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FINANCIAMENTO HABITACIONAL - PROGRAMA DE NOVAÇÃO

DE DÍVIDAS - QUITAÇÃO ANTECIPADA DO SALDO DEVEDOR -


DIREITO SUBJETIVO DO MUTUÁRIO - PETIÇÃO

EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...

Ordinária n. ...

ESPÓLIO DE ..., representada por sua inventariante ..., autora, por seu
advogado in fine assinado, nos autos epigrafados promovidos contra ... e
OUTROS, vem, respeitosamente, apresentar IMPUGNAÇÃO À
CONTESTAÇÃO apresentada pela 2ª ré ..., (fls. ...), pelas razões de direito
adiante articuladas.

I - FRAGILIDADE DA CONTESTAÇÃO

1. Permanecem incólumes os termos da exordial.

2. Data vênia, frágeis as assertivas contidas na peça de resistência, a saber:

- em preliminar sustenta o 2º réu que a ... tem direto interesse na demanda


considerando ser ela a administradora do Fundo de Compensação por Variações
Salariais (FCVS), requerendo sua citação e remessa dos autos para a JUSTIÇA
FEDERAL, por entender competente para processar e julgar a presente ação;

- argumenta ainda que não tem o Espólio Autor, na pessoa da inventariante,


LEGITIMIDADE para discutir questões acerca de direitos derivados de contrato de
financiamento hipotecário firmando no âmbito do Sistema Financeiro Habitacional,
mesmo porque a suplicada nada firmou com o mesmo, inexistindo relação contratual
que justifique a pretensa quitação do saldo devedor pela Lei 10.150/2000, requerendo a
EXTINÇÃO DO FEITO SUMARIAMENTE, a luz do disposto no art. 267, IV do CPC;

- no mérito, alega que em nenhum momento a Lei 10.150/2000 faz menção


sobre o direito do mutuário a eventual desconto, tratando-se de uma mera
FACULDADE do credor hipotecário e não o direito do mutuário, requerendo sejam os
pedidos constantes da exordial julgados totalmente IMPROCEDENTES.

Ei-las, cada qual de per si.

I.1 - DESACOLHIMENTO QUANTO À OBRIGAÇÃO DE ACRESCER


A ... NO POLO PASSIVO DA DEMANDA, PORQUANTO NÃO SE DISCUTE NOS
AUTOS AS REGRAS DO “...” OU DO “FCVS”, MAS APENAS O DIREITO DO
MUTUÁRIO À QUITAÇÃO AUTORIZADA PELA LEI FEDERAL N° 10.150/2000 -

MULTIPLO REPERTÓRIO JURISPRUDENCIAL -


3. De se afastar, de início, a preliminar aventada pela 2ª ré ao argumento de
que a ... teria direto interesse na demanda, enquanto administradora do Fundo de
Compensação por Variações Salariais (FCVS), possuindo legitimidade para figurar no
pólo passivo da lide.

4. Embora a questão debatida tenha como cenário de fundo a celebração de


contrato de financiamento imobiliário com cobertura pelo fundo de compensação por
variações salariais, verifica-se que a pretensão inicial não alcança os interesses da ...

5. Com efeito, a demanda não discute as regras do financiamento, mas apenas


o direito do mutuário à quitação autorizada pela Lei Federal n°. 10.150/00, não
cogitando, pois, de possível comprometimento do Fundo de Compensação por
Variações Salariais.

Nesse sentido, caminha o entendimento já pacificado do TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DE MINAS GERAIS, in verbis:

“AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C


REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
CONTRATO DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL. COHAB/MG. CEF.
DESNECESSIDADE DE PARTICIPAÇÃO NA LIDE. COMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. Inexiste interesse da CEF na presente
demanda, porquanto não se discute nos autos as regras do Sistema
Financeiro de Habitação ou do FCVS - Fundo de Compensação por
Variações Salariais, mas apenas o direito do mutuário à quitação autorizada
pela Lei Federal n° 10.150/2000 e eventual devolução das parcelas pagas”.
(Apel. Cív. n. 1.0439.09.096615-1/001, Relator Des. BARROS
LEVENHAGEN, DJ 18/07/2011)

