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RECIFE
2010
i
Recife
08 de agosto de 2010
ii
NOTA:
____________________________________________________________
Orientador
____________________________________________________________
____________________________________________________________
iii
AGRADECIMENTOS
À minha família, meus pais, José e Eronice, pelo amor, cuidado e apoio para
que eu concluísse mais esta etapa da minha vida; e minhas irmãs, Carolina e Adriana,
pelo exemplo de coragem e persistência que sempre me animou a continuar lutando.
Amo vocês.
À minha turma que continuou até o fim. A caminhada foi mais fácil por que
vocês estavam ao meu lado. E a todos que passaram pelo curso e deixaram a sua marca
de amizade. Em especial: Adjar Neto, Albânia Alves, Bárbara Rodrigues, José
Claudemir, Edmar Borba, Edvânia Silva, Elielton Albuquerque e Gisele Monteiro.
Muito obrigado pelos bons momentos que passamos juntos.
RESUMO
A industrialização trouxe uma pressão nunca antes vista sobre os recursos naturais, o
desenvolvimento da técnica permitiu a exploração em escalas impensáveis até bem
pouco tempo, mas as conseqüências ambientais foram sentidas sobre os ecossistemas
que são a base de toda a economia humana. Dentro do contexto da disseminação da
informação e da propagação de novos meios de acessá-las, as informações relacionadas
com a Gestão Ambiental estão pulverizadas em diversas áreas, cabendo ao pesquisador
o trabalho de transformar o simples dado em informação que oriente a tomada de
decisão para a implementação de políticas públicas mais eficientes. O presente trabalho
ocupa-se de analisar criticamente um instrumento econômico de gestão ambiental. O
ICMS Socioambiental do estado de Pernambuco, implantado em 2002, produziu uma
oportunidade de financiamento de atividades voltadas à gestão ambiental (preservação
da biodiversidade e gestão de resíduos sólidos). Os municípios da Região Metropolitana
do Recife são analisados quanto à sua capacidade de investir recursos financeiros
aproveitando o incentivo desse instrumento econômico.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE ABREVIATURAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 12
2. OBJETIVOS.............................................................................................................. 13
2.1. Objetivo Geral......................................................................................................... 13
2.2. Objetivos Específicos............................................................................................... 13
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................. 14
3.1 Gestão Ambiental Municipal..................................................................................... 14
3.2 Sistema Tributário..................................................................................................... 16
3.3. Instrumentos Econômicos da Gestão Ambiental...................................................... 17
3.4 Tributação Ambiental................................................................................................ 19
3.4.1 O ICMS.................................................................................................................. 20
4. MATERIAL E MÉTODO....................................................................................... 23
4.1 Seleção das fontes de dados...................................................................................... 23
4.2 Construção de tabelas pertinentes............................................................................. 25
4.3 Delimitação da área de estudo................................................................................... 25
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 28
5.1 Legislação Tributária do ICMS Socioambiental em 28
Pernambuco.....................................................................................................................
5.1.1 Cálculo do critério de Resíduos Sólidos................................................................. 32
5.1.2 Cálculo do critério de Unidades de Conservação................................................... 33
5.2 Análise da aplicação dos recursos do ICMS Socioambiental de Pernambuco aos
municípios da Região Metropolitana do Recife.............................................................. 35
5.2.1 Unidade de Tratamento e Destinação Final de Resíduos Sólidos.......................... 38
5.2.2 Unidades de Conservação...................................................................................... 41
5.2.3 Arrecadação municipal e investimento em meio
ambiente.......................................................................................................................... 44
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 50
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 52
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1. INTRODUÇÃO
A retomada democrática ocorrida no Brasil e o advento da Constituição Federal
de 1988 criaram um ambiente institucional marcadamente díspar daquele vigente no
período da Ditadura Militar. A participação cidadã ampliou-se como nunca, além disso,
as instâncias de decisão foram e estão sendo cada vez mais democratizadas. Houve,
então, uma recuperação do conceito de sociedade civil, abandonado propositalmente
pelas elites políticas durante o período de autoritarismo. O surgimento dos Comitês de
Bacias Hidrográficas, dos mais variados Conselhos Municipais, dos movimentos de
associativismo e vizinhança são frutos desse movimento de abertura e controle social
das atividades governamentais.
