BRASÍLIA-DF, QUARTA-FEIRA, 12 DE MAIO DE 2010 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 11 | Número 2459

Rodolfo Stuckert

Deputados concluem votação do

Ficha Limpa e projeto vai ao Senado
Dos nove destaques que alteravam o texto, sete foram rejeitados e dois, retirados
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PARTIDOS | 4 EDUCAÇÃO FÍSICA | 8 ECONOMIA | 7 PL 29 | 5

Líderes indicarão as Copa e Olimpíada podem CPI aprova relatório Câmara autoriza
propostas que consideram ser oportunidade para Brasil que responsabiliza empresas de telefonia
prioritárias para inclusão aumentar investimento em política de juros altos fixa a atuar no mercado
na pauta do Plenário esportes, dizem debatedores pelo aumento da dívida de TV por assinatura
 2 Brasília, 12 de maio de 2010

SESSÃO SOLENE

agenda
Rodolfo Stuckert

QUARTA- FEIRA
12 de maio de 2010

Tabaco para minimizá-los e sobre a questão

Lançamento da Frente Parlamentar de
Controle ao Tabaco.
Auditório Freitas Nobre, às 8 horas
União estável
Audiência pública da Comissão de Cons-
tituição e Justiça e de Cidadania debate o
PL 674/07, que regulamenta a união estável
e o divórcio de fato, denominado Estatuto
das Famílias.
Plenário 1, às 9 horas
salarial que dos policiais civis, militares e
Corpo de Bombeiros com as PECs 300
e 308”. São convidados representantes
de policiais.
Plenário a definir, às 14 horas
Altos Estudos
O Conselho de Altos Estudos promove
reunião para debater “Tecnologias de In-
formação e Criminalidade”. É convidado o
presidente da empresa Light Infocon S.A.,
Jairo Fonseca Silva.
Sessão destacou a obra do dicionarista Aurélio Buarque, que completaria 100 anos
Sala de Reuniões da Mesa, às 14

Câmara homenageia centenário

Meio ambiente
A Comissão de Desenvolvimento Ur-
bano faz audiência com a ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira, para discutir o
mapeamento do MMA em ambientes urba-
nos em razão do aquecimento global e do
efeito estufa.
Plenário 16, às 10 horas
Relações Exteriores
A Comissão de Relações Exteriores e
Defesa Nacional promove audiência pública
para ouvir esclarecimentos sobre os dados
mais recentes da publicação: “Brasil: o Es-
tado de uma Nação”. Participa o presidente
do Ipea, Márcio Pochmann.
Plenário 3, às 10 horas
Créditos à CEF
Audiência pública da Comissão de Desen-
volvimento Econômico, Indústria e Comércio
discute o tema “Concessão de Crédito da
União à Caixa Econômica Federal” com
representantes da área financeira.
Plenário 5, às 10h30
Plano Brasil
As comissões da Amazônia, Integração
Nacional e de Desenvolvimento Regional; de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;
e de Desenvolvimento Econômico, Indústria
e Comércio promovem audiência pública
sobre o Plano Brasil 2022, que será entregue
ao Presidente da República neste semestre.
É convidado o ministro-chefe da Secretaria
de Assuntos Estratégicos da Presidência da
República, Samuel Pinheiro Guimarães.
Plenário a definir, às 14 horas
Violência urbana
A CPI sobre Violência Urbana debate
o tema: “Sobre os crescentes índices de
violência urbana, das ações necessárias
horas
Cargos na Fazenda
A Comissão de Trabalho, de Adminis-
tração e Serviço Público debate em audi-
ência o tema “Plano Especial de Cargos
do Ministério da Fazenda - Pecfaz”.
Plenário a definir, às 14h30
Seguro privado
A Comissão Especial sobre Normas
Gerais de Contrato de Seguro Privado (PL
3555/04) promove debate com represen-
tantes de seguradoras.
Plenário a definir, às 14h30
Aeronáutica
A Comissão Especial do Código Brasi-
leiro de Aeronáutica (PL 6716/09) discute o
tema com a presidente da Anac, Solange
Vieira, entre outros.
Plenário 14, às 14h30
Inativos
A Comissão Especial sobre Contri-
buição de Inativos (PEC 555/06) debate
o tema com sindicalistas.
Plenário 13, às 14h30
Probidade
A Comissão Especial sobre o Tribunal
Superior da Probidade Administrativa
(PEC 115/07) reúne-se para discussão e
votação do parecer do relator, deputado
Flávio Dino (PCdoB/MA).
Plenário a definir, às 14h30
Ambiente urbano
A Comissão especial sobre Preservação
do Ambiente Urbano (PEC 052/03) reúne-se
para votação do parecer do relator, deputa-
do Zequinha Marinho (PSC-PA).
Plenário a definir, às 14h30
de Aurélio Buarque de Holanda
A Câmara homenageou ontem,
com sessão solene, o centenário de
nascimento do dicionarista, filólo-
go e ensaísta Aurélio Buarque de
Holanda Ferreira. “Fazer a história
dos dicionários da língua portugue-
sa preparados no Brasil seria tarefa
penosa e custosa. Mas se quisésse-
mos resumir a lexicografia brasilei-
ra a uma única palavra seria muito
fácil: Aurelião. Em 1975, quando
lançou o ‘Novo Dicionário da Lín-
gua Portuguesa’, o autor virou defi-
nitivamente sinônimo da sua obra”,
definiu o deputado Aldo Rebelo
(PCdoB-SP), que presidiu a sessão
e foi o autor do requerimento para
a realização da homenagem.
De acordo com Aldo Rebelo, o
dicionarista inovou ao usar exem-
plos extraídos da música popular
ou de jornais. “Não foi um puris-
ta, muito menos um permissivo.
Compreendeu, como poucos, que
a língua é um fato social vivo, atua-
liza-se e acompanha o progresso da
humanidade. Aurélio documentou
o idioma na sua fartura e opulência.
Suas marcas sempre foram a clare-
za, a síntese e a exatidão”, afirmou
o deputado.
Intelectual e acadêmico - Au-
rélio Buarque de Holanda Ferreira
nasceu em Passo de Camaragibe
(AL), em 3 de maio de 1910, e
morreu no Rio de Janeiro, em 28
de fevereiro de 1989. Começou a
lecionar língua portuguesa aos 15
anos e graduou-se em Direito em
1936. Nos anos 30 fez parte de um
grupo de intelectuais – Valdemar
Cavalcanti, José Lins do Rego,
Graciliano Ramos, Raul Lima e Ra-
chel de Queiroz, entre outros – que
exerceu forte influência literária no
Nordeste. Em 1961, foi eleito para a
Academia Brasileira de Letras.
Depois da obra conhecida como
“Dicionário Aurélio” ou “Aurelião”,
vieram o “Miniaurélio”, o “Médio
Dicionário Aurélio” e o “Dicionário
Aurélio Infantil da Língua Portu-
guesa”. Hoje a produção dos livros
é coordenada por Marina Baird
Ferreira, viúva do autor.
Convidados - Também discur-
saram em homenagem a Aurélio
Buarque os deputados Mauro Be-
nevides (PMDB-CE), Pedro Wil-
son (PT-GO) e Vanessa Grazzio-
tin (PCdoB-AM), além do senador
Cristovam Buarque (PDT-DF).
Participaram da sessão o filho do
dicionarista, Aurélio Baird Buarque
Ferreira; o secretário de Cultura de
Alagoas, Osvaldo Viégas, represen-
tando o governador Teotônio Vile-
la Filho (PSDB); o poeta e escritor
Lêdo Ivo, representando a Acade-
mia Brasileira de Letras; e a prefeita
de Passo de Camaragibe (AL), Ed-
vânia Farias Quirino Costa.

