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UC2 – SP3

Madu t10
Imunologia – bactérias.
1 – Compreender a microbiologia bacteriana (tipos, morfologia, reprodução,
mecanismos de infecção, variabilidade, gram+, gram-)
- Estrutura relativamente simples.
- Procariotos — organismos unicelulares simples, que não apresentam membrana
nuclear, mitocôndria, complexo de Golgi ou retículo endoplasmático.
- Se reproduzem por divisão assexuada.
- A parede bacteriana é complexa, consistindo em uma ou duas formas básicas: em
bactérias Gram-positivas, uma parede celular com uma camada espessa de
peptidoglicano; em bactérias Gram-negativas, uma parede celular com uma camada
fina de peptidoglicano e uma membrana externa sobreposta.
- Algumas bactérias não apresentam essa estrutura de parede celular e compensam sua
falta sobrevivendo apenas no interior da célula hospedeira ou em um ambiente
hipertônico.
- O tamanho (1 a 20 μm ou maior), a forma (esferas, bastões, espirais) e o arranjo
espacial (células únicas, cadeias, grupos/agrupamentos) das células são utilizados para a
classificação preliminar das bactérias, e as propriedades fenotípicas e genotípicas
constituem a base para a classificação definitiva.
- O corpo humano é habitado por milhares de diferentes espécies bacterianas —
algumas vivendo de forma transitória, outras em uma relação parasitária permanente.
- As bactérias estão presentes no ambiente que nos cerca, incluindo o ar que respiramos,
a água que bebemos e a comida que comemos, sendo que muitas dessas bactérias são
relativamente não virulentas, mas outras são capazes de causar doenças que ameaçam a
vida.
- A doença pode resultar do efeito tóxico de produtos bacterianos (p.ex., toxinas) ou
quando a bactéria invade tecidos e fluidos anatômicos que são, em geral, estéreis.
- As bactérias podem sobreviver e, em alguns casos, crescer em ambientes hostis em
que a pressão osmótica no exterior da célula é tão baixa que levaria à lise da maioria das
células eucariotas, em temperatura extremas (tanto quentes quanto frias), em ambiente
áridos, e com fontes de energia muito escassas e diversas. As bactérias evoluíram suas
estruturas e funções para se adaptar a essas condições.

Vídeo aula:
Características gerais das bactérias:
- Procariontes: não possuem organelas citoplasmáticas como complexo de golgi,
retículo endoplasmático, nem um núcleo bonitinho e organizado no centro da célula, o
DNA da bactéria fica espalhado pelo citoplasma sem nenhuma organização. A única
organela que possui são ribossomos. O que já dá uma grande diferença entre ela e os
vírus. Pq além de ter uma estrutura um pouco mais avançada, ela consegue fazer suas
próprias proteínas e se multiplicar sozinha. Não é um parasita obrigatório. O
problema é que dependendo da bactéria, ao fazer isso, ela causa dano no local. Possuem
metabolismo. São seres vivos.
- Algumas características são usadas para classificação: de acordo com a aparência que
ela demonstra ao crescer em culturas, por exemplo, característica macroscópica. Em que
tipo de meio elas crescem. Características microscópicas: tamanho, formato,
organização (algumas aparecem em montinhos, umas ficam aos pares, outras sozinhas,
se cresce em um meio com ou sem oxigênio e se cora ou não pelo gram – é uma tinta
que joga nas bactérias e vê se elas se colorem com essa tinta, se fica colorida, é gram
positiva, se não, gram negativa)
Classificação quanto à forma:

Classificação quanto ao arranjo


Diz mais respeito aos cocos e bacilos, geralmente os outros não se arranjam de formas
específicas.
Classificação quanto à necessidade de O2:
Anaeróbias estritos (meio precisa ser sem O2): Clostridium tetani – causadora de tétano.
Aeróbios obrigatórios (meio precisa ter O2): Mycobacterium tuberculosis – causa
tuberculose.
Anaeróbios facultativos (depende do meio em que estão): maioria das bactérias.
Capnofílicos (preferência por CO2)
Estrutura bacteriana.
Ao centro: cromossomo único super espiralado, sem núcleo pra separar do resto da
célula.
Ribossomos no citoplasma: menores que os das células eucarióticas.
DNA circulares no citoplasma: plasmídeo. (Algumas bactérias transferem plasmídeos
umas pras outras, o que permite que elas adquiram características diferentes, é daí que
surge por exemplo a resistência de certas bactérias à antibióticos)
Membrana celular que vai ser igual à de qualquer célula, mas pra diferenciar um pouco,
por fora da membrana tem uma estrutura extra, como se fosse uma capa, que a gente vai
chamar de parede celular.
É a partir da parede celular que se classifica em gram + ou gram -.
Gram +: parede composta basicamente de peptidoglicano.
Gram -: tem outras estruturas, mas também tem peptidoclicano.
Presença de alguns apêndices, podem ser 3: o flagelo, as fímbrias, e pili. Algumas
bactérias vão ter todos e outras só alguns e ainda tem as que não tem nenhum deles.
Facilitam a vida delas, mas não necessariamente são indispensáveis à sua sobrevivência.
Arranjos do flagelo: Monótricas (um flagelo), lofótricas (2 ou mais flagelos de um lado
só), anfítricas (2 ou mais flagelos dos dois lados), perítricas (no entorno da bactéria
toda).
- O flagelo ajuda a bac. a migrar, resposta flagelar. Pode ser quimiotática (fugir de
antibiótico), fototática (irem ou fugirem da luz, pq tem umas que preferem se
desenvolver em meio iluminado e outras não).
- Flagelo periplasmático: invasão de tecidos, movimento de saca-rolhas. (apenas nas
espiroquetas).
- Flagelo não é essencial à sobrevivência, mas ajuda pakas.
* Outra forma das bactérias se movimentarem é produzindo muco e deslizarem sobre
ele.
- Fímbrias: tipo cabelinhos em volta da bactéria, funcionam de forma semelhante a um
velcro, agem mais como um freio pq gruda ela em superfície.
- Pili: Tubinho protéico só nas gram -. Serve para realizar troca de DNA plasmídeo por
um processo chamado de conjugação.
Glicocálice:
Superfície por fora da parede celular. Composto por proteínas e substâncias que a célula
vai produzir e ajuda a cumprir suas tarefas. A bactéria pode:
- Formar uma camada de muco (biofilme) em volta dela, pra se locomover e fixar em
uma superfície.
- E formação de uma capsula em seu entorno: proteção contra sistema imune,
desidratação e perda de nutrientes (bactérias encapsuladas). Pra enxerga-las, precisamos
de anticorpos, pra fazer com que os fagócitos enxerguem.
Estrutura exterior da bactéria:
Duas camadas básicas:
- Parede celular: Ajuda a manter a integridade da bactéria, previne a lise por mudança
da pressão osmótica, possui o mesossomo (envaginação da membrana plasmática para o
interior do citoplasma, que possui papel importante na divisão celular), baseada na
parede celular que separa-se as gram+ das gram-.
- Membrana celular: igual toda membrana de célula normal, bicamada fosfolipídica.
- Gram: tinta que cora peptidoglicano. Gram +: camada mais densa de peptidoglicano,
cora mais. Gram -: tem uma membrana externa, camada fina de peptidoglicano e outra
membrana celular, fazendo tipo um sanduíche. Portanto, não cora pq não tem contato.
Essa membrana externa, impermeabiliza a célula, oferece proteção extra, contra
enzimas digestivas por exemplo. Contém porinas para regular a entrada e saída de
moléculas, inclusive água . Lipopolissacarídeo (LPS/endotoxina): causa uma resposta
imune muito grande (imunogênico), de forma geral, a gram negativa é mais perigosa
que a gram positiva.
- Gram +: mais sensíveis à ação de penicilina e derivados.

