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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

SISTEMAS ELÉTRICOS E COMPUTACIONAIS


BRACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

Prof. Marcus Tulius Barros Florentino, M. Sc.

Projetos de Linhas de Transmissão de


Energia Elétrica
NORMATIZAÇÃO BRASILEIRA NBR 5422 FEV/85
Objetivo
• Este estudo tem como objetivo oferecer ao aluno os conhecimentos
gerais envolvidos nos projetos de linhas de transmissão de energia
elétrica;
• Para tanto, a Norma Brasileira NBR 5422 de Fevereiro de 1985 será
utilizada como base técnica.
Sumário
• 1 – Objetivo da NBR 5422 • 8 – Esforços mecânicos
• 2 – Normas e/ou documentos • 9 – Aterramento
complementares
• 10 – Distâncias de segurança
• 3 – Definições
• 11 – Travessias
• 4 – Parâmetros meteorológicos e
correções • 12 –Faixas de Segurança
• 5 – Cabos condutores e cabos pára-raios • 13 – Limpeza de faixa
• 6 – Isoladores e ferragens • 14 – Aproximação de aeroportos e
sinalização
• 7 – Suportes e fundações
Considerações iniciais
• Onde não houver possibilidade de dúvida, as linhas aéreas de
transmissão de energia elétricas serão designadas simplesmente
por linhas;
• A NBR 5422 aplica-se também aos projetos de reisolamento e/ou
reformas de linhas aéreas de transmissão;
• Em instalações provisórias as prescrições da NBR 5422 não
precisam ser necessariamente atendidas;
Considerações iniciais
• Entende-se por instalação provisória aquela executada em caráter
temporário, geralmente com a finalidade de manter a continuidade
de serviço durante falhas em instalações existentes;
• As prescrições da NBR 5422 não se aplicam a:
• Redes de distribuição urbana e rural;
• Linhas de transmissão com condutores isolados;
• Linhas de contato para tração elétrica;
• Linhas de telecomunicação.
OBS.: Para linhas de transmissão CC, os requisitos de distância de segurança
serão os mesmos necessários a uma linha de corrente alternada com a tensão
de crista para terra numericamente igual à da linha CC.
Capítulo 1 - Objetivos da Norma NBR 5422
• Fixar as condições básicas para o projeto de linhas aéreas de
transmissão de energia elétrica com tensão máxima, valor eficaz
fase-fase, acima de 38 kV e não superior a 800 kV, de modo a
garantir os níveis de segurança e limitar perturbações em
instalações próximas;
Capítulo 2 - Normas e documentos complementares
• Decretos: nº 84398, de 16/01/1980; nº 86859, de 19/01/82; nº
83399, de 03/05/1979.
• NBR: 5032, 5049, 5111, 5118, 5159, 5349, 5456, 5460, 5464, 5471,
5472, 5908, 5909, 6118, 6122, 6124, 6134, 6229, 6231, 6232, 6535,
6547, 6548, 6756, 7095, 7107, 7108, 7109, 7270, 7271, 7276, 7430,
8449, 8664.
Capítulo 3 - Definições
• Vão de vento (de um suporte):
• Médica aritmética dos vãos adjacentes ao suporte.
Capítulo 3 - Definições
• Vão de peso (de um suporte):
• Distância entre os pontos com tangente horizontal das catenárias dos vãos
adjacentes ao suporte.
Capítulo 3 - Definições
• Reisolamento:
• Conjunto de modificações necessárias para permitir que a linha possa
operar, continuamente, em tensão superior à de seu projeto original.
• Reforma:
• Construção e/ou substituição, em caráter permanente, de trechos e/ou
componentes da linha, com a finalidade de restabelecer, manter ou
melhorar as condições de operação da instalação. Os serviços ordinários de
manutenção não são considerados como reforma.
Capítulo 3 - Definições
• Condição de emergência;
• Situação em que a linha transporta corrente acima do valor da nominal do
projeto durante período de tempo considerado curto em relação ao período
anual de operação.
• Período de retorno (T);
• Intervalo médio entre ocorrências sucessivas de um mesmo evento durante
um período de tempo indefinidamente longo. Corresponde ao inverso da
probabilidade de ocorrência do evento no período de um ano.
Capítulo 3 - Definições
• Símbolos:
• 𝑞0 = pressão dinâmica de referência, em N/m²;
• 𝑉𝑏 = velocidade básica do vento, em m/s;
• 𝑉𝑇 = velocidade do vento para o período de retorno T, em m/s;
• 𝑉𝑃 = velocidade do vento de projeto, em m/s;
•  = coeficiente de efetividade da pressão do vento, adimensional;
• D = distância de segurança, em metros;
• 𝑛−1 = expoente de correção da altura para a velocidade de vento,
adimensional;
• U = tensão máxima de operação da linha, valor eficaz fase-fase, em kV.
Capítulo 3 - Definições
• Símbolos (cont.):
• 𝐷𝑈 = distância, em metros, numericamente igual a U;
• H = altura sobre o solo, em metros;
• f = flecha do condutor, na condição de trabalho de maior duração, em
metros;
• L = largura de faixa de segurança, em metros;
• T = período de retorno, em anos.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Temperatura média:
• Valor médio da distribuição das
temperaturas com taxa de
amostragem horária.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Temperatura máxima média:
• Valor médio da distribuição das
temperaturas máximas diárias
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Temperatura mínima:
• Valor mínimo com probabilidade
de 2% de vir a ocorrer
temperatura menor anualmente,
obtido de distribuição de
temperaturas mínimas anuais.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Temperatura máxima:
• Valor máximo com probabilidade
de 2% de vir a ser excedido
anualmente, obtido da
distribuição de temperaturas
máximas anuais.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Temperatura coincidente:
• Valor considerado como média das
temperaturas mínimas diárias e
suposto coincidente com a
ocorrência da velocidade do vento
de projeto.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Obtenção dos dados de temperatura:
• Em substituição aos valores até então apresentados, os dados de
temperatura para a região atravessada pela linha podem ser estabelecidos
pela proprietária da mesma quando tiverem sido executadas medições
específicas para a região em questão, desde que a rede de medições local
forneça dados mais confiáveis, com um bom sistema e razoável período de
registros, e adequada densidade de estações.

