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Informativo 966-STF
Márcio André Lopes Cavalcante
Julgamentos que ainda não foram concluídos em virtude de pedidos de vista ou de adiamento. Serão comentados assim
que chegarem ao fim: ADI 5688/PB; Rcl 33471 AgR/SP; RE 636553/RS; HC 169417/SP.
ÍNDICE
DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
▪ É inconstitucional lei estadual que obrigue a participação de representante da seccional da OAB em órgão colegiado
da Administração Pública estadual.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
▪ Não cabe recurso extraordinário para discutir a possibilidade ou não de retenção de honorários advocatícios
contratuais sobre crédito relativo a diferenças do FUNDEF.
DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
▪ É possível aplicar o princípio da insignificância para furto de bem avaliado em R$ 20,00 mesmo que o agente tenha
antecedentes criminais por crimes patrimoniais.
DIREITO TRIBUTÁRIO
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
▪ A imunidade tributária prevista no art. 149, § 2º, I, da CF/88 abrange também as receitas decorrentes de operações
indiretas de exportação, ou seja, realizadas com a participação sociedade exportadora intermediária (trading
companies ou ECEs).
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
▪ É inconstitucional a lei estadual que preveja que o administrador, o advogado, o economista e outros profissionais
teriam responsabilidade solidária em relação às obrigações tributárias de seus clientes.
DIREITO FINANCEIRO
▪ As receitas provenientes do adicional criado pelo art. 82, § 1º, do ADCT não podem ser computadas para efeito de
cálculo da amortização da dívida do Estado; tais recursos devem, no entanto, ser considerados para cálculo do
montante mínimo destinado à saúde e à educação.
DIREITO ADMINISTRATIVO
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
É inconstitucional lei estadual que obrigue a participação de representante
da seccional da OAB em órgão colegiado da Administração Pública estadual
É possível que o chefe do Poder Executivo estadual convide, em consenso com a OAB, um
representante da Ordem para integrar órgão da Administração. Isso é válido. No entanto, a lei
não pode impor a presença de representante da OAB (“autarquia federal”) em órgão da
Administração Pública local.
STF. Plenário. ADI 4579/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 13/2/2020 (Info 966).
Essa previsão é válida? É possível que a lei obrigue a participação de representante da OAB em órgão
colegiado da Administração Pública?
NÃO.
É possível que o chefe do Poder Executivo estadual convide, em consenso com a OAB, um representante
da Ordem para integrar órgão da Administração. Isso é válido. No entanto, a lei não pode impor a
presença de representante da OAB (“autarquia federal”) em órgão da Administração Pública local.
STF. Plenário. ADI 4579/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 13/2/2020 (Info 966).
Diante disso, o STF, por maioria, julgou parcialmente procedente pedido formulado em ADI e declarou a
inconstitucionalidade do trecho “e 1 (um) representante da Ordem dos Advogados do Brasil — Seção RJ”
(OAB/RJ) constante do art. 110 da LC 69/1990, com a redação dada pelo art. 4º da LC 135/2009.
Para o STF, esse art. 110 tem um caráter impositivo na participação de representante da OAB/RJ na
composição da Corregedoria Tributária do Controle Externo, órgão colegiado composto por três membros,
a serem escolhidos pelo governador. Em outras palavras, ele obriga a participação do representante da
OAB, o que não seria possível.
Votos vencidos
Ficaram vencidos os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, que julgaram
a pretensão improcedente. Consideraram inexistir obrigatoriedade, e sim possibilidade de composição
híbrida do órgão por representante da OAB/RJ, por ela própria indicado.
RECLAMAÇÃO
É inadmissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada
STF determinou a devolução do recurso extraordinário para o tribunal de origem a fim de que
ficasse aguardando o julgamento do tema afetado como recurso extraordinário repetitivo.
Após o julgamento pelo STF, o Presidente do Tribunal de origem julgou prejudicado o referido
recurso extraordinário. Contra esta decisão do Presidente do Tribunal de origem, a parte
prejudicada interpôs recurso inadequado, que não foi admitido. Houve trânsito em julgado.
Diante disso, a parte prejudicada ingressou com reclamação afirmando que a decisão do
Presidente do Tribunal de origem descumpriu a decisão do STF que determinou o retorno dos
autos ao Tribunal para aguardar o julgamento do tema afetado.
Deve ser negado seguimento a esta reclamação. Isso porque é inadmissível a reclamação
proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada (art. 988, § 5º, I, do CPC/2015).
Súmula 734-STF: Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial
que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.
Além disso, o ato do STF que determina a devolução do recurso extraordinário para que
aguarde o julgamento do tema afetado não tem cunho decisório.
STF. 1ª Turma. Rcl 24810 AgR/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11/2/2020 (Info 966).
Recurso especial
O STJ deu provimento ao recurso especial da União (Fazenda Nacional) e negou provimento ao recurso da
empresa.
CPC/1973 CPC/2015
Art. 543-B. Quando houver multiplicidade de Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de
recursos com fundamento em idêntica recursos extraordinários ou especiais com
controvérsia, a análise da repercussão geral será fundamento em idêntica questão de direito,
processada nos termos do Regimento Interno do haverá afetação para julgamento de acordo com
Supremo Tribunal Federal, observado o disposto as disposições desta Subseção, observado o
neste artigo. disposto no Regimento Interno do Supremo
Tribunal Federal e no do Superior Tribunal de
Justiça.
Diante dessa constatação, o Min. Celso de Mello admitiu o recurso extraordinário, mas determinou a sua
devolução ao TRF1 para que ficasse ali aguardando até que o STF julgasse o tema (“índices de correção
monetária no período X”). Depois que fosse julgado, o TRF1 deveria aplicar ao processo da empresa a
solução jurídica firmada pelo STF.
(Juiz TJ/RJ 2019 VUNESP) Cabe reclamação mesmo que proposta após o trânsito em julgado da decisão
reclamada. (ERRADO)
Além disso, o ato do STF, no qual determinada a devolução dos autos ao Tribunal de origem (decisão do
Min. Celso de Mello, apontada como violada), para que fosse observado o disposto no art. 543-B do
CPC/1973, é desprovido de cunho decisório e eventual equívoco do STF não repristinaria o acórdão
substituído pela decisão do STJ.
Em suma:
STF determinou a devolução do recurso extraordinário para o tribunal de origem a fim de que ficasse
aguardando o julgamento do tema afetado como recurso extraordinário repetitivo.
Após o julgamento pelo STF, o Presidente do Tribunal de origem julgou prejudicado o referido recurso
extraordinário. Contra esta decisão do Presidente do Tribunal de origem, a parte prejudicada interpôs
recurso inadequado, que não foi admitido. Houve trânsito em julgado.
