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Aos oito dias do mês de junho de dois mil e dez, às onze horas, no Plenário "Dom Pedro
I" da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, realizou-se a Décima Reunião da
Comissão Parlamentar de Inquérito constituída pelo ato nº 13, de 2010, com a
finalidade de "investigar supostas irregularidades e fraudes praticadas contra cerca de
três mil mutuários da Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo -
BANCOOP, e propor soluções para o caso", da Quarta Sessão Legislativa, da Décima
Sexta Legislatura, sob a presidência do Deputado Samuel Moreira. Presentes os
Senhores Deputados Bruno Covas, Ricardo Montoro, Vanderlei Siraque, Vicente
Cândido, Waldir Agnello(efetivos), e Davi Zaia (substituto eventual). Também presentes
no decorrer da reunião os Senhores Deputados Roberto Morais, Chico Sardelli, Estevam
Galvão (efetivos) e Antonio Mentor (substituto). Havendo número regimental, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos da reunião e solicitou à secretária a leitura da
ata da reunião anterior, que foi dispensada a pedidos e considerada aprovada. Pela
ordem, o Senhor Deputado Bruno Covas solicitou inversão de pauta, que foi aprovada
pela maioria presente, e o Senhor Presidente deu início aos trabalhos pela apreciação
de um requerimento protocolado. De autoria do Deputado Bruno Covas, que requer a
expedição de ofício à Receita Federal do Brasil para que sejam enviadas a essa
Comissão Parlamentar de Inquérito as respectivas cópias de declarações de imposto de
renda das pessoas físicas e jurídicas abaixo elencadas a partir das datas especificadas.
Requer, ainda, a expedição de ofício ao Banco Central do Brasil para localizar contas
bancárias em nome das pessoas físicas e jurídicas abaixo elencadas, solicitando-se às
respectivas instituições o envio de extrato com todas as movimentações realizadas a
partir das datas abaixo descritas até os dias atuais. 1. Hélio Malheiro (de 1999 até a
presente data); 2. Andy Roberto Gurczynska (de 2000 até a presente data); 3. Walter
Amaro da Silva (de 1998 até a presente data); 4. Ricardo Luis do Carmo (de 1997 até a
presente data); 5. Marcelo Rinaldi (de 1996 até a presente data); 6. Alessandro
Bernardini (de 1996 até a presente data); 7. Luis Eduardo Saeger Malheiro (de 1996
até a presente data); 8. Tomás Edson Botelho Fraga (de 1996 até a presente data); 9.
Conservix Limpeza e Serviços S/S Ltda. (desde sua fundação até a presente data); 10.
Germany Comercial e Empreiteira de Obras EPPP Ltda. (desde sua fundação até a
presente data); 11. Saned Saneamento Edificações e Comércio Ltda. (desde sua
fundação até a presente data); 12. Irmãos Peruzo Empreiteira e Comércio de Materiais
para Construção Ltda. (desde sua fundação até a presente data); 13. Mizu
Empreendimentos (alterada para a denominação Mirante Blocos de Concreto, empresa
de propriedade de Luis Eduardo Saeger Malheiro, Marcelo Rinaldo, Alessandro
Bernardino e Tomás Edson Botelho Fraga, todos também dirigentes da Bancoop) -
(desde sua fundação até a presente data); 14. Mirante Blocos de Concreto (desde sua
fundação até a presente data); 15. Amaro Cavalcante Construções S/C Ltda. (desde sua
fundação até a presente data). O Senhor Deputado Vanderlei Siraque solicitou vista da
propositura, que lhe foi concedida pelo prazo regimental de três dias. Em seguida o
Senhor Presidente convidou o Senhor Freud Godoy, convocado na qualidade de
testemunha, para tomar assento à mesa, apresentar sua qualificação e assumir o
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compromisso de nada ocultar sobre o que soubesse referente ao objeto desta CPI. O
convidado, após o compromisso, absteve-se de usar a palavra e colocou-se à disposição
para esclarecimentos aos Deputados. Em suas respostas o depoente esclareceu que a
Caso Sistemas de Segurança presta serviços à Bancoop desde 2005; que a empresa
tem como sócios a sua mulher e seu cunhado e embora não figure na composição
societária, Godoy cuida da parte comercial e operacional da firma. Informou não fazer
parte da composição societária porque detinha emprego público. Declarou que era
prestador de serviços ao Sindicato dos Bancários e que soube por meio de funcionários
daquele Sindicato que a cooperativa queria trocar a empresa de segurança. Então,
procurou a Bancoop e apresentou uma proposta para a prestação dos serviços, que foi
aceita após negociação dos valores. Ele explicou que o serviço de segurança
patrimonial, que a Caso presta para a Bancoop, é realizado em geral nos canteiros de
obra dos empreendimentos da cooperativa com o objetivo de prevenir invasões,
assegurar a guarda de ferramentas, materiais e almoxarifados. Não soube declarar o
valor total do contrato mantido com a Bancoop, porque o preço dos serviços prestados
baseia-se na referência estipulada pelo sindicato patronal, e é aferido por homens/hora.
Atualmente, os serviços de segurança da Caso são executados em apenas dois
empreendimentos da cooperativa. Informou também que sua esposa é cooperada de
um empreendimento, que pagou cerca de R$ 30.000,00 reais de aporte, mas até agora
não conseguiu registro desse imóvel. Declarou também que ele, a esposa e a empresa
já foram auditados pela Receita Federal, bem como tiveram o sigilo bancário quebrado
e que nada foi encontrado contra eles. Por fim, declarou também que trabalhou de
forma irregular desde 1992 até 2003, fazendo a segurança em eventos do PT.
Após ter atendido todas as questões formuladas pelos Deputados, entregou ao Senhor
Presidente cópias de notas fiscais, guias de recolhimento de encargos sociais e
relatórios dos serviços prestados nos empreendimentos da cooperativa, com o total de
homens/hora e valores cobrados mensalmente. Em seguida, foi convidado para tomar
assento à mesa o Senhor Valter Amaro da Silva, ex-prestador de serviços para a
Bancoop. Após apresentar sua qualificação e o compromisso colocou-se à disposição
para responder as questões dos presentes. Declarou que em 1998 foi trabalhar para
Cooperativa por intermédio do Engenheiro Ricardo Luis do Carmo, seu conhecido,
contratado para executar os serviços de pintura; que entre os anos de 2000 e 2001 o
citado engenheiro solicitou que apresentasse Notas Fiscais frias e, que quando eram
pagas ele sacava em espécie e depositava numa conta poupança do Senhor Hélio
Malheiro, que desconhecia que tal fato configurava um crime, e quando questionou o
engenheiro este o informou que o dinheiro era para financiar campanha eleitoral do PT.
