população após 30 minutos?

CF = 10 X 23

CF = 10 X 8 = 80 bactérias
BIOFILMES 3. TIPOS DE MEIO:

É a interação com comunidades mistas através da Meio líquido: crescimento de culturas puras, maior
formação de biofilmes bacterianos. Os biofilmes são massa celular.
comunidades de micro-organismos incorporados a
matriz orgânica (tártaro, por exemplo) ou inorgânica Meio sólido: isolamento de culturas puras para estimar
(Staphylococcus em produtos hospitalares) aderida a viabilidade da população bacteriana.
superfície viva ou inerte.
Meio semi-sólido: adição de uma quantidade reduzida
Quando crescem muito, destroem a matriz para migrar de agente solidificante.
em busca de novas fontes de energia. As bactérias são
capazes de sinalizar a carência de nutrientes através do
Quorum sensing.

o Quorum sensing é o mecanismo de troca de sinais


com o ambiente e micro-organismos através de
auto indutores/metabólitos secundários,
determinados pela densidade celular.

Meios de cultura
Servem para suprir a bactéria com elementos e fatores
de crescimento ideais em condições de temperatura,
pH e osmolaridade ideais.

São usados para manutenção, isolamento,


identificação e pesquisa de sensibilidade às drogas
antibacterianas.

1. COMPOSIÇÃO QUÍMICA:

Definido: todos os componentes são conhecidos

Complexo: composição parcialmente conhecida –


extrato de leveduras e caldo de carne, por exemplo.

2. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL:

Básico: quantidades mínimas de nutrientes para o


crescimento bacteriano – Ágar.

Enriquecido: cultivo de bactérias desconhecidas ou que


requerem nutrientes complexos.

Seletivo: suprime o crescimento de microrganismos


específicos em benefício de outros – Sal de manitol.

Diferencial: permite a distinção entre diferentes


grupos de bactérias.
de secreção
Segundo desafio sistema
:

bateria

/
no

Mecanismos de Patogenicidade
Trabalho feito à não
✓ em prova
introdução 3. SIDERÓFOROS: Pode cair

Patogenicidade é a capacidade de um organismo Estruturas que a bactéria possui para captação de


causar uma doença. ferro. No hospedeiro há ferro na hemácia, na
transferrina e na lactoferrina. A bactéria tem afinidade
Virulência é o grau de patogenicidade de um maior com o ferro e o rouba das proteínas do
microrganismo, neste caso é o grau da capacidade da hospedeiro.
bactéria em tornar-se patogênica. Os fatores de
virulência envolvem estruturas, produtos ou invasão
estratégias.
A invasão celular é a segunda etapa no processo
Os tipos de virulência da são: infeccioso, mas pode ou não existir. As invasinas são as
proteínas bacterianas capazes de induzir a fagocitose
o Fatores que promovem a adesão e invasão e, assim, a invasão da bactéria. Mecanismo de invasão e defesa
o Fatores que promovem a evasão do sistema imune
do hospedeiro 1. ZÍPER OU FAGOCITOSE INDUZIDA:
o Fatores que causam danos ao hospedeiro
(mecanismos de agressão) Há uma primeira ligação e a membrana da célula vai
abraçando a bactéria até incorporá-la – se liga
Adesão completamente através da adesina.

Reconhecimento e fixação do microrganismo em 2. MACROPINOCITOSE OU ‘’RUFFLES’’:


↳ Salmonela
células e/ou tecidos do organismo.
Bactérias aderidas a parede do hospedeiro induzem o
1. ADESINAS: rearranjo dos filamentos de actina culminando em
ondulações que levam a célula do hospedeiro a
1º estágio: associação fraca e reversível, representada internalizá-la dentro de um vacúolo, abrigando o
por interações eletroestáticas – adesinas fimbriais. patógeno da resposta imune até sua reprodução e
posterior lise celular do hospedeiro.
2º estágio: adesão propriamente dita exercida por
moléculas mais específicas, cuja reversibilidade é mais
difícil – adesinas afimbriais.