Diante disso, a parte prejudicada ingressou com reclamação afirmando que a decisão do Presidente do
Tribunal de origem descumpriu a decisão do STF que determinou o retorno dos autos ao Tribunal para
aguardar o julgamento do tema afetado.
Deve ser negado seguimento a esta reclamação. Isso porque é inadmissível a reclamação proposta após
o trânsito em julgado da decisão reclamada (art. 988, § 5º, I, do CPC/2015).
Súmula 734-STF: Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se
alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.
Além disso, o ato do STF que determina a devolução do recurso extraordinário para que aguarde o
julgamento do tema afetado não tem cunho decisório.
STF. 1ª Turma. Rcl 24810 AgR/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11/2/2020 (Info 966).
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Não cabe recurso extraordinário para discutir a possibilidade ou não de retenção de honorários
advocatícios contratuais sobre crédito relativo a diferenças do FUNDEF
FUNDEF
FUNDEF significa Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério e vigorou de 1997 a 2006. O FUNDEF foi substituído pelo FUNDEB (Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), que está em vigor
desde janeiro de 2007 e se estenderá até 2020.
Em alguns Estados, o FUNDEF era complementado com verbas repassadas pela União; em outros, não era
necessária essa complementação. Isso porque o art. 6º da Lei do FUNDEF (Lei 9.424/96, revogada pela Lei
nº 11.494/2007) dispunha: “A União complementará os recursos do Fundo, a que se refere o art. 1º
sempre que, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, seu valor por aluno não alcançar o mínimo
definido nacionalmente.”
Atualmente, o FUNDEB é regulado pela Lei nº 11.494/2007, que impõe à União o dever de complementar
os recursos do FUNDEF/FUNDEB “sempre que, no âmbito de cada Estado e no Distrito Federal, o valor
médio ponderado por aluno, calculado na forma do Anexo desta Lei, não alcançar o mínimo definido
nacionalmente, fixado de forma a que a complementação da União não seja inferior aos valores previstos
no inciso VII do caput do art. 60 do ADCT”.
A União não concordou com o pedido de retenção dos 20% alegando que os recursos do FUNDEF/FUNDEB
possuem destinação específica (manutenção e desenvolvimento da educação básica e à remuneração
condigna dos trabalhadores da educação - art. 60 do ADCT da CF/88), motivo pelo qual não é possível a
utilização para pagamento de honorários advocatícios. Para a União, esta retenção violaria o art. 23, I, da
Lei nº 11.494/2007:
Art. 23. É vedada a utilização dos recursos dos Fundos:
I - no financiamento das despesas não consideradas como de manutenção e desenvolvimento da
educação básica, conforme o art. 71 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996;
Tentou-se levar a discussão desse tema ao STF por meio de recurso extraordinário. O que decidiu a Corte?
O STF decidiu que essa matéria possui natureza infraconstitucional. Em outras palavras, o STF afirmou que
essa discussão não envolve a interpretação direta e específica de nenhum dispositivo da Constituição
Federal, estando relacionada unicamente com a interpretação de leis infraconstitucionais.
Assim, como não há uma causa constitucional discutida, não cabe recurso extraordinário, cujas hipóteses
de cabimento estão previstas no art. 102, III, da CF/88:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
(...)
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
Informativo 966-STF (20/02/2020) – Márcio André Lopes Cavalcante | 6
Informativo
comentado
Na origem, o acórdão decidiu o tema aplicando unicamente o art. 22, § 4º da Lei nº 8.906/94, razão pela
qual o STF entendeu que não havia matéria constitucional a ser analisada.
DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
É possível aplicar o princípio da insignificância para furto de bem avaliado em R$ 20,00 mesmo
que o agente tenha antecedentes criminais por crimes patrimoniais
O que decidiu o STF sobre o tema? É possível aplicar o princípio da insignificância neste caso?
SIM.
É possível a aplicação do princípio da insignificância para o agente que praticou o furto de um carrinho
de mão avaliado em R$ 20,00 (3% do salário-mínimo), mesmo ele possuindo antecedentes criminais por
crimes patrimoniais.
STF. 1ª Turma. RHC 174784/MS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 11/2/2020 (Info 966).
A existência de antecedentes criminais (habitualidade criminosa) pode servir como argumento do juiz
para afastar a aplicação do princípio da insignificância?
Sim. No entanto, não se trata de uma vedação absoluta, podendo ser, excepcionalmente, aplicado o
princípio, com base nas circunstâncias do caso concreto. Veja alguns julgados sobre o tema:
Em regra, a habitualidade delitiva específica (ou seja, o fato de o réu já responder a outra ação penal pelo
mesmo delito) é um parâmetro (critério) que afasta o princípio da insignificância mesmo em se tratando
de bem de reduzido valor.
Excepcionalmente, no entanto, as peculiaridades do caso concreto podem justificar o afastamento dessa
regra e a aplicação do princípio, com base na ideia da proporcionalidade.
É o caso, por exemplo, do furto de um galo, quatro galinhas caipiras, uma galinha garnizé e três quilos de
feijão, bens avaliados em pouco mais de cem reais. O valor dos bens é inexpressivo e não houve emprego
de violência. Enfim, é caso de mínima ofensividade, ausência de periculosidade social, reduzido grau de
reprovabilidade e inexpressividade da lesão jurídica.
Mesmo que conste em desfavor do réu outra ação penal instaurada por igual conduta, ainda em trâmite,
a hipótese é de típico crime famélico.
A excepcionalidade também se justifica por se tratar de hipossuficiente. Não é razoável que o Direito Penal
e todo o aparelho do Estado-polícia e do Estado-juiz movimente-se no sentido de atribuir relevância a
estas situações.
STF. 2ª Turma. HC 141440 AgR/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 14/8/2018 (Info 911).
A jurisprudência desta Quinta Turma reconhece que o princípio da insignificância não tem aplicabilidade
em casos de reiteração da conduta delitiva, salvo excepcionalmente, quando as instâncias ordinárias
entenderem ser tal medida recomendável diante das circunstâncias concretas do caso.
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1517800/TO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/02/2020.
Na situação acima exposta, a 1ª Turma do STF entendeu que, mesmo o réu sendo portador de maus
antecedentes, as circunstâncias do caso concreto permitiam a aplicação do princípio da insignificância.
(Juiz TJ/CE 2019 CEBRASPE) A reincidência do acusado não é motivo suficiente para afastar a aplicação do
princípio da insignificância. (CERTO)
DOD Plus
Qual é a diferença entre o furto insignificante e o furto de pequeno valor?