Informou também que trabalhou para a Bancoop até 2006, tendo sido dispensado pela
engenheira Ângela, a qual o informou que as obras iriam parar porque precisavam
receber os aportes e resíduos solicitados aos cooperados porque a cooperativa estava
deficitária. Declarou também que tem cerca de trezentos mil reais para receber da
Bancoop. Nada mais havendo a tratar o Senhor Presidente convocou a próxima reunião
para o dia quinze de junho próximo, às dez horas, e deu por encerrados os trabalhos. A
presente reunião foi gravada pelo serviço de Audiofonia e após transcrição fará parte
integrante desta Ata, que eu Deise Fischetti Delgatto, Agente Técnico Legislativo, lavrei
e assino após sua Excelência.
Presidente
Secretária - ATL
BANCOOP
PRESIDENTE
08/06/2010
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BANCOOP
O SR. BRUNO COVAS - PSDB – Para pedir a dispensa da leitura da ata da reunião
anterior.
O SR. BRUNO COVAS - PSDB – Sr. Presidente, gostaria de solicitar a V. Exa. que
colocasse em votação a alteração da nossa ordem do dia, para em primeiro lugar deliber
sobre os requerimentos protocolados e aí passamos à oitiva.
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no art. 213 e 218, ambos do Código de Processo Penal, combinado com o § 2º do art. 3º da
Lei Estadual nº 11124, de 10 de abril de 2002, bem como as demais normas constitucionais
e infraconstitucionais aplicáveis à espécie, cumpre-nos adverti-lo que deve dizer a verdade,
não podendo fazer afirmações falsas, calar ou negar a verdade a respeito dos fatos do seu
conhecimento, por incorrer em crime previsto no art. 4º, inciso II da Lei Federal nº 1579, de
18 de março de 1952.”
Passo-lhe às mãos o termo de qualificação. Nome completo.
O SR. FREUD GODOY – Avenida Industrial nº 1071, ap. 51A, Bairro Jardim,
Santo André, São Paulo.
O SR. FREUD GODOY – “Sob minha palavra de honra prometo dizer a verdade do
que souber e me for perguntado, relacionado com a investigação a cargo desta Comissão
Parlamentar de Inquérito.”
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual é a sua relação, ou qual foi a sua relação
com a Bancoop?
O SR. FREUD GODOY – Eu não tenho relação alguma com a Bancoop. O que nós
temos é uma empresa, Caso Sistemas de Segurança, uma empresa que é regulamentada pela
Polícia Federal, apta a prestar serviços de segurança patrimonial, segurança privada num
todo, que aí envolve área de monitoramento, área de CFTV, instalação, projetos,
acompanhamentos, e essa empresa que pertence à minha esposa, está em nome da minha
esposa, ela presta serviço à Bancoop na área patrimonial.
O SR. FREUD GODOY – A data, não me recordo especificamente, mas acho que
foi logo no começo da cooperativa, em meados de 1996, acredito. Não me recordo da data
específica.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Em 1996 foi tudo durante o ano ou em 1996 ela
virou cooperada?
O SR. FREUD GODOY – Em 1996 ela vira cooperada, várias pessoas viraram
cooperadas e nós também viramos cooperados da Bancoop. A partir daí foi-se pagando a
unidade, como todo mundo, recebendo as parcelas, pagando, até a entrega do imóvel, que
demorou, não lembro a data, mas acredito que demorou uns três ou quatro anos para ser
entregue o imóvel.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esse imóvel ainda está no nome da sua esposa?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor e a sua esposa possuem outros imóveis
próprios?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O jornalista Ivo Patarra, no livro O Chefe, diz
que V. Sa. adquiriu um apartamento em Santo André descrito com luxuoso. O senhor tem
apartamento em Santo André?
O SR. FREUD GODOY – Hoje fica em Santo André, na Rua Maria Ortiz nº 79,
Bairro Campestre.
O SR. FREUD GODOY – Hoje está 99% a minha esposa e 1% o meu cunhado. Eu
estou tentando acertar o contrato.
Deixa eu explicar uma coisa para o senhor. Empresa de segurança, ela segue uma
legislação federal, que a Polícia Federal exige que a gente cumpra uma série de
procedimentos. Você tem de ter capital integralizado mínimo para poder abrir a empresa,
tem de ter salas específicas para gerenciar, operar, administrar, a parte financeira da
empresa, tem de ter um número mínimo de funcionários, de 30 funcionários, registrados em
carteira de trabalho, com certificado nacional de vigilância.
Então, ela faz todas as exigências e na época, quando nós abrimos essa empresa
Caso, eu trabalhava no Governo Federal, então eu não poderia estar participando na
empresa. Agora, para eu poder voltar para a empresa, no papel, tem de cumprir-se toda uma
legislação novamente, abrir esse processo novamente na Polícia Federal, dar entrada na
Polícia Federal, a Superintendência de São Paulo aceitar o processo, avaliar, ver se pode, daí
emite para Brasília, Brasília publica no Diário Oficial, e aí sim que eu posso voltar para a
empresa no papel.
Por isso que hoje eu não configuro, no papel, na empresa.
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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Essa empresa foi aberta em que ano?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Essa composição societária, o senhor disse 99%
da sua esposa e 1% do seu cunhado é desde a fundação?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor sabe dizer a partir de quando prestou
serviços para a Bancoop?
O SR. FREUD GODOY – Vou ver a data específica, porque na época eu não
operava, não trabalhava na empresa integralmente, então não tenho todas as informações de
cabeça.
Em 28 de fevereiro de 2005 é a primeira nota fiscal emitida pela Bancoop.
O SR. FREUD GODOY – Isso aqui, algum serviço foi iniciado na Bancoop.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O serviço que nós fomos contratados. Qual era,
efetivamente, a sua participação? A empresa é de propriedade da sua esposa. O senhor era
gerente? Qual a sua participação?
e eu entendo mais dessa parte de segurança. Mas nós temos, na empresa, temos supervisores,
temos gerentes, tem a parte administrativa, a parte financeira.
Eu falo nós, como eu fui convocado em nome da Caso, então eu estou falando em
nome da Caso, mas na verdade a Caso que prestava esse serviço. A minha participação é de
simplesmente estar junto ali no dia-a-dia da empresa, de estar tocando os problemas que
uma empresa comum teria.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor disse que em 2003, quando a empresa
foi aberta, havia uma restrição porque o senhor trabalhava no Governo, é isso?
O SR. FREUD GODOY – Desde 1981, por aí. Não me lembro a data.
O SR. FREUD GODOY – Já tive o meu sigilo fiscal, bancário, telefônico quebrado,
da minha esposa também, sigilo bancário e fiscal, todos quebrados, da empresa também e
nós fomos auditados, por um ano e meio, pela Receita Federal, depois Ministério Público
Federal.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Essa quebra de sigilo foi feita pela Receita
Federal?
O SR. FREUD GODOY – Pela Receita Federal. Desculpe, a quebra de sigilo, não
lembro qual instituição que pediu a quebra de sigilo, se foi a CPI das Ambulâncias ou se foi
o Ministério Público Federal.
Só quis enfatizar que nós fomos auditados e fiscalizados pela Receita Federal por um
ano e meio e não foi achado nada que estivesse ilícito em nome nosso, meu, da minha
mulher ou da nossa empresa.
