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Madu t10
Imunologia – bactérias.
1 – Compreender a microbiologia bacteriana (tipos, morfologia, reprodução,
mecanismos de infecção, variabilidade, gram+, gram-)
- Estrutura relativamente simples.
- Procariotos — organismos unicelulares simples, que não apresentam membrana
nuclear, mitocôndria, complexo de Golgi ou retículo endoplasmático.
- Se reproduzem por divisão assexuada.
- A parede bacteriana é complexa, consistindo em uma ou duas formas básicas: em
bactérias Gram-positivas, uma parede celular com uma camada espessa de
peptidoglicano; em bactérias Gram-negativas, uma parede celular com uma camada
fina de peptidoglicano e uma membrana externa sobreposta.
- Algumas bactérias não apresentam essa estrutura de parede celular e compensam sua
falta sobrevivendo apenas no interior da célula hospedeira ou em um ambiente
hipertônico.
- O tamanho (1 a 20 μm ou maior), a forma (esferas, bastões, espirais) e o arranjo
espacial (células únicas, cadeias, grupos/agrupamentos) das células são utilizados para a
classificação preliminar das bactérias, e as propriedades fenotípicas e genotípicas
constituem a base para a classificação definitiva.
- O corpo humano é habitado por milhares de diferentes espécies bacterianas —
algumas vivendo de forma transitória, outras em uma relação parasitária permanente.
- As bactérias estão presentes no ambiente que nos cerca, incluindo o ar que respiramos,
a água que bebemos e a comida que comemos, sendo que muitas dessas bactérias são
relativamente não virulentas, mas outras são capazes de causar doenças que ameaçam a
vida.
- A doença pode resultar do efeito tóxico de produtos bacterianos (p.ex., toxinas) ou
quando a bactéria invade tecidos e fluidos anatômicos que são, em geral, estéreis.
- As bactérias podem sobreviver e, em alguns casos, crescer em ambientes hostis em
que a pressão osmótica no exterior da célula é tão baixa que levaria à lise da maioria das
células eucariotas, em temperatura extremas (tanto quentes quanto frias), em ambiente
áridos, e com fontes de energia muito escassas e diversas. As bactérias evoluíram suas
estruturas e funções para se adaptar a essas condições.
Vídeo aula:
Características gerais das bactérias:
- Procariontes: não possuem organelas citoplasmáticas como complexo de golgi,
retículo endoplasmático, nem um núcleo bonitinho e organizado no centro da célula, o
DNA da bactéria fica espalhado pelo citoplasma sem nenhuma organização. A única
organela que possui são ribossomos. O que já dá uma grande diferença entre ela e os
vírus. Pq além de ter uma estrutura um pouco mais avançada, ela consegue fazer suas
próprias proteínas e se multiplicar sozinha. Não é um parasita obrigatório. O
problema é que dependendo da bactéria, ao fazer isso, ela causa dano no local. Possuem
metabolismo. São seres vivos.
- Algumas características são usadas para classificação: de acordo com a aparência que
ela demonstra ao crescer em culturas, por exemplo, característica macroscópica. Em que
tipo de meio elas crescem. Características microscópicas: tamanho, formato,
organização (algumas aparecem em montinhos, umas ficam aos pares, outras sozinhas,
se cresce em um meio com ou sem oxigênio e se cora ou não pelo gram – é uma tinta
que joga nas bactérias e vê se elas se colorem com essa tinta, se fica colorida, é gram
positiva, se não, gram negativa)
Classificação quanto à forma:
Existem algumas exceções pra coloração do gram, algumas bactérias com a parede
celular atípica não são coradas pela tintura do gram. Então não tem como classifica-las
como gram + ou gram -. São algumas bactérias com a parede rica em ceras e lipídeos. E
tem a bactéria mycoplasma (bactéria que causa pneumonia), que não tem a parede
celular.
Citoplasma bacteriano:
Cromossomo: único, bastante espiralado, não é separado por núcleo, DNA dupla-hélice
que contém toda a informação genética da bactéria.
Plasmídeo: Molécula extracromossômica de DNA circular; se reproduzem
independentemente, resistência antimicrobiana; manipulação genética. É através da
manipulação dos plasmídeos que os cientistas conseguem produzir substâncias que são
úteis aos seres humanos, por exemplo a insulina.
Ribossomo: única organela que se encontra no citoplasma bacteriano. Menores e com
menos proteínas em sua composição quando comparado aos de células eucariontes. A
funcionalidade é a mesma.
Divisão celular bacteriana:
Funciona de forma semelhante à replicação celular normal.