O § 2º do art. 155 do Código Penal prevê a figura do “furto privilegiado” ou “furto mínimo”, com a seguinte
redação:
Art. 155 (...)
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
Ao se referir ao pequeno valor da coisa furtada, esse dispositivo prevê uma causa de redução de pena
(critério de fixação da pena), e não uma hipótese de exclusão da tipicidade.
A jurisprudência afirma que “pequeno valor”, para os fins do § 2º do art. 155, ocorre quando a coisa
subtraída não ultrapassa a importância de 1 (um) salário-mínimo.
Desse modo, se a coisa subtraída é inferior a 1 (um) salário-mínimo, esta conduta poderá receber dois
tipos de valoração pelo julgador:
a) O juiz poderá considerar o fato penalmente insignificante e absolver o réu por atipicidade material. Isso
ocorre quando o bem subtraído é muito inferior a 1 (um) salário-mínimo, sendo o valor ínfimo.
b) O juiz poderá considerar que o fato não é insignificante, mas como a coisa furtada é de pequeno valor,
condenar o réu, mas aplicar os benefícios do § 2º do art. 155 do CP. Isso ocorre quando a coisa subtraída
é inferior a 1 (um) salário-mínimo, mas não é ínfima, chegando perto do valor do salário-mínimo.
Existe entendimento do STJ afirmando que, se o valor do bem subtraído for superior a 10% do salário-
mínimo, não mais poderia ser aplicado o princípio da insignificância:
Jurisprudência em Teses do STJ (ed. 47):
Tese 14: A lesão jurídica resultante do crime de furto não pode ser considerada insignificante quando o
valor dos bens subtraídos perfaz mais de 10% do salário mínimo vigente à época dos fatos.
Esta Corte Superior de Justiça possui entendimento consolidado no sentido de que não se aplica o princípio
da insignificância quando o valor da res furtivae ultrapassar o montante de 10% do salário mínimo vigente
à época do fato.
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 117.686/MG, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 06/02/2020.
Trata-se, contudo, de uma diferenciação que, na prática, acaba sendo muito subjetiva, variando de acordo
com o caso concreto. Portanto, cuidado. Existem julgados aplicando o princípio mesmo se o bem furtado
for superior a esse valor.
Veja abaixo uma tabela diferenciando as duas figuras:
Pequeno valor do bem subtraído (art. 155, § 2º) Valor insignificante do bem subtraído
Se o bem furtado é de até 1 (um) salário-mínimo Não há um parâmetro objetivo, mas, por óbvio,
deve ser menor que 1 (um) salário-mínimo.
Caracteriza furto privilegiado (se o criminoso for Exclui o crime.
primário).
Se a coisa furtada é de pequeno valor e o Se o valor da coisa furtada é insignificante, o juiz
condenado é primário, o juiz pode substituir a irá absolver o réu por falta de tipicidade material.
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de
1/3 a 2/3, ou aplicar somente a pena de multa.
Ex: furto de um relógio que custa R$ 800,00. Ex: furto de um relógio que custa R$ 80,00.
Importante!!!
O crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, tipificado no art. 302 do CTB,
prevê, como uma das penas aplicadas, a “suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.”
Se o réu que praticou este crime é motorista profissional, ele pode, mesmo assim, receber essa
sanção ou isso violaria o direito constitucional ao trabalho? Não viola. O condenado pode sim
receber essa sanção, ainda que se trate de motorista profissional.
É constitucional a imposição da pena de suspensão de habilitação para dirigir veículo
automotor ao motorista profissional condenado por homicídio culposo no trânsito.
O direito ao exercício de atividades profissionais (art. 5º, XIII) não é absoluto e a restrição
imposta pelo legislador se mostra razoável.
STF. Plenário. RE 607107/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12/2/2020 (repercussão geral
– Tema 486) (Info 966).
João recorreu contra a sentença afirmando que é motorista profissional e que a pena imposta
(suspensão da habilitação) seria inconstitucional por violar o direito ao trabalho, previsto no art. 5º, XIII,
da CF/88 (“é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer”). A tese de João foi acolhida pelo STF?
NÃO.
O direito ao exercício de atividades profissionais (art. 5º, XIII) não é absoluto.
Assim, é possível que haja restrições impostas pelo legislador, desde que se mostrem razoáveis. Para o
STF, esta restrição é razoável, neste caso.
Vale ressaltar, ainda, que a medida é coerente com o princípio da individualização da pena prevista no art.
5º, XLVI e, também, respeita o princípio da proporcionalidade:
Art. 5º (...)
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
A suspensão do direito de dirigir não impossibilita o motorista profissional de extrair seu sustento de
qualquer outra atividade econômica.
Por fim, o Min. Roberto Barroso argumentou:
“Quando se priva fisicamente a liberdade de alguém, essa pessoa não pode dirigir, não pode
trabalhar, não pode sair. Portanto, aqui estamos falando de algo menor em relação à pena
privativa de liberdade”.
Em suma:
É constitucional a imposição da pena de suspensão de habilitação para dirigir veículo automotor ao
motorista profissional condenado por homicídio culposo no trânsito.
STF. Plenário. RE 607107/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12/2/2020 (repercussão geral – Tema
486) (Info 966).
Os motoristas profissionais - mais do que qualquer outra categoria de pessoas - revelam maior
reprovabilidade ao praticarem delito de trânsito, merecendo, pois, a reprimenda de suspensão do direito
de dirigir, expressamente prevista no art. 302 do CTB, de aplicação cumulativa com a pena privativa de
liberdade. Dada a especialização, deles é de se esperar maior acuidade no trânsito.
STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1771437/CE, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 11/06/2019.
DIREITO TRIBUTÁRIO
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
A imunidade tributária prevista no art. 149, § 2º, I, da CF/88 abrange também as receitas
decorrentes de operações indiretas de exportação, ou seja, realizadas com a participação
sociedade exportadora intermediária (trading companies ou ECEs)
Imunidade tributária
Imunidade tributária consiste na determinação feita pela Constituição Federal de que certas atividades,
rendas, bens ou pessoas não poderão sofrer a incidência de tributos.
Trata-se de uma dispensa constitucional de tributo.
A imunidade é uma limitação ao poder de tributar, sendo sempre prevista na própria CF/88.
As normas de imunidade tributária constantes da Constituição objetivam proteger valores políticos,
morais, culturais e sociais essenciais e não permitem que os entes tributem certas pessoas, bens, serviços
ou situações ligadas a esses valores.
Se uma empresa brasileira faz a exportação de seus produtos por intermédio de uma Empresa Comercial
Exportadora, dizemos que houve uma operação indireta de exportação.