O SR. FREUD GODOY – Não sei afirmar com certeza se foi feita pelo Ministério
Público Federal ou pela CPI das Ambulâncias, que estava instaurada em 2006, em Brasília.
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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pelo menos o meu sigilo telefônico, o meu sigilo
bancário, o meu sigilo fiscal, seria algo muito importante para mim. O senhor não se recorda
quem quebrou o sigilo?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor, nessa quebra de sigilo, outras pessoas
estavam envolvidas nessa quebra ou foi uma quebra específica de V. Sa.?
O SR. FREUD GODOY – Foi a quebra do meu sigilo, da minha esposa e da nossa
empresa.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A Caso prestou serviços para a Bancoop e para
quais outras empresas?
O SR. FREUD GODOY – Para empresas da iniciativa privada. Não temos contratos
com nenhum Governo, Estaduais, Municipais ou Federal. Agora, por se tratar de um serviço
de segurança, nós temos um contrato de sigilo com os nossos clientes e gostaria de não estar
divulgando os nossos clientes.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor disse que o serviço é prestado somente
para empresas privadas.
O SR. FREUD GODOY – Alguém que seja do Governo? Isso nunca ocorreu.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Nem pela Caso nem por qualquer outra empresa
que o senhor tenha participado, com gerente, como auxiliador, como sócio-proprietário?
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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual era exatamente o seu serviço na Prefeitura?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E qual era o serviço que o senhor prestava?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então não são só empresas privadas? Esteve
também em campanhas políticas?
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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A Caso já prestou algum serviço para Duda
Mendonça e Associados?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual era o custo do serviço que a Caso prestava
para a Bancoop?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E ao final do mês, isso significava que a Caso
recebia quanto da Bancoop?
O SR. FREUD GODOY – Depende do mês, Deputado. Como estou falando para o
senhor, aqui tem desde fevereiro de 2005, e aqui tem todos, se quiser posso falar para o
senhor mês a mês.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Se puder, para a gente ter uma noção da quantia.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Isso está tudo descrito nesse material?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Se pudesse falar janeiro, fevereiro, para a gente
ter uma noção de valores.
O SR. FREUD GODOY – Fevereiro de 2005, 5.500 reais. Esses valores que vou
passar para o senhor, porque esse valor cai porque tem a retenção de imposto, 1% de IRRF,
Imposto de Renda Retido na Fonte, 11% de INSS, 4,65% de COFINS e 2% de ISS, fora os
outros impostos que nós pagamos.
Então, temos aqui em fevereiro de 2005, 5.500 reais de valor bruto. Em fevereiro são
10.500 reais.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Só para a gente ter uma noção de valor.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Tem ficado na mesma faixa desde maio. Só para
a gente ter uma noção de quanto nós estamos lidando, de valores.
A Caso já fez alguma doação em campanhas eleitorais?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor é filiado. De repente poderia ter feito
alguma doação em alguma campanha.
O SR. FREUD GODOY – A Caso presta serviços para a Bancoop até hoje.
O SR. FREUD GODOY – A última vez foi de 2000 a 2002, se não me engano.
O SR. FREUD GODOY – Avenida Industrial nº 1071, ap. 51A, Bairro Jardim,
Santo André, São Paulo.
O SR. FREUD GODOY – Sim senhor. Uma empresa, para ela entrar na área, poder
trabalhar na área de segurança patrimonial ela tem uma lei federal que é regida pelo
Ministério da Justiça, implementada pela Polícia Federal, e essa lei que estabelece os
procedimentos que as empresas, regulamenta na verdade, as empresas de segurança.
E ela estabelece que uma empresa de segurança, para ela ser estabelecida, ela tem de
ter, no mínimo, integralizado na sua formação, constituição, não pode ser sócio estrangeiro,
tem de ser sócios nacionais, eles não permitem sócio estrangeiro, no mínimo 100 mil UFIRs
de capital, que deve dar por volta de uns 115 mil reais mais ou menos, capital integralizado.
Posterior a isso, você tem de ter uma sede, essa sede não necessariamente precisa ser
própria, pode ser uma sede alugada, e você junto nessa sede você tem de ter uma sala
operacional, uma sala administrativa, uma sala de diretoria, uma sala para rádios e ter um
setor financeiro e uma sala cofre, para a guarda de armas. Você também é obrigado a ter, no
mínimo dois carros adesivados, com o logo da empresa e escrito segurança privada, no caso,
novos, com no mínimo um ano de uso. Você também tem de dar entrada, tanto na Polícia
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O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Qualquer pessoa, qualquer cidadão passa por
todo esse crivo e pode ter qualquer formação acadêmica, não precisa ter nenhum tipo de
especialização em segurança?
O SR. FREUD GODOY – Que eu saiba, não. Pode ser que sim, mas desconheço.
O SR. FREUD GODOY – Acredito que sim, desde que ela cumpra toda a
regulamentação, ela pode.
Esse procedimento todo de criação da empresa levou quanto tempo para a Caso ser,
portanto, reconhecida, e começar a trabalhar?
O SR. FREUD GODOY – Um ano pelo menos. Eu não tenho de cabeça, mas pelo
menos um ano.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E ela tem 99%, já foi declarado aqui. Quem
é o outro sócio?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Há quanto tempo o senhor está fazendo essa
diligência?
O SR. FREUD GODOY – Sim. Só explicar para o senhor. Fora essas complicações,
essas obrigações legais que a Polícia Federal exige, antigamente a empresa era em Santana
de Parnaíba e nós mudamos para Santo André. Só para eu mudar para Santo André essa
empresa, é um processo.
O SR. FREUD GODOY – Nós moramos em Santo André e para nós a questão
operacional já não estava sendo viável, pelo fato de Santana de Parnaíba ser no outro
extremo da cidade.
O SR. FREUD GODOY – Porque na época, para nós, era o local onde nós
conseguimos comprar um terreno, e para nós, a questão administrativa era melhor a cidade
de Santana de Parnaíba.
O SR. FREUD GODOY – Não prestava serviços lá. Até para fazer essa alteração de
endereço, é o mesmo processo como se eu estivesse abrindo uma empresa nova. Então,
agora que saiu a nossa alteração de endereço, agora no começo do ano.
Para eu agora voltar, voltar não, nunca estive, para eu entrar, fazer parte da
integração da empresa, eu tenho de dar entrada novamente no processo, começar novamente
tudo do zero de novo. Não é uma coisa que você vai lá na Junta Comercial, faz a alteração
contratual e acabou. Aí você tem de remeter para a Polícia Federal novamente, na
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O SR. FREUD GODOY – Nada de concreto porque não dei o processo de entrada.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Por enquanto é uma intenção, para que fique
claro.
A empresa Caso, por um acaso, chegou a prestar serviços ao ex-Prefeito Celso
Daniel?
O SR. FREUD GODOY – Nunca. Até porque na época a empresa Caso não estava
nem regulamentada ainda. Na época que o Celso Daniel foi administrador de Santo André.
Eu nem em Santo André morava nessa época.