"COHAB - CONTRATO DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL -


COBERTURA PELO FCVS - PEDIDO DECLARATÓRIO C/C REPETIÇÃO
DE INDÉBITO DE PARCELAS COBRADAS INDEVIDAMENTE - CEF -
LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO - AUSÊNCIA - LEI 10.150/2000
- PROGRAMA DE NOVAÇÃO DE DÍVIDAS - QUITAÇÃO ANTECIPADA
DO SALDO DEVEDOR - DIREITO SUBJETIVO DO MUTUÁRIO -
RECURSOS DESPROVIDOS. - Embora a questão debatida tenha como
cenário de fundo a celebração de contrato de financiamento imobiliário com
cobertura pelo FCVS, verifica-se que a pretensão deduzida pelo autor não
alcança, sequer de forma potencial, os interesses da CEF, gestora do referido
fundo, haja vista que eventual acolhimento do pleito de repetição de indébito
atingiria, apenas, a COHAB/MG, a quem foram pagas as parcelas
contratuais, não se cogitando, portanto, de possível comprometimento do
Fundo, mediante, por exemplo, amortização de eventual saldo devedor
existente. - Conforme já consolidado na jurisprudência do c. STJ, o mutuário
tem direito à quitação antecipada do saldo devedor com cobertura do FCVS,
desde que satisfeitas as condições previstas no art. 2.º, § 3.º, da Lei n.º
10.150/2000, quais sejam, a previsão de cobertura do Fundo e a celebração
do contrato até 31 de dezembro de 1987, não se tratando, portanto, de
simples faculdade do agente financeiro”. (Apel. Cív. n. 1.0439.08.094043-
0/001, Relator Des. EDUARDO ANDRADE; DJ 24/09/2010)
"APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE
DÉBITO C/C REPETIÇÃO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS -
LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO - CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL - PRESCINDIBILIDADE - CONTRATO DE FINANCIAMENTO
HABITACIONAL - LEI 10.150/2000 - DIREITO SUBJETIVO DO
MUTUÁRIO - INDÉBITO - REPETIÇÃO - POSSIBILIDADE - JUROS
COMPENSATÓRIOS - VEDAÇÃO - RECURSOS NÃO PROVIDOS.
Desnecessária a integração da Caixa Econômica Federal ao pólo passivo da
relação processual, na hipótese de a ação revisional de contrato de
financiamento habitacional não versar sobre verbas oriundas do Fundo de
Compensação de Variações Salariais. (...)." (Apel. Cív. n. 1.0439.09.103888-
5/001, Relator Des. Afrânio Vilela, DJ 13/07/2010)

"FINANCIAMENTO HABITACIONAL. FCVS. CAIXA ECONÔMICA


FEDERAL. LEGITIMIDADE. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
APLICAÇÃO. NOVAÇÃO. LEI 10.150/2000. REQUISITOS. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O fato da Caixa
Econômica Federal gerir o FCVS não implica diretamente em litisconsórcio
passivo no feito, tendo em vista a inexistência de comprometimento do
mencionado fundo. Conforme o enunciado da súmula 297 do Superior
Tribunal de Justiça o Código de Defesa do Consumidor é aplicável às
instituições financeiras. A novação das dívidas previstas na lei 10.150/2000
não se trata de uma faculdade da COHAB, pois, ainda que a citada norma
utilize-se da expressão ""poderão"", tem-se que, presentes os requisitos, a
novação é medida que se impõe. Com base nos critérios da especialidade e
critério cronológico de solução dos conflitos entre normas, o melhor
entendimento demonstra a impossibilidade de compensação de honorários
advocatícios de sucumbência, nos termos do Art. 23 do Estatuto da Ordem
dos Advogados do Brasil" (Apel. Cív. n. 1.0439.09.102310-1/001, Rel. Desa.
MARIA ELZA, DJ 25/05/2010).

"APELAÇÃO CÍVEL - FINANCIAMENTO HABITACIONAL - CAIXA


ECONÔMICA FEDERAL - LITISCONSÓRCIO - IMPOSSIBILIDADE -
AUSÊNCIA DE INTERESSE - COHAB - LEI 10.150/2000 - QUITAÇÃO -
DIREITO SUBJETIVO DO MUTUÁRIO - DANOS MORAIS NÃO
DEMONSTRADOS - JUROS COMPENSATÓRIOS - NÃO DEVIDOS -
COMPENSAÇÃO DE HONORÁRIOS - IMPOSSIBILIDADE - Não se
discutindo as regras do Sistema Financeiro da Habitação ou do Fundo de
Compensação de Variações Salariais, e sim, a inexistência de débito do
demandante para com a COHAB, não há interesse da Caixa Econômica
Federal em compor a lide. A Lei 10.150/2000, como subvenção econômica do
governo federal, tem o objetivo, e é mais uma tentativa de equalizar ou
solucionar o grave problema social que é a habitação popular, não podendo
assim ser interpretada com restrição, a ponto de entender que a concessão da
quitação do contrato de financiamento habitacional seria mera ""faculdade""
da instituição financiadora, devendo ser considerado um ""direito"", quando
o mutuário cumpre os seus requisitos. Não restando demonstrado o efetivo
dano moral sofrido, não há que se falar em dever de indenizar. Não são
devidos juros compensatórios, quando a natureza do contrato celebrado não
os comporta. Por constituir os honorários de sucumbência, um direito
autônomo do advogado, não é possível a compensação de tal verba." (Apel.
Cív. n. 1.0439.08.095466-2/001, Relator. Des. DÁRCIO LOPARDI
MENDES, DJ 29/10/2010)

