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11 de janeiro de 2011

O lado negro do calvinismo


Em 2009, a revista norte-americana Time listou o novo calvinismo como uma das dez forças
capazes de mudar o mundo. Jovens norte-americanos redescobriram a força da teologia bíblica
como exposta por João Calvino e levam esse ensino adiante, por meio da música e de uma nova
forma de dialogar com a cultura. Liderados por homens como John Piper, Mark Driscoll e Albert
Mohler, os novos calvinistas encaram de frente o desafio de tentar mudar o mundo.

Contudo, não é exatamente este o novo calvinismo que parece ganhar força na blogosfera
brasileira. Enquanto nos EUA há um esforço para viver entre dois mundos, no Brasil o que ganha
popularidade
é um outro calvinismo.

Para eles, os cultos devem ignorar a cultura local: bom mesmo são os Salmos, a produção musical
contemporânea não serve para adorar a Deus! Debater? Sim, eu te indico um livro de teologia e, se
você não aceitá-lo e ainda quiser discutir...bem...é porque você é um ignorante que não merece
atenção. Os demais cristãos? São uns apóstatas, especialmente os pentecostais (incluindo aí
desde aqueles que creem na contemporaneidade de certos dons do Espírito até o mais extremado
neopentecostalismo). Ah sim...uma teocracia também está nos nossos planos...
Mal vivido, o calvinismo também tem sua face feia

E aí, será que essa versão brasileira de calvinismo vai mudar o mundo? Creio que o próprio Jesus
pode dar essa resposta, já que há muitos pontos de contato entre os apóstolos de Cristo e os
calvinistas extremados tupiniquins:

Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus,
sabendo o que se lhes passava no coração, tomou uma criança, colocou-a junto a si e
lhes disse: Quem receber esta criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber
a mim recebe aquele que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de
todos, esse é que é grande.

Falou João e disse: Mestre, vimos certo homem que, em teu nome, expelia demônios e
lho proibimos, porque não segue conosco. Mas Jesus lhe disse: Não proibais; pois
quem não é contra vós outros é por vós.

E aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu,
manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém e enviou
mensageiros que o antecedessem. Indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos
para lhe preparar pousada. Mas não o receberam, porque o aspecto dele era de quem,
decisivamente, ia para Jerusalém.

Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que mandemos
descer fogo do céu para os consumir?

Jesus, porém, voltando-se os repreendeu e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.
Pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-
las. E seguiram para outra aldeia. (Lucas 9:46-56)

A ilusão de ser o maior


O texto começa com uma discussão corriqueira entre os Doze: quem é o maior de nós, o mais
santo, o mais importante? Para a maioria de nós, ser um deles já seria uma honra e um privilégio
enormes. Mas os apóstolos não se contentavam e queriam saber qual deles seria mais honrado no
reino de Jesus.

O mais irônico dessa história é que os discípulos tinham acabado de fracassar na simples
tentativa de expulsar um demônio. Enquanto Jesus estava sendo transfigurado, um homem pediu a
ajuda dos discípulos para libertar seu filho de uma possessão demoníaca, mas eles não
conseguiram. Por outro lado, no monte Deus ensinara a Pedro, Tiago e João que a glória deveria
ser somente de Cristo, e não de homens como Moisés e Elias.

Mas andar com Jesus não era um atestado de superioridade. O próprio Senhor mostrou isso
quando colocou uma criança no meio de seus discípulos, como um modelo para mostrar quem é o
maior. Aquele que quer ser grande não deve ser arrogante...mas deve ser como o menor, o que
serve. Enquanto os Doze fossem arrogantes, uma criança seria maior do que eles.

Da mesma forma, ter a melhor teologia não torna os calvinistas superiores aos demais seres
humanos. Se o conhecimento é acompanhado da arrogância e da soberba, do sentimento de
superioridade, se dizemos aos outros que somos melhores...então uma criança que nunca leu a
Bíblia serve de exemplo para nós.
Sim, arrogantes...elas são maiores do que vocês. E um doutorado não muda isso.