Vide Anexo B
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Anexo B – Medição e tratamento de dados de temperatura
ambiente
• Os dados de temperatura do ar devem ser provenientes de estações
meteorológicas que atendam os requisitos básicos especificados pela
Organização Mundial de Meteorologia.
• Para os fins da NBR 5422, são necessários os seguintes registros de
temperatura do ar, coletados por um período de 10 anos:
• Mínima diária;
• Máxima diária;
• Média diária.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Anexo B – Medição e tratamento de dados de temperatura
ambiente
• A temperatura coincidente com a velocidade de vento de projeto será dada
pela média dos valores mínimos diários.
• A temperatura média do ar será determinada pela média das temperaturas
médias diárias.
• A temperatura máxima média do ar será determinada pela média das
temperaturas máximas diárias.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Anexo B – Medição e tratamento de dados de temperatura
ambiente
• A temperatura máxima (𝑡50𝑚á𝑥 ), para um período de retorno (T) de 50 anos,
será determinada através da seguinte equação:

𝑡50𝑚á𝑥 = 𝑡𝑚á𝑥 + 2,59. 𝜎𝑚á𝑥

onde:
• 𝑡𝑚á𝑥 = média das temperaturas anuais (°C)
• 𝜎𝑚á𝑥 = desvio-padrão da distribuição de temperaturas máximas anuais (°C)
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Anexo B – Medição e tratamento de dados de temperatura
ambiente
• A temperatura mínima (𝑡50𝑚𝑖𝑛 ), para um período de retorno (T) de 50 anos,
será determinada através da seguinte equação:

𝑡50𝑚𝑖𝑛 = 𝑡𝑚𝑖𝑛 − 2,59. 𝜎𝑚𝑖𝑛

onde:
• 𝑡𝑚𝑖𝑛 = média das temperaturas anuais (°C)
• 𝜎𝑚𝑖𝑛 = desvio-padrão da distribuição de temperaturas máximas anuais (°C)
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Velocidade básica do vento (𝑉𝑏 ):
• Velocidade do vento referida a um período de retorno de 50 anos, a 10 m de altura
do solo, com período de integração de 10 minutos e medida em um terreno com
grau de rugosidade B.
• No caso em que houver dados específicos disponíveis de velocidade de vento, a
velocidade básica do vento (𝑉𝑏 ) deve ser determinada em função das medições de
velocidade do vento para a região de implantação da linha.