"(...) Com a devida vênia, a jurisprudência do STJ assentou-se no


entendimento de que, nos processos em que se discutem pagamentos relativos
a contratos regidos pelo Sistema Financeiro da Habitação, a competência da
Justiça Federal somente ocorre, quando haja potencial comprometimento do
Fundo de Compensação de Variação Salarial (FCVS) e, como nesta hipótese
dos autos, não se discute resíduo de saldo devedor, mas diferença entre
valores pagos e os que seriam devidos pelo mutuário, não ocorre a
incompetência da Justiça Estadual para conhecer e julgar a demanda" (Apel.
Cív. n. 2.0000.00.508586-7/000, Relator Des. UNIAS SILVA, DJ
07/09/2005).

6. Caracterizada, pois, a impertinência quanto à citação da ... para figurar no


pólo passivo da demanda, de se afastar a alegação de competência da Justiça Federal
para processar e julgar o presente feito.

I.2 - DESACOLHIMENTO DA ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM -

A JURISPRUDÊNCIA DO STJ RECONHECE A LEGITIMIDADE DO


CESSIONÁRIO PARA DEMANDAR EM JUÍZO QUESTÕES PERTINENTE ÀS
OBRIGAÇÕES ASSUMIDAS E AOS DIREITOS ADQUIRIDOS, QUANDO A
CESSÃO DE DIREITOS TENHA OCORRIDO ANTES DE OUTUBRO DE 1996,
AINDA QUE NÃO HAJA A INTERVENIÊNCIA DO AGENTE FINANCEIRO -

7. Não merece acolhida a tese da 2ª ré, no sentido de que o autor seria parte
ilegítima para figurar no pólo ativo da demanda.

8. Extrai-se do Contrato de fl. ..., firmado em ..., que o autor adquiriu da


Sra. .../3ª ré, que por sua vez adquiriu do Sr. .../1º réu, o imóvel residencial com
endereço na Rua ..., n. ..., Bairro ..., na cidade de ..., financiado pelo Sistema Financeiro
da Habitação, através da .../2ª ré.

9. No entanto, de fato, daquele contrato não se infere a necessária anuência


àquela cessão do agente financiador - ..., ora 2ª ré.

10. Anos após a contratação e ao argumento de necessário cumprimento legal


às benesses da lei 10.150/2000, ajuizou a presente ação buscando a liquidação do
contrato in questio e a consequente liberação da hipoteca, outorgando a escritura do
referido imóvel.

11. Num primeiro momento, verificada, in casu, a não observância de


previsão legal e contratual que determina a obrigatoriedade de intervenção do agente
financeiro na transferência do acordo ou direitos e obrigações dele decorrentes, o nobre
julgador poderia extinguir o feito, ao fundamento da ilegitimidade ativa ad causam do
autor, por não ter figurado como interveniente naquele "contrato de gaveta", a
instituição financeira que financiou o imóvel.

12. No entanto, vê-se que o contrato de cessão de direitos, firmado pelo autor
e a segunda adquirente do imóvel, Sra. Ângela Maria Quintas David/3ª ré, foi celebrado
no ano de 1992, quando ainda não se fazia imprescindível a interveniência do agente
financiador, o que passou a ser exigido somente após a edição da lei nº 8.004/96, que
estabelece a possibilidade da transferência do imóvel financiado, somente com a
anuência do agente financeiro.

13. Diante disso, nos termos do § 1º do artigo 22 da Lei 10.150/2000, o


promissário comprador do imóvel ou o cessionário de direitos oriundos de contrato de
mútuo para aquisição da casa própria regido pelas normas do SFH equipara-se ao
mutuário final para todos os efeitos inerentes aos atos necessários à liquidação do
empréstimo, desde que a transferência do contrato tenha sido efetuada até 25/10/1996,
mesmo sem a anuência do agente financeiro.

