Você está na página 1de 70

ELECTROMECÂNICO/A DE

MD_UDxxxxxx_V(11)Pt

MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

4 Electrificação de quadros
eléctricos de distribuição e força
motriz
ANQ1168_V(01)
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

ÍNDICE

MOTIVAÇÃO......................................................................................... 3 
OBJECTIVOS ........................................................................................ 4 
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 5 
1. ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE DISTRIBUIÇÃO E
FORÇA MOTRIZ ................................................................................ 7 
1.1.  POTÊNCIA ELÉCTRICA (MONOFÁSICA)............................... 7 
1.2.  POTÊNCIA ELÉCTRICA (TRIFÁSICA) ............................................ 10 
1.2.1.  Potências em cada carga monofásica ........................................... 14 
1.2.2.  Potência total do receptor trifásico ................................................ 14 
1.3.  APLICAÇÕES ........................................................................... 15 
1.4.  FUNCIONAMENTO DE MOTORES ASSÍNCRONOS .......................... 16 
1.4.1.  Constituição do motor assíncrono ................................................. 17 
1.4.1.1.  Leis fundamentais de electromagnetismo .............................. 18 
1.4.2.  Motores assíncronos monofásicos ................................................ 18 
1.4.2.1.  Princípio de funcionamento de um motor assíncrono
monofásico .............................................................................. 19 
1.4.2.2.  Tipos de motores de indução monofásicos ............................ 19 
1.4.3.  Princípio de funcionamento de um motor assíncrono trifásico...... 20 
1.5.  FUNCIONAMENTO DE TRANSFORMADORES ................................ 21 
1.6.  REGULAMENTO ....................................................................... 23 
1.6.1.  Transformadores ............................................................................ 25 
1.6.2.  Motores .......................................................................................... 25 
1.7.  TECNOLOGIA DOS MATERIAIS .................................................... 28 
1.7.1.  Fusíveis ........................................................................................... 28 
1.7.1.1.  CARACTERÍSTICAS DOS FUSÍVEIS ....................................... 28 

1
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

1.7.1.2.  Tipos de fusíveis ...................................................................... 29 


1.7.1.3.  ISOLAMENTO .......................................................................... 29 
1.7.2.  Transformadores ............................................................................ 29 
1.7.2.1.  Os carretos .............................................................................. 30 
1.7.2.2.  Os enrolamentos ..................................................................... 30 
1.7.2.3.  Núcleos .................................................................................... 31 
1.7.3.  Disjuntores ...................................................................................... 32 
1.7.4.  Interruptores ................................................................................... 33 
1.7.4.1.  Interruptor diferencial .............................................................. 34 
1.8.  DISJUNTORES DIFERENCIAIS ..................................................... 34 
1.8.1.  Princípio de funcionamento de um disjuntor diferencial ................ 35 
1.9.  NOÇÃO DE CIRCUITOS DE RESERVA .......................................... 36 
1.10.  CÁLCULOS E APLICAÇÕES ..................................................... 37 
1.11.  RELÉS.................................................................................. 40 
1.11.1. Funcionamento do relé ................................................................... 40 
1.11.2. Configurações do relé .................................................................... 41 
1.11.3. Vantagens e Desvantagens na aplicação de relés ......................... 41 
1.12.  TRANSFORMADORES REDUTORES ........................................... 45 
1.13.  CÁLCULOS E APLICAÇÕES DE CALIBRES DE RELÉS
(REGULAÇÕES)........................................................................ 48 
1.14.  ESQUEMATIZAÇÃO DOS CIRCUITOS DO QUADRO EM
DIAGRAMA DE DISTRIBUIÇÃO UNIFILAR (1ª TAREFA) ..................... 50 
1.14.1. Circuito do quadro em diagrama de distribuição unifilar ............... 51 
1.15.  ESQUEMATIZAÇÃO DOS CIRCUITOS DO QUADRO EM
DIAGRAMA DE DISTRIBUIÇÃO MULTIFILAR (2ªTAREFA) .................. 53 
1.16.  NORMAS DE SEGURANÇA E HIGIENE ASSOCIADAS À
MANIPULAÇÃO DA ENERGIA ELÉCTRICA ..................................... 54 
CONCLUSÃO...................................................................................... 57 
RESUMO ........................................................................................... 58 
AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 61 
SOLUÇÕES ........................................................................................ 65 
PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO ................................. 66 
BIBLIOGRAFIA .................................................................................... 67 

2
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

MOTIVAÇÃO

Só consegues realizar um bom trabalho com esforço, dedicação e


um conhecimento adequado de todas as ferramentas de trabalho!

Existem diversos meios de protecção, não só dos próprios circuitos eléctricos,


mas também dos utilizadores; no dimensionamento de uma instalação eléctrica é
fundamental considerares a protecção e segurança e conseguires escolher os
dispositivos de protecção adequados a cada situação. Mas para isso, é necessá-
rio que os conheças, que conheças a sua estrutura, o seu modo de funcionamen-
to. Só assim irás saber escolher o dispositivo correcto para cada instalação.

Os motores são máquinas de uso frequente no mundo da indústria; existem


vários tipos de motores, entre os quais, os motores assíncronos que estudarás
nesta unidade.

Vamos ao trabalho!

3
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

OBJECTIVOS

 Compreender a noção de Potência Monofásica e Trifásica.


 Conhecer o funcionamento de motores assíncronos.
 Executar a esquematização dos circuitos do quadro em diagrama de
distribuição unifilar e multifilar.
 Executar e electrificar um quadro de distribuição de baixa tensão para
circuitos de alimentação, tomadas e força motriz.

4
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

INTRODUÇÃO

Quando se trabalha com máquinas eléctricas é importante conhecer as suas


capacidades e também os seus consumos. Deves compreender o conceito de
potência monofásica e trifásica, conhecer os limites estabelecidos para um sis-
tema monofásico e trifásico e deves sobretudo conseguir compreender um sis-
tema monofásico e um sistema trifásico.

Existem diversos dispositivos de protecção, cada um com um objectivo: pro-


tecção contra curto-circuitos, protecção contra sobrecargas, protecção contra
choques eléctricos e incêndios...

É necessário conheceres esses dispositivos e conheceres o fim a que se desti-


nam para que possas aplicá-los correctamente.

Os quadros eléctricos são uma peça fundamental em qualquer instalação eléc-


trica, a sua montagem é tão importante como a esquematização e interpretação
de esquemas.

5
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

1. ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE


DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

1.1. POTÊNCIA ELÉCTRICA (MONOFÁSICA)

A potência eléctrica é definida como sendo a quantidade de energia recebida ou


fornecida na unidade de tempo.

Conheceres apenas a quantidade de energia gasta ou fornecida por uma


máquina não é suficiente para quantificares as suas capacidades. Duas máqui-
nas podem consumir ou produzir a mesma quantidade de energia, mas em
intervalos de tempo diferentes.

Se conheceres a potência de ambas as máquinas, então já consegues perceber


qual delas consome ou produz mais energia no mesmo intervalo de tempo.

Em corrente contínua, a potência eléctrica é definida pela expressão:

P U I
Figura 1. Potência em corrente contínua.

Em que:

P= Potência eléctrica (expresso em Watt);

U= Tensão eléctrica (expresso em Volt);

I= Corrente eléctrica (expresso em Ampere).

7
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Em corrente alternada o comportamento de alguns componentes


difere.

Em corrente alterna, a bobine e o condensador provocam desfasamentos entre


a corrente e a tensão, criando uma impedância (oposição à passagem da cor-
rente alterna).

Estas alterações vêm alterar o nosso conceito de potência eléctrica e passamos


a ter três tipos de potências:

 Potência Activa;
 Potência Aparente;
 Potência Reactiva.

A potência activa é a potência realmente consumida num circuito. A unidade de


medida do Sistema Internacional é o Watt e mede-se com um Wattímetro.

Esta potência representa-se pela letra P e é calculada através da expressão:

P  U  I  cos 
Figura 2. Potência Activa.

Em que:

P= Potência eléctrica (expresso em Watt);

U= Tensão eléctrica (expresso em Volt);

I= Corrente eléctrica (expresso em Ampere);

 = ângulo de desfasamento entre a corrente e a tensão. (expresso em º).

A potência aparente representa-se pela letra S. Esta, é a potência aparentemen-


te consumida. A potência aparente é medida em Volt. Ampere (VA) e é represen-
tada pela expressão:

S U I
Figura 3. Potência Aparente.

8
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

Em que:

S= Potência aparente (expresso em Volt Ampere);

U= Tensão eléctrica (expresso em Volt);

I= Corrente eléctrica (expresso em Ampere).

A potência reactiva é uma energia que não é consumida. Esta energia oscila
entre o gerador e a bobina, armazenando-se na bobina sob forma de um campo
magnético. A potência reactiva é medida em Volt Ampere reactivo (Var).

Q  U  I  sin 
Figura 4. Potência Reactiva.

