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Aula: 01

Temática: Administração de Materiais: conceito, função e finalidade

Iniciamos nossa aula apresentando as atribuições desse campo da


administração com enfoque na atuação do administrador. Descrevendo essas
formas de atuação e correlacionando com a área da administração de
materiais.

Função do “Administrador de Materiais”

Estamos no século XXI, na era globalizada e “virtual”, paradigmas estão se


transformando e outros estão mudando. Isto também ocorre na administração
das empresas que acompanham a evolução dos conceitos e transformação de
antigos procedimentos empresariais para procedimentos mais amplos e
modernos, englobando vários outros setores de atuação.

Este alerta tem o objetivo de mostrar a você, aluno, que a “imagem” do


administrador de materiais não é mais a de um engenheiro, seja de produção
ou mecânico, desenvolvendo suas atividades junto às máquinas, no “chão de
fábrica”, completamente envolvido com a linha de produção!

Este alerta é importante devido ao fato que muitas empresas, têm


procurado Administradores de Empresas para assumir o cargo não mais de
Administrador de Materiais, mas o de Administrador de Recursos!

A diferença fundamental reside no fato de que o administrador de materiais tem


atuação mais restrita à atividade de produção, e quando se trata de bens
patrimoniais, atua como consultor técnico de equipamento específico.

O administrador de recursos tem sua atuação compatível com a amplitude da


empresa, ou seja, administra os diferentes recursos empregados pela empresa
com responsabilidade nas atuações desde a portaria até a expedição da

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mercadoria para o cliente, englobando o gerenciamento dos recursos
patrimoniais e materiais. Portanto, entendemos que o administrador de
recursos está diretamente relacionado à produção, sendo que, a produção gera
riqueza quando adiciona valor aos bens.

Para melhorar a produtividade e a riqueza de uma empresa, em primeiro plano


a alta direção deve projetar sistemas eficazes e eficientes para produzir. Em
segundo lugar vem a administração destes sistemas para fazer o melhor uso
da força de trabalho, do capital e dos bens materiais.

Para que isto ocorra o meio mais utilizado é o planejamento e controle do fluxo
dos materiais que são requisitados para a produção, o devido controle de
qualidade e de tempos e métodos durante a produção, e quando da saída do
produto pronto, sua entrada no depósito de produtos acabados e seqüência
para expedição e transporte.

O administrador de recursos materiais e patrimoniais sempre deve ter


em mente que administrar materiais é uma função coordenadora responsável
pelo planejamento e controle do fluxo de materiais, tendo como objetivos
maximizar a utilização dos recursos da empresa e fornecer o nível requerido
de serviço ao consumidor.
Vamos continuar na próxima aula!

Aumente seus conhecimentos


ARNOLD, J.R.Tony. Administração de Materiais: uma introdução. São
Paulo: Atlas, 1999. Pg. 17 a 30.
DIAS, Marco Aurélio. Administração de Materiais: Princípios, conceitos e
Gestão. São Paulo: Atlas, 2005. Pg. 13 a 18.

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Aula: 02
Temática: Administração de Recursos e a Classificação dos Materiais

Os recursos que estão à disposição da empresa podem ser assim


demonstrados:

A classificação da administração de recursos está dividida em dois grandes


grupos, a saber: Administração de Recursos Materiais e Administração de
Recursos Patrimoniais.
Assim sendo, vamos demonstrar algumas influências que os diferentes
recursos ocasionam no Patrimônio da empresa.

Administração de Recursos Materiais

O grupo de contas que compõem os “Recursos Materiais” refere-se aos


diferentes estoques como Matérias-Primas, Produtos em Processo, Produtos
Acabados, Embalagens, ou seja, são estoques que formam o total da conta
dos “Estoques” no Balanço Patrimonial, que, normalmente é o maior valor do
Ativo Circulante.

Além de que, tem influência decisiva no resultado do exercício da


empresa, pois vale lembrar que o crédito da conta de estoque de matérias-
primas é débito de produtos em fabricação, e quando o produto pronto, o
crédito do estoque de produtos acabados é o débito no Custo das
Mercadorias Vendidas na “Demonstração do Resultado do Exercício”!

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Resumindo o drama dos Recursos Materiais: se a compra for mal
feita, aumenta o custo de produção (ativo) e quando acontecer a venda
deste produto, aumenta o custo dos produtos vendidos (despesa), e
acontece o que o empresário não gosta: diminui o lucro! Portanto, a
Administração de Recursos Materiais é algo muito sério e decisivo para a
manutenção da empresa no mercado.

Administração de Recursos Patrimoniais

Os valores que compõem os “Recursos Patrimoniais” estão agrupados nas


contas do Ativo Permanente, onde destacamos o grupo de contas do
Imobilizado com os Edifícios, Máquinas e Equipamentos, Parque Informático,
Veículos.

Os recursos de “Capital” e “Humanos” representam, respectivamente, as


inversões financeiras efetuadas pelos sócios e o contingente de funcionários
que na empresa trabalham, objetivando a excelência na execução de suas
atividades.

Interessante notar que, praticamente, todo Ativo do Balanço Patrimonial da


empresa não é mais atribuição única da área Administrativa/Financeira sendo
também gerenciada pelo Administrador de Materiais, daí, a necessidade
deste profissional ter uma visão/formação de Administrador de Empresas,
ampliando e dando maior importância ainda para o campo de atuação do
administrador.

Sendo assim, podemos dizer que a Administração dos Recursos Materiais é


a seqüência de procedimentos que tem início na escolha do fornecedor, na
efetivação da compra, no recebimento e armazenamento do material, de sua
transferência para o processo produtivo, armazenamento do produto acabado e
distribuição e entrega ao consumidor final.

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A Administração dos Recursos Patrimoniais é a responsável pelo
gerenciamento das inversões financeiras efetuadas pelos sócios nos chamados
bens de capital, e também tem sua seqüência operacional que se inicia com a
escolha do fornecedor, seguindo para a compra e recebimento do produto para
depois dar início à conservação, manutenção e baixa ou venda deste
produto.

É interessante demonstrar a evolução do Administrador de Recursos no


organograma da empresa, pois assim você pode derivar ou começar a derivar
para os campos da Logística e Administração de Recursos.

Ver, como as empresas encaram hoje a atuação do profissional da área de


Recursos Materiais e Patrimoniais como um “Controller” da área industrial,
tendo como base o organograma a seguir:

Importante notar que a localização do encarregado pelos Recursos


Materiais e Patrimoniais é o mesmo, hierarquicamente, que o Controller da
área Administrativa/Financeira, o que facilita por demais a operacionalidade
das atuações dos administradores destas áreas.

P.C.P. - Planejamento e Controle de Produção.

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Aumente seus conhecimentos
ARNOLD, J.R.Tony. Administração de Materiais: uma introdução. São
Paulo: Atlas, 1999. Pg. 17 a 30.
DIAS, Marco Aurélio. Administração de Materiais: Princípios, conceitos e
Gestão. São Paulo: Atlas, 2005. Pg. 13 a 18.

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Aula: 03
Temática: Recursos Materiais

Acompanhe agora como é feita essa classificação:

Os recursos materiais podem ser divididos em recursos materiais produtivos,


aqueles que são parte integrante do produto final, ou seja, sofrem um processo
produtivo, como por exemplo, a matéria-prima e os recursos considerados não
produtivos: o material de papelaria ou recursos adquiridos para o restaurante
da empresa, ou ainda os recursos de itens para revenda.

Os recursos materiais são os componentes que uma empresa utiliza nas suas
operações para a elaboração dos seus produtos. Estes itens são comprados
constantemente em diferentes quantidades, assim formando os diferentes
estoques da empresa. Sua classificação pode ser assim apresentada:

Estoques de:
Produtos Acabados, Mercadorias para Revenda, Produtos em Processo,
Matérias-Primas, Materiais de Embalagem e Acondicionamento, Materiais
Auxiliares, Materiais de Manutenção, Materiais de Almoxarifado.

As empresas demonstram sua preocupação com os recursos materiais devido


ao fato de formarem um grande elenco de variedade de tipos e valores, além
de que monopolizam quase 100% das atividades do setor de compras – que
estudaremos a seguir – e, indiretamente, acrescentam trabalho para todos os
outros setores da empresa como contabilidade, financeiro, custos e produção
através do estabelecimento de controles e acompanhamentos.