- Replica-se o cromossomo;
- Crescimento e extensão de componentes da parede celular;
- Formação de septo ou parede transversal; Quando a parede se fecha, a célula se separa
em duas.
- Separação de células filhas.
● Tipos:
1. Transformação: transferência de fragmento livre de DNA de uma
bactéria para outra do mesmo gênero.
2. Transdução: fragmentos de DNA carreado de uma bactéria para outra
através de um bacteriófago (vírus).
3. Conjugação: transferência de plasmídeos através da pili.
Fases de crescimento bacteriano:
(1) Fase lag: adaptação ao meio
(2) Fase log ou exponencial
(3) Fase estacionário
(4) Declínio (algo prejudica o crescimento, causa competição, antibiótico)
Metabolismo bacteriano:
- Elementos essenciais: ferro é o elemento mais importante; proteínas sideróforas
(secretadas pelas bactérias para tirar ferro do meio ambiente);
- Crescimento: carbono, nitrogênio, íons, água e fonte de energia.
As principais vias metabólicas bacterianas são:
(1) Glicólise: ocorre em meio aeróbico ou anaeróbico (quando tem fermentação),
resulta na conversão de glicose em piruvato.
(2) Ciclo do ácido tricarboxilico: ocorre apenas em condições aeróbicas.
Relacionado tanto ao anabolismo quanto ao catabolismo celular. Nesse ciclo, usa
o piruvato produzido na glicólise e vai oxidá-lo na presença de oxigênio. Essa
via gera mais energia do que é produzida na glicólise, ou seja, é mais efetiva.
(3) Via da pentose fosfato (via final): indispensável pra formação de constituintes
celulares. Ex.: peptidoglicano (parede celular). O lipopolissacarídeo (LPS) que
tem na superfície das gram negativas. Proteínas, ácidos nucleicos.
Formas de infecção bacteriana:
- Muitas infecções bacterianas são contagiosas. Podem ser transmitidas por contato
próximo com uma pessoa infectada, pelo toque ou beijo, ou pelo contato com fluidos
corporais, como gotículas de saliva, espirros ou em relações sexuais.
- Certas infecções bacterianas também podem ser transmitidas pela mãe ao bebê durante
a gestação ou parto.
- Entrar em contato com superfícies contaminadas por bactérias, como corrimões e
maçanetas.
- Também pode ser transmitidas pela picada de insetos ou pelo consumo de água e
alimentos contaminados.
2 – Elucidar os mecanismos de invasão/evasão bacteriana.
Mecanismos de evasão:
Um dos principais mecanismos pelo qual bactérias provocam doença é a invasão do
tecido seguida de inflamação, produção de toxinas e imunopatogênese.
Bactérias invasivas secretam enzimas
Colagenase e hialuronidase, as quais degradam o colágeno e o ácido hialurônico
Coagulase que acelera a formação do coágulo de fibrina a partir de seu precursor, o
fibrinogênio (esse coágulo protege a bactéria da fagocitose por meio do isolamento da
área infectada e por envolver o microrganismo em uma camada de fibrina)
Proteases de imunoglobulina. Existem vários exemplos de organismos que produzem
enzimas que degradam as imunoglobulinas.
Variação antigênica: Estratégia adotada por vírus e bactérias que consiste em
mutações genéticas que podem modificar os epítopos (locais em antígenos que
interagem com anticorpos específicos) que eram anteriormente reconhecidos por
anticorpos ou outros componentes do sistema imune, dificultando a eliminação do
agente infeccioso.
Inibição da ativação do complemento: A ativação do complemento leva a
polimerização de alguns componentes na membrana celular, que podem resultar em
formação de poros, induzindo a bactéria a uma morte por lise osmótica. Sua inibição
causa o bloqueio das 3 vias do sistema complemento.
Resistência a fagocitose.
Remoção de intermediários reativos de oxigênio.
Inibição da formação de fagolisossomos: responsáveis pela digestão intracelular.
Inativação de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio
Ruptura da membrana dos fagossomos: secreção de toxinas rompe as membranas.
Mecanismos de defesa contra o hospedeiro:
(2) O período prodrômico, durante o qual sintomas inespecíficos, como febre, mal-estar
e perda de apetite, ocorrem.