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 53a Legislatura SECOM--Secretaria

SECOM Secretariade
deComunicação
ComunicaçãoSocial
Social
Presidente: Michel Temer (PMDB-SP) Diretor: Sérgio Chacon (61) 3216-1500 secom@camara.gov.br
1º Vice-Presidente Suplentes Jornal da Câmara
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2º Vice-Presidente PA), Leandro Sampaio (PPS-RJ) e Diretor Editores Diagramadores Ilustrador
Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) Manoel Junior (PSB-PB) Pedro Noleto Maria Clarice Dias Guilherme Rangel Barros Renato Palet
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Rafael Guerra (PSDB-MG) Mario Heringer (PDT-MG) Editora-chefe Roberto Seabra Roselene Figueiredo Reinaldo Ferrigno
2º Secretário Procurador Parlamentar
Rosalva Nunes
Inocêncio Oliveira (PR-PE) Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA)
3º Secretário Diretor-Geral Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508 - 70160-900 Brasília DF
Odair Cunha (PT-MG) Sérgio Sampaio de Almeida jornal@camara.gov.br | Fone: (61) 3216-1660 | Distribuição - 3216-1826
4º Secretário Secretário-Geral da Mesa
Nelson Marquezelli (PTB-SP) Mozart Vianna de Paiva Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA / CGRAF) em papel reciclado

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Brasília, 12 de maio de 2010 3
Votações

Plenário conclui votação do Ficha Limpa

com rejeição de todos os destaques Rodolfo Stuckert

Eduardo Piovesan
O Plenário concluiu ontem a vo-
tação do Ficha Limpa (projetos de Lei
Complementar 168/93, 518/09 e outros).
O substitutivo do deputado José Edu-
ardo Cardozo (PT-SP), aprovado na
semana passada, foi mantido e impede
as candidaturas de pessoas condena-
das pela Justiça em decisão colegiada
por crimes de maior gravidade, como
corrupção, abuso de poder econômico,
homicídio e tráfico de drogas. Um acor-
do entre as lideranças partidárias via-
bilizou a rejeição de todos os destaques
apresentados, e a matéria segue agora
para o Senado.
O texto também amplia os casos de
inelegibilidade e unifica em oito anos o
período durante o qual o candidato fica-
rá sem poder se candidatar. Atualmen-
te, a lei prevê inelegibilidade somente
para as condenações finais (transitadas
em julgado), e os prazos variam de três a
oito anos. As condenações que podem
gerar inelegibilidade são aquelas para
crimes com penas maiores que dois anos
de privação de liberdade e em situações
nas quais houve dolo (intenção de pra-
ticar o ato).
Segundo o substitutivo de Cardo-
zo, o candidato poderá pedir efeito sus-
pensivo para o recurso que apresentar
contra uma decisão colegiada, mas isso
O texto mantido ontem pelo Plenário amplia os casos de inelegibilidade
dará mais rapidez ao processo, que terá
prioridade de julgamento. Se o recurso
for negado, será cancelado o registro da
candidatura ou o diploma do eleito.
Cardozo, relator da matéria pela Co-
missão de Constituição e Justiça e de
Cidadania (CCJ), explicou que o efeito
suspensivo tem o objetivo de conciliar
dois fatores: por um lado, o desejo da
sociedade de evitar que pessoas sem fi-
cha limpa disputem cargos eletivos; e,
por outro, o direito ao contraditório e
à ampla defesa.
O projeto aprovado inclui, na Lei
Complementar 64/90, a renúncia para
sos já apresentados contra a decisão de
um colegiado poderão ganhar o efeito
suspensivo com prioridade de julgamen-
to, se a defesa pedir.
Temer destaca ‘vitória do povo’
O presidente Michel Temer des-
tacou a importância da aprovação
do projeto Ficha Limpa, classifican-
do o momento de um “exemplo vivo
de democracia”. Ele manifestou o
desejo de compartilhar com todos
os deputados e deputadas “esta
vitória que o povo brasileiro teve
com a aprovação de um projeto
que veio do povo”.
Temer lamentou que, às vezes,
a opinião pública não compreenda
a necessidade de mais tempo para
negociar a aprovação de um texto
evitar processo de perda de mandato de consenso em benefício da socie-
como um dos motivos para tornar o dade. Desde o início da tramitação
político inelegível. Isso valerá para os do projeto, lembrou o presidente,
titulares do Executivo e do Legislativo foi dito que, sem a conjugação de
em todas as esferas (federal, estadual, esforços de deputados de todos os
distrital e municipal). partidos, seria impossível chegar a
A prioridade de julgamento do re- bom termo.
curso com efeito suspensivo será sobre “Sem um Legislativo forte,
soberano, competente, não há
todos os demais, exceto mandados de
democracia; projetos como este
segurança e habeas corpus. O texto não teriam curso”, afirmou. “É
prevê, ainda, que a prática de atos pela preciso repetir que essa é a Casa
defesa com a mera intenção de ganhar do povo, porque quando povo se
tempo (recursos protelatórios) provoca- manifesta ela sempre responde
rá a revogação do efeito suspensivo. positivamente.”
Quando o projeto virar lei, os recur-