Para termos conhecimento da influência dos recursos materiais na


operacionalidade de uma empresa vejamos como exemplo, a movimentação
resumida da compra de uma matéria-prima, a saber:

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Compras: efetua aquisição da matéria-prima conforme solicitação;
Portaria: confere a chegada na compra com pedido interno e libera a entrada;
Controle de Qualidade: recebe a compra para teste de especificação e envia;
Armazém: de matéria-prima que recebe e confere as quantidades e envia a
documentação para;
Contabilidade: que confere com as vias recebidas da Portaria e Controle de
Qualidade, e lança no controle de estoque e quantidade e o valor unitário e
transfere as informações para;
Custos: que atualiza o custo unitário e a planilha de custo e avisa o P.C.P. –
Planejamento e Controle de Produção – do tipo e quantidade do produto para
atualizar a planilha de necessidade de produção;
P.C.P.: Planejamento e Controle de Produção requisita o material em estoque
para produção, executa a produção, informa custos e contabilidade para
efetuarem a baixa da saída da matéria-prima e entrada do produto acabado e
envia para;
Expedição e Transporte: para alocação nos roteiros de entrega aos clientes e
envia a documentação pertinente para a contabilidade e fiscal. Só!!!

Este fluxo, não distribuído em diversas vias, mesmo que seja


operacionalizado através de sistema computadorizado, demonstra o quanto
uma empresa é afetada pela movimentação de recursos materiais, o que já
não acontece com os recursos patrimoniais, justificando a classificação em
dois grandes grupos: os de recursos materiais e recursos patrimoniais.

Aumente seus conhecimentos


PETRÔNIO, G.M.; ALT, P.R.C. Administração de Materiais e Recursos
Patrimoniais. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2005. Pg. 93 a 97.

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Aula: 04
Temática: Recursos Patrimoniais

Os Recursos Patrimoniais representam as inversões financeiras dos


sócios através de capital próprio ou de capital de terceiros, empréstimos.
Portanto, representam valores de grande significância na operacionalidade da
empresa.

As empresas que possuem estrutura sólida, além de elaborarem orçamento


operacional para o exercício seguinte, também elaboram o orçamento
patrimonial, que se refere às necessidades de ativos imobilizados para
crescimento das atividades.

Há orçamento específico para os recursos patrimoniais não somente devido à


logística da compra ou construção, mas também devido ao fato que envolve
volumes de capital, que se não planejados, afetam o capital de giro da
empresa.

Os recursos patrimoniais, normalmente, são assim apresentados no Balanço


Patrimonial:

PERMANENTE
IMOBILIZADO:
- Bens em Operação:
Terrenos
Obras civis
Instalações
Máquinas e Equipamentos
Equipamentos de Processamento de Dados
Sistemas – Software
Móveis e Utensílios
Veículos

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Marcas, Direitos e Patentes Industriais
( - ) Depreciação, Amortização e Exaustão Acumulada dos itens acima:

Torna-se necessário ao Administrador de Recursos Patrimoniais ter


conhecimento dos principais itens que afetam o Imobilizado, pois a
manutenção e conservação é tarefa da área industrial, assim como também
participará dos estudos para aquisição de imobilizados técnicos (máquinas) e
que impliquem instalações técnicas e específicas, como, por exemplo,
implantação ou aumento do parque informático.

Importante salientar a importância da Depreciação, pois afeta a manutenção


dos bens sob responsabilidade do Administrador de Recursos Patrimoniais.
A Depreciação é entendida como a diminuição da vida útil de um bem pelo
uso, o que afeta diretamente a manutenção de cada bem, e cada tipo de
imobilizado tem a vida útil e a taxa de depreciação determinada pela Receita
Federal, conforme exemplos abaixo demonstrados:

TIPO DO BEM VIDA ÚTIL (anos) TAXA ANUAL (%)


Edifícios 25 04
Móveis e Utensílios 10 10
Veículos 05 20
Máquinas e Equipamentos 10 10
Caminhões Fora de Estrada 04 25
Sistemas – Software 05 20

Interessante ter conhecimento de como se calcula a depreciação, pelo método


aceito pela Receita Federal, que é o método da Depreciação Linear.

VCI
D=
N

Onde: D = valor da depreciação do período; VCI = valor do custo inicial


(sempre se calcula sobre este valor); N = número de anos da vida útil do bem.

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Exemplo numérico do Cálculo da Depreciação:

Calcular o valor da depreciação anual e acumulada até 31/12/2007 de uma


máquina comprada em 01/01/2004, pelo valor de $ 200.000,00, e demonstrar
seu valor residual na data solicitada.
D=?
VCI = $ 200.000,00
N = 10 anos (conforme tabela legal publicada)

Portanto é só preencher a fórmula!


VCI $200.000,00
D= = = $20.000,00
N 10
D = $ 20.000,00 ao ano.

Ou então, sabendo-se a taxa anual de depreciação:


$ 200.000,00 x 10% = $ 20.000,00 é depreciação anual.

O valor residual encontra-se:


Valor do custo inicial – Depreciação Acumulada = Valor Residual

VCI - D Acumulada = VRe sidual

$ 200.000,00 – ($20.000,00 x 4 anos) = VR


$ 200.000,00 – $ 80.000,00 = VR
$ 120.000,00 → Valor Residual

Como lembrete, há o cálculo para depreciação acelerada, mas não é


pertinente a nossa matéria no momento.
Na próxima aula continuamos com o Cálculo da Vida Econômica do Bem.

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Aumente seus conhecimentos
PETRÔNIO, G.M.; ALT, P.R.C. Administração de Materiais e Recursos
Patrimoniais. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2005. Pg. 93 a 97.

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Aula: 05
Temática: Cálculo da Vida Econômica do Bem

Também é parte integrante do trabalho de conservação e manutenção


o cálculo da “Vida Econômica do Bem”, que passamos a explicar.

Considera-se “Vida Econômica de um Bem” o período de tempo, contado em


anos por facilidade e equivalência à depreciação, em que o custo anual de
manutenção de possuir e operar este bem é o menor encontrado na projeção.

Acontece o seguinte: os bens se desgastam pelo uso, haja visto a depreciação


para medir este desgaste, o que implica em maiores gastos com a
manutenção, aumentando o custo operacional e, conseqüentemente, o custo
de produção. Em contrapartida, com o aumento dos custos, ocorre a
diminuição do valor do preço de venda. Portanto, a partir do momento que o
bem atinge o limite da vida econômica, não mais é interessante manter este
bem, pois entra em rendimento decrescente.

Devido a isso a Administração de Materiais – Bens Patrimoniais – elabora,


previamente, o cálculo da vida econômica do bem. Para fins de entendimento
comparativo, como “Vida Útil de um Bem” entende-se que é o tempo em que o
bem é produtivo e este tempo de produção está diretamente relacionado com a
correta utilização e manutenção.

Exercício - Modelo do Cálculo da Vida Econômica do Bem.


Uma máquina tem seu preço de compra conhecido de $ 5.000,00, mas não tem
valor de venda no mercado por ter sido feita por encomenda e com finalidade
determinada. Os custos operacionais, manutenção mais conservação, são de
$ 300,00 no primeiro ano e acrescidos de mais $ 200,00 a cada ano.

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Pede-se: determinar a vida econômica da máquina, também conhecida como
Custo Anual Equivalente, considerando um prazo de 10 anos e uma taxa de
remuneração do custo do capital de 15 % ao ano.

Seqüência sugerida para resolução:

1) Fórmulas que serão usadas no cálculo:


Para cálculo do Valor Presente.
1
VP = VF × ou VP = VF × (1+ i ) − n
(1+ i ) n

Para cálculo do Custo Anual Equivalente.


 i (1 + i) n 
CAE = (VP - VF) ×  n  + VF × i
 (1+ i ) − 1
Onde:
VP = valor presente do custo operacional do período;
VF = valor futuro;
n = número de períodos;
i = taxa de juros;
CAE = custo anual de equivalente.

2) Elaborar tabela conforme abaixo, para facilitar a resolução, não sendo


obrigatória sua elaboração.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Formação das linhas da tabela:
1. n igual ao período solicitado no exercício;
2. Custo operacional de cada período individual;
3. Valor presente do custo operacional aplicando a fórmula descrita;
4. Valor presente do custo operacional acumulado, ou seja, a soma do
período atual, linha 3, mais o período anterior, da linha 4;
5. Valor do custo de aquisição do bem;
6. Custo atual do bem representa a soma das linhas 4 e 5;
7. Custo anual equivalente calculado para período conforme fórmula descrita.

