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Nov 2007

Teoria do
Conhecimento
Prof Johannes Hessen – 1925
Tradução de Dr. António Correia

Professora: Sônia Afonso


Alunas: Carolina Rocha Carvalho
Maria Rosa Tesser Lima
01/47 Teoria do Conhecimento
Prof Johannes Hessen - 1925

Nov 2007 Carolina e Maria Rosa


INTRODUÇÃO
Essência da Filosofia
O que é filosofia?
- Amor pela sabedoria, desejo de saber (do grego)
- Ciência pura e simples (Platão e Aristóteles)
- Uma aspiração à virtude ou à felicidade (estóicos e epicuristas)
- Ciência dos princípios (Cristian Wolff)

Qual o método que devemos utilizar para definir a


essência da filosofia?
Devemos extrair do conteúdo histórico?
02/47 Teoria do Conhecimento
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INTRODUÇÃO
Visão histórica da filosofia
Sócrates – procura fazer de toda ação humana um saber.
(Consciência Filosófica)
Platão – a reflexão filosófica estende-se ao conteúdo total da
consciência humana.
Auto-reflexão do Espírito. (Concepção do Eu)
Aristóteles – Filosofia primeira, ou metafísica – O SER.
(Concepção do Universo)
Descartes, Espinosa e Leibnitz – Concepção do Universo
Kant – Concepção do Eu (modelo platônico). Reflexão
universal do espírito sobre si mesmo.
03/47 Teoria do Conhecimento
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INTRODUÇÃO
Visão histórica da filosofia
Schelling e Hegel – ressurge o modelo aristotélico e uma
renovação do tipo kantiano, o neokantismo. (sec. XIX)
Assim, a filosofia adquiriu um caráter puramente formal e
metodológico.

Concepção do EU X Concepção do UNIVERSO


A história apresenta, em suma, um movimento pendular entre
estes dois elementos, mas a filosofia é simultaneamente as
duas concepções.
“A filosofia é uma auto-reflexão do espírito sobre o seu
comportamento de valor teórico e prático e uma aspiração ao
conhecimento das ultimas conexões entre as coisas, a uma
concepção racional do universo.” (HESSEN, 1925, pg 15)
04/47 Teoria do Conhecimento
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INTRODUÇÃO
Posição da teoria do conhecimento no
sistema filosófico
Formal Lógica
Teoria da Ciência
Material Teoria do
Conhecimento
Valores éticos

Teoria dos Valores Valores estéticos

Valores religiosos
Natureza

Teoria da Concepção Metafísica


Espírito
do Universo Concepção do Universo
05/47 Teoria do Conhecimento
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INTRODUÇÃO
Posição da teoria do conhecimento no
sistema filosófico
Formal Lógica
Teoria da Ciência
Material Teoria do
Conhecimento

A lógica pergunta pela correção formal do pensamento, isto é,


pela concordância consigo mesmo, pelas suas próprias
formas e leis.
TEORIA DO PENSAMENTO CORRETO
A teoria do conhecimento pergunta pela verdade do
pensamento, isto é, pela sua concordância com o objeto.
TEORIA DO PENSAMENTO VERDADEIRO
06/47 Teoria do Conhecimento
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INTRODUÇÃO
História da teoria do conhecimento
John Locke – fundador (1690) – Idade Moderna
Como verdadeiro fundador da teoria do conhecimento dentro
da filosofia continental apresenta-se Manuel Kant. (1781)
Kant dá uma fundamentação crítica do conhecimento
científico da natureza (método transcendental)
Filosofia de Kant – transcendentalismo ou criticismo
Fichte – apresenta como teoria da ciência. Manifesta a
confusão entre a teoria do conhecimento e a metafísica.
Neokantismo – esforçou-se por traçar uma separação entre
os problemas epistemológicos e metafísicos. [197?]
Hoje nos encontramos perante uma multidão de direções
epistemológicas em conexão sistemática.
07/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
TEORIA GERAL DO

Investigação fenomenológica preliminar


O FENÔMENO DO CONHECIMENTO E OS PROBLEMAS
NELE CONTIDOS
Teoria do conhecimento é uma explicação ou interpretação
filosófica do conhecimento humano.
Primeiro devemos examinar escrupulosamente o objeto.
É necessário observar com rigor e descrever com exatidão
aquilo a que chamamos de conhecimento, esse peculiar
fenômeno de consciência (método fenomenológico).