Compra de votos e caixa dois poderão deixar candidato inelegível

O texto do Ficha Limpa aprova-
do ontem inclui, na legislação, novos
determinantes de inelegibilidade, seja
com sentença transitada em julgado
ou condenação por colegiado. Um de-
les é o de corrupção eleitoral, inclusive
compra de votos, caixa dois ou condu-
ta proibida em campanhas para os que
já são agentes públicos. Entretanto,
será necessário que o crime implique
cassação do registro ou diploma, em
julgamento na Justiça Eleitoral.
A simulação de vínculo conjugal
ou seu rompimento para burlar a ine-
legibilidade de parentes é outro caso
incluído como motivo de inelegibili-
dade. De acordo com a lei em vigor, já
são proibidas as candidaturas de côn-
juges para os cargos de prefeito, gover-
nador e presidente da República.
O político será declarado inelegí-
vel, também, se for condenado com
a suspensão dos direitos políticos por
ato doloso de improbidade adminis-
trativa com lesão ao patrimônio público ção ou suspensão do ato pela Justiça, os de dinheiro; de prática de trabalho
e enriquecimento ilícito. demitidos do serviço público devido a escravo ou cometidos por organiza-
Doação ilegal - De acordo com o processo administrativo; e os condena- ção criminosa ou quadrilha.
texto aprovado, serão declaradas ine- dos por órgão profissional à perda do di- Quanto àqueles de abuso de
legíveis as pessoas físicas ou os diri- reito de trabalhar na área em decorrên- autoridade, o relator restringiu a
gentes de pessoas jurídicas condenadas cia de infração ética ou profissional. inelegibilidade aos casos em que o
por doações ilegais pela Justiça Eleitoral, Crimes dolosos - O texto também réu for condenado à perda do cargo
em decisão de colegiado ou transitada aumenta a lista de crimes que impedem ou ficar impedido de exercer fun-
em julgado. A inelegibilidade também a candidatura em processos iniciados ção pública. Segundo o relator, a
poderá ocorrer quando magistrados e por ação penal pública. Além daqueles mudança busca adequar a condição
integrantes do Ministério Público dei- contra a economia popular, a fé pública de inelegibilidade aos casos mais
xarem os cargos na pendência de pro- e a administração e o patrimônio públi- graves desse tipo de abuso.
cesso administrativo. cos; são incluídos crimes contra o meio A inelegibilidade causada pela re-
Serão ainda inelegíveis, salvo anula- ambiente e a saúde pública; de lavagem jeição de contas por irregularidade
incorrigível passará a ser condicio-
nada aos casos em que isso seja con-
Projeto original foi apresentado por iniciativa popular siderado ato doloso de improbidade
O substitutivo do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) tomou como base administrativa. Atualmente, a lei
o texto do deputado Índio da Costa (DEM-RJ), relator do grupo de trabalho da permite a candidatura se a Justiça es-
Ficha Limpa, criado pelo presidente Michel Temer para aprofundar a análise do tiver analisando o processo. O texto
PLP 518/09. Esse projeto, de iniciativa popular, teve cerca de 1,6 milhão de assi-
aprovado é mais específico e permite
naturas colhidas pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).
A proposta popular previa que qualquer condenação, mesmo em primeira
a candidatura apenas se a decisão do
instância, tornaria o candidato inelegível. Porém, a maioria dessas decisões é tribunal de contas for suspensa ou
tomada por apenas um juiz, o que poderia gerar perseguições em regiões onde anulada judicialmente. (EP)
o poder econômico ou político possa influenciar julgamentos.