A ilusão de saber quem é de Jesus


Só que quando nos consideramos os maiores, não basta apenas discutir com os outros para
provar a nossa superioridade. Os arrogantes chegam ao ponto de se colocarem no lugar do próprio
Jesus e de determinarem que é ou não discípulo dele.

E a soberba é um pecado que pode atingir a qualquer um, inclusive João, o apóstolo mais próximo
de Jesus. Quando João viu alguém expulsando demônios em nome de Jesus e que não fazia parte
da turma dos Doze...ah...ele não teve dúvidas! Foi lá e usou sua autoridade apostólica para proibir
aquele absurdo! Ora, quem ele achava que era para fazer qualquer coisa em nome de Jesus sem o
conhecimento dos Doze?

Não satisfeito, João foi todo alegre contar a Jesus o que fez. E aí Jesus, mais uma vez, surpreende:
"Não o proíba. Quem não é contra você, é por você". Dito de outra maneira...aquele "alguém" não
tinha a aprovação dos apóstolos, mas tinha a de Jesus. Mais do que isso, era alguém que lutava do
lado de João. Não devia ser proibido.

Hoje muitos calvinistas se acham no direito de dizer quem é e quem não é discípulo de Jesus. E ai
do pregador se ele não tiver a chancela reformada! Deve ser proibido, é herege, talvez apóstata! No
entanto, muitos desses pregadores e ministérios têm sido aceitos por Jesus e fazem a obra d'Ele.

Aqui cabe um parêntese. Não quero dizer aqui que a teologia não conta ou importa. Quem prega,
expulsa demônios ou faz qualquer coisa em nome de Jesus têm o dever de fazê-lo corretamente,
seguindo a doutrina certa. Mas isso não quer dizer que Jesus não use pessoas com erros
teológicos para levar salvação e libertação ao mundo. Quem escolhe os obreiros é Jesus, e não os
calvinistas.

E o Brasil é um bom exemplo disso. Os assembleianos chegaram ao país em 1910, os


presbiterianos em 1859. Mas enquanto os presbiterianos comemoraram o centenário dizendo que
era a primeira vez que um presidente da República entrava em um templo protestante, os
assembleianos estavam em campanha para atingir o primeiro milhão de convertidos. Foram
pregadores pentecostais (sim, pentecostais) que na sua humildade captaram o espírito do
brasileiro e tornaram os evangélicos uma força reconhecida na sociedade brasileira.
Foi em igrejas não-calvinistas que a maioria dos evangélicos conheceu a Cristo, como é o caso do escritor deste artigo.

Sim, os frutos poderiam ser melhores, mas nem quero imaginar em como o Brasil seria pior sem a
pregação e o ministério pentecostal ou arminiano, com todos os erros teológicos que eu julgo que
eles possuem. E se a tarefa de evangelizar o Brasil fosse apenas de reformados, nem eu estaria
aqui. Já estudei com uma presbiteriana que nunca falou de Jesus comigo, mas graças a
insistência de um assembleiano Cristo me alcançou.

A ilusão de condenar os descrentes


Bom, depois de duas repreensões de Jesus, João deve ter se acalmado, certo? Errado. Pouco
tempo depois, mais uma vez ele mostrou seu lado negro, desta vez contra incrédulos.

Quando Jesus se dirigia para Jerusalém ele passou por uma aldeia de samaritanos, um povo que
não tinha boas relações com os judeus. Jesus era um judeu que ia para Jerusalém...não é de se
estranhar que os samaritanos tenham se recusado a hospedá-lo.

Não foi assim que pensaram os irmãos Tiago e João. Cheios de zelo por seu Mestre, perguntaram
se não podiam mandar descer fogo do céu para consumir logo aqueles pecadores!