Assim, as vendas para o exterior por intermédio das trading companies ou de ECEs são classificadas como
exportações indiretas.
Exportação direta e imunidade. Se um fabricante brasileiro, sem intermediário, exporta produtos para
o exterior (ex: sandália), ele terá que direito à imunidade de contribuições sociais e de CIDE sobre a
receita que ele obtiver com essa operação?
SIM. Como vimos, incide a imunidade tributária prevista no art. 149, § 2º, I, da CF/88.
Exportação indireta e imunidade. E se este fabricante brasileiro faz essa exportação por intermédio de
uma trading company ou de uma Empresa Comercial Exportadora, incide igualmente a imunidade
tributária? Incide a imunidade tributária no caso de operações indiretas de exportação?
SIM. É o mesmo tratamento.
A imunidade tributária prevista no art. 149, § 2º, I, da CF/88 abrange também as receitas decorrentes de
operações indiretas de exportação, ou seja, realizadas com a participação sociedade exportadora
intermediária (trading companies ou ECEs).
Em prestígio à garantia da máxima efetividade, a imunidade sobre as receitas de exportação também deve
ser aplicada à hipótese das exportações indiretas.
Vale ressaltar que ao decidir assim, o STF não está conferindo uma interpretação mais ampla e irrestrita
para alargar o preceito. Trata-se de uma interpretação teleológica. Isso porque a regra da imunidade,
diferentemente da isenção, deve ser analisada do ponto de vista teleológico/finalístico do Sistema
Tributário Nacional.
O escopo (objetivo) da imunidade contida no art. 149, § 2º, I, da CF/88 é desonerar (aliviar) a carga
tributária sobre transações comerciais que envolvam a venda para o exterior.
A intenção do constituinte foi a de evitar a indesejada “exportação de tributos” (obrigar que o exportador
repasse o custo dos tributos de exportação ao comprador estrangeiro) e, com isso, permitir que os
produtos nacionais se tornem mais competitivos no exterior, contribuindo para a geração de divisas e o
desenvolvimento nacional.
A desoneração das atividades ligadas à exportação aparece como tendência explícita da Constituição, o
que pode ser comprovado por regras que disciplinam a imunidade do IPI e do ICMS.
Assim, considerada a finalidade da norma imunizante, não há como simplesmente dividir o tratamento
tributário, conferindo imunidade para a exportação direta e negando para a exportação indireta.
Tributar a operação interna onera a exportação inteira e fere inclusive a livre concorrência.
Desse modo, não há razoabilidade em se excluir da imunidade a exportação indireta.
A ideia da regra é permitir o favorecimento para quem vai exportar. Com mais exportações, o país lucra
externamente, na balança comercial, e internamente, com a geração de renda e emprego.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
É inconstitucional a lei estadual que preveja que o administrador,
o advogado, o economista e outros profissionais teriam responsabilidade solidária
em relação às obrigações tributárias de seus clientes
Importante!!!
É inconstitucional lei estadual que disciplina a responsabilidade de terceiros por infrações de
forma diversa da matriz geral estabelecida pelo Código Tributário Nacional (CTN).
Há, neste caso, uma inconstitucionalidade formal.
Ao ampliar as hipóteses de responsabilidade de terceiros por infrações, prevista pelos arts.
134 e 135 do CTN, ou tratar sobre o tema de maneira diferente, a lei estadual invade
competência do legislador complementar federal para estabelecer as normas gerais na
matéria (art. 146, III, “b”, da CF/88).
Caso concreto: é inconstitucional lei estadual que atribui responsabilidade tributária
solidária por infrações a toda pessoa que concorra ou intervenha, ativa ou passivamente, no
cumprimento da obrigação tributária, especialmente a advogado, economista e
correspondente fiscal.
STF. Plenário. ADI 4845/MT, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 13/2/2020 (Info 966).
O Conselho Federal da OAB ajuizou ação direta de inconstitucionalidade contra esse dispositivo alegando,
dentre outros argumentos, que ele violaria a reserva de lei complementar prevista no art. 146, III, “b”, da CF/88,
uma vez que somente lei complementar poderia instituir nova modalidade de responsabilidade tributária:
Art. 146. Cabe à lei complementar:
(...)
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
(...)
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
Sobre o que trata essa lei estadual? Ela versa sobre que ramo do Direito?
Direito Tributário.
Nas matérias, do art. 24 da CF/88, a repartição das competências observará a seguinte lógica:
• União: tem competência para estabelecer as normas gerais sobre tais assuntos.
• Estados/DF: têm competência para complementar as normas gerais.
Assim, a competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados. Isso significa que os Estados-membros podem complementar a legislação federal editada pela
União. Obviamente, as normas estaduais não podem contrariar as normas gerais elaboradas pela União.
Essa divisão está prevista nos §§ 1º e 2º do art. 24:
Art. 24 (...)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
Os conceitos de norma geral e especial são relativamente indeterminados, o que torna, por vezes, difícil a
tarefa de delimitar com clareza os âmbitos de atuação da lei federal e da lei estadual.
Em outras palavras, nem sempre é fácil definir o que seria norma geral e norma especial.
Regras sobre responsabilidade tributária devem ser tratadas por lei complementar federal
O tema “responsabilidade tributária” está diretamente relacionado com “obrigação tributária”, sendo,
portanto, assunto que deve ser tratado por lei complementar federal por se enquadrar na previsão do art.
146, III, “b”, da CF/88:
Art. 146. Cabe à lei complementar:
(...)
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
(...)
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
com o advento da Constituição Federal de 1988, visto que, tanto esta quanto aquela Magna Carta
reservavam à lei complementar a veiculação das normas gerais em matéria tributária, a regulação das
limitações ao poder de tributar e as disposições sobre conflitos de competência.” (ALEXANDRE Ricardo.
Direito Tributário. Salvador: Juspodivm, 2017, p. 249).
Em suma, atualmente, o CTN possui status de lei complementar e, portanto, atende o requisito do art.
146, III, da CF/88.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou
estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
Essa ampliação foi indevida, ou seja, não poderia ter ocorrido porque a reserva de lei complementar
federal prevista no art. 146, III, “b”, da CF/88, caracterizando uma inconstitucionalidade formal.
2) dispôs de forma diferente das circunstâncias em que poderia haver a responsabilização do terceiro.
Ao estabelecer que a responsabilização do terceiro ocorrerá nos casos de infração praticada com omissão
ou fraude, a norma estadual adotou critérios diversos daqueles previstos no CTN.