O SR. FREUD GODOY – Não tenho como dar essa resposta para o senhor aqui,
mas posso fornecer, porque quero ajudar os senhores o máximo que for possível.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Está ajudando bastante, tenha certeza disso.
O senhor continua trabalhando no Governo?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Hoje o senhor tem uma única ocupação,
extra-oficial, colaborando na empresa Caso, é isso?
O SR. FREUD GODOY – Sim. É extra-oficial, mas é a empresa que a gente toca e
administra junto com a minha esposa e os outros colaboradores.
O SR. FREUD GODOY – Na época, a Bancoop estava, nós ficamos sabendo por
meio do sindicato, de uns funcionários do Sindicato dos Bancários, que a Bancoop estava
trocando a empresa prestadora de serviços para ela e estava fazendo cotação, estava pegando
propostas de empresas para prestar o serviço lá.
E nós, como já prestávamos serviço para o sindicato, tínhamos interesse no serviço
da Bancoop.
* * *
* * *
Aí nós entramos em contato com uma funcionária da Bancoop, pediu para nós
entrarmos em contato com uma funcionária da Bancoop, se não me engano, não lembro o
nome da menina, Jeane, Jane, alguma coisa assim, mas não me lembro, apresentamos uma
proposta, nessa proposta primeira parece que não foi, o preço não estava de acordo com o
que eles poderiam pagar, não sei, foi discutido, foi negociado e foi abaixado um pouco o
preço, no que era possível, de acordo com a prestação de serviços.
O SR. FREUD GODOY – Não. Não foi um convite. Eu apresentei uma proposta.
Eu fui informado que a Bancoop estava colhendo propostas. Agora, se ela colheu outras
propostas, aí já é uma informação que não tenho como dar para o senhor.
O SR. CHICO SARDELLI – PV – Seus seguranças, estava vendo aí, Sr. Presidente
Bruno Covas....
* * *
O SR. FREUD GODOY – Nas notas fiscais não, mas nos relatórios, tinha os
relatórios que eram anexados, que nós emitíamos junto com as notas fiscais. E mais do que
isso, só reiterando mais uma vez, tem aqui as guias de recolhimento da Previdência Social,
que informam quem é o tomador do serviço e para quem foi recolhido isso, o que prova que
os funcionários tiveram de trabalhar para aquela empresa e que foram recolhidos os
encargos, no caso.
O SR. FREUD GODOY – Nós prestamos serviços até hoje para a Bancoop,
Deputado.
O SR. CHICO SARDELLI – PV – Lendo a revista Veja, ela fala que o senhor
recebeu 11 cheques, totalizando um valor de um milhão e meio de reais. Confirma?
O SR. FREUD GODOY – Não tenho como confirmar isso, se o valor é esse, mas se
é, está aqui. Não tenho como ter essa conta na cabeça, o senhor me desculpe. Mas deve ser
algo próximo, até pelos números que passei para os senhores, deve ser algo próximo disso.
A empresa Caso recebeu, Deputado.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Cidade que é conhecida por contar com
muitas empresas que só existem no papel. No caso da sua, existia realmente um imóvel em
que estava situada a empresa?
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O SR. FREUD GODOY – Sim senhor. Não só existe, como toda a explanação que
fiz, que a Polícia Federal faz para regulamentar uma empresa, faz uma série de exigências,
ela fiscaliza, ela vai no ambiente de trabalho, ela verifica se aquilo realmente existe ou não.
Ele não só existia no imóvel, entendo que outras empresas usem de um expediente diferente,
como esse imóvel é de propriedade nossa, da nossa família.
O SR. FREUD GODOY – Não confirmo. Os atrasos existem até hoje. Existiram
atrasos. Isso é uma coisa comum, não só da Bancoop, mas com outros clientes também,
Deputado.
O SR. FREUD GODOY – Não sei como está, se está tudo em dia, mas se tiver
dívida, é atraso de 30 dias, uma fatura, no máximo. Não sei.
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O SR. FREUD GODOY – Não sei como responder ao senhor, porque não cuido da
parte financeira. Isso não tenho como responder.
O SR. FREUD GODOY – Com procuração da minha esposa? Deve ser isso.
O SR. FREUD GODOY – Como falei para o senhor, eu sei que participei de
assembleia da Bancoop com procuração da minha esposa. Agora, qual era...
também pela satisfação de poder responder em relação a isso, porque em nenhum momento
isso foi me dado o direito de poder responder sobre esse assunto.
Deixa eu explicar uma coisa para o senhor. Em meados de 1996, 1997, não me
recordo direito a data, nós compramos um terreno num condomínio de São Bernardo do
Campo chamado Swiss Park, um condomínio muito bonito, um condomínio de pessoas de
alto nível. Na época conseguimos fazer um bom negócio porque teve um diretor de uma
empresa que tinha adquirido esse terreno e ele tinha sido demitido pela empresa e estava
mudando para Joinvile, então tinha aquela necessidade de vender rápido e a gente tinha um
dinheiro aplicado para poder dar a entrada, e demos a entrada nesse terreno e financiamos,
na época era 60 mil reais, não recordo mais ou menos, e financiamos em 47 parcelas de mil
e pouco.
Fomos pagando essas parcelas, atrasa uma, paga outra, atrasa duas, paga três e assim
fomos tocando, economizando daqui, conseguimos pagar esse terreno. Terminamos de pagar
o terreno por volta de 2001, mais ou menos.
Com o terreno lá, o condomínio estava bonito, muitas pessoas já tinham mudado para
o condomínio, aí começou a mudar Deputado, empresário, alto empresário, donos de
grandes multinacionais, e eu, a gente fez um bom investimento, mas a gente não tinha
dinheiro para morar nesse meio. Não teria condições de construir uma casa para morar nesse
meio.
O que nós fizemos? Nós vendemos esse terreno em 2004, recebemos em dinheiro de
uma senhora que era dona de churrascaria e posto de gasolina, declarado no imposto de
renda, e investimos esse dinheiro na empresa.
A origem desse dinheiro nada mais é do que isso. Agradeço pela oportunidade de
poder responder.
O SR. FREUD GODOY – Não recordo direito, mas foi 140 ou 138 mil reais, se não
me engano.
O SR. FREUD GODOY – Deputado, eu aqui de cabeça não tenho como passar essa
informação ao senhor, mas posso disponibilizar amanhã, se for o caso, pedir para juntar
todas as notas fiscais que foram faturadas para a Bancoop. Assim de cabeça não tenho como
chegar nem num número próximo.
O SR. FREUD GODOY – Não sei o que motivou ele retirar a acusação. Ele retirou
inclusive depois de muito tempo. Ele foi responder na CPI por volta de novembro.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Claro que tem. Existem relatos, nas
revistas, na imprensa, de que dinheiro desviado da Bancoop financiava a compra do dossiê.
O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – É que não tem nada a ver, Deputado Chico
Sardelli.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – V. Exa. leu uma carta querendo chegar a
uma conclusão absolutamente política, uma carta aberta e assinada pelo Governador que
nada tem a ver com o caso.
Eu gostaria que o senhor convocasse a Ductor e a outras firmas, se elas tiverem
problemas relacionados com a Bancoop.
