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APOSTILA DE TELECOMUNICAÇÕES E REDES

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................4
1.1. Histórico.............................................................................................................4
1.2 Utilização das Redes de Computadores.......................................................................................................5
2. CONCEITOS BÁSICOS DE REDES DE
...COMPUTADORES.....................................................................................................6
2.1 Estrutura de uma rede de
computadores.......................................................................................................6
2.2 Componentes básicos de uma rede de
computadores.......................................................................................................7
2.3 Arquiteturas de Redes.................................................................................................................9
3. CONCEITOS BÁSICOS DE COMUNICAÇÃO E
TELECOMUNICAÇÃO..................................................................................................11
3.1. Modelo de um Sistema de
Comunicação......................................................................................................11
3.1. Sinais Analógicos x Sinais
Digitais.............................................................................................................12
3.1.1 Bits x Bauds........................................................……..................................................13
3.2 Largura de Banda e Capacidade de
Canal................................................................................................................13
3.3 MODEMs..........................................................................................................14
3.4. Técnicas de modulação..........................................................................................................15
3.5. Características de uma
transmissão........................................................................................................15
3.5.1. Quanto ao Sentido de Transmissão no
Canal...............................................................................................................16
3.5.2. Quanto ao número de canais
utilizados...........................................................................................................16
3.5.3. Quanto à sincronização......................................................................................................17
4. MEIOS DE TRANSMISSÃO DE
DADOS...............................................................................................................20
4.1 Meios físicos.20
4.1.1 Linha aérea de Fio nú....................................................................................................................21
4.1.2 Par Trançado .......................................................................................................................21
4.1.3 Cabo Coaxial................................................................................................................25
4.1.4 Fibras Ópticas................................................................................................................28
4.2 Meios não físicos de
transmissão...........................................................................................................34
4.2.1 O Espectro Eletromagnético.....................................................................................................34
4.2.2 Transmissão de Rádio..................................................................................................................35
4.2.3 Transmissão de Microondas..........................................................................................................36
4.2.4 Ondas milimétricas e
infravermelhas......................................................................................................37
4.2.5 Transmissão de Ondas de
Luz....................................................................................................................37
4.2.6 Satélites de Comunicação........................................................................................................38
5. DISTORÇÃO E RUÍDO NA TRANSMISSÃO
(ERROS)...............................................................................................................43
5.1 Detecção de erros.................................................................................................................43
5.1.1. Bit de Paridade (paridade de
caractere)...........................................................................................................43
5.1.2. Paridade Longitudinal
(combinada)........................................................................................................43
5.1.3. Redundância Cíclica
(CRC)...............................................................................................................44
5.2. Correção de erros.................................................................................................................45
5.2.1. Descrição de um Código
Hamming...........................................................................................................45
6. SOFTWARE DE COMUNICAÇÃO.......................................................................................................47
6.1. Protocolos de comunicação.......................................................................................................47
6.2. Protocolos de enlace de
dados...............................................................................................................49
6.2.1 Protocolos Orientados a
caracter............................................................................................................50
6.2.2 Protocolos Orientados a
bits..................................................................................................................51
6.3. Protocolo de enlace HDLC.............................................................................................................51
6.3.1 Estrutura do Quadro:.............................................................................................................52
6.3.2 Definição dos comandos e respostas no HDLC....................................................................54
6.3.3 Operaçã55
6.3.4 Controle de Fluxo e Sequenciamento...................................................................................55
7. O MODELO DE REFERÊNCIA OSI...............................................................................................................57
7.1 A Camada F58
7.2 A Camada de Enlace de Dados.....................................................................................................58
§_Apostila de Telecomunicações e Redes 1 § 3
7.3 A camada de Rede...................................................................................................................58
7.4 A camada de Transporte..........................................................................................................59
7.5 A camada de Sessão...............................................................................................................59
7.6 A camada de Apresentação.......................................................................................................60
7.7 A camada de Aplicação...........................................................................................................60
8. O PADRÃO IEEE 861
8.1 Camada físic61
8.2 Subcamada de controle de acesso ao meio (MAC) ...................................................................61
8.3 Subcamada de controle de enlace lógico (LLC)...........................................................................61
9. PROTOCOLOS DE ACESSO MÚLTIPLO.............................................................................................................63
9.1. Acesso baseado em contenção.....................................................................................................63
9.1.1. Aloha...63
9.1.2. Carrier Sense Multiple Access (CSMA).............................................................................63
9.2. Acesso ordenado sem contenção.................................................................................................66
9.2.1. "Polling66
9.2.2. Quadro ou Slot Vazio..........................................................................................................66
9.2.3. Inserção de Registrador........................................................................................................67
9.2.4. Passagem e Permissão (token ring)......................................................................................67
9.2.5. Passagem de Ficha em Barramento (Token Bus)................................................................68
Resumo:..............68
10. A ARQUITETURA DA INTERNET TCP/IP....................................................................................................69
10.1. Camada de Interface de rede ou camada host /rede (enlace / física) (1)....................................70
10.2. Camada inter-rede ou Internet (2)..............................................................................................70
10.3. Camada de transporte (3)...........................................................................................................70
10.4. Camada de Aplicação (4)...........................................................................................................70
10.5 Comparação entre o Modelo OSI e a Arquitetura lnternet Tcp/Ip..............................................72
10.6. Endereçamento Internet.............................................................................................................73
10.6.1. Classes de endereçamento em Internets.............................................................................73
10.6.2. 74
A. ANEXO I - PADRÃO IEEE 802 PARA REDES LOCAIS..........................................................................76
A.1. Padrão IEEE 802.3 e Ethernet....................................................................................................76
A.2. Cabeamento 802.3......................................................................................................................76
A.3. O Protocolo de Subcamada MAC 802.3.....................................................................................78
A.4. Padrão IEEE 802.4: Token Bus..................................................................................................79
A.5. Padrão IEEE 802.5: Token Ring.................................................................................................81
A.6. O Protocolo da Subcamada MAC do Token Ring......................................................................83
A.7. Comparação entre 802.3, 802.4 e 802.5.....................................................................................83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (A TUALIZAR)..............................................................................................85
§_Apostila de Telecomunicações e Redes 1 § 4

1-INTRODUÇÃO
Desde 1838, quando Samuel F. B. Morse transmitiu, pela primeira vez, uma mensagem telegráfica através de uma linha de
cerca de 15 Km, os sistemas elétricos para comunicação estão sendo mais e mais utilizados para permitir a transferência de
informação entre os homens e entre uma máquina e outra. A comunicação através do telefone, rádio e televisão é
considerada corriqueira em nosso dia a dia. Da mesma forma, estão se tornando cada vez mais comuns as ligações entre
computadores situados em locais distantes. Dentre as formas de comunicações elétricas, uma das classes que mais se
desenvolveu nos últimos anos e que continua crescendo rapidamente é justamente a da área de comunicação de dados.

1.1-HISTÓRICO
No início da história do processamento de dados ou, mais especificamente, dos computadores, cada máquina estava
dedicada a um único usuário. Devido ao custo extremamente elevado desta forma de processamento, na época, tornou-se
imprescindível o compartilhamento da CPU e de seus periféricos, implicando na aparição dos primeiros sistemas
multiusuários de grande porte.
Estes sistemas consistiam nos chamados "mainframes" e continuavam caros e escassos; eram de uso centralizado e estavam
disponíveis somente para grandes companhias. Pequenas empresas usavam "bureaux" de serviços.
Isto fez com que surgisse um problema de comunicação: como enviar dados ao "bureaux" de serviços (para processamento)
ou como levar dados das subsidiárias para a matriz?
Com o avanço tecnológico na área dos circuitos integrados, gerando componentes mais poderosos a um custo mais baixo,
foi caindo o preço da CPU. Este evento constituiu a chamada revolução do hardware.
Surgem então os computadores de porte menor (1965: DEC PDP-8 e 1970: DEC PDP-11) os chamados minicomputadores,
vindo, em seguida, os microcomputadores e os computadores pessoais.
Isto trouxe uma nova solução para o problema de multiusuário: dar uma CPU para cada um. As pequenas companhias e as
subsidiárias utilizavam-se dos minicomputadores para algum processamento local e na preparação dos dados para o
"bureaux" de serviços ou matriz. Os dados eram transferidos quando exigiam um grande volume de processamento ou um
processamento requerendo software ou hardware especial. O uso dos minicomputadores minimizou mas não solucionou o
problema da comunicação. Minimizou porque os dados podiam agora ser preparados e armazenados em fita magnética e
transportados via sistema de malotes. Este sistema de transporte não é, obviamente, o mais adequado para transferência de
informação pois está sujeito a acidentes, gerando atraso ou perda total do material. Surge então a necessidade de uma nova
tecnologia de comunicação.
Por outro lado, o sistema centralizado oferecia a vantagem de compartilhar recursos caros tanto de software como de
hardware, ou seja, o software e hardware especial era caro mas seu preço era amortizado pelo rateio do custo dos
periféricos entre os vários usuários do bureaux de serviços. Surge, então, a necessidade de uma nova tecnologia para
compartilhamento de recursos.
Paralelamente, a tecnologia de comunicações alcançava a transmissão digital em linhas telefônicas através de MODEM's.
Este serviço era caro e apenas suportado por grandes companhias uma vez que utilizavam linhas telefônicas de forma
dedicada. Esta situação perdurou por algum tempo (No Brasil, até março/85) e esperava-se solução através de nova
tecnologia de comunicação.
A necessidade da disseminação da informação e os avanços em tecnologia de armazenamento, propiciaram o aparecimento
de discos de grande capacidade e mais baratos, (explosão da informação e grandes bancos de dados). Aí o problema de
comunicação tornou-se muito mais sério. Para acessos infrequentes, uma linha telefônica dedicada não era viável e para
uma velocidade de 800.000 km/h, a do "caminhão" (transporte via malote) era baixa: 80 Km/h. Esses fatos tornaram
necessária uma nova tecnologia de comunicação.
A solução para o compartilhamento de recursos físicos e lógicos juntamente com a vantagem de se ter um sistema
descentralizado, só pode ser alcançada através da interconexão das CPU's entre si. É a isso que se propõem as redes de
computadores.
Uma forma primitiva de se interconectar CPU's foi a conexão em ESTRELA (um computador central controlando qualquer
comunicação entre duas CPU's). Esta solução acarretou uma sobrecarga para o sistema operacional da máquina central, o
que motivou a busca de uma nova tecnologia de interconexão.
Quais foram, então, as soluções encontradas?
Para a comunicação de computadores em termos de longa distância, surgiu a tecnologia de comutação de pacotes que
solucionou o problema da linha telefônica dedicada e o problema do caminhão (transporte via malote).
Num ambiente restrito a uma região local (por exemplo, uma fábrica, um campus), o problema do compartilhamento de
recursos através de interconexão de CPU's é resolvido através de uma nova tecnologia denominada REDES LOCAIS.
Redes Locais são um caso particular das Redes de Computadores onde as distâncias cobertas são limitadas e as velocidades
de comunicação são altas (em comparação com comunicações que envolvem distâncias maiores) .
As redes de computadores podem ser divididas em três categorias no que diz respeito à abrangência geográfica:
+ LAN: redes locais. Três topologias respondem pela maioria de configurações de LANs: bus, ring e star
+ MAN: Meio termo entre LANS e WANS (com velocidades em torno de 10 Mbps). Um outro exemplo é o sistema de
VOZ sobre IP. Vejamos o caso da Vonage-EUA, ela oferta telefonia básica por U$39,99/mês flat, podendo falar para
qualquer lugar dentro do país. Ainda oferece a vantagem do cliente poder estar em qualquer lugar do mundo e usar seu
número para chamadas dentro dos EUA. Isso é possível porque o sistema utiliza VoIP através de banda larga. O cliente faz
assinatura do sistema e recebe um modem que deve ser ligado a ethernet, que pode ser em qualquer lugar
+ WAN: As PND(s) garantem largura de banda, enquanto a Internet NÃO, no acesso á internet através modem/provedor,
quem limita a vel. é a fax/modem.
A maioria dos aspectos abordados aqui estão relacionados às LANs (redes locais), porém vários dos conceitos
relacionados às LANs são igualmente aplicados às MANs e WANs.