Conforme a norma geral federal, para haver a responsabilidade tributária pessoal do terceiro, este deve
ter praticado atos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos (art. 135 do
CTN).
O legislador estadual, todavia, apresentou critérios outros para a responsabilização de terceiros.
Não podendo o legislador estadual dispor de forma diversa daquela estabelecida pela legislação federal
nesta seara, a conclusão é pela inconstitucionalidade formal do dispositivo.
Vale ressaltar que nem mesmo uma lei ordinária federal poderia tratar desses dois temas porque estaria
violando a reserva de lei complementar estatuída pelo art. 146, III, “b”, da CF/88.
Em suma:
É inconstitucional lei estadual que disciplina a responsabilidade de terceiros por infrações de forma
diversa da matriz geral estabelecida pelo Código Tributário Nacional (CTN).
Há, neste caso, uma inconstitucionalidade formal.
Ao ampliar as hipóteses de responsabilidade de terceiros por infrações, prevista pelos arts. 134 e 135
do CTN, ou tratar sobre o tema de maneira diferente, a lei estadual invade competência do legislador
complementar federal para estabelecer as normas gerais na matéria (art. 146, III, “b”, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 4845/MT, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 13/2/2020 (Info 966).
DIREITO FINANCEIRO
As receitas provenientes do adicional criado pelo art. 82, § 1º, do ADCT não podem ser
computadas para efeito de cálculo da amortização da dívida do Estado; tais recursos devem, no
entanto, ser considerados para cálculo do montante mínimo destinado à saúde e à educação
O art. 82, § 1º do ADCT permite que os Estados aumentem em até 2% a alíquota do ICMS que é
cobrado sobre produtos e serviços considerados supérfluos. O valor arrecadado com esses 2%
a mais deverão ser destinados exclusivamente ao Fundo Estadual de Combate e Erradicação
da Pobreza:
Art. 82. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem instituir Fundos de Combate à
Pobreza, com os recursos de que trata este artigo e outros que vierem a destinar, devendo os
referidos Fundos ser geridos por entidades que contem com a participação da sociedade civil.
§ 1º Para o financiamento dos Fundos Estaduais e Distrital, poderá ser criado adicional de até
dois pontos percentuais na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços -
ICMS, sobre os produtos e serviços supérfluos e nas condições definidas na lei complementar
de que trata o art. 155, § 2º, XII, da Constituição, não se aplicando, sobre este percentual, o
disposto no art. 158, IV, da Constituição. (...)
As receitas provenientes do adicional previsto pelo § 1º do art. 82 do ADCT não podem ser
consideradas para efeito de cálculo da amortização da dívida do Estado (não podem ser
incluídas no cálculo da dívida pública do Estado com a União).
Por outro lado, tais recursos devem sim ser considerados para efeito de cálculo do montante
mínimo destinado à saúde e à educação.
STF. Plenário. ACO 727/BA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13/2/2020 (Info 966).
No ano seguinte à promulgação da emenda, ou seja, em 2001, a Bahia instituiu o fundo por meio da Lei
Estadual nº 7.988/2001. Confira o que diz o art. 4º da Lei baiana:
Art. 4º Fica instituído, para vigorar até o ano de 2010, o Fundo Estadual de Combate e Erradicação
da Pobreza, com o objetivo de viabilizar à população do Estado o acesso a níveis dignos de
subsistência, cujos recursos serão aplicados em ações suplementares de nutrição, habitação,
educação, saúde, reforço da renda familiar e outros programas de relevante interesse social
voltados para melhoria da qualidade de vida.
• no cálculo da Receita Líquida Real (RLR) do Estado, com base na Resolução do Senado Federal 69/1995
e na Lei nº 9.496/97. Obs: a dívida pública do Estado com a União é baseada justamente na RLR. Assim,
quanto maior for a RLR, maior deverá ser o pagamento da dívida pública que o Estado tem com a União.
Para se ter uma ideia, com a inclusão do valor a mais arrecadado pelos Estados na forma do § 1º do art.
82 do ADCT, a Bahia tinha que pagar a União cerca de R$ 1,5 milhão a mais todos os meses.
Recapitulando o pedido
Recapitulando, portanto, o que o Estado pediu: que valor arrecadado e que será destinado ao Fundo
Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza não seja incluído:
• no cálculo da dívida pública do Estado com a União;
• nem no cômputo do valor mínimo a ser aplicado em saúde e educação.
Em outras palavras, o Estado pediu para que a receita do Fepec seja excluída de qualquer cálculo
orçamentário.
Diante disso, a União deverá ressarcir os valores pagos a maior a título de amortização da dívida pública
nos exercícios de 2002, 2003 e 2004, mediante compensação da diferença com débitos futuros.
O Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza foi criado para permitir o cumprimento dos objetivos
fundamentais da República, quais sejam,, construir uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar a
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e promover o bem de todos. No entanto,
com a interpretação dada pela União, a dívida pública paga pelos Estados à União passou a absorver tais
recursos, que deveriam estar sendo canalizados para as necessidades básicas da população. Logo, essa
conduta da União vai de encontro aos valores constitucionais ligados à mitigação do sofrimento nacional.
Por outro lado, é possível sim que tais receitas sejam consideradas no momento de se calcular quanto os
Estados deverão investir em saúde e educação. Isso porque são áreas que guardam afinidade com os
objetivos do Fundo.
EXERCÍCIOS
Julgue os itens a seguir:
1) É possível que o chefe do Poder Executivo estadual convide, em consenso com a OAB, um representante
da Ordem para integrar órgão da Administração. Isso é válido. No entanto, a lei não pode impor a
presença de representante da OAB (“autarquia federal”) em órgão da Administração Pública local. ( )
2) (Juiz TJ/RJ 2019 VUNESP) Cabe reclamação mesmo que proposta após o trânsito em julgado da decisão
reclamada. ( )
3) A discussão envolvendo a possibilidade ou não de retenção de honorários advocatícios contratuais sobre
crédito relativo a diferenças do FUNDEF possui natureza infraconstitucional, de forma que não cabe
recurso extraordinário para apreciá-la considerando que não há matéria constitucional a ser analisada. (
)
4) Não é possível a aplicação do princípio da insignificância para o agente que praticou o furto de um
carrinho de mão avaliado em R$ 20,00 (3% do salário-mínimo), se ele possuir antecedentes criminais por
crimes patrimoniais. ( )
5) (Juiz TJ/CE 2019 CEBRASPE) A reincidência do acusado não é motivo suficiente para afastar a aplicação
do princípio da insignificância. ( )
6) É inconstitucional a imposição da pena de suspensão de habilitação para dirigir veículo automotor ao
motorista profissional condenado por homicídio culposo no trânsito. ( )
7) A norma imunizante contida no inciso I do § 2º do art. 149 da Constituição Federal não alcança as receitas
decorrentes de operações indiretas de exportação caracterizadas por haver participação negocial de
sociedade exportadora intermediária. ( )
8) É constitucional lei estadual que disciplina a responsabilidade de terceiros por infrações de forma diversa
da matriz geral estabelecida pelo Código Tributário Nacional (CTN). ( )
Gabarito
1. C 2. E 3. C 4. E 5. C 6. E 7. E 8. E
OUTRAS INFORMAÇÕES
ADI 4.114
RELATOR: MIN. LUIZ FUX
Decisão: O Tribunal, por maioria, conheceu da ação direta e julgou procedente o pedido formulado para declarar a
inconstitucionalidade da Lei nº 5.886/2006 do Estado de Sergipe, com eficácia ex nunc, a partir da data do presente
julgamento, nos termos do voto do Relator, vencidos parcialmente os Ministros Edson Fachin, Marco Aurélio e Dias
Toffoli (Presidente), que divergiam apenas quanto à modulação dos efeitos da decisão. Plenário, Sessão Virtual de
6.12.2019 a 12.12.2019.