Existem algumas exceções pra coloração do gram, algumas bactérias com a parede
celular atípica não são coradas pela tintura do gram. Então não tem como classifica-las
como gram + ou gram -. São algumas bactérias com a parede rica em ceras e lipídeos. E
tem a bactéria mycoplasma (bactéria que causa pneumonia), que não tem a parede
celular.
Citoplasma bacteriano:
Cromossomo: único, bastante espiralado, não é separado por núcleo, DNA dupla-hélice
que contém toda a informação genética da bactéria.
Plasmídeo: Molécula extracromossômica de DNA circular; se reproduzem
independentemente, resistência antimicrobiana; manipulação genética. É através da
manipulação dos plasmídeos que os cientistas conseguem produzir substâncias que são
úteis aos seres humanos, por exemplo a insulina.
Ribossomo: única organela que se encontra no citoplasma bacteriano. Menores e com
menos proteínas em sua composição quando comparado aos de células eucariontes. A
funcionalidade é a mesma.
Divisão celular bacteriana:
Funciona de forma semelhante à replicação celular normal.
- Replica-se o cromossomo;
- Crescimento e extensão de componentes da parede celular;
- Formação de septo ou parede transversal; Quando a parede se fecha, a célula se separa
em duas.
- Separação de células filhas.

*Existem outras formas da bactéria trocar material genético:


- São as trocas gênicas bacterianas: Permite a troca de características diferentes entre
seres diferentes (intercâmbio genético).

● Codifica a resistência a antibióticos.

● Tipos:
1. Transformação: transferência de fragmento livre de DNA de uma
bactéria para outra do mesmo gênero.
2. Transdução: fragmentos de DNA carreado de uma bactéria para outra
através de um bacteriófago (vírus).
3. Conjugação: transferência de plasmídeos através da pili.
Fases de crescimento bacteriano:
(1) Fase lag: adaptação ao meio
(2) Fase log ou exponencial
(3) Fase estacionário
(4) Declínio (algo prejudica o crescimento, causa competição, antibiótico)

Esporulação: (tipo uma caixinha que contém só o DNA da bactéria dentro,


algumas proteínas essenciais, cálcio.)
- Formado por bactérias G(+): Bacillus e Clostridium.
- Como se fosse um estado vegetativo da bactéria. Quando a bactéria está em um meio
desfavorável. Meio que hiberna e volta quando está mais favorável.
- Surge em condições adversas.
- Estrutura desidratada com uma cópia completa do cromossomo bacteriano e algumas
proteínas essenciais, além de muito cálcio.
- Protege o DNA de radiação, agentes químicos, enzimas, dessecação e calor excessivo
- Resistentes aos desinfetantes.
- Quando existem condições favoráveis, sofrem germinação: requer água e nutrientes.