2. BIOFILME:

Microcolônias ou agregados bacterianos envolvidos


em uma película de polissacarídeos produzida pela
bactéria que se forma na superfície de dispositivos
plásticos quando estes são introduzidos no organismo.
Ex: sondas, cateteres e próteses.

Protege as bactérias das células de defesa e é um


Ambos os mecanismos de invasão têm como objetivo
mecanismo de adesão e de evasão. As bactérias
o rearranjo do citoesqueleto visando a internalização
crescem, há processo de maturação, digestão da matriz
da bactéria com intuito de proteção do sistema imune
extracelular e liberação das bactérias, em um processo
do hospedeiro.
contínuo.
Existem bactérias incapazes de induzir fagocitose e
nunca fazem invasão no hospedeiro. Toda a sua
agressão ocorre na superfície celular. Alguns tipos de E. o Em diferentes cepas da mesma espécie: proteína
coli são assim. / listen empurra para "frente notecido do hospedeiro
"
-
se M, capsula e antígeno O.
5h19ella -
Invade células M por não possuir micro uso/ idades .

Evasão do sistema imune do hospedeiro Mecanismos de agressão


As evasinas são estruturas e, principalmente, As agressinas são fatores ou produtos que contribuem
estratégias usadas pelas bactérias para contornar ou para a virulência da bactéria e envolvem toxinas e
vencer as defesas do hospedeiro. enzimas celulares.

1. ESCAPE DOS MACRÓFAGOS: A bactéria busca equilíbrio com o hospedeiro, pois ter
que realizar todos os mecanismos variando de
A fim de evitar o contato com células fagocíticas, as hospedeiro em hospedeiro é um processo custoso.
bactérias acessam as células menos hostis, as células
epiteliais. Os danos causados ao hospedeiro podem levar a:

A bactéria invade a célula que não são agressivas para o Morte celular por lise ou indução de apoptose
não ser reconhecida pelos macrófagos e ficar o Alterações do metabolismo
escondida. Somente bactérias com capsula realizam o Resposta imune do hospedeiro que causa danos
este mecanismo. celulares

Streptococcus possui capsula com ácido hialurônico, Na invasão tecidual há disseminação do agente
um componente abundante na matriz extracelular, por infeccioso, dano tecidual e produção de enzimas:
isso não é reconhecida como antígeno.
o São enzimas do metabolismo bacteriano, mas que
2. SOBREVIVÊNCIA NOS MACRÓFAGOS: agridem os tecidos quando estão no meio
extracelular, gerando lise da célula hospedeira,
o Escapando do fagossoma: a bactéria lisa a alterações no metabolismo e alterações na
membrana do fagossoma e assim não há resposta imune.
destruição bacteriana por conta das enzimas da
O aumento da concentração de substâncias produzidas
célula. pelas bactérias indica o super crescimento
o Evitando a formação do fagolisossoma e das populacional e o quorum sensing muda as rotas
metabólicas da bactéria para que elas se liberem e
enzimas por ele produzidas.
caiam na corrente sanguínea podendo colonizar outros
o Produzindo substâncias que anulam os efeitos locais.
defensivos celulares: como a catalase, que altera o
toxinas
pH e desnatura enzimas lisossômicas.
1. EXOTOXINAS:
3. EVASÃO A IMUNIDADE ADQUIRIDA:
Produzidas pela bactéria e secretadas ao meio, onde
Proteína A: o anticorpo reconhece o antígeno pela FAB tem efeito.
e apresenta sua porção FC para célula de defesa
reconhecer e destruir o hospedeiro. A proteína A tem Maior parte das bactérias GP e GN produzem. Os
alta afinidade por FC e isso impede a apresentação do toxóides – toxina inativada – são usados para soros e
antígeno, visto que as células de defesa não vacinas por induzir resposta imune sem ter toxicidade.
conseguem reconhecer a FC.
2. ENDOTOXINAS:
Variação antigênica:
Compostos tóxicos da célula bacteriana liberados
o Em um mesmo patógeno no decorrer da infecção: quando a bactéria é lisada. Se fossem altamente
variação da produção do pili. antigênicas seriam reconhecidas e eliminadas do
hospedeiro.
3. TOXINAS TIPO I ou SUPERANTÍGENOS:

Proteínas que se ligam diretamente as moléculas de


MHC da superfície de macrófagos e a receptores de
linfócitos T, gerando uma resposta imune exacerbada
– produção de muita citocina e anticorpos policlonais –
e choque.