1.2- UTILIZAÇÃO DAS REDES DE COMPUTADORES


Usaremos o termo "rede de computadores" para denominar um conjunto de computadores interconectados e autônomos.
Dois computadores são ditos interconectados se eles são capazes de trocar informações.
Existe uma confusão considerável na literatura entre uma rede de computadores e um sistema distribuído. Do nosso ponto
de vista um sistema distribuído é um caso especial de rede de computadores, com um alto grau de coesão e transparência.
Em suma, uma rede pode ou não ser um sistema distribuído, dependendo de como ela é usada.
O interesse na instalação de uma rede de computadores é despertado pelas mais diversas necessidades; pode-se citar, entre
elas, o caso de uma empresa com várias filiais, possuindo um número considerável de computadores instalados em regiões
geograficamente dispersas e operando de forma independente. Quando existe a necessidade de comunicação entre as filiais
e a matriz, ela é feita pelos métodos tradicionais (correio, telefone, telex, etc.). À medida que a necessidade de
comunicação aumenta, mais atrativa se torna a idéia de interligação, dadas as inúmeras vantagens que são obtidas na
implantação de uma rede.
De uma forma geral, o objetivo de uma rede é tornar disponível a qualquer usuário, todos os programas, dados e outros
recursos independentemente de suas localizações físicas. Outro objetivo é proporcionar uma maior disponibilidade e
confiabilidade dada a possibilidade de migração para outro equipamento quando a máquina sofre alguma falha. Para
aplicações militares, bancárias, de controle de processo industrial e muitas outras, a perda completa do poder de
computação é, no mínimo, catastrófica!
Podemos citar, ainda, o custo da comunicação em relação ao custo dos equipamentos como uma das razões para distribuir o
poder de computação. Em muitas aplicações, os dados são gerados em diversos locais. Como foi visto anteriormente, os
custos para colocar uma máquina em cada ponto de aquisição de dados eram muito altos, obrigando a sua transmissão para
um computador central que realizava a tarefa de análise dos dados. Atualmente os preços dos equipamentos envolvidos
permitem que os dados sejam coletados e analisados no próprio local onde são gerados e somente alguns relatórios sejam
enviados ao computador central reduzindo os custos de comunicação.
A essência de uma rede de computadores é permitir que 2 ou mais computadores trabalhem juntos. Neste caso pode-se:
+ Reduzir custos de hardware (impressora, computadores lentos ligados a um supercomputador)
+ Compartilhamento de aplicativos
+ conectar pessoas (através da internet, por exemplo)
+ Enviar e receber arquivos
+ Migração quando houver falha em um equipamento (2 impressoras, 2 micros)
+ Serviços bancários pela Internet.
Uma rede pode ainda ter sensores de temperatura, etc.

2- CONCEITOS BÁSICOS DE REDES DE COMPUTADORES


Neste capítulo são apresentados os conceitos básicos de Redes de Computadores. Inicialmente são apresentadas as
estruturas de redes mais comuns, e em seguida os componentes básicos de uma rede.

2.1- ESTRUTURA DE UMA REDE DE COMPUTADORES


Em toda rede existe um conjunto de máquinas destinadas a execução de programas dos usuários ( aplicações ). Seguindo a
nomenclatura da primeira rede de computadores, a ARPANET, chamaremos estes computadores de "hospedeiros" ( ou
simplesmente hosts ). Os hospedeiros são conectados por uma subrede de comunicação ( subrede ). A tarefa da subrede é
transportar mensagens de um host a outro, da mesma forma que a rede telefônica transporta a conversação entre dois
assinantes. Se os aspectos da comunicação (subrede) forem separados dos aspectos de aplicação (hosts), o projeto completo
de uma rede fica bastante simplificado.
A subrede é composta basicamente de dois componentes: equipamentos de comutação e linhas de transmissão. Os
equipamentos de comutação geralmente são computadores especializados e são denominados computador de comunicação,
nó de comutação, comutador de pacotes, Interface Message Processor (IMP) ou ainda comutador de dados. As linhas de
transmissão também são chamadas de circuitos ou canais. Cada hospedeiro é conectado a um ( ou ocasionalmente vários )
nó de comutação. Todo o tráfego de ou para o host é feito via seu nó de comutação. A figura 2.1 mostra a relação entre os
hospedeiros e a subrede de comunicação.
No projeto da subrede existem dois tipos gerais de arquitetura de comunicação:
, ligação ponto a ponto: há a presença de um ponto de comunicação em cada emlace ou ligação em questão
, ligação multiponto: difusão (broadcast,multicast). Neste caso, três ou mais dispositivos utilizam o mesmo enlace de
comunicação.

Figura 2.1 (a) ligação ponto a ponto (b) ligação multiponto


Quando se utiliza uma subrede com ligação ponto-a-ponto, deve-se observar um aspecto importante do projeto que é a
topologia de interconexão dos nós de comutação. A figura 2.2 mostra algumas topologias possíveis.

Figura 2.2 Algumas topologias possíveis para uma subrede ponto-a-ponto.


(a) estrela (b) loop (c) árvore (d) completa (e) loops interconectados (f) irregular

O segundo tipo de arquitetura de comunicação usa difusão. Neste caso, um único canal de comunicação é compartilhado
por todos os nós de comutação. Quando uma mensagem é transmitida por qualquer um dos nós de comutação, ela é
recebida por todos os nós existentes na rede. Caso exista uma especificação de destinatário na mensagem, os nós que não
são destino, devem ignorar a mensagem. A figura 2.3 mostra algumas possibilidades de subredes em difusão. No caso de
uma rede com topologia em barra, apenas um nó fica habilitado a transmitir em um determinado instante; todos os outros
devem aguardar pela liberação do meio de transmissão. Uma rede com topologia em barra deve ter associado algum
mecanismo para resolver conflitos quando dois ou mais nós desejam transmitir simultaneamente. Este mecanismo de
controle pode ser centralizado ou distribuído.
Uma segunda possibilidade é um sistema de radio ou satélite. Cada nó possui uma antena através da qual ele pode
transmitir ou receber. Todos os nós podem receber o sinal proveniente do satélite e, em alguns casos, também podem
receber as transmissões efetuadas por outros nós para o satélite.
Um terceiro sistema de difusão é o anel. Em um anel, cada bit percorre o caminho sem esperar pelos outros bits que
compõem a mensagem. Tipicamente, cada bit percorre todo o anel em pouco tempo, muitas vezes antes que a mensagem
seja transmitida completamente. Em contraste, com uma topologia em loop, cada mensagem não é retransmitida pelo
próximo nó até que a mensagem inteira seja recebida. Em um loop, cada linha pode conter uma mensagem diferente
enquanto que esta situação não é desejável em um anel, a menos que as mensagens sejam muito curtas. Da mesma forma
que em outros sistemas de difusão, são necessárias algumas regras para controlar o acesso ao meio de transmissão.

Figura 2.3 Subredes de comunicação usando difusão.


(a) barra (b) radio ou satélite (c) anel
Subredes de difusão podem ser divididas em estáticas e dinâmicas, dependendo de como o canal é alocado. Na alocação
estática, o tempo é dividido em intervalos discretos e cada fatia de tempo é atribuída a um dos nós de forma a que cada um
só transmita durante o seu intervalo de tempo. Esta técnica apresenta a desvantagem de desperdiçar a capacidade do canal
pois atribui tempo a um nó mesmo que ele não tenha mensagem para transmitir.
Os métodos de alocação dinâmica são classificados em centralizados e distribuídos. No método centralizado, existe uma
única entidade responsável pela concessão do direito de transmissão. Ela pode fazer isto, aceitando requisições e tomando
as decisões de acordo com um algoritmo interno. No método descentralizado ou distribuído, não existe uma entidade
central; cada nó deve decidir por si mesmo quando deve transmitir ou não.
2.2- COMPONENTES BÁSICOS DE UMA REDE DE COMPUTADORES
Quatro itens são de fundamental importância quando se define os componentes básicos de uma rede de computadores. Tais
itens são:

1- Software de Rede:
A simples transferência de um arquivo de uma máquina para outra envolve uma série de etapas que se fossem analisadas
em conjunto, teriam uma complexidade difícil de controlar. Optou-se então por dividir as redes em camadas.

2- Camadas de Rede:
A maioria das redes de computadores é dividida em camadas ou níveis e a fim de simplificar o projeto de toda a rede.

3- Protocolos:
Basicamente, um protocolo é “um conjunto de regras sobre o modo como se dará a comunicação entre as partes
envolvidas”. Cada protocolo atua em uma camada específica de uma rede. A Internet, por exemplo, possui mais de 100
protocolos diferentes.

3- Hierarquia de Protocolos:
Como funcionam as camadas de uma rede?
As camadas se comunicam entre si, segundo uma hierarquia, denominada hierarquia de protocolos. Exemplo: andares de
um prédio.

Fig 2.4 - Hierarquia de protodolos

Imagine dois filósofos (camada 3) querendo conversar, mas um deles fala português e inglês e o outro fala chinês e francês.
Eles necessitam tradutores (camada 2) que possuem secretárias (camada 1). Os tradutores usarão Alemão, mas nada
impediria que utilizassen Finlandês, por exemplo.
Fig 2.5- Esquema de funcionamento da arquitetura de uma rede de computadores

Embora conceitualmente uma comunicação entre dois processos de uma determinada camada se dê horizontalmente, essa
conversação implica na comunicação com as camadas inferiores através das interfaces entre as camadas. Ex.: comunicação
virtual na camada 5.