ADI 5.117
RELATOR: MIN. LUIZ FUX
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu parcialmente da ação e, nessa parte, julgou parcialmente procedente o
pedido para declarar a inconstitucionalidade da expressão "em número igual de auditores" constante do art. 73, caput, da
Constituição do Estado do Ceará, com a redação dada pela Emenda Constitucional estadual nº 77/2013, nos termos do
voto Relator. Plenário, Sessão Virtual de 6.12.2019 a 12.12.2019.
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. EMENDA CONSTITUCIONAL 77/2013 DO
ESTADO DO CEARÁ, QUE DEU NOVA REDAÇÃO AOS ARTIGOS 73, CAPUT, E 79, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO
ESTADUAL. FIXAÇÃO DO NÚMERO DE PROCURADORES DE CONTAS (MEMBROS DO MINISTÉRIO
PÚBLICO JUNTO AOS TRIBUNAIS DE CONTAS) ATUANTES PERANTE OS TRIBUNAIS DE CONTAS DO
ESTADO E DOS MUNICÍPIOS. PRERROGATIVA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS DE FAZER INSTAURAR O
PROCESSO LEGISLATIVO CONCERNENTE À SUA ORGANIZAÇÃO, À SUA ESTRUTURAÇÃO INTERNA, À
DEFINIÇÃO DO SEU QUADRO DE PESSOAL E À CRIAÇÃO DOS CARGOS RESPECTIVOS.
IMPOSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DO NÚMERO DE PROCURADORES DE CONTAS (MEMBROS DO
MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AOS TRIBUNAIS DE CONTAS) POR NORMA CONSTITUCIONAL ESTADUAL.
REVOGAÇÃO DO ARTIGO 79 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ PELA EMENDA
CONSTITUCIONAL ESTADUAL 92/2017. PREJUDICIALIDADE. AÇÃO PARCIALMENTE CONHECIDA E, NA
PARTE CONHECIDA, JULGADO PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO. 1. O Ministério Público que atua
perante os Tribunais de Contas é órgão que encontra previsão no artigo 73, § 2º, I, Constituição Federal, cujos membros
– denominados procuradores de contas – possuem os mesmos direitos, vedações e forma de investidura atribuídos aos
membros do Ministério Público comum, nos termos do artigo 130 da Lei Maior. Contudo, ao contrário deste, aquele não
possuiu autonomia administrativa e financeira, pois não dispõe de fisionomia institucional própria. 2. Os procuradores de
contas integram os quadros dos respectivos Tribunais de Contas, estes sim dotados de poder de autogoverno,
consubstanciado na prerrogativa de fazer instaurar o processo legislativo concernente à sua organização, à sua
estruturação interna, à definição do seu quadro de pessoal e à criação dos cargos respectivos. Precedentes: ADI 789, Rel.
Min. Celso de Mello, Plenário, DJ de 19/42/1994; ADI 2.378, Redator do acórdão Min. Celso de Mello, Plenário, DJ de
6/9/2007; ADI 3.315, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe de 11/4/2008. 3. A Constituição Federal fixa o
número de Ministros do Tribunal de Contas da União (artigo 73, caput) e de Conselheiros dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal (artigo 75, parágrafo único), mas nada diz a respeito do quantitativo dos procuradores de
contas, de forma que a matéria se insere na esfera de autogoverno das Cortes de Contas (artigo 73, caput, c/ c o artigo 96,
II, b, da Constituição Federal). 4. O modelo delineado na Lei Maior para a organização, composição e fiscalização dos
Tribunais de Contas é de observância obrigatória pelos Estados-membros e pelo Distrito Federal, por força do disposto
no artigo 75, caput, da Constituição Federal. Precedente: ADI 4.416 MC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe
de 28/10/2010. 4. A iniciativa do processo legislativo relativo à fixação do número dos procuradores de contas compete
privativamente aos respectivos Tribunais de Contas. Precedentes: ADI 1.044, Rel. Min. Néri da Silveira, Plenário, DJ de
31/8/2001; ADI 1.994, Rel. Min. Eros Grau, Plenário, DJ de 8/9/2006; ADI 3.223, Rel. Min. Dias Toffoli, Plenário, DJe
de 2/2/2015; ADI 4.418, Rel. Min. Dias Toffoli, Plenário, DJe de 20/3/2017. 5. A inserção nos textos constitucionais
estaduais de matérias cuja veiculação por lei se submeteria à reserva de iniciativa de órgãos de quaisquer dos Poderes e
do Ministério Público, mormente daqueles que não podem propor emendas constitucionais, lhes subtrai a possibilidade
de manifestação e tolhe suas prerrogativas institucionais, caracterizando burla à formatação constitucional da separação
dos Poderes. Precedentes: ADI 3.362, Redator do acórdão Min. Marco Aurélio, Plenário, DJe de 28/3/2008; ADI 142,
Rel. Min. Ilmar Galvão, Plenário, DJ de 6/9/1996; ADI 3.295, Rel. Min. Cezar Peluso, Plenário, DJe de 5/8/2011; ADI
3.930, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, DJe de 23/10/2009; ADI 3.555, Rel. Min. Cezar Peluso, Plenário, DJe
de 8/5/2009; ADI 2.873, Rel. Min. Ellen Gracie, Plenário, DJe de 9/11/2007. 6. In casu, o constituinte derivado
decorrente, ao fixar o número de procuradores de contas estaduais no artigo 73, caput, da Constituição do Estado do
Ceará, com a redação dada pela Emenda Constitucional estadual 77/2013, cerceou a prerrogativa do Tribunal de Contas
estadual de deflagrar o processo legislativo relativo à definição do seu quadro de pessoal e à criação dos cargos
respectivos, em ofensa ao disposto nos artigos 73, caput, in fine, e 75, caput, c/c o artigo 96, II, b, da Constituição
Federal. 7. A revogação ou exaurimento da eficácia jurídico-normativa do dispositivo impugnado implica a
prejudicialidade da ação, por perda de seu objeto, porquanto o objetivo da ação direta é a declaração, em tese, da
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e o seu consequente expurgo do ordenamento jurídico.