O sujeito é modificado
Imagem

pelo objeto, no
Sujeito Objeto conhecimento.
O objeto é modificado
pelo sujeito, na ação.
08/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
TEORIA GERAL DO

Investigação fenomenológica preliminar


O FENÔMENO DO CONHECIMENTO E OS PROBLEMAS
NELE CONTIDOS
O conceito de verdade relaciona-se com a essência do
conhecimento. Mas, em que consiste a verdade?
Na concordância da imagem com o objeto.
Mas, não basta ser verdadeiro, precisamos ter certeza de que
é verdadeiro. Esta comprovação se encontra além do
alcance do problema fenomenológico.
Possibilidade do conhecimento
Principais Origem do conhecimento
problemas Essência do conhecimento
Formas do conhecimento
O critério de verdade
09/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A POSSIBILIDADE DO

O Dogmatismo
Dogmatismo – doutrina fixada
Onde não existe ainda o problema do conhecimento.
O dogmatismo crê que os objetos do conhecimento nos são
dados absolutamente e não meramente por obra da função
intermediária do conhecimento.
“O dogmatismo é o proceder dogmático da razão pura, sem a
crítica do seu próprio poder.” (HESSEN, 1925, pg 39)

Teórico Conhecimento teórico


Dogmatismo

Ético Conhecimento de valores (moral)

Religioso Conhecimento de valores (religioso)


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CONHECIMENTO
A POSSIBILIDADE DO

O Cepticismo

Cepticismo – enganar, examinar.


Como o sujeito não pode apreender o objeto, não devemos
formular qualquer juízo.
“O cepticismo não vê o objeto. A sua atenção fixa-se tão
exclusivamente no sujeito, na função do conhecimento,
que ignora completamente a significação do objeto.”
(HESSEN, 1925, pg 40)
11/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A POSSIBILIDADE DO

O Cepticismo
O cepticismo se anula a si próprio. Afirma que o
conhecimento é impossível, mas com isto exprime um
conhecimento.
O cepticismo apresenta-se como antípoda do dogmatismo.

Não há conhecimento! (Pirrón)


Antigo Abstenção de todo juízo
Cepticismo

Acadêmico É impossível um saber rigoroso,


apenas probabilidades
Intermediário Sustenta a probabilidade de
chegar a uma opinião provável
Posterior
Segue modelo Pirrónico
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CONHECIMENTO
A POSSIBILIDADE DO

O Subjetivismo e o Relativismo
Há uma verdade, mas esta tem uma validade limitada.
“O subjetivismo (...) limita a validade ao sujeito que conhece e
julga.” (HESSEN, 1925, pg 46) (subj. individual ou geral)
O relativismo diz que toda a verdade é relativa, apenas tem
uma validade limitada.
Subjetivismo – depende de fatores que residem no sujeito
cognoscente.
Relativismo – depende de fatores externos.
Assim com o cepticismo, é contraditória.
“Uma verdade que não seja universalmente válida representa
um contra-senso.” (HESSEN, 1925, pg 48)
A verdade significa a concordância do juízo com a realidade
objetiva. Se é verdade, não tem sentido limitá-la.
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CONHECIMENTO
A POSSIBILIDADE DO

O Pragmatismo
Pragmatismo – ação
Segundo o pragmatismo, verdadeiro significa útil, valioso,
fomentador de vida.
O homem não é essencialmente um ser teórico ou pensante,
mas sim um ser prático, um ser de vontade e de ação.
O homem é, antes de tudo, um ser ativo. O intelecto não lhe
foi dado para conhecer a verdade, mas sim para atuar.
(Vaihinger)
São verdadeiras aquelas representações que resultaram em
motivos de ação adequadas e vital. (Simmel)
“O erro fundamental do pragmatismo consiste em não ver a
esfera lógica, em desconhecer o valor próprio, a
autonomia do pensamento humano.” (HESSEN, 1925, pg 53)
14/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A POSSIBILIDADE DO

O Criticismo
Criticismo – examinar
Subjetivismo,
antítese Dogmatismo
Relativismo,
Pragmatismo
Cepticismo