Ex: toxina da síndrome do choque tóxico (S. aureus)

4. TIPO II ou DESESTRUTURADORAS DE
MEMBRANA:

Se polimeriza, agindo em membranas eucarióticas,


formando poros que tiram a integridade da membrana
celular e promovem extravasamento de conteúdo,
levando a célula a apoptose – hemolisina e α-toxina.

5. TIPO III ou A-B:

Compreende 90% das toxinas bacterianas. A toxina


apresenta duas subunidades: A e B.

A subunidade A tem função tóxica para o hospedeiro e


a subunidade B protege a subunidade A e se liga a
célula, permitindo sua entrada.
Microbiota Normal
introdução Estímulo de imunidade do hospedeiro: através do
aumento dos níveis de anticorpos e atividade dos
A microbiota normal compreende os microrganismos macrófagos.
que colonizam as superfícies internas e externas dos
indivíduos sadios, vivendo em equilíbrio. Modulação imunológica: estimula o crescimento de
neutrófilos e aumenta sua eficiência, além de estimular
o Contaminação: presença passageira de organismo o crescimento de GALT (tecido linfoide associado ao
patógeno, superficial e sem invasão de tecidos. intestino, é o segundo maior tecido associado).
o Colonização: presença contínua, sem invasão
“Exclusão competitiva”: ação defensiva contra
tecidual e multiplicação do patógeno na superfície. patógeno e ocupação de nichos importantes por
Equilíbrio da relação parasito-hospedeiro. bactérias patogênicas e ocupa todo o espaço dele. Um
nicho colonizado por bactérias somado ao sistema
o Infecção: presença contínua, com lesão tecidual e
imune do hospedeiro impede o crescimento de outras
multiplicação no tecido. bactérias patogênicas.
o Patógenos agressivos: bactérias sempre
o (E. coli no intestino produz substâncias que
associadas a doenças. impedem o crescimento de outras bactérias –
o Patógenos oportunistas: desenvolvem patogenia como Salmonella e Clostridium difficile,
em ocasiões de desequilibro do organismo. causadora de diarreia).

Fatores que influenciam a microbiota normal


Os animais não nascem com a microbiota, eles a
recebem do ambiente ou dos pais (transmissão o Níveis de oxigênio
horizontal). o Temperatura
o Água
A formação da microbiota se inicia durante o parto (no
o pH
canal do parto, com estafilococos e lactobacilos) e a
o Tipo de parto e amamentação
adaptação é contínua ao longo dos anos, inclusive com
o Idade
a lambedura da mãe nos filhotes (distribuição de
o Antibioticoterapia e corticoterapia
microrganismos na pele) e a ingestão de alimentos.
o Hábitos alimentares
O número de microrganismos e seus tipos constituintes
Tipos de microbiota
da microbiota normal variam de acordo com o local e
com as características do hospedeiro (alimentação, 1. RESIDENTE ou PERMANENTE:
idade).
Microrganismos que colonizam determinada superfície
A composição da microbiota também se altera devido por longos períodos e mesmo sendo eliminada
a habitats, nutrição, comportamento e outros fatores reconstitui-se rapidamente. Geralmente é benéfica.
do animal. Está em constante formação e mudança.
o E. coli no intestino e S. epidermitis na pele.
Papel da microbiota normal
2. TRANSITÓRIA ou TRANSIENTE:
Metabolismo alimentar e digestão de ruminantes:
produção de enzimas que degradam os alimentos. Microrganismos que contaminam o hospedeiro por um
curto espaço de tempo, sem causar infecção. Com o
Síntese de vitaminas K e complexo B.
tempo é substituída pela microbiota residente.
Microbiota transitória sai com água e sabão.
3. OPORTUNISTA: 5. TRATO GASTROINTESTINAL:

Infecção causada por microrganismo no qual o Estômago Monogástrico: praticamente estéril. O baixo
organismo é imunocompetente. pH permite a presença de poucas bactérias, como
Helicobacter pylori.
Microrganismos patógenos estritos também
dependem do sistema imune debilitado para agir. Estômago Poligástrico: ampla variedade de
microrganismos anaeróbios produtores de ácidos
o Gengivite, otite, piodermatite, cistite, amigdalite. graxos voláteis (propiônico, butírico e acético).