Em que:

P= Potência reactiva (expresso em Volt Ampere reactivo);

U= Tensão eléctrica (expresso em Volt);

I= Corrente eléctrica (expresso em Ampere);

 = ângulo de desfasamento entre a corrente e a tensão. (expresso em º).

A tabela seguinte mostra-te de uma forma simplificada as potências em corren-


te alternada.

Quadro 1. Potências em corrente alterna.

Potência Nomenclatura Expressão Unidade de medida

Potência Activa P P  U  I  cos  Watt (W)

Potência
Aparente
S S  U I Volt. Ampere (VA)

Potência
Reactiva
Q Q  U  I  sin Volt. Ampere
reactivo (Var).

9
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

1.2. POTÊNCIA ELÉCTRICA (TRIFÁSICA)

Um sistema trifásico é constituído por três fases iguais e desfasadas entre si de


120°.

A corrente trifásica necessita de três fases e o neutro. Esta corren-


te é utilizada principalmente na indústria e no comércio (onde o
consumo de energia eléctrica é maior). No sistema trifásico, a
tensão entre quaisquer duas fases é de 400V.

Se ligares um receptor monofásico (U=230V) entre duas fases de


uma instalação trifásica (U=400V), o receptor queima.

O princípio de funcionamento de um alternador trifásico é muito idêntico ao


princípio de funcionamento de um alternador monofásico.

Figura 5. Princípio de funcionamento de um gerador trifásico.

O alternador trifásico é constituído por três enrolamentos, a que correspondem


seis condutores. Cada um destes enrolamentos pode alimentar uma carga.

10
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

O sistema trifásico tem dois tipos de ligações:

 Ligação em estrela;
 Ligação em triângulo.

Figura 6. Ligação em estrela.

A figura 6 representa uma ligação em estrela. Ao ponto N dá-se o nome de pon-


to neutro do gerador. O ponto N’ tem o nome de ponto neutro da carga trifásica.

O condutor Neutro faz a ligação do ponto neutro do gerador (N) ao ponto neutro
da carga trifásica (N’). O condutor Neutro é o condutor de retorno da corrente
das três fases, nele passa a corrente total de retorno:

IN  I1  I 2  I 3
Figura 7. Corrente que passa no neutro.

Os três condutores que ligam ao ponto N designam-se fases ou condutores de


fase.

Figura 8. Ligação em triângulo.

11
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

A ligação em triângulo é feita de forma que as fases se fechem entre si (como os


lados de triângulo).

As fases não têm que ter o mesmo tipo de ligação dos enrolamen-
tos que o alternador.

Num sistema trifásico consideras dois tipos de tensões:

 Tensão simples;
 Tensão composta.

A tensão simples também é chamada de tensão de fase (Us) e é a tensão exis-


tente entre qualquer fase e o neutro.

Figura 9. Tensão simples.

Temos assim três tensões simples, desfasadas de 120°.

A tensão composta (Uc) é a tensão entre duas fases quaisquer, do sistema trifásico.

12
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

Figura 10. Tensão composta.

Tal como nas tensões simples, temos três tensões compostas, desfasadas
entre si de 120°.

Os terminais dos condutores de fase podem ser representados por:

 L1,L2 ,L3
 R, S, T
 1, 2, 3

A relação matemática entre a tensão composta, (Uc) e a tensão simples, (Us) é


dada por:

Uc  3  Us
Figura 11. Relação matemática entre a tensão simples e a tensão composta.

Realiza o seguinte exercício sem olhar para as soluções.


A tensão simples da rede eléctrica em Portugal é de 230V. Qual
será a tensão composta?

Solução:
DESENVOLVE Uc  3 Us  3  230  400V .

Um sistema trifásico está equilibrado quando é submetido a um sistema trifási-


co de tensões e se verifica que as cargas têm a mesma impedância (Z1=Z2=Z3)

13
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

e o mesmo factor de potência (cosα1=cosα2=cosα3). Um sistema trifásico equi-


librado tem as correntes entre si, iguais.

Consideras o sistema trifásico desequilibrado quando o submetes a um sistema


trifásico de tensões e verificas que as cargas não têm todas a mesma impedân-
cia e/ou o mesmo factor de potência. Num sistema trifásico desequilibrado, as
correntes são diferentes entre si.

Condição Correntes entre si


Sistema Z1=Z2=Z3 e
trifásico Iguais
equilibrado cos 1=cos 2=cos 3

Sistema
trifásico Z 1 Z 2  Z 3 ou cos  1  cos  2  cos  3 Diferentes
desequilibrado

1.2.1. POTÊNCIAS EM CADA CARGA MONOFÁSICA

Para calculares as potências activa, reactiva e aparente em cada uma das car-
gas de um receptor trifásico, aplicas as mesmas expressões de cálculo para o
sistema monofásico.

Potência Activa: P=UIcos 

Potência Aparente: S=UI


Potência Reactiva: Q=UIsen 

Em que:

I= Corrente eléctrica que percorre o receptor;

U= Tensão aplicada ao receptor;

cos  = Factor de potência do receptor.

1.2.2. POTÊNCIA TOTAL DO RECEPTOR TRIFÁSICO

A potência activa, tal como a potência reactiva do receptor trifásico é igual à


soma das potências parciais, em cada carga monofásica.

14
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

PT  P1  P2  P3
QT  Q 1  Q 2  Q 3
Figura 12. Potência total do receptor trifásico.

1.3. APLICAÇÕES

A corrente alternada monofásica tem aplicação em diversos tipos de circuitos.


Qualquer receptor de uso doméstico necessita apenas de uma fase e de um
neutro, ou seja, do sistema monofásico.

Os receptores monofásicos variam, normalmente, entre as centenas de Watts e


os 3Kw.

Os sistemas trifásicos são aplicados na indústria, no comércio, onde a potência


consumida é superior e este sistema torna-se por isso mais vantajoso em ter-
mos económicos. Neste tipo de sistema os receptores são de maior potência.

O quadro seguinte foi retirado da CERTIEL - Associação Certificadora de Insta-


lações Eléctricas (www.certiel.pt) e mostra-te o dimensionamento de entradas
referindo os valores de potência máxima admissível.

Opção do cliente/ Técnico Responsável


Potência
Máxima Entrada
Admissível
(Potência a
Monofásica Trifásica
Certificar KVA)
Protecção In (b)

Protecção In (b)
Condutor (a)

Condutor (a)
Monofásica

Corte (a)

Corte (a)
Trifásica

Tubo (a)

Tubo (a)

1.15 32 2x6+T6 1x32 2x40


2.30 32 2x6+T6 1x32 2x40
3.45 32 2x6+T6 1x32 2x40
4.60 32 2x6+T6 1x32 2x40
5.75 32 2x6+T6 1x32 2x40
6.90 6.90 32 2x6+T6 1x32 2x40 32 4x6+T6 3x32 4x40

15
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Opção do cliente/ Técnico Responsável


Potência
Máxima Entrada
Admissível
(Potência a
Monofásica Trifásica
Certificar KVA)

Protecção In (b)

Protecção In (b)
Condutor (a)

Condutor (a)
Monofásica

Corte (a)

Corte (a)
Trifásica

Tubo (a)

Tubo (a)
10.35 10.35 40 2x16+T10 1x63 2x63 32 4x6+T6 3x32 4x40
13.90 13.80 40 2x16+T10 1x63 2x90 32 4x6+T6 3x32 4x40
17.25 32 4x6+T6 3x32 4x40
20.70 32 4x6+T6 3x32 4x40
27.60 40 4x10+T10 3x40 4x63
34.50 50 4x16+T10 3x63 4x63
41.40 50 4x16+T10 3x63 4x63
50.00 63 4x25+T16 3x90 4x90

1.4. FUNCIONAMENTO DE MOTORES ASSÍNCRONOS

Os motores assíncronos, ao contrário dos motores convencionais de corrente


contínua, apenas precisam de alimentação no estator. O rotor recebe energia
por indução. É por isso que estes motores também se designam por motores de
indução.

O motor assíncrono é o tipo de motor mais utilizado por ser um motor robusto,
de construção simples e de baixo custo.

A manutenção dos motores assíncronos é relativamente fácil.

16
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

1.4.1. CONSTITUIÇÃO DO MOTOR ASSÍNCRONO

O motor assíncrono é constituído por:

 Estator;
 Rotor;
 Carcaça.

Figura 13. Constituição de um motor assíncrono trifásico.

Os enrolamentos estão desfasados 120° uns dos outros.

17
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Os motores trifásicos industriais podem ter dois, quatro ou mais pólos.

O rotor é a parte móvel da máquina. É constituído por chapas finas, isoladas


umas das outras e com ranhuras.

O rotor é apoiado no veio de rotação do motor.

O entreferro é uma ligeira abertura de ar que fica entre o rotor e o estator. A fun-
ção do entreferro é reduzir a relutância magnética, aumentando assim a indução
e consequentemente, o fluxo magnético. Para isso, o entreferro deve ser o
menor possível.

A carcaça contém no seu interior o estator e o rotor, protegendo o motor.

