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PODER, MOTIVAÇÃO E LIDERANÇA

O que significa PODER ?

Tradicionalmente, o poder é compreendido como algo que é exercido por um agente


capaz de impor sua vontade a outrem, independentemente da sua anuência.
A teoria tradicional do poder foi renovado por Robert Dahl que, em meados do século XX,
apresenta a seguinte definição: “poder é a relação entre dois sujeitos, dos quais o primeiro obtém
do segundo um comportamento que, em caso contrário não ocorreria”. Dessa feita, enquanto
relação entre dois sujeitos, o poder está estritamente ligado à ideia de liberdade; os dois
conceitos são definidos um mediante a negação do outro: “O poder de ‘A’ implica a não liberdade
de ‘B’; a liberdade de ‘A’ implica o não poder de ‘B’.

Os três tipos puros de PODER legítimo segundo Max Weber

Max Weber definiu o poder (ou dominação) como a oportunidade de encontrar uma
pessoa determinada pronta a obedecer a uma ordem de conteúdo determinado. Classificou este
poder legítimo em três formas puras:

Poder Legal (onde qualquer direito pode ser criado e modificado através de um estatuto
sancionado corretamente), tendo a “burocracia” como sendo o tipo mais puro desta dominação.
Os princípios fundamentais da burocracia, segundo o autor são a Hierarquia Funcional, a
Administração baseada em Documentos, a Demanda pela Aprendizagem Profissional, as
Atribuições são oficializadas e há uma Exigência de todo o Rendimento do Profissional. A
obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra, que se conhece
competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer. Weber classifica este
tipo de dominação como sendo estável, uma vez que é baseada em normas que, como foi dito
anteriormente, são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado corretamente. Ou
seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado.

Poder Tradicional (onde a autoridade é, pura e simplesmente, suportada pela existência


de uma fidelidade tradicional); o governante é o patriarca ou senhor, os dominados são os súditos
e o funcionário é o servidor. O patriarcalismo é o tipo mais puro desta dominação. Presta-se
obediência à pessoa por respeito, em virtude da tradição de uma dignidade pessoal que se julga
sagrada. Todo o comando se prende intrinsecamente a normas tradicionais (não legais) ao meu
ver seria um tipo de “lei moral”. A criação de um novo direito é, em princípio, impossível, em
virtude das normas oriundas da tradição. Também é classificado, por Weber, como sendo uma
dominação estável, devido à solidez e estabilidade do meio social, que se acha sob a
dependência direta e imediata do aprofundamento da tradição na consciência coletiva.

Poder Carismático (onde a autoridade é suportada, graças a uma devoção afetiva por
parte dos dominados). Ela assenta sobre as “crenças” transmitidas por profetas, sobre o
“reconhecimento” que pessoalmente alcançam os heróis e os demagogos, durante as guerras e
revoluções, nas ruas e nas tribunas, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis
que lhes são devidos pelos governados. A obediência a uma pessoa se dá devido às suas
qualidades pessoais. Não apresenta nenhum procedimento ordenado para a nomeação e
substituição. Não há carreiras e não é requerida formação profissional por parte do “portador” do
carisma e de seus ajudantes. Weber coloca que a forma mais pura de dominação carismática é o
caráter autoritário e imperativo. Contudo, Weber classifica a Dominação Carismática como sendo
instável, pois nada há que assegure a perpetuidade da devoção afetiva ao dominador, por parte
dos dominados.

Max Weber observa que o poder racional ou legal cria em suas manifestações de
legitimidade a noção de competência, o poder tradicional a de privilégio e o carismático dilata a
legitimação até onde alcance a missão do “chefe”, na medida de seus atributos carismáticos
pessoais.
As três formas de PODER segundo Norberto Bobbio

Poder Econômico - Aquele que se vale da posse de certos bens, necessários ou percebidos como
tais, numa situação de escassez. No mesmo caso, podem também deter os meios de produção

Poder ideológico - Aquele que se vale da posse de certas formas de saber, doutrinas,
conhecimentos, informações ou códigos de conduta.

Poder político - é a forma mais “completa” de poder por ter a capacidade de recorrer à força física
e a violência para ser executado.

Então, conforme Bobbio, o que têm em comum as três formas de poder? Contribuem para manter
uma sociedadedesigual baseada na riqueza, saber e força .As formas de poder são, em verdade,
os mecanismos sociais que, para a teoria moderna de poder, influenciam nas relações humanas e
na concepção relacional de poder. Eis o ponto de convergência entre as teorias tradicional e
moderna a respeito do poder.

MOTIVAÇÃO
Motivação é o resultado da interação entre o indivíduo e a situação. Na
Administração é a vontade de empregar esforço em direção a metas organizacionais
condicionada a satisfazer uma necessidade do indivíduo. Temos então três elementos na nossa
definição: ESFORÇO → METAS ORGANIZACIONAIS → NECESSIDADES.