Jesus acabou imediatamente com esse pensamento. O Espírito de Cristo não veio destruir, veio
salvar os homens. Se aquela cidade não podia recebê-los, Jesus podia ir para outra. Embora os
samaritanos tivessem rejeitado o Filho de Deus, o Juízo não seria naquele momento.

Hoje parece ser assim que os calvinistas extremados querem tratar os que não aceitam a Jesus ou
as suas ideias teológicas. Parece que alguns estão mais preocupados em dizer que Deus odeia os
pecadores ao invés de anunciar que os santos que Deus ama são pessoas que...vejam só...eram
pecadoras! Uma verdade não anula a outra, mas o espírito que deve marcar os discípulos de Jesus
não é o de destruição, e sim o de salvação. Quem diz isso não sou eu, mas sim o próprio Cristo.

A necessidade de um novo calvinismo


Por todas essas razões, penso que o Brasil precisa sim de um novo calvinismo, diferente do que
apresentei acima. E isso não é só uma necessidade do Brasil, mas dos próprios calvinistas!
Enquanto a teologia reformada for associada à soberba, ao julgamento e à condenação, os outros
grupos sequer vão querer dialogar conosco. Enquanto os reformados se isolarem em sua tentativa
de voltar ao puritanismo do século XVIII ou à Genebra de Calvino o mundo não nos dará ouvidos.
Mais do que isso: estaremos traindo o espírito do próprio Calvino, que fez o possível para
aproximar o povo de sua época do Deus vivo.
Enquanto os católicos queriam uma missa em latim, Calvino defendia que a Palavra devia ser
pregada na linguagem do povo. Seus Salmos foram compostos para tentar aproximar os
adoradores da Bíblia e do Senhor. Enquanto os católicos queriam tirar a Bíblia das pessoas, Calvino
e outros reformadores se esforçaram em popularizá-la e encontrar formas de aproximá-la do
homem comum. As Institutas, mais do que uma obra de erudição, são uma tentativa de
sistematizar e explicar melhor os ensinos da Bíblia.

Hoje precisamos de herdeiros de Calvino que não sejam orgulhosos ou arrogantes, mas sim
humildes para reconhecer que Deus é maior que Genebra, a Nova Inglaterra e a Reforma
Protestante. De reformados que reconheçam que Jesus salva e usa pessoas que não enxergam a
Bíblia da mesma forma que nós. De puritanos que entendam que não são melhores do que
ninguém...e que percebam que só são amados por Deus porque Cristo morreu por eles...e que
queiram, apaixonadamente, levar esse amor a todos os eleitos. De calvinistas que se esforcem
para aproximar a Bíblia das pessoas, mas acima de tudo, que estejam dispostos a deixarem a
Bíblia mudar a sua própria vida.

É desse novo calvinismo que eu e você precisamos. Graças a Deus, já vejo vários neste caminho.
De homens que tenham o amor e o fogo de John Knox, William Carey, George Whitefield, John
Piper e Mark Driscoll. Espero que eles consigam falar mais alto do que os calvinistas que
permanecem presos ao seu lado negro.

Graça e paz do Senhor,

Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro

Helder Nozima
às
14:17

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23 comentários:

@igorpensar 11 de janeiro de 2011 14:41


Helder, interessante!

Wow... cara, fui metodista wesleyano, depois restauracionista e agora, me alinho com a tradição
reformada, em específico, a neo-reformada, por explorar para além do tomismo, as extensão da
soberania de Deus para além da soteriologia. Mas, minha avó era uma nordestina pentecostal, eu
conheci a salvação em ambiente pentecostal. Hoje, não concordo com o pentecostalismo em vários
pontos, primeiro pela fraquíssima tradição teológica, neste ponto a tradição reformada tem sido uma
benção por encarar a atividade intelectual integrada à fé. Por outro lado, me entendo carismático,
pois eu mesmo testemunhei em mim mesmo algumas coisas, que não podem ser classificadas de
outra forma que não, resultado de um Deus que continua "agraciando" seus santos com
determinadas habilidades. Carismático, pois não concordo com a ideia de "glossalalia" como
evidência inicial e a ideia de segunda benção é complicada pra mim. Prefiro reconhecer o fato de que
temos dons e graças que cooperar para o Corpo de Cristo de alguma forma. Sem ênfase exagerada
nisso, algumas críticas não me perturbam, outras, acho um tanto injustas, em relação ao
pentecostalismo.