Fig 2.6 - Comunicação entre as camadas de uma rede de computadores


Com relação à comunicação entre as camadas do modelo de rede apresentado na figura 2.6, podemos considerar:
A camada 4-quebra os pacotes,
A camada 3 -confere se uma mensagem chegou corretamente no destino,
A camada 2-confere o formato do quadro da mensagem e,
A camada 1-faz a comunicação via cabeamento ou sistema de ondas.

2.3- ARQUITETURA DE REDES:


As hierarquias de protocolos específicas são denominadas arquiteturas de redes. Algumas das arquiteturas mais conhecidos
são o OSI(83) (modelo), TCP/IP (74) e Novell. O modelo OSI foi criado pela ISO para se tornar um padrão, mas o TCP/IP
tornou-se padrão de fato.

O modelo OSI (Open System Interconection) foi criado pela ISO (International Standard Organization) e consiste em sete
níveis, onde cada um deles define as funções que devem proporcionar os protocolos com o propósito de trocar informações
entre vários sistemas. Esta classificação permite que cada protocolo se desenvolva com uma finalidade deterninada, o qual
simplifica o processo de desenvolvimento e implementação. Cada nível depende dos que estão abaixo dele, e por sua vez
proporciona alguma funcionalidade aos níveis superiores. Os sete níveis do modelo OSI são os seguintes:
Atualmente as camadas inferiores são implementadas em hardware.
Por que o modelo OSI não pegou?
+ Momento ruim
+ Tecnologia ruim
+ Implementação ruim

Este capítulo trata dos aspectos básicos dos sistemas de comunicação, subjascentes a qualquer rede de computadores.
Todos
os aspectos compreendidos neste capítulo correspondem às camadas mais inferiores do modelo OSI (camada física e enlace
de dados).
Como os sistemas de comunicação (telefonia, rádio, televisão, etc.) experimentaram um desenvolvimento tecnológico
anterior ao desenvolvimento dos computadores digitais, eles serviram de base e campo experimental para o
desenvolvimento técnico de conceitos que formaram o alicerce do enorme e vertiginoso progresso anterior às ciências de
computação.
Como será visto, há muita coisa por detrás de uma simples linha com a qual ligamos os computadores e os nodos de uma
rede entre si.
Vejamos um resumo do comportamento da linha, começando com uma breve noção de acústica, a definição do canal de
voz e a evolução dos sistemas multiplexados:
Em um primeiro momento, a maneira mais simples de representar um Sistema de Comunicação seria considerar apenas
uma
fonte e um destino, como apresentado abaixo.

A fonte é o ente que produz a informação. Para tanto dispõe de HOHPHQWRV simples e VtPERORV. O elemento é o
componente
mais simples que entra na composição representativa da informação. Ex: A, B, C, ou dígitos 0 e l. Por exemplo, na máquina
de escrever, os elementos são letras, dígitos e caracteres especiais, situados nas teclas.
O símbolo é um conjunto ordenado de elementos. Por exemplo, dispondo-se dos elementos A, B, C, ... podem-se compor
os
símbolos AA, AB, BB, ... ou os símbolos AAA. BBA, BBB, ... ou, dispondo dos elementos 0 e 1, podem-se compor os
símbolos 1, 0, 10, 11, ... , 1000, ... ou 1100, 1101, 1011, ou, dispondo-se dos elementos 0, 1, 2, ... , 9, v, + e -, podem-se
compor os símbolos +5v, -3v, 0v, ... .
Os símbolos são utilizados para representar configurações de um sinal. Como os símbolos podem ser formados por um
único elemento, o elemento também pode constituir uma representação de um sinal. Podemos pensar em um sinal, de forma
intuitiva, conforme os seguintes exemplos: "letra do alfabeto", "dígito binário", "fonema da pronúncia", "voltagem",
"corrente elétrica", etc.
Para cada um destes exemplos podemos imaginar diferentes configurações para a composição representativa da
informação.
Uma mensagem consiste em um conjunto ordenado de símbolos que a fonte seleciona para compor uma informação.
Uma única mensagem, ou um conjunto de mensagens, ordenado para produzir um significado, constitui o que chamamos
de
informação. A cada símbolo corresponde uma certa quantidade de informação e a cada mensagem se associa uma
quantidade de informação, dada pela soma das quantidades de informação de cada símbolo.

Todos os sistemas de comunicação, independente da natureza da informação transmitida ou dos sinais utilizados podem ser
analisados segundo o modelo da figura 3.3, onde podemos identificar os seguintes componentes:
A FONTE, geralmente não dispõe de potência suficiente para cobrir as perdas da propagação do sinal. Esta potência é
suprida
pelo emissor.
O EMISSOR_é o ente que, acionado pela fonte, entrega um sinal de energia adequada à transmissão pelo canal.
O CANAL_ é o ente que propaga a energia entregue pelo emissor até o receptor, permitindo que o sinal seja
transmitido, geralmente cobrindo distâncias razoavelmente grandes.
O RECEPTOR_é o ente que retira a energia do meio e recupera os símbolos, de forma tão precisa quanto possível, de
modo a reproduzir a mensagem a ser entregue ao destino.

O DESTINO, é para onde se dirige a informação.


Em condições ideais o sistema deveria se comportar de modo que a mensagem produzida pela fonte conseguisse ser
fielmente recuperada pelo receptor. Na prática isto não ocorre: no processo de transmissão, limitações físicas e outros
fatores alteram as características do sinal que se propaga, produzindo o que se chama distorção.
Além disso, aparecem no canal sinais espúrios de natureza aleatória, que se somam ao sinal, produzindo o ruído. Este efeito
pode ser representado esquematicamente pela adição de um bloco, representando uma fonte externa geradora de ruído,
simbolizando todos os ruídos presentes no canal.
Um dos maiores problemas do projetista do sistema consiste em manter tanto a distorção como o ruído em níveis
aceitáveis,
de modo que na recepção a mensagem possa ser recuperada de forma adequada e que seja entregue a informação devida ao
destino.

Em uma comunicação, o que se transmite são sinais, e não mensagens. Até o século 19, a comunicação era feita por voz
(sinais sonoros), escrita (sinais gráficos) e outros sinais tais como fumaça, tambores, todos com alcance limitados pelos
sentidos humanos. O telégrafo e o telefone aumentaram grandemente o alcance e a velocidade das comunicações,
convertendo a informação em sinais elétricos (voltagem ou corrente) para a transmissão através de meios físicos ou ondas
eletromagnéticas, e reconvertendo estes sinais em escrita ou voz no receptor.
Os sinais de forma geral e os elétricos em particular, podem ser vistos como uma “forma de onda”, isto é, uma função do
tempo, num dado ponto do espaço.
Estes sinais são classificados, conforme a natureza de sua variação no tempo em analógicos ou digitais. Os sinais
analógicos
variam de forma contínua, podendo assumir qualquer valor real. Já os sinais digitais podem assumir somente valores
discretos (inteiros) variando de forma abrupta e instantânea enter eles.

Algumas formas de informação têm natureza analógica e outras têm natureza digital. A voz, por exemplo, provoca uma
variação contínua da pressão do ar formando ondas acústicas e é portanto uma informação analógica. Já mensagens de
texto
ou de dados são formas de informação codificada que usam um conjunto finito de símbolos de um alfabeto. Estes símbolos
A fonte de informação transmite mensagens a uma determinada taxa de transferência de informação, medida em bits por
segundo (bps). O transmissor codifica estas mensagens em símbolos. A taxa de sinalização, ou seja, o número de símbolos
por segundo que ocorrem no canal de comunicação é medido em bauds. Ou seja, a taxa em BAUDS indica o número de
vezes que a característica do sinal portador se altera por segundo.
Se o estado do sinal representa a presença ou ausência de um bit, então a taxa em bauds é a mesma que a taxa em bps. Por
outro lado, o nível de um sinal digital não precisa necessariamente se restringir a dois. Outras formas possíveis de
codificação de sinais digitais podem ser obtidas através de mais que um bit a cada nível de amplitude, com mais do que
duas amplitudes. Ao se transmitir dois bits por nível, por exemplo, necessita-se de quatro níveis para expressar todas as
conbinações possíveis de dois bits. Essa combinação é denominada “dibit”. A figura 3.5 apresenta um exemplo de sinal
digital “dibit.

A comunicação entre dois navios, por exemplo, pode ser feita através de sinais de luz., ligando e desligando uma lanterna.
A cada vez que a lanterna pisca, uma unidade de informação é enviada. Alternativamente, poder-se-ia enviar duas unidades
de informaçã a cada piscada se tivéssemos uma lanterna com quatro cores (símbolos) para representar grupos de
informação. Por exemplo, vermelho, verde, azul e branco poderiam representar os grupos 11, 10, 01 e 00 respectivamente.
Esta codificação multinível (dibit) reduz a largura de banda necessária, enviando duas vezes mais informação por unidade
de tempo. Se a velocidade de sinalização neste caso fosse 200 bauds/s, por exemplo, teríamos 400 bits transmitidos em um
segundo.
Pode-se ter esquemas com três ou mais bits “ tribit” ou mais níveis de amplitude. No caso de uma comunicação “ tribit”, o
número de níveis necessários será oito. De uma forma geral, para se codificar Q bits em um nível de amplitude, são
necessários 2n níveis diferentes. Um esquema utilizando 4 bits é denominado “ tetrabit” e assim sucessivamente. Um
esquema utilizando 6 bits a cada baud é denominado “ exabit” e assim sucessivamente.