Precedentes: ADI 4.365, Rel. Min. Dias Toffoli, Plenário, DJe de 8/5/2015; ADI 4.663-MC-Ref, Rel. Min. Luiz Fux,
Plenário, DJe de 16/12/2014. 8. In casu, a ação direta carece de objeto quanto ao artigo 79, § 6º, da Constituição do
Estado do Ceará, com a redação dada pela Emenda Constitucional estadual 77/2013, que foi revogado pela Emenda
Constitucional estadual 92/2017, razão pela qual se impõe, apenas, o conhecimento parcial da demanda. 9. Ação direta
de inconstitucionalidade PARCIALMENTE CONHECIDA e, na parte conhecida, julgado PARCIALMENTE
PROCEDENTE o pedido, para declarar a inconstitucionalidade da expressão “em número igual de Auditores” constante
do artigo 73, caput, da Constituição do Estado do Ceará, com a redação dada pela Emenda Constitucional estadual
77/2013.
ADI 5.409
RELATOR: MIN. EDSON FACHIN
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu da ação direta e julgou procedente o pedido formulado para declarar a
inconstitucionalidade da Lei Complementar nº 42/2015, da Lei nº 9.276/2004 e do Decreto nº 9.197/2004, todos do Estado
da Bahia, nos termos do voto do Relator. Plenário, Sessão Virtual de 6.12.2019 a 12.12.2019.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DIREITO FINANCEIRO.
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. DEPÓSITOS JUDICIAIS E ADMINISTRATIVOS. NATUREZA
TRIBUTÁRIA OU NÃO-TRIBUTÁRIA. FUNDO DE RESERVA. CORREÇÃO MONETÁRIA. DÍVIDA PÚBLICA.
COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO. PRECATÓRIOS E DÍVIDA FUNDADA. LEI COMPLEMENTAR
42/2015 E LEI 9.276/2004, AMBAS EDITADAS PELO ESTADO DA BAHIA. DECRETO 9.197/2004 EDITADO
PELO CHEFE DO PODER EXECUTIVO DO ESTADOMEMBRO. 1. A jurisprudência desta Corte se consolidou no
sentido de que a matéria relativa aos depósitos judiciais é de competência legislativa privativa da União, ainda que se
trate da utilização da disponibilidade financeira, nos termos do art. 22, I, da Constituição Federal. Precedentes. 2. O ente
federativo invade a competência privativa da União para disciplinar sobre o funcionamento do sistema financeiro
nacional, nos termos do artigo 192 do Texto Constitucional. Precedentes. 3. O entendimento iterativo do STF é no sentido
de que há violação à separação dos poderes, quando lei formal atribua incumbências ao Poder Executivo relativas à
administração e aos rendimentos referentes à conta única de depósitos judiciais e extrajudiciais. 4. O tratamento
orçamentário preconizado aos recursos provenientes dos depósitos judiciais não-tributários diverge da sistemática
especial de pagamento de débitos judiciais da Fazenda Pública, porquanto não é dado ao Poder Público realizar gastos
públicos com ingressos meramente transitórios. Logo, financiam-se despesas correntes e de capital com entradas
provisórias as quais, por dever legal, devem ser restituídas aos seus legítimos titulares ao fim de demanda jurisdicional.
5. Há ofensa ao direito de propriedade dos jurisdicionados que litigam na espacialidade do Estado-membro. Nesse sentido,
a custódia de patrimônio alheio pelo ente estatal não permite a este desvirtuar a finalidade do liame jurídico, para fins de
custear suas despesas públicas. 6. Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida a que se dá procedência.
MI 6.953 AgR
RELATORA: MIN. ROSA WEBER
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do agravo interno e negou-lhe provimento, nos termos do voto da
Relatora. O Ministro Marco Aurélio acompanhou a Relatora com ressalvas. Plenário, Sessão Virtual de 6.12.2019 a
12.12.2019.
EMENTA AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE INJUNÇÃO. ART. 40, § 4º, II, DA MAGNA CARTA.
REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 47/2005. ALCANCE DA EXPRESSÃO “ATIVIDADES
DE RISCO”. GUARDA MUNICIPAL. AUSÊNCIA DE RISCO INERENTE. 1. Ao julgamento do ARE nº 1.215.727,
ocasião em que examinado o tema nº 1057 da repercussão geral, o Plenário desta Suprema Corte assentou a seguinte tese:
“Os guardas civis não possuem direito constitucional à aposentadoria especial por exercício de atividade de risco prevista
no artigo 40, § 4º, inciso II, da Constituição Federal”. 2. Na espécie, o impetrante é guarda municipal, integrando categoria
cujo leque de atribuições específicas - proteção de bens, serviços e instalações do município a que funcionalmente
vinculado (art. 144, § 8º, da Magna Carta) -, por inconfundível com a atividade desempenhada pelos órgãos policiais
elencados no art. 144, I a V, da Constituição da República, não permite, na esteira da jurisprudência desta Suprema Corte,
direta ilação no sentido da presença de risco inerente, quadro a conjurar a concessão da ordem pretendida. 3. Agravo
interno conhecido e não provido.
HC 145.953 AgR
RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
Decisão: Após o voto do Relator, que negava provimento ao agravo regimental, pediu vista o Ministro Edson Fachin.
Segunda Turma, Sessão Virtual de 12.10.2018 a 19.10.2018.
Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, com
ressalvas do Ministro Edson Fachin. Segunda Turma, Sessão Virtual de 29.11.2019 a 5.12.2019.
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL E PROCESSO PENAL.