Por isso, hoje frequento uma Igreja independente, carismática, missional e reformada. Pois são os 3
aspectos da vida cristã que são importantes pra mim.

Obrigado por compartilhar suas impressões.

Em Cristo,
Responder

Alan Rennê 11 de janeiro de 2011 15:17


Grande Helder,

É a primeira vez que deixo um comentário no 5 Calvinistas. Entendi o ponto que você desejou
destacar, e, realmente, meu irmão, a soberba é uma desgraça que acaba minando o vigor do nosso
testemunho perante a sociedade. De fato, são muitos os calvinistas que, infelizmente, estão imbuídos
desse espírito hipercrítico e pouco disposto ao diálogo e compreensão mútua. Lembro, por exemplo,
que o Pb. Solano Portela já havia alertado contra postura semelhante no seu livro "5 Pecados que
Ameaçam os Calvinistas", sendo que, o orgulho espiritual é o primeiro deles.

Ainda assim, pediria, por obséquio, que o irmão considerasse a possibilidade de existirem
reformados que defendem o Princípio Regulador do Culto e que são cessacionistas, porém, são
verdadeiramente humildes, dispostos à comunhão com aqueles que pensam diferente, que não se
julgam, de nenhum modo, superiores aos irmãos arminianos e carismáticos. Eu mesmo defendo o
PRC, mas não por idealizar, de forma absurda, que devemos levar a nossa igreja de volta ao medievo,
mas por entender (depois de lutar muito contra os meus próprios desejos relativos ao culto) que a
Escritura é clara quanto a ele. Ainda assim, nada obsta que me relacione, no espírito da fraternidade
cristã, com irmãos que pensam diferente de mim. Sou cessacionista, porém, não há em mim nada
que impeça de sentar junto a um carismático e entabular um diálogo. Conversaremos sobre nossas
convicções? Sim, sem sombra de dúvidas! Nossa relação será desfeita por divergirmos? Não, que o
Senhor me livre disso!

Ademais, meu amado irmão, fica aqui a minha estima e consideração para contigo!

Um grande abraço! E que o Senhor tenha misericórdia de nós!


Responder

Helder Nozima 11 de janeiro de 2011 15:44


Alan,

Veja bem: não critiquei em meu post os calvinistas que são cessacionistas e nem os que seguem o
PRC. Eu também sigo o PRC e, embora não seja cessacionista, dois dos 5 calvinistas o são. Bom,
talvez nós dois divirjamos sobre o que significa "seguir o PRC", mas não critiquei aqui o
cessacionismo ou o Princípio Regulador do Culto.

Logo, informo que há muito sei de cessacionistas e prcistas que não são arrogantes, mas humildes
servos de Cristo Jesus, sem se considerarem superiores aos demais.

Agradeço muito pelo comentário e peço perdão caso tenha gerado algum mal-entendido.

Graça e paz do Senhor,

Helder Nozima

Barro nas mãos do Oleiro

Graça e paz do
Responder

Helder Nozima 11 de janeiro de 2011 15:45


Miguel,

Eis aí três coisas que busco numa igreja: que ela seja reformada, carismática e missional. Mas ainda
não achei. E nem tive ainda liberdade para plantar uma assim. Quem sabe um dia, não é mesmo?

Obrigado pelo comentário.