Paralelamente a isso, a Questão Ambiental se impôs como um dos grandes temas
da contemporaneidade e desafia a ciência, as políticas governamentais e a sociedade
civil a responderem articuladamente para a solução de conflitos ambientais.
Em 1987, foi publicado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CMMAD) da Organização das Nações Unidas (ONU) um estudo
denominado Nosso futuro comum, mais conhecido como Relatório Brundtland, e
delineou os princípios do desenvolvimento sustentável, que considera o meio ambiente
como um direito humano fundamental, a equidade intra e intergeracional, a conservação
e o uso sustentável do ambiente, compreendido como o uso que permite a continuidade
do funcionamento dos ecossistemas, monitorar o ambiente e disponibilizar a
informação, também prevê o Sistema e Avaliação de Impacto Ambiental; e que os
governos avisem previamente sobre os impactos de alguma atividade sobre uma
comunidade; o ambiente deve ser internalizado na economia e a idéia de
desenvolvimento sustentável é associada mais diretamente aos países pobres, como se o
desenvolvimento dos países desenvolvidos fosse sustentável. (MORIMOURA, 2009).
Uma política pública voltada para a Questão Ambiental deve considerar a
disponibilização da informação para uma inserção consciente do sujeito-cidadão na
discussão de temas que o afetam. Este tema ancora todos os princípios do
desenvolvimento sustentável nas suas diversas dimensões, partindo da premissa que a
informação é base transdisciplinar para a conscientização da proteção ambiental tanto
para a geração presente, quanto para as futuras gerações. (BARROS, 2004).
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2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Analisar o ICMS Socioambiental do estado de Pernambuco como instrumento
de Gestão Ambiental nos municípios da Região Metropolitana do Recife.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Gestão Ambiental Municipal
O papel do município é de extrema importância na aplicação da Política
Ambiental, pois a ele cabe a execução de importantes funções na busca do atendimento
de seus interesses e desenvolvimento de suas atividades (MINISTÉRIO DAS
CIDADES, 2004). Dentre os instrumentos legais que o município dispõe o plano diretor
é o principal deles, sendo primeiramente um instrumento normativo, imperativo, que
orienta o desenvolvimento urbano num horizonte máximo de dez anos (BRASIL, 2001).
Os impactos ambientais urbanos já existentes devem ser mitigados, porém o
planejamento do crescimento indica antecipação e precaução, deste modo, enfatiza-se o
plano diretor como um instrumento de planejamento para a gestão ambiental municipal.
A Gestão Ambiental pode ser definida como o processo de intervenção em um
determinado espaço ambiental ou base territorial a partir de estratégias gerais propostas
pelo Estado, as quais se materializam no nível local, em forma de obras e atividades
necessárias à melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida. As ações devem ser
concebidas a partir de estudos técnicos e científicos, definidas e priorizadas por ação
conjunta entre poder público e associações civis, e propiciadas pela coalizão de forças
locais. O que quer dizer que na gestão ambiental a nível local, o próprio processo de
planejamento das ações é feito interativamente, ou seja, não é um grupo de planejadores
que as define, mas os segmentos sociais que vivem naquele sistema ambiental.
A gestão ambiental diz respeito, então, aos aspectos físico-espaciais do Plano
Diretor, mas também aos aspectos sociais, econômicos e culturais que integram o
planejamento ambiental pois fazem parte da concepção do ator social envolvido no
processo de planejamento. O substrato que a cidade ocupa, seu sítio, deve ser
15
Preços
S+t
Oferta
P depois t
C
A
P antes
D B
“Peso
Morto”
(A+B) Demanda
Quantidades
Q depois Q antes
Figura 1. Efeito da tributação sobre o excedente dos produtores e consumidores.
3.4.1 O ICMS
O Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação
(ICMS) é um imposto criado na Constituição Federal de 1988 (art. 155, III e Lei
Complementar n. 87/96) substituindo o antigo ICM (Imposto sobre Circulação de
Mercadorias) instituído através da Emenda constitucional n. 18/65. Representa a
principal fonte de arrecadação dos estados, contribuindo com cerca de 80% das receitas.