Criticismo

“O criticismo está convencido de que é possível o conheci-


mento, de que há uma verdade.” (HESSEN, 1925, pg 54)
“O criticismo examina todas as afirmações da razão humana e
não aceita nada despreocupadamente.” (HESSEN, 1925, pg 55)
O seu comportamento é reflexivo e crítico.
É a única posição justa do conhecimento.
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CONHECIMENTO
A ORIGEM DO

O Racionalismo
Racionalismo – razão
Segundo Platão “todo o verdadeiro saber se distingue pelas
notas da necessidade lógica e validade universal.”
(HESSEN, 1925, pg 62)
Os sentidos não podem nunca conduzir-nos a um verdadeiro
saber. E que o mundo da experiência encontra-se em
contínua alteração e mudança. (Platão)
Da possibilidade do conhecimento existe, além do mundo
sensível, o supra-sensível – o mundo das idéias.
Platão – diz que o conhecimento é uma reminiscência, que a
alma contemplou as idéias numa existência pré-terrena. –
teoria da contemplação de idéias, racionalismo
transcendente.
16/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ORIGEM DO

O Racionalismo
Plotino – coloca o mundo das idéias no Nous cósmico, ou
seja, Espírito do universo. (Iluminação)
Santo Agostinho – As verdades e os conceitos são irradiados
por Deus para o nosso espírito. (Iluminação divina)
Gioberti – conhecemos as coisas contemplando o absoluto na
nossa atividade criadora. (ontologismo)
Malebranche – a teoria da intuição racional do absoluto como
fonte única, ou pelo menos principal, do conhecimento
humano. (teognosticismo)
Descartes e Leibnitz – é a teoria das idéias inatas. Que
existem em nós em gérmen.

Estas formas confundem o problema psicológico e o lógico.


17/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ORIGEM DO

O Racionalismo

O pensamento continua sendo a única fonte do conhecimento.


“O mérito do racionalismo consiste em ter visto e feito
sobressair com energia o significado do fator racional do
conhecimento humano.” (HESSEN, 1925, pg 67)
É exclusivista ao fazer do pensamento a única fonte do
conhecimento.
Outro defeito, consiste em respirar o espírito do dogmatismo.
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CONHECIMENTO
A ORIGEM DO

O Empirismo
Empirismo – experiência
“A única fonte de conhecimento humano é a experiência.”
(HESSEN, 1925, pg 68)
“O espírito humano está por natureza, vazio.” (HESSEN,
1925, pg 68)
O empirismo parte dos fatos concretos e o pensamento limita-
se a unir diferentes dados da experiência.

Tipos de experiência:
• Interna – percepção de si próprio – reflexão
• Externa – percepção dos sentidos – sensação (sensualismo)
19/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ORIGEM DO

O Empirismo
Estóicos – alma é uma tábua de escrever
Locke – a alma é um papel em branco. [16--?]
Hume – divide idéias em impressões (vivas sensações) e
idéias (representadas por memórias e fantasias). [17--]
Todas as idéias procedem das impressões e não são nada
mais do que cópias destas. (Hume)
Locke e Hume – reconhecem a esfera da matemática como
um conhecimento válido.
Condillac – só existe uma fonte de conhecimento, a
sensação [17--]
Mill – até as leis lógicas do pensamento tem a base na sua
validade na experiência. [18--]
Empiristas tendem para um cepticismo metafísico
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CONHECIMENTO
A ORIGEM DO

O Intelectualismo
Intelectualismo – ler no interior
A experiência e o pensamento fazem parte do conhecimento.
Aristóteles – coloca o mundo platônico das idéias
(racionalista) dentro da realidade empírica.
“Se as idéias já se encontram incluídas nas coisas empíricas,
já não tem razão de ser uma contemplação pré-terrena
daquelas, no sentido platônico . A experiência alcança,
pelo contrário, uma importância fundamental.” (HESSEN,
1925, pg 76)
Pensamento receptivo e passivo.
21/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ORIGEM DO

O Intelectualismo
Extrai
Recebe
Coisas Imagens imagens
em si e
concretas sensíveis essenciais
julga
gerais

CONHECIMENTO

O fator racional
empírico racional
deriva do empírico
22/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ORIGEM DO

O Apriorismo
Segunda tentativa de mediação entre o racionalismo e o
empirismo.
O conhecimento apresenta elementos a priori, independentes
da experiência.
O fator a priori recebe o seu conteúdo do pensamento, da
razão.
“Os conceitos sem as intuições são vazios, as intuições sem s
conhecimentos são cegas.” (HESSEN, 1925, pg78)
Pensamento espontâneo e ativo.
Kant – a matéria do conhecimento procede da experiência e
a forma procede do pensamento.
Intelectualismo – empirismo
Apriorismo – racionalismo
23/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ORIGEM DO