Microbiota padrão Intestino delgado: microbiota escassa devido a


localização próxima a saída do estômago.
1. PELE E ANEXOS:
Intestino grosso: pH neutro em que há longa
A pele apresenta uma microbiota residente bem
permanência do alimento. Complexas composições de
definida e constante, diferenciada na região anatômica
microrganismos, com predominância de anaeróbios
por secreções, frequência de banhos, uso habitual de
(99%).
roupas ou proximidade de mucosas.

Devido ao grande contato com o meio ambiente, a pele


está propensa a ter muitos microrganismos de forma
transitória.

Bactérias aeróbias:

o Staphylococcus sp.
o Streptococcus sp.
o Corynebacterium sp.

Bactérias anaeróbias:

o Propionibacterium sp.

2. BOCA:

Nas primeiras 4-12h de vida, Streptococcus viridans


colonizam, e se tornam os membros mais importantes
da microbiota bucal, permanecendo por toda vida.

A saliva contém 108 bactérias/mL.

3. OROFARINGE:

Predominantemente Streptococcus, mas pode estar


presente Corynebacterium.

4. TRATO GÊNITO-URINÁRIO:

Mucosa vaginal, peniana e porção inicial da uretra:

o Staphylococcus e Lactobacillus
o Grande variação individual
o BOLO
Útero, tubas, SECO
bexiga, rins e ureteres são estéreis
Antimicrobianos e Resistência Microbiana
montagem da parede por transglicosação (enzima une
introdução cadeias laterais de peptídeos) e transpeptidação união
de NAM e NAG). autopsias / quebramos
Agente antimicrobiano é uma substância natural ou ligações
da parede
celular)
sintética com a propriedade de inibir o crescimento ou 1. BETA-LACTÂMICOS:
de destruir bactérias.
Família que possui anel beta-lactâmico em sua
Antibiótico: Agente antimicrobiano totalmente composição química, conferindo a atividade
oriundo da natureza. antimicrobiana. A exceção dos inibidores da beta-
lactamase, todos atuam inibindo a transpeptidação.
Quimioterápico antimicrobiano: qualquer substância PBP /proteína ligante de proteína
química que exerce ação antimicrobiana, porém 1.1. PENINCILINAS:
sintetizada em laboratório.
Atuam em bactérias GP e GN devido a alterações
Classificação quanto à origem: laboratoriais em sua estrutura química.

o Natural: oriundo da natureza o estreito


Amoxilina, oxacilina, meticilina, amplicilina
amplo aspecto
o Semi-sintético: alteração química da substância ↳ Penicilina GEMA/lama amoxihna oxacilina meticilina
, ,
/

retirada da natureza 1.2. CEFALOSPORINAS:


o Sintético: totalmente produzido em laboratório
Atuam em bactérias GP e GN e possui 4 gerações com
Classificação quanto ao espectro de ação: diferentes espectros de ação, sendo as primeiras
gerações antibióticos provenientes de fungos.
o Amplo: agem em grupos diferentes de bactérias
o Estreito: agem apenas em um tipo bacteriano 5ª geração tem efeito contra MRSA – Staphylococcus
específico Aureus Resistente à Meticilina.