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Líderes partidários devem apresentar
hoje a Michel Temer PECs prioritárias
Cada líder partidário deverá in-
dicar, até as 18 horas de hoje, uma
proposta de emenda à Constituição
(PEC) considerada prioritária pela
bancada ou bloco, segundo solici-
tação feita ontem, durante reunião
com as lideranças, pelo presidente da
Câmara, Michel Temer.
Do total de 23 propostas, o pre-
sidente indicará as três que serão
inseridas na pauta de votações do
Plenário antes das eleições gerais de
outubro próximo. Segundo o presi-
dente, serão pautadas as matérias que
tiverem maior apoio, após a contagem
ponderada. Vários líderes poderão
indicar uma mesma proposta e será
feita a contagem pelo número de de-
putados que integram a bancada ou
bloco.
Recesso - Questionado sobre a
possibilidade de haver recesso branco
na Câmara a partir de junho, Michel
Temer declarou que não há nenhuma
previsão de interromper os trabalhos
antes do período do recesso constitu-
cional (de 18 a 31 de julho). “Vamos
trabalhar até o final, votando normal-
mente.”
O questionamento refere-se à pro-
posta do líder do governo na Câma-
Deputados indicam advogado para
o Conselho do Ministério Público
Eduardo Piovesan
O Plenário aprovou ontem, por
294 votos a quatro, e duas abstenções,
a indicação do advogado Luiz Moreira
Gomes Júnior para a vaga que cabe
à Câmara dos Deputados preencher
no Conselho Nacional do Ministério
Público (CNMP). Gomes Júnior se
formou em Direito pela Universida-
de Federal do Ceará (1996) e possui
mestrado em Filosofia e doutorado
em Direito, ambos pela Universidade
Federal de Minas Gerais.
O atual conselheiro indicado
pela Câmara, Francisco Maurício
Rabelo Albuquerque Silva, não
pode ser reconduzido porque já
exerceu dois mandatos, o máximo
permitido pela Constituição.
O CNMP foi criado pela Refor-
www.camara.gov.br
4 Brasília, 12 de maio de 2010
Presidência
JBatista
ra, Cândido Vaccarezza (PT-SP), de
votar até 10 de junho a proposta da
Lei de Diretrizes Orçamentárias, para
evitar votações durante o período dos
jogos da Copa do Mundo de futebol,
que começam em 11 de junho.
Para o líder do PMDB, deputado
Henrique Eduardo Alves (RN), a
tese do recesso branco não vai pros-
perar porque os jogos do Brasil serão
realizados em dias esvaziados, terça e
domingo. Ele acrescentou que “can-
sou de assistir” jogos na Câmara.
Visita - Temer também informou
que a participação do presidente do
Supremo Tribunal Federal, Cezar Pe-
Líderes e integrantes da Mesa receberam ontem visita de cortesia do presidente do STF, Cezar Peluso
luso, na reunião de líderes ontem à foi
uma visita de cortesia e homenagem
à harmonia entre o Judiciário e o Le- Jornada: sindicatos aceitam proposta intermediária
gislativo. Ele explicou que o encontro O presidente da Câmara, Michel ras semanais. Com discordância entre
foi um pedido de Peluso que solicitou Temer, recebeu ontem representantes sindicalistas e empresários, Michel
a presença de líderes partidários para das centrais sindicais, acompanhados Temer sugeriu a redução gradual da
demonstrar o apreço entre os poderes. pelos deputados Paulo Pereira da Sil- jornada: 43 horas semanais em 2011
va (PDT-SP) e Dagoberto (PDT-MS). e 42 em 2012. Não haveria aumento
Questionado sobre o Projeto de Lei
O grupo informou ao presidente que no valor da hora extra.
6613/09, do STF, que reajusta salários os sindicatos de trabalhadores concor- Michel Temer lembrou que, em reu-
dos servidores do Poder Judiciário, daram com a proposta intermediária nião ocorrida ontem, pediu aos líderes
Temer afirmou que o assunto não foi apresentada por Temer que poderia partidários a indicação de PECs con-
citado durante a reunião. Ele acres- resultar em consenso a votação da sideradas prioritárias pelas bancadas.
centou que a tramitação do projeto Proposta de Emenda à Constituição “Sugiro que vocês procurem os líderes e
será normal na Câmara, e não que 231/95. informem sobre o consenso. Caso eles
houve pedido de urgência. A PEC prevê a redução da carga considerem que é viável apoiar a PEC
semanal de trabalho de 44 para 40 ho- 231/05, deverão indicá-la.”
Votação
Rodolfo Stuckert
ma Judiciária de 2004 e tem 14 inte-
grantes com mandatos de dois anos,
admitida uma recondução.
Além de dois cidadãos indicados pelo
Legislativo (um pela Câmara e outro pelo
Senado), o conselho tem dois advogados
indicados pela Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB); quatro representantes
do Ministério Público da União; três do
Ministério Público dos estados; dois juí-
zes, indicados um pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) e outro pelo Superior Tri-
bunal de Justiça (STJ); e o procurador-
geral da República, que o preside.
Cabe ao conselho receber e deli-
berar sobre reclamações contra in-
tegrantes do Ministério Público da A indicação do advogado Luiz Moreira Gomes Júnior
União ou dos estados. O conselho foi aprovada por 294 votos a quatro, e duas abstenções
pode avocar processos disciplinares
em curso; determinar a remoção, a dis- profissionais, com subsídios ou proven- e aplicar outras sanções administrati-
ponibilidade ou a aposentadoria desses tos proporcionais ao tempo de serviço; vas, assegurada a ampla defesa.
Disque - Câmara 0800 619 619
Brasília, 12 de maio de 2010
Câmara abre mercado de televisão a
cabo para empresas de telefonia fixa
Lara Haje
A Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou
ontem o Projeto de Lei 29/07, do depu-
tado Paulo Bornhausen (DEM-SC),
que abre o mercado de televisão a cabo
para as empresas de telefonia fixa e cria
cotas de conteúdo nacional e indepen-
dente nos canais e pacotes de TV por
assinatura.
O texto aprovado é o substitutivo
da Comissão de Ciência, Tecnologia,
Comunicação e Informática ao projeto,
com três emendas de redação do rela-
tor na CCJ, deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Como o projeto tramita
em caráter conclusivo, seguirá agora
para análise do Senado, a menos que
haja recurso para a sua apreciação pelo
Plenário da Câmara.
O texto aprovado estabelece novo
marco legal para a televisão por assina-
tura no Brasil. Hoje a regulamentação da