Têm as características de ser plurifásico, ou seja, incide sobre o valor agregado segundo
o princípio constitucional da não-cumulatividade, real, onde as condições da pessoa são
irrelevantes e proporcional. (SABBAG, 2009).
Os sujeitos passivos de pagar ICMS podem ser pessoas que pratiquem operações
relativas à circulação de mercadorias; importadores de bens de qualquer natureza;
prestadores de serviços de transporte intermunicipal e interestadual; e prestadores de
serviços de comunicação. Há, porém, no ICMS a possibilidade da substituição tributária
progressiva, onde a responsabilidade de recolher o tributo é antecipada antes que o fato
gerador ocorra; como também da substituição tributária regressiva, onde se posterga o
recolhimento para um momento ulterior ao fato gerador.
A circulação de mercadorias, serviços de transporte e de comunicação são a base
do fato gerador do ICMS, sendo que sua base de cálculo pode incidir sobre o valor da
operação, o preço do serviço ou o valor da mercadoria ou bem importado.
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4. MATERIAL E MÉTODO
O método adotado neste trabalho fundamenta-se na coleta e análise de dados e
informações obtidas através de fontes bibliográficas e documentais, legislativas,
estatísticas e contábeis disponibilizadas pelos órgãos estatais com atuação relacionada à
política ambiental, mais especificamente sobre os recursos oriundos do ICMS
Socioambiental.
Os procedimentos metodológicos a serem adotados para a realização desta
pesquisa podem ser sumariados nas seguintes etapas:
a) Revisão da bibliografia pertinente e da legislação estadual, definindo o marco
legal e as suas conseqüências para a política ambiental.
b) Estatística descritiva dos principais temas ambientais encontrados nos
municípios, da movimentação dos recursos financeiros e sua aplicação.
c) Análise e interpretação dos resultados obtidos.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
SOCIOAMBIENTAL
VALOR DIFERENÇA
ANO
ADICIONADO POSITIVA UNIDADES DE RESÍDUOS REC. TRIBUT. POPULAÇÃO
SAÚDE EDUCAÇÃO
CONSERVAÇÃO SÓLIDOS PRÓPRIA TOTAL
1989 a 2000 75 25 0 0 0 0 0 0
2001 75 25 0 0 0 0 0 0
Jan/abr de
75 15 1 4 2 2 1 0
2002
Mai/Dez de
75 20 15 1 1 0 4 0,5 2 1 2 0,5 1 2
2002
2003 75 15 10 1 1 4 5 2 3 2 3 1 3 0
2004 75 17 10 10 1 1 1 2 5 5 2 3 3 2 3 3 1 3 3 0
2005 75 17 ... ... 1 ... ... 2 ... ... 2 ... ... 2 ... ... 1 ... ... 0
2006 75 17 1 2 2 2 1 0
2007 75 17 1 2 2 2 1 0
2008 75 17 1 2 2 2 1 0
2009 75 17 1 2 2 2 1 0
2010** 75 5 1 2 3 3 1 4
*Os valores sombreados correspondem ao valor em vigor de cada um dos critérios de repasse para o período mencionado, os valores de 2010 são apenas
previstos pela Lei Nº 13.368, de 14 de dezembro de 2007. Em destaque os anos analisados. Os valores que não estão sombreados são previsões de leis que não
entraram em vigor devido à superveniência de outra lei.
**Para o ano de 2010 foram lançados novos critérios pela Lei Nº 13.368/2007, além dos que foram usados até agora, que são: Segurança e PIB “per capita”
que representarão 3% cada dos valores totais repassados aos municípios e os valores dos demais critérios foram revistos, como se pode ver na Tabela 1.
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O ICMS é arrecadado pelo governo estadual que repassa aos municípios 25% do valor
total, conforme determinado no texto da Constituição Federal, porém de acordo com a
Emenda Constitucional 14/96 e a Lei Federal nº 9.424/96, do total arrecadado 15% é
destinado ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do magistério (FUNDEF), que já é descontado automaticamente pelos estados
antes do repasse aos municípios. O FUNDEF, formado ainda pelo Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI Exportação) e pelo Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo
de Participação dos Municípios (FPM), volta aos municípios para investimento obrigatório na
remuneração dos profissionais do magistério e na manutenção e desenvolvimento do ensino
fundamental. Os 85% restantes da cota-parte dos municípios constituem o ICMS Líquido
repassado semanalmente às contas municipais no Banco do Brasil.