Evidentemente o Sr. Freud Godoy foi várias vezes questionado por participar da
compra desse dossiê, claro que foi. Foi acusado pelo Jedimar, que misteriosamente depois
desfez a acusação. Não sei como uma pessoa faz uma acusação e depois resolve desfazer a
acusação.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Estou perguntando coisas que têm a ver.
O SR. FREUD GODOY – Sim senhor. Fico mais uma vez contente de poder
responder isso. Isso foi em relação, estranhamente Deputado, na época em que saiu que a
Polícia Federal não tinha achado nenhum indício em relação ao meu envolvimento com
aquela compra de dossiê, sai na Folha de São Paulo que a Polícia Federal não tinha
detectado nenhum indício que ligasse ao meu nome esse fato.
E logo em seguida sai uma matéria no jornal O Estado de São Paulo que o Deputado
Federal Fernando Gabeira afirma que eu recebi, ou a empresa da minha esposa recebeu um
montante de 398 mil.
O SR. FREUD GODOY – Não, desculpa Deputado, em 2003. Falei a data errada.
O SR. FREUD GODOY – É minha mesmo. Pode ser tido, como falei para o senhor,
via procuração da minha esposa.
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O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Essa senhora, a meu ver, deveria ser
convocada, e vou arrazoar sobre isso, pensar se nós devemos trazê-la aqui, para que ela
responda sobre a empresa.
É muito estranho, do ponto de vista jurídico, uma pessoa que não tem nenhum
vínculo oficial com a empresa nos prestar esclarecimentos, entregar documentos em nome
da empresa. O senhor não tem sequer o seu nome associado à empresa, não tem uma
procuração para representar a empresa, então acho que nós estamos cometendo, Sr.
Presidente, uma incoerência, que pretendo arrazoar sobre isso para ver se nós reconduzimos
e trazemos a Sra. Simone para depor em nome da empresa.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Não me sinto e acho que ele não tem
autoridade para falar em nome da empresa, autoridade legal, com todo respeito a V. Sa.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Sr. Presidente, eu não tenho mais dúvidas.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Freud, o senhor disse que o apartamento da
sua esposa foi sorteado.
O SR. FREUD GODOY – Não chegou nem a ser sorteado. A gente ficou no
primeiro andar, então foi o final.
O SR. FREUD GODOY – Os sorteios, a cooperativa era assim, você ia lá, adquiria
o imóvel como sócio, fez seus pagamentos, então tinha o sorteio dos apartamentos. Como
todos pagavam de forma igual, então tinha gente que queria morar no décimo andar, tinha
gente que queria morar embaixo, em cima, então, eram sorteados os apartamentos. O nosso
ficou lá embaixo. Falei que não foi sorteado, porque foi o que restou.
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O SR. FREUD GODOY – Não foi sorteado. Foi o que sobrou. Para nós não foi
sorteado.
O SR. FREUD GODOY – Deputado, aí eu já não tenho certeza, mas por volta de
2000, meados de 2000. Seria o tempo de ter sido entregue a obra.
O SR. FREUD GODOY – O aporte veio depois, em 2006, 2008, por aí. Não lembro
a data, mas foi de 2007 para 2008 que vieram esses aportes.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor conhece o Sr. João Vaccari Neto?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual a sua relação com o Sr. João Vaccari?
O SR. FREUD GODOY – Não tenho relação alguma com o Sr. João Vaccari Neto.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual foi essa conversa? Qual era o tema da
conversa?
O SR. FREUD GODOY – Conversas normais, como está a cooperativa, como está
o dia-a-dia, como está a vida?
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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Nunca sobre a prestação de serviço da Caso com
a Bancoop?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor disse que a Caso presta serviços ainda
atualmente à Bancoop. Para quais empreendimentos a Caso faz segurança hoje em dia?
O SR. FREUD GODOY – Hoje não tenho como afirmar para o senhor. São uns dois
ou três empreendimentos que estão paradas as obras, tem essa questão de supervisão para
não ter invasão nas obras, mas é uma coisa muito pequena. Se não me engano, é um contrato
hoje por volta de 20 mil reais.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor disse que o cargo que exercia na
Presidência da República era de assessor do Gabinete da Primeira Dama. Qual o cargo que o
senhor exercia na Prefeitura de São Paulo?
O SR. FREUD GODOY – Era chefe da divisão de serviços gerais na Prodan, que
envolvia transporte, segurança, limpeza e outra área.
disso, o senhor tem alguma ação, o senhor moveu alguma ação diante dessas injúrias, pela
empresa ou pessoalmente?
O SR. FREUD GODOY – Eu movi, na semana retrasada nós fizemos uma ação
contra três órgãos de comunicação. As questões de 2006, Deputado, não tinha movido
nenhuma ação até então porque a liberdade de imprensa existe e cada um pode falar o que
quer. Até por não ter questão de recursos financeiros suficientes para mover ação contra
tudo quanto é órgão, porque é uma coisa custosa. Eu achava que era uma coisa simples, mas
demanda um custo para se mover uma ação e não é tão simples assim contra a imprensa.
E agora, nessas últimas matérias, até pelo fato de eu ter sido chamado aqui, nós
movemos ações contra três órgãos de comunicação.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Lhe advirto que tome cuidado, porque
eles são especialistas em fazer esse tipo.
O senhor afirmou que não tem o registro do imóvel, o senhor não tem escritura?
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – O senhor não acha que ela está agindo
de maneira incorreta em não lhe dar a escritura, de um apartamento totalmente pago?
O SR. FREUD GODOY – Não acho. Acho que ela tem as suas dificuldades.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Sabe o motivo pelo qual ela não dá a
escritura? O terreno não está em nome dela?
O SR. FREUD GODOY – Não sei os valores e o que sei é que ouvi em assembleias,
e parece que uma pessoa morreu, me parece que o dono do terreno que fez essa negociação,
e uma das filhas se nega a assinar a transferência para a Bancoop, a posse. E está nessa. A
Bancoop deve estar com uma medida judicial lá, deve estar aguardando o que vai acontecer.
O SR. FREUD GODOY – Não sei como é feito. Deve ser um contrato anual e deve
ter suas renovações. Aí não tenho certeza. Mas podemos disponibilizar para o senhor sem o
menor problema. Estou aqui para ajudar no que for possível.
O SR. FREUD GODOY – Também não tenho idéia disso. Aí já é parte jurídica.
O SR. FREUD GODOY – Não tenho, até porque a empresa, como falei para o
senhor, a empresa tem segmentos. Então, tem a parte financeira, tem a parte administrativa,
tem a parte operacional.
O SR. FREUD GODOY – O que tenho são esses relatórios que trouxe aqui,
referentes ao período tal. Mas eu posso disponibilizar tudo.
O SR. FREUD GODOY – Não. Temos imposto de renda declarado, isso não tem
problema nenhum.
O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Ainda acho que é mais prático, Sr. Presidente,
pela CPI, até pelo bom andamento da CPI, o senhor solicitar cópia do contrato. Analisando o
contrato...