TV paga é feita com base na tecnologia
de distribuição - cabo, satélite, microon-
das, entre outras -, e há regras diferen-
ciadas para os diversos serviços.
No novo marco legal, não há mais
restrições à participação de capital es-
trangeiro nem para a participação das
concessionárias do Serviço de Telefonia
Fixa Comutado (STFC) no mercado de
TV a cabo. As restrições constavam na
Lei do Cabo (Lei 8.977/95). Isso possibi-
litará que empresas de telefonia, como
Oi e Telefônica, ofereçam ao assinante
pacotes de serviços convergentes, cha-
mados triple play (telefonia, internet e
TV a cabo). Esses pacotes já podem ser
oferecidos hoje por empresas de TV a
cabo, como a NET.
Aprovado fundo de capacitação profissional e tecnológica
O Projeto de Lei 7394/06, que cria
uma política nacional de educação
profissional e tecnológica e o Fundo
de Extensão da Educação Profissio-
nal (Feep) para financiar as ações
governamentais na área, também
foi aprovado ontem pela Comissão
de Constituição e Justiça e de Cida-
dania (CCJ).
A proposta, de autoria do deputado
Ariosto Holanda (PSB-CE) e dos de-
mais integrantes do Conselho de Altos
Estudos da Câmara, foi analisada em
caráter conclusivo e segue para o Se-
nado, a menos que haja recurso para
análise pelo Plenário da Câmara.
A política nacional será imple-
www.camara.gov.br
5
CCJ
O texto final do PL 29/07, aprovado ontem pela CCJ, será agora analisado pelo Senado
Conteúdo brasileiro - O substi-
tutivo prevê que, em todos os pacotes
ofertados pelas operadoras de TV por
Verbas do Fistel serão direcionadas à indústria cinematográfica nacional
Para financiar a produção de
conteúdos audiovisuais nacionais, o
substitutivo da Comissão de Ciência
e Tecnologia ao Projeto de Lei 29/07
prevê recursos adicionais, estimados
de forma preliminar em mais de R$
300 milhões por ano, para a Contri-
buição para o Desenvolvimento da
Indústria Cinematográfica Nacional
(Condecine).
Os novos recursos para a Con-
decine serão obtidos por meio da
redução de 11% da contribuição das
operadoras de telecomunicações ao
Fundo de Fiscalização das Teleco-
municações (Fistel). De acordo com
a proposta, 30% desse montante
mentada por instituições públicas ou
vinculadas ao poder público, como as
universidades. Os autores do projeto
afirmam que os programas existentes
atualmente, como o Plano Nacional
de Qualificação (PNQ), do Ministério
do Trabalho, têm base em parcerias
com organizações não governamen-
tais e sindicatos, e não com entidades
públicas.
Ariosto Holanda afirma ainda que
as ações do governo federal para ca-
pacitação profissional e tecnológica
da população são fragmentadas e não
contam com recursos suficientes.
O relator na CCJ, deputado Mar-
celo Guimarães Filho (PMDB-BA),
Laycer Tomaz
assinatura, a cada três canais de espaço
qualificado (aqueles que veiculam ma-
joritariamente filmes, documentários,
deverão ser destinados a produtoras
estabelecidas nas regiões Norte, Nor-
deste e Centro-Oeste e 10% ao fomento
da produção independente veiculada
primeiramente em canais comunitários,
universitários e de programadoras bra-
sileiras independentes.
Conforme o texto, a Agência Nacio-
nal do Cinema (Ancine) será a agência
reguladora e fiscalizadora das regras
estabelecidas pelo PL 29 para as
atividades de programação e empa-
cotamento de conteúdo audiovisual. A
atividade de distribuição de conteúdos
será regulamentada e fiscalizada pela
Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel).
recomendou a aprovação da medida. A
comissão analisou apenas os aspectos
constitucionais, jurídicos e de técnica
legislativa da proposta.
Ações previstas - Entre as ações
previstas no projeto, estão cursos de
qualificação profissional, atividades de
extensão em universidades públicas e de
assistência técnica a produtores rurais.
Segundo o deputado, os cursos de exten-
são deverão formar eletricistas, bombeiros
hidráulicos, soldadores, mestres de obras,
carpinteiros e técnicos agrícolas, entre
outros profissionais, além de promover
a inclusão digital da população.
Pela proposta, a implementação
dessas ações será financiada pelo Feep,
séries, novelas e programas de varieda-
des), ao menos um deve ser brasileiro.
Conforme a proposta, o limite é de 12
canais brasileiros por pacote.
Desses, pelo menos dois canais
devem veicular, no mínimo, 12 horas
diárias de conteúdo produzido por pro-
dutora brasileira independente - ou seja,
aquelas produtoras sem ligação com
empresas de programação, empacota-
mento ou distribuição de conteúdo, ou
com concessionárias de serviço de ra-
diodifusão de sons e imagens (televisão
aberta).
O texto aprovado também estabe-
lece cota de conteúdo brasileiro e in-
dependente para cada canal. Segundo
o texto, nos canais de conteúdo qua-
lificado, no mínimo três horas e meia
semanais, no horário nobre, devem ser
de conteúdos brasileiros, sendo que
metade da cota deve ser produzida por
produtoras independentes.
O substitutivo da Comissão de
Ciência e Tecnologia prevê ainda que
as operadoras de TV por assinatura
deverão oferecer ao público, gratuita-
mente, a programação da TV aberta
transmitida em tecnologia analógica.
O relator na CCJ, deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), em uma das
emendas apresentadas, buscou ga-
rantir que os canais religiosos abertos
fossem transmitidos. A emenda diz
que, no caso de a Anatel determi-
nar que parte da programação não
precisa ser distribuída em razão de
inviabilidade técnica ou econômica,
ao menos um canal religioso em cada
localidade será priorizado. (LH)
constituído por 1,5% dos recursos do
Fundo de Amparo ao Trabalhador
(FAT) e por 5% das verbas do Fundo
Nacional de Desenvolvimento Cientí-
fico e Tecnológico (FNDCT), além de
outras verbas orçamentárias.
Segundo o projeto, poderão rece-
ber os recursos do Feep todos os ór-
gãos da administração pública direta,
os fundos especiais, as autarquias,
as agências executivas e regulado-
ras, as fundações e as empresas
públicas, as sociedades de economia
mista, as organizações sociais e as
demais entidades controladas direta
ou indiretamente pela União, estados,
Distrito Federal e municípios.
Disque - Câmara 0800 619 619