Por força da Constituição Federal, obrigatoriamente pelo menos 75% dos repasses de
ICMS dos estados aos municípios têm que seguir a participação de cada município no Valor
Adicionado, os 25% restantes ficam a critério de Lei Estadual.
Variáveis Qualitativas
Coeficiente de conservação da unidade de conservação;
Desempenho das ações de melhoria e conservação da UC
Sendo:
CB = Coeficiente de Conservação da Biodiversidade da Unidade de Conservação;
AUC = área, em hectares, da unidade de conservação ou parte dela, situada no
território do Município, de acordo com dados fornecidos pelo órgão responsável por sua
gestão;
AM = área total do Município, em hectares, de acordo com o último dado
disponibilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
FC = parâmetro numérico atribuído às diferentes categorias de manejo de unidades de
conservação;
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De acordo com o Decreto Nº 25.574/03 o ICBM, definido para cada Município, deve
ser obtido a partir do Coeficiente de Conservação da Biodiversidade da Unidade de
Conservação (CB), calculado para cada uma das unidades de conservação ou porção destas
situadas no território do Município. Assim o ICBM é expresso pela fórmula:
Onde:
CBM = Somatório de todos os Coeficientes de Conservação da Biodiversidade
calculados para o Município;
CBE = Somatório de todos os Coeficientes de Conservação da Biodiversidade
calculados para todos os Municípios do Estado.
A partir de 2004 e até 2009, no Estado de Pernambuco, 8% do que era destinado aos
Municípios foi repassado segundo critérios socioambientais (a partir de 2010 esse valor é
aumentado para 20%), dos quais só podem receber os municípios que cumprirem as
exigências estabelecidas no cálculo de cada índice. (figura 3).
Para esta pesquisa destacamos os dois critérios mais relevantes para a discussão
ambiental na Região Metropolitana do Recife: Resíduos Sólidos e Unidades de Conservação.
Os outros critérios são Saúde, Educação e Receita Tributária Própria, e têm importantes
relações com o meio ambiente. No critério Saúde, por exemplo, os cálculos das participações
são feitos através da participação relativa do inverso do coeficiente de mortalidade infantil de
cada município do estado, e as causas de mortalidade infantil estão intimamente ligadas com
as condições ambientais, porém diante da dificuldade que seria tratar de cada critério e as suas
inter-relações ambientais buscamos focar apenas nesses dois critérios citados acima.
De acordo com a Figura 3 podemos perceber que as parcelas destinadas diretamente
para a remuneração de aspectos ambientais constituem os critérios de Resíduos Sólidos e
Unidades de Conservação que são calculadas pela CPRH, com os depósitos realizados pela
Secretaria da Fazenda de Pernambuco (SEFAZ) nas contas das Prefeituras no Banco do
Brasil, já deduzidos da parcela de 15% do FUNDEF que é repassado automaticamente ao
fundo cuja competência de gestão é da União.
Na Tabela 6 abaixo podemos ver o montante de recursos para um período de cinco
anos e a sua distribuição por critérios para cada município da Região Metropolitana do Recife
e o total de Pernambuco.
Tabela 6. Valor acumulado em reais (R$) do repasse do ICMS Líquido para o qüinqüênio 2004-
2008
Receita
Valor Diferença Resíduos Unidades de
Município Educação Saúde Tributária
Adicionado Positiva Sólidos Conservação
Própria
Abreu e Lima 49.789.799,79 4.567.238,71 - 421.060,34 550.431,08 977.957,74 209.831,31
No ano de 2009, os recursos obtidos pela arrecadação da parcela referente aos resíduos
sólidos será maior na Região Metropolitana do Recife do que em qualquer outra Mesorregião
do estado de Pernambuco, levando essa região ao nível de mais importante no recebimento
deste recurso. O retardo da implantação de um aterro sanitário na RMR, fez com que nos
primeiros anos essa parcela fosse percebida praticamente por municípios do interior, que
apesar de possuírem uma população urbana menor, atendiam aos requisitos de repasse.