Para perceberes os princípios de funcionamento de um motor


assíncrono, é importante que conheças as leis fundamentais do
electromagnetismo.

1.4.1.1. Leis fundamentais de electromagnetismo

O motor assíncrono tem como princípio de funcionamento as leis fundamentais


do electromagnetismo.

Lei de Faraday – Sempre que através da superfície abraçada por um circuito


tiver lugar uma variação de fluxo, gera-se nesse circuito uma força electromotriz
induzida. Se o circuito for fechado, será percorrido por uma corrente induzida.

Lei de Lenz – O sentido da corrente induzida é tal que esta, pelas suas acções
magnéticas, tende a opor-se à causa que lhe deu origem.

Lei de Laplace - Sobre um condutor rectilíneo, percorrido por corrente, mergu-


lhado num campo magnético, é exercida uma força electromagnética que é
proporcional à indução magnética a que ele está sujeito, à corrente que o per-
corre e ao seu comprimento.

1.4.2. MOTORES ASSÍNCRONOS MONOFÁSICOS

Os motores assíncronos monofásicos, ou motores de indução monofásicos são


alimentados por uma tensão monofásica de 230 V. Estes motores têm uma
potência mais baixa que os motores trifásicos. Normalmente são de uso domés-
tico e pequenos comércios. São aplicados em sistemas de frio, frigoríficos,
máquinas de lavar, aspiradores, etc.

18
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

O motor assíncrono monofásico é semelhante ao motor assíncrono trifásico, no


que respeita à sua constituição, tendo a particularidade de ter apenas um enro-
lamento no estator. Este enrolamento é formado por duas bobinas alimentadas
por fase (L) e neutro (N) da rede.

1.4.2.1. Princípio de funcionamento de um motor assíncrono


monofásico

Ao alimentar o estator do motor, a corrente alternada produz um campo magné-


tico pulsante, cuja intensidade e sentido varia, mas mantém uma direcção cons-
tante. Este campo magnético é pulsante e não girante porque este motor tem
somente uma fase de alimentação (contrariamente ao motor trifásico que tem
três fases de alimentação).

Pela lei de Faraday, a variação de fluxo nos condutores do rotor gera uma força
electromotriz induzida.

Pela lei de Lenz, estas correntes induzidas, tendem a opor-se à causa que lhes
deu origem.

Assim sendo, no rotor será gerado um campo magnético que tende a opor-se
ao campo magnético do estator. Porém, para que dois campos magnéticos se
oponham, é necessário que tenham pólos contrários. Como o campo do estator
não roda, o campo do rotor também não; Então, o rotor vibra, mas não roda.

Como não têm binário de arranque, para solucionar o problema, utilizam-se


enrolamentos auxiliares. Estes enrolamentos são dimensionados de forma a
criar uma segunda fase, permitindo assim a formação do campo girante para o
arranque.

1.4.2.2. Tipos de motores de indução monofásicos


 Motor de pólos sombreados
 Motor de fase dividida
 Motor de condensador de arranque
 Motor de condensador permanente
 Motor de dois condensadores

19
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

1.4.3. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE UM MOTOR ASSÍNCRONO


TRIFÁSICO

O estator do motor assíncrono trifásico é constituído por três enrolamentos,


com um ângulo de 120° entre cada um.

As correntes que vão alimentar os enrolamentos, vão estar desfasadas de 120°


entre elas, tal como os três campos magnéticos gerados. Estes dois campos
(eléctrico e magnético) estão em fase entre eles, ou seja, quando a corrente
eléctrica num enrolamento for máxima, o campo magnético gerado também
será máximo.

No interior do estator cria-se assim um campo magnético total, que será o


resultado dos campos magnéticos resultantes de cada um dos enrolamentos –
campo magnético girante.

De acordo com a lei de Faraday, quando o campo magnético girante atravessa


o rotor provoca uma variação de fluxo nos condutores do rotor, gerando uma
força electromotriz induzida (f.e.m.i) nesses mesmos condutores (que estão em
circuito fechado).

De acordo com a lei de Lenz, o sentido das correntes induzidas será o oposto
ao sentido do campo magnético girante.

Cargas iguais repelem-se, cargas opostas atraem-se. Uma vez que o campo
magnético do estator é girante, os pólos do rotor são atraídos pelos pólos do
estator e o rotor entra em rotação, na tentativa de alcançar o campo girante do
estator.

20
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

O quadro que se segue ajuda-te a comparar os dois tipos de motores assíncro-


nos, para a mesma potência.

Quadro 2. Motor assíncrono monofásico e trifásico, para a mesma potência.

Motor assíncrono monofásico Motor assíncrono trifásico


Potência Menor Maior
Volume Maior Menor
Binário de arranque Menor Maior
Rendimento Menor Maior
Factor de potência Menor Maior
Preço Superior Inferior
Vibração mecânica Maior Menor
Arranque Com enrolamento auxiliar Directo

1.5. FUNCIONAMENTO DE TRANSFORMADORES

O transformador é um dispositivo electromagnético constituído por dois enro-


lamentos (o primário e o secundário), acoplados, através de um núcleo de ele-
vada permeabilidade magnética.

O transformador tem como função principal elevar ou reduzir a corrente ou a


tensão entre o primário e o secundário.

O seu princípio de funcionamento baseia-se no fenómeno da indução electro-


magnética.

Fenómeno da indução electromagnética - Um fluxo magnético


variável que produz uma corrente eléctrica variável, tal como uma
corrente eléctrica variável, produz um campo magnético variável.

Se tiveres uma bobina, percorrida por uma corrente eléctrica, será gerado um
campo magnético. Se essa corrente for variável, então o campo magnético
gerado também será variável. Se colocares uma segunda bobina próxima da
primeira, esta também será cortada pelas linhas de força e nos seus terminais
surgirá uma tensão, designada por tensão induzida.

21
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

A tensão induzida que surge na segunda bobina está dependente de:

 Intensidade da tensão aplicada na primeira bobina;


 Número de espiras da primeira bobina;
 Número de espiras da segunda bobina.

Assim, se aplicares uma tensão alternada no enrolamento primário, será induzi-


da uma tensão, no enrolamento secundário, cujo valor dependerá da tensão
aplicada no enrolamento primário e também da relação existente entre o núme-
ro de espiras dos dois enrolamentos.

 Se o enrolamento secundário tiver o dobro do número de espiras do


enrolamento primário, então a tensão de saída (no enrolamento secun-
dário), será o dobro.
 De igual forma, se o enrolamento do secundário tiver metade do núme-
ro de espiras relativamente ao enrolamento do primário, então a tensão
de saída (no secundário) do transformador será metade da tensão de
entrada (no primário).

O transformador cria energia?


Não! O transformador não cria energia, ele mantém a potência
aparente constante e igual nos dois enrolamentos.

P=V x I

Se a tensão de saída duplicou, então a corrente passou para metade.

Os transformadores monofásicos podem ter mais do que um enrolamento no


secundário.

Os transformadores trifásicos são aplicados na indústria; os seus enrolamentos


podem estar ligados em estrela, em triângulo ou em Ziguezague.

As ligações em triângulo e em ziguezague são as mais utilizadas, por permitirem


a alimentação de cargas desequilibradas.

22
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

1.6. REGULAMENTO
Numa instalação eléctrica, a potência mínima deve ser fixada de acordo com as
necessidades.

“ (…) 801.1.1.1 Potências mínimas e factores de utilização e de simultanei-


dade

As potências mínimas e os factores de utilização e de simultaneidade a conside-


rar no dimensionamento das instalações eléctricas devem ser fixados de acordo
com as necessidades e com as condições de exploração dos respectivos locais.

801.1.1.2 Dimensionamento dos circuitos de utilização

Os circuitos devem ser dimensionados para a potência total dos aparelhos de


utilização que por eles são alimentados, afectada dos factores de utilização e de
simultaneidade.

Nota: Ao dimensionarem-se os circuitos deve ter-se particular cuidado na previ-


são de aumentos de potência e da frequência de arranques do equipamento.
(…) ” Texto extraído do Manual de RTIEBT, 1ª edição Anotada, Certiel/ DGGE,
2006.

A potência da instalação é também muito importante para dimensionares a sec-


ção dos condutores a utilizar.

Natureza dos circuitos Secção (mm²)


Iluminação 1,5
Tomadas 2.5
Termoacumuladores 2.5
Máquinas de lavar e de secar roupa ou de lavar loiça 2.5
Fogões 4
Climatização Ambiente 2,5

23
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Existe um limite de potência que define as alimentações monofásicas ou trifási-


cas. Se a potência total não exceder os 10,35 kVA, a alimentação deve ser
monofásica; Se a potência total for superior a 10,35 kVA, então a instalação
deve ser alimentada em sistema trifásico.

“ (…) 801.1.1.3.3 As instalações eléctricas (de utilização), não previstas para ali-
mentar receptores trifásicos, que sejam alimentadas a partir de redes de distri-
buição (públicas) em baixa tensão e cuja potência total não exceda 10,35 kVA
(45 A, em 230 V) devem ser monofásicas.