Pinga-Fogo
Recesso
Capitão Assumção (PSB-ES)
criticou o líder do governo na Câma-
ra, Cândido Vaccarezza (PT-SP),
por ter manifestado à imprensa a
intenção de antecipar o recesso dos
deputados para, segundo Assumção,
que pudessem acompanhar a Copa
do Mundo de Futebol. Ao contestar
a declaração, o parlamentar afirmou
que os deputados querem trabalhar
e aprovar propostas de interesse da
sociedade brasileira, como a PEC
que trata do piso salarial dos bom-
beiros e policiais militares. Capitão
Assumção alertou que as categorias
“não vão mais tolerar adiamentos”.
Ele cobrou a conclusão da votação
dos destaques pendentes na próxima
semana, conforme acordo firmado
com o presidente da Casa, Michel
Temer.
Extermínio
Luiz Couto (PT-PB) manifestou
solidariedade ao secretário de Segu-
rança Pública da Paraíba, Gustavo
Gominho, que vem recebendo amea-
ças de morte por parte de grupos de
extermínio integrados por policiais.
De acordo com o deputado, o secre-
tário iniciou “minuciosa investigação”
para descobrir o envolvimento dos
policiais nos grupos. No entanto,
não consegue dar prosseguimento
ao trabalho em razão das amea-
ças. “Embora a pena de morte seja
proibida pela Constituição, ela está
presente nos grandes centros ur-
banos. Os jovens que desejam sair
do narcotráfico ou descumprem as
normas das organizações crimino-
sas são sumariamente executados”,
denunciou o parlamentar. Luiz Couto
disse ainda que Maceió, Recife,
Vitória e João Pessoa tem o maior
número de mortes de jovens entre
15 e 24 anos.
Anistia
Chico Lopes (PCdoB-CE) criti-
cou a decisão do Supremo Tribunal
Federal, que não acatou o pedido da
Ordem dos Advogados do Brasil de
rever a Lei da Anistia. A decisão do
STF, segundo o deputado, mantém a
impunidade dos agentes do governo
militar que praticaram tortura e as-
sassinato contra os presos políticos
do regime. “Em muitas ocasiões, o
STF toma decisões com enfoque
político e até ideológico. A decisão
em relação à Lei da Anistia está re-
percutindo mal no exterior, sobretudo
nas organizações de defesa dos di-
reitos humanos.” Lopes acrescentou
que a Argentina é um exemplo a ser
seguido, já que suas decisões são
diferentes em relação aos crimes
praticados no regime militar. Ele ci-
tou, nesse contexto, a recente prisão
do ministro da economia de um dos
governos militares, por determinação
de um juiz federal argentino.
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6 Brasília, 12 de maio de 2010
PLENÁRIO
Diógenis Santos
Roberto Rocha alerta
para necessidade
de novo modelo na
produção rural
Ao destacar que em 2050 haverá
cerca de 9 bilhões de habitantes na
Terra, segundo projeções da Organi-
zação das Nações Unidas, o deputado
Roberto Rocha (PSDB-MA) decla-
rou que o Brasil poderá ser, no futuro,
o celeiro do mundo, mas ainda não se
conseguiu formular projeto que garan-
ta que essa oportunidade não seja fei-
ta ao custo de “pilhagens ambientais
e hipotecas sociais, como no passado
Diógenis Santos
Nilson Mourão critica
José Serra e diz que
tucano mudará políticas
implantadas por Lula
O deputado Nilson Mourão
(PT-AC) afirmou que, se a candi-
data do PT à Presidência da Repú-
blica, Dilma Rousseff, for eleita, dará
continuidade ao projeto do presiden-
te Lula. O mesmo não ocorrerá, na
opinião do parlamentar, se for eleito
o ex-governador de São Paulo, José
Serra (PSDB). Segundo o deputado,
depois de Serra afirmar que seria o
herdeiro da herança de Lula, aque-
recente”. Segundo o parlamentar, para manente insolação, solos e relevo favo-
estar preparado para esse cenário, o País ráveis. Graças a essas características,
tem que redefinir o modelo de gestão não há outro país onde certos grãos,
territorial - e os principais desafios são como a soja, possam crescer em menos
de ordem ambiental, social, logística e tempo. Temos também um histórico
institucional. de pesquisas de variedades
Estima-se, observou adaptadas regionalmente
Rocha, que o aumento da O caminho que que nos colocam na fron-
população irá demandar teira do conhecimento”,
a produção de mais de
trilhamos hoje é disse o deputado, acrescen-
2,6 bilhões de toneladas irremediavelmente tando que, especialmente
brutas de alimentos até insustentável com o trabalho da Embra-
2025, mantidos os atu- pa, o Brasil desenvolveu
ais padrões de consumo “massa de saber” e recursos
alimentar. Se os mais po- humanos para fazer frente
bres forem alimentados, disse o deputado, ao desafio da produção.
pode-se chegar à necessidade de colheitas Líder mundial - Segundo Rober-
em torno de 9 bilhões de toneladas, prati- to Rocha, o Brasil tem hoje posição
camente o dobro do que se tem hoje. “Que consolidada na produção de proteína
vantagens o Brasil teria nesse mundo voraz animal e alcançou a liderança mundial
e superpopuloso, que não estariam sujeitas no comércio de suco de laranja, café,
a crises conjunturais?”, indagou. soja, milho e arroz. Além disso, esses
Reservas - Rocha acentuou que fatores combinados levaram o País a au-
restam - descontadas as unidades de mentar sua colheita de grãos em 375%,
conservação, as reservas indígenas e entre 1965 e 2004. Mas, mesmo assim,
as áreas de reserva legal e de proteção em sua opinião, o Brasil ainda possui
permanente - cerca de 31% do território “gargalos históricos” que, se enfrentados,
aptos para a ocupação agrícola. Isso, de poderiam aumentar a produção. “Até
acordo com o parlamentar, é terra sufi- hoje a humanidade soube superar com
ciente para alimentar mais de 1 bilhão inventividade os graves problemas da
de pessoas pelos padrões de produtivi- superlotação, mas somente a fé nessa
dade atuais. capacidade nos impede de ver que o
“Do lado da oferta, destaca-se a ex- caminho que trilhamos hoje é irreme-
tensão de áreas agricultáveis, com per- diavelmente insustentável.”
le que daria continuidade à sua obra, o nistério da Segurança, querendo co-
candidato revelou o seu verdadeiro po- locar a responsabilidade no governo
sicionamento político. De acordo com federal, quando, na verdade, a falta
Mourão, Serra apresenta-se agora como de segurança em São Paulo é de res-
alguém que vai mudar as políticas do ponsabilidade do governo do estado
governo Lula. com a ajuda do governo federal, que
O parlamentar ressaltou que, em nunca se negou a colaborar.”
recente entrevista concedida a vários Além da segurança, Mourão afir-
jornais, Serra abandonou a decisão de mou que Serra não cuidou da saúde,
ser o “herdeiro” de Lula e colocou-se tendo o número de casos de dengue
como candidato de opo- aumentado no estado. O
sição ao atual governo. deputado explicou que
“Com relação ao Banco O povo vai ver a responsabilidade nes-
Central, teceu críticas sa área é do governador,
e mais críticas, a ponto que o Serra é que deveria ter celebra-
de, numa discussão com um candidato do acordos e convênios
uma jornalista, ter havi- sem rumo com o governo federal
do alguns momentos
acalorados. Com re-
para combater a doen-
ça.
lação à usina de Belo Privatizações - Na