Metabolismo bacteriano:
- Elementos essenciais: ferro é o elemento mais importante; proteínas sideróforas
(secretadas pelas bactérias para tirar ferro do meio ambiente);
- Crescimento: carbono, nitrogênio, íons, água e fonte de energia.
As principais vias metabólicas bacterianas são:
(1) Glicólise: ocorre em meio aeróbico ou anaeróbico (quando tem fermentação),
resulta na conversão de glicose em piruvato.
(2) Ciclo do ácido tricarboxilico: ocorre apenas em condições aeróbicas.
Relacionado tanto ao anabolismo quanto ao catabolismo celular. Nesse ciclo, usa
o piruvato produzido na glicólise e vai oxidá-lo na presença de oxigênio. Essa
via gera mais energia do que é produzida na glicólise, ou seja, é mais efetiva.
(3) Via da pentose fosfato (via final): indispensável pra formação de constituintes
celulares. Ex.: peptidoglicano (parede celular). O lipopolissacarídeo (LPS) que
tem na superfície das gram negativas. Proteínas, ácidos nucleicos.
Formas de infecção bacteriana:
- Muitas infecções bacterianas são contagiosas. Podem ser transmitidas por contato
próximo com uma pessoa infectada, pelo toque ou beijo, ou pelo contato com fluidos
corporais, como gotículas de saliva, espirros ou em relações sexuais.
- Certas infecções bacterianas também podem ser transmitidas pela mãe ao bebê durante
a gestação ou parto.
- Entrar em contato com superfícies contaminadas por bactérias, como corrimões e
maçanetas.
- Também pode ser transmitidas pela picada de insetos ou pelo consumo de água e
alimentos contaminados.
2 – Elucidar os mecanismos de invasão/evasão bacteriana.
Mecanismos de evasão:
Um dos principais mecanismos pelo qual bactérias provocam doença é a invasão do
tecido seguida de inflamação, produção de toxinas e imunopatogênese.
Bactérias invasivas secretam enzimas
Colagenase e hialuronidase, as quais degradam o colágeno e o ácido hialurônico
Coagulase que acelera a formação do coágulo de fibrina a partir de seu precursor, o
fibrinogênio (esse coágulo protege a bactéria da fagocitose por meio do isolamento da
área infectada e por envolver o microrganismo em uma camada de fibrina)
Proteases de imunoglobulina. Existem vários exemplos de organismos que produzem
enzimas que degradam as imunoglobulinas.
Variação antigênica: Estratégia adotada por vírus e bactérias que consiste em
mutações genéticas que podem modificar os epítopos (locais em antígenos que
interagem com anticorpos específicos) que eram anteriormente reconhecidos por
anticorpos ou outros componentes do sistema imune, dificultando a eliminação do
agente infeccioso.
Inibição da ativação do complemento: A ativação do complemento leva a
polimerização de alguns componentes na membrana celular, que podem resultar em
formação de poros, induzindo a bactéria a uma morte por lise osmótica. Sua inibição
causa o bloqueio das 3 vias do sistema complemento.
Resistência a fagocitose.
Remoção de intermediários reativos de oxigênio.
Inibição da formação de fagolisossomos: responsáveis pela digestão intracelular.
Inativação de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio
Ruptura da membrana dos fagossomos: secreção de toxinas rompe as membranas.
Mecanismos de defesa contra o hospedeiro:

● Cápsula externa à parede celular – cápsula impede que os fagócitos se adiram a


bactéria
● Proteínas de parede celular dos cocos gram-positivos que tem propriedades
antifagocitárias e que previnem a ativação do complemento
● Leucocidinas – toxinas formadoras de poros que degradam a membrana celular
dos neutrófilos e macrófagos

Dois tipos de inflamação


Piogênica (pus e neutrófilos)
Granulomatosa (granuloma e macrófagos e células T)

As intracelulares geralmente causam inflamações granulomatosas, a localização


intracelular oferece um nicho protetor contra anticorpos e neutrófilos que funcionam
extracelularmente.
Os mecanismos de sobrevivência intracelulares são:
(1) inibição da fusão do fagossomo com o lisossomo, para evitar as enzimas de
degradação do lisossomo;
(2) inibição da acidificação do fagossomo, que diminui a atividade das enzimas de
degradação do lisossomo;
(3) escape do fagossomo para o citoplasma, onde não há enzimas de degradação

A invasão celular por bactérias depende da interação de proteínas de superfície


bacterianas específicas, denominadas invasinas, com receptores celulares específicos
pertencentes à família das integrinas de adesão transmembrana.
Fases da doença infecciosa
(1) O período de incubação, relativo ao tempo entre o contato com o microrganismo (ou
toxina) e o início dos sintomas (esse tempo varia de horas a dias ou semanas,
dependendo do microrganismo).

(2) O período prodrômico, durante o qual sintomas inespecíficos, como febre, mal-estar
e perda de apetite, ocorrem.

(3) O período específico da doença, durante o qual os sinais e sintomas mais


característicos da doença ocorrem.
(4) O período de recuperação, durante o qual a doença cede e o paciente retorna ao
estado saudável. Os anticorpos IgG e IgA protegem o paciente recuperado de uma
reinfecção pelo mesmo organismo.

Mecanismos de agressão:

● Adesão: mecanismo das bactérias que permite que estas adiram-se ao epitélio de

revestimento de células endoteliais da bexiga, intestino e vasos sanguíneos,


então elas não podem ser eliminadas e essa aderência propicia que colonizem o
tecido Ex: é função natural da bexiga eliminar qualquer bactéria que não esteja
fixada nas paredes. Escheria coli e outras bactérias têm adesinas que se ligam a
receptores na superfície do tecido e impede que sejam eliminadas.

● Embora as bactérias não tenham mecanismos que lhes possibilitem cruzar a pele

intacta, várias delas podem atravessar as membranas mucosas e outras barreiras


de tecido para entrar em locais normalmente estéreis e em tecidos mais
suscetíveis. As bactérias usam seus flagelos para nadar e proteases para digerir a
camada mucosa e se aproximar do revestimento epitelial (As bactérias invasivas
destroem a barreira mucosa e induzem inflamação para permeabilizar a barreira,
ou penetram nas células da barreira)

3 – Diferenciar a microbiota normal da patogênica.