14. É neste sentido que a jurisprudência do SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA tem reconhecido a legitimidade do cessionário para ajuizar ação de revisão
contratual contra o agente financiador, quando a cessão de direitos tenha ocorrido antes
de outubro de 1996, ainda que não haja a interveniência do agente financeiro, in litteris:

"CIVIL E ADMINISTRATIVO - AGRAVO INTERNO EM RECURSO


ESPECIAL - SFH - FCVS - CESSÃO DE POSIÇÕES CONTRATUAIS -
TERCEIRO SUB-ROGADO - LEGITIMIDADE AD CAUSAM PARA
REVISIONAL - CESSÃO OPERADA EM DESACORDO À LEI. 1. A validez
do ato de cessão de posição contratual de mutuário a terceiro, no âmbito de
um contrato de mútuo subordinado às regras do Sistema Financeiro de
Habitação, sem o placet do agente financeiro e seus reflexos na legitimidade
para ações revisionais, é matéria resolvida na Corte. 2. O art. 1° da Lei n.
8.004/1990 estabeleceu que a transferência dos contratos de mútuo (rectius,
cessão de posições contratuais), no STF, somente poderia ocorrer mediante
anuência do estabelecimento bancário. A superveniente vigência da Lei n.
10.150/2000 inaugurou um período de graça para os mutuários em situação
irregular, na medida em que a falta da manifestação do financiador passaria
a ser tida como invalidade sanável. Ademais, o sub-rogado poderia,
doravante, figurar em relações jurídicas, materiais ou processuais, como
titular dos direitos e ações emergentes do negócio jurídico. Por esse efeito, a
jurisprudência, de há muito, chancelou que, "nessas condições, tem
legitimidade para discutir e demandar em juízo questões pertinentes às
obrigações assumidas e aos direitos adquiridos." (REsp 705423/SC, Rel. Min.
Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ 20.2.2006.) 3. Com isso, fixou-se a
seguinte diferenciação: "Tratando-se de cessão de direitos sobre imóvel
financiado no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação realizada após 25
de outubro de 1996, a anuência da instituição financeira mutuante é
indispensável para que o cessionário adquira legitimidade ativa para
requerer a revisão das condições ajustadas." (REsp 565.445/PR, Rel. Min.
João Otávio de Noronha, Segunda Turma, julgado em 5.12.2006, DJ
7.2.2007.) 4. (...)(REsp 888.572/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ
26.2.2007.) Agravo regimental improvido." (AgRg no REsp 980.215/RJ, Rel.
Ministro HUMBERTO MARTINS, DJ 02/06/2008)

"AGRAVO REGIMENTAL - SISTEMA FINANCEIRO HABITACIONAL -


"CONTRATO DE GAVETA" - LEGITIMIDADE ATIVA DO CESSIONÁRIO
PARA REVISÃO DO CONTRATO DE FINANCIAMENTO NO ÂMBITO DO
SISTEMA FINANCEIRO HABITACIONAL - CONFIGURAÇÃO - AGRAVO
IMPROVIDO. 1. O terceiro a quem tenham sido cedidos os direitos e as
obrigações relativos a contrato de financiamento imobiliário celebrado no
âmbito do Sistema Financeiro Habitacional possui legitimidade ativa ad
causam para pleitear judicialmente a revisão desta avença, ainda que o
competente agente financeiro não tenha prestado anuência à referida cessão
de direitos. 2. Agravo regimental improvido." (AgRg no REsp 891.799/RJ,
Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, QUARTA TURMA, julgado em
06/03/2008, DJe 24/03/2008)

15. Sobre o tema o posicionamento abalizado e recente do TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DE MINAS GERAIS, in verbis:

“AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL.


SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO. CESSÃO DE DIREITOS.
TRANSFERÊNCIA ANTERIOR A OUTUBRO 1996. FALTA DE ANUÊNCIA
DO FINANCIADOR. DESNECESSIDADE. LEGITIMIDADE ATIVA DO
CESSIONÁRIO. PRECEDENTES DO STJ. O terceiro a quem tenham sido
cedidos os direitos e as obrigações relativos a contrato de financiamento
imobiliário celebrado no âmbito do Sistema Financeiro Habitacional possui
legitimidade ativa ad causam para pleitear judicialmente a revisão desta
avença, ainda que o competente agente financeiro não tenha prestado
anuência à referida cessão de direitos, dede que o contrato de cessão tenha
sido firmado antes de outubro de 1996, data da edição da lei nº 8.004/96”
(Apel. Cív. n. 1.0024.04.358176-8/004, Numeração Única 3581768-
86.2004.8.13.0024, Relator Des. ALBERTO HENRIQUE, DJ 02/07/2011)

"A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem reconhecido a


legitimidade do cessionário para ajuizar ação de revisão contratual, quando
a cessão de direitos tenha ocorrido antes de outubro de 1996, ainda que não
haja a interveniência do agente financeiro". (Apel. Cív. n. 1.0433.07.214321-
0/002, Des. Relator EDUARDO MARINÉ DA CUNHA, DJ 27.02.2009).