Classificação quanto ao efeito: o Cefalotina, cefoxitina e cefotaxima

o Bacteriostático: inibe o crescimento bacteriano


1.3. CARBAPENEMAS:
o Bactericida: causa morte bacteriana por lise celular
Amplo espectro de ação, de administração injetável. É
Os efeitos são relativos e dependem da concentração
prioridade para bactérias gram negativas nos hospitais.
atingida pela droga, do sítio de infecção e da
sensibilidade da bactéria. o Imipeném e meropeném

Os mecanismos de ação dos antimicrobianos podem


1.4. MONOBACTÂMICOS:
ser: ( estreito :
Apenas Grant
Atuam em GN, quase não funcionam em GP, sendo
o Inibidores da síntese de parede celular
usado para pseudomonas.
o Inibição da síntese proteica
o Inibição da síntese de ácidos nucleicos o Aztreonam
o Inibição da síntese da membrana celular
o Inibidores de vias metabólicas 1.5. INIBIDORES DE BETA-LACTAMASES:

Inibidores da síntese de parede celular Não atuam por meio da inibição da transpeptidação.
Possuem a função de proteção ao antimicrobiano
A síntese da parede celular bacteriana se inicia na
beta-lactâmico para que este consiga realizar sua
síntese de precursores no citoplasma, há transferência
destes por carreadores na membrana e, finalmente, a
função. Usado quando a bactéria produz beta- 4. CLORANFENICOL:
lactamase. Ácido clavulínico.
Se liga a subunidade 50s impedindo ação da peptidil
2. GLICOPEPTÍDEOS: transferase (ligação peptídica).

Não apresentam anel beta-lactâmico e possuem outro 5. MACROLÍDEOS:


sítio de ação: inibição da transglicosilação e ligação ao
D-Ala-D-Ala terminal. Atuam inibindo a translocação do RNA mensageiro
através da ligação a subunidade 50s.
O uso é preferencialmente em bactérias resistentes,
como MRSA. o Eritromicina, azitromicina e telitromicina

o Vancomicina e Teicoplanina 6. LINCOSAMIDAS:

Inibidores da síntese de proteínas Se ligam a subunidade 50s inibindo ação da peptidil


transferase e, assim, a translocação.
Normalmente, a iniciação da síntese proteica ocorre
com a ligação do RNAm ao ribossomo junto ao RNA RESUMINDO:
transportador, formando o complexo de iniciação.
o Aminoglicosídeos (30s) e Oxazolidinonas (50s)
Os antimicrobianos inibidores de síntese proteica não interferem no complexo de iniciação;
interferem na síntese proteica humana, porque o
o Tetraciclinas e Glicilciclinas (30s) impedem ligação
ribossomo bacteriano é 70s (50s e 30s) e o humano,
80s. Porém, alguns efeitos adversos podem ocorrer do RNAt;
devido a unidade ribossomal 70s das mitocôndrias. o Clorofenicol e Estreptograminas inibem ação

1. AMINOGLICOSÍDEOS: enzimática;
o Macrolídeos (50s) e Lincosamidas (50s) inibem
Se ligam a subunidade 30s inibindo a formação do
translocação.
complexo de iniciação, ocorrendo formação de
aminoácidos sem função: proteínas aberrantes.
Inibidores da síntese de ácidos nucléicos
Ativos contra bacilos GN e estafilococos.
Atuam diretamente em enzimas relacionadas com a
o Amicacina, gentamicina, estreptomicina replicação ou impedindo RNA polimerase. Podem inibir
transcrição de RNAm ou duplicação genômica.
2. TETRACICLINAS e GLICILCICLINAS:
1. QUINOLONAS:
Possuem amplo espectro de ação, atrapalhando a
adição de novos aminoácidos ao ocupar o espaço do Enrofloxacino e Marbofloxacino têm uso veterinário.
RNA transportador (subunidade 30s). Normalmente Inibem a enzima DNA girase, que duplica o DNA, e a
são bacteriostáticas. Topoisomerase IV que desliga cadeias desenroladas.
Sem DNA para duplicar a bactéria morre.
o Tetraciclinas: leptospirose, micoplasma e clamídias
o Glicilciclinas: bactérias resistentes as tetraciclinas 2. RIFAMICINAS:

O sítio alvo é a RNA polimerase que é inibida, assim há


3. OXAZOLIDINONAS:
inibição da transcrição do RNAm e, por consequência,
Atuam interferindo na formação do complexo de da síntese proteica.
iniciação através da ligação a subunidade 50s. Atuam
Staphylococcus selecionados são resistentes.
contra MRSA.
drogas Danosas a membrana plasmática - Persistência: sobrevivência in vivo apesar da S à
droga:
As POLIMIXINAS são tóxicas devido a semelhança da
membrana plasmática, destroem a barreira osmótica o Quantidade da droga no sítio de infecção
seletiva através da alteração de fosfolipídios de o Inativação da droga por outros
membrana. microrganismos
o Fatores do sítio de infecção
Inibidores de vias metabólicas 2. RESISTÊNCIA NATURAL:

O metabolismo do ácido fólico é importante para A resistência natural ou intrínseca é constante em uma
síntese de ácidos nucleicos bacterianos. Bactérias espécie, de caráter hereditário:
precisam formar seu próprio ácido fólico, diferente dos
animais. Ausência de estruturas: micoplasma não possui parede
celular e beta-lactâmicos não conseguem agir.
1. SULFONAMIDAS:
Existência de estruturas: bacilos GN tem membrana
A ação destas é potencializada pelo trimetoprim, externa que impede penicilina de se ligar.
inibem o metabolismo do ácido fólico através da
competição enzimática. Mecanismos que impedem ação da droga: enzimas
inativadoras de antibióticos.
Sozinhas, as sulfonamidas são bacteriostáticas, mas na
presença do trimetoprim tornam-se bactericidas. 3. RESISTÊNCIA ADQUIRIDA:

Resistência microbiana Gerada por alterações na estrutura e no


funcionamento da célula.
O uso de antimicrobianos não induz a resistência
microbiana e sim, a seleção de bactérias resistentes. As As mutações são transmissões verticais de resistência
sérias limitações de tratamento são essenciais para que ocorrem por indução ou ao acaso.
manutenção da saúde pública.
Mecanismos de aquisição de resistência
Bactérias não patogênicas podem transferir resistência
para as patogênicas. 1. TRANSFORMAÇÃO:

Algumas causas da resistência antimicrobiana: Bactéria adquire material genética de bactérias mortas
no ambiente.
o Prescrição exagerada
o Não adesão ao tratamento 2. CONJUGAÇÃO:
o Uso de antimicrobianos em animais de
Plasmídeo ou pili sexual nas GN fazem a troca de
produção
material genético.
o Falha no controle da infecção hospitalar
o Falta de higiene 3. TRANSDUÇÃO:
o Falta de novos antimicrobianos
Mediada por vírus ou fungos.
1. CONCEITOS:
Mecanismos de formação de resistência
- Resistência simples: a uma droga só.
1. INATIVAÇÃO ENZIMÁTICA:
- Resistência múltipla: a mais de uma classe de drogas,
por diferentes mecanismos. Ocorre por plasmídeos ou genes cromossomiais com
enzimas que irão modificar ou destruir os antibióticos
- Resistência cruzada: mesmo mecanismo de – enzimas modificadoras de aminoglicosídeos, de
resistência a diferentes drogas. clorofenicol, de beta-lactâmicos.
2. MODIFICAÇÃO DO SÍTIO DE AÇÃO:

Com a mudança estrutural do alvo, o antibiótico perde


a capacidade de se ligar ao sítio de ação.

o Quinolonas, rifampicina, beta-lactâmicos e


macrolídeos

3. BOMBAS DE EFLUXO:

Bombas no interior da bactéria fazem com que, assim


que o antibiótico entra na célula, ele seja lançado para
o meio externo.

o Tetraciclinas, quinolonas e macrolídeos

4. DIMINUIÇÃO DA PERMEABILIDADE:

Alteração de porinas que eram a entrada de


antibióticos. A bactéria pode conseguir um plasmídeo
e mudar suas porinas de membrana celular,
diminuindo a permeabilidade.

Resistência em s. AUREUS
Na década de 40, usava-se penicilina, porém surgiram
bactérias produtoras de beta-lactamase e sensíveis as
cefalosporinas.

Em 1960, houve resistência a meticilina e a todos os


beta-lactâmicos.

Isso ocorre porque esses Staphylococcus possuem DNA


maior e ilhas genômicas que permitem entrada de
genes de resistência e transposons.

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