Normal: refere-se à população de microrganismos que habita a pele e as mucosas dos


indivíduos normais e sadios. Ela fornece a primeira linha de defesa contra patógenos
microbianos, auxilia na digestão, desempenha um papel na degradação das toxinas e
contribui para a maturação do sistema imunológico.
Mudanças na microbiota normal ou na estimulação da inflamação podem causar
doenças (ex: doenças intestinais inflamatórias)
Microbiota residente: tipos relativamente fixos de microrganismos encontrados com
regularidade em determinadas áreas e em certa idade, e que, quando perturbada,
recompõe-se prontamente
Microbiota transitória: microrganismos não patogênicos ou potencialmente
patogênicos, os quais permanecem na pele ou nas mucosas por horas, dias ou semanas,
vindos do meio ambiente, não causando doença e nem se estabelecendo
permanentemente na superfície.
• Em geral, os membros da microbiota transitória são de pouca importância enquanto a
microbiota residente normal permanece intacta
• No entanto, se a microbiota residente for perturbada, os microrganismos poderão
colonizar e proliferar-se, ocasionando uma doença
• os microrganismos da microbiota podem ser divididos em:
- Mutualistas: protegem o hospedeiro, produzindo nutrientes importantes e colaboram
para o desenvolvimento do sistema imunológico
- Comensais: mantém associações sem causar benefícios e/ou malefícios ao hospedeiro
- Oportunistas: microrganismos que causam doenças em indivíduos com o sistema
imune comprometido devido a vários fatores, tais como nos casos de: infecção pelo
vírus da imunodeficiência adquirida humana, terapia imunossupressora de
transplantados, radioterapia, quimioterapia anticâncer, queimaduras extensas ou
perfurações das mucosas.
• Microbiota da pele:
- Maior órgão do corpo
- Colonizada por vários microrganismos
- Por ficar exposta, está mais propensa a abrigar microrganismos transitórios
- Possui uma microbiota residente bem definida
- Microbiota pode ser alterada por secreções, uso de roupas ou proximidade de
membranas mucosas (boca, nariz e área perineal)
- Predominantes: bacilos difteroides aeróbios e anaeróbios, estafilococos aeróbios e
anaeróbios
- Nem a sudorese profusa, nem a lavagem e o banho são capazes de eliminar ou
modificar significativamente a microbiota residente normal
• Microbiota dos olhos e conjuntiva:
- Devido à sua constante exposição ao meio externo, a conjuntiva está sujeita a intensa
contaminação microbiana
- A maioria dos microrganismos é removida por lacrimação, restando apenas uma
microbiota de densidade relativamente baixa, consistindo em um número reduzido de
espécies
• Microbiota do trato respiratório:
- A composição da microbiota pulmonar é moldada primeiramente pelo ambiente:
clima, zona geográfica, a área onde vive e a exposição a animais domésticos etc.
- Fatores que podem diminuir essa microbiota: tosse, tabaco, infecções virais,
tratamento com antibióticos, disbiose (desiquilíbrio)
- Colônia que se espalha pelo nariz, garganta e boca (e um pouco nos brônquios
inferiores e alvéolos)
• Microbiota do TGI:
- Ao nascimento, o intestino é estéril, mas microrganismos entram com os alimentos.
- Nos lactentes alimentados por mamadeiras, existe uma microbiota mais diversificada
no intestino, e os lactobacilos são menos proeminentes.
- À medida que os hábitos alimentares evoluem para o padrão do adulto, a microbiota
intestinal modifica-se.
- Ex.: A microbiota normal da boca tem um papel importante na placa dental e na cárie.
Patogênese
Os patógenos oportunistas não comprometem pessoas imunocompetentes, mas se
aproveitam de pessoas com a imunidade reduzida
As pessoas adquirem infecções quando o equilíbrio entre hospedeiro e microrganismo
se altera a favor do microrganismo
dominar o hospedeiro depende de dois fatores: o número de microrganismos aos quais a
pessoa ou o hospedeiro são expostos e a virulência desses microrganismos. Quanto
maior a quantidade de microrganismos, maior a probabilidade de infecção. Um número
pequeno de microrganismos altamente virulentos pode causar doença, assim como um
número grande de microrganismos pouco virulentos não causa
As bactérias provocam a doença através de dois mecanismos:

● Produção de toxina

● Invasão e inflamação

As toxinas se enquadram em exotocinas (polipeptídeos liberados pela célula bacteriana)


e endotoxinas (lipopolissacarídeos componentes da parede celular bacteriana grams
negativas). A diferença essencial consiste no fato de que exotoxinas são secretadas pelas
bactérias, ao passo que endotoxinas são componentes da parede celular.
As infecções podem ser transmissíveis ou comunicantes, quando é altamente
transmissível é chamada de contagiosa

● Epidêmica: frequência maior que a comum

● Pandêmica: distribuição mundial

● Endêmica: presente em baixos níveis em uma população específica

As inaparentes ou subclínicas são as que não manifestam sintomas e são observadas


somente por meio de técnicas
Estado latente: reativação da multiplicação dos microrganismos
Estado crônico: multiplicação contínua com ou sem a manifestação de sintomas

Algumas infecções microbianas não dependem de fontes externas, sendo causadas por
bactérias da flora normal
Os estágios da patogênese são divididos em:

(1) Fonte externa como fonte de transmissão pela porta de entrada.


(2) Evasão das defesas primárias do hospedeiro, como a pele e o ácido gástrico.
(3) Aderência às membranas mucosas, frequentemente pelos pili bacterianos.
(4) Colonização por meio da multiplicação da bactéria no local de aderência.
(5) Manifestações clínicas da doença oriundas da produção de toxinas ou da invasão
acompanhada pelo processo inflamatório.
(6) Respostas do hospedeiro, imunidade inespecífica e específica durante os passos 3, 4
e 5.
(7) Progressão ou resolução da doença.