Diferentes tipos de sinais (voz humana, música, dados, imagem) necessitam de diferentes capacidades de canal, as quais
são
indicadas em termos de largura de banda e outros fatores que influenciam a capacidade de um canal.
A taxa em que podemos enviar dados sobre um canal é proporcional à largura de banda do canal. Mas o que significa
largura de banda (bandwidth)?
A largura de banda de um canal de comunicação constitui uma medida da máxima taxa de informação que pode ser
transmitida pelo canal. Largura de banda significa o espectro de freqüência que o canal é capaz de transmitir e não tem
qualquer relação com as freqüências que são transmitidas no canal.
Ele indica apenas a diferença entre os limites inferior e superior das freqüências que são suportadas pelo canal. Por
exemplo, um canal que admite freqüências da ordem de 1500 a 5000 Hz (ciclos/segundo), tem uma largura de banda igual a
5000-1500 = 3500Hz. Da mesma forma, um canal que admite freqüências que vão desde 18000 Hz a 21500 Hz também
apresenta uma largura de banda 3500 Hz (21500 - 18000).
A média de freqüência de 300 a 4000 Hz ou de 300 a 3300 Hz é satisfatória para a transmissão da voz humana, mas não
para a transmissão de música, pois esta pode variar rapidamente entre freqüências baixas e altas, muito mais que a
variaçãode freqüências da voz humana. Para reproduzir o som de um instrumento de percussão, devemos baixar a
freqüência a 60 ou até 30 Hz, enquanto para os tons mais altos, a freqüência vai acima de 15000 ou 18000 Hz.
Uma rádio AM utiliza uma largura de banda de 5000 Hz e portanto é capaz de reproduzir música de forma que a mesma
não seja distorcida mas não com alta fidelidade, enquanto que a rádio FM transmite com alta fidelidade porque utiliza uma
largura de banda de 18000 Hz. Uma largura de banda de 18000 Hz possibilita que sejam transmitidas freqüências que
representam desde o som de um tambor até o som do violino.
Na verdade, as ondas de rádio FM não são transmitidas com freqüências de 30 a 18000 Hz; as freqüências são da ordem de
100.000.000 Hz (100 MHz), pois este meio de transmissão só trabalha eficientemente com freqüências de 70 a 150
MegaHertz (1 MHz = 1.000.000 Hz). A alta freqüência deve, portanto, ser capaz de transportar a baixa freqüência. Em
outras palavras, a baixa freqüência deve modular a freqüência portadora para produzir um sinal que possa ser transmitido
eficientemente e, a partir do qual, depois da transmissão, a baixa freqüência possa ser recuperada.
Conhecendo-se a largura de banda de um canal de comunicação (em Hz), pode-se estabelecer a máxima taxa de sinalização
(em bauds) que o mesmo pode conduzir sem erro, o que é denominado de capacidade do canal de comunicação.
Normalmente, a relação utilizada é de 1 (Hz) para 1 (baud)
Um exemplo sobre capacidade de um canal é a utilização do canal telefônico para transmissão de sinal de dados. A largura
de banda deste canal é de 3100 Hz (ciclos/segundo) e na prática é usado para transmitir sinal de dados até 2400 bauds. Se
desejarmos transmitir a uma velocidade de transmissão de 4800 bps neste canal, deveremos usar um sinal DIBIT, ao qual
corresponderá a mesma velocidade de sinalização de 2400 bauds. Neste caso, a velocidade de transmissão é duas vezes a
velocidade de sinalização. Da mesma forma que se desejarmos transmitir 7200 bps, deveremos usar um sinal TRIBIT e
teremos velocidade de transmissão igual a três vezes a velocidade de sinalização.
Uma questão assim surge: quantos estados de sinalização podem ser transmitidos e distinguidos separadamente no receptor
de um sistema de comunicação de dados?
A resposta para esta questão, examinados os fatores que influenciam esse número de estados, vem definir o conceito de
capacidade máxima de de um canal. Ruído e distorção sobre o canal, flutuações na atenuação do sinal portador, e um limite
na potência do sinal, têm influência no número de estados de sinalização. Cabe lembrar aqui que esse número de estados,
como foi visto na transmissão em multinível é observado na unidade de tempo (segundo).
Quanto maior o número de estados de sinalização que podem ser transmitidos e distinguidos, maior será a capacidade do
canal. Podemos então concluir que a capacidade do canal está intimamente relacionada com a velocidade de transmissão,
pois quanto maior o número de estados mais bits por segundo poderão ser transmitidos. Daí medir-se capacidade na
unidade bits/segundo.

Quando um sinal não é adequado à transmissão pelo canal, o emissor dispõe de um componente interno, o modulador, que
transforma os elementos entregues pela fonte em sinais convenientes para serem transmitidos pelo meio. Dispõe ainda de
um componente interno para acoplar a energia gerada ao meio.
Igualmente, na retirada, o receptor dispõe de um componente interno que, acoplado ao meio, permite a extração eficiente da
energia presente no sinal que foi transmitido e dispõe ainda de um outro componente interno, o demodulador, que recupera
a partir da energia recebida, os símbolos portadores da informação.
É importante ressaltar que os elementos ou símbolos gerados pela fonte à sua saída, podem ser transformados em outros
elementos ou símbolos ao longo do processo de transmissão, para melhor conveniência da própria transmissão ou para
melhor adequação ao destinatário, porém, o conteúdo da informação gerada pela fonte deve ser preservado ao longo de
todo o processo. A figura 3.6 apresenta o modelo de um sistema de comunicação que utiliza um canal analógico para
transmissão de dados digitais.
Devido ao fato de a atenuação e a velocidade de propagação variarem em função da freqüência, não é
interessante ter uma
grande variedade de freqüências no sinal transmitido. Infelizmente, as ondas quadradas, a exemplo dos
dados digitais são
sujeitas a uma forte atenuação e distorção de retardo. Esses efeitos tornam a sinalização de uma banda
básica inadequada,

exceto em velocidades menores e em distâncias curtas. Para contornar este problema, em longas
distâncias torna-se mais
adequado a utilização de sinal analógico. Esta transmissão analógica só é possível com a utilização da
modulação.
A portadora senoidal pode ser “modulada” em:
+ AMPLITUDE: sensível a ruídos e interferências, custo alto.
+ FREQUÊNCIA: equipamentos simples e pouca sensibilidade a distúrbios - FM.
+ FASE: possui alto rendimento e pouca sensibilidade a ruídos.

Os modems mais avançados utilizam uma combinação de técnicas de modulação para transmitir vários
bits por bauds. Cada modem de alta velocidade contém seu próprio padrão de transmissão e só pode se
comunicar com modems que utilizem o mesmo padrão (embora a maioria dos modems possa emular
todos os outros mais lentos).
Por exemplo, o padrão de modem ITU 9___ de 9.600 bps utiliza modulação de 4 bits por baud em
fase. O V.32 bis opera a 14.400 bps, utilizando 2.400 bauds e 6 bits por amostra. O V 34 possui
velocidade de transmissão de 28.800 bps. Qualquer pequeno erro em uma transmissão hexabit gera 6
bits defeituosos. Um método diferente para transmissão de alta velocidade é dividir o espectro de 3000
Hz disponíveis em 512 pequenas bandas, transmitindo 20 bps em cada uma. Essa estrutura
exige um processador possante no modem, mas oferece a vantagem de desativar uma banda de
freqüência que tem muito ruído. Normalmente estes modems tem recurso V.32 ou V.34 possibilitando
a comunicação com estes modems.
Atualmente, a maioria dos modems oferece recursos de compactação e correção de erros. As estruturas
de compactação mais utilizadas são MNP-5, que compacta seqüências de bytes idênticos, run-lenght,
que compacta seqüências de 0 ou brancos (muito utilizada em fax) e Zin-Lanpel, utilizado no V42.bis
e comum em programas compactadores (pkzip, etc).
Podemos definir transmissão como técnica do transporte do sinal por um meio, de um ponto a outro
afastado. Em particular,
a transmissão de dados apresenta diversas características referentes ao sentido da transmissão, número
de canais utilizados,
sincronismo entre transmissor e receptor e velocidade de transmissão.

Um equipamento pode ser projetado de tal forma que a transmissão sobre um determinado meio seja
feita em uma das
seguintes formas:
a) Simplex: Quando a transmissão é feita em um único sentido. Ex.: Um sensor captando sinais de
uma máquina e enviando estes para um microcomputador.

b) Half Duplex: quando a transmissão é feita nos dois sentidos mas não ao mesmo tempo. Ex.: na
conversação entre dois rádio-amadores, enquanto um deles está falando o outro não pode falar,
pois o primeiro não o escuta.

c) Full Duplex: Quando a transmissão é feita nos dois sentidos simultaneame. Ex.: a ligação
telefônica permite que as duas pessoas falem ao mesmo tempo.

Uma mensagem é definida como um conjunto de símbolos. Cada símbolo, por sua vez, para efeito de
transmissão de dados, é caracterizado por um conjunto de configurações do sinal que representam bits.
Por necessidade de codificação, os símbolos ficam associados a caracteres, que são, na realidade,
configurações dos sinais, por exemplo, "letra do alfabeto", "dígito decimal", "operador aritmético" ou
"operador de sintaxe", etc.
O que deve ficar claro, aqui, é que no seu todo, uma mensagem nada mais é que uma seqüência de bits.
Para transferir essa seqüência de bits, podemos fazer de duas formas: serial ou paralela.

Na transmissão paralela, os bits que compõem um caracter são transportados de forma

simultânea, cada um possuindo seu próprio canal. Veja figura 3.7.


Na transmissão serial, os bits que compõem um caracter são transportados um após o outro,
utilizando apenas um canal (figura 3.8).
Como os bits chegam um de cada vez, o equipamento receptor deverá saber qual bit é o primeiro do
caracter, a fim de que possa decodificar o símbolo recebido, ou quais bits são realmente de informação.
Este é um problema de sincronização.

A sincronização pode ser vista como o método do equipamento transmissor fazer a separação dos
caracteres ou dasmmensagens para o equipamento receptor.
A camada Física trata da necessidade de sincronizar transmissões de bits entre dispositivos de
transmissão e recepção. A camada de Enlace de Dados, entretando, opera sobre os dados após os bits
terem sido montados para formar caracteres, frames ou outros grupos de dados (unidades de
informação). Na camada de Enlace de Dados, é também necessário sincronizar transmissões de frames.
Esta seção descreve três mecanismos: assíncrono, síncrono ou isócrono
A transmissão assíncrona não utiliza um mecanismo de clock para manter os dispositivos
emissor e receptor sincronizados. Em vez disso, a sincronização de bits é usada para estabelecer o
sincronismo entre os dispositivos para cada frame que é transmitido. Cada frame começa com um bit
de início que permite ao dispositivo receptor ajustar-se ao timming do sinal transmitido.
As mensagens são breves para que os dispositivos de emissão e de recepção não percam o sincronismo
no decorrer da
mensagem. A transmissão assíncrona é mais freqüentemente usada para transmitir dados de caracteres
e é ideal para
ambientes onde caracteres são transmitidos a intervalos irregulares, assim como quando usuários
digitam dados de
caracteres. A Figura abaixo ilustra a estrutura de um frame típico usado para transmitir dados de
caracteres.