PRIMEIRAS TEORIAS DE MOTIVAÇÃO


Estas primeiras teorias foram vistas dentro da Teoria Comportamental e são elas:
 Teoria das Necessidades de Abraham Maslow.
 Teoria X e Y de Douglas McGregor
 Teoria Motivação-Higiene de Frederick Herzberg

TEORIAS CONTEMPORÂNEAS DE MOTIVAÇÃO


Teoria ERC de Clayton Aldefer

Criada por Clayton Aldefer da Universidade de Yale. Baseada nos tópicos de Existência,
Relacionamentos e Crescimento, ela se assemelha com a teoria de Maslow. Não vê hierarquia
entre as necessidades, mais de uma necessidade pode estar funcionando ao mesmo tempo. Se a
gratificação de uma necessidade de nível mais alto é reprimida, o desejo de satisfazer uma
necessidade de nível mais baixo aumenta. Observa ainda que a hierarquia das necessidades
também podem serem vistas de modo diferentes conforme a cultura do indivíduo.

Teoria de Necessidade de McClelland

Desenvolvida por David McClelland, é baseada nos tópicos:


 Necessidade de Realização: impulso de exceder, sair-se bem em relação a um conjunto
de padrões, lutar pelo sucesso.
 Necessidade de Poder: a necessidade de fazer os outros se comportarem de uma
maneira que eles não teriam se comportado de outro modo.
 Necessidade de Afiliação: o desejo por relações interpessoais amigáveis e próximas.

Teoria de Determinação de Metas de Edwin Locke

As intenções de trabalhar em direção a uma meta são a principal fonte de motivação no


trabalho. As metas dizem ao empregado o que precisa ser feito e quanto de esforço deve-se
empregar. Metas específicas melhoram o desempenho e metas difíceis, quando aceitas, resultam
em um desempenho melhor do que metas fáceis e finalmente, o feedback leva a melhor
desempenho do que a falta de feedback. Assemelha-se a uma idéia de felicidade como vetor de
conquistas. Exemplos: O conceito de felicidade e a coerção feita no livro “Em busca de Sentido”
de Viktor Frankl.

Teoria da Equidade de J. Stacy Adams

Os empregados se motivam ou se desmotivam em razão da comparação de insumos e


resultados de seus trabalhos relativos aos dos outros. Percebemos o que ganhamos de uma
situação de trabalho (resultados) em relação ao que colocamos nele (insumos) e, então,
comparamos essa nossa proporção com os outros. Se a comparação é justa, mantemos o padrão
e se não é, há uma tensão para se corrigir isso. Comparam-se amigos, vizinhos, colegas de
trabalho na organização ou em outras organizações.

Teoria da Expectativa de Victor Vroom

A motivação depende de quanto se acredita que o seu esforço levará a uma boa avaliação
de desempenho e consequentemente uma recompensa organizacional. Para estar motivado o
empregado deve responder SIM para as seguintes perguntas:
 Se eu der o esforço máximo, isso será reconhecido na minha avaliação?
 Se eu for bem avaliado, isso levará a recompensas organizacionais?
 Se eu for recompensado, as recompensas são aquelas que acho atraentes?

UMA TEORIA PARA AMBIENTES DE ALTA TECNOLOGIA.

Uma experiência com alunos no MIT (Massachusetts Institute of Technology)


provou que o prêmio em dinheiro só motiva quando a tarefa envolve APENAS habilidades
mecânicas. A experiência foi repetida em uma região suburbana da Índia e repetiu os resultados.
Se a tarefa envolve habilidade cognitiva as altas premiações não elevam o desempenho do
funcionário, mas se você não pagar o suficiente, as pessoas ficam desmotivadas. Ou seja,
pagando o suficiente, existem três fatores que aumentam a desempenho. São eles:

1 – Autonomia – Vontade de conduzir a própria vida, fazer do seu jeito. Exemplo: A


empresa de software Atlassian deu total autonomia aos funcionários e pediu resultados em 24
horas. Eles poderiam trabalhar o tempo que quisessem e usar os recursos que quisessem que ao
final haveria uma reunião bem informal sobre os resultados. Eis que conseguiram verdadeiros
milagres na diminuição de “bugs” nos softwares existentes e diversas ideias novas para a criação
de novos produtos.

2 – Domínio – Aprimorar-se em algo, melhorar sua habilidade em determinada função.


Fazer algo por diversão.
Exemplo: Tocar um instrumento musical, Fazer uma anti-vírus, Construir um game para
computador, Fabricar um carro/moto de forma personalizada.

3 – Propósito – Fazer por que é bom e não para ter lucros. Ter consciência que aquele
trabalho terá valor para pessoas e não cobrar por isso.
Exemplos: Skype surgiu com o ideal de melhorar a comunicação das pessoas e foi vendido em
2011 para a Microsoft por U$ 8,5 bilhões. A grande disputa entre o Wikipédia e o Encarta. O caso
da TELESC após a privatização, que piorou seus índices.

A chave dessas idéias parece ser: “Construir empresas para melhorar a


vida das pessoas e em conseqüência melhorar o mundo”
LIDERANÇA :

LIDERANÇA SITUACIONAL

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