Demonstrativo de cálculos para facilitar a vida!

Valor Presente do Custo Operacional do 4º período:


VP = VF (1 + i) -n
VP = 900 (1 + 0,15) -4 =
VP = 900 x 0,5718 = 514,579 = $ 515

Custo Anual Equivalente do 4º período:


 i (1 + i) n 
CAE = (VP - VF) ×  n  + VF × i
 (1+ i ) − 1
 0,15 × (1 + 0,15) 4 
CAE = (6.614 - 0,00) ×  4  + 0,00 × 0,15
 (1+ 0,15 ) − 1 

 0,15 × (1 + 0,15) 4 
CAE = 6.614 ×  4  + 0,00 × 0,15
 (1+ 0,15 ) − 1 

 0,15 × 1,749 
CAE = 6.614 ×   + 0,00 × 0,15
 1,749 − 1 
CAE = 6.614 × 0,3503 = 2316,6661 = $ 2.317

OBS: Neste exemplo, no cálculo de CAE, utilizamos o valor futuro igual $ 0,00,
pois devemos lembrar que a máquina não tem valor de venda no mercado por
ter sido feita por encomenda. E o valor de VP equivale ao Custo Atual do Bem
no período.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Portanto, concluímos da projeção que a vida Econômica do Bem é de 9 anos,
quando atinge o menor valor de Custo Anual Equivalente, de $ 1.966, a
partir deste período o custo equivalente do bem torna a subir, o que demonstra
que entra em rendimento financeiro decrescente.

Outro motivo de relevância para se efetuar o cálculo da Vida


Econômica do Bem é a elaboração do Orçamento Patrimonial, quando a alta
administração projeta os investimentos em Bens Patrimoniais de acordo com a
projeção de crescimento da empresa.

Aumente seus conhecimentos


PETRÔNIO, G.M.; ALT, P.R.C. Administração de Materiais e Recursos
Patrimoniais. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2005. Pg. 93 a 97.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Resumo - Unidade I
A Administração de Materiais tem preocupação constante com a
operacionalidade e o desenvolvimento da empresa, pois com a evolução e o
aumento da extensão da globalização, a integração de fornecedores/clientes
está cada vez mais presente na “Cadeia de Relacionamentos” o que torna por
demais de importante a atuação da área de “Materiais” para que a empresa
atinja seus objetivos.

Conhecemos os recursos que dispõem uma empresa para sua


operacionalização, bem como se distribuem as responsabilidades para seu
gerenciamento e a partir de agora, cada vez mais, a empresa tem por
obrigação aprofundar e detalhar suas competências lutando para adquirir
vantagens competitivas que a coloquem em nível reconhecido de excelência no
mercado.

Para isto ocorrer à atividade de controle dos bens materiais e patrimoniais é


indispensável para que afetem de maneira positiva a Demonstração do
Resultado do Exercício, impelindo a empresa para que exerça controles
individualizados para os recursos materiais e patrimoniais, pois estes recursos
requerem tratamentos e controles individualizados devido aos seus fins e
tempo de vida útil.

Referências Bibliográficas
ARNOLD, J.R.Tony. Administração de Materiais: uma introdução. São
Paulo: Atlas, 1999.
DIAS, Marco Aurélio. Administração de Materiais: Princípios, conceitos e
Gestão. São Paulo: Atlas, 2005.
PETRÔNIO, G.M.; ALT, P.R.C. Administração de Materiais e Recursos
Patrimoniais. 2ª ed, São Paulo: Atlas, 2005.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Aula: 06
Temática: Gestão de Compras

O estudante de Administração de Empresas deve sempre ter em


mente que esta profissão tem os profissionais mais procurados do mercado de
trabalho, porque estes profissionais têm um conhecimento global
especializado, ou seja, são capazes de relacionar as diferentes áreas da
empresa e antever situações que possam ocorrer conforme a decisão adotada
em um setor específico.

Aqui entra a Gestão de Compras. Não é necessário voltarmos no tempo,


digamos em 1980/1985, quando em nosso país se iniciava a era globalizada.

Antes de se ter uma visão globalizada da empresa, o Setor de Compras era


voltado para a função compras, ou seja, se cumprisse à solicitação do
“P.P.Q.”, também conhecido Preço, Prazo e Qualidade, tinha executado sua
obrigação funcional.

Atualmente trabalhamos com uma visão bem mais empresarial, pois não existe
mais o simples ato de comprar e sim de ser parte integrante de uma cadeia
de suprimentos. A empresa entende que o fornecedor não mais é um inimigo,
de quem ela quer conseguir o maior desconto possível, e sim, um parceiro que
colabora com a entrega da mercadoria na época aprazada e com os requisitos
atendidos.

Ambos, cliente e fornecedor, participam do desenvolvimento de produtos e


cumprem suas obrigações para que se mantenham, e ampliem o
relacionamento na cadeia de suprimento (estudaremos com mais detalhes este
tema no item “Logística”).

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Sendo assim, novamente o administrador é chamado para intervir e ampliar
seus conhecimentos, não mais permitindo que a função compras continue
estática, e sim a integrando com as outras funções da empresa e a tornando,
também, diretamente relacionada ao resultado da empresa.

As empresas precisam manter um volume de vendas constantes gerando lucro


adequado, sempre objetivando diminuir os custos, principalmente na compra
dos materiais que representam, em média, de 50 a 60% do custo da
mercadoria vendida, e para que isto ocorra, podemos entender que os
objetivos básicos do departamento de compras são:
1º - Manter um fluxo constante de suprimentos para atender o programa de
produção;
2º - A coordenação do fluxo de suprimento deve ser integrada ao fluxo de caixa
para não obstruir a operacionalidade da empresa;
3º - Atender a solicitação do usuário quanto a especificação de qualidade e
quantidade ao menor investimento possível;
4º - Quando da negociação, honesta e honrada, manter a visão da cadeia de
relacionamento sem perder o objetivo de adquirir o produto nas melhores
condições no momento.

Quando falamos que “uma boa venda começa em uma boa compra”
queremos dizer que é mais aconselhável (para não dizer mais fácil)
conseguirmos um desconto na compra do que aumentar as vendas para que
tenhamos um maior resultado. Vejamos o que isto quer dizer!

Uma empresa gasta 50% da receita em compras de mercadorias e apresenta


lucro líquido de 10% sobre as vendas e as outras despesas, no total 40% da
receita varia de acordo com as receitas de vendas.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Demonstração do Resultado Simplificado I
Vendas $ 100
Custo das mercadorias vendidas:
Compras $ 50
Outras despesas $ 40
$ 90
Lucro líquido $ 10

Para aumentar o lucro em 10% com o aumento proporcional em vendas,


passando para $ 110, implica que também as despesas aumentem em 10%. A
nova demonstração assim fica:

Demonstração do Resultado Simplificado II


(com aumento de vendas)
Vendas $ 110
Custo das mercadorias vendidas:
Compras $ 55
Outras despesas $ 44
$ 99
Lucro líquido $ 11

Mas se Compras se esforça para reduzir o custo das compras em 2% sobre o


total das compras, o ganho representa aumento de 10% no resultado.

Demonstração do Resultado Simplificado III


(com redução no custo de compra)
Vendas $ 100
Custo das mercadorias vendidas:
Compras $ 49
Outras despesas $ 40
$ 89
Lucro líquido $ 11

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Esta demonstração simplificada é para que se tenha a visão da
profundidade do resultado do esforço direcionado por um setor da empresa em
relação ao resultado como um todo e da enorme importância de se ter um setor
de compras direcionado para o relacionamento da cadeia de suprimentos.