Monte, sem explicar o porquê, expôs avaliação do parlamentar, se eleito,
uma série de críticas. E fez o mesmo Serra continuará o modelo do ex-
com relação ao Mercosul, à Telebrás presidente Fernando Henrique Car-
e ao pré-sal”, disse. doso: “Vai privatizar tudo, sucatean-
Como parlamentar que apoia a can- do a máquina do Estado brasileiro”.
didatura de Dilma Rousseff, Mourão sa- Com isso, acrescentou, a economia
lientou que acha bom que Serra posicio- ficará sem crescimento e não ha-
ne-se dessa forma “porque o povo vai ver verá geração de empregos. Mourão
que ele é um candidato sem rumo”. ainda comparou os governos Lula
Segurança - O deputado questio- e Fernando Henrique Cardoso. Se-
nou a capacidade de Serra para ser um gundo o parlamentar, nos oito anos
bom gestor, pois não teria conseguido do governo FHC foram gerados 700
melhorar a segurança pública em São mil novos empregos. Já a gestão de
Paulo. “E ainda diz que um dos primeiros Lula aproxima-se do montante de 14
ministérios que vai criar será o outro Mi- milhões de novos empregos.
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Brasília, 12 de maio de 2010
CPI aprova relatório final sem
propor auditoria na dívida pública
Marcello Larcher
A Comissão Parlamentar de In-
quérito (CPI) que investigou a dívida
pública brasileira encerrou ontem seus
trabalhos sem apontar indícios de irre-
gularidades que justifiquem recomendar
auditoria da dívida nem o envio do rela-
tório final para o Ministério Público. Os
integrantes da comissão aprovaram as
recomendações elaboradas pelo relator,
deputado Pedro Novais (PMDB-MA),
em votação apertada - oito votos con-
tra cinco - para uma CPI que não teve
muitas disputas.
O texto aponta a política de juros
altos como principal culpada pela ele-
vação da dívida pública brasileira nos
últimos anos e sugere medidas para
tornar mais transparentes as informa-
ções prestadas pelo governo. O texto
conclui também que há problemas na
forma como a dívida dos estados foi re-
negociada com a União.
Para corrigir esses problemas, o re-
latório contém três projetos de lei como
recomendações. Eles reforçam leis, em
especial a Lei de Responsabilidade
Fiscal. Dois projetos que estão no Se-
nado receberam apoio. Ambos fixam
Deputados querem ouvir ex-diretor da Bancoop
sobre denúncias de desvio de recursos
Idhelene Macedo
Após ouvir relatos de participan-
tes da Cooperativa Habitacional dos
Bancários de São Paulo (Bancoop),
integrantes da Comissão de Fisca-
lização e Controle defenderam a
necessidade de investigação mais
detalhada das denúncias de desvio
de recursos da entidade para finan-
ciamento de campanhas políticas.
Os deputados Vanderlei Macris
(PSDB-SP) e Silvio Torres (PSDB-
SP) pretendem convidar o ex-diretor
da Bancoop João Vaccari Neto para
prestar esclarecimentos.
De acordo com o Ministério
Público de São Paulo, pelo menos
3 mil famílias foram vítimas de um
esquema que teria desviado mais
de R$ 100 milhões dos cofres da
cooperativa. Prédios que deveriam ter
sido construídos com esse dinheiro
nunca ficaram prontos. A Bancoop
nega as acusações.
Na audiência pública realizada
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7
ECONOMIA
Entidades protestaram, durante a audiência, contra a falta de auditoria na dívida
limites para as dívidas, líquida e bruta,
em 350% e 650% das receitas líquidas
correntes da União.
Ministério Público - Os deputados
que discordaram do relatório marcaram
para a próxima terça-feira (18) a entrega
do voto em separado apresentado por
Ivan Valente (Psol-SP) ao Ministério
Público. Além de irregularidades, como
a cobrança de juros sobre juros e con-
tratos que lesaram os cofres públicos, o
voto propõe a realização de auditoria
ontem, a comissão ouviu representantes
dos cooperados. Marcos Sérgio Migliac-
cio disse que pagou todas parcelas do
imóvel, no Edifício Cachoeira, mas que
corre o risco de perder o apartamento,
que foi penhorado por causa de uma
dívida trabalhista da cooperativa.
Segundo Marcos, 2 mil pessoas ques-
tionam na Justiça uma cobrança ilegal feita
pela Bancoop. Cerca de três anos após
o recebimento das chaves, disse ele, os
cooperados foram surpreendidos com a
cobrança de R$ 5 mil a R$ 200 mil.
Outro cooperado, Marcelo Fechio
Santos, contou que, apesar de ter quitado
as parcelas, após três anos ainda não
possui a escritura de seu apartamento
no Edifício Saint Phelipe.
Ex-diretor - Para Vanderlei Macris,
que solicitou a audiência, os relatos dos
cooperados reforçam a necessidade do
comparecimento do ex-diretor da Bancoop
João Vaccari Neto na comissão. “Qual
foi a mecânica de utilização de recursos
para alimentar essa articulação político-
partidária que existia dentro da Bancoop?”,
Janine Moraes
completa da dívida, como foi proposto
pela Constituição de 1988. “Ao contrá-
rio do que disse o relator, achamos que
há irregularidades na administração
da dívida que justificam uma auditoria
completa”, afirmou Valente.
O relator justificou sua decisão,
dizendo que o texto somente deve ser
encaminhado ao Ministério Público
quando há responsabilidade a ser apu-
rada. “Não encontrei nenhuma pessoa,
nenhum documento, nenhuma infor-
Para Vanderlei Macris ( C ), audiência reforçou necessidade de ouvir João Vaccari Neto
questiona.
Silvio Torres também quer esclareci-
mentos: “Queremos saber se os diretores
e o presidente da Bancoop são filiados a
partidos políticos, para saber se realmente
procedem as denúncias”. O convite ao
ex-diretor ainda não foi formalizado. Para
mação sequer, mesmo verbal, dizendo
que ‘fulano’ era culpado de alguma irre-
gularidade”, sustentou Pedro Novais.
Auditoria cidadã - Várias entida-
des reunidas na organização Auditoria
Cidadã da Dívida reivindicaram que o
relatório incluísse o pedido de auditoria,
mas avaliaram a CPI de forma positiva,
apesar de a auditoria ter sido descartada.
Para uma das coordenadoras da Audito-
ria Cidadã, Maria Lúcia Fattorelli, a CPI
fez descobertas importantes que podem
fundamentar uma futura auditoria. Se-
gundo ela, um dos problemas é conseguir
documentos e informações, e mesmo a
CPI teve dificuldades nessa área. Mas,
com esses dados que foram entregues às
entidades pelos deputados, novos estudos
serão feitos para gerar mais argumentos a
favor de uma auditoria no futuro.
Beneficiários - O deputado Paulo
Rubem Santiago (PDT-PE) lembrou
que a CPI deveria investigar quem são
os beneficiários que ganham dinheiro
com os títulos da dívida brasileira e qual
o impacto das limitações impostas pelo
pagamento da dívida sobre as políticas
sociais. “Mas o relatório não toca no
assunto, e por isso não cumpriu o reque-
rimento de criação da CPI”, criticou.
Laycer Tomaz
Macris, a comissão tem o dever de
investigar o caso, já que a cooperativa
contava com “recursos dos fundos de
pensão dos funcionários do Banco do
Brasil, da Caixa Econômica Federal e
da Petrobras, empresas das quais a
União é acionista majoritária”.
Disque - Câmara 0800 619 619
 8 Brasília, 12 de maio de 2010