Esse frame apresenta quatro componentes:


Um bit de Início- sinaliza que um frame está começando. Possibilita ao receptor sincronizar-se com
a mensagem.
Bits de Dados_- consistem de 7 (+ paridade) ou 8 bits quando estão sendo transmitidos dados de
caracteres.
Um ou mais bits de fim- sinalizam o fim do frame de dados.
A detecção de erros em transmissão assíncrona utiliza o bit de paridade. Vários esquemas estão
implementados para uso do bit de paridade. Os mais comuns são os seguintes:
Paridade: o bit de paridade é definido para assegurar que seja enviado um número par ou ímpar de
bits 1 (dependendo da paridade). Por exemplo, em uma transmissão com paridade par, se o campo de
dados tiver três bits 1, o bit de paridade será definido em 1 para produzir um total de 4 bits “ 1” no
byte.
As técnicas de paridade podem detectar erros que afetam um bit. Elas podem, contudo, ser incapazes
de detectar erros que afetam dois ou mais bits. Técnicas para correção de erros serão vistas
posteriormente.
A transmissão assíncrona é uma tecnologia simples e barata, adequada para transmissão de pequenos
frames em intervalos irregulares.
Como os bits de início, de fim e de paridade precisam ser acrescentados a cada caracter a ser
transmitido, o desempenho da transmissão assíncrona não atende de forma satisfatória a troca de
grandes quantidades de dados.

A comunicação pode ser feita de forma mais eficiente se os clocks nos dispositivos transmissor e
receptor estiverem sincronizados. Essa sincronização é realizada de duas maneiras:
, Transmitindo-se sinais de sincronização com dados. Algumas técnicas de codificação de dados,
garantindo uma transição de sinal com cada bit transmitido, são inerentemente sinais do clock interno.
, Utilizando-se
um canal de comunicação separado para transportar sinais de clock, uma técnica que
pode funcionar com qualquer técnica de codificação de sinais.
A Figura abaixo apresenta duas estruturas possíveis de mensagens associadas à transmissão síncrona.

Ambas as transmissões começam com uma série de sinais sincronizados, que informam ao receptor o
início de um frame.
Sinais sincronizados geralmente utilizam um padrão de bits que não pode aparecer em qualquer ponto
nas mensagens, garantindo que eles serão sempre distintos e fáceis de serem reconhecidos pelo
receptor.
Para permitir que o usuário envie qualquer seqüência de bits como informação, é preciso que
determinados procedimentos sejam adotados no protocolo para evitar que dados do usuário que
contenham seqüências de bits de flag não sejam confundidos com os delimitadores ou mensagens de
controle. Um protocolo com essa característica é dito transparente. No caso de protocolos orientados a
bit a técnica utilizada é a de Bit Stuffing.
A transparência dos dados nesta técnica é obtida por um procedimento de inserção de zeros. Como
delimitador do quadro temos flags contendo seis bits 1 em seqüência (01111110). Assim, se o texto do
usuário contiver uma seqüência de cinco 1's seguidos, um bit 0 é inserido para evitar que uma
seqüência possa ser confundida com um flag. Na recepção é retirado todo zero depois de uma
seqüência de cinco 1's, antes da informação ser entregue ao usuário
___________ ____________
\ /
0 1 1 1 1 1 \ "0" / 1 1 1 0 1 0

Uma ampla variedade de tipos de dados pode ser transmitida. A Figura 2.8 ilustra tanto os dados
baseados em caracteres quanto os baseados em bits. Observe que caracteres múltiplos ou longas séries
de bits podem ser transmitidos em um único frame de dados. Como o transmissor e o receptor
permanecem sincronizados durante a transmissão, os frames podem ser extensos.
Quando os frames são maiores, a paridade passa a não ser mais um método adequado de detecção de
erros. Se estiverem ocorrendo erros, é mais provável que vários bits serão afetados e que as técnicas de
paridade não informarão um erro adequadamente. A técnica usada com a transmissão síncrona é a de
verificação de redundância cíclica, conhecida como CRC (Cyclic Redundancy Check). O transmissor
utiliza um algoritmo para calcular um valor de CRC que resuma o valor
inteiro de bits de dados. Esse valor de CRC é anexado ao frame de dados. O receptor usa o mesmo
algoritmo, recalcula o CRC e compara o CRC inserido no frame ao valor que havia calculado. Se os
valores corresponderem, é praticamente certo que o frame foi transmitido sem erro. O cálculo de CRC
será visto porteriormente.
Um padrão de bit de fim inequivocamente indica o fim de um frame. Assim como os bits de
sincronização, o padrão de bit de fim é freqüentemente um padrão que não pode aparecer no corpo de
um frame de dados, eliminando a confusão por parte do receptor.
Quando os enlaces (links) de transmissão síncrona estão inativos, é comum transmitirem-se bits de
preenchimento que mantêm dispositivos sincronizados, eliminando a necessidade de ressincronizar
dispositivos quando um novo frame é transmitido.
A transmissão síncrona tem muitas vantagens sobre a assíncrona. Os bits de overhead (de
sincronização, CRC e fim) são uma proporção menor do frame de dados geral, tornando a transmissão
síncrona muito mais eficaz no uso da banda passante. A sincronização permite que os sistemas
utilizem velocidades mais elevadas e melhorem a detecção de erros.
A desvantagem da transmissão síncrona está principalmente nos custos mais elevados em virtude da
maior complexidade dos componentes necessários no circuito. Conseqüentemente, a transmissão
síncrona é empregada principalmente quando grandes volumes de dados precisam ser transmitidos. A
transmissão síncrona é normalmente utilizada para se atingir altos níveis de eficácia em redes locais.
Tanto o padrão Ethernet como o Token Ring, por exemplo, utilizam transmissão
síncrona.

c) Transmissão Isócrona: a transmissão isócrona aplica um dispositivo comum que fornece um


sinal de clock compartilhado por todos os dispositivos na rede. O dispositivo de clock cria slots de
tempo. Os dispositivos com dados a serem transmitidos monitoram a rede e inserem dados em slots de
tempo abertos, à medida que eles se tornam disponíveis.
Um determinado slot de tempo pode ser preenchido até a sua capacidade com vários frames.
A transmissão isócrona garante taxas de transmissão, é determinista e apresenta baixo overhead. A
técnica, entretanto, apresenta um único ponto de falhas: torna-se necessário assegurar que o dispositivo
de clock é tolerante a falhas.
A informação isócrona é contínua e em tempo real na sua criação, transmissão e utilização. Os dados
numa transmissão isócrona devem ser enviados à taxa a que estão a ser recebidos. Os dados isócronos
devem também ser sensíveis a atrasos na transmissão. Para canais isócronos a largura de banda
requerida é normalmente baseada nas características de amostragem da função associada. A latência
requerida está relacionada com o buffering disponível em cada endpoint. Um
exemplo típico de transmissão isócrona é a voz.
A entrega de dados de uma transmissão isócrona é assegurada à custa de perdas nos transitórios dos
dados. Por outras palavras, qualquer erro ocorrido na transmissão elétrica não é corrigido pelos
mecanismos de hardware tais como a retransmissão. Na prática os erros ao nível do bit esperados são
suficientemente pequenos para não serem considerados. Para a transmissão isócrona de informação é
alocada largura de banda suficiente para assegurar que os dados serão entregues à taxa desejada.
Assinale como Falso ou Verdadeiro:
A camada física de uma rede provê características físicas, elétricas, funcionais e procedimentos para
ativar, manter e desativar conexões entre duas partes. Sendo assim, é na camada física que são
definidas as características de cabeamento utilizada em uma Rede de Comunicação de Dados.
Deve-se distinguir dois conceitos que podem ser confundidos à primeira vista: canal e meio de
comunicação. CANAL é o circuito individual sobre o qual se estabelece uma comunicação entre uma
fonte e um destino, e MEIO DE TRANSMISSÃO é o suporte físico que transporta um ou vários
canais.
Os canais podem ser individualizados física ou eletricamente. Por exemplo, em um cabo de pares
trançados, cada par é um circuito físico (canal físico). Quando um meio de transmissão transporta
vários canais, os mesmos precisam ser individualizados eletricamente de acordo com alguma técnica
de multiplexação.
Por outro lado, existem vários tipos de meios de transmissão, que caem basicamente em duas
categorias: as linhas físicas e os sistemas de ondas que utilizam a propagação de ondas
eletromagnéticas de rádio ou luz através do espaço livre.
O sinal elétrico que trafega em um meio físico está sujeito a uma série de condições que prejudicam a
sua propagação. Em pares metálicos a degradação do sinal elétrico depende intrinsecamente das
seguintes características do meio de transmissão:
Resistência
Oposição natural do condutor ao fluxo de elétrons em um determinado sentido. A resistência está
associada ao fenômeno de dissipação do calor em um condutor no qual trafega uma corrente elétrica.
Reatância
De modo similar à resistência, a reatância é a medida da oposição da alteração da voltagem e da
corrente elétrica em umcondutor
Impedância
Característica elétrica dependente de uma série de características de projeto, tais como: a resistência, a
reatância, a distância entre dois condutores e o tipo de isolamento. A impedância do cabo deve estar de
acordo com a sua aplicação para evitar a perda do sinal e interferências.