Para potências superiores a 10,5 kVA, as instalações eléctricas (de utilização)


devem ser alimentadas em trifásico, podendo, com o acordo prévio do distribui-
dor, ser alimentadas em monofásico.

Nas instalações eléctricas trifásicas, as potências devem ser distribuídas pelas


fases, tanto quanto possível e forma equilibrada.

Nota: As potências mínimas a considerar no dimensionamento das entradas


destinadas a alimentar as instalações eléctricas (de utilização) são as indicadas
na secção 803.2.4.3. (…)” Texto extraído do Manual de RTIEBT, 1ª edição Ano-
tada, Certiel/ DGGE, 2006.

Para cada um dos sistemas, monofásico ou trifásico, estão definidos valores


mínimos das potências a considerar no dimensionamento da instalação.
 “(…) 3,45 kVA, em monofásico (15 A, em 230 V), em locais de um com-
partimento;
 6,90 kVA, em monofásico (30 A, em 230 V), em locais de dois a seis
compartimentos;
 10,35 kVA, em monofásico (45 A, em 230 V), em locais com mais de
seis compartimentos.
No caso de instalações com receptores trifásicos, as alimentações devem ser
trifásicas e os valores mínimos das potências a considerar no dimensionamento
devem ser os seguintes:
 6,90 k VA, em trifásico (10 A, em 400 V), em locais até seis comparti-
mentos;
 10,35 kVA, em trifásico (15 A, em 400 V), em locas com mais de seis
compartimentos.
Nota: De acordo com o indicado na secção 801.1.1.3 e caso não haja recepto-
res trifásicos, as instalações dimensionadas para potências até 10,35 kVA devem
ser alimentadas em monofásico.

Na contagem do número de compartimentos apenas devem ser considerados os


que tenham área superior a 4m2, excluídas as cozinhas, as casas de banho e os
corredores. Esta área é a área útil total dos compartimentos servidos pelas res-
pectivas instalações eléctricas (de utilização). (…)” Texto extraído do Manual de
RTIEBT, 1ª edição Anotada, Certiel/ DGGE, 2006.

24
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

1.6.1. TRANSFORMADORES

No que diz respeito aos transformadores, deves consultar as normas:

NP-2627 – Transformadores de potência;

EN 60742 – Transformadores de separação de circuitos e transformadores de


segurança;

“ (…) 552 Transformadores

Nota: Para a aplicação das regras indicadas na secção 511 devem ser conside-
radas as Normas seguintes:

 NP 2627 – Transformadores de potência;


 EN 60742 – Transformadores de separação de circuitos e transformado-
res de segurança;

Na selecção dos dispositivos de protecção dos transformadores deve ter-se em


conta as suas correntes de ligação (pico de ligação).

552.1 As regras indicadas na secção 552 aplicam-se apenas aos transformado-


res cujo enrolamento primário seja alimentado a uma tensão contida nos limites
do domínio II (veja-se 222).

552.2 O circuito alimentado pelo enrolamento secundário do transformador deve


ser estabelecido de acordo com as regras aplicáveis à tensão mais elevada que
possa existir nesse circuito.

552.3 Os circuitos dos autotransformadores devem ser estabelecidos para a


tensão mais elevada que possa existir entre condutores ou entres estes e a terra.
A tensão dos circuitos secundários dos autotransformadores (entre condutores
ou entre estes e a terra) não deve ser superior à do limite superior do domínio II.
(…)” Texto extraído do Manual de RTIEBT, 1ª edição Anotada, Certiel/ DGGE,
2006.

1.6.2. MOTORES

As dimensões dos motores de indução trifásicos são dadas pela


norma NP-2834.

25
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Para o funcionamento de máquinas eléctricas rotativas deves consultar as nor-


mas que se seguem:
 EN 60034-1 e IEC 60279 – Regras para o estabelecimento das máqui-
nas eléctricas rotativas.
 NP 2805-1 – Características estipuladas e características de funciona-
mento de máquinas eléctricas rotativas.
 NP 2805-2 – Métodos para a determinação das perdas e do rendimen-
to das máquinas eléctricas rotativas a partir de ensaios.
 EN 60034- 5 - Classificação dos índices de protecção garantidos pelos
invólucros das máquinas rotativas.
 EN 60034-9 – Limites de ruído
De acordo com a aplicação, os motores devem apresentar características ade-
quadas.

“ (…) 553.1 Características estipuladas

Os motores devem apresentar características estipuladas à utilização prevista.

Nota: A potência estipulada de um motor é a potência mecânica disponível no


seu veio (potência útil), que é sempre inferior à potência de alimentação (potên-
cia absorvida pelo motor).

Em regra, não é recomendado prever uma potência estipulada muito superior à


necessária pois o rendimento e, em corrente alternada, o factor de potência,
seriam menores e a corrente de arranque mais elevada (pico de arranque). (…) ”
Texto extraído do Manual de RTIEBT.

Existem normas que definem o limite da corrente de arranque dos motores, de


forma a não prejudicar as instalações que os alimentam, nem outros equipa-
mentos alimentados pela mesma fonte de energia.

Segundo o Manual de RTIEBT, os motores alimentados directamente pela rede


de distribuição, não causarão perturbações excessivas se a intensidade de
arranque não ultrapassar os valores indicados no quadro 55A.

Quadro 55A - Corrente de arranque de motores alimentados directamente pela


rede de distribuição (pública), retirado do Manual de RTIEBT 1ª edição Anotada,
Certiel/ DGGE, 2006.

Intensidade máxima de arranque (A)


Ligação do motor Utilização dos locais
Rede aérea Rede subterrânea
habitação 45 45
em monofásico
outros usos 100 200
habitação 60 60
em trifásico
outros usos 125 250

26
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

Sempre que a corrente de arranque dos motores exceder os valo-


res indicados no quadro 55A, será necessário o parecer favorável
do distribuidor de energia.

De forma a conservar as instalações eléctricas, não deves verificar um aqueci-


mento excessivo nas canalizações e os dispositivos de protecção durante o
arranque não devem actuar.

O quadro 55GA, extraído do manual de RTIEBT, indica-nos as potências máxi-


mas dos motores mais comuns que, em regra, satisfazem as correntes de
arranque indicadas no quadro 55A.

Quadro 55GA - Potência estipulada máxima dos motores alimentados directa-


mente por uma rede de distribuição (pública) (em kW), retirado do Manual de
RTIEBT 1ª edição Anotada, Certiel/ DGGE, 2006.

Tipo Tipo Motores Motores Trifásicos 400 V


de de monofásicos Arranque directo à plena Outros modos de
Local Rede 230 V carga arranque

habitação qualquer 1,4 5,5 11

outros aérea 3 11 22
locais subterrânea 5,5 22 45

Segundo o manual de RTIEBT, deve ter-se particular cuidado na ligação directa,


a uma rede de distribuição pública, de motores que estejam nas seguintes
situações:

a) Accionem máquinas de grande inércia;


b) Sejam de arranque lento em carga;
c) Tenham arranques frequentes;

Sejam de travagem ou de inversão de marcha por contra corrente.

27
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

1.7. TECNOLOGIA DOS MATERIAIS

1.7.1. FUSÍVEIS

O fusível é um dispositivo que protege o circuito eléctrico contra


danos causados por sobrecargas de corrente.

Um fusível é constituído por um fio ou lâmina condutora, colocada no interior de


um invólucro.

A lâmina condutora deve fundir entre os 60 e os 200 °C e pode ser de prata,


cobre, chumbo, cádmio, estanho ou outro material condutor.

Cada fusível é dimensionado para suportar uma determinada intensidade de


corrente eléctrica; A lâmina é calibrada, de forma a suportar a corrente para a
qual está calibrada, sem fundir; Quando a intensidade ultrapassa o valor para o
qual o fusível está calibrado, ele funde, interrompendo o circuito.

1.7.1.1. CARACTERÍSTICAS DOS FUSÍVEIS

Os fusíveis têm algumas características próprias, tais como:

 Tensão nominal (Un) - é a tensão de dimensionamento do fusível, do


ponto de vista do isolamento eléctrico.
 Corrente estipulada (In) - é a intensidade de corrente que o fusível
suporta sem fundir.
 Poder de corte (Pdc) - é a intensidade de corrente máxima que o fusível
consegue interromper sem danificar o seu invólucro.
 Corrente convencional de funcionamento (If) - é o valor da corrente
para o qual o fusível deve funcionar.

Corrente convencional de não funcionamento (Inf) - é o valor da corrente para a


qual o fusível não deve funcionar durante o tempo convencional.

28
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

1.7.1.2. Tipos de fusíveis

Relativamente à sua velocidade de actuação, os fusíveis são classificados em:

 Fusíveis de acção rápida – Aplicados na protecção contra curto-


circuitos. Não se utilizam em pequenas e médias sobrecargas.
 Fusíveis de acção lenta – Utilizam-se na protecção contra curto-
circuitos e contra sobrecargas.

