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Volume 1.

Resolução de Exercícios

Literatura II
Volume 1.A

Exclusivo da apostila do professor, este guia apresenta a


resolução dos exercícios

SUMÁRIO
Capítulo 1 – “ENTRE A BOCA DA NOITE E A MADRUGADA”, de Milton Dias: ........................................... 7
Tópico A: A Expressão Literária
Tópico B: O Gênero Crônica
Tópico C: A Crônica de Milton Dias
Tópico D: A Natureza das Crônicas de “Entre a boca da noite e a madrugada”
Tópico E: A Divisão do Livro 7
Questões de Aprofundamento ................................................................................................................................ 8
Capítulo 2 – Estudo de “Três Peças Escolhidas”, de Eduardo Campos – “Dias e Dias”,
de Ana Miranda – “O Mundo de Flora”, de Ângela Gutiéerez: .............................................. 8
Tópico A: Estudo de “Três peças escolhidas”, de Eduardo Campos
Tópico B: Leitura e interpretação de “Dias & Dias”, de Ana Miranda
Tópico C: Leitura e interpretação de “O mundo de Flora”, de Ângela Gutiéerez
Questões de Aprofundamento .............................................................................................................................. 10
Exercícios de Revisão: ...................................................................................................................................... 10

permitem à fantasia conduzir-se numa certa linha de


Capítulo 1 representação. Na terceira afirmação, tem-se: “despreza os
detalhes do cotidiano, porque se volta para os grandes
recortes do tempo.” Tal concepção não se ajusta
“ENTRE A BOCA DA NOITE E A aos conceitos de crônica literária, por esta não desprezar
MADRUGADA”, de Milton Dias os detalhes do cotidiano. A crônica brasileira, em especial,
afasta-se da História dos grandes recortes, para privilegiar,
com seu humor lírico, poético e fantasioso, as ligações por
vezes despercebidas do cotidiano. A pluralidade dos
detalhes, nesta modalidade estética, se capacita a revelar
um todo muito mais amplo e mais complexo, transformando
1 C o circunstancial na concretude de uma unidade significativa.
No texto, por exemplo, há passagens como: “filho do
primeiro amor ou do primeiro descuido” (humor), “um 3 D
doméstico trombolho” (coloquial) Advinda do passado, como registro de acontecimentos,
aventuras e viagens, a referência à atualidade guarda um
2 A tom de intimidade sentimental, subjetiva e bem-humorada,
Fazem-se, nesta questão, três declarações sobre o gênero. dosada com ironia leve e perspicaz. Assídua freqüentadora
Diz a primeira que a crônica literária “comenta e interpreta dos jornais desde o século passado, a crônica acolheu, por
subjetivamente ocorrências pessoais ou de domínio seu valor estético, requintado e gracioso, grandes nomes
público”, o que de fato acontece, porque uma de suas da literatura universal, como Dickens, Dostoievski e, no
características é projetar o sujeito observador sobre a tela Brasil, Machado de Assis.
onde recompõe as cenas e os tipos. A segunda assertiva
sustenta que a crônica referencia indivíduos históricos e 4 A
reais, pois o cronista se priva de recorrer à fantasia. A A crônica que reflete sobre o ato de escrever é a
declaração é incorreta, visto que não existe essa negação metalingüística.
do imaginário. Pelo contrário, os indivíduos representados
pelo cronista terão seus traços pessoais configurados de 5 E
modo a satisfazer uma certa visão, seja ela de cunho afetivo Os três itens trazem as marcas fundamentais ao gênero crônica.
e memorialista (o que implica a imaginação), seja de ordem
tipificadora (o que implica eliminar ou inibir traços reais em 6 E
benefício da personagem que se apresenta à imaginação do A simples leitura, até aleatória, das crônicas do livro
leitor), seja de ordem estética e literária, quando os cânones comprovam tal afirmação.
Volume 1.A
7 A 15 Porque inunda os textos de subjetividade, projetando
Ainda que use neologismo (“infantogaticídio”), tal não implica elementos do eu.
erudição; por outro lado, em vez de arcaísmo, (raramente o
emprega) colhe expressões populares.
Literatura II

8 B
Milton Dias foi, essencialmente, um cronista. Também se
dedicou a contar histórias e a escrever ensaios. Não compôs 1 B
A viagem e o retorno assumem o mesmo grau de importância;
romance.
ao viajar, o homem tem forças para “começar de novo”.
9 E
2 A
O Prêmio Osmundo Pontes de Literatura foi dado à Natércia
O termo “poetas” está empregado no lugar de livros, de
Campos pela obra “A casa”.
poemas.
10 A 3 D
Apenas o item A do segundo parêntese é falso, uma vez que
O verbo dar está, na crônica, com o sentido de fazer.
o tom coloquial e a liberdade formal são traços de sua crônica.
4 C
O termo "aquele" implica sempre um referente distante: na
crônica "Os golinhas", o autor se refere a esses dois pássaros.