Os Fômites são os objetos inanimados que servem como fonte de transmissão (água,
solo, toalhas)
Ações patogênicas das bactérias:
• Destruição tecidual:
- Subprodutos do crescimento bacteriano incluem gases, ácidos e outras substâncias
tóxicas que podem destruir tecidos
- Além de algumas liberarem enzimas degradantes para quebrar o tecido, fornecendo
alimento para o crescimento de microrganismos e promovendo a disseminação
bacteriana
- Toxinas são produtos bacterianos que prejudicam diretamente o tecido ou
desencadeiam atividades biológicas destrutivas. Toxinas e substâncias similares a
toxinas incluem enzimas de degradação que causam lise de células ou se ligam a
receptores que iniciam reações tóxicas em um tecido-alvo específico
- As exotoxinas são proteínas que podem ser produzidas por bactérias gram-positivas ou
gram-negativas, e incluem enzimas citolíticas e proteínas de ligação ao receptor que
alteram uma função ou matam a célula.
4 – Compreender a atuação do sistema imune frente à invasão bacteriana
A pele intacta corresponde à primeira linha de defesa contra vários organismos. Além
da barreira física representada pela pele, os ácidos graxos secretados pelas glândulas
sebáceas cutâneas possuem ação antibacteriana.
A epiderme da pele é coberta por uma camada de células escamosas queratinizadas que
são continuamente eliminadas (“descamadas”). Juntamente com a secreção do suor, essa
descamação limita a capacidade dos microrganismos de se fixarem e invadirem
Uma segunda defesa importante corresponde à membrana mucosa do trato respiratório,
que é revestida por cílios e recoberta por muco
A lisozima é uma enzima da saliva e das lágrimas que produz poros nas paredes
celulares bacterianas ao romper as ligações das moléculas de peptideoglicano. Além
disso, peptídeos antimicrobianos, como as defensinas, são produzidos por toda a pele e
membranas mucosas
*Os surfactantes são lipoproteínas produzidas nos alvéolos pulmonares que se ligam à
superfície dos microrganismos facilitando a sua fagocitose (i.e., função de opsonina)

Inata
Barreiras físicas: pele e membranas mucosas intactas.
Células fagocitárias: neutrófilos, macrófagos e natural killers.
Proteínas: Sistema complemento, lisozima e interferona.
Os receptores de reconhecimento de padrão (PRR), que reconhecem um padrão
molecular, chamado padrão molecular associado a patógeno (PAMP)
A ativação excessiva dos receptores de reconhecimento padrão (PRR) de macrófagos é
uma causa importante de choque séptico e morte em pacientes hospitalizados
Imunidade a bactérias extracelulares:
Endotoxinas são componentes da parede celular bacteriana
Exotoxinas são secretadas pelas bactérias
Endotoxina = LPS
LPS está presente na superfície das bactérias gram-negativas, a bactéria libera o LPS e
ele se combina com um componente do plasma, a proteína de ligação, que leva o LPS
para os receptores dos macrófagos os CD14. Então haverá estimulação do receptor
TLR4 que vai induzir a produção de citocinas que ativam os linfócitos T HELPER e a
produção de anticorpos
O TLR2 SERVE PARA BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS
Exotoxina
As exotoxinas podem ser citotóxicas ou causar doenças por inativação da síntese de
proteínas das células infectadas e interrupção de vias bioquímicas
Imunidade inata às bactérias extracelulares

● Ativação do complemento: O sistema complemento é constituído por uma


“cascata” enzimática que ajuda na defesa contra infecções. Muitas proteínas do
sistema complemento ocorrem no soro como precursores enzimáticos inativos
(zimógenos); outros são encontrados nas superfícies celulares. Esse sistema faz
uma ponte entre a imunidade inata e a adquirida por:
- Aumento da resposta por anticorpos e a memória imunológica
- Lisar células estranhas
- Remover imunocomplexos e células apoptóticas.
As proteínas do sistema complemento possuem várias funções biológicas (p. ex.,
estimulam a quimiotaxia e a desgranulação dos mastócitos independente da
imunoglobulina E [IgE]).
● Ativação de fagócitos

● Inflamação

Ativação do complemento:
Por causa dos peptideoglicanos nas gram positivas
Por causa do LPS nas gram negativas
- Ativam opsonina que reveste o microrganismo e facilita a fagocitose
-Formam a estrutura MAC, que estimula deposição de C9 na superfície da membrana da
bactéria para formar poros que a inviabilizam
-Ativam moléculas que recrutam os leucócitos

Imunidade adaptativa às bactérias extracelulares


Através da imunidade humoral
Os mecanismos efetores são: neutralização, opsonização e fagocitose.

-Neutralização: mediada pelos IgM, IgG e IgA


-Opsonização: mediada por classes do IgG e IgM

Os antígenos proteicos ativam as células T CD4 auxiliares ------ que produzem


citocinas-----que induzem inflamação local, atividade fagocítica
As bactérias também induzem as respostas TH1, o interferon gama produzidos por elas
ativam os macrófagos para destruir os microrganismos fagocitados.

Imunidade a bactérias intracelulares


Elas sobrevivem e se replicam dentro dos fagócitos
Ficam inacessíveis aos anticorpos circulantes

Imunidade inata
Feita por fagócitos e NK

-Fagócitos ingerem mas não conseguem degradar.


-As NK detectam a disfunção celular como a falta de expressão de proteínas do MHC
de classe I na superfície celular. Elas produzem gamainterferona, que ativa os
macrófagos para eliminarem as bactérias que ingeriram e secretam citotoxinas
(perforinas e granzimas) que induzem a apoptose

Imunidade adaptativa às bactérias intracelulares


Recrutamento de fagócitos de células T

T CD4
A IL-12 estimula as células T CD4 a se diferenciar em células efetoras Th1
As Th1 produzem as citocinas interferons gama que ativam os macrófagos.