Relativamente à tensão, os fusíveis classificam-se como:

 Fusíveis de baixa tensão – São fusíveis simples, em que não há preo-


cupação com a formação do arco eléctrico.
 Fusíveis de alta tensão – São fusíveis mais complexos, cujo fabrico já
foi pensado com a preocupação da formação do arco eléctrico.

1.7.1.3. ISOLAMENTO

A maioria dos fusíveis possui um isolamento, que poderá ser de porcelana, de


vidro, de PVC, ou de qualquer outro material isolante.

Os fusíveis possuem no seu interior um material isolante, que envolve a lâmina.


Este material isolante pode ser quartzo, areia ou amianto e tem como função
reduzir o arco eléctrico criado no momento da actuação.

1.7.2. TRANSFORMADORES

Os transformadores são constituídos por um enrolamento primário e um enro-


lamento secundário, cada um dos quais com n número de espiras, consoante
se deseje obter um transformador redutor, ou um transformador elevador de
tensão. Existem transformadores dotados de dois ou mais enrolamentos secun-
dários.

Figura 14. Transformador toroidal.

29
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

1.7.2.1. Os carretos

Os carretos têm uns orifícios nos seus extremos, por onde saem, para o exte-
rior, os condutores dos enrolamentos, para a sua futura ligação ao circuito.

1.7.2.2. Os enrolamentos

Os enrolamentos realizam-se com fio de cobre, de secção adequada à intensi-


dade da corrente que irá circular por eles; Quanto maior for a corrente que por
eles circule, maior deve ser a secção do fio dos enrolamentos.

Os condutores são enrolados sobre um carreto de material isolante (plástico,


cartão, baquelite, ou similar).

O fio de cobre utilizado deve estar isolado (esmaltado), de forma a evitar curto-
circuitos entre as espiras.

Figura 15. Fio de cobre utilizado nos enrolamentos.

Os enrolamentos são dispostos sobre o carreto de diferentes formas, isto é, uns


em cima dos outros, sobrepostos, ou em colunas distintas. A posição numa ou
noutra forma depende unicamente das dimensões finais do transformador e do
tipo de núcleo utilizado.

Quando as tensões são muito elevadas coloca-se, entre cada camada do enro-
lamento, um papel impregnado ou uma fita de material plástico isolante para
evitar os curto-circuitos entre camadas.

Depois dos enrolamentos estarem feitos, introduz-se no seu interior um núcleo


de placas de material ferromagnético (caso dos transformadores de baixa fre-
quência), ou núcleos de ferrite (caso dos transformadores de alta frequência).

30
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

1.7.2.3. Núcleos

Actualmente, utilizam-se núcleos de chapa magnética para os transformadores


que trabalham em baixa frequência, e núcleos de ferrite para os transformado-
res que trabalham em alta frequência. Como a ferrite tem diversas vantagens,
por vezes é também utilizada em transformadores de baixa frequência para
amplificadores de áudio.

Os núcleos de ferrite são maciços e formados por duas peças separadas, per-
mitindo a sua introdução no interior dos carretos.

Os núcleos toroidais são formados por uma única peça, o que dificulta o enro-
lamento, o qual deverá fazer-se manualmente ou com máquinas especiais de
bobinar.

No caso de núcleos de chapa magnética, estas dispõem-se alternadamente, de


forma que o conjunto fique solidamente unido, formando um bloco compacto.

A chapa utilizada nos núcleos, ou circuitos magnéticos dos transformadores é


uma placa especial de aço-sílica. Esta apresenta certas vantagens sobre os
outros materiais férreos, tais como uma menor perda de energia, um menor
consumo e um menor aquecimento do transformador.

Figura 16. Chapas de ferro para construir o núcleo do transformador.

Sobre a superfície da chapa magnética forma-se uma pequena camada natural


de óxido que é suficiente para actuar como isolante das pequenas correntes
parasitas de Foucault que se produzem.

É muito importante que as chapas que se utilizam no fabrico de transformado-


res tenham o corte limpo e sem rebarbas já que, caso contrário, poderiam pro-
duzir-se fracos circuitos entre as chapas, e aumentar assim as perdas por cor-
rentes parasitas.

31
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Não limes as chapas, depois do transformador estar montado. Isso


aumentaria o curto-circuito entre elas, devido ao pó metálico que
se pode introduzir entre as placas.

Todas as chapas devem possuir a mesma espessura, principalmente quando


forem compostas por duas partes.

O fabrico de transformadores é destinado a empresas especialistas no ramo,


dado que é algo bastante complexo e que exige rigor. Cada transformador exi-
ge um certo número de centímetros quadrados de secção do núcleo, dado pelo
fluxo magnético que por ele passa; se a sua secção não for suficiente, produzir-
se-á uma saturação do núcleo e, consequentemente, uma má passagem da
energia do primário para o secundário. Depois de ser conhecida a secção do
núcleo, escolhe-se o carreto adequado à dita secção e vão-se introduzindo as
chapas até encher completamente o interior do carreto.

As chapas devem estar muito apertadas entre si, caso contrário vibram e pro-
duzem ruídos muito desagradáveis.

Para evitar as vibrações, as chapas de cada extremo devem ter 1 ou 2 mm de


espessura e o conjunto deve ser fortemente apertado com porcas e parafusos.

1.7.3. DISJUNTORES

Os disjuntores são aparelhos de corte, comando e protecção, utilizados para


proteger circuitos eléctricos contra sobrecargas ou curto-circuitos.

Estes dispositivos interrompem automaticamente a passagem da corrente num


circuito eléctrico.

Um disjuntor tem no seu interior um relé, um disparador, um interruptor e câma-


ras de extinção do arco eléctrico.

O disjuntor magnetotérmico é o mais vulgar. Este disjuntor contém no seu inte-


rior um relé electromagnético e um relé térmico. O relé electromagnético prote-
ge o circuito contra curto-circuitos e o relé térmico é constituído por uma lâmina
bimetálica e protege o circuito contra sobrecargas.

32
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

Existem dois tipos de disjuntores magnetotérmicos, de uso domés-


tico, segundo a norma EN 60898 e de uso industrial, segundo a
norma EN 60 947-2.

Disjuntor de uso doméstico EN 60898 Disjuntor de uso industrial EN 60947-A

 Protecção contra curto-circuitos.  Protecção contra sobrecargas.

 Protecção contra sobrecargas.  Protecção contra curto-circuitos.

 Não reguláveis.  Reguláveis.

 Correntes estipuladas (In): 2, 4, 6, 8, 10,  Correntes estipuladas (In) sem valores


16 .., 125 A. impostos.

Figura 17. Disjuntor

Os disjuntores podem ser monofásicos ou trifásicos, conforme o tipo de instala-


ção a proteger.

1.7.4. INTERRUPTORES

Os interruptores são dispositivos de controlo de circuitos eléctricos.

Normalmente são feitos de baquelite (material isolante), possuem uma patilha


ou uma tecla que fecha ou abre o circuito eléctrico e no seu interior possuem os
bornes de ligação dos fios (material condutor).

Usas um interruptor para abrires ou fechares um circuito eléctrico.

33
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Existem diversos tipos de interruptores adequados a diversas aplicações. Os


materiais de fabrico de um interruptor também variam consoante a sua aplicação.

Figura 18. Interruptor.

1.7.4.1. Interruptor diferencial

O interruptor diferencial tem um relé que detecta a corrente diferencial e actua


de acordo com a sua corrente residual estipulada, I n.

Figura 19. Interruptor diferencial.

1.8. DISJUNTORES DIFERENCIAIS

O disjuntor diferencial é um elemento de protecção do utilizador.

34
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

Figura 20. Disjuntor diferencial.

Este dispositivo corta a corrente quando uma massa metálica ligada à terra é
colocada sob tensão.

Ao soltar-se um cabo eléctrico de uma máquina, este pode ficar


em contacto com a carcaça metálica da máquina. Ao tocar na
máquina o utilizador sofre uma descarga eléctrica que pode ser
fatal. Se o circuito eléctrico tiver um disjuntor diferencial, este cor-
ta a corrente, interrompendo assim o circuito.

1.8.1. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE UM DISJUNTOR DIFERENCIAL

O disjuntor diferencial tem no seu interior um relé diferencial e um toro de


detecção.

O toro de detecção faz a medição das correntes que entram e saem.

O relé diferencial actua quando a diferença entre dois ou mais valores da mes-
ma grandeza excede um valor predeterminado.

Figura 21. Disjuntor diferencial trifásico.

35
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Os relés diferenciais são aparelhos bastante sensíveis e com uma actuação


muito rápida.

Todas as carcaças metálicas dos aparelhos eléctricos devem ser ligadas ao


circuito de protecção de terra, através de um fio de terra (com as cores verde e
amarelo). Quando, por algum motivo, a carcaça do aparelho fica sob tensão, o
condutor de terra, escoa para a Terra uma corrente – corrente de defeito.

Quando isso acontece, o disjuntor diferencial detecta essa corrente e corta o


circuito ao qual está ligado o aparelho, protegendo assim o utilizador.