Graça e paz do Senhor,

Helder Nozima

Barro nas mãos do Oleiro

Responder

Pr. Silas Figueira 11 de janeiro de 2011 20:04


Graça e paz Helder.

Parabéns pelo artigo e pela forma equilibrada que você trata esse assunto. Creio que os extremos
sempre são muito perigosos, mesmo quando são "bíblicos", e vemos isso de forma muito clara na
carta que foi enviada a igreja de Éfeso, onde eles eram extremamente cautelosos em relação a
teologia, no entanto, esqueceram o primeiro amor, e o fim foi muito trágico.

Que o Senhor nos ajude a não cairmos nos extremos, mas que possamos ter um cristianismo bíblico
equilibrado e moldado pelo Espírito Santo.

Fique na Paz!

Pr. Silas
Responder

Vera Nathália 11 de janeiro de 2011 23:23


Lado negro do calvinismo? Por que não azul, roxo? Essa é uma expressão que não pega bem...
Responder

Helder Nozima 12 de janeiro de 2011 03:51


Nathália,

A resposta é bem simples: para ecoar a trilogia "Guerra nas Estrelas", amada por vários fãs
afrodescendentes, onde uma das expressões mais conhecidas é "o lado negro da Força". Ao contrário
de você, acho que muitos cinéfilos negros não veem problema na expressão "lado negro" que é
consagrada na cultura de massa.

Este blogueiro em especial não joga na turma do "politicamente correto". Se a Bíblia mesmo faz uma
relação entre "luz" e "trevas", diz que os puros são "alvos como a neve", é sinal de que Deus não vê
problema nenhum com a expressão que eu usei. Aliás, usar a língua portuguesa não é sinônimo de
racismo. Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso sabe que há brancos de alma imunda e
negros de alma limpíssima: ninguém disse aqui que cor de pele tem qualquer relação com pureza
espiritual ou algo parecido.

Um dos meus melhores amigos, um irmão pra mim, é negro. Ele leu esse texto e não viu problema
algum. Creio que outros devem ter feito o mesmo.

Graça e paz do Senhor,

Helder Nozima

Barro nas mãos do Oleiro


Responder

Helder Nozima 12 de janeiro de 2011 07:49


Pr. Silas,

Que de fato o Senhor nos ajude a termos esse cristianismo bíblico moldado pelo Espírito, refletido
não só em nossa teologia mas também em nosso caráter.

Graça e paz do Senhor,

Helder Nozima

Barro nas mãos do Oleiro


Responder

Clóvis Gonçalves 12 de janeiro de 2011 09:40


Helder,

Muito oportuno o seu artigo. Para bem da igreja e, para dos próprios calvinistas, precisamos ser
lembrados que o calvinismo apresenta alguns perigos, o sectarismo um deles. Sua abordagem a
partir de Lucas foi excelente.

Quanto à expressão "lado negro", não vi problema nenhum. Para esclarecer (ops), sou negro.

E como negro vivendo no Sul, aprendi a perceber ausência de racismo em piadas sobre negros e a
identificar racismo em expressões politicamente corretas. Muitas vezes, sem nenhuma referência à
cor, destaca-se alguma característica como inteligência, honestidade ou empenho no trabalho para
compensar a falta de "brancura" do sujeito. "Este é meu amigo Paulo, não parece, mas o cara é
intelingentíssimo".

Detesto o politicamente correto. Serve apenas para fazer quem não é racista parecer racista e (e mal)
disfarçar o racismo de quem o é de fato. Até o Casseta e Planeta percebe isso.

Em Cristo,

Clóvis
Responder

Bill Hamilton 12 de janeiro de 2011 11:42

Irmãos deste blog, eu concordo plenamente com esta postagem. Como missionário reformado
acostumado de trabalhar lada a lado com aqueles de uma diferente visão doutrinária, eu também não
acho necessário discriminar em relação às coisas que temos em comum [por exemplo, o
evangelismo - presumindo que ambos os grupos pregam um evangelho bíblico]. Aliás, eu vejo muito
espaço para irmãos de todas as "linhas" a unirem-se no evangelismo. Porém, eis o problema.