Mecanismos de agressão:
● Adesão: mecanismo das bactérias que permite que estas adiram-se ao epitélio de
● Embora as bactérias não tenham mecanismos que lhes possibilitem cruzar a pele
● Produção de toxina
● Invasão e inflamação
Algumas infecções microbianas não dependem de fontes externas, sendo causadas por
bactérias da flora normal
Os estágios da patogênese são divididos em:
Os Fômites são os objetos inanimados que servem como fonte de transmissão (água,
solo, toalhas)
Ações patogênicas das bactérias:
• Destruição tecidual:
- Subprodutos do crescimento bacteriano incluem gases, ácidos e outras substâncias
tóxicas que podem destruir tecidos
- Além de algumas liberarem enzimas degradantes para quebrar o tecido, fornecendo
alimento para o crescimento de microrganismos e promovendo a disseminação
bacteriana
- Toxinas são produtos bacterianos que prejudicam diretamente o tecido ou
desencadeiam atividades biológicas destrutivas. Toxinas e substâncias similares a
toxinas incluem enzimas de degradação que causam lise de células ou se ligam a
receptores que iniciam reações tóxicas em um tecido-alvo específico
- As exotoxinas são proteínas que podem ser produzidas por bactérias gram-positivas ou
gram-negativas, e incluem enzimas citolíticas e proteínas de ligação ao receptor que
alteram uma função ou matam a célula.
4 – Compreender a atuação do sistema imune frente à invasão bacteriana
A pele intacta corresponde à primeira linha de defesa contra vários organismos. Além
da barreira física representada pela pele, os ácidos graxos secretados pelas glândulas
sebáceas cutâneas possuem ação antibacteriana.
A epiderme da pele é coberta por uma camada de células escamosas queratinizadas que
são continuamente eliminadas (“descamadas”). Juntamente com a secreção do suor, essa
descamação limita a capacidade dos microrganismos de se fixarem e invadirem
Uma segunda defesa importante corresponde à membrana mucosa do trato respiratório,
que é revestida por cílios e recoberta por muco
A lisozima é uma enzima da saliva e das lágrimas que produz poros nas paredes
celulares bacterianas ao romper as ligações das moléculas de peptideoglicano. Além
disso, peptídeos antimicrobianos, como as defensinas, são produzidos por toda a pele e
membranas mucosas
*Os surfactantes são lipoproteínas produzidas nos alvéolos pulmonares que se ligam à
superfície dos microrganismos facilitando a sua fagocitose (i.e., função de opsonina)
Inata
Barreiras físicas: pele e membranas mucosas intactas.
Células fagocitárias: neutrófilos, macrófagos e natural killers.
Proteínas: Sistema complemento, lisozima e interferona.
Os receptores de reconhecimento de padrão (PRR), que reconhecem um padrão
molecular, chamado padrão molecular associado a patógeno (PAMP)
A ativação excessiva dos receptores de reconhecimento padrão (PRR) de macrófagos é
uma causa importante de choque séptico e morte em pacientes hospitalizados
Imunidade a bactérias extracelulares:
Endotoxinas são componentes da parede celular bacteriana
Exotoxinas são secretadas pelas bactérias
Endotoxina = LPS
LPS está presente na superfície das bactérias gram-negativas, a bactéria libera o LPS e
ele se combina com um componente do plasma, a proteína de ligação, que leva o LPS
para os receptores dos macrófagos os CD14. Então haverá estimulação do receptor
TLR4 que vai induzir a produção de citocinas que ativam os linfócitos T HELPER e a
produção de anticorpos
O TLR2 SERVE PARA BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS
Exotoxina
As exotoxinas podem ser citotóxicas ou causar doenças por inativação da síntese de
proteínas das células infectadas e interrupção de vias bioquímicas
Imunidade inata às bactérias extracelulares
● Inflamação
Ativação do complemento:
Por causa dos peptideoglicanos nas gram positivas
Por causa do LPS nas gram negativas
- Ativam opsonina que reveste o microrganismo e facilita a fagocitose
-Formam a estrutura MAC, que estimula deposição de C9 na superfície da membrana da
bactéria para formar poros que a inviabilizam
-Ativam moléculas que recrutam os leucócitos
Imunidade inata
Feita por fagócitos e NK
T CD4
A IL-12 estimula as células T CD4 a se diferenciar em células efetoras Th1
As Th1 produzem as citocinas interferons gama que ativam os macrófagos.
T CD8
As bactérias fagocitadas estimulam as respostas das células T CD8 quando são
transportadas para o citosol através dos fagossomos
Destroem as células infectadas
Leucócitos
Rolamento, adesão e migração
A resposta inflamatória
A maior permeabilidade deve-se a vários mediadores químicos, entre os quais os mais
importantes são a histamina, as prostaglandinas e os leucotrienos
Componentes do complemento, C3a e C5a, também contribuem para o aumento da
permeabilidade vascular. A bradicinina é um importante mediador da dor.