O disjuntor diferencial só protege eficazmente o circuito, se todos


os aparelhos com carcaças metálicas estiverem ligados ao sistema
de protecção de Terra.

Tal como qualquer outro dispositivo o disjuntor diferencial também pode falhar.
O pó e as vibrações podem dar origem a avarias. Os disjuntores têm um botão
de teste que deves testar, no mínimo, uma vez por mês.

A diferença entre o interruptor diferencial e o disjuntor diferencial é


que o interruptor diferencial apenas tem um relé que detecta a
corrente diferencial e actua de acordo com a sua corrente residual
estipulada enquanto o disjuntor diferencial, além do relé diferen-
cial, possui um relé de sobrecarga e de máximo de intensidade.

1.9. NOÇÃO DE CIRCUITOS DE RESERVA

Circuitos de reserva são circuitos que se deixam nos quadros eléctricos, para
posteriores utilizações.

Existem dois tipos de circuitos de reserva:

 Fica apenas o espaço no quadro (20% de reserva útil), para futura ins-
talação – reserva simples.
 Fica instalado no quadro eléctrico, um disjuntor, para futura utilização –
reserva equipada.

O Manual de RTIEBT, apesar de não impor nenhum tipo de esquema opti-


mizado, refere que as instalações de utilização devem prever a evolução
futura e optimização de exploração.

36
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

1.10. CÁLCULOS E APLICAÇÕES

Vamos verificar se conseguiste acompanhar a matéria. Tenta resolver os seguin-


tes exercícios sem olhar para a resolução.

Realiza o seguinte exercício sem olhar para as soluções.


Numa pequena instalação industrial, os aparelhos de medição do
quadro geral indicam os seguintes valores:
 Wattímetro: 6 KW
 Amperímetro: 33 A
DESENVOLVE  Voltímetro: 230 V
Calcula:
a) Potência activa da instalação;
b) Potência aparente da instalação;
c) Factor de potência da instalação;
d) Potência reactiva da instalação.
Solução:
a) 6 KW; b)7590 VA c) cosα=0,8; d) Q=4 557,2 VAr

Conseguiste resolver o exercício? Confere os teus resultados.

Resolução:

a) A potência activa da instalação é a potência realmente consumida num


circuito e é indicada pelo Wattímetro.
P= 6 KW
b) A potência aparente da instalação é dada pela expressão S=UxI
S  U I
S  230  33
S  7590VA
c) O factor de potência da instalação é dado por:
P 6000
cos     0,8
S 7590
d) A potência reactiva da instalação é dada por:
Q  U  I  sen 

37
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Primeiro é necessário calcular o valor de:

cos   0,8    cos 1 0,8    36,9


Então,
Q  230  33  sen ( 36,9)  4557,2VAr

Realiza o seguinte exercício sem olhar para as soluções.


Se a tensão simples de uma rede eléctrica for de 120 V, qual será
a tensão composta?

Solução:
DESENVOLVE Uc=207,8 V.

Resolução:

U C  3 U S  3  120  207,8V

Realiza o seguinte exercício sem olhar para as soluções.


Num sistema trifásico equilibrado, qual é a tensão simples de cada
fase se a tensão composta for de 420V?

Solução:
DESENVOLVE Us=242,5V

Resolução:

UC 420
U C  3 U S  U S    242,5V
3 3

Realiza o seguinte exercício sem olhar para as soluções.


Um cabo trifásico com neutro, de distribuição de energia, apresen-
ta uma tensão entre fase e neutro de 6 KV.
Calcula:
a) A tensão simples
DESENVOLVE b) A tensão composta
Solução:
a) 6 KV; b) 10,39 KV

38
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

Resolução:

Us= 6 KV

U C  3 Us  3  6  10,39KV

Realiza o seguinte exercício sem olhar para as soluções.


Uma instalação trifásica, com neutro, é alimentada a 230/400V
(tensão simples/tensão composta). A instalação é constituída por
três resistências, uma por fase, com os seguintes valores:
R1=100Ω; R2=170Ω; R3=300Ω
DESENVOLVE Calcule a corrente que passa em cada fase.
Solução:
I1=2,3A; I2=1,35A; I3=0,77ª.

Resolução:

U 1 U S 230
I1     2,3A
R 1 R 1 100

U 2 U S 230
I2     1,35A
R 2 R 2 170

U 3 U S 230
I3     0,77A
R 3 R 3 300

Exemplo do cálculo do diferencial a calcular no topo de uma cana-


lização.

O valor limite de tensão (UL), imposta pelo Manual de RTIEBT, para instalações
não especiais é de 50 V.

Então, seguindo a lei de Ohm: U=RxI

Se quiseres proteger a canalização com um diferencial de 500 mA, apenas tens


que te certificar que a resistência do eléctrodo de terra é inferior a 100Ω.

39
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

E se o valor limite de tensão fosse 30 Volt? Qual seria o valor máximo admissível
para a resistência de terra?

U0 30V
R  R   R  60
I 0,500 A

Neste caso, a resistência de terra deveria ter, no máximo, 60Ω.

Admite, agora que apenas tinhas à tua disposição um disjuntor diferencial de


250 mA. Qual seria então o valor máximo da resistência de terra?

U0 50V
R  R   R  200 
I 0,250 A

Neste caso, a resistência de terra deveria ter, no máximo 200Ω.

Quadro 3. Valor máximo de resistência para uma tensão limite de 50 Volt.

Resistência de terra ( ) In mA 


R ≤100 500
100 ≤ R ≤ 166,6 300
166,6 ≤ R ≤ 500 100
500 ≤ R ≤ 1666,6 30
1666,6 ≤ R ≤ 4166,6 10

1.11. RELÉS

O relé é um dispositivo electromecânico, formado por um electroíman e um con-


junto de contactos.

Através da aplicação de relés, é possível controlar circuitos que consomem


grandes correntes a partir de pequenos valores de tensão ou corrente.

1.11.1. FUNCIONAMENTO DO RELÉ

Quando uma corrente eléctrica circula pela bobine, esta cria um campo magné-
tico que vai atrair um ou mais contactos (os contactos do relé), abrindo ou
fechando circuitos.

Quando deixa de passar corrente na bobine, o campo magnético deixa de exis-


tir e os contactos voltam à sua posição inicial.

40
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

Figura 22. Relé.

1.11.2. CONFIGURAÇÕES DO RELÉ

Relativamente à posição dos seus contactos, os relés podem ser:

 NA (normalmente aberto) - também se usa NO (normally open);


 NF (normalmente fechado) - também se usa NC (normally closed).

No relé de contactos NA, os contactos estão abertos enquanto a bobine não


está energizada. Os contactos fecham quando a bobine recebe uma corrente
eléctrica.

No relé de contactos NF, os contactos abrem-se quando a bobine recebe cor-


rente e mantêm-se fechados enquanto a bobine não é energizada.

No relé de contacto central, quando o contacto NA fecha, estabelece ligação


com o contacto central.

1.11.3. VANTAGENS E DESVANTAGENS NA APLICAÇÃO DE RELÉS

Vantagens: O circuito de comando fica completamente isolado do circuito de


potência. Pode trabalhar com tensões diferentes entre comando e potência.

Desvantagens: O desgaste. Sendo um componente mecânico, tem uma vida útil.

41
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Figura 23. Circuito com relé desoperado – A lâmpada não acende, pois o circuito está aberto.

Figura 24. Circuito com relé operado – O circuito está fechado e a lâmpada acende.

Existem diversos tipos de relés e com as mais diversas aplicações.

42
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

Os relés de protecção são muito importantes nos sistemas de protecção das


canalizações eléctricas e de força motriz. Estes são os responsáveis pela actua-
ção dos disjuntores.

A intensidade da corrente eléctrica, a impedância, a pressão, a tensão eléctrica


e potência eléctrica são as grandezas que fazem um relé actuar.

Algumas definições importantes.

IN Corrente nominal do relé. É o valor que serviu de base ao projecto.

VN Tensão nominal do relé.

Corrente de funcionamento ou regulação é o valor de corrente eléctrica que faz com que
IF o relé opere.

VF Tensão de funcionamento ou regulação é o valor de tensão que faz o relé operar.

Os relés podem ser classificados quanto ao modo de ligação do elemento sen-


sor, quanto ao tipo de resposta, quanto ao efeito utilizado e quanto à sua cons-
tituição.

Relativamente ao modo de ligação do elemento sensor, podes classificar os


relés como:

 Relé primário;
 Relé secundário;
 Relé directo;
 Relé indirecto.

Se o relé mede a própria corrente principal, então dizes que se trata de um relé
primário. Se o relé mede uma corrente proporcional à própria corrente principal,
então classificas o relé como secundário.

Se o relé envia a ordem ao órgão de disparo, através de um processo directo,


então o relé é directo, mas, se o relé necessita de uma fonte auxiliar para ali-
mentar o disparador o relé é chamado de indirecto.