educação física

Brasil deve aproveitar Copa e Olimpíada e

investir mais em esportes, dizem debatedores Saulo Cruz

Murilo Souza Ubiali (PSB-SP) defendeu a capacitação de mais

O Brasil precisa aproveitar a proximidade da
realização de grandes eventos esportivos, como a
Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos
Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, para investir
no desenvolvimento dos valores educacionais e so-
ciais do esporte e da educação física. A opinião é de
deputados e participantes do seminário “A Educação
Física Escolar Especial, a Inclusiva e as Paraolimpí-
adas”, realizado ontem pela Comissão de Turismo
e Desporto.
O presidente da Academia Olímpica Brasileira
(AOB), Jorge Steinhilber, ressaltou que o Brasil deve
aprender a tirar proveito do “tsunami” de eventos
sediados no País. Steinhilber, que também preside
o Conselho Federal de Educação Física, defendeu o
papel do esporte na promoção da cidadania, e não
só como meio de alcançar medalhas. As escolas,
disse, devem oferecer às crianças um tipo de educa-
ção que garanta saúde e conhecimento para elas se
tornarem, sobretudo, “cidadãs plenamente incluídas
no meio social”.
Desenvolvimento e capacitação - Na opinião
do deputado Edinho Bez (PMDB-SC), que integra
a Comissão de Turismo e Desporto, a realização dos
eventos no País pode mudar a visão dos brasileiros
no sentido de valorizar esse tema. “O esporte é uma
ferramenta extraordinária de desenvolvimento hu-
mano”, afirmou. Ele citou dados da ONU mostrando
que, para cada dólar investido na área, há quatro
dólares de retorno.
Além de destacar a realização de grandes even-
tos esportivos no Brasil como oportunidade para
maior desenvolvimento do setor, o deputado Dr.
profissionais na área de educação física.
Alunos com deficiência - Representante da Se-
cretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Es-
tado de São Paulo, Vanilton Senatore citou exemplo
de como a experiência vivida em um grande evento
pode estimular mudanças. Segundo ele, após o retor-
no da delegação paraolímpica brasileira dos Jogos de
Pequim, em 2008, o estado de São Paulo criou o Co-
mitê de Apoio ao Paradesporto, que ficou responsável
pela formulação de um plano de ação paradesportivo
no estado. Uma das primeiras conquistas do plano,
lembrou, foi conseguir implementar atividades de
educação física para alunos com deficiência em esco-
las regulares de ensino médio e fundamental.
Estímulo precoce - Para a professora do Centro
de Ensino Especial nº 2 da Secretaria de Educação
do Distrito Federal, Jaqueline Duarte, o processo de
inclusão e de desenvolvimento socioeducional de
pessoas com deficiência precisa começar cedo. Para
Jaqueline, o estímulo precoce de aspectos sensoriais
é capaz de garantir melhores oportunidades de in-
clusão social.
Fundeb - Durante o seminário, o deputado
Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE) destacou
a importância do Fundeb como forma de ampliar
os recursos destinados à educação fundamental e in-
fantil no País. Para Lustosa, a educação regular deve
ser prioridade em qualquer caso. “Não é porque uma
criança tem grande potencial para o esporte que ela
pode dispensar a educação formal”, advertiu.
O requerimento para a realização do seminá-
rio foi apresentado pelos deputados Otavio Leite
(PSDB-RJ) e Luciana Costa (PR-SP). O seminário reuniu, no auditório Nereu Ramos, deputados,
especialistas em esportes e em educação física especial

Presidente de comitê paraolímpico afirma

que meta é chegar ao 5º lugar nos jogos de 2016
Carol Siqueira
A meta do Comitê Paraolímpico
Brasileiro (CPB) é pular do 9º lugar
alcançado pelo Brasil nos Jogos Parao-
límpicos de Pequim, em 2008, para o 7º
nos jogos de 2012, em Londres, e chegar
ao 5º lugar nos jogos de 2016, no Rio de
Janeiro. A informação é do presidente
do CPB, Andrew Parson, que partici-
pou do seminário “A Educação Física
Escolar Especial, a Inclusiva e as Para-
olimpíadas”, promovido pela Comissão
de Turismo e Desporto.
Para alcançar essas metas, o CPB
está investindo em conhecimento e na
capacitação de profissionais. Em par-
ceria com a Universidade Federal de
Uberlândia, foi inaugurada a Academia
Paraolímpica Brasileira, instituição que,
segundo Parsons, vai trabalhar em três
pilares: capacitação dos profissionais
do esporte paraolímpico; publicação
científica e relação institucional com
a academia científica.
Andrew Parson ponderou que, para
chegar ao 5º lugar em 2016, é neces-
sário mais investimento no esporte pa-
raolímpico, especialmente dos estados
e municípios. Se todas as unidades fe-
derativas investissem no incentivo ao
atleta portador de necessidade especial,
atingir as metas para 2012 e 2016 seria
muito mais fácil, avaliou.
Diploma - Durante o seminário,
os debatedores criticaram o projeto de
alteração da Lei Pelé, em tramitação
no Senado, e pediram que os deputa-
dos intervenham junto aos senadores
para derrubar o artigo do PLC 9/10
que permite a ex-atletas profissionais
com três anos consecutivos de prática
ou cinco anos alternados o exercício
de monitoria em educação física, sem a
necessidade de diploma de graduação.
“Esse artigo prejudica o direito da
sociedade de ser atendida com quali-
dade por um profissional habilitado”,
disse Jorge Steinhilber, presidente do
Conselho Federal de Educação Física.
Segundo ele, a proposta permitiria que
um atleta de 10 anos de idade pudesse,
aos 13 anos, exercer o ensino de edu-
cação física.
O deputado Eugênio Rabelo (PP-CE)
disse no encontro que vai agendar reunião
com os senadores para tentar viabilizar a
retirada dessa parte do texto.
Documento elaborado pelos par-
ticipantes do seminário e entregue à
presidente da Comissão de Turismo e
Desporto, deputada Raquel Teixeira
(PMDB-GO), lista dez propostas para
diretrizes de políticas de educação físi-
ca especial. Eles solicitam, entre outros
pontos, que o ensino de educação física
seja privativo do profissional da área; a
obrigatoriedade da oferta da disciplina
em todas as séries, em todos os níveis
de ensino; a extensão dos programas de
educação física voltados para crianças de
zero a três anos; e o atendimento com-
plementar obrigatório para os alunos
portadores de necessidades especiais.
Acessibilidade - O professor Ulisses
de Araújo, da Secretaria de Educação
do Distrito Federal, que coordena o
Centro de Treinamento de Educação
Física Especial, disse que o Decreto de
Assessibilidade (5296/04) não está sen-
do cumprido pelas escolas e ginásios,
onde os portadores de deficiência ainda
encontram barreiras que comprometem
a sua mobilidade.

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