5 E
Os pássaros passam por um processo de humanização,
8 1 Porque dialoga com vários gêneros literários, tais como: o sendo, portanto, dotados de sentimentos.
conto, a poesia, a epístola etc.
6 C
2 Ao ganhar o grau literário, isto é, pela utilização de uma A expressão “Graças a Deus” é de natureza coloquial,
linguagem que, mesmo próxima do cotidiano, deixa-se tocar espontânea, naturalmente incorporada ao discurso dos
pelo poético, através de recursos como musicalidade ou, falantes.
ainda, pela fusão entre a subjetividade do eu e o cotidiano.
7 D
3 A subjetividade do eu se associa a uma linguagem que toca, O termo élan está inserido no cotidiano da fala; à liberdade
frequentemente, o poético – pela musicalidade, pelo uso de formal une a intensidade lírica; a crônica é espontânea, como uma
figuras de linguagem. conversa entre o cronista e o leitor, pode abrigar intensidade lírica.

4 As metafísicas trazem, em seu bojo, preocupações 8 B


filosóficas; as poéticas são musicais e metafóricas. O pássaro, confinado ao espaço doméstico, perdeu seus
instintos, não conseguindo êxito em sua empreitada.
5 Em geral, a crônica parte de assuntos colhidos ao dia-a-dia,
de interesse geral, às vezes já veiculados à informação diária. 9 D
Os termos estão empregados em sentido denotativo.
6 Suas crônicas percorrem, quase sempre, os temas eternos:
o amor, a morte, a saudade, a corrosão do tempo, a infância, 10 A
a solidão. Passagens como “essas mal traçadas linhas” implicam lugar-
comum; a expressão “... que só vendo” é marca de oralidade.
7 Através de um processo de humanização, passam a ter compor- Os dois primeiros parênteses podem ser comprovadas as
tamentos semelhante ao dos humanos: são dóceis, compa- respostas pela simples leitura do texto.
nheiros, atenciosos ou mal-educados, encrenqueiros etc.

8 Põe em destaque as questões metafísicas: o prazer, a


angústia, o amor, a morte, as incertezas.
Capítulo 2
9 O Grupo Clã foi responsável pela consolidação das Estudo de “Três Peças Escolhidas”, de
conquistas modernistas entre nós. Eduardo Campos – “Dias e Dias”, de
Ana Miranda – “O Mundo de Flora”, de
10 Eduardo Campos; Antônio Girão Barroso Ângela Gutiéerez

11 B
No jornal, discutem-se temas do momento; a crônica inspira-
se em fatos do cotidiano, recriando-os.
1 E
12 O jornalismo reproduz o fato com fidelidade; a crônica o Acrescente-se também a informação de que ele foi membro
recria, põe sobre ele a imaginação. do Grupo CLÃ, responsável pela sedimentação do
modernismo nas letras cearenses.
13 Caio Cid; e Ciro Colares.
2 C
As peças se concentram em dramas socias, típicos da vida
14 Usa, com freqüência, a ironia e a metáfora. metropolitana.
Volume 1.A
3 B
Uma das inovações do teatro do autor é a ausência de um
espaço artificial; assim, o leitor imagina o ambiente em que
vivem as personagens.

Literatura II
1 A
4 D A chegada de Elvira, mãe de Rosa – prostituta e amante do
As personagens, se não recebem nomes, é porque são tipos traficante Zé Valentão – modifica a vida na favela.
caricaturados e não animalizados.
2 Realizou uma novena em plena zona do cabaré.
5 E
Rosa, a protagonista, mesmo analfabeta, tem consciência
do mundo e luta por seus direitos; há um contraste entre o 3 Por causa de sua candura, de sua inocência.
mundo dos pobres e o dos ricos.
4 Antes, só vendia cachaça; agora, passou a vender refresco.
6 B
Feliciana, personagem fictícia, vive um amor platônico com 5 B
O que comprova a simples leitura do texto.
o poeta Gonçalves Dias – personagem histórica.