43
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Quanto ao tipo de resposta, existem relés instantâneos (com tempos de actua-


ção muito curtos, da ordem dos centésimos de segundo), relés de tempo cons-
tante (o tempo de actuação não depende do valor assumido pela grandeza
actuante) e relés de tempo dependente (o tempo de actuação varia em função
de uma grandeza).

Quanto ao princípio de funcionamento, podes classificar os relés como:

 Relés magnetotérmicos;
 Relés térmicos;
 Relés electromagnéticos;
 Relés electrodinâmicos;
 Relés de indução;
 Relés de tempo;
 Relés estáticos;
 Relés semiestáticos.

Os relés magnetotérmicos são constituídos por um núcleo de ferro horizontal,


sobre o qual são bobinados dois enrolamentos. O enrolamento primário é per-
corrido pela corrente a controlar e o enrolamento secundário tem nos seus ter-
minais uma lâmina. Os dois enrolamentos, independentemente um do outro,
permitem a operação do relé (ou seja, o deslocamento do contacto) e o corte do
circuito.

Este relé actua tanto em sobrecargas como em caso de curto-circuito, inter-


rompendo o circuito.

Os relés térmicos são aconselhados na protecção contra sobrecargas. Este tipo


de relés baseia o seu princípio de funcionamento na dilatação de lâminas bime-
tálicas que abrem os contactos de um circuito eléctrico.

O relé electrodinâmico baseia-se na interacção entre as correntes de duas


bobines. Quando uma das correntes for a corrente do circuito a proteger, ou
uma corrente proporcional a esta, e a corrente na outra bobine, for proporcional
à tensão do circuito

Os relés electromagnéticos são constituídos por um núcleo magnético. O


núcleo magnético tem uma parte que bascula em torno de um eixo, fechando
um ou vários contactos.

44
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

1.12. TRANSFORMADORES REDUTORES

O transformador redutor é um dispositivo que tem como principal função, redu-


zir no secundário, a amplitude de tensão do primário.

Como exemplo, se tiveres um transformador que receba no primário a tensão


da rede eléctrica, 230 V e apresente nos terminais do secundário, uma tensão
de 24V (tensão inferior à tensão do primário), então estás na presença de um
transformador redutor.

Este tipo de transformador é utilizado para efectuar a alimentação de diversos


equipamentos e receptores eléctricos, e também na distribuição de energia para
os aglomerados populacionais.

Figura 25. Transformador redutor.

Figura 26. Simbologia dos transformadores.

A utilização de letras e algarismos para representar tensões no primário e no


secundário obedece a Normas. A Norma portuguesa estabeleceu o seguinte:

45
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

U1 Tensão no primário

U2 Tensão no secundário

I1 Corrente do primário

I2 Corrente do secundário

P1 Potência activa no primário

P2 Potência activa no secundário

 O índice n significa nominal.


Exemplo: U 2n - tensão nominal do secundário

 O índice O significa vazio.


Exemplo: P10 - potência do primário quando o transformador está em
vazio.

Em corrente alterna, a potência aparente calcula-se por S=UxI

Assim, no primário do transformador temos uma potência aparente:

S1  U 1  I 1
No secundário do transformador temos:

S2  U 2  I 2
Como um transformador transfere praticamente toda a potência S do primário
para o secundário (porque tem um rendimento de quase 100%), consideramos:

S1  S 2
U1  I1  U 2  I 2

46
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

O que nos permite concluir que:


 Quando U 1  U 2 , então I 1  I 2
 Quando U 1  U 2 , então I 1  I 2

Ou seja, a corrente e a tensão são inversamente proporcionais, quando uma


aumenta, a outra diminui.

Então:

O enrolamento com a tensão mais elevada é percorrido por uma corrente eléc-
trica mais baixa.

O enrolamento com a tensão mais baixa é percorrido por uma corrente eléctrica
mais elevada.

Quanto maior for a intensidade de corrente eléctrica, maior deve


ser a secção do condutor.

O que nos permite concluir o seguinte:

 O enrolamento com tensão mais elevada terá o maior número de espi-


ras, mas com menor secção, porque a intensidade de corrente que o
percorre é menor.
 O enrolamento com tensão mais baixa terá o menor número de espiras,
mas com maior secção, pois a intensidade de corrente que o percorre
é maior.

Realiza o seguinte exercício sem olhar para as soluções.


O transformador redutor terá o condutor com maior secção no
primário ou no secundário? Justifica a tua resposta.

Solução:
A secção do condutor do secundário será maior porque a corrente do
DESENVOLVE secundário é maior que a corrente do primário.

47
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

1.13. CÁLCULOS E APLICAÇÕES DE CALIBRES DE RELÉS


(REGULAÇÕES)

Segundo o Manual de RTIEBT, relativamente à coordenação entre os conduto-


res e os dispositivos de protecção:

“ (…) [E] 433.2 Coordenação entre os condutores e os dispositivos de pro-


tecção

As características de funcionamento dos dispositivos de protecção das canaliza-


ções contra as sobrecargas devem satisfazer, simultaneamente, às duas condi-
ções seguintes(4):

1) IBInIz

2) I21,45Iz (…)” retirado do Manual de RTIEBT 1ª edição Anotada, Certiel/


DGGE, 2006.

“(…) em que:

IB é a corrente de serviço do circuito, em amperes;

Iz é a corrente admissível na canalização (veja-se 523), em amperes;

In é a corrente estipulada do dispositivo de protecção, em amperes(5);

I2 é a corrente convencional de funcionamento, em amperes (veja-se 254.2A).

Na prática I2 é igual:

- à corrente de funcionamento, no tempo convencional, para os disjuntores;

- à corrente de fusão, no tempo convencional, para os fusíveis do tipo gG.

A figura 27 traduz, esquematicamente, as condições indicadas


nesta regra.

48
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

Figura 27. Coordenação entre os condutores e os dispositivos de protecção.

Realiza o seguinte exercício sem olhar para as soluções.


Selecciona o calibre (In) do disjuntor de protecção contra sobre-
cargas de uma canalização constituída por condutores H07V-U,
com secção de 2,5mm, em tubo, que vai alimentar um frigorífico
cuja intensidade de serviço ( I B )é de 14,5 A.
DESENVOLVE Solução:
O calibre a utilizar seria de 16A.

Resolução:

 Será necessário consultar o quadro 52-C1 – Parte 5/Anexos do Manual


de RTIEBT.
I B  14,5 A
s  2,5mm 2  I Z  19,5 A

IB  In  I Z
 A intensidade nominal do disjuntor (In) terá que ser maior ou igual à
intensidade de serviço ( I B ), ou seja, 14,5 A.

 Precisamos de encontrar um disjuntor com uma intensidade nominal


superior ou igual à corrente de serviço e inferior ou igual à corrente
admissível.
As correntes estipuladas dos disjuntores são: 6 – 10 – 16 – 20 – 25 …
Então: 14,5  16  19,5

I 2  1,45  I Z

49
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

 Cálculo da corrente convencional de funcionamento (I2) do disjuntor de


16 A:
1,45  In  23 A

1,45  I Z  28,3

 Assim, verificamos a segunda condição:


23  28,3

 Então, o calibre ou a intensidade nominal do disjuntor a utilizar seria de


16A.

1.14. ESQUEMATIZAÇÃO DOS CIRCUITOS DO QUADRO EM


DIAGRAMA DE DISTRIBUIÇÃO UNIFILAR (1ª TAREFA)

Os dispositivos de protecção dos circuitos eléctricos contra sobreintensidades,


e para protecção dos utilizadores, instalam-se nos quadros eléctricos.

Um quadro de entrada monofásico tem o seguinte diagrama de blocos:

Figura 28. Diagrama de blocos de quadro de entrada monofásico.

50
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

1.14.1. CIRCUITO DO QUADRO EM DIAGRAMA DE DISTRIBUIÇÃO UNIFILAR

A representação unifilar do quadro em diagrama de distribuição dá-te apenas


indicações sobre o percurso da instalação, elementos que a constituem e a sua
localização. É, no entanto, uma representação simplificada que não te dá indi-
cação acerca do modo de ligação nas montagens.

O esquema que se segue é uma representação unifilar de um possível quadro


de entrada monofásico.

Figura 29. Esquema unifilar do quadro de entrada monofásico de uma habitação.

51
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Figura 30. Esquematização do circuito de um quadro de entrada, em diagrama de distribuição unifilar.

Figura 31. Esquematização do circuito de um quadro de entrada, em diagrama de distribuição unifilar.

52
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

1.15. ESQUEMATIZAÇÃO DOS CIRCUITOS DO QUADRO EM


DIAGRAMA DE DISTRIBUIÇÃO MULTIFILAR (2ªTAREFA)

O esquema multifilar indica-te a forma de ligação dos vários dispositivos e ele-


mentos do circuito. É um esquema mais detalhado.

O esquema que se segue é a representação multifilar do esquema unifilar anterior.

Figura 32. Esquema multifilar do quadro de entrada monofásico de uma habitação.

53
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Figura 33. Esquematização do circuito de um quadro de entrada trifásico, em diagrama de distribuição


multifilar.