T CD8
As bactérias fagocitadas estimulam as respostas das células T CD8 quando são
transportadas para o citosol através dos fagossomos
Destroem as células infectadas

Leucócitos
Rolamento, adesão e migração
A resposta inflamatória
A maior permeabilidade deve-se a vários mediadores químicos, entre os quais os mais
importantes são a histamina, as prostaglandinas e os leucotrienos
Componentes do complemento, C3a e C5a, também contribuem para o aumento da
permeabilidade vascular. A bradicinina é um importante mediador da dor.
Os macrófagos realizam duas funções: são fagocitários e produzem duas importantes
citocinas pró-inflamatórias, o fator de necrose tumoral (TNF) e a interleucina 1 (IL-1)
A proteína de ligação ao lipopolissacarídeo (endotoxina) é outra importante proteína de
fase aguda produzida em resposta a bactérias Gram-negativas. A interleucina 6 (IL-6) é
o principal indutor da resposta de fase aguda
Os neutrófilos e os macrófagos são atraídos ao local de infecção por quimiocinas
Como parte da resposta inflamatória, as bactérias são englobadas (fagocitadas) por
neutrófilos e macrófagos
As bactérias são ingeridas pela invaginação da membrana celular do PMN ao redor das
bactérias, formando um vacúolo (fagossomo). Essa ingestão é aumentada pela ligação
da imunoglobulina G (IgG) ou do componente C3b do complemento (ambas opsoninas)
à superfície das bactérias em um processo chamado de opsonização
IL6 induz a resposta de fase aguda
Macrófagos apresentam o antígeno aos linfócitos T HELPER CD4 E OS
NEUTRÓFILOS NÃO
Os neutrófilos, então, migram por meio do endotélio (diapedese) e ingerem as bactérias.
IgG e C3b são opsoninas, as quais intensificam a ingestão das bactérias.
As principais funções da imunidade celular consistem na proteção contra bactérias
intracelulares e morte de células infectadas por vírus. As células T auxiliares (e
macrófagos) protegem contra bactérias intracelulares, ao passo que as células T
citotóxicas matam células infectadas por vírus.

* O óxido nítrico (NO) é outro importante agente microbicida. Corresponde a um


intermediário reativo do nitrogênio, sintetizado por uma enzima induzível, denominada
óxido nítrico sintase, em resposta a estimuladores como as endotoxinas. O NO participa
da morte oxidativa de micróbios ingeridos por fagocitose pelos neutrófilos e
macrófagos. A superprodução de NO contribui para a hipotensão observada no choque
séptico, uma vez que provoca vasodilatação dos vasos sanguíneos periféricos.
Vídeo aula:
Imunidade contra bactérias extracelulares.
Infecção: É a invasão e colonização.
Doença infecciosa: Gera danos sinais e sintomas
Patogenicidade: Capacidade de causar doença
Virulência: grau de patogenicidade
Fator de virulência pode ser: componente, produto ou estratégia microbiana, tudo isso
contribui para o estabelecimento de uma doença
Estágios da patogênese microbiana:
(1) Exposição ao patógeno (antígeno) – Ex.: vai em uma festa.
(2) Adesão do patógeno
(3) Invasão dos tecidos
(4) Colonização e crescimento
3 e 4 – Quando o microrganismo evade (escapa) a imunidade do hospedeiro.
(5) Causa no tecidual e gera a doença: à medida que cresce cada vez mais
Imunidade do hospedeiro frente à presença de patógenos.

Imunidade a bactérias extracelulares:


- Não entram nas células
- Estão no sangue, nos tecidos conjuntivos, nos espaços teciduais (lúmens das vias
aéreas, intestinal
- Como as bactérias extracelulares podem causar doença?
(1) Induzem inflamação: destruição tecidual no sítio da infecção – Acontece a liberação
de fatores do sistema imunológico como as citosinas, há o acumulo de proteínas do
complemento. Tudo isso leva à inflamação, morte de células
(2) Produção de toxinas: Endotoxinas (LPS), que ativa macrófagos, liberação de
citosinas, recrutamento de outras células e consequente dano tecidual e outras células e
exotoxinas (secretadas) algumas são citotóxicas (tóxicas para algumas células) algumas
causam morte celular e outras causam doenças nas células, interferindo na homeostasia
celular.
Mecanismos da imunidade inata p/ extracelulares:
- Fagocitose (macrófagos e neutrófilos) e inflamação
- Ativação do sistema complemento

● Ativado por 3 vias diferentes:


- Via clássica: Ativada com a participação de anticorpos (IGM ou IGG),
dependente de anticorpos. Não começa na inata pois depende de anticorpos.
Pode começar pelas pentraquicinas.
- Via alternativa:
- Via das lectinas:
- Fagocitose:

● fagócito reconhece o microrganismo por receptores que ele tem na superfície.


Receptores de reconhecimento de padrões associados aos patógenos (PAMPs).
● Microrganismo dentro de um fagossomo, esse se junta ao lisossomo, formando
um fagolisossomo.
● A partir do fagolisossomo têm-se 3 mecanismos microbicidas para a morte desse
patógeno:
(1) Enzimas lisossomais: funcionam melhor no pH ácido
(2) Espécies reativas de oxigênio
(3) Óxido nítrico
Mecanismos da imunidade adaptativa p/ extracelulares:
- Imunidade humoral (mediada por imunoglobulinas/anticorpos) – Linfócito B que
inicialmente faz o reconhecimento do antígeno pela região variável, esse linf.B passa
por processos de diferenciação, se diferenciam em plasmócitos e esse plasmócito passa
a secretar anticorpos. É a principal resposta protetora contra esse tipo de bactéria.
Funciona pra bloquear a infecção, eliminar os microrganismos e neutralizar suas toxinas
por meio desses anticorpos.