EXECUÇÃO ANTECIPADA DA PENA. INCONSTITUCIONALIDADE. VIOLAÇÃO DA GARANTIA
CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. DECLARAÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE DO
ART. 283 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (ADCs 43/DF, 44/DF e 54/DF). RÉU QUE RESPONDEU AO
PROCESSO EM LIBERDADE. AUSÊNCIA DE DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA PELAS INSTÂNCIAS
ORDINÁRIAS. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – A execução antecipada da pena,
antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, viola a garantia constitucional da presunção de inocência
(art. 5°, LVII, da CF/1988). II – O art. 283 do CPP foi declarado constitucional pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal
no julgamento das ADCs 43, 44 e 54, de relatoria do Ministro Marco Aurélio. III – A decretação de prisão antes do
trânsito em julgado somente se justifica na modalidade cautelar, quando preenchidos os requisitos do art. 312 do CPP. IV
– O réu que respondeu ao processo em liberdade e que não teve prisão preventiva decretada em seu desfavor, deve iniciar
a execução da pena após o trânsito em julgado da condenação. V – Agravo regimental a que se nega provimento.
HC 155.535 AgR
RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO
Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso de agravo, nos termos do voto do Relator, com ressalva
do Ministro Edson Fachin. Segunda Turma, Sessão Virtual de 29.11.2019 a 5.12.2019. “HABEAS CORPUS” –
REINCIDÊNCIA (E MAUS ANTECEDENTES) – TEMPORARIEDADE (CP, ART. 64, I) – CONSEQUENTE
IMPOSSIBILIDADE DE CONSIDERAR-SE, PARA EFEITO DE DEFINIÇÃO DA PENA-BASE, CONDENAÇÃO
TRANSITADA EM JULGADO, UMA VEZ TRANSCORRIDO PERÍODO DE TEMPO SUPERIOR A 05 (CINCO)
ANOS ENTRE O CUMPRIMENTO OU EXTINÇÃO DA PENA E A INFRAÇÃO POSTERIOR – DOUTRINA –
PRECEDENTES – “HABEAS CORPUS” DEFERIDO – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. – Não se revela
legítimo, considerada a jurisprudência firmada por esta Suprema Corte, considerar como maus antecedentes condenações
criminais cujas penas, cotejadas com infrações posteriores, extinguiram-se há mais de cinco (05) anos, pois, com o decurso
desse quinquênio (CP, art. 64, I), não há como reconhecer nem como admitir que continuem a subsistir, residualmente,
contra o réu, os efeitos negativos resultantes de sentenças condenatórias anteriores, a significar, portanto, que se mostrará
ilegal qualquer valoração desfavorável ao acusado, que repercuta, de modo gravoso, na operação de dosimetria penal.
Precedentes. Doutrina.
EMENTA Agravo regimental em suspensão de tutela antecipada. Decisão de origem em que se determinou a manutenção
de jornada de trabalho de 30 horas sem redução de vencimentos. Grave lesão à ordem pública evidenciada. Violação do
princípio da irredutibilidade somente em virtude de lei. Ausência de direito adquirido. Manutenção de decisão
monocrática. Agravo regimental não provido. 1. Na estreita via de pedidos de suspensão como o presente, apenas se
procede a uma análise mais detida do mérito da ação principal para apreciação dos requisitos exigidos pela legislação de
regência. 2. No presente caso, o reconhecimento da violação do princípio da irredutibilidade de vencimentos apenas
ocorreria na hipótese de existir lei a estabelecer o aumento da jornada sem a devida contraprestação proporcional. 3. O
risco de lesão à ordem pública e administrativa está evidenciado, dada a ingerência judicial na disciplina da jornada de
trabalho dos servidores atingidos. 4. Mostra-se consolidado o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que não há
direito adquirido a regime jurídico. 5. Agravo regimental não provido.
STA 77 AgR
RELATOR: MINISTRO PRESIDENTE
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator, Ministro
Dias Toffoli (Presidente). Plenário, Sessão Virtual de 6.12.2019 a 12.12.2019.
EMENTA Agravo regimental na suspensão de tutela provisória. Direito Tributário e Previdenciário. Aumento da
contribuição previdenciária de 11% para 14%. Representação de inconstitucionalidade. ARE nº 875.958/ GO-RG (tema
933). Suspensão nacional. Risco de lesão à ordem e à economia pública configurado. Suspensão deferida. 1. O pedido de
suspensão de tutela provisória não se presta para a reforma ou a anulação da decisão impugnada, não sendo, portanto,
instrumento idôneo para a reapreciação judicial. 2. As razões do agravante não foram suficientes para afastar os
fundamentos da decisão agravada, na qual se vislumbrou violação da decisão do Ministro Roberto Barroso no ARE nº
875.958/GO-RG, no qual se determinou a suspensão nacional. 3. Na decisão do tribunal de origem, admitiu-se o trâmite
da aludida representação de inconstitucionalidade e concedeu-se a medida liminar após a determinação do Ministro
Roberto Barroso de se suspenderem, em âmbito nacional, os processos pendentes que versassem sobre o tema,
desrespeitando-se, dessa forma, o comando exarado pelo Ministro Relator do ARE nº875.958/GO-RG, cuja repercussão
geral fora reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal. 4. Configura-se, no caso, grave lesão à ordem e à economia
pública. 5. Agravo ao qual se nega provimento.
OUTRAS INFORMAÇÕES
10 A 14 DE FEVEREIRO DE 2020
Decreto nº 10.236, de 11.2.2020 - Aprova o Regimento Interno do Conselho de Saúde Suplementar. Publicado no
DOU em 12.02.2020, Seção 1, Edição 30, p. 8.
Decreto nº 10.239, de 11.2.2020 - Dispõe sobre o Conselho Nacional da Amazônia Legal. Publicado no DOU em
12.02.2020, Seção 1, Edição 30, p. 9.
Decreto nº 10.240, de 12.2.2020 - Regulamenta o inciso VI do caput do art. 33 e o art. 56 da Lei nº 12.305, de 2 de
agosto de 2010, e complementa o Decreto nº 9.177, de 23 de outubro de 2017, quanto à implementação de sistema
de logística reversa de produtos eletroeletrônicos e seus componentes de uso doméstico. Publicado no DOU em
13.02.2020, Seção 1, Edição 31, p. 1.
Decreto nº 10.242, de 13.2.2020 - Institui o Comitê de Alterações Tarifárias no âmbito da Câmara de Comércio
Exterior. Publicado no DOU em 14.02.2020. Seção 1, Edição 32, p. 1.
Decreto nº 10.243, de 13.2.2020 - Altera o Decreto nº 6.017, de 17 de janeiro de 2007, que regulamenta a Lei nº
11.107, de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos. Publicado no
DOU em 14.02.2020, Seção 1, Edição 32, p. 2.
Supremo Tribunal Federal – STF
Secretaria de Documentação
Coordenadoria de Divulgação de Jurisprudência
cdju@stf.jus.br