Aumente seus conhecimentos


BOWERSOX, J.B.; CLOSS, J.D. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas
2001. Pg. 121 a 147.
ARNOLD, J.R.T.: Administração de Materiais, uma introdução. São Paulo:
Atlas, 1999. Pg. 201 a 224.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Aula: 07
Temática: A Organização Funcional do Setor de Compras

É Importante localizar o setor de compras dentro do organograma da


empresa, para que fique claro as principais funções exercidas pelos seus
profissionais, como no exemplo:

A seguir, descreveremos as funções presentes no exemplo acima:

Controller de Materiais: importância e funções descritas nas aulas anteriores,


mas cabe ressaltar que este posto tem função vital para a boa paridade
profissional com a área administrativa e financeira, com quem trabalha em
estrito acordo;

Gerente de Compras: estuda e analisa as solicitações de compras de bens


materiais e patrimoniais, coordena os contatos com outros departamentos que
o setor de compras se envolve, como engenharia, contabilidade, custos,
programação e controle da produção e outros, mantém contato com os
fornecedores solucionando diferenças entre os componentes da cadeia de
suprimentos, tanto internos como externos e faz acompanhamento dos
trabalhos do setor, mantendo a alta administração informada sobre as
atividades;

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Comprador de Materiais Diversos: esta função existe exatamente para o
bom andamento do setor de compras, ou seja, não permitir que os
compradores atuem com todas as solicitações de compras e com isso não
atender corretamente os diferentes solicitantes. Assim, este comprador atende
compras de almoxarifado, de restaurante, de material de escritório, compras do
Grêmio Recreativo entre outras, liberando os outros compradores para atuarem
em suas respectivas áreas.

Atenção, não se deve pensar que o trabalho deste comprador é inferior ao dos
outros compradores. É necessário entender que com a distribuição do tempo
em diferentes áreas de atuação os outros compradores podem exercer suas
funções corretamente.

Comprador Técnico: exerce esta função tanto para os bens materiais como
para os bens patrimoniais, sendo exigida uma formação técnica, de acordo
com o porte e tipo de atividade da empresa (siderúrgica, mecânica, petrolífera
etc.) e trabalha junto ao solicitante para encontrar fornecedor, preço e
qualidade referente a aquisição que se está procurando.

Comprador de Matéria-Prima: efetua a compra de matérias-primas e


materiais auxiliares de produção, mantendo íntimo contato com a Programação
e Controle de Produção (P.C.P.) para que não ocorra qualquer intervalo no
fornecimento para a produção.

Auxiliar de Compras: normalmente efetua mais os trabalhos administrativos,


como recebimento e controle das solicitações, pesquisa de novos fornecedores
para produtos novos ou de alto valor unitário, emite o pedido de compra e
arquiva os documentos referentes às transações.

Acompanhador/Rastreador de Compras: também conhecido como Follow-


up, função que tem ganhado lugar de destaque no setor, pois é quem
acompanha a “Vida” da compra, da solicitação a inclusão no depósito de
materiais. Este funcionário é quem pode aumentar ou diminuir o “lead time” da

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


compra na empresa, assim como também pode alertar sobre falta ou aumento
de materiais em estoque.

Estas são, resumidamente, as principais atividades dos componentes do


departamento de compras no organograma sugerido. Mas com uma evolução
rápida e incontrolável através da informatização dos quatro cantos do planeta,
os procedimentos para se comprar também sofreram grandes alterações, como
a seguir detalharemos.

As novas maneiras de comprar serão discutidas na unidade IV. A


seguir estão diretamente relacionadas a agilidade no relacionamento na
cadeia de suprimentos e têm funções determinantes com a administração de
recursos materiais, das quais citamos as mais modernas e mais
operacionalmente aceitas.

Aumente seus conhecimentos


BOWERSOX. J.B.; CLOSS. J.D. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas
2001. Pg. 121 a 147.
ARNOLD. J.R.T.: Administração de Materiais, uma introdução. São Paulo:
Atlas, 1999. Pg. 201 a 224.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Aula: 08
Temática: Comprar ou Fabricar?

A definição desta estratégia, comprar ou fabricar, é uma decisão que


atormenta o empresário, pois incorre em várias vantagens e desvantagens,
seja qual posição resolver adotar.

Decisão empresarial de Comprar ou Fabricar?

Se o empresário adotar a estratégia da verticalização, ou seja, decidir fabricar


o componente ou produto, ou ainda um equipamento, optará pela estratégia
que prevê que a empresa irá produzir tudo o que puder internamente, com
menor dependência de terceiros.
Quando se opta pela verticalização as principais vantagens e desvantagens
são as seguintes:

Vantagens:
1. A empresa mantém independência em relação a terceiros;
2. Diminui os gastos/despesas porque não há pagamento por serviços
prestados a terceiros;
3. Tem maior autonomia, pois pode elaborar o produto a sua maneira em
qualquer tempo;
4. Mantém o domínio da tecnologia própria, pois o trabalho de desenvolvimento
do produto permanece “em casa”.

Desvantagens:
1. Quando há produção própria há maior investimento em pessoal,
máquinas, material e outros;
2. Aumento da estrutura da empresa devido à diversificação, mesmo que
interna;
3. Ocorre a perda do foco da empresa, ou seja, distribui a atenção da
fabricação do produto principal com um produto não de linha.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


O empresário pode optar pela horizontalização que é a estratégia de comprar
de terceiros o máximo possível dos itens que compõem seu produto final ou
seu maquinário.
Neste caso temos as principais vantagens e desvantagens como segue:

Vantagens:
1. Ocorre a redução de custos pelo não investimento em pessoal,
máquinas, material e outros;
2. Maior flexibilidade operacional e eficiência, pois não precisa distribuir a
atenção com produtos subsidiários;
3. Comprando de terceiros pode ocorrer à incorporação de novas tecnologias;
4. O foco da expertise da empresa está mantido, pois não mais há
diversificação de esforços.

Desvantagens:
1. Há menor controle da tecnologia empregada, pois refere-se ao trabalho de
terceiros;
2. Ocorre a exposição de uma tecnologia que pertence ou foi desenvolvida pela
empresa;
3. A empresa fica um pouco mais vulnerável no que se refere ao capital
intelectual.

Sendo assim o que pode decidir a questão de fabricar ou comprar?


Como sempre: o custo da operação!

Exemplo numérico sobre Horizontalização ou Verticalização

A Cia. Mirola S.A. fabrica brocas de perfuração e está desenvolvendo novo tipo
de broca de perfuração profunda, e torna-se necessário decidir se manda fazer
(comprar) ou fabrica o protótipo. A seguir demonstramos a tabela de custos:

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Lembrar que a equação do Custo Total é:

Custo total = Custo fixo + (Custo variável x Quantidade)

Portanto:
Custo Total Processo A:
Ct = $ 100.000 + (75 x 10.000/und) = $ 850.000,00
Custo Total Processo B:
Ct = $ 300.000 + (70 x 10.000/und) = $ 1.000.000,00
Custo Total de Compra:
Ct = 0,00 + 80 x 10.000 = $ 800.000,00

Comparando os valores a opção é pelo processo de compra no momento,


pois isto depende do volume transacionado.

Aumente seus conhecimentos


PETRÔNIO, G.M.; ALT, P.R.C: Administração de Materiais e Recursos
Patrimoniais. São Paulo, 2001. Pg. 74 a 77.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Aula: 09
Temática: Aquisição de Recursos Materiais

Nesta aula vamos entender como é feita a aquisição desses recursos.

Operacionalidade

O termo “ Recursos Materiais” engloba os materiais chamados de produtivos,


que são matéria-primas, material de embalagem, material auxiliar, material de
manutenção e outros relacionados a produção, que estão sob os serviços do
departamento de compras através do comprador de matérias; cargo específico
para esta função.

Os “Recursos Materiais” também englobam os materiais não produtivos, ou


seja, os materiais como de escritório, papelaria, restaurante, limpeza e higiene
e materiais auxiliares, como por exemplo, elétrico e outros.

Também sob o domínio e responsabilidade do departamento de compras que


tem um comprador específico para função, denomina-se “Comprador de
Materiais Diversos”.

Esta segregação de função tem cunho técnico e está explicado na aula de


“Gestão de Compras”, e ocupa grande parte do tempo do setor de compras da
empresa.

Devido ao fato da aquisição de recursos materiais envolver, praticamente, toda


a empresa, torna-se necessário a facilitação e a organização dos
procedimentos para que não ocupe mais do que necessário, o tempo do setor
de compras.

Sendo assim a técnica do M.R.P – Materials Requirement Planning – que quer


dizer Planejamento das Necessidades de Materiais é uma técnica que permite

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


determinar as necessidades das compras dos materiais que serão utilizados na
fabricação de certo produto.