ICMS TOTAL
Pouco Razoavelmente Extremamente
Muito Dependentes
Dependentes Dependentes Dependentes
Dependentes
Itapissuma
Recife Cabo de Stº Agostinho
Pouco
Abreu e Lima
Razoavelmente
Dependentes
Araçoiaba
São Lourenço da Mata
Camaragibe
Dependentes
Muito
Moreno
Extremamente
Dependentes
Ilha de Itamaracá
Pelo Quadro 1, acima podemos perceber a tendência para uma relação inversa entre a
dependência de critérios socioambientais e do ICMS Total, seguindo a dinâmica econômica
sobre a qual incide o tributo. Disso decorre que onde há uma maior arrecadação, os critérios
socioambientais contribuem pouco para isso, e onde eles representam uma parte significativa
da transferência, essa não constitui uma fonte de receita importante para o município.
Quando analisamos os gastos de iniciativa dos governos municipais com subfunções
ambientais, que representam uma partição da função, visando a agregar determinado
subconjunto de despesa do setor público, percebemos que as despesas médias superam em
muito o recebimento médio de recursos oriundos do ICMS socioambiental.
No critério Unidades de Conservação oito municípios receberam mais recursos,
advindos das Unidades de conservação presentes em seus territórios, do que investiram em
Preservação e Conservação Ambiental. No critério Resíduos Sólidos, todos os municípios
investem mais do que recebem do Governo estadual devido à presença de aterros sanitários ou
unidades de compostagem no município.
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Pela Tabela 12 acima vemos situações bastante diferentes na RMR, para o critério de
Unidades de Conservação temos (Quadro 2):
Ipojuca
Araçioaba
Jaboatão dos Guararapes
Moreno
Olinda
Recife
Abreu e Lima
Investem
Itapissuma
Não
Camaragibe
Paulista
São Lorenço da Mata
Agostinho, Igarassu, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda e
Recife), apenas quatro (Igarassu, Ipojuca, Olinda e Recife) investem mais recursos do que
recebem, para o período considerado. E somente Araçoiaba investiu algum recurso no período
mesmo não tendo recebido nenhuma transferência decorrente da presença de Unidade de
Conservação em seu território.
O não investimento em Preservação e Conservação, mesmo com o recebimento de
recursos, evidencia o caráter jurídico das transferências que não estão vinculadas a qualquer
tipo de prestação estatal específica pelo poder público municipal.
Analisando o critério de Resíduos Sólidos temos (Quadro 3):
Ipojuca Igarassu
Olinda Ilha de Itamaracá
Itapissuma
Jaboatão dos Guararapes
Moreno
Recife
Não Investem
Paulista
São Lourenço da Mata
Apesar da maior parte dos municípios não receberem a parcela referente ao critério
Resíduos Sólidos, a maior parte investe em Serviços Urbanos (limpeza, coleta e disposição
final dos resíduos, por exemplo), e os dois únicos que receberam (Ipojuca e Olinda) não
dependeram dessa parcela para a realização desses Serviços Urbanos, investindo cerca de 402
e 59 vezes mais do que o recebido nessa transferência, respectivamente. Isso mostra que essa
função foi incorporada às Administrações Municipais, de forma que não dependam dessa
parte especificamente para realizarem suas atividades.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
_______. Lei Federal 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário
Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e
Municípios.
_______. Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I,
II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
da Natureza e dá outras providências.
_______. Lei Federal 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da
Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.
_______. Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Dispõe sobre o imposto dos
Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, e dá
outras providências. (LEI KANDIR)
53
MINISTÉRIO DAS CIDADES. Plano Diretor Participativo. Guia para a elaboração pelos
municípios e cidadãos. 2004.
PERMAN, Roger; MA, Yue; MCGILVRAI, James; COMMON, Michael. Natural Resource
& Environmental Economics: Pollution Control Targets e Pollution control:
Instruments. 2ª ed. Inglaterra: Longman, 1999.