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da
Educação
2008
Trabalho realizado no âmbito da cadeira de Sociologia da Marisa
Educação inserida no curso de Educação Social regime Pós- Cimenta
Laboral. Nº. 080143005
1. Podemos afirmar que a sociologia é uma “ciência com particular propensão para a
reflexividade” pois segundo António Firmino da Costa esta ciência além de
questionar os feitos sociais também se questiona a ela própria. Querendo dizer com
isto que para além de analisar a sociedade (grupos ou indivíduos), analisa como
poderá aprofundar o seu estudo e se este é o mais correcto tanto durante o processo
como nas conclusões retiradas. Os procedimentos elaborados pelos sociólogos giram
à volta do contexto social pois é na sociedade que vão buscar as respostas para os
fenómenos que eventualmente se apresentam. É então importante ir ao centro da
questão e examinar as relações sociais e o que daí deriva interpretando-a, contudo é
não menos necessário proceder à análise do contexto social em si pois uma vez
inserido no quotidiano torna-se familiar e deixa de ser focado. Cabe ao sociólogo
compreender e especificar as muitas divergências da sociedade, expondo o porquê de
tais intercções entre grupos e indivíduos e seus modos de vida.
3. A educação é um fenómeno social que nos importa a todos. Começando por salientar
o que se passa nos grupos sociais que se mantêm e acentuam ao longo do tempo com
a escolarização. Tal acontece pois existe uma grande desigualdade entre grupos
favorecidos e desfavorecidos. Ora se levarmos em conta que os grupos favorecidos
tem maior facilidade a aceder aos recursos escolares, entende-se o porquê destes
terem mais sucesso ao longo do percurso. Por outro lado, os grupos sociais
desfavorecidos que não têm tanta facilidade e não se adequando às estratégias
impostas acabam por obter menores resultados em parte por a escola não permitir
que todos tenham o mesmo nível de escolarização. Voltando aos grupos favorecidos
é de salientar toda a instrução dada pelo meio onde estes estão inseridos pois desde
cedo é incutido o dever de ser bem sucedido e para que isso aconteça, têm de recorrer
à educação escolar e com isso projectam a sua vida a longo prazo. Pelo contrário, os
grupos mais desfavorecidos já não têm essa visão pois são de longe mais limitados
em relação a projectos. Estes resignam-se ao que sempre conheceram, às suas
frustrações e tensões do meio onde se inserem. Os códigos linguísticos são também
um factor importante já que se compararmos uma criança saída de famílias que usam
frequentemente um código elaborado com uma criança onde o uso de linguagem é
popular e muitas vezes incorrecto verificamos que a que tem uma familiaridade com
os códigos de linguagem insere-se facilmente na escola e obtém bons resultados. O
mesmo não se pode dizer da criança que não lida com tais códigos no dia a dia,
sendo mais complicado de atingir resultados positivos e mesmo níveis superiores de
educação. A escola, tentando de forma errada dar uma educação para todos, atenua
as diferenças entre grupos e dificulta o progresso dos que não podem fazer face aos
obstáculos escolares. Por outro lado, continua a dar importância ao sucesso
individual de cada um e não a um todo o que também não favorece o seu papel,
contudo ao abranger toda a população tenta formar novas gerações para que estas não
passem pelos mesmos problemas antes batalhados pelos seus pais. (Como vimos,
algo também sem muito sucesso).
4. A instituição escolar tem funções que abrangem a sociedade. Esta certifica, educa,
socializa, protege e actua. Comecemos pela função social. É sabido que a escola é
ponto de encontro para vários sectores da sociedade e é aí que se constroém relações
ocorrendo interacção entre indivíduos. Nessa interacção é formada a sua inserção
pois ao se relacionarem com outros, moldam-se aos seus costumes e ideias sendo
depositado o respeito mútuo e regras sociais. O indivíduo então apto para começar
um percurso escolar desenvolve capacidades de cooperação, participação, disputa
entre outras que o possibilitam a ser bem sucedido futuramente. Outra função
importante colocada pela escola é a política. A instituição escolar é vista como um
serviço obrigatório que tem como principal objectivo diminuir as diferenças
apresentadas pela sociedade e também o de preparar o indivíduo para actuar perante
a mesma utilizando os conhecimentos obtidos ao longo de toda a sua instrução. É
cada vez mais valorizado a flexibilidade do homem face ao mundo e a sua
participação nele lutando pelas suas opiniões, necessidades próprias e de outrém, em
suma lutando pelo seu lugar na sociedade. Contudo não são apenas estas duas as
funções da instituição escolar, tendo a função educativa lugar cativo neste leque. A
importância da educação do homem é fundamental. É necessário reconstruir o seu
modo de pensar e os seus conhecimentos para que este se sinta capacitado a lidar
com adversidades propostas ao longo da sua vida. É papel da escola formar de
maneira consistente novos valores permitindo ao aluno/indivíduo um ensinamento
dado por profissionais de educação, ensinamento esse que se foi aprofundando e
modificando à medida que os tempos mudavam para que o acompanhamento fosse
real e não antigo. (Os professores tiveram de estudar cada vez mais, aumentando a
sua instrução escolar e sabedoria.). Todas estas funções habilitam o indivíduo a
colocar-se no mundo e a ser independente.
ROCHER, Guy. Sociologia Geral. Tradução: Ana Ravara. Editorial Presença, Lisboa
1971