O ponto de partida é planilha do custo padrão, mais especificamente a lista de


componentes de materiais, a qual serve para se elaborar a projeção de
demanda, normalmente de acordo com o orçamento ou previsão de vendas.
O fluxo de informações que envolve o M.R.P. pode ser assim demonstrado:

De acordo com o fluxo acima demonstrado, fica claro que os departamentos


envolvidos devem ter um trabalho prévio para que, ao menos, seja conhecida a
projeção do consumo estimado para o exercício, pois é o mínimo necessário
para que haja uma boa administração de materiais e a boa fruição do trabalho
do departamento de compras.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Há outras maneiras de se adquirir os recursos materiais, os mais
utilizados e importantes, podemos citar:

- Contrato de fornecimento: é o processo de compra iniciado em função da


necessidade de produção o qual aciona o fornecedor na quantidade pré-
estabelecida, que passa por uma autorização para manter ou alterar as
quantidades pedidas. Pode ser executado por via eletrônica ou seguir os
procedimentos consagrados de trabalho do departamento de compras.

- Parceria: devido ao desenvolvimento e entendimento do que representa a


cadeia de relacionamento de suprimento ocorre a grande mudança de
intercâmbio de informações entre cliente e fornecedor objetivando o bem
comum.

Entendido que, a ajuda mútua somente pode trazer benefícios para os


atores que compõem a cadeia de suprimento, pois a antiga mentalidade de
“adversários”, sendo colocada de lado, as dificuldades, defeitos de fabricação,
atrasos de entregas, erros de pedidos são solucionados em comum acordo, o
que os torna menos freqüentes permitindo que as relações comerciais
transcorram com maior freqüência.

Aumente seus conhecimentos


PETRÔNIO.G.M.; ALT. P.R.C. Administração de Materiais e Recursos
Patrimoniais. São Paulo. Atlas, 2001. Pg. 74 a 77.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Aula: 10
Temática: Aquisição de Recursos Patrimoniais

Este item trata da compra de equipamentos e da contratação de


empreendimentos e refere-se a situações que podem percorrer anos até
ficarem prontas, o que exige planejamento, controle e pessoal com
competência para manter os projetos em andamento e, consequentemente,
levá-lo a cabo.

Recursos Patrimoniais: Equipamentos

Os equipamentos conhecidos como “de linha”, ou seja, aqueles que são


produzidos em série devem ter atenção especial no que diz respeito as
características, capacidade e desempenho, funções, acessórios que adicionam
outras funções, e de acordo com técnicos solicitantes elaborar o cálculo da vida
econômica do bem, bem como deixar a cargo dos responsáveis as
especificações de compra para que quando da aquisição não permita qualquer
possibilidade de erro.

Definida as características técnicas, o processo de compra segue os trâmites


regulamentares do setor de compras, como se fosse a compra de um bem
material, desde a solicitação até a chegada, inspeção e instalação do bem.

Quando se trata de um equipamento de projeto especial, a primeira providência


é elaborar o cálculo da melhor conveniência para a empresa; comprar ou
fabricar.

Decidido, depois de elaborado o cálculo, determinar as especificações e


compor a equipe de trabalho, seja para comprar ou fabricar, deve sempre ter
em mente que um projeto especial não pode ter qualquer tipo de falha, pois é
executado sob encomenda, e não tem outro usuário a não ser quem o projetou!

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


É necessário elaborar um “schedule” de trabalho distribuindo as
responsabilidades e montar um cronograma de trabalho com prazos,
responsáveis e data a serem cumpridas.

Recursos Patrimoniais: Contratos

A formalização do acordo de compra é feita por meio de contrato devido às


diferentes especificações, prazos e complexidade que cerca toda a operação.
Existe um contrato padrão para estas situações, que pode ser adaptado para
cada caso específico. É preciso somente ter cuidado para que não ofenda a
legislação vigente tanto para o comprador como para o vendedor.
Mesmo tendo todo o aparato jurídico, não invalida a necessidade de se formar
uma equipe de trabalho, agora também com suporte do departamento jurídico
da empresa, para acompanhar o desenvolvimento do trabalho e efetuando
correções do rumo para que não ocorra deslize, por parte da empresa e possa
incidir em dispêndio de multa contratual.

Se o contrato for do tipo “turn key” não haverá o envolvimento do setor


de compras, pois tudo será feito pelo fornecedor contratual. Mas se o contrato
for aberto e envolver a empresa para utilizar seu potencial de compradora, os
procedimentos para a aquisição dos materiais e equipamentos serão os
mesmos adotados para aquisição de materiais, sobrando para a empresa o
acompanhamento da execução do contrato de fornecimento.

Aumente seus conhecimentos


CLOSS; J.D. et ali. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 2001. Pg. 121 à
147.
PETRÔNIO; G.M.: Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 1ª
ed. São Paulo: Atlas, 1999. Pg. 116 à 125.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Resumo - Unidade II
A função “Compras” é a mais antiga das atividades na administração e tem
passado por inúmeras evoluções, independendo do porte da empresa. A
antiga política de compras baseada o trinômio “P.P.Q.”, em que se encarava a
compra de material como se fosse uma operação única, desde que se
cumprisse o Preço, o Prazo e a Qualidade, nada mais interessava deste
fornecedor.

Com a “instalação” da globalização o que interessa é a parceria com o


fornecedor e não mais uma simples operação de compra, pois há o
entendimento que uma boa venda se inicia em uma boa compra.

Sendo assim, o fornecedor passa a ser integrante do dia-a-dia do cliente e


vice-versa, pois o entendimento de que todos somos fornecedores e, ao
mesmo tempo, todos somos clientes nos torna integrantes do relacionamento
da cadeia de fornecimento onde todos são interdependentes.

A partir do momento que a empresa elabora o organograma do setor de


compras com a distribuição das funções objetivando a agilização e o
profissionalismo, ocorrerá o rápido atendimento ao usuário, suprindo os
departamentos de suas necessidades e mantendo o bom e constante
atendimento ao cliente.

A opção pelo suprimento através da horizontalização ou verticalização também


é trabalho do setor de compras em conjunto com os profissionais da
administração de materiais, pois esta posição tem relação com o fluxo de caixa
e o capital intelectual da empresa, mas vale lembrar que o fator decisivo para
se ter esta decisão é o valor do custo envolvido nas transações.

A Função de Compras corretamente exercida é um caminho aberto para


adquirir a excelência de valor junto ao cliente!

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Referências Bibliográficas
BOWERSOX. J.B.; CLOSS. J.D. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas,
2001.
ARNOLD. J.R.T.: Administração de Materiais, uma introdução. São Paulo:
Atlas, 1999.
PETRÔNIO; G.M.; ALT. P.R.C: Administração de Materiais e Recursos
Patrimoniais. São Paulo, 2001.
CLOSS; J.D. et ali. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 2001.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Aula: 11
Temática: Diferentes Maneiras de Comprar

As novas maneiras de comprar, estão diretamente relacionadas a


agilidade no relacionamento na cadeia de suprimentos e têm funções
determinantes com a administração de recursos materiais, das quais citamos
as mais modernas e mais operacionalmente aceitas.

Electronic Data Interchange, conhecida pelo apelido de E.D.I. é a tecnologia


para transmissão eletrônica de dados utilizando um computador, uma linha
telefônica que admite modem e um sistema específico para a comunicação e
conversão dos documentos utilizados pelas empresas acopladas, que são o
cliente e o fornecedor (ou plural). A necessidade de estoque, os pedidos e
outros documentos de compra e venda são enviados sem a necessidade da
emissão de papel, através de dados compactados, com segurança e com
acesso controlado e autorizado através de senhas conjuntas.

Esta maneira de comunicação traz grandes vantagens como segurança,


rapidez, diminuição de custos, diminuição do tempo de espera desde a
emissão da solicitação de compra até a emissão do pedido, bem como as “mil”
autorizações e assinaturas.

Com a utilização deste sistema ocorreu que o relacionamento entre


cliente/fornecedor ultrapassou a barreira de transação comercial e passou a
ser uma parceria. A partir do momento que a empresa define n fornecedores
pode, e deve determinar para o fornecedor qual seu estoque mínimo para
este material. Sendo assim, quando se atinge este número, automaticamente
é acionado o sistema, com a confirmação do comprador, para o
faturamento/entrega de x quantidades do material y do fornecedor z.

