Você está na página 1de 3

Como funciona a criogenia?

O sangue é retirado e substituído e o corpo é colocado num tubo de


nitrogênio líquido

ILUSTRA: Sattu
1. A criogenia é o congelamento de cadáveres a baixas temperaturas para que sejam
ressuscitados um dia. Quando o paciente é declarado morto, os médicos tentam evitar a
deterioração do corpo: medicamentos são injetados e máquinas mantêm a circulação do
sangue e a oxigenação. O corpo é envolto em uma manta térmica especial, que ajuda a
mantê-lo frio, e transportado até a clínica em temperaturas baixas, que fazem com que o
cérebro exija menos oxigênio e mantenha os tecidos vivos por mais tempo

2. Na clínica, o sangue do paciente é retirado ao mesmo tempo que, por outro tubo, é
inserido o líquido crioprotetor, uma substância química à base de glicerina. O líquido
substitui outros compostos intracelulares, evitando que cristais de gelo se formem
dentro das células. Se a pele da pessoa for clara, dá para ver que os tecidos com líquido
começam a ficar alaranjados
3. Depois de injetadas as substâncias, o corpo vai para uma cabine com gás nitrogênio
circulante. Lá, ele fica esfriando por cerca de três horas para assegurar que todas as
partes do corpo serão congeladas por igual. No final do processo, o paciente estará
completamente vitrificado

a. Uma célula em estado normal é composta de diversas moléculas de água


b. Nas células congeladas, as moléculas de água se agrupam, formando cristais de gelo
– que espremem e danificam as células
c. Na vitrificação, a água se move cada vez mais devagar, até parar. É o chamado estado
de animação suspensa
4. Em seguida, o corpo é colocado em um saco plástico protetor e imerso em um
cilindro de nitrogênio líquido, onde é monitorado. Nesta fase, há risco de surgirem
fraturas no corpo, problema que pode ocorrer em grandes áreas submetidas à
vitrificação – o próprio líquido criogênico pode endurecer e quebrar dentro do
organismo!
5. Por fim, para economizar espaço, o corpo é colocado em um tubo de nitrogênio
líquido com mais três corpos e duas cabeças – por um preço bem mais em conta é
possível congelar somente a cabeça. O corpo fica ali e pode ser visitado pela família até
que a ciência descubra um modo de recuperá-lo. Ou não…
Vida após a morte
Entenda por que nenhum cadáver congelado foi reanimado
• O único descongelamento que rola é o de embriões – mas isso só dá certo porque não
são células complexas, diferentemente de um corpo cheio de tecidos e sistemas;

• A falta de oxigênio durante os primeiros minutos da morte pode causar danos


irreparáveis nos tecidos, que continuarão danificados mesmo congelados. Para alguns
cientistas, no futuro, com o auxílio da nanotecnologia, esses tecidos poderão ser
reconstruídos;

• O líquido criopreservante dentro do organismo vivo seria tóxico e ainda não se sabe
como substituí-lo. Estudam-se tecnologias para poder eliminar essas proteínas tóxicas;

• Mesmo descongelando o corpo, seria preciso reverter o processo que causou a morte –
uma doença em estágio avançado, por exemplo. Para isso, a ciência precisa inventar a
cura para tais doenças

Você também pode gostar