Você está na página 1de 2

A ESSÊNCIA DA EVANGELIZAÇÃO

A obra é resultado de muitos anos de estudos sobre o que o Novo Testamento que
ensina sobre a evangelização. Diferentemente de outras obras com uma ênfase mais
pragmática (que prioriza métodos e técnicas), nesta obra que está dividida em quatro
partes, Barrs é insistentemente bíblico, sempre enfocando os ensinos e a prática de Jesus
e dos apóstolos quanto a verdadeira natureza da evangelização.
A Grande Comissão” (Mt 28:18-20; At.1:6-11; Mc16:15) para fundamentar a essência
da evangelização e os diversos horizontes da missão que Cristo comissionou a seus
discípulos. Prossegue mostrando de maneira persuasiva através da análise de vários
textos bíblicos, que cada cristão, por ser membro da Igreja de Cristo, tem a
responsabilidade de se envolver no chamado missionário da igreja. Barrs considera com
cuidado exegético, que a Grande Comissão pertence a nós tanto quanto aos apóstolos
para quem originalmente foi dada. Ele afirma que a evangelização é também uma tarefa
exigida da igreja contemporânea, portanto, não sendo uma exigência exclusiva aos
apóstolos. Ao concluir a parte 1 de seu livro, Barrs mostra-nos que o contexto da
evangelização é a nossa família, nosso local de trabalho e a sociedade de modo geral.
Acrescenta ainda que a igreja terá melhor resultado na tarefa evangelística se perceber o
poder da amizade, o poder da humildade e o poder do afeto.
Barrs também enfoca a pessoa de Deus como o Grande Evangelista. Segundo ele, a
igreja, diferentemente de Deus, tem sido relutante na propagação da fé Cristã. Com
Deus não é assim. Se perguntarmos: “O que Deus faz para salvar a pessoas? Que
esforço, que zelo, que amor ele investe nesta obra?” encontraremos uma resposta muito
diferente daquela vista em nós muitas vezes.
Analisando algumas passagens bíblicas que narram a história do eunuco etíope ( At
8:26-40), do centurião Cornélio (At. 9:43 – 10:48); a conversão de Paulo (At 8-9; 2: 1-
16; 26:4-18), o autor mostra de modo convincente que Deus não é um evangelista
relutante, e sim, um Deus pronto e interessado em salvar pessoas. Barrs considera
alguns exemplos bíblicos e outros exemplos contemporâneos para mostrar que Deus usa
uma infinita variedade de meios para atrair as pessoas a ele e isso em virtude de ele ter
nos criados, cada um de nós, de maneira ímpar e diversificada. E porque Deus em sua
misericórdia respeita nossa personalidade e história impares, utiliza-se desta variedade
de meios para no alcançar.
Barrs é indiscutivelmente brilhante em sua exposição ele aborda as barreiras internas,
externa a nós mesmos ou seja, aquelas que estão dentro de nós mesmos: a culpa, falta
de confiança, incertezas sobre o método evangelístico e supercomprometimento.
Conforme o autor, é extremamente importante conhecer estas barreiras para que
possamos lidar com elas, vencê-las e nos tornar mais ousados e eficazes na
evangelização. Além das barreiras internas, existem as externas, aquelas que existem
entre os cristãos e não cristãos. São elas: a perda da crença de que existe uma
verdade; a falta de testemunho da igreja (Fé sem vida) a perda da linguagem comum,
e  a alienação. Barrs conclui esta parte identificando algumas características da cultura
pós-moderna que tornam a evangelização em nossos dias um tema tão desafiador, como
a perda de confiança na razão, a rejeição da autoridade, incerteza moral, moralidade por
consenso, idolatria da mente, do coração e da vontade, e o paganismo.
Barrs examina sete princípios de comunicação que caracterizam o ministério
evangelístico do apóstolo Paulo. São eles: Respeito, construção de pontes, entender
aqueles aos quais somos enviados, uso da linguagem adequada, persuasão racional,
verdade esclarecedora e desafio da mente e do coração. Estes sete princípios foram
extraídos pelo autor de mensagens pregadas pelo apóstolo Paulo em três diferentes
situações conforme registras no livro de Atos.
A mensagem pregada na sinagoga aos judeus e gentios (At 13:14-52); a mensagem
pregada aos politeístas pagãos da cidade de Listra (At 14:8-18) e a mensagem pregada
aos pensadores de Atenas que eram instruídos na filosofia da época (At 17:16-31).
Conforme Barrs nos mostra, estes sete princípios governam e norteiam a prática
evangelística do apóstolo Paulo. Sabemos que a Bíblia não nos fornece um método ou
técnicas, que podemos aprender e que fará de nós bons comunicadores, entretanto, a
Escritura Sagrada nos fornece princípios, e são estes princípios que precisam nos
governar à medida em que buscamos alcançar as pessoas com o evangelho de Jesus.
CONCLUSÃO
A obra de Jerram Barrs é uma obra ímpar ao tratar do tema evangelização, ele consegue
unir uma sólida base teológica com princípios práticos, consegue ser profundamente
bíblico e teológico sem o intelectualismo árido presente em algumas obras deste tipo e
consegue de maneira magistral ser prático sem o risco do pragmatismo de nossos dias.
Estes elementos presentes na obra são o que a tornam tão relevante às nossas igrejas.
Aqueles que se sentem despreparados teologicamente e aqueles que se sentem culpados
e inadequados por não saberem como evangelizar, serão indiscutivelmente enriquecidos
com a leitura e estudo desta grande obra e se tornarão motivados a tão gloriosa tarefa de
falar da obra redentora de Jesus.

Você também pode gostar