Os macrófagos realizam duas funções: são fagocitários e produzem duas importantes
citocinas pró-inflamatórias, o fator de necrose tumoral (TNF) e a interleucina 1 (IL-1)
A proteína de ligação ao lipopolissacarídeo (endotoxina) é outra importante proteína de
fase aguda produzida em resposta a bactérias Gram-negativas. A interleucina 6 (IL-6) é
o principal indutor da resposta de fase aguda
Os neutrófilos e os macrófagos são atraídos ao local de infecção por quimiocinas
Como parte da resposta inflamatória, as bactérias são englobadas (fagocitadas) por
neutrófilos e macrófagos
As bactérias são ingeridas pela invaginação da membrana celular do PMN ao redor das
bactérias, formando um vacúolo (fagossomo). Essa ingestão é aumentada pela ligação
da imunoglobulina G (IgG) ou do componente C3b do complemento (ambas opsoninas)
à superfície das bactérias em um processo chamado de opsonização
IL6 induz a resposta de fase aguda
Macrófagos apresentam o antígeno aos linfócitos T HELPER CD4 E OS
NEUTRÓFILOS NÃO
Os neutrófilos, então, migram por meio do endotélio (diapedese) e ingerem as bactérias.
IgG e C3b são opsoninas, as quais intensificam a ingestão das bactérias.
As principais funções da imunidade celular consistem na proteção contra bactérias
intracelulares e morte de células infectadas por vírus. As células T auxiliares (e
macrófagos) protegem contra bactérias intracelulares, ao passo que as células T
citotóxicas matam células infectadas por vírus.
- Imunidade celular: mediada por linfócitos T: Para atívá-los, precisa de uma célula
apresentadora de antígenos (célula dendrítica). Essa DC vai até o linfonodo ou até o
baço apresenta o peptídeo (pedaço do microrganismo) pra célula T. Dependendo do
padrão de citosinas que a DC forneça pra célula T, têm-se a diferenciação desse linf.t
pra perfis de ativação de resposta de célula t, pode se diferenciar pra TH1, TH2, TH17.
Dendrítica chega, se liga à célula t e manda 3 sinais pra ela:
Ativa
São compostas por polissacarídeos capsulares, exotoxinas proteicas inativadas
(toxoides), bactérias mortas ou bactérias vivas atenuadas
• Vacinas contendo polissacarídeos capsulares como imunógeno são dirigidas contra S.
pneumoniae, H. influenzae, N. meningitidis e S. typhi. O polissacarídeo capsular
presente na vacina pneumocócica, vacina meningocócica e vacina contra H. influenzae
é conjugado a uma proteína carreadora para intensificar a resposta de anticorpos.
•Duas vacinas contêm exotocina proteica inativada como imunógeno: as vacinas contra
difteria e tétano. É uma toxina inativada, que perdeu sua capacidade de provocar a
doença, mas manteve sua imunogenicidade. (A vacina pertússis também contém
toxoide, entretanto, também contém outras proteínas bacterianas.)
•A vacina BCG contra tuberculose contém M. bovis vivos atenuados, sendo utilizada
em países onde a doença é endêmica. Uma das vacinas contra febre tifoide contém S.
typhi viva atenuada. A vacina contra a cólera usada nos Estados Unidos contém V.
cholerae vivo e atenuado.
•As vacinas contra peste, tifo e febre Q contêm bactérias mortas. A vacina contra a
cólera usada em muitos países onde a cólera é endêmica contém V. cholerae morto.
Essas vacinas são utilizadas na proteção de indivíduos com possibilidade de serem
expostos.
Passiva
A imunidade passiva na forma de antitoxinas encontra-se disponível para a prevenção e
o tratamento de tétano, botulismo e difteria. Além disso, um anticorpo monoclonal
contra a exotoxina B de C. difficile (bezlotoxumabe) evita recaídas de colite
pseudomembranosa. Essas quatro doenças são causadas por exotoxinas. As antitoxinas
(anticorpos contra exotoxinas) se ligam a exotoxinas e evitam seus efeitos tóxicos (ou
seja, as neutralizam)
Passivo-ativo
Envolve o fornecimento de proteção imediata (porém, de curto prazo) na forma de
anticorpos, assim como proteção de longo prazo na forma de imunização ativa. Um
exemplo do uso de imunidade passivo-ativa corresponde à prevenção de tétano em
indivíduos não imunizados que apresentam ferimento contaminado. Tanto a antitoxina
tetânica quanto o toxoide tetânico devem ser administrados. A administração deve ser
feita em locais distintos, a fim de que os anticorpos da antitoxina não neutralizem o
toxoide.