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Fundamentos da Educação III – AD01 – 2019/2

José de Mesquita Filho- 17116010048 – Belford Roxo - Matemática

1ª Questão -
Com relação ao conceito de “descobrimento” e traçando um paralelo com o texto
citado, podemos afirmar que não existe uma única verdade, mas sim pontos de vista.
Pelo lado europeu, podemos substituir o termo descobrimento pelo termo conquista, sem
perda de significado nem conteúdo… Cai por terra a visão épica e aventureira de 1500
homens lançados ao mar rumo a descoberta de novas terras e visando a expansão
territorial, quando analisamos os detalhes de tal expedição, que incluía até o cosmógrafo
Duarte Pacheco. Torna-se ingênuo pensar em causas que não sejam comerciais, visto
que as visitas de Pinzon, Colombo e a assinatura do tratado de Tordesilhas aconteceram
antes de 1500. Além disso, experientes navegadores não cometeriam o erro de ficarem a
deriva em grande calmaria, como anteriormente ensinado, e, onde após isso, realizaram
uma repentina mudança de curso, 3600 km a oeste de Cabo Verde, e depois de 30 dias
“descobriram” a nova terra ao avistarem o monte Pascoal. Dai para a frente, é conquista
de território, substituição de cultura, idioma e costumes, além de imposição de uma nova
religião, acabando com as raízes de um povo.
Já pelo lado da visão indígena, o termo correto é submissão, apesar de ser pueril a
imagem de índios nus e inocentes utilizadas em romances e narrativas ufanistas sobre a
exploração da costa brasileira, que contrasta com o cenário encontrado pelos
portugueses de uma terra organizada por nativos de quatro grupos linguísticos que viviam
separados como nações e utilizavam recursos rudimentares para a agricultura familiar e
culturas nativas. Estavam constantemente em guerra com outras tribos e não eram tão
inocentes assim com os visitantes, pois a sua parte no escambo era sempre algo que os
interessava, como ferramentas e utensílios de metal que trariam vantagem contra as
tribos inimigas. Fica claro que esse paraíso, conforme relatado pelos europeus, não
poderia durar para sempre, após o contato com nações tecnologicamente mais evoluídas,
pois é da natureza humana, independente da raça, cultura ou etnia, o desejo de melhora
e esse povo que vinha de longe, pelo mar, com outro idioma e com roupas suntuosas,
pólvora e grandes embarcações representavam isso. Qualquer nação daquela época
expansionista veria aquele paraíso com olhos comerciais… Assim foi-se o pau-brasil, o
ouro, o café, a identidade… vieram a gripe, a malária, a pólvora… O resto já sabemos
aonde dará.
2ª Questão -
A mudança de planos de Portugal para o recém descoberto território tornou-se
estratégica, não só comercialmente mas como elemento de exploração e fixação de
atividades produtivas ao longo da costa brasileira, e assim foi a transformação do Brasil
em polo de produção. A montagem de um complexo sistema de produção e refino da cana
de açúcar tornou-se viável através da distribuição de grandes propriedades de terras,
necessárias a monocultura da cana, a poucos proprietários, conhecidos a partir de então
com senhores de engenho, donos da terra, do engenho de produção de açúcar e da mão
de obra escrava, fator fundamental no processo produtivo.
Estava estabelecida assim a engrenagem de uma sociedade como uma pirâmide,
com poucos senhores de engenho (a nobreza da terra), comerciantes e burocratas no
topo, sendo a base da pirâmide escravos de origem africana e indígena. No meio termo,
existiam pequenos comerciantes, artesãos, escravos libertos e trabalhadores avulsos.
Assim começou a ser desenhada a hierarquia social e a ocupação territorial, sendo as
áreas litorâneas preferidas para esse plantio e implantação da monocultura. Essa fixação
litorânea, extração do pau-brasil, fundação de vilas e cidades foram as características
primordiais da colonização no século XVI.
A expansão territorial deu-se também através da pecuária, prática que levou a
ocupação das terras do interior. Vários motivos permitiram esse crescimento: as
propriedades poderiam ser bem menores, mais fáceis de administrar, gerenciada por
homens livres tais como vaqueiros com poucos recursos, que adquiriram algumas
cabeças de gado e pequenas propriedades, expandindo-se e fixando a população no
interior. O rio São Francisco permitia o escoamento de produção e ligava os povoados
que surgiam em suas margens, irrigando pequenas culturas familiares que permitiam que
o nordestino sobrevivesse sem a necessidade de migrar para o litoral e garantia uma
atividade independente da cultura canavieira. Como atividades paralelas, surgem a
exploração do comércio do couro, do charque, produção transportada para o litoral
através do São Francisco. Tornou-se assim uma atividade de vital importância para, junto
com a atividade canavieira caracterizar o período colonial.

3ª Questão -
O objetivo da educação jesuítica era de catequizar e converter os índios brasileiros
a religião católica, além de fornecer uma educação diferenciada para os filhos da elite.
Desta forma, os jesuítas influenciaram tanto a instrução das classes populares como da
burguesia. Sua preocupação inicial era a expansão das atividades missionárias que
visava a transformação de “gentios” em homens universais, humanistas e cristãos,
ensinando os “bons costumes”, tudo a serviço de Deus.
Os precursores em terras brasileiras foram padre Manoel da Nóbrega, José de Anchieta e
Antônio Vieira, partindo da Bahia para, a partir de 1549, iniciar o projeto educacional
nacional, tendo a Companhia de Jesus a frente deste empreendimento híbrido de projeto
educacional e catequização religiosa. Entretanto, as escolas jesuítas eram contra a
exploração indígena, principalmente os castigos.
As principais características da pedagogia jesuítica no período colonial eram a criação de
classes elementares, seminários e missões, organizando a educação como ferramenta de
domínio religioso e difusão da cultura europeia. Outra característica era que a instrução
era feita por meio da leitura para a difusão da língua recém chegada, apresentação e
interpretação da palavra divina, apresentando um mundo novo e desconhecido aos
nativos. Ainda existia a instrução de ofícios manuais e a utilização dos recursos de
música, teatro, dança e escultura.

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