Vide Anexo C

• Na falta de medições específicas para a região de implantação da linha, o


parâmetro pode ser determinado a partir da Figura 28 do Anexo A, que apresenta
um mapa de velocidades básicas do vento para o território brasileiro.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Anexo C – Recomendações para obtenção e tratamento de dados
de vento
• As velocidades e direções do vento devem ser obtidas através de
anemógrafos registradores, instalados em regiões e locais que permitam
uma interpretação confiável dos dados, no que diz respeito a obstáculos
para o vento e à categoria de rugosidade do terreno circunvizinho.
• Recomenda-se a instalação de anemógrafo em campo aberto, a 10 m de
altura do solo, preferencialmente em regiões com coeficiente de rugosidade
não inferior a 1,0 (vide tabela 1).
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Anexo C – Recomendações para obtenção e tratamento de dados
de vento
• Para análise da altura efetiva de anemógrafos não instalados de acordo com
as recomendações anteriores, sugere-se:
• (a) Se o anemógrafo estiver localizado próximo a numerosas pequenas obstruções, tais
como vegetação de pequena altura (sebes, cerrado, etc) ou construções esparsas (de um
pavimento), a altura efetiva dever ser considerada igual à altura do anemógrafo
decrescida da altura média dos obstáculos à sua volta.
• (b) Quando o anemógrafo estiver montado em cima de altas edificações, sua altura
efetiva deve ser tomada igual a metade da altura da edificação, acrescida de sua altura
sobre a mesma.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Anexo C – Recomendações para obtenção e tratamento de dados
de vento
• Obtenção da velocidade básica de vento (𝑉𝑏 ):
• A análise de informações meteorológicas tem mostrado que a distribuição de ventos
máximos anuais pode ser representada com boa aproximação por uma lei de distribuição
de valores extremos (lei de Gumbel – tipo I). Essa lei estima a probabilidade P(V) da
velocidade do vento ser superior a um dado valor V e, consequentemente, o seu período
de retorno T através das expressões:
𝜋 𝑉 − 𝑉 + 0,45. 𝜎𝑉
𝑃 𝑉 =1− 𝑒 −𝑒 (− )
6 𝜎𝑉

𝑇
𝑇=
𝑃(𝑉)
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Anexo C – Recomendações para obtenção e tratamento de dados de
vento
𝜋 𝑉 − 𝑉 + 0,45. 𝜎𝑉
𝑃 𝑉 = 1 − 𝑒 −𝑒 (− )
6 𝜎𝑉

𝑇
𝑇=
𝑃(𝑉)

onde:
𝑉 = valor médio das velocidades de vento máximas anuais registradas durante n anos.
Para uma boa aproximação, deve-se dispor de dados obtidos durante pelo menos
uma dezena de anos.
𝜎𝑉 = desvio-padrão das velocidades de vento máximas anuais registradas durante n
anos. Neste caso, deve-se dispor de dados obtidos durante pelo menos 20 anos.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Anexo C – Recomendações para obtenção e tratamento de dados
de vento
• Caso a altura de obtenção das velocidades de vento (𝑉) seja diferente de 10 metros,
deve-se proceder conforme a expressão a seguir:

10 1/𝑛
𝑉10𝑚 = 𝑉( )
𝐻

onde:
H = altura efetiva de obtenção de 𝑉, em metros.
n = coeficiente de variação da velocidade do vento com a altura, obtido através da Figura
30, função da categoria de rugosidade do local de obtenção de 𝑉 e do seu período de
integração.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Velocidade do vento de projeto (𝑉𝑃 ):
• Valor determinado a partir da velocidade básica do vento (𝑉𝑏 ), corrigida de
modo a levar em conta o grau de rugosidade da região de implantação da
linha, o intervalo de tempo necessário para que o obstáculo responda à ação
do vento, a altura do obstáculo e o período de retorno adotado.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Correção de rugosidade:
• Quatro categorias de terreno são aqui definidas com seus respectivos
coeficientes de rugosidade (𝐾𝑟 ), podendo ainda, a partir dos valores da
Tabela 1, ser obtidos, por inspeção, outros coeficientes, para rugosidades
intermediárias.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• (a) em vales que possibilitem uma canalização de vento em direção
desfavorável para o efeito em questão, deve-se adotar para 𝐾𝑟 uma
categoria imediatamente anterior a que foi definida com as características
apresentadas na tabela 1.
• (b) os valores de 𝐾𝑟 correspondem a uma velocidade de vento média sobre
10 minutos (período de integração de 10 minutos), medida a 10m da altura
do solo.
• (c) as mudanças previstas nas características da região atravessada devem
ser levadas em conta na escolha de 𝐾𝑟 .
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Correção do período de retorno (T):
• Os valores de 𝑉𝑏 indicados na Figura 28 referem-se a um período de retorno de 50
anos. O valor de 𝑉𝑇 de velocidade de vento referido a outro período de retorno T
pode ser calculado pela fórmula:

1
ln − ln(1 − )
𝑉𝑇 = 𝛽 − 𝑇
𝛼

• onde:
• 𝛼 = estimador do fator de escala da distribuição de Gumbel, obtido da Figura 29.
• 𝛽 = estimador do fator de posição da distribuição de Gumbel, obtido da Figura 30.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Anexo C
• A correção de 𝑉𝑏 para o período de retorno desejado deve ser feita conforme a
expressão a seguir:

1
𝐴 + 𝐵 − ln − ln 1 −
𝑉𝑇 = 𝑉𝑏 𝑇
𝐶

• Sendo:
𝜎
𝐴 = 1 − 0,45. 𝑉
𝑉
6 𝜎𝑉
𝐵=
𝜋 𝑉
𝜎𝑉
𝐶 = 1 + 2,59
𝑉
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Correção do período de integração (t):
• A Figura 1 apresenta a relação entre os valores médios de vento a
10 metros de altura do solo, para diferentes períodos de integração
e rugosidades de terreno.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Anexo C
• A correção do intervalo de integração 𝑉10𝑚 para 10 minutos é dada pela
seguinte expressão:
𝑉10𝑚
𝑉10𝑚,10 =
𝐾𝑑
onde:
𝐾𝑑 = fator que correlaciona os valores médios de vento a 10 metros de altura
do solo, para diferentes períodos de integração, função da categoria de
rugosidade local de obtenção 𝑉, através da Figura 1.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Anexo C
•A expressão a seguir representa a correlação entre velocidades médias (com
período de integração de 10 minutos) para diferentes categorias de
rugosidade do solo:
𝑉10𝑚,10′
𝑉10𝑚,10′,𝐵 =
𝐾𝑟
onde:
𝐾𝑟 = coeficiente rugosidade de solo do local de obtenção de 𝑉, obtido através
da Tabela 1.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Anexo C
• De posse de 𝑉10𝑚,10′ ,𝐵 obtém-se 𝑉𝑏 , corrigindo seu período de retorno (T)
para 50 anos, conforme a seguir:

𝜎𝑉
𝑉𝑏 = 𝑉10𝑚,10′ ,𝐵 . (1 + 2,59 )
𝑉
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Correção de altura:
• A correção da velocidade de vento para alturas diferentes é dada pela
fórmula:
𝐻 1/𝑛
𝑉𝐻 = 𝑉10
10

onde:
𝑉10 = velocidade de vento a 10 m de altura.
𝑉𝐻 = velocidade de vento à altura H.
O coeficiente n depende da rugosidade do terreno e do período de integração
t, conforme a Tabela 2.
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
Capítulo 4 – Parâmetros meteorológicos e correções
• Obtenção da velocidade do vento de projeto:
• Combinando-se as equações encontradas anteriormente para a correção da
rugosidade, correção do período de retorno, correção do período de
integração e a correção de altura, a velocidade de projeto do vento é dada
por:

1/𝑛
𝐻
𝑉𝑃 = 𝐾𝑟 . 𝐾𝑑 . . 𝑉𝑇
10
Referências
• NBR 5422, de fevereiro de 1985.
• Canal Washington Araújo Melo:
• https://www.youtube.com/user/andrewsnenen45/videos?sort=dd&shelf_id=0&view=0

• Prof. Flávio
• Prof. Carlos Kleber
• https://sites.google.com/site/carloskleber/calculo-eletrico-de-linhas-de-transmissao

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