Tanto os pentecostais como os calvinistas fogem do evangelismo hoje em dia como se fosse uma
praga! O calvinistas se apoiam no fato que Deus é soberano na salvação; os arminianos/pentecostais
se apoiam em não sei o quê! De qualquer forma, todos estão correndo um grande risco por não
obedecer o "Ide" de Jesus. Aliás, Deus vai salvar os eleitos, mas também ordenou os meios para
salvá-las: o evangelismo! Ai do "filho desobediente"!

O que levanta outra questão: Será que um calvinista ou um arminiano/pentecostal que não evangeliza
é salvo, à luz do aviso sério de Charles Spurgeon ["Você não tem nenhum desejo de que os outros se
salvem? Então você mesmo não é salvo. Certifique-se disso."] e de 2 Co. 13.5 ["Examinai-vos a vós
mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que
Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados."]? É para pensar!
Responder

Artur Felix 12 de janeiro de 2011 15:50


Se o lado bíblico você chama de negro, então eu prefiro ficar no lado negro mesmo, obrigado.

Criticar o monergismo, o kalamos e o internatuas cristaos numa só tacada é dar atestado de não-
calvinismo. E isso num blogue que se auto-intitula cincocalvinistas...

Como diriam nossos amigos: O Tempora, O Mores.


Responder

Helder Nozima 12 de janeiro de 2011 17:52


Artur,

Achei que ser calvinista era identificar-se com o pensamento de João Calvino. Monergismo, Kalamos
e Internautas Cristãos, com o perdão da sinceridade, não são sites que têm em si o poder de
determinar quem segue ou não os pensamentos do reformador.

Além do mais, no meu entendimento, ser calvinista é, antes de tudo, seguir a Bíblia. Calvino teve a
coragem de se colocar contra várias autoridades teológicas de seu tempo, afirmando a superioridade
da Escritura. Ser herdeiro do legado de Calvino é, antes de mais nada, seguir a Bíblia acima dos
demais, quer sejam eles blogueiros ou o próprio reformador.

Se alguém pensa que é calvinista, eu também tenho credenciais. Sou pastor presbiteriano e fui
perseguido e criticado, dentro e fora da IPB, por defender o ensino das doutrinas reformadas.

Mas...

Sinceramente? Mesmo se meus pontos de vista não são calvinistas, isso não tem pra mim um valor
maior que o de uma pilha de fezes. Assim como Paulo, o que me importa é ser aprovado como
seguidor de Jesus. As ideias que defendi neste texto foram extraídas dos ensinos de Cristo. A única
causa pela qual estou disposto a morrer e a fazer qualquer sacrifício é a de Jesus.

Se for conhecido como calvinista, ou até mesmo como bíblico...e não for reconhecido como discípulo
de Jesus, aí sim, terei fracassado. Mas, se for reconhecido como seguidor de Cristo, ainda que meus
quatro confrades me rejeitem como calvinista, estarei feliz...porque terei conquistado o verdadeiro
tesouro.

Graça e paz do Senhor,

Helder Nozima

Barro nas mãos do Oleiro

Responder

Diego 12 de janeiro de 2011 20:35


Tenho acompanhado este blog há pouco tempo e aprecio os artigos aqui postados, especialmente
por ter conhecido as Doutrinas da Graça recentemente, e decidido estuda-las agora. Mas percebo, ao
ler seus artigos Helder, que os criticos, não oferecem uma refutação Biblica, antes, somente palavras
vazias, de ofensas ou coisas parecidas.