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O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Sr. Presidente, com a sua permissão, só para
lembrar ao Deputado Vicente Cândido que um dos depoentes aqui, foi muito questionado
pela bancada do Partido dos Trabalhadores por ele não ser associado da Bancoop e estar
respondendo. Ali vocês indagaram que ele não deveria sequer estar respondendo às
perguntas.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Não estava ali presente, não assinou? O senhor
não se recorda?
O SR. FREUD GODOY – Não, até porque quem assinou o contrato, da minha
parte, não seria eu. Seria a minha esposa ou o sócio. O contrato geralmente era celebrado,
não sei nem como foi essa assinatura. Geralmente, um contrato, Deputado, a gente envia
para o cliente, o cliente assina, devolve e nós assinamos e cada um fica com a sua parte. Não
é uma coisa que a gente senta ali, como um contrato de banco, na frente do gerente, e
assinam as duas partes.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor disse que não houve contato com
nenhum diretor, quando da assinatura.
O SR. FREUD GODOY – Aí já não sei, não tenho como responder essa pergunta
também. Entendi, Deputado, a pergunta como outra pergunta.
O SR. FREUD GODOY – Com a Jeane, que foi a moça que nos atendeu na
Bancoop.
O SR. FREUD GODOY – Não sei. De cabeça assim não. Se o senhor perguntar
para a minha esposa, de cabeça ela também não vai saber. Mas a gente pode fornecer.
O SR. FREUD GODOY – Não tem problema. Estou aqui para ajudar o senhor no
que for possível.
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O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Você se identificou aqui como diretor dessa
empresa.
O SR. FREUD GODOY – Da mesma forma que fui convocado para responder as
perguntas que os senhores indagaram até agora.
O SR. FREUD GODOY – A partir do momento em que eu sou marido da dona, nós
temos um contrato de casamento que é de comunhão de bens. Comunhão de bens, os dois
têm metade de cada, de tudo que nós temos como patrimônio. A empresa faz parte do
patrimônio.
Eu não vejo problema algum, Deputado, se o senhor acha algum incômodo eu me
apresentar como diretor aqui, eu posso retificar a minha primeira fala e posso me apresentar
como marido da dona, se o senhor achar melhor.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A questão não é o que eu acho, mas o que é
realmente.
O SR. FREUD GODOY – Então eu não sou diretor. Desculpe. Eu sou marido da
dona.
O SR. FREUD GODOY – É uma pergunta que só quem pode responder isso,
Deputado, eu não sei, é só a Bancoop. Pela Caso, algumas coisas eu consigo responder,
agora pela Bancoop eu não posso.
O SR. FREUD GODOY – E levei a procuração. Senão, não teria levado. E foi
aceita.
O SR. FREUD GODOY – Também não tenho como saber isso, Deputado. É a
administração da assembleia, a Bancoop.
O SR. FREUD GODOY – Fui à assembleia, compareci lá, mas não para participar
da assembleia.
O SR. FREUD GODOY – A assembleia não é aberta, não estou falando que estive
lá dentro da assembleia, mas compareci no local em que estava tendo a assembleia. As
assembleias, geralmente, eram na quadra do Sindicato dos Bancários. Por vez ou por outra,
estou passando por lá para dar uma olhada no que está acontecendo, tenho até o serviço, a
gente pega e está ali junto. Mas não de eu estar lá participando.
O SR. FREUD GODOY – Sim. Como é montado ali, você tem uma parte que é um
estacionamento do lado, onde eles montam ali e as pessoas ficam ali e depois que dão acesso
à quadra.
O SR. FREUD GODOY – Sim, não só hoje, como um tempo atrás também.
O SR. FREUD GODOY – O Jedimar conheci em 2006. Estive com ele duas vezes
no mês de junho, julho. Quando o conheci, executamos um serviço e só, mais nada. Nunca
mais o vi na minha vida.
O SR. FREUD GODOY – Presto serviços ao Sindicato dos Bancários até hoje, a
Caso.
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O SR. FREUD GODOY – A Caso, a partir dela formada, mas a gente trabalha no
sindicato desde 1992.
O SR. FREUD GODOY – Pessoa jurídica. Era uma outra empresa que nós
tínhamos, Cops Serviços de Vigilância. Mas era uma empresa que não era regulamentada.
Nós prestávamos serviços de forma irregular, e a partir de 2003 que a gente regulamentou,
que se cria a Caso, que se cria uma empresa regulamentada.
O SR. FREUD GODOY – A outras pessoas também, mas todos contratos pequenos
porque, pelo fato de você trabalhar irregular, você fica num mercado pequeno.
O SR. FREUD GODOY – Cops Serviços de Vigilância. Está inativa há mais de dez
anos.
O SR. FREUD GODOY – Nas que nós prestamos, sim. Mas eram campanhas, você
não fazia uma campanha inteira. Quando você tinha uma campanha para Prefeito, você
precisava fazer algum evento. A gente participava dos eventos, mas não tinha
acompanhamento de pessoas.
O SR. FREUD GODOY – Acredito que sim. Aí eu já não sei. Eu posso responder
pela nossa empresa. Pela empresa dos outros eu já não tenho conhecimento.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor sabe quais campanhas e quais eventos?
O SR. FREUD GODOY – Pelo partido. Ele colocava a gente para fazer as
campanhas. Tinha campanha em São Bernardo, ia ter um comício em São Bernardo, a gente
ia lá, organizava o comício. Vai ter um comício em Campinas, ia lá e organizava o comício
em Campinas. Vai ter um comício em Jundiaí, ia lá e organizava o comício em Jundiaí.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então era um serviço prestado para a campanha,
mas pago pelo partido e não pela campanha?
O SR. FREUD GODOY – Considero. Hoje os militantes não são mais, hoje a gente
é tudo low profile.
O SR. FREUD GODOY – Sim. O Luiz Malheiro é de 1994, que ele entra no
sindicato e depois que monta a Bancoop. Lembro dele de 1994.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Só duas perguntas. Esse serviço pago pela
SMP&B, em 2002, não foi um serviço prestado pela Caso?
O SR. FREUD GODOY – Não. Isso já era uma outra empresinha que a gente tinha,
que era Caso Comércio de Serviço. Era uma empresa que a gente estava criando para entrar
no ramo de clubes, porque a gente estava tomando conta de um clube na época, e ia tentar
trabalhar com produto químico, piscina e tal. Mas prestava serviços também.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Só para entender. O senhor disse que tem
conhecimento que a Bancoop passa por dificuldades financeiras, mas disse que não há
atraso, nenhuma dívida, a não ser de 30, 60 dias, da Bancoop com a Caso. O senhor tem,
portanto, muita sorte, porque o atraso financeiro não é com a Caso, é com outras obras.
O SR. FREUD GODOY – Tomara. Não sei se as outras também, não sei como são
as outras prestadoras, se está tudo em dia ou não. Posso falar pela Caso.
O SR. FREUD GODOY – Não. Depois que ele assumiu, poucas viagens.