Com este sistema a empresa vai “fechar“ compra a compra, e passar


a fechar contratos de venda e compra por determinado período.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Mas você irá perguntar: “se é tão simples, por que TODOS os atores do
mercado não têm este sistema?” Bem, na verdade a resposta é válida para
TODOS os sistemas de tecnologia avançada, como por exemplo, JIT, implica
em que ambos os lados, cliente e fornecedor, estejam no mesmo patamar
de desenvolvimento tecnológico.

Mais a seguir discutiremos o JIT - Just in Time - mas você pode ver esta
situação na prática na empresa em que você trabalha, pois para alguns de
seus fornecedores sua empresa é MEGA desenvolvida, assim como para
alguns de seus fornecedores sua empresa é NANO desenvolvida. Este é o
principal obstáculo para a implantação do sistema, o que também tem solução,
como a seguir verá.

A internet é um instrumento que cada vez mais se torna difundido para


transações comerciais, permitindo acesso ao planeta como um todo, podendo
conferir, equiparar, encomendar e cancelar os preços unitários e as ofertas de
mercadorias. Novamente agilizando e reduzindo custos operacionais para o
bem da administração de materiais.

Há outras maneiras de compra menos sofisticadas, como por exemplo, o uso


de cartão empresarial. O que realmente interessa complementar na “Função
Compras” e nas “Diferentes Maneiras de Comprar” são as diferentes maneiras
de controlar o estoque, que influenciam diretamente os procedimentos da
empresa.

É Importante ter em mente que a reposição do estoque deve ser feita o


mais rápido possível e ao menor valor de capital investido, assim permitindo
que a empresa continue a ser produtiva e não interrompa o fornecimento de
produto ao cliente.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Aumente seus conhecimentos
PETRÔNIO, G.M. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 7ª
ed. São Paulo: Atlas, 2005. Pg. 100.
MARCO, A.P.D. Administração de Materiais: Princípios, Conceitos e
Gestão. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2005. Pg. 140 a 149.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Aula: 12
Temática: Sistema Just in Time

“Just in Time“, conhecido pelo apelido de “JIT”, é a forma mais


difundida de controle de estoque, que é o nosso assunto nesta aula.

Devemos considerar o sistema JIT como uma filosofia de trabalho, pois


envolve “n” conceitos estruturais que, resumidamente, podemos dizer que é a
coordenação da produção agregando ao mesmo tempo a alta qualidade,
preços competitivos trabalhando com a meta de manter o estoque a “zero”.

O sistema de trabalho “JIT” é de “puxar” os estoques, o que significa que as


diferentes fases do estoque só serão liberadas quando solicitada pelo usuário
do componente desta fase da fabricação. O que quer dizer que os diferentes
centros de produção não têm autorização de produzir e enviar as peças
para outro setor, unicamente para manter os empregados e equipamentos em
atividade.

Este sistema de trabalho combate de maneira “doentia” a opinião de que os


estoques possuem “níveis aceitáveis” de quantidades. Para a filosofia JIT este
tipo de raciocínio existe para acobertar a “ineficiência” dos envolvidos e é
inaceitável, mesmo que saibamos que é necessária a convivência com
certo nível de estoque, pois há fatores imponderáveis que ocasionam tal
situação.

A filosofia de trabalho “JIT” entende que o processo de produção é contínuo e


ininterrupto, pois os estoques inexistem, por custarem dinheiro e ocuparem
espaço!

Com o estabelecimento da melhoria contínua nos processos, os empregados


das linhas de produção têm a responsabilidade de “fiscalização” das peças que
recebem e, caso haja qualquer tipo de defeito, em conjunto com quem

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


elaborou, solucionam o problema, porque têm conhecimento de que o
processo é contínuo e interdependente.
Portanto, o “JIT” – a eliminação de desperdícios – tem como objetivos
principais:

1 – Diminuição dos prazos de fabricação e manutenção mínima dos


inventários;
2 – Solução imediata dos problemas de produção;
3 – Redução e universalização do tempo de preparação das máquinas;
4 – Lote de produção tendendo à unidade ou menor redução possível;
5 – Requisições de material por “puxar” a produção e não “empurrar”,
6 – Efeito indireto na linha de produção por diminuição do tamanho do lote,
tempo de produção e tempo de set-up das máquinas.

Resumo da aplicação prática de “JIT” por parte de uma empresa


japonesa.

A MEGA empresa recebia constantes reclamações de seus clientes por


receber os produtos com atrasos significativos no JAPÃO! Sendo assim,
verificou a incompetência financeira, produtiva e gerencial de seus melhores
fornecedores e adotou a seguinte política: financiar seus principais
fornecedores em TUDO que fosse necessário, dinheiro, pessoal, equipamento
contabilizando como BENS e DIREITOS da MEGA empresa.

Em contrapartida, os fornecedores se tornavam cativos, além de terem outros


clientes, mas em primeiro atendimento era o da MEGA empresa. Os
diferentes fornecedores recebiam, via E.D.I. (visto na aula anterior) as
necessidades e estoques mínimos, que era imediatamente suprido quando
atingido o número mínimo.

Com o procedimento de fornecimento de matérias-primas de imediato, ocorreu


à diminuição dos estoques, aumento dos espaços, produção por lote menor e
agilização da produção, além, é claro, da entrega imediata aos clientes!

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Amigos, o tempo de espera, por parte do cliente, do produto da MEGA
empresa, após dois anos de ajustes, caiu de 8 dias para 6 horas; graças ao
just in time e ao trabalho em parceria!

Mas nem tudo é tão fácil assim! O maior problema para o


estabelecimento do “JIT” é que as empresas envolvidas estejam no mesmo
patamar de desenvolvimento, em todas as áreas, ou encontrem uma maneira
de fazê-lo, caso contrário o sistema não irá funcionar devidamente.

Eliminando a instabilidade da demanda, resta solucionar as ocorrências


imponderáveis como falta ocasional de energia, ausência de empregados por
doença, e diminuição da faixa do sistema produtivo que encara a produção
como unitária.

Há fortes tendências em se acreditar que muito se aprendeu com a filosofia do


“JIT” e que há grande possibilidade de um sistema híbrido de funcionamento,
ou seja, a fusão da disciplina oriental com a dinâmica ocidental.

Aumente seus conhecimentos


PETRÔNIO, G.M. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 7ª
ed. São Paulo: Atlas, 2005. Leia pág. 100.
MARCO, A.P.D. Administração de Materiais: Princípios, Conceitos e
Gestão. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2005. Pg. 140 a 149.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Aula: 13
Temática: Previsões: Média Móvel Ponderada

Independente do tamanho da empresa e da interatividade com os seus


fornecedores, todo sistema de controle de estoque tem que ter,
obrigatoriamente, algum tipo de previsão de consumo de materiais. Sempre
lembrando que a previsão do presente estabelece projeções futuras de
produtos acabados, o que implica diretamente na boa saúde do fluxo de caixa
da empresa.

Para se elaborar uma projeção de materiais é necessário conhecimento


mínimo de alguns pontos como:
1 – capacidade de produção do parque industrial;
2 – início do planejamento empresarial;
3 – (muito importante) não é uma meta de projeção de vendas, e sim, uma
meta orçamentária.
Portanto, previsão de aquisição de materiais é um trabalho empresarial de
imensa responsabilidade e deve ser elaborado com o maior critério profissional.

Técnicas quantitativas para cálculo de Previsões

Existem “n” maneiras de elaborar previsões de consumo, mas vamos nos


objetivar nas fórmulas e cálculos que mais correção traz como resultado.

Método da Média Móvel Ponderada Exponencial


Este método adota três valores como base para se calcular a previsão para o
próximo período, a saber:
- A previsão do último período;
- O consumo real ocorrido no último período;
- Uma constante que determina o valor ou a ponderação dada aos valores
mais recentes.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Fórmula e explicação:
X t = α ⋅ X t + ( 1− α ) ⋅ X t −1
Onde:
X t = é a média que se procura - momento atual;
α = é o coeficiente de amortização;
X t = consumo real período anterior e;

X t −1 = é a média do período anterior.