Crítica e Posição Própria


Precisamos separar o problema lógico e psicológico.
A psicologia moderna mostra que na gênese dos nossos
conceitos tem lugar, não só o pensamento, mas também a
experiência. (origem psicológica)
O conhecimento é um cruzamento de conteúdos intuitivos e
não intuitivos.
No racionalismo e empirismo a origem lógica apresenta duas
soluções com resultados semelhantes.
Racionalismo – ciência ideal (não precisamos perguntar nada
a experiência para conhecer sua verdade) – verdades de
razão.
Empirismo – ciência natural (baseia-se na experiência) –
verdades de fato.
24/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ORIGEM DO

Crítica e Posição Própria


As duas posições intermediárias, na origem psicológica,
possuem um fator racional e um empírico.
Problema lógico, as duas possuem necessidade lógica e
validade universal, então, estão de acordo com o
racionalismo, mas o fundamento é distinto.
O intelectualismo baseia-se no empirismo e apresenta uma
hipótese metafísica (supõe que a realidade apresenta uma
estrutura racional). Não se apóia nos dados psicológicos.
O apriorismo evita esta dificuldades.
“Sem dúvida que poderemos dar já razão ao apriorismo no
sentido de que também o conhecimento próprio das
ciências reais apresenta fatores a priori.” (HESSEN, 1925,
pg 84)
25/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ESSÊNCIA DO

Soluções Pré-Metafísicas
O Objetivismo
O Objeto determina o sujeito

Conhecimento – relação entre sujeito e objeto

Segundo Platão, “os objetos são algo dado, algo que


representa uma estrutura totalmente definida, estrutura
que é reconstruída, digamos assim, pela consciência
cognoscente.” (HESSEN, 1925, pg 89)
26/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ESSÊNCIA DO

Soluções Pré-Metafísicas
O Subjetivismo
Fundamenta o conhecimento Humano no Sujeito

Santo Agostinho – Seguindo o precedente de PLOTINO,


colocou o mundo flutuante das idéias Platônicas no
Espírito divino, fazendo das Essências ideais, existentes
por si, conteúdos lógicos da razão divina, Pensamento de
Deus.
A Escola de Maburgo – O Sujeito não é um sujeito
metafísico, mas puramente lógico
27/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ESSÊNCIA DO

Soluções Metafísicas
O Realismo
Há coisas reais independentes da consciência

Realismo Ingênuo As coisas são exatamente tais como as


percebemos

Realismo Natural Os objetos correspondem exatamente aos


conteúdos da percepção

Todas as propriedades ou qualidades das


Realismo Crítico
coisas que apreendemos só por um
sentido, como as cores, sons, odores,
sabores, etc., existem unicamente na
nossa consciência
28/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ESSÊNCIA DO

Soluções Metafísicas
O Idealismo

A Realidade tem por fundamento


Metafísico
Sentidos da

forças espirituais, potências ideais.


Palavra

Subjetivo ou Psicológico
Epistemológico

Objetivo ou Lógico
29/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ESSÊNCIA DO

Soluções Metafísicas
O Fenomenalismo

Teoria segundo a qual não conhecemos as coisas como são


em si, mas como se nos apresentam.

Kant – O espaço e o tempo são unicamente formas da nossa


intuição, funções da nossa sensibilidade , que dispões as
sensações numa justaposição e numa sucessão, ou as
ordenam no espaço e no tempo de uma forma inconsciente
e involuntária.
Mundo Fenomênico : O Mundo tal como nos aparece devido à
organização a priori da consciência.
30/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ESSÊNCIA DO

Soluções Metafísicas
Crítica e Posição Própria

Nem o realismo nem o idealismo pode podem provar-se ou


refutar-se por meios puramente racionais. Pois o idealismo
não consegue demonstrar que a posição realista é
contraditória, e também o realismo também não consegue
abater definitivamente o seu adversário.
31/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ESSÊNCIA DO

Soluções Teológicas

Para a Solução do Sujeito e do Objeto deve remontar-se ao


último princípio da realidade, o absoluto, e tratar de resolver
o problema partindo dele. O absoluto como imanente ou
transcendente ao mundo, chega a uma solução monista e
panteísta ou a uma solução dualista e teísta.
32/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ESSÊNCIA DO