O SR. FREUD GODOY – Como falei para o senhor, a nossa empresa tem a nossa
hierarquia. Nós temos a parte de supervisão, temos a parte financeira, temos a parte
operacional.
O SR. FREUD GODOY – Hoje em dia com a internet, com comunicações, a gente
tem muita facilidade de estar em outros lugares e acompanhando o que está acontecendo.
O SR. ROBERTO MORAIS – PPS – O senhor sabe qual é hoje a situação atual
dos empreendimentos da Bancoop? O senhor tem conhecimento disso?
O SR. ROBERTO MORAIS – PPS – O senhor poderia explicar para a gente o que
o senhor sabe?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Pelo que estou sabendo, pelo que já
passou na televisão, que eles estão cobrando aporte, sendo que tem muitas pessoas que já
pagaram o apartamento, e tem gente que nem está morando no apartamento e eles estão
cobrando.
O SR. ROBERTO MORAIS – PPS – Qual a relação que o senhor tinha com ele, ou
ainda tem?
O SR. ROBERTO MORAIS – PPS – A notas fiscais que a sua empresa emitiu
contra a Bancoop, eram nos valores dos serviços prestados ou o Sr. Ricardo do Carmo
determinava que essa emissão de notas tivesse valores diferenciados, distintos?
O SR. ROBERTO MORAIS – PPS – O que são as notas frias? Como era isso?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – O esquema das notas frias era assim, teve
uma vez ele chegou em mim e falou assim: Valtão...
O SR. ROBERTO MORAIS – PPS – O senhor não prestava o serviço, mas emitia
nota, é isso?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Lembro só umas duas notas, o resto não
lembro. Sei que foi umas duas vezes de cinco mil reais.
O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Esse que está sendo protegido. Quanto que
ele recebeu do senhor, quantas vezes?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Umas duas vezes foi de cinco mil reais.
As outras vezes não estou lembrado. Cinco mil cada nota, duas vezes eu fiz isso. As outras,
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os valores já foram bem menos. Sei que tudo, dá um valor de mais ou menos 16 a 20 mil
reais.
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Hoje não lembro mais. Eu tinha até pouco
tempo o recibo, mas joguei fora. Eu estava com os depósitos e mudei e joguei fora um
monte de papel, e foi junto também.
O SR. CHICO SARDELLI – PV – Só para poder entender, Sr. Valter, o senhor não
prestava serviços? Fazia um favor a um engenheiro, emite uma nota aí? O senhor sabe que
essa nota era fria?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Vou ser honesto. Naquele tempo eu era
meio inocente e não sabia não.
O SR. CHICO SARDELLI – PV – O que existia era uma nota, onde o senhor
recebia da Bancoop por essa nota fiscal. O dinheiro o senhor pegava e depositava na conta
dessa pessoa?
O SR. ROBERTO MORAIS – PPS – Esse dinheiro ficava na conta dele ou ele
repassava para alguém?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Isso é uma coisa que não posso falar para
o senhor, porque não sei.
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Eles falavam que era para ajudar na
campanha do Lula. Olha Valtão, você vai lá, vai tirar essa nota aí, para a gente dar uma força
para os caras, entendeu? Porque o Lula, o homem ganhando, vai ter bastante serviço para a
gente.
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – O Ricardo. Ainda pedia para a gente falar
para os funcionários da gente votar no PT ainda.
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Não. Era nota de cinco mil, mas
descontava todo o imposto. Vinha três mil e pouco, coisa assim.
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Conheci através das obras, porque ele era
uma pessoa simples, que em geral cumprimentava a gente. Foi assim que conheci ele.
O SR. ROBERTO MORAIS – PPS – O senhor tinha algum contato com ele, teve
contato financeiro também?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Tinha muita empresa que prestava serviço
lá. Tinha a Forma, Irmãos Peruzo, sei que tinha bastantes empresas. Mas agora não lembro.
O SR. ROBERTO MORAIS – PPS – O senhor disse que mora em casa de amigos?
O SR. ROBERTO MORAIS – PPS – Como é isso? Algum amigo cedeu a casa
para o senhor morar?
O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Ele nunca pediu nenhum favor para ele,
apenas esse pedido para tirar essa nota e depositar o dinheiro na conta do Hélio?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Falou que era crime. Eu falei que nem
sabia. Depois que fui cair na real. Hoje eu não vou fazer mais, porque sei que é errado.
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Olha Deputado, a gente via sim lá na obra
muito o pessoal comentando, que muita empresa fazia assim. Tanto é que muitas empresas
não abriram processo contra a Bancoop, tem muitos que chamei para vir aqui uma vez, os
caras quiseram até me bater, falaram que eu era louco, que eu ia para a cadeia, porque isso é
crime. Falei que tudo bem, posso até ir para a cadeia, mas eu fiz sem noção.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Quantas firmas você acha que poderiam
ter sido solicitadas a emitir notas frias? São várias?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Ele comprava por 500 mil e vendia para a
Bancoop por 800 mil. Esse era o comentário que a gente ouvia. Tanto é que o Vaccari tirou
ele da Bancoop.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Valter, o senhor disse que recebia, portanto,
o valor da Bancoop referente às notas frias. O senhor recebia da Bancoop por qual conta, o
senhor sabe? Era pago em cheque ou era feito um depósito na sua conta?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor não sabe de que conta era esse
cheque?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Não era de um caixa único da Bancoop, mas de
uma conta específica do empreendimento?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Não, porque todas as obras tinham uma
conta.
Eram notas frias emitidas, serviços não prestados à cooperativa, das quais o Sr.
Valter acabou de confirmar, com uma certa ligação com o Hélio Malheiro, porque ele
depositava na conta do Hélio...
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Ele falava que era para a campanha do
Lula lá. Mas não sei se era verdade.
O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – É que o senhor fala num tom, Sr. Presidente,
que parecia que o senhor estava dando o veredito final da CPI.
O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Acho que você tem toda a
razão e nós devemos apurar, no decorrer do processo, abrindo a quebra do sigilo fiscal e
bancário, e também verificando o grau de veracidade do depoente, que afirma aqui para nós
todos que prestava serviços...
O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sim. E não ter sido ouvido na sala ao lado.
O SR. ROBERTO MORAIS – PPS – Por isso a quebra do sigilo bancário deles.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Seria possível que a CPI tivesse acesso a
esse documento? Se o senhor pudesse entregar ao Presidente?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Valter, quem preenchia as notas fiscais, era
V. Sa. ou era alguém da Bancoop?
O SR. ROBERTO MORAIS – PPS – O senhor fez sem realmente saber o que
estava fazendo, é isso e hoje depende de amigos para morar?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Recebi, mas eles estão me devendo 300 e
poucos mil reais, que não pagaram até hoje e falaram que não iam pagar.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Era de sua relação? Não foi indicado por
ninguém?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Ele era responsável por todas as obras da
Bancoop.