Uma das formas mais comuns de transportar dados de um computador para outro é gravá-los em uma
fita magnética ou em discos flexíveis, transportar fisicamente a fita ou os discos para a máquina de
destino, onde eles serão finalmente lidos.
Apesar de não ser tão sofisticado quanto usar um satélite de comunicação geossíncrono, esse método
costuma ser muito mais eficaz sob o ponto de vista financeiro, especialmente nas aplicações em que a
alta largura de banda ou o custo por bit tem importância fundamental.
Basta fazer um simples cálculo para esclarecer essa questão. Uma fita de vídeo de padrão industrial
com 8 mm (por exemplo, o Exabyte) pode armazenar 7 gigabytes. Uma caixa de 50 X 50 X 50 cm
pode armazenar cerca de 1.000 fitas desse tipo, perfazendo uma capacidade total de 7.000 gigabytes.
Uma caíxa de fitas pode ser entregue em qualquer parte dos Estados Unidos em 24 horas pela Federal
Express e outras transportadoras. A largura de banda efetiva dessa transmissão é de 56
gigabytes/86.400 s ou 648 Mbps, o que é um pouco melhor do que a versão de alta velocidade das
redes ATM (622 Mbps). Se o destino estiver a uma hora de distância, a largura de banda será ampliada
em cerca de 15 Gbps.
Para um banco com gigabytes de dados a serem gravados diariamente em uma segunda máquina (de
modo que o banco possa continuar a funcionar mesmo durante uma grande enchente ou terremoto),
dificilmente alguma outra tecnologia de transmissão poderá sequer ser comparada à fita magnética,
quando se fala em termos de desempenho.
Se nos atermos aos custos, obteremos um quadro semelhante. O custo de mil fitas de vídeo é de cerca
de US$ 5.000,00, quando compradas no atacado. Uma fita de vídeo pode ser reutilizada pelo menos 10
vezes. Portanto, o custo das fitas passa a ser US$ 500,00. Adicione a esse montante mais US$ 200,00
de frete e, no final das contas, vamos gastar cerca de US$ 700,00 para entregar 7 miI gigabytes.
Consequentemente, gastaremos 10 centavos por gigabyte. Nenhuma concessionária
de comunicações é capaz de competir com essa situação.
As linhas físicas se caracterizam por apresentarem continuidade “metálica” , embora o meio possa não
ser metálico, no sentido estrito, como é o caso da fibra ótica. Existem vários tipos de linhas físicas,
com características de transmissão e de custo variáveis em função das suas características físicas.
Todas as linhas físicas funcionam como um filtro passa-baixas para distâncias curtas. Isto é, deixam
passar corrente contínua e apresentam apenas uma freqüência de corte superior à banda de passagem.
À medida que a distância aumenta, porém, logo surge uma freqüência de corte inferior e a largura de
banda vai se estreitando progressivamente. Dessa forma, a largura de banda de uma linha física varia
com o seu comprimento.
Em um projeto de redes, vários fatores têm que ser levados em consideração, desde os aplicativos
necessários às exigências dos usuários, passando pela demanda de recursos que estes aplicativos
consumirão até o tipo de linhas físicas ou meios físicos que serão utilizados. Tudo tem que ser
projetado de maneira eficiente e racional, ou seja, todas as necessidades têm que ser supridas a um
custo mínimo permitindo ainda futuras expansões e reavaliações do projeto.
Em comparação com os outros investimentos que devem ser feitos a fim de implantar um determinado
projeto de redes, as linhas físicas serão o item que terão a maior duração. Os softwares costumam
passar por uma evolução a cada dois ou três anos e, de acordo com pesquisas, o hardware tem uma
vida útil de 5 anos; no entanto, terá que se conviver 15 anos ou mais com seu cabeamento de rede.
O investimento feito em um sistema de cabeamento irá pagar dividendos durante anos, mas o nível de
retorno dependerá do cuidado com o qual se selecionam os componentes e se supervisiona a instalação
dos cabos [DER94].
Segundo pesquisas realizadas pela Infonetics, entre as causas para o downtime de uma rede, 70% dos
casos são provocados por um cabeamento mal projetado. Dados colhidos pela LAN Technology
informam que uma rede de porte médio apresenta 23,6 paradas por ano em média, com um total de 4,9
horas inoperantes. Como o custo de uma hora parada é estimado entre 1.000 e 20.000 reais, o controle
do downtime poderia reduzir em muito os custos por ociosidade [ROC96].
O projeto de cabeamento não envolve somente considerações sobre taxas de transmissão e largura de
banda, mas também facilidade de instalação, imunidade a ruídos, limites de emissão eletromagnética,
qualidade (atenuação do sinal versus comprimento máximo), confiabilidade, conformidade às
exigências geográficas, conformidade aos padrões internacionais,
disponibilidade de componentes e custo total [SOA96].
O cabeamento é o componente de menor custo de uma rede local. Quando bem estruturado pode
representar de 5 a 7% do custo total da rede. Os preços variam muito de acordo com o tipo de
cabeamento utilizado [ROC96].
Constituída por fios de cobre (raramente bronze ou ferro) de diâmetro entre 1,5 e 4 mm que sã
mantidos isolados e paralelos presos a suportes físicos às cruzetas dos postes telefônicos, a linha aberta
foi o principal meio telefônico interurbano de anos atrás. Hoje seu uso está limitado a algumas zonas
rurais.
A linha aberta deriva esse nome do fato de ser usada sem isolamento. Os fios de grosso calibre
significavam uma resistividade menor e, portanto uma faixa de passagem maior do que a dos pares
trançados usados no âmbito urbano. Por outro lado, seu custo era muito elevado. Os telegráficos do
século 19 usavam essas linhas.

O cabo de par trançado é composto por pares de fios. Os fios de um par são enrolados em espiral a fim
de, através do efeito de cancelamento, reduzir o ruído e manter constante as propriedades elétricas do
meio por toda a sua extensão. O efeito de cancelamento reduz o nível de interferência eletromagnética
/ radiofrequência.
Podemos dividir os pares trançados entre aqueles que possuem uma blindagem especial (STP -
Shielded Twisted Pair) e aqueles que não a possuem (UTP - Unshielded Twisted Pair).

Um cabo STP, além de possuir uma malha blindada global que confere uma maior imunidade às
inteferências externas eletromagnética / radiofrequência, possui uma blindagem interna envolvendo
cada par trançado componente do cabo cujo objetivo é reduzir a diafonia. Um cabo STP geralmente
possui dois pares trançados blindados, uma impedância característica de 150 Ohms e pode alcançar
uma largura de banda de 300 MHz em 100 metros de cabo. Ao contrário dos cabos coaxiais, a
blindagem dos cabos stp não faz parte do caminho percorrido pelo sinal.

O maior volume de blindagem e isolamento aumenta consideravelmente o peso, o tamanho e o custo


do cabo. Poucos cabos STP eram suficientes para preencher um duto de fiação de um prédio . Este
dabo era adotado pela IBM para interconexão entre os elementos integrantes de sua rede (token ring) e
atualmente praticamente não é mais utilizado.

O cabo de par trançado sem blindagem (UTP) é composto por pares de fios, sendo que cada par é
isolado um do outro e todos são trançados juntos dentro de uma cobertura externa. Não há blindagem
física no cabo UTP; ele obtém sua proteção do efeito de cancelamento dos pares de fios trançados.
O cabo de par trançado sem blindagem projetado para redes, mostrado na figura abaixo, contém quatro
pares de fios de cobre sólidos modelo 22 ou 24 AWG. O cabo tem uma impedância de 100 ohms - um
fator importante que diferencia dos outros tipos de fios de telefone e par trançado. O cabo de rede UTP
tem um diâmetro externo de 4,3 mm.
Com o aumento das taxas de transmissão, cabos de par trançado de melhor qualidade foram sendo
produzidos. O alto desempenho em termos de qualidade alcançados pelos pares trançados não
blindados (UTP), aliado ao baixo custo de aquisição e instalação dos mesmos, fez com que se tornasse
necessário, uma pressão por padronização tanto por parte dos projetistas, que queriam certezas sobre
os parâmetros característicos destes cabos, quanto por parte dos fabricantes de
equipamentos, que os utilizavam em suas composições e precisavam de garantias confiáveis de
desempenho.

A EIA/TIA (Electronic Industries Association/Telecommunication Industry Association) levou a cabo


a tarefa de padronização dos cabos UTP através da recomendação 568. Os cabos UTP inicialmente
foram divididos em 5 categorias (atualmente existem 6 ou 7) no que se refere a:
+ taxas de transmissão e qualidade do fio, sendo que as classes 1 e 2, 3, 4 ,5 suportam respectivamente
taxas de transmissão de até 5 Mbits (1 e 2), 10 Mbits (3), 16 Mbits (4), e 100 Mbits (5), sendo esse
último tipo o mais utilizado atualmente e que possui melhor grau de qualidade.
+ bitola do fio, especificada em AWG (American Wire Guage), onde números maiores indicam fios
com diâmetros menores;
+ níveis de segurança, especificados através de regulamentação fornecida pelos padrões reguladores da
Underwriter Laboratories (UL).
Em um cabo, basta configurar o 568-A em uma extremidade e o 568-B na outra. A figura anterior
mostra o conector fêmea você olhando para o encaixe).O padrão Ethernet utiliza somente os pinos
1,2,3 e 6.
A configuração dos pares deve atender os sistemas existentes, sendo que a utilização dos pares é
apresentada abaixo:

O conector padronizado pela norma é o RJ-45, que pode ser blindado ou não, conforme o cabo.
O nome 10BaseT indica uma velocidade de sinalização de 10 megabits por segundo, um esquema de
sinalização de bandabase e fios de pares trançados em uma topologia física em estrela. O enfoque
teórico do padrão 10BaseT é que ele permite que os gerentes de rede local utilizem fios de telefone já
instalados, o que diminui os custos e as possibilidades de falha na instalação.
O par trançado é o meio de transmissão de menor custo por comprimento. A ligação de nós ao cabo é
também extremamente simples, portanto de baixo custo.
A desvantagem do par trançado é a sua susceptibilidade à interferência e ruído, incluindo "cross-
talk" de fiação adjacente.
Em sistemas de baixa freqüência a imunidade a ruído é tão boa quanto ao cabo coaxial. Maiores
detalhes acerca de ruídos e interferências em canais de transmissão serão apresentados posteriormente.
É verdade que o UTP custa menos por metro do que qualquer outro tipo de cabo de rede local, mas a
despesa com material é a menos significativa em qualquer instalação pois a mão de obra é o
elemento mais caro. Como é comum a utilização de cabos coaxiais de 75 Ohms para transmissão de
TV a cabo, os custos de mão de obra com técnicas de instalação para estes cabos e para a própria fibra
ótica estão caindo muito. É de se questionar o valor a ser pago por uma boa instalação de UTP,
obedecendo rígidas normas de segurança e desempenho (ver seção seguinte).
Uma grande vantagem do UTP que não pode ser desprezada é a flexibilidade e a espessura dos cabos.
O UTP não preenche os dutos de fiação com tanta rapidez como os outros cabos, salvo a conhecida
exceção da fibra ótica. Isto aumenta o número de conexões possíveis sem diminuir seriamente o
espaço útil ou exigir onerosos projetos de alteração das instalações físicas disponíveis.
Pode-se utilizar UTPs com três principais arquiteturas de rede (ARCnet, Ethernet e token-ring). Na
maioria dos casos, as placas de interface de rede vêm para um tipo específico de cabeamento, mas
muitas placas de interface Ethernet são configuradas para cabos coaxiais e UTP.

Um cabo coaxial consiste em um fio de cobre rígido que forma o núcleo, envolto por um material
isolante que, por sua vez, é envolto em um condutor cilíndrico, frequentemente na forma de uma
malha cilíndrica entreleçada. O condutor externo é coberto por uma capa plástica protetora.

A forma de construção do cabo coaxial lhe dá uma boa combinação de alta banda passante e
excelente imunidade a ruídos.
A banda passante possível depende do comprimento do cabo. Para cabos de 1 Km, pode-se chegar a
uma taxa de dados de 1 Gbps. Taxas de dados mais altas são possíveis em cabos mais curtos e, pode-
se usar cabos mais longos, mas com taxas mais baixas.
Dois tipos de cabo coaxial são bastante utilizados. Um tipo, o Cabo Coaxial Fino, também conhecido
como cabo de 50 ohms ou cabo coaxial em Banda Base. O outro tipo, o Cabo Coaxial Grosso,
também conhecido como cabo coaxial em Banda Larga.