Soluções Teológicas
A Solução Monista e Panteísta

Trata de absorver sujeito e objeto numa última unidade. O


sujeito e o objeto, o pensamento e o ser, a consciência e as
coisas, só aparentemente são uma dualidade; realmente
são uma unidade.
Spinoza – A ordem e a conexão das idéias é o mesmo que a
ordem e a conexão das coisas.
Schelling – define o absoluto como a unidade da Natureza e
do Espírito, do objeto e do sujeito.
33/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
A ESSÊNCIA DO

Soluções Teológicas
A Solução Dualista e Teísta
O sujeito e o objeto, o pensamente e o ser, vão parar
finalmente a um último princípio comum. Este reside na
Divindade, que é a fonte comum do ideal e da realidade, do
pensamento e do ser.

Platão e Aristóteles – origens


Plotino – em substância
Santo Agostino e São Tomás de Aquino – principais
representantes.
Descartes – encontra-se neste terreno
Leibnitz – resolve o problema da conexão das coisas mediante
a idéia da harmonia pré-estabelecida.
34/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
AS ESPÉCIES DO

O problema da intuição e sua história


A consciência cognoscente necessita, de dar voltas em torno
do seu objeto, para o apreender realmente. “Põe o seu
objeto em relação com os outros, compara-o com os outros,
e tira conclusões. Assim procede o especialista quando quer
definir o seu objeto debaixo de todos os pontos de vista;
assim faz também o metafísico quando quer conhecer, por
exemplo, a essência da alma.” (Hessen, 1925, pg 121)

Intuição Racional Razão

Intuição Emocional Emoção

Intuição Volitiva Vontade


35/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
AS ESPÉCIES DO

Razão e Sem Razão do Intuicionismo


O admitir ou não admitir um conhecimento intuitivo
paralelamente ao discursivo-racional, depende antes de
tudo do que se pense sobre a essência do homem. (Hessen,
1925, pg 135)

Conhecimento
Homem = Ser Teórico Pensamento
Racional

Pluralidade das
Aspectos da
Homem = Ser Emocional Funções
Realidade
Cognitivas
36/47 Teoria do Conhecimento
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O CRITÉRIO DA VERDADE

A essência da Verdade reside


Conceito Transcendente dentro do próprio pensamento

Imanente Consiste na produção correta –


Conforme as leis – do objeto,
isto é, O pensamento concorda
com suas próprias leis.
Critério
Ciências
Formais
AUSÊNCIA DE Objetos
CONTRADIÇÃO Ideais
Ciências
Ideais
PRESENÇA OU
Objetos
REALIDADE
Reais EVIDÊNCIA
IMEDIATA
37/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
TEORIA ESPECIAL DO

Seu problema
T.G.C – Investiga as relações do nosso pensamento com os
objetos em geral.
T.E.C – Investiga os conceitos básicos mais gerais, por meio
dos quais procuramos definir os objetos.
Teoria das Categorias
Encontra-se na mais estreita relação com a metafísica geral
ou ontologia. Pois esta, como teoria do ser, investiga os
conceitos mais gerais que se referem ao ser.
Origem lógica - A teoria das categorias investiga como brotam
os conceitos das leis essenciais do pensamento em
concorrência com o caráter do que é dado empiricamente.
Origem metafísica – quer chegar a conhecer a estrutura
essencial do universo, os princípios de toda a realidade,
partindo dos fatos da experiência. (Certeza e Verdade)
38/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
TEORIA ESPECIAL DO

A essência das categorias

Aristóteles – as categorias representam propriedades gerais


dos objetos, qualidades objetivas do ser.
Kant – as categorias são puras determinações do
pensamento, formas e funções a priori da consciência.
Categorias

Realista e
Formas do ser Propriedades dos objetos
objetivista
Idealista e
Formas Determinações do pensamento
apriorista
39/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
TEORIA ESPECIAL DO

A essência das categorias

Fenomenologia Categorias formais


objetivista das

ou lógicas
Concepção

categorias

Teoria do objeto Categorias materiais


ou regionais

Realismo crítico

O idealismo não consegue tornar compreensível para a


natureza do pensamento, nem a diversidade das próprias
formas das categorias, nem a diversidade das suas
esferas de validade.
40/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
TEORIA ESPECIAL DO