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Não senhor. Ele também foi expulso de lá.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Sr. Valter, o senhor disse a pouco que tem
aproximadamente 300 mil reais para receber de serviços prestados à Bancoop?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Ela falou que a diretoria lá era outra, o
pensamento deles era outro e que eu entrasse na justiça para receber. Eu entrei na justiça
para receber, só que eles estão me cobrando 3.500 reais para levar o processo adiante. Eu
não tinha esse dinheiro e meu processo parou e está parado.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor fez uma cobrança à Bancoop e eles
disseram que o senhor procurasse então a justiça para poder receber?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor estava aqui desde de manhã, que vi
que o senhor se pronunciou quando foi chamado seu nome. O senhor ouviu o testemunho do
depoente anterior ao seu, Sr. Freud Godoy, dizendo que a Bancoop está, vamos dizer, em dia
com os pagamentos da prestação de serviço dele, que é um valor também, a gente não
entendeu direito, mas é em torno de 120 mil reais por mês. Como o senhor se sente sabendo
que um fornecedor de serviço recebe em dia e o senhor não recebe em dia? Ou então o
senhor deveria procurar o Sr. Freud Godoy e pedir ajuda para ele, para ele te ajudar a
receber, porque pelo jeito ele tem alguma mágica ali dentro, porque para ele ninguém fica
devendo.
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O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Deputado, eu me sinto mal com tudo isso.
Ele deve ser alguma coisa dos caras. Para ele estar lá até hoje recebendo direitinho, alguma
coisa aí tem. Isso está na cara.
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Isso não lembro. Só posso falar uma coisa.
O senhor pediu para eu falar tudo que sei, então vou meter a boca. Eu estava uma vez na
cooperativa fazendo um serviço dentro do escritório, aí estava o Alessandro, o Malheiro e o
Rinaldi. Eles estavam todos contentes, tomando uísque, eu ouvi sem querer, eu passei no
corredor e eles estavam festejando que naquele mês eles estavam faturando 500 mil reais
pela Germany.
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Eles pararam todas as obras, de uma hora
para outra. Falaram que não iam continuar a obra, que iam pedir aporte, que não tinha
dinheiro. Esse foi o comentário que surgiu lá na obra.
como empresário, que descobrisse que um prestador de serviços estava fraudando a empresa
através de notas frias?
Talvez seja o motivo pelo que o Freud está recebendo em ordem e aqui está sub
júdice, porque aqui houve uma fraude. Acho que é puramente normal, num processo de
apuração e vigência, até no depoimento do Sr. Valter ele disse que o Vaccari chegou para
moralizar, entendi que o senhor falou isso, que ele andou cuidando dessas questões. Pelo que
entendi do depoimento do senhor, foi isso?
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Acho que foi isso sim senhor.
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Ele trocou toda a diretoria, colocou gente
nova. É lógico, o senhor é dono de uma empresa, se não está bem aquele pessoal, o senhor
vai trocar toda a diretoria, os funcionários. Todo mundo faz isso, até eu.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Valter, o senhor disse em algum momento
que recebeu um apartamento da Bancoop por valor de retenção. O que é isso?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Quer dizer, tem 101 mil reais de valor que
consta em nota que o senhor emitiu, mas o senhor não recebeu?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Isso está previsto no contrato que o senhor
assinou com a Bancoop?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Da assembleia que elegeu o Sr. Vaccari o senhor
não participou?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Deputado Waldir Agnello, talvez seja esse
motivo, porque o Freud participou da eleição do Vaccari, por procuração, sem poder
participar por procuração.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Estou aqui conversando com o Deputado Waldir
Agnello.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Que o Freud assina aqui a lista de presença.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Estamos aqui dialogando, não estamos julgando
ninguém. Estamos só, o Deputado Waldir Agnello colocou aqui uma preocupação.
O SR. VALTER AMARO DA SILVA – Acho que era o Malheiro já. Não tenho
certeza.
O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – O senhor abre a boca para dizer, toda hora,
que o senhor está indignado.
O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Quando V. Exa. falou “cada vez mais estou
convencido de que há um esquema fraudulento na Bancoop”, o que o senhor está fazendo?
O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Exato. Por isso que estou
dizendo a minha impressão, cada vez mais forte, de que havia um esquema de notas frias,
tiradas da cooperativa, sem prestação de serviços.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Sr. Presidente, acho que essa discussão
não leva a nada, Sr. Presidente.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Eu acho que esse tipo, eu quero fazer
uma observação. V. Exa. tem conduzido com muita imparcialidade esta CPI. Acho que essa
discussão não leva a nada, ela não está no meio das nossas investigações.
Queria homenagear V. Exa. pela imparcialidade com que está conduzindo, e também
fazer uma defesa do Deputado Bruno Covas.
Queria lembrar ao Deputado Mentor que até nos Estados Unidos a fantasia ajuda a
desvendar vários crimes, inclusive autores famosos têm sido convidados pela CIA para
ajudar, porque realmente o que nós temos visto no Brasil são coisas que realmente escapam
da imaginação. Elas são coisas, parece que inusitadas, beiram a fantasia.
Eu diria que essa observação sua é uma das qualidades que o Deputado Bruno Covas
tem, entre tantas qualidades, a fantasia para o bem. Portanto, está registrado meu aparte.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Mas o que queria era fazer um apelo a V.
Exa. para que nós pudéssemos andar, entrar numa fase muito importante de análise dos
documentos, e que V. Exa. pudesse exarar já o parecer ou retirar o pedido de vista. Faço um
apelo à bancada do PT, para que nós pudéssemos votar esse requerimento.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Então o senhor está negando esse meu apelo,
é isso?
De qualquer forma queria, na linha do Deputado Waldir Agnello, antes até de liberar
o depoente, que aguarda se há mais alguma pergunta, mas também na linha do Deputado
Waldir Agnello, em que pese já manifestada a posição do Deputado, mas tentar sensibilizá-
lo, se pudesse realmente retirar o pedido de vistas, seria muito importante para esta CPI, para
que nós pudéssemos, com o sigilo, verificar a veracidade de depoimentos como o do próprio
depoente Valter Amaro.
O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O senhor não vai retirar. O senhor vai esperar
eu terminar de falar.
O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Não é possível que V. Exa. insista em ter uma
condução tão inadequada como essa na CPI da Assembleia Legislativa. Não tem cabimento.
O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Não acredito numa coisa dessas, não acredito
num Deputado desta Casa, do PSDB, um homem que tem uma trajetória aqui, se comporte
de uma maneira tão pequena na Presidência de uma CPI dessa importância.
V. Exa. constrangeu um Deputado componente da CPI. Aqui o senhor não é um
membro da CPI, o senhor é Presidente da CPI e tem de se comportar como Presidente da
CPI, ter a estatura de um Presidente de CPI.
O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – O senhor está com a palavra, mas não está
me respeitando. Não quer me respeitar, não respeite, mas respeite o Regimento da Casa.
O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Por que essa censura toda?
Nós não podemos emitir nossas opiniões aqui?
e que não compareceu e que estará sendo reiterada a sua convocação. Não houve
justificativa.
Com a palavra o Deputado Vanderlei Siraque.
O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Eu aprovo o horário das 10h. Acho que é mais
tranquilo.
* * *