Espero que continue a escrever, pois são muito instrutivos e obviamente Biblicos.
Responder

Artur Felix 13 de janeiro de 2011 09:51


Diego,

Vc nao deve conhecer direito o Helder. Ele soh sabe atacar. Ja o vi atacando o monergismo, o eleitos
de Deus, o internautas cristaos, o kalamos, o partido teocrata, o ministerio apologetico, o reforma
monergista, isso para citar soh alguns. E depois ele espera que eles venham aqui e fiquem
respondendo as criticas dele.

Se ele discorda deles, deveria ir la e debater com eles, e nao ficar fazendo criticas aqui.

Sinceramente, quando entrei neste blog, olhando o titulo (cinco calvinistas) tinha uma ideia bem
diferente do que encontraria.

Nao pretendo ler muito mais coisa aqui, afinal no "lado negro da força" tem coisas muito mais uteis
para a feh.
Responder
Unknown 13 de janeiro de 2011 11:01
@Artur Felix

O que não muda o fato que as criticas do Helder Nozima são calcadas na Bíblia. E as respostas
geralmente não passam de ofensas raivosas.

Agora, se seus heróis são os blogs o internautas cristaos, o kalamos, o partido teocrata, o ministerio
apologetico, o reforma monergista, bom para vc. O meu é Cristo e do Helder também.
Responder

Artur Felix 13 de janeiro de 2011 14:44


Marcio,

Se isso eh o que vc chama de calcado na biblia, entao vc ta mal hein.

Os textos do Helder sao todos cheios de humanismo e amor piegas. Ataca todo mundo, mas quando
eh atacado, se faz de vitima.

De Cristo aqui nao tem absolutamente nada.

Ateh mais ver.


Responder

Diego 13 de janeiro de 2011 14:56


Arthur. Talvez em meu comentário eu tenha deixado a falsa impressão de que me deparei com as
Doutrinas da Graça mês passado e decidido estuda-las a partir de segunda. Na realidade eu me
deparei com elas, não me lembro como, no meio do segundo semestre de 2009. No inicio o
sentimento foi repudio e eu inclusive me propus a debater contra, mas quanto mais eu me esforçava
contra, mas eu era e sou atraido por elas.
Responder

Diego 13 de janeiro de 2011 15:18

De 2009 para cá, em vez de estudar diligentemente as Douttrinas da Graça, após um inicio de repudio
me propondo até em debater contra tais doutrinas, percebi que quanto mais lutava, mais era atraído.
Decidi então navegar em busca do máximo de informação possivel, inclusive nos sites citados por
você. Essa procrastinação me prejudicou bastante, mas esse ano, por Graça de Deus, será diferente,
pois creio que Deus me guiará em sua Palavra. CONTINUA...
Responder

Diego 13 de janeiro de 2011 15:40

Dito isso, digo que seu comentário não condiz com que vejo ou leio, pois percebo que o Helder ao
discordar de tais afirmaçõs 'teológicas', decide escrever um texto refutanto. Ele, em seu texto, coloca
o link do site e artigo, diferente dos 'apologistas' citados por você, e assim transcorre um texto
didatico, coerente e extremamete Biblico. É de se esperar que seus opositores façam o mesmo, pois
é o minimo que um 'apologista ' deve fazer. Continua
Responder

Diego 13 de janeiro de 2011 17:14

Dito isso, percebo que sua afirmação não condiz com que leio em blogs e sites, principalmente em
fóruns ou comentários, pois o que o Helder faz é simples. Ao discordar, ele coloca em seu artigo o
link do site e artigo para consulta e transcorre uma refutação didática, coerente e extremamente
Biblica, o que seus opositores não fazem. Era de se esperar que fosse feito o mesmo, afinal é o
minimo que 'apologistas' devem fazer, mas antes, somente colocam links de livros ou artigos ou
atacam a pessoa. Continua
Responder

Diego 13 de janeiro de 2011 21:06


Por favor ignorem os comentários anteriores, pois tentava postar do meu celular.

Artur.