Explicação do Coeficiente de Amortização ( α ): é que este coeficiente


representa a variação ocorrida entre a previsão anterior e o consumo real.
Sendo assim, a previsão anterior era de 100 e o real consumo foi de 80. A
preocupação ocorre em saber se esta diferença de 20 unidades, ou 20%, foi
ocasionada por causas aleatórias ou através de mudança de hábitos do
mercado. Portanto, se assumirmos que não houve erro de cálculo e nem
modificação nos hábitos de consumo, a previsão para este período baseia-se
em 100 unidades, mas se assumirmos que houve mudança de hábito, há 20%
a ser descontado da próxima previsão para que represente a nova realidade do
mercado.

Exercício Modelo do Método da Média Móvel Ponderada


Exponencial.

O consumo de item “MM” se mantém com pouca oscilação nos últimos


exercícios, sendo que a empresa adota para previsão a Média Ponderada
Exponencial. Em 2004, a previsão para consumo era de 460 unidades, tendo
um ajuste através de um coeficiente de 0,20. Em 2005, o consumo foi de 420.
Qual a previsão de consumo para 2006?

Xt = ?
α = 0,20
X t = 420

X t −1 = 460

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Portanto:
X t = α ⋅ X t + ( 1 − α ) ⋅ X t −1

X t = 0,20 ⋅ 420 + ( 1− 0,20) ⋅ 460

X t = 84 + 368
X t = 452 unidades → Previsão de Consumo para o próximo período.

Aumente seus conhecimentos:


BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística Empresarial. 4ª ed. São Paulo:
Atlas, 2001. Pg. 207 a 221.
MARCO, A.P.D. Administração de Materiais: Princípios, Conceitos e
Gestão. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2005. Pg. 19 a 38.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Aula: 14
Temática: Previsões: Método dos Mínimos Quadrados

O Método dos Mínimos Quadrados é utilizado para encontrar a linha


que melhor ajusta os dados coletados e minimiza as diferenças entre esta linha
reta (equação da reta) e os pontos de consumo estipulados.

Para tanto utilizasse duas equações, a se saber:

∑y = n⋅a + b⋅∑x

∑ xy = a ⋅ ∑ x + b ⋅ ∑ x 2

E os valores encontrados são substituídos na equação da reta, que é:

y = a + b ( x)

Especificamente neste caso, a melhor maneira de aprender o funcionamento


do método, é através da resolução de um exercício, no conjunto do texto como
abaixo demonstrado.

Exercício Modelo do Método dos Mínimos Quadrados

O consumo de um produto nos últimos seis (6) meses teve a seqüência de 500,
580, 520, 630, 510 e 590 unidades respectivamente. Adotando o método dos
mínimos quadrados, calcule o consumo previsto para os próximos dois (2)
meses.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Ajuda: quando o exercício apresenta fórmula(s), o segredo é substituir
a(s) incógnita(s) pelo(s) dado(s) do exercício. Fácil!

1º passo: elaboração de uma tabela com os dados do exercício.


n y x x2 x.y
1 500 0 0 0
2 580 1 1 580
3 520 2 4 1.040
4 630 3 9 1.890
5 510 4 16 2.040
6 590 5 25 2.950
Σ 3.330 15 55 8.500

1º equação:

∑ y = n ⋅ a + b ⋅ ∑ x ; substituindo na equação os valores da tabela:


3.330 = 6 ⋅ a + b ⋅ 15
3.330 − 6 a
=b
15

2º equação:

∑ xy = a ⋅ ∑ x + b ⋅ ∑ x 2
; substituindo na equação os valores da tabela, e

também o valor de “b” , da 1º equação:


 3.330 − 6a 
8.500 = a ⋅ 15 +   ⋅ 55 , simplificando a expressão, temos:
 15 
8.500 = 15a + 12.210 − 22a
22a − 15a = −8.500 + 12.210
7a = 3.710
3.710
a=
7
a = 530

Aí, substituímos na 1º equação para encontrar “b”, temos:

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


3.330 − 6 a
=b
15
3.330 − 6 ⋅ (530 )
=b
15
3.330 − 3.180
=b
15
150
b=
15
b = 10

E para encerrar, substitui “a” e “b” na equação da reta: y = a + bx


Onde x é o período que você procura para fazer a previsão; no exercício “são
os próximos 2 meses”, assim temos:
y = 530 + 10.( 2 )

y = 550 unidades → Esta é a previsão de consumo para o próximo período.

Encerramos aqui a unidade III. Mas é fundamental que você efetue a


auto-avaliação para assimilar o conteúdo, então participe das atividades em
seu ambiente virtual.

Aumente seus conhecimentos


BOWERSOX, D.J.; CLOSS. D.J. Logística Empresarial. 4ª ed. São Paulo:
Atlas, 2001. Pg. 207 a 221.
MARCO, A.P.D.; Administração de Materiais: Princípios, Conceitos e
Gestão. 5ª ed., Atlas, São Paulo, 2005. Pg. 19 a 38.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Resumo da Unidade III
Previsões. A palavra em si demonstra a dificuldade da ação, pois para se
prever o que vai acontecer é necessário se ter em mente que há uma grande
possibilidade de não se acertar o que, ou o número do que está se prevendo.

O mais importante quando se elabora uma previsão, em nosso caso, de


compras e/ou de consumo, seja por vendas ou por produção, é se ter em
mente a necessidade de optar pelo método que mais se aproxime da
realidade, ou seja, o método mais técnico possível, onde as
imponderabilidades estejam incluídas nos cálculos e fórmulas matemáticas.

O trabalho de elaborar uma previsão na Administração de Materiais é de suma


importância, pois esta se relaciona com o fluxo de caixa, espaços em
armazéns, que custam muito, com as contabilidades de custo e geral, com
aumento ou diminuição do prêmio de seguro e outros mais que afetam o
resultado da empresa.

De acordo com as novas maneiras de administrar os estoques, o ciclo


operacional econômico deles não mais é visto como investimento de capital
dentro do armazém, e sim como valores que estão enquadrados na cadeia de
relacionamento de suprimentos. Quanto mais rápido sua movimentação for,
maior será a tendência de aumentar o retorno do investimento do acionista,
que em última análise, é a finalidade da empresa.

Sendo assim, entre as diversas maneiras e fórmulas de cálculos, nos apoiamos


nas duas que mais tem a tendência de chegar perto da realidade do número de
consumo, ou seja, o Método da Média Ponderada Exponencial e o Método dos
Mínimos Quadrados.

Também nesta unidade nos preocupamos com sistema de controle de estoque


e produção detalhando o sistema “Just in Time”, demonstrando sua
operacionalidade e as implicações que acarreta em ajustes operacionais para
que a empresa se enquadre nesta filosofia de trabalho.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Referências Bibliográficas
PETRÔNIO. G.M. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 7ª
ed. São Paulo: Atlas, 2005.
MARCO. A.P.D. Administração de Materiais: Princípios, Conceitos e
Gestão. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2005.
BOWERSOX. D.J.; CLOSS. D.J. Logística Empresarial. 4ª ed. São Paulo:
Atlas, 2001. Pg. 207 a 221.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS


Aula: 15
Temática: Administração dos Estoques

O administrador bem informado com as mudanças de procedimentos


na gestão de estoque, quando lê uma demonstração financeira localiza na
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), verifica que a relação
existente entre as contas de vendas e o custo das mercadorias vendidas é um
(%) percentual muito alto. O custo da vendas situa-se em torno de 50 a 60% do
total das vendas, motivo pelo qual merece tanta atenção!

Importante lembrar que o débito do Custo da Mercadoria Vendida é o crédito


do estoque, ou seja, era mercadoria comprada que estava no estoque!

Na atual conjuntura econômica há o entendimento que os estoques não mais


devem trazer segurança para produção, e sim devem ser encarados como uma
moeda de troca de um ativo circulante por eficiência logística!

Sendo assim, neste contexto geral que começa com a compra e vai até a
entrega do produto para o cliente existem vários “buracos negros”, que têm a
tendência de sugar parte do resultado da empresa sem deixar qualquer
vestígio.

A partir de agora estudaremos a Gestão do Estoque e seus principais


meios de controles, que na verdade, é a principal função do administrador de
materiais, pois envolve grande parte do capital circulante da empresa, que não
é tão circulante assim, e quanto menos for investido melhor para a empresa,
por que assim, realmente, estará circulando.

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Aumente seus conhecimentos
ARNOLD, J.R.Tony. Administração de Materiais: uma introdução. São
Paulo: Atlas, 1999. Pg. 265 a 286.
DIAS, Marco Aurélio. Administração de Materiais: Princípios, conceitos e
Gestão. São Paulo: Atlas, 2005. Pg. 289 a 315.