16. Destarte, não prospera a prefacial de ilegitimidade ativa ad causam do


autor, impondo-se sua contígua rejeição.

I.3 -CUMPRIMENTO DE TODOS OS REQUISITOS EXIGIDOS PELA LEI


10.150/00 PARA A QUITAÇÃO ANTECIPADA DO IMÓVEL DO AUTOR -

INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 2º, PARÁGRAFO 3º DA LEI 10.150/00 -

CONQUANTO A LEI FEDERAL Nº. 10.150/00 TENHA SE UTILIZADO


DA EXPRESSÃO "PODERÃO", A NOVAÇÃO DA DÍVIDA NÃO CONFIGURA
MERA FACULDADE DO FINANCIADOR, CONSTITUINDO DIREITO
SUBJETIVO DO MUTUÁRIO À QUITAÇÃO ANTECIPADA DO SALDO
DEVEDOR -

VASTO REPERTÓRIO JURISPRUDENCIAL DO STJ e TJMG -

17. No que diz respeito ao mérito, propriamente dito, a questão não traz
dificuldades, e sua solução passa pelos Princípios constitucionais da Isonomia,
Impessoalidade, Boa-fé Objetiva, Eticidade e até mesmo da Moralidade Administrativa.

18. Segundo consta dos autos as partes em litígio celebraram contrato de


financiamento habitacional em ... de 1986, mediante o pagamento de 192 (cento e
noventa e duas) prestações com vencimento em 15 de outubro de 2002, mediante
cobertura pelo FCVS - Fundo de Compensação de Variações Salariais (fls. ...).

19. Diante da frustrada tentativa em efetuar a quitação com base nos


benefícios trazidos pela Lei nº 10.150/00, o mutuário propôs a presente ação judicial
objetivando seja declarado o direito de ter o seu financiamento enquadrado nas
benesses do artigo 2º, parágrafo 3º da lei 10.150/00 e obter a quitação antecipada do
financiamento, retroativo à 21 de dezembro de 2000 com consequente "liberação da
hipoteca".

20. Sobre o direito controvertido, vale mais uma vez transcrever a norma
editada pelo Governo Federal (Lei Federal n. 10.150/00) que trata da novação de
dívidas e responsabilidades do Fundo de Compensação de Variações Salariais - FCVS,
nos seguintes termos:

"Art. 2º. Os saldos residuais de responsabilidade do FCVS, decorrentes das


liquidações antecipadas previstas nos §§ 1º, 2º e 3º, em contratos firmados
com mutuários finais do SFH, poderão ser novados antecipadamente pela
União, nos termos desta Lei, e equiparadas às dívidas caracterizadas
vencidas, de que trata o inciso I do § 1º do artigo anterior,
independentemente da restrição imposta pelo § 8º do art. 1º.
(...)
§ 3º. As dívidas relativas aos contratos referidos no caput, assinados até 31
de dezembro de 1987, poderão ser novadas por montante correspondente a
cem por cento do valor do saldo devedor, posicionado na data de
reajustamento do contrato, extinguindo-se a responsabilidade do FCVS sob
os citados contratos.”