1.16. NORMAS DE SEGURANÇA E HIGIENE ASSOCIADAS À


MANIPULAÇÃO DA ENERGIA ELÉCTRICA

A protecção dos utilizadores e dos circuitos eléctricos deve instalar-se no qua-


dro eléctrico.

Figura 34. Quadro eléctrico.

54
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

Para proteger os circuitos contra sobreintensidades (sobrecargas ou curto-


circuitos) deves usar disjuntores magnetotérmicos ou fusíveis. Estes dispositi-
vos interrompem automaticamente o circuito.

Para protecção de pessoas contra contactos directos deves instalar dispositivos


diferenciais de alta sensibilidade (de 10mA ou 30 mA).

Figura 35. Disjuntor.

Para protecção de pessoas contra contactos indirectos deves equipar o circuito


com disjuntores ou interruptores diferenciais (de 300mA ou 500 mA).

Apenas nos condutores de fase podes ligar dispositivos de protec-


ção contra sobreintensidades.

 As cores do isolamento dos condutores


Estão definidas as cores de isolamento dos condutores de fase, neutro
e terra. Assim, aplicas o condutor com isolamento azul para o neutro, o
condutor com isolamento preto ou castanho para a fase e o condutor
com as cores verde e amarelo para a terra. Deves respeitar sempre
estas cores na utilização dos condutores. Além de ser mais fácil para ti
seguires o percurso das ligações, futuramente será mais fácil interpre-
tar a instalação.
 Nas ligações internas de um quadro eléctrico, a secção mínima dos
condutores isolados é de 2,5 mm.

55
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

Sistema de Protecção Tipo de protecção


Fusíveis e disjuntores magnetotérmicos Protecção contra curto-circuitos
Relés térmicos ou bimetálicos Protecção contra sobrecargas
Protecção contra curto-circuitos e
Disjuntores magnetotérmicos
sobrecargas
Disjuntores diferenciais e interruptores diferen- Protecção contra choques eléctricos e
ciais riscos de incêndio
Pára-raios e descarregadores de sobretensão e
Protecção contra sobretensões
relés de sobretensão

56
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

CONCLUSÃO

Dependendo da potência necessária terás o sistema monofásico ou o sistema


trifásico. O sistema monofásico utiliza apenas dois condutores, condutor de
fase e condutor de neutro, com uma tensão entre eles de 230V.

O sistema trifásico utiliza quatro condutores, três condutores de fase e o neutro;


A tensão existente entre quaisquer duas fases é de 400V.

Qualquer circuito eléctrico deve ter um sistema de protecção. Os dispositivos


de protecção, geralmente são instalados no quadro eléctrico e são: disjuntores,
interruptores, fusíveis, entre outros.

Os motores assíncronos são frequentemente utilizados na indústria pelo facto


de terem uma manutenção fácil. Existem motores assíncronos trifásicos e
monofásicos. Existem diversos tipos de relés, alguns deles com aplicação em
dispositivos de protecção (por exemplo, nos disjuntores).

O Manual de RTIEBT prevê limites de potência para instalação de sistemas


monofásicos ou trifásicos.

57
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

RESUMO

 Um sistema trifásico é constituído por três fases iguais e desfasadas


entre si de 120°.
 O sistema trifásico tem dois tipos de ligações:
 Ligação em estrela
 Ligação em triângulo
 Num sistema trifásico consideras dois tipos de tensões:
 Tensão simples
 Tensão composta
 Para calculares as potências activa, reactiva e aparente em cada uma
das cargas de um receptor trifásico, aplicas as mesmas expressões de
cálculo para o sistema monofásico.
 Os sistemas trifásicos são aplicados na indústria e no comércio, onde a
potência consumida é superior e este sistema torna-se, por isso, mais
vantajoso em termos económicos. Neste tipo de sistema os receptores
são de maior potência.
 Os motores assíncronos, ao contrário dos motores convencionais de
corrente contínua, apenas precisam de alimentação no estator.
 O motor assíncrono é constituído por:
 Estator
 Rotor
 Carcaça
 O transformador tem como função principal elevar ou reduzir a corrente
ou a tensão entre o primário e o secundário.

58
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

 Existe um limite de potência que define as alimentações monofásicas


ou trifásicas. Se a potência total não exceder os 10,35 kVA, a alimenta-
ção deve ser monofásica; se a potência total for superior a 10,35 kVA,
então a instalação deve ser alimentada em sistema trifásico.
 O fusível é um dispositivo que protege o circuito eléctrico contra danos
causados por sobrecargas de corrente.
 Os disjuntores são aparelhos de corte, comando e protecção, utilizados
para proteger circuitos eléctricos contra sobrecargas ou curto-circuitos.
 O transformador redutor é um dispositivo que tem como principal fun-
ção, reduzir no secundário, a amplitude de tensão do primário.
 A protecção dos utilizadores e dos circuitos eléctricos deve instalar-se
no quadro eléctrico.

59
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

AUTO-AVALIAÇÃO

1. A tensão entre fase e neutro em Portugal, é de:

a) 400V.
b) 320V.
c) 230V.
d) 120V.

2. Se ligares um receptor monofásico entre duas fases de uma instalação


trifásica, o receptor:

a) Queima.
b) Funciona normalmente.
c) Funciona com dificuldade.
d) Nada acontece.

3. A tensão simples é:

a) A tensão existente entre duas fases.


b) A tensão existente entre qualquer fase e o neutro.
c) A tensão existente entre 3 fases.
d) A tensão existente no neutro.

61
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

4. A relação matemática entre a tensão composta e a tensão simples é


dada por:

a) Uc=Us.
b) Uc=Us+1.
c) Uc=Us-1.

d) Uc  3Us .

5. O estator é:

a) O motor completo.
b) A parte fixa do motor.
c) A parte móvel do motor.
d) Uma abertura de ar no interior do motor.

6. Num transformador, se a tensão de saída do secundário, em relação à


tensão do primário, duplicar, então a corrente do secundário, relativa-
mente à corrente do primário:

a) Mantém-se igual.
b) Triplica.
c) Passa a ser metade.
d) Duplica.

7. Relativamente aos fusíveis, Pdc (poder de corte) significa:

a) A tensão de corte do fusível.


b) A intensidade de corrente máxima que o fusível consegue interromper
sem danificar o seu invólucro.
c) A potência do fusível.
d) A intensidade de corrente mínima que pode passar no fusível.

8. Os enrolamentos dos transformadores, são geralmente em:

a) Fio de cobre.
b) Fio de prata.
c) Fio de ouro.
d) Fio de amianto.

62
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

9. O disjuntor magnetotérmico protege o circuito contra:

a) Curto-circuitos.
b) Sobrecargas.
c) Curto-circuitos e sobrecargas.
d) Sobreintensidades.

10. Um transformador redutor é:

a) Um dispositivo que tem como principal função reduzir no secundário, a


amplitude de tensão do primário.
b) Um dispositivo que tem como principal função aumentar no secundário,
a amplitude de tensão do primário.
c) Um dispositivo que tem como principal função reduzir no primário, a
amplitude de tensão do primário.
d) Um dispositivo que tem como principal função reduzir no secundário, a
amplitude de tensão do secundário.

63
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

SOLUÇÕES

1. c 2. a 3. b 4. d 5. b

6. c 7. b 8. a 9. c 10. a

65
Unidade didáctica 4
ELECTROMECÂNICO/A DE MANUTENÇÃO
INDUSTRIAL

PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

Se queres ser um bom profissional, deves dedicar-te ao estudo


destas matérias, aprofundar conhecimentos, pesquisar...
Deves conhecer o melhor possível as normas e a legislação relativa
a este tema.

A fim de poderes desenvolver o estudo desta Unidade didáctica aqui ficam


algumas propostas de temas importantes a saber:

 Regras Técnicas de Instalações Eléctricas de Baixa Tensão (RTIEB);


 Motores assíncronos;
 Relés;
 Disjuntores.

66
Unidade didáctica 4
ELECTRIFICAÇÃO DE QUADROS ELÉCTRICOS DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA MOTRIZ

BIBLIOGRAFIA

 FRANCISCO, ANTÓNIO. Motores Eléctricos. Lisboa: ETEP-Edições


Técnicas e Profissionais, 2008.
 NOGUEIRA, HILÁRIO DIAS E NOGUEIRA, JAIME PAULO MOTA.
Manual Técnico do Instalador 50 KVA. Lisboa: AECOPS, 2009.
 MATIAS, JOSÉ VAGOS CORREIA. Electricidade 1.Lisboa: Didáctica
Editora, 2009.
 MATIAS, JOSÉ VAGOS CORREIA. Electricidade 2.Lisboa: Didáctica
Editora, 2009.

Regulamentação

 Regras Técnicas de Instalações Eléctricas de Baixa Tensão - (RTIEBT),


1ª edição Anotada, Certiel / DGGE, 2006.
 RSIUEE – Regulamento de Segurança de Instalações de Utilização de
Energia Eléctrica.

67
Unidade didáctica 4

Você também pode gostar