● Anticorpos contra bactérias extracelulares


Podem ser gerados de duas maneiras:
- anticorpos contra os polissacarídeos (como as que são encapsuladas): T
independentes. Já que não tem contato com célula T que libera citosinas, a
resposta sempre vai ser pra IGM
- resposta pra proteínas (maioria das bactérias encontra-se proteínas): T
dependente (precisa da célula t, que vai fornecer citosinas p/ linf.b, fazendo com
que a célula troque a classe dela de anticorpo, pq quando ela sai da medula
óssea, “virgem”, ela só sabe produzir 2 anticorpos, a IGM e a IGD. Então,
quando tem apresentado uma proteína da bactéria, o linf.T libera citosinas que
vão estimular a troca de classe da célula B virgem. Por exemplo, se fornecer IFN
gama pra célula B, ela troca a classe de anticorpo, passa a produzir IGG.

Em suma, os anticorpos fazem o processo de neutralização de toxinas,


opsonização (microrganismos são ligados por anticorpos), fagocitose (os
fagócitos têm receptores que reconhecem os anticorpos, isso aumenta a
fagocitose em até 1000x) e ativação da via clássica do sistema complemento.

- Imunidade celular: mediada por linfócitos T: Para atívá-los, precisa de uma célula
apresentadora de antígenos (célula dendrítica). Essa DC vai até o linfonodo ou até o
baço apresenta o peptídeo (pedaço do microrganismo) pra célula T. Dependendo do
padrão de citosinas que a DC forneça pra célula T, têm-se a diferenciação desse linf.t
pra perfis de ativação de resposta de célula t, pode se diferenciar pra TH1, TH2, TH17.
Dendrítica chega, se liga à célula t e manda 3 sinais pra ela:

● MHC se liga ao TCR da célula t

● B7 se liga ao CD28 da célula t

● Citosinas saem da DC e atinge o linf.t, dependendo do padrão de citosina, essa


célula t se diferencia pra th1, th2, th17
Como resposta pra bactéria extracelular, tem a resposta th17. Precisa receber da DC,
para que isso aconteça, citosinas IL-1 e IL-6.
- A th17 trabalha: Ex – indivíduo com infecção na garganta; macrófagos residentes
reconhecem a presença do microrganismo e passam a secretar citosinas pró-
inflamatórias (tnf – alfa e IL-1), isso faz com que haja recrutamento de algumas células
sanguíneas, chega primeiro os neutrófilos, monócitos (que diferenciam em mais
macrófagos). Depois de uns 7, 8 dias chegam as th17, que recrutam ainda mais
neutrófilos e monócitos, promovendo a inflamação local. A Th17 produz IL-17, que age
nos macrófagos, células epiteliais, neutrófilos e faz com que essas células produzam
mais citosinas ou até mesmo quimiocinas (ex.: tnf-alfa, IL-1). Essas citosinas fazem
com que apareçam moléculas de adesão no endotélio vascular. Além disso, tem a
produção de quimiocinas (por conta da IL-17) CXCL1 e CXCL2 que ficam no lúmen
dos vasos sanguíneos. O neutrófilo tem receptor (CXCR2) pra essas duas quimocinas,
por isso recruta mais neutrófilos e esses se acumulam nos vasos sanguíneos por causa
das 2 quimiocinas.
Efeitos lesivos das respostas imunológicas para bactérias extracelulares
- A lesão tecidual resulta de produtos celulares.
- Consequências prejudiciais das respostas do hospedeiro: inflamação e sepse (síndrome
clinica causada por uma resposta imune desregulada à infecção, se você não resolve a
infecção, a presença constante do microrganismo pode levar à sepse)
- No choque séptico, no estímulo inflamatório, desencadeia a produção dos fatores pró-
inflamatórios (TNF e L-1).
- No choque séptico a explosão de grandes quantidades de citosinas é chamada de
tempestade de citosinas. (ocorre pela presença de super antígenos, que são aqueles que
ativam muitos linfócitos T, aí ocorre a produção de muitas citosinas)
Efeitos lesivos da resposta imune humoral à infecção bacteriana
Pode levar a geração de anticorpos produtores de doença (miocardite e
glomerulonefrite)
5 – Definir os fatores que favorecem a suscetibilidade do organismo à bactéria.
1. Sistema imunológico comprometido: Um sistema imunológico enfraquecido ou
comprometido torna o organismo mais suscetível a infecções bacterianas. Isso pode
ocorrer em pessoas com doenças crônicas, como HIV/AIDS, diabetes descontrolado,
câncer ou em indivíduos que passaram por transplante de órgãos e estão tomando
medicamentos imunossupressores.

2. Idade: A idade também pode afetar a suscetibilidade a infecções bacterianas. Recém-


nascidos e idosos tendem a ter um sistema imunológico menos eficiente, o que os torna
mais vulneráveis a bactérias patogênicas.

3. Condições de saúde subjacentes: Certas condições médicas, como doenças


respiratórias crônicas (por exemplo, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica),
doenças cardíacas, doenças renais ou hepáticas, podem aumentar a suscetibilidade a
infecções bacterianas.

4. Uso excessivo de antibióticos: A exposição frequente e excessiva a antibióticos pode


afetar negativamente a flora bacteriana natural do organismo, tornando-o mais
suscetível a infecções bacterianas. O uso inadequado ou indiscriminado de antibióticos
também pode levar ao desenvolvimento de bactérias resistentes a medicamentos.
5. Lesões e procedimentos médicos: Feridas abertas, cirurgias ou dispositivos médicos
invasivos podem fornecer uma entrada direta para as bactérias no organismo,
aumentando o risco de infecção.

6. Higiene pessoal inadequada: A falta de higiene pessoal, como a não lavagem


adequada das mãos, pode facilitar a transmissão de bactérias de uma pessoa para outra
ou do ambiente para o organismo.