O cabo coaxial fino, também conhecido como cabo coaxial banda base ou 10Base2, é utilizado para
transmissão digital e possui impedância característica geralmente de 50 ohms.
As principais características de cabos coaxiais do tipo banda base, de impedância característica de 50
ohms, que eram utilizados em redes locais são :
Impedância: 50 ohms
Tamanho Mínimo de Segmento: 0,45 metros
Transmissão em banda base, código Manchester, em modo half-duplex;
Tamanho Máximo sem Repetidores: depende da velocidade que se deseja.
Capacidade: 30 equipamentos/segmento
Acesso ao meio: CSMA/CD
Taxas de Transmissão de Dados: de 10 Mbps até 2 Gbps (Tane97) (depende do tamanho e qualidade
do cabo). Usual em uma rede local seria uma taxa de 10 Mbits/s ou 100Mbits/s
Modo de Transmissão: Half-Duplex - Código Manchester.
Transmissão: Por pulsos de corrente contínua.
Imunidade EMI/RFI: 50 dB
Conector: Conector T
Instalação: Facilitada (cabo fino e flexível)
Topologia mais usual: barra;
Tempo de trânsito: 4 ns/m.
O cabo coaxial fino é mais maleável e, portanto, mais fácil de instalar. Em comparação com o cabo
coaxial grosso, na transmissão em banda base, o cabo de 50 ohms sofre menos reflexões devido as
capacitâncias introduzidas na ligação das estações ao cabo, além de possuir uma maior imunidade a
ruídos eletromagnéticos de baixa frequência. Apesar do cabo coaxial banda base ter uma imunidade
a ruídos melhor do que o par trançado, a transmissão em banda larga fornece uma imunidade a ruído
melhor do que em banda base. Nesta tecnologia de transmissão, o sinal digital é injetado diretamente
no cabo. A capacidade de transmissão dos cabos nesta modalidade varia entre alguns Mbps/Km, no
caso dos cabos mais finos, até algumas Gigabits por segundo no caso de cabos mais grossos e de
melhor qualidade. A impedância utilizada nesta modalidade de transmissão é de 50 ohms. Um Cabo
Coaxial Banda Base, também conhecido como 10Base2, consiste de um fio de cobre rígido, que forma
o núcleo, envolto por um material isolante, que por sua vez é envolto por um condutor cilíndrico na
forma de malha entrelaçada, tudo coberto por uma capa plástica protetora.
O método de acesso ao meio usado em Cabos Coaxias Banda Base é o detecção de portadora, com
detecção de colisão. Amplamente utilizado em redes locais.
Um Cabo Coaxial Banda Larga, também conhecido como 10Base5 ou "Mangueira Amarela de
Jardim", consiste de um fio de cobre rígido, que forma o núcleo, envolto por um material isolante, que
por sua vez é envolto por um condutor cilíndrico de alumínio rígido, tudo coberto por uma capa
plástica protetora.

O cabo coaxial grosso, também conhecido como cabo coaxial de banda larga ou 10Base5, é utilizado
para transmissão analógica, principalmente em redes de longa distância, como a utilizada pela TV a
cabo. O cabo coaxial grosso, possui uma blindagem geralmente de cor amarela. Seu diâmetro externo é
de aproximadamente 0,4 polegadas ou 9,8 mm.
Uma diferença fundamental entre os cabos coaxiais de banda base e banda larga é que sistemas em
banda larga necessitam de amplificadores analógicos para amplificar periodicamente o sinal. Esses
amplificadores só transmitem o sinal em um sentido; Para contornar este problema, foram
desenvolvidos dois tipos de sistemas em banda larga: com cabo duplo e com cabo único.
Os sistemas de cabo duplo têm dois cabos idênticos paralelos. Para transmitir dados, um computador
emite os dados pelo cabo 1, que está conectado a um dispositivo chamado head-and na raiz da árvore
de dados. Em seguida, esse head and transfere o sinal para o cabo 2, que refaz o caminho da árvore a
fim de realizar a transmissão. Todos os computadores transmitem no cabo 1 e recebem no cabo 2.
Sistemas com cabo único é alocado bandas diferentes de frequência para comunicação, entrando e
saindo por um único cabo. A banda do cabo é dividida em dois canais ou caminhos, denominados:
1.caminho de transmissão (Inbound): caminho de entrada dos dados no canal
2.caminho de recepção (Outbound): caminho de saida dos dados do canal

No modelo PLGVSOLW, por exemplo, a banda de entrada vai de 5 a 116 MHz, e a banda de saída vai
de 168 a 300 MHz.
computadores, para a integração de imagens transmitidas para várias estações de rede local.
Tecnicamente, o cabo de banda larga é inferior ao cabo de banda básica (que tem apenas um canal) no
que diz respeito ao envio de dados digitais, no entanto, por outro lado, existe a vantagem de haver
muitos cabos desse tipo já instalados. Na Holanda, por exemplo, 90 por cento de todas as casas têm
uma conexão de TV a cabo. Cerca de 80 por cento das casas norte-americanas têm um cabo de TV
instalado. Desse total, pelo menos 60 por cento têm de fato uma conexão a cabo. Com a acirrada
concorrência entre as companhias telefônicas e as empresas de TV a cabo, podemos esperar que um
número cada vez maior de sistemas de TV a cabo comece a operar como MANs e oferecer serviços
telefônicos, dentre outras vantagens. Para obter maiores informações sobre a utilização da TV a cabo
como uma rede de computadores, consulte Karshmer and Thomas, 1992.
As dificuldades de conexão com cabos coaxiais são um pouco maiores do que se fosse utilizado o par
trançado. A conexão dos cabos é feita através de conectores mecânicos, o que também encarece sua
instalação em relação ao par trançado, porém, os benefícios compensam com larga vantagem a
utilização deste método.

Impedância: 75 ohms
Atenuação: em 500m de cabo não exceder 8,5 dB medido a 10MHz ou 6,0 dB medido a 5 MHz
Velocidade de Propagação: 0,77c (c=vel. luz no vácuo)
Tamanho Máximo de Segmento: 500 metros
Tamanho Mínimo de Segmento: 2,5 metros
Tamanho Recomendado: múltiplos de 23,4 - 70,2 ou 117 metros
Número Máximo de Segmentos: 5
Tamanho Máximo Total: 2.500 metros
Capacidade: 1500 canais com 1 ou mais equipamentos por canal
Acesso ao meio: FDM
Taxas de Transmissão de Dados: 100 a 150 Mbps (depende do tamanho do cabo)
Modo de Transmissão: Full-Duplex.
Transmissão: Por variação em sinal de freqüência de rádio
Imunidade EMI/RFI: 85 dB
Conector:
Tipo Derivador Vampiro
Utiliza Transceptores (detecta a portadora elétrica do cabo)
Instalação: Requer prática/pessoal especializado

, As características de transmissão do cabo coaxial são melhores do que o par trançado (comparado às
categorias 5 e 5e), porém ocupa muito mais espaço em um duto de fiação.
, Na transmissão analógica o coaxial é mais adequado, pois permite uma largura de banda maior a uma
distância maior do que o par trançado.
,O cabo coaxial possui imunidade maior aos ruídos de cross-talk e uma fuga eletromagnética mais
baixa, porém o custo do coaxial é mais elevado do que o do par trançado, principalmente nas interfaces
de ligação.
Conclui-se que o cabo coaxial é mais adequado para transmissão analógica, enquanto o par
trançado é mais indicado para transmissão Digital.

4.1.4 Fibras Ópticas


Muitas pessoas do setor de informática se orgulham com a rapidez com que a tecnologia usada nos
computadores vem melhorando. Na década de 1970, um computador rápido (por exemplo, o CDC
6600) podia executar uma instrução em 100 nanosegundos. Vinte anos depois, um computador Cray
rápido podia executar uma instrução em 1 nanosegundo, decuplicando seu desempenho a cada década.
Nada mal. No mesmo período, a comunicação de dados passou de 56 Kbps (a ARPANET) para 1
Gbps (comunicação ótica moderna), isso significa que seu desempenho melhorou 100 vezes em cada
uma década, enquanto, no mesmo período, a taxa de erros passou de 10-5 por bit para quase zero.
Além disso, as CPUs estão se aproximando dos limites físicos, como a velocidade da luz e os
problemas decorrentes da dissipação do calor. Por outro lado, com a atual tecnologia de fibra ótica, a
largura de banda pode ultrapassar a casa dos 50.000 Gbps (50 Tbps) e são muitas as pessoas que estão
realizando pesquisas com materiais de melhor qualidade. O limite prático da sinalização atual é de
cerca de 1 Gbps, pois não é possível converter os sinais elétricos e óticos em uma velocidade maior. O
uso experimental de 100 Gbps está previsto a curto prazo. Dentro de poucos anos, alcançaremos uma
velocidade de 1 terabit/s. Logo teremos sistemas plenamente óticos, que influenciarão também a
transmissão de dados entre computadores.

Na corrida entre a computação e a comunicação, ganhou a comunicação. O significado real da largura


de banda infinita (apesar dos custos) ainda não foi totalmente assimilado por uma geração de
cientistas e engenheiros da computação que aprenderam a pensar em termos dos limites de Shannon e
Nyquist impostos pelo fio de cobre. Os novos conceitos partem da premissa de que todos os
computadores são desesperadamente lentos e, por essa razão, as redes devem tentar evitar a
computação a todo custo, independente do desperdício de largura de banda. Nesta seção, vamos
estudar as fibras óticas e veremos como funciona essa tecnologia de transmissão.
Um sistema de transmissão ótico tem três componentes: A origem da luz, o meio de transmissão e o
detector.
Convencionalmente, um pulso de luz indica um bit 1, e a ausência de luz representa um bit zero. O
meio de transmissão é uma fibra de vidro ultrafina. O detector gera um pulso elétrico quando entra em
contato com a luz. Quando instalamos uma fonte de luz em uma extremidade de uma fibra ótica e um
detector na outra, temos um sistema de transmissão de dados unidirecional que aceita um sinal elétrico,
converte-o e transmite-o por pulsos de luz. Na extremidade de recepção, a saída é
reconvertida em um sinal elétrico.

Esse sistema de transmissão desperdiçaria luz e, na prática, não teria a menor utilidade, mostrando-se
apenas um interessante princípio físico. Quando um raio de luz passa de um meio para outro, por
exemplo, da sílica fundida para o ar, o raio sofre uma refração (desvio) na fronteira sílica/ar, como
mostra a Figura 4.16. Nela, nós vemos um feixe de luz que forma um ângulo α1, ao incidir na fronteira
e que, ao emergir, produz um ângulo β1. O volume de refração depende das
propriedades dos dois meios físicos (em particular, de seus índices de refração). Nos ângulos cuja
incidência ultrapasse um determinado valor crítico, a luz é refratada de volta para a sílica, nada escapa
para o ar. Dessa forma, um feixe de luz que incide em um ângulo crítico, ou acima dele, é interceptado
na fibra, como mostra a Figura 4.16 (b). Esse feixe pode se propagar por muitos quilômetros sem
sofrer praticamente nenhuma perda.

