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Intuição:
Sensibilidade:
Entendimento
Sensação
Fenômeno
1. São puras todas as representações, isto é, o que é dado na intuição por meio da
sensibilidade, nas quais nada se encontra que pertença à sensação: “Chamo puras (no
sentido transcendental) todas as representações em que nada se encontra que
pertença à sensação.”
2. Deverá, pois, encontrar-se no espírito um princípio de ordenação, isto é, uma forma
pura, universal e necessária das intuições sensíveis: “Por consequência, deverá
encontrar-se absolutamente a priori no espírito a forma pura das intuições sensíveis
em geral, na qual todo o diverso dos fenômenos se intui em determinadas condições.
Essa forma pura da sensibilidade chamar-se-á também intuição pura.”
1. Isolar a sensibilidade e abstrair os conceitos (pelo qual os objetos são pensados) que
nos são dados pelo entendimento, para que reste apenas a intuição empírica.
2. Mas o alvo não é a intuição empírica, e sim a intuição pura. Como a intuição empírica
está intrinsecamente ligada ao efeito produzido pelo objeto na capacidade de receber
representações, isto é, como está ligada à sensação, deve-se afastar tudo o que
pertença a esta, a fim de que restem somente as formas puras e a priori da intuição
sensível.
3. Chegar-se-á à conclusão de que existem duas formas puras e a priori da intuição
sensível: tempo e espaço.
§2 Do espaço
Exposição
1. O espaço não é um conceito empírico, pois redundaria numa petitio – com efeito, para
que o efeito exercido sobre a minha sensibilidade esteja relacionada a algo exterior a
mim e para que estes objetos sejam exteriores em relação a si, em lugares distintos, o
espaço já precisa estar pressuposto. Logo, não apreendemos o espaço empiricamente
para, então, apreendê-lo intuitivamente: “Logo, a representação de espaço não pode
ser extraída pela experiência das relações dos fenômenos externos; pelo contrário,
esta experiência externa só é possível, antes de mais, mediante essa representação.”
2. O espaço é uma representação necessária que fundamenta todas as intuições
empíricas. Pode não haver objetos no espaço, mas aí mesmo consideramos que há
espaço. O espaço, portanto, é uma condição de possibilidade do que aparece
(fenômeno) e nos é dado na intuição por intermédio da sensibilidade: “Consideramos,
por conseguinte, o espaço a condição de possibilidade dos fenômenos, não uma
determinação que dependa deles; é uma representação a priori, que fundamenta
necessariamente todos os fenômenos externos.”
3. O espaço não é um conceito discursivo e universal que abstraímos da intuição
empírica. Não termina aqui e começa acolá se o considerarmos como uma forma pura
e a priori da intuição sensível. Por conseguinte, é uno. Do fato de não ser empírico, se
conclui que todos os conceitos extraídos do entendimento acerca do espaço não
podem derivar senão da intuição a priori do espaço; donde se conclui que os juízos
geométricos daí aferidos são sintéticos a priori.
4. Pouco claro.
Exposição
1. O espaço nada tem a ver com a representação das coisas em si. Isto é, não é uma
determinação do objeto.
2. “O espaço nada mais é do que a forma de todos os fenômenos do sentido externo”.
Neste sentido, ele deve encontrar-se a priori, uma vez que essa capacidade de receber
representações dadas na intuição encontra-se antes de qualquer intuição empírica e,
portanto, deve conter a forma pura da intuição na qual os objetos são determinados
antes de toda experiência: “Como a receptividade do sujeito, mediante a qual este é
afetado por objetos, precede necessariamente todas as intuições desses objetos,
compreende-se como a forma de todos os fenômenos possa ser dada no espírito antes
de todas as percepções reais, por conseguinte a priori, e, como ela, enquanto intuição
pura na qual todos os objetos têm que ser determinados, possa conter, anteriormente
a toda a experiência, os princípios das suas relações.”