21. Como se vê, a expressão "poderão" contida na lei dá uma idéia de haver
mera "faculdade" do financiador.

22. Todavia, comprovando o mutuário o preenchimento dos requisitos legais,


quais sejam, o financiamento habitacional ter cobertura pelo FCVS e ter sido pactuado
antes de 31 de dezembro de 1987, tal fato encerra direito subjetivo do mutuário à
quitação do respectivo contrato, conforme entendimento pacificado do TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DE MINAS GERAIS, in verbis:
“COHAB. FINANCIAMENTO HABITACIONAL. CEF. DESNECESSIDADE
DE PARTICIPAÇÃO NA LIDE. PRESCRIÇÃO TRIENAL. CÓDIGO CIVIL.
INAPLICABILIDADE. LEI ESTADUAL Nº. 10.150/00. PROGRAMA DE
NOVAÇÃO DE DÍVIDAS. QUITAÇÃO ANTECIPADA DO SALDO
DEVEDOR. DIREITO SUBJETIVO DO MUTUÁRIO. I - Inexiste interesse da
CEF na demanda, quando se discute o direito do mutuário à quitação
autorizada pela Lei Federal n°. 10.150/00, sem qualquer comprometimento
do fundo de compensação por variações salariais. II - Tendo em conta que
serviço a atividade dos agentes do Sistema Financeiro de Habitação, sujeita,
por conseguinte, às disposições do Código de Defesa do Consumidor,
inaplicável a prescrição trienal nos termos do art. 206, incisos IV e V do
Código Civil. III - Conquanto a Lei Federal nº. 10.150/00 tenha se utilizado
da expressão ""poderão"", a novação da dívida não configura mera
faculdade do financiador, constituindo direito subjetivo do mutuário à
quitação antecipada do saldo devedor” (Apel. Cív. n. 1.0439.08.095474-
6/001, Relator Des. FERNANDO BOTELHO, DJ 10/08/2011)

"AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C


REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
CONTRATO DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL. COHAB/MG. CEF.
DESNECESSIDADE DE PARTICIPAÇÃO NA LIDE. PRESCRIÇÃO DO
ART. 206, § 3°, IV E V, DO CÓDIGO CIVIL. INAPLICABILIDADE. LEI N°
10.150/00. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. DIREITO DO
MUTUÁRIO À QUITAÇÃO DO FINANCIAMENTO. DEVOLUÇÃO AS
PARCELAS PAGAS INDEVIDAMENTE. - Inexiste interesse da CEF na
presente demanda, porquanto não se discute nos autos as regras do Sistema
Financeiro de Habitação ou do FCVS - Fundo de Compensação por
Variações Salariais, mas apenas o direito do mutuário à quitação autorizada
pela Lei Federal n° 10.150/2000 e eventual devolução das parcelas pagas. -
Não se aplica à hipótese a prescrição contida no art. 206, incisos IV e V, do
Código Civil, relativamente à pretensão de devolução das parcelas pagas
pelo Recorrido. - Presentes os requisitos previstos na Lei n° 10.150/00, ao
mutuário deve ser assegurado o direito à quitação do seu financiamento e,
via de consequência, a devolução dos pagamentos indevidamente realizados,
privilegiando-se, assim, os princípios da boa-fé, da moralidade e da vedação
ao locupletamento ilícito" (Apelação Cível 1.0439.08.095460-5/001, Des.
ANDRÉ LEITE PRAÇA, DJ 21/09/2010)

"COHAB - CONTRATO DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL -


COBERTURA PELO FCVS - PEDIDO DECLARATÓRIO C/C REPETIÇÃO
DE INDÉBITO DE PARCELAS COBRADAS INDEVIDAMENTE - CEF -
LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO - AUSÊNCIA - LEI 10.150/2000
- PROGRAMA DE NOVAÇÃO DE DÍVIDAS - QUITAÇÃO ANTECIPADA
DO SALDO DEVEDOR - DIREITO SUBJETIVO DO MUTUÁRIO - Embora
a questão debatida tenha como cenário de fundo a celebração de contrato de
financiamento imobiliário com cobertura pelo FCVS, verifica-se que a
pretensão deduzida pelo autor não alcança, sequer de forma potencial, os
interesses da CEF, gestora do referido fundo, haja vista que eventual
acolhimento do pleito de repetição de indébito atingiria, apenas, a
COHAB/MG, a quem foram pagas as parcelas contratuais, não se cogitando,
portanto, de possível comprometimento do Fundo, mediante, por exemplo,
amortização de eventual saldo devedor existente. - O Código de Defesa do
Consumidor é aplicável às instituições financeiras. Tratando-se de relação
jurídica de trato sucessivo, bem como de direito reconhecido pela credora -
Sociedade de Economia Mista - a prescrição da pretensão de ressarcimento
das parcelas indevidamente pagas atinge apenas as prestações vencidas nos
cinco anos anteriores à propositura da ação, por analogia ao disposto na
Súmula 85 do c. Superior Tribunal de Justiça. - Conforme já consolidado na
jurisprudência do c. STJ, o mutuário tem direito à quitação antecipada do
saldo devedor com cobertura do FCVS, desde que satisfeitas as condições
previstas no art. 2.º, § 3.º, da Lei n.º 10.150/2000, quais sejam, a previsão de
cobertura do Fundo e a celebração do contrato até 31 de dezembro de 1987,
não se tratando, portanto, de simples faculdade do agente financeiro.”
(Apelação Cível 1.0439.08.094043-0/001, Des. EDUARDO ANDRADE, DJ
24/08/2010)