O sistema das categorias


Aristóteles (Classes de afirmações do ser)
1- Substância ou essência 6- Tempo
2- Quantidade 7- Posição
3- Qualidade 8- Estado
4- Relação 9- Ação
5- Lugar 10- Paixão
Kant (Classes de juízos)
1- Categorias da quantidade
2- Categorias da qualidade
3- Categorias da relação substância-acidente, causa-efeito, ação recíproca
4- Categorias da modalidade
Hartmann (Categorias)
1- Categorias da sensibilidade (sensação e intuição)
2- Categorias do pensamento (reflexivo e especulativo)
41/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
TEORIA ESPECIAL DO

O sistema das categorias


Windelband (Método lógico transcendental)
1- Categoria reflexiva (a diferença e a igualdade)
2- Categoria construtiva (espécies fundamentais são a objetividade e a
causalidade)
O método de Windelband é considerado mais pobre, falta
considerar o espaço e o tempo e revela-se idealista e
apriorista. Apesar dos defeitos devemos considerar a sua
idéia fundamental correta.
Será considerado a teoria das categorias. Como as categorias
construtivas são as mais importantes dedicaremos um
exame mais pormenorizado. Mas limitaremos às duas
categorias fundamentais da substancialidade e da
causalidade.
42/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
TEORIA ESPECIAL DO

A substancialidade
As propriedades do objeto estão aderentes a ele. E se
chamam também de acidentes (cair sobre outra coisa, ligar-se).
Chama-se ao próprio objeto substância.
No conceito de substância há duas características: a
independência e a permanência (estável).
Nessa categoria aplicamos o princípio de identidade.

“A substancialidade, ou mais exatamente, a relação de


inerência e de subsistência, não é um dado da
experiência, mas um produto do pensamento que intervém
na experiência.” (HESSEN, 1925, pg 179)
43/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
TEORIA ESPECIAL DO

A causalidade
O conceito de causalidade
Assim como a substancialidade, a causalidade não é um
dado da experiência.
Na categoria de causalidade o princípio da razão suficiente
nos guia.
Não tomamos da experiência a causalidade, mas a criamos
para satisfazer as exigências do nosso pensamento. A
criamos para a aplicar à experiência.
“A experiência interna nos serve de modelo tanto para a
formação do conceito de substância como para a formação
do conceito de causa.” (HESSEN, 1925, pg 181)
44/47 Teoria do Conhecimento
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CONHECIMENTO
TEORIA ESPECIAL DO

A causalidade
O princípio da causalidade
O princípio de causalidade refere-se à esfera de validade.
Toda a mudança, todo um processo tem uma causa.
Não há efeito sem causa. (correlativos)
“A possibilidade de compreender o universo depende
logicamente da categoria da causalidade.” Geyser, 1909
apud HESSEN, 1925, pg 191)
Devemos conceber o princípio de causalidade como um
pressuposto necessário a todo o conhecimento científico
da realidade.
Esse princípio é válido independente da experiência.
45/47 Teoria do Conhecimento
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CONCLUSÃO

A Fé e o Saber

A relação entre a fé e o saber pode ser definida de muitas


maneiras. O autor identificou quatro (04) maneiras
principais:
Duas de IDENTIDADE essencial
Duas de DIFERENÇA essencial

SistemaTradicionalista
Sistema Gnóstico da Identidade
de identidade

Religião (-)
Religião Filosofia (-)
Filosofia

Pg.193 à 201
46/47 Teoria do Conhecimento
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CONCLUSÃO

A Fé e o Saber

Teologia Natural Escolástica

Identidade Parcial
Filosofia da
Teologia Racional Ilustração

Identidade Dualista

Pg.193 à 201
47/47 Teoria do Conhecimento
Prof Johannes Hessen - 1925

Nov 2007 Carolina e Maria Rosa


BIBLIOGRAFIA

ORIGINAL
HESSEN, Johannes, “Erkenntnistheorie”, Ferd. Dümmiers
Verlag 1925, 125 págs. (in Leitfäden der Philosophie vol 2.)

TRADUÇÃO
HESSEN, Johannes. “Teoria do Conhecimento”. Tradução de
Antônio Correia. Coimbra, Portugal: Arménio Amado, 7. ed,
1980. 206 p.

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