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Aula: 16
Temática: Custos dos Estoques

O primeiro item a ser considerado é saber quanto custa manter os


materiais no estoque; procedimento muito adotado pelas empresas de porte,
pois se trata de valores que estão, digamos, “soltos“ dentro do contexto
empresarial por não participarem especificamente de um centro de custo
determinado. Começamos pela fórmula e a explicação dos membros que a
compõem.
Q  D 
CT = (Ca + i ⋅ P) ⋅   + (Cp) ⋅   + C Ι + D ⋅ P
2 Q 
Onde:
CT = custo total do estoque;
Ca = custo de armazenagem;
i = custo do capital, onde i é a taxa de juros corrente ou determinada pela
empresa;
P = é o preço de compra do item que está no estoque;
Q = refere-se ao tamanho do lote do material seja de compra ou de fabricação,
portanto, Q/2 refere-se ao lote (estoque) médio;
Cp = é o custo da emissão de um pedido de compra;
D = é a demanda do produto em um determinado espaço de tempo, mês, ano...
CΙ = são os custos independentes, ou seja, aqueles que independem da
existência ou não dos estoques que existem; portanto, os custos fixos.

Comentários sobre os itens da fórmula do Custo Total dos


Estoques

Ca = o Custo de Armazenagem é encontrado através da somatória dos custos


diretos e indiretos que ocorrem no local de armazenamento do produto, em um
determinado período, dividido pelo total de saídas (em unidades), assim
encontrando o custo unitário de armazenagem deste item. Também se inclui
neste item as perdas, quebras, estoques obsoletos, roubos e furtos.

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Os custos aqui referidos são os de mão de obra + encargos, depreciação de
todos os itens que compõem o armazenamento, luz, limpeza, manutenção,
material de escritório e outros. Fácil de encontrá-los no departamento de custo,
custo departamental, ou se necessário, com a ajuda da contabilidade elaborar
a soma e a divisão!

Quando se tem o conhecimento do Custo total de Armazenagem (CC = carrion


cost) não é necessário utilizar a fórmula (Ca + i ⋅ P) .

Cp = segue o mesmo princípio do Ca, ou seja, é a somatória dos custos fixos e


variáveis do departamento de compras dividido pela quantidade de pedidos
emitidos. Assim se encontra o custo de emissão do pedido ou de obtenção.

i x P = representa o custo do capital, ou seja, a taxa referencial de correção do


capital investido em estoques vezes o Preço do item de estoque, quando
adquirido de terceiros ou de fabricação própria.

CΙ = conhecidos como custos independentes, são aqueles que independem da


existência dos estoques, como por exemplo, aluguel do armazém, seguro,
impostos (IPTU). O procedimento para encontrar o valor é o mesmo descrito
para o Ca.

Os demais itens da fórmula são auto-explicativos.

Exercício Modelo de cálculo do Custo Total do Estoque

Elabore o custo anual de manutenção dos estoques de uma empresa que


comercializa um produto com demanda anual de 20.000 unidades e que tem
preço de compra unitário de $ 1,00. A empresa adota a taxa de 12% ao ano
como remuneração do capital investido nos estoques, sendo que o custo anual
de armazenagem é de $ 0,40 por unidade, acompanhado de um custo fixo de
$ 75,00 para este item. O custo de emissão do pedido de compra, também

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conhecido como custo de obtenção, é de $ 12,50 por pedido emitido. Calcule o
custo total de estocagem para lote de compra de 500 unidades.

Dados do exercício:
CT = ?
D = 20.000 und/ano
P = $ 1,00
i = 12% = 0,12
CΙ = $ 75,00
Ca = $ 0,40 und/ ano
Cp = $ 12,50 und
Q = 500 unds

Substituindo na fórmula:
Q  D 
CT = (Ca + i ⋅ P) ⋅   + (Cp) ⋅   + C Ι + D ⋅ P
2 Q 
 500   20.000 
CT = (0,40 + 0,12 × 1,00) ⋅   + 12,50 ×   + 75 + 20.000 ⋅ 1,00
 2   500 
CT = 0,52 × 250 + 12,50 × 40 + 75 + 20.000
CT = 130 + 500 + 75 + 20.000
CT = $ 20.705,00 ao ano.

O resultado representa o quanto custa manter o estoque deste item


nos armazéns da empresa ao ano. Lembramos que se este valor não estiver
incluído no custo do produto, fatalmente irá diminuir o resultado da empresa,
pois irá, de alguma forma para despesa. Há grandes empresas que contam
com auditoria de balanço para fins de publicação, que incluem este valor no
Custo das Mercadorias Vendidas, como por exemplo, um dos maiores
Supermercados do país.

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Aumente seus conhecimentos
ARNOLD, J.R.Tony. Administração de Materiais: uma introdução. São
Paulo: Atlas, 1999. Pg. 265 a 286.
DIAS, Marco Aurélio. Administração de Materiais: Princípios, conceitos e
Gestão. São Paulo: Atlas, 2005. Pg. 289 a 315.

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Aula: 17
Temática: Rotação dos Estoques

Na administração dos estoques também muito se utiliza os Índices de


Rotatividade que demonstram a Rotação dos Estoques e o Prazo Médio de
Rotação dos Estoques.

A Rotação dos Estoques indica quantas vezes o Estoque é


totalmente utilizado (vendido ou consumido por produção) e novamente
adquirido.
Adota-se a seguinte fórmula:

Custo da Mercadoria Vendida


Rotação dos Estoques =
Estoque Médio de Mercadorias

Onde, o Custo da Mercadoria Vendida é encontrado na Demonstração do


Resultado do Exercício (DRE) e o Estoque Médio é a soma do saldo anterior
mais o saldo atual dividido por dois. Caso esteja trabalhando com saldos do
balanço, o procedimento é o mesmo, ou seja, saldo do ano ANTERIOR mais o
saldo do ano ATUAL dividido por dois.
Depois de encontrado o número da Rotação dos estoques, calcula-se o Prazo
Médio de Rotação dos Estoques com a seguinte fórmula:

Dias do Período
Prazo Médio de Rotação dos Estoques =
Rotação dos Estoques

O Prazo Médio dos Estoques indica quanto tempo, normalmente


em dias, o estoque leva para ser consumido e novamente adquirido.

Exercício Modelo do cálculo da Rotação e do Prazo Médio dos


Estoques:

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Dados da empresa Mirola S.A. $ 2006 $ 2007
Custos das Vendas 86.560,00 155.056,00
Estoque em 01/01/2006 6.780,00 17.895,00
Estoque em 31/12/2006 10.368,00 34.061,00

Ano de 2006:
6.780,00 + 10.368,00
→ Estoque Médio 2006 = = $ 8.574,00
2

86.560,00
→ Rotação dos Estoques 2006 = = 9,9 vezes
8.574,00

360
→ Prazo Médio de Rotação dos Estoques 2006 = ≅ 36 dias em média.
9,9

Ou seja, em 2006 a cada 36 dias o estoque é totalmente utilizado e novamente


comprado.

Ano de 2007:
17.895,00 + 34.061,00
→ Estoque Médio 2007 = = $ 25.978,00
2

155.056,00
→ Rotação dos Estoques 2007 = = 5,9 vezes
25.978,00

360
→ Prazo Médio de Rotação dos Estoques 2007 = ≅ 61 dias em média.
5,9

Ponto para a análise da administração dos estoques; porque no ano anterior o


prazo médio era de 36 dias, sendo aumentado para o ano seguinte para 61
dias!

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A importância dos Índices de Rotação e de Prazo Médio é que
demonstram se a movimentação dos estoques está acompanhando a
velocidade das Duplicatas a Receber (recebimentos) e Duplicatas a Pagar
(pagamentos), que representa a conta de Fornecedores, tornando-se um
poderoso instrumento de análise que suporta decisões referente a compras de
materiais.

Aumente seus conhecimentos


ARNOLD, J.R.Tony. Administração de Materiais: uma introdução. São
Paulo: Atlas, 1999. Pg. 265 286.
DIAS, Marco Aurélio. Administração de Materiais: Princípios, conceitos e
Gestão. São Paulo: Atlas, 2005. Pg. 289 a 315.

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