Talvez meu comentário tenha passado a falsa impressão de que conheci as Doutrinas da Graça mês
passado e decidido começar a estuda-la segunda-feira. Na realidade, me deparei com tais doutrinas
no segundo semestre de 2009 e o sentimento inicial foi de repúdio, me engachando em debates
contra tais doutrinas, mas quando mais eu me propus a ignora-la mas eu me sentia atraída por ela.

Desde então, reconheço, que em vez de estuda-las diligentemente, naveguei bastante colhendo o
máximo de informações possíveis, inclusive nos sites e blogs que você citou.

Obviamente, essa procrastinação me prejudicou bastante. Por Graça de Deus esse ano será diferente,
pois decidi estuda-las integralmente.

Creio que o Espirito Santo me conduzirá em, e pela sua Palavra.

O conhecimento raso que possuo das Doutrinas da Graça, me fazem deseja-las ainda mais.

Encontrei isso em Blogs, como Olhar Reformado, Cinco Solas de ex-arminianos, no Monergismo entre
outros.

Dito isso, para esclarecimento, pois sua afirmação sobre o Helder, não condiz com que tenho lido,
pois vejo em seus textos um trabalho tanto evangelístico quanto apologético.

Ao discordar de alguma afirmação "teológica", ele se propõe a escrever uma refutação em um texto
específico.

Ele em seu texto, coloca um link do site e artigo a ser refutado, permitindo assim que os leitores
possam conferir tal texto (atitude essa, que não vejo nos irmãos citados acima),
e transcorre sua refutação em um texto didático, coerente e óbvia e extremamente Biblico. Creio eu,
que o óbvio seria uma refutação "biblica" de seus opositores, tanto aqui, quanto em seus blogs, mas o
que vejo é justamente o oposto.

Em vez de uma refutação, vejo escárnio, zombaria, textos e comentários ofensivos. Volte paginas
neste blog e verá isso.

O máximo que fazem é colocar links de artigos e livros, como se isso fosse argumento em debate ou
refutação. Depois tentam induzir seus leitores a não vir aqui ou em outros sites, em um atitude
desonesta e obviamente, nada cristã.

O seu comentário prova isso.

Os debates acirrados e por vezes ásperos, entre o Helder e o Tiago, não me impedirão de ir ao
Internautas Cristãos.

O Monergismo, Eleitos de Deus, Kálamos e outros, continuarão a serem apreciados por mim, servindo
como fonte de consulta.

Inclusive um outro blog de Jorge, O que estou lendo ou li, que por sinal é ótimo, serve de referência
para aquisição de livros para mim.

O fato é a incapacidade em debater, juntamente com a falta de bases Biblicas, gera comentários
como esses.
Responder

Anônimo 12 de julho de 2011 11:02


Gloria a Deus!!!!

Muito bom mesmo!

o calvinismo neste pais tem se tornado exaltado e presunçoso, e isso sem "falar", da arrogância que
há em muitos em blogs calvinista

...chaga a dar "nogo"

bom saber que aqui tem calvinistas autenticos!

cris
Responder

hugo Ribeiro 7 de janeiro de 2014 02:55


Parabéns pelo texto.

Não sou calvinista, cresci na assembléia e hj estou numa igreja considerada neo pentecostal apesar
de sermos totalmente contra a "teologia" da prosperidade,.

Gosto mto de autores reformados americanos e alguns brasileiros.

Em compensação acho difícil lidar com os calvinistas brasileiros, seu texto me deixou aliviado, não
precisei ir aos EUA para conhecer um calvinista digno que respeita às outras denominações e visões
teológicas.

Oro para que no Brasil às coisas mudem e que possamos ver o cristianismo de uma forma diferente.
Que a igreja não se feche, mas que ela corra para o mundo, não para se perder mas para influenciar
nossa geração a buscar a Deus.

A paz e que Deus o abençoe.


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Anderson Do Sair

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