"FINANCIAMENTO HABITACIONAL. FCVS. CAIXA ECONÔMICA


FEDERAL. LEGITIMIDADE. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
APLICAÇÃO. NOVAÇÃO. LEI 10.150/2000. REQUISITOS. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O fato da Caixa
Econômica Federal gerir o FCVS não implica diretamente em litisconsórcio
passivo no feito, tendo em vista a inexistência de comprometimento do
mencionado fundo. Conforme o enunciado da súmula 297 do Superior
Tribunal de Justiça o Código de Defesa do Consumidor é aplicável às
instituições financeiras. A novação das dívidas previstas na lei 10.150/2000
não se trata de uma faculdade da COHAB, pois, ainda que a citada norma
utilize-se da expressão ""poderão"", tem-se que, presentes os requisitos, a
novação é medida que se impõe. Com base nos critérios da especialidade e
critério cronológico de solução dos conflitos entre normas, o melhor
entendimento demonstra a impossibilidade de compensação de honorários
advocatícios de sucumbência, nos termos do Art. 23 do Estatuto da Ordem
dos Advogados do Brasil" (Apelação Cível 1.0439.09.102310-1/001, Relator
Des. MARIA ELZA, DJ 06/05/2010).

"APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE


DÉBITO C/C REPETIÇÃO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS -
LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO - CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL - PRESCINDIBILIDADE - PRESCRIÇÃO - INOCORRÊNCIA -
INTELIGÊNCIA DO ART. 27 DO CDC - CONTRATO DE
FINANCIAMENTO HABITACIONAL - LEI 10.150/2000 - DIREITO
SUBJETIVO DO MUTUÁRIO - INDÉBITO - REPETIÇÃO -
POSSIBILIDADE - JUROS COMPENSATÓRIOS - VEDAÇÃO - RECURSOS
NÃO PROVIDOS. Desnecessária a integração da Caixa Econômica Federal
ao pólo passivo da relação processual, na hipótese de a ação revisional de
contrato de financiamento habitacional não versar sobre verbas oriundas do
Fundo de Compensação de Variações Salariais. Os agentes financeiros do
Sistema Financeiro de Habitação subsumem-se na categoria de fornecedores
de serviços, razão pela qual a eles se aplicam inegavelmente as disposições
do Código de Defesa do Consumidor, inclusive no tocante ao prazo
prescricional previsto no art. 27 do CDC. Conquanto a Lei 10.150/2000
tenha se utilizado da expressão ""poderão"", tem-se que, presentes os
requisitos, a novação é direito subjetivo do mutuário à quitação do seu
financiamento e, via de consequência, a devolução dos pagamentos
indevidamente realizados, privilegiando-se, assim, os princípios da boa-fé e
da vedação ao locupletamento ilícito" (Apelação Cível 1.0439.09.103888-
5/001, Relator Des. AFRÂNIO VILELA, DJ 13/07/2010)

"Apelação Cível. Ação Declaratória. Contrato de Financiamento


Habitacional. COHAB. Cobertura pelo Fundo de Compensação de Variações
Salariais (FCVS). Lei nº 10.150/2000. Preenchimento dos requisitos legais.
Direito subjetivo do mutuário. Quitação do financiamento. Devolução das
parcelas indevidamente pagas. Recurso a que se nega provimento" (Apel.
Cív. n. 1.0702.06.279891-4/001, Relator Des. RONEY OLIVEIRA, DJ
26/08/2008).

“AÇÃO DECLARATÓRIA - CONTRATO DE FINANCIMENTO


HABITACIONAL - COBERTURA PELO FUNDO DE COMPENSAÇÃO DE
VARIAÇÕES SALARIAIS (FCVS) - LEI Nº 10.150/00 - QUITAÇÃO -
REQUISITOS - PREENCHIMENTO - DEVOLUÇÃO. Comprovados os
requisitos da Lei nº 10.150/00, é assegurado ao mutuário o direito público
subjetivo à quitação do seu financiamento, cabendo ao órgão financiador
atender a finalidade social da lei, com os recursos do Tesouro Nacional,
destinados a minorar o déficit de habitações populares” (Apel. Cív. n.
1.0702.04.184924-2/003, Relator Des. EDILSON FERNANDES, DJ
23/04/2008).