7 C 6 C
Há entre os moradores da favela uma determinação de ajuda
No romance, a vida de Gonçalves Dias suplanta documentos, mútua, talvez fruto da miséria em que vivem.
pois é contada sob a força da imaginação; o romance cita
muitos poemas do autor.
7 Amelinha seduz um motorista de caminhão, mas faz ver aos
outros que foi o contrário.
8 “A canção do exílio”; inclusive um fragmento desta serve
como epígrafe do livro. 9
8 Ele quer que Amelinha dramatize a cena de sedução diante
9 do Delegado.
Quando deparou, num papel de embrulho, um poema sobre
uns olhos verdes.
9 O espaço é o bairro do Pirambu.
10 A
Há alusões a movimentos de insurreição, com a Balaiada, 10 A
bem como preconceitos de etnia. A situação de fingimento da protagonista provoca risos; os
tipos são caricaturas, muitos não têm nome, são
D identificados pela função profissional.
11
O que se comprova pela leitura do livro.
11 D
12 D A recriação do passado pela visão de pessoas anônimas é
Há referências às lutas após a Independência do Brasil; a uma marca da pós-modernidade.
autora documenta os passos do poeta no Brasil e na Europa;
muitos poemas são registrados no livro. 12 D
Ao contar a vida de Gonçalves Dias, ela também recupera
momentos da História do Brasil.
13 E
Não há crítica literária; o que se impõe é o retrato subjetivo
do poeta, a partir da visão de Feliciana. 13 E
Os itens A, B e C são traços do conto; correm em paralelo
14 B vários núcleos dramáticos.
As cartas são, a rigor, a presença da documentação histórica
de que se serve o romance. 14 D
Uma personagem fictícia, Feliciana, vive um amor imaginado
15 B com uma personagem histórica – o poeta Gonçalves Dias.
A paixão da protagonista pelo poeta – que sequer sabe de
sua existência – é prova disso. 15 C
Há registros das lutas pós-Independência; nessa ocasião,
16 E os portugueses tinham suas casas saqueadas.
Os episódios são narrados em a ordenação cronológica; e
há uma multiplicidade de narradores. 16 Soube que o poeta Gonçalves Dias se encontrava em Forta-
leza e veio até a esta cidade para encontrar-se com ele.
17 A
Trata-se de um romance de Oswald de Andrade. 17 É prima de Feliciana e casada com Alexandre Teófilo; assim,
passa para a protagonista o conteúdo das cartas que o poeta
18 B Gonçalves Dias escreve ao amigo.
Há uma fusão entre a voz do narrador e o pensamento da
personagem. 18 A Balaiada
19 D 19 Um álbum, com inscrições em latim.
Trata-se de um “causo”.
20 C
20 A O pai dela deu a entender que havia um patrimônio maior
Há, por exemplo, um poema de Jorge de Lima; uma do que o apresentado.
marchinha da campanha de Getúlio Vargas; um recorte da
Carta Testamento deste; ditos como “Não quero criar rabo 21 C
de cutia contando estória de dia.” Veja se o sufixo “inho”.
Volume 1.A
22 B 3 A
Nesse caso, há uma substituição de uma palavra por outra. Em linguagem lírica, com marcas de oralidade, a infância
aparece como um espaço perdido de felicidade.
23 A
Literatura II

O correto seria: “Não posso tirá-la da minha cabeça”. 4 B


As três peças compõem a trilogia dos dramas urbanos.
24 E
O texto é narrativo, e o ponto de vista é externo. 5 C
25 A 6 D
Tal uso é obrigatório, consoante as regras da pontuação. B – Aves de arribação;
C – O mundo de Flora;
26 E E – Dias e Dias.
Tais recursos resultam do enquadramento da obra na
tendência da pós-modernidade. 7 Serve-se do gênero epistolar, pois o mundo do poeta é
revelado pelas cartas que escreve a um amigo.
27 C
Nesse sentido, o discurso se revela como uma polifonia. 8 Predomina a ficção, uma vez que se trata de um romance. É
Além disso, há, também, o uso de expressões em línguas Feliciana quem nos dá um outro retrato do poeta, retrato
estrangeiras, como o francês e o espanhol. este que não se encontra na História oficial.

28 B 9 A
Em muitos momentos, não se sabe onde está Flora e onde Através das cartas, temos o quadro histórico e humano do
10 está Flô, por exemplo. Entregam-se as personagens a muitos poeta.
devaneios.
10 C
Nesse romance, os capítulos estão embaralhados.

11 D
Parodia um trecho da Carta-Testamento do presidente.
1 A
Há, no romance, recortes de cartas, de crônicas, de contos
etc. A estrutura é desmontável, mas é possível ordenar a 12 A – Jorge de Lima
B – Casimiro de Abreu
trama.
C – José de Alencar
D – João Cabral de Melo Neto
2 E
E – Manuel Bandeira
A oração se inicia com um pronome oblíquo; a vírgula é
obrigatória e separa orações coordenadas com sujeitos
diferentes; órfãs implica metonímia. 13 A
O que se percebe a partir da leitura do livro.
3 D
14 Ao romance O mundo de Flora.
O item 3 se refere a romances como Ana Terra ou Dias &
Dias.
15 Ao romance O mundo de Flora.
4 A
O item B é correto para Antônio Girão Barroso e Eduardo
Campos. Anotações:

5 D
A educação das moças era voltada para os dotes de sociedade
e visava, sobretudo, ao casamento.

6 D
Trata-se de um verdadeiro caso de polifonia, muitas são as
vozes que conduzem a trama.

7 B
Vê-se, por exemplo, a Coluna da Hora, mas em Fortaleza;
há o retrato de dois loucos populares na cidade; tal ocorreu
quando da Segunda Guerra.

1 D
O item III se aplica aos romances de Ana Miranda.

2 A
O livro se divide em cinco partes, em cada uma delas há
relação temática entre os textos.

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