7. Estresse crônico: O estresse crônico pode afetar negativamente o sistema


imunológico, tornando o organismo mais suscetível a infecções bacterianas./
6 – Discutir a necessidade de antibioticoterapia
1. Inibição da síntese de parede celular bacteriana: Muitos antibióticos, como a
penicilina e a amoxicilina, atuam inibindo a síntese da parede celular bacteriana. As
bactérias têm uma parede celular única que lhes confere rigidez e proteção. Ao inibir a
síntese dessa parede, os antibióticos causam a ruptura da estrutura bacteriana e a morte
das bactérias.

2. Interferência na síntese de proteínas bacterianas: Alguns antibióticos, como a


tetraciclina e a eritromicina, atuam interferindo na síntese de proteínas bacterianas. As
proteínas são essenciais para a sobrevivência e o funcionamento das bactérias. Ao
bloquear a síntese de proteínas bacterianas, os antibióticos impedem o crescimento e a
reprodução bacteriana, levando à morte das bactérias.

3. Inibição da síntese de ácido nucleico: Antibióticos como as quinolonas atuam


inibindo a síntese de ácido nucleico bacteriano, que é o material genético das bactérias.
Essa interrupção no processo de replicação do DNA bacteriano impede a reprodução e o
crescimento das bactérias, resultando em sua morte.

4. Interferência no metabolismo bacteriano: Alguns antibióticos, como os sulfonamidas,


atuam interferindo no metabolismo bacteriano. Eles imitam as substâncias necessárias
para o crescimento bacteriano, mas não são efetivamente utilizados pelas bactérias. Isso
leva a uma deficiência de nutrientes vitais para a sobrevivência bacteriana, inibindo seu
crescimento e levando à morte das bactérias.

É importante notar que diferentes classes de antibióticos têm diferentes alvos e


mecanismos de ação. Além disso, a resistência bacteriana é uma preocupação
significativa, pois as bactérias podem desenvolver mecanismos para neutralizar ou
evitar a ação dos antibióticos. Portanto, é essencial usar os antibióticos adequadamente,
seguindo as orientações médicas e completando o curso de tratamento prescrito, para
maximizar sua eficácia e reduzir o desenvolvimento de resistência bacteriana.
7 – Elencar os tipos de mecanismos de vacinas anti-bacterianas
A imunidade ativa é induzida por vacinas preparadas a partir de bactérias ou de seus
produtos
A imunidade passiva é fornecida pela administração de anticorpos pré-formados em
preparações chamadas de imunoglobulinas
A imunidade passivo-ativa envolve a administração de imunoglobulinas para fornecer
proteção imediata e de uma vacina para fornecer proteção em longo prazo
A maioria das vacinas em uso atua induzindo imunidade humoral sendo que os
anticorpos produzidos previnem infecções, ao neutralizar e auxiliar a remoção dos
microrganismos antes que se instalem e provoquem a doença. As vacinas estimulam o
desenvolvimento de plasmócitos de vida longa produtores de anticorpos de alta
afinidade, bem como células B de memória

Ativa
São compostas por polissacarídeos capsulares, exotoxinas proteicas inativadas
(toxoides), bactérias mortas ou bactérias vivas atenuadas
• Vacinas contendo polissacarídeos capsulares como imunógeno são dirigidas contra S.
pneumoniae, H. influenzae, N. meningitidis e S. typhi. O polissacarídeo capsular
presente na vacina pneumocócica, vacina meningocócica e vacina contra H. influenzae
é conjugado a uma proteína carreadora para intensificar a resposta de anticorpos.

•Duas vacinas contêm exotocina proteica inativada como imunógeno: as vacinas contra
difteria e tétano. É uma toxina inativada, que perdeu sua capacidade de provocar a
doença, mas manteve sua imunogenicidade. (A vacina pertússis também contém
toxoide, entretanto, também contém outras proteínas bacterianas.)

•Três vacinas contêm proteínas bacterianas purificadas como imunógeno. A mais


comumente utilizada corresponde à vacina pertússis acelular, a qual, em combinação
com toxoides diftérico e tetânico, é recomendada para todas as crianças. A vacina
meningocócica do grupo B contém a proteína de ligação ao fator H como imunógeno
principal. A vacina contra antraz também contém proteínas purificadas, mas é
recomendada apenas para indivíduos com possibilidade de exposição ao organismo.

•A vacina BCG contra tuberculose contém M. bovis vivos atenuados, sendo utilizada
em países onde a doença é endêmica. Uma das vacinas contra febre tifoide contém S.
typhi viva atenuada. A vacina contra a cólera usada nos Estados Unidos contém V.
cholerae vivo e atenuado.
•As vacinas contra peste, tifo e febre Q contêm bactérias mortas. A vacina contra a
cólera usada em muitos países onde a cólera é endêmica contém V. cholerae morto.
Essas vacinas são utilizadas na proteção de indivíduos com possibilidade de serem
expostos.

Passiva
A imunidade passiva na forma de antitoxinas encontra-se disponível para a prevenção e
o tratamento de tétano, botulismo e difteria. Além disso, um anticorpo monoclonal
contra a exotoxina B de C. difficile (bezlotoxumabe) evita recaídas de colite
pseudomembranosa. Essas quatro doenças são causadas por exotoxinas. As antitoxinas
(anticorpos contra exotoxinas) se ligam a exotoxinas e evitam seus efeitos tóxicos (ou
seja, as neutralizam)

Passivo-ativo
Envolve o fornecimento de proteção imediata (porém, de curto prazo) na forma de
anticorpos, assim como proteção de longo prazo na forma de imunização ativa. Um
exemplo do uso de imunidade passivo-ativa corresponde à prevenção de tétano em
indivíduos não imunizados que apresentam ferimento contaminado. Tanto a antitoxina
tetânica quanto o toxoide tetânico devem ser administrados. A administração deve ser
feita em locais distintos, a fim de que os anticorpos da antitoxina não neutralizem o
toxoide.

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