23. Entendimento também consolidado na jurisprudência do SUPERIOR


TRIBUNAL DE JUSTIÇA, sob a premissa de que o mutuário tem direito à quitação
antecipada do saldo devedor com cobertura do FCVS, desde que satisfeitas às
condições previstas no art. 2.º, § 3.º, da Lei n.º 10.150/2000, quais sejam, a previsão de
cobertura do Fundo e a celebração do contrato até 31 de dezembro de 1987, in litteris:

“AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. SISTEMA FINANCEIRO


DA HABITAÇÃO. FCVS. NOVAÇÃO. LIQUIDAÇÃO ANTECIPADA DO
SALDO DEVEDOR. REQUISITOS DA LEI N. 10.150/2000. PRECEDENTES
DE AMBAS AS TURMAS QUE COMPÕEM A PRIMEIRA SEÇÃO. Agravo
regimental interposto contra decisão que negou seguimento a recurso
especial em que se discute quitação de contrato de mútuo, com cobertura
pelo FCVS. Entendimento deste Tribunal de que o mutuário tem direito à
quitação antecipada do saldo devedor com cobertura do FCVS, desde que
satisfeitas as condições previstas no art. 2º, § 3º, da Lei n. 10.150/2000, quais
sejam: a) previsão de cobertura do Fundo; b) celebração do contrato até 31
de dezembro de 1987” (AgRg no REsp 1067378 RS, Relator Ministro
BENEDITO GONÇALVES, DJ 19/03/2009)

"É direito do mutuário a manutenção da cobertura do FCVS e, por


conseqüência, a liquidação antecipada do saldo devedor, com desconto de
100% pelo Fundo, desde que o contrato tenha sido celebrado até 31 de
dezembro de 1987 (art. 2º, § 3º, da Lei n. 10.150/00)" (REsp 638.132/PR, Rel.
Min. Franciulli Netto, DJ de 06/09/2004)
No mesmo sentido: REsp 956.023/RS, DJ de 25/10/2007; REsp 927.139/RS,
DJ de 25/9/2008; REsp 1.099.998/RS, DJ de 3/2/2009; REsp 1075284/MG, DJ de
4/11/2008.

24. Outrossim, por se tratar de necessidade básica do cidadão e em respeito ao


principio da dignidade da pessoa humana, concebida pela Constituição como valor
supremo da democracia, a moradia constitui DIREITO SOCIAL expressamente
contemplado no artigo 6.º da Constituição Federal (com a redação dada pela EC n.º
26/2000), cujo direito deve ser tutelado pelo Judiciário.

25. Sendo assim, a Lei 10.150/2000, como subvenção econômica do Governo


Federal, tem o objetivo de equalizar ou solucionar o grave problema social que é a
habitação popular, não podendo, assim, ser interpretada com restrição, a ponto de
entender que a concessão da quitação seria mera "faculdade" da instituição
financiadora, devendo ser considerado um direito, quando o mutuário cumpre os seus
requisitos.

26. Na hipótese dos autos, o autor cumpriu todos os requisitos exigidos pela
lei para a quitação de seu imóvel, de acordo com a referida lei, sendo-lhe assegurado o
direito público subjetivo à quitação do seu financiamento, cabendo ao órgão
financiador atender a finalidade social da lei, com os recursos do Tesouro Nacional,
destinados a reduzir o déficit de habitações populares.

27. Com efeito, o Poder Judiciário, em havendo plausibilidade da ameaça ao


direito, é obrigado a efetivar o pedido de prestação jurisdicional requerido pela parte,
visto que a indeclinabilidade da prestação judicial é princípio básico que rege a
jurisdição.

28. Por tudo, e porque assegurado ao mutuário o direito público subjetivo à


novação nos termos da Lei Federal nº. 10.150/00, imperativo a rejeição das frágeis
alegações elencadas pelo 2º réu em sua peça de defesa, julgando procedente da ação,
nos termos dos pedidos relacionados na exordial.

II - PEDIDOS

29. Ex positis, o autor requer:

a) a rejeição das preliminares de inclusão da ... no pólo passivo da demanda e


sua consequente remessa para Justiça Federal e quanto à arguição de ilegitimidade ad
causam ativa do autor;

b) a procedência da ação, nos termos dos pedidos relacionados na exordial,


acrescido da verba sucumbencial e custas processuais;

c) por se tratar de matéria exclusivamente de direito, que se opera ao


julgamento antecipado da lide.

Pede deferimento.
(local e data)
(assinatura e OAB do advogado)

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