4.1.4.1 Tipos de Fibras

a) Multimodo com índice degrau:


Esse tipo de fibra ótica possui sua capacidade de transmissão limitada basicamente pela dispersão
modal, que reflete os diferentes tempos de propagação da onda luminosa.
A dispersão é responsável pela limitação da largura de banda do sinal transmitido. A largura de
banda da fibra óptica, dada em MHz.km está relacionada com a capacidade de transmissão de
informação das fibras. No caso de sinais digitais, mais comumente usados em comunicações óptica, a
dispersão significa um alargamento temporal do pulso óptico, resultando na superposição de diversos
pulsos do sinal. Trata-se de um efeito onde os modos que geram uma frente de onda de luz são
separadas quando estas viajam ao longo da fibra, ocasionando a chegada delas na outra extremidade,
espalhadas em relação ao tempo. Podemos afirmar que, a diferença entre a largura do pulso de entrada
para o pulso correspondente do sinal de saída é conhecido como interferência intersimbólica ou
dispersão do pulso. Como a dispersão está relacionada com a distância percorrida pela luz na fibra, o
fenômeno de dispersão é especificado por unidade de comprimento em ns/Km. Este efeito numa
transmissão digital por exemplo, irá dificultar sua recepção pelo circuito receptor sua posterior
decodificação. A dispersão em fibras ópticas, podem ser classificadas como intermodal e intramodal.
A dispersão multimodo ou intermodal ou modal é resultado da geometria do guia de onda e das
diferenças dos índices de refração que permitem a fibra propagar vários modos ou raios de luz. A
dispersão intermodal somente se apresenta em fibras multimodo e pode ser entendida observando-se
como vários modos (raios de luz) percorrem caminhos diferentes e chegam a um determinado ponto
em tempos distintos.
A dispersão material, intramodal ou cromática está presente em todas as fibras, pois é decorrente da
dependência do índice de refração do material da fibra com relação ao comprimento de onda. Com
uma fonte de luz (monocromática) ou seja, uma única cor, não existe dispersão cromática. Nestes
casos uma fonte de luz LASER torna-se efetivamente melhor do que um LED convencional, pelo fato
do primeiro (LASER) gerar uma luz mais "pura" e com menor largura espectral se comparando ao
segundo (LED).
Devido a alta dispersão, o desempenho destas fibras não passam de 15 a 25 Mhz.Km.

b) Multimodo com índice Gradual:


Esse tipo de fibra ótica possui sua capacidade de transmissão limitada pela dispersão modal, que
reflete os diferentes tempos de propagação da onda luminosa. No entanto, essas fibras são menos
sensíveis a esse fenômeno do que as fibras multimodais. A taxa de transmissão neste tipo de fibra é de
400 MHZ.km em média.

c) Monomodo:

Estas fibras são insensíveis a dispersão modal, que é a reflexão da onda luminosa em diferentes
tempos. Devido a esta característica, esta fibra pode atingir taxas de transmissão na ordem de 100
Ghz.Km.
As fibras monomodais atualmente disponíveis podem transmitir dados a uma velocidade de muitos
Gbps em uma distância de 30 km. Já foram feitas experiências com taxas de dados muito mais altas
entre pontos mais próximos. Elas já mostraram que feixes laser de alta potência podem conduzir uma
fibra em uma distância de 100 quilômetros sem utilizar repetidores,
apesar de fazê-lo em velocidades mais baixas. Pesquisas sobre fibras que utilizam o érbio prometem
alcançar distâncías ainda maiores sem repetidores.
3.1.4.2 Transmissão de Luz através da Fibra
Os antigos egípcios já dominavam a manufatura do vidro, mas, para eles, o vidro podia ter no máximo
1 mm de espessura para que a luz pudesse atravessá-lo. O vidro transparente usado nas janelas foi
desenvolvido durante a Renascença. O vidro usado nas modernas fibras óticas são tão transparentes
que, se o mar fosse formado por esse tipo de vidro, e não por água, seria possível ver o fundo do mar
da superfície, assim como vemos o solo quando voamos de avião em um dia ensolarado.
A atenuação da luz através do vidro depende do comprimento de onda da luz. A atenuação do tipo de
vidro usado nas fibras é mostrada na Figura abaixo, em decibéis por quilômetro linear de fibra. A
atenuação em decibéis é obtida com a seguinte fórmula.
Atenuação em decibéis = 10 log 10 (potência transmitida / potência recebida)
Por exemplo, quando o fator de perda é dois, obtemos atenuação de 10 log 10 2 = 3 dB. A figura mostra
a parte infravermelha do espectro, que, na prática, é a usada. A luz visível tem comprimentos de onda
ligeiramente mais curtos, que variam de 0,4 a 0,7 mícron (1 mícron é igual a 10-6 metros).
A comunicação utiliza três bandas de comprimento de onda. Elas são centralizadas em 0,85, 1,30 e
1,55 micra,
respectivamente. As duas últimas têm boas propriedades de atenuação (uma perda inferior a 5 por
cento por quilômetro) A banda de 0,85 mícron tem uma atenuação maior, mas, por outro lado, nesse
comprimento de onda, os lasers e os chips podem ser produzidos a partir do mesmo material (arsenieto
de gálio). As três bandas entre 25 e 30 mil GHz de largura.
Os pulsos de luz enviados através de uma fibra se expandem à medida que se propagam. Essa
expansão é chamada de

dispersão. O volume da dispersão vai depender do comprimento da onda. Uma forma de impedir que a
expansão desses pulsos se sobreponha é aumentar a distância entre eles, o que, no entanto, só pode ser
feito com a redução da taxa de sinalização. Felizmente, descobriu-se que, quando os pulsos são
produzidos com um formato especial relacionado ao recíproco do co-seno hiperbólico, todos os efeitos
da dispersão são cancelados e é possível enviar pulsos por milhares de quilômetros sem que haja uma
distorção significativa. Esses pulsos são chamados de solitons. Atualmente, o mundo assiste a um
grande esforço de pesquisa no sentido de colocar em prática as experiências que estão sendo feitas em
laboratórios com os solitons.

3.1.4.3 Cabos de Fibra


Os cabos de fibra ótica são semelhantes aos coaxiais, a exceção fica por conta da malha entrelaçada. A
Figura 4.19 (a) mostra a perspectiva lateral de uma fibra. No centro, fica o núcleo de vidro através do
qual se propaga a luz. Nas fibras multimodais, o núcleo tem 50 micra de diâmetro, o que corresponde à
espessura de um fio de cabelo humano. Nas fibras monomodais, o núcleo tem entre 8 e 10 micras.
O núcleo da fibra é envolvido por uma proteção de vidro cujo índice de refração é inferior ao do
núcleo, para manter a luz no núcleo. Em seguida, há um revestimento plástico fino com finalidade de
proteger a camada anterior. Geralmente, as fibras são agrupadas em feixes, protegidos por uma capa
externa. A Figura 4.19 (b) mostra um cabo com três fibras.
Normalmente, os cabos de fibra terrestres são colocadas no solo a um metro da superfície, onde
ocasionalmente são atacados por pequenos animais roedores. Perto da praia, os cabos de fibra
transoceânicos são enterrados em trincheiras por uma espécie de arado marítimo. Em águas profundas,
eles são depositados no fundo, onde podem ser arrastados por redes de pesca ou comidos por tubarões.
As fibras podem ser conectadas de três diferentes formas. Em primeiro lugar, elas podem ter
conectores em suas extremidades e serem plugadas em sockets de fibra. Os conectores perdem de 10 a
20 por cento da luz, mas facilitam a reconfiguração dos sistemas.
Em segundo lugar, elas podem ser encaixadas mecanicamente. Nesse caso, as duas extremidades são
cuidadosamente colocadas uma perto da outra em uma luva especial e encaixadas em seguida. O
alinhamento pode ser melhorado com a passagem de luz através da junção, seguido de pequenos
ajustes cuja finalidade é maximizar o sinal. As junções mecânicas são encaixadas em 5 minutos por
uma equipe devidamente treinada e resultam em uma perda de 10 % da luz.
Em terceiro lugar, dois pedaços de fibra podem ser fundidos de modo a formar uma conexão sólida.
Um encaixe por fusão é quase tão bom quanto uma fibra inteira, no entanto, nesse caso, há uma
pequena atenuação. Nos três tipos de encaixe, podem ocorrer reflexões no ponto de junção e a energia
refletida pode interferir no sinal.
Duas fontes de luz podem ser usadas para fazer a sinalização. os diodos emissores de luz e os lasers
semicondutores. Eles têm diferentes propriedades, como mostra a Tabela 1.

A extremidade de recepção de uma fibra ótica consiste em um fotodiodo, que emite um pulso elétrico
quando entra emcontato com a luz. Em geral, o tempo de resposta de um fotodiodo é 1 nanossegundo,
o que limita as taxas de dados a 1 Gbps. O ruído térmico também é importante, e um pulso de luz deve
conduzir energia suficiente para ser detectado. Com pulsos de potência suficiente, a taxa de erros pode
se tornar arbitrariamente pequena.

3.1.4.3 Redes de Fibra


As fibras óticas podem ser usadas nas LANs e nas transmissões de longa distância, apesar de sua ser
conexão mais complexa do que a conexão com uma rede Ethernet. Uma forma de contornar esse
problema é perceber que uma rede em anel é, na verdade, um conjunto de ligações ponto a ponto,
como mostra a Figura 4.20. A interface de cada computador percorre o fluxo de pulsos de luz até a
próxima ligação e também serve como junção em forma de T para permitir que o computador envie e
aceite mensagens.
Dois tipos de interfaces são usados. Uma interface passiva consiste em dois conectores fundidos à fibra
principal. Um conector tem um diodo emissor de luz ou um diodo a laser na sua extremidade (para
transmissão) e o outro, um fotodiodo (para recepção). O conector em si é completamente passivo e,
por essa razão, é extremamente confiável, pois um diodo emissor de luz ou um fotodiodo quebrado não
compromete o anel. No máximo, ele deixa um computador off-line.

O outro tipo de interface, mostrado na Figura 4.20, é o repetidor ativo. A luz recebida é convertida em
um sinal elétrico, tem sua capacidade regenerada caso ela tenha sido enfraquecida e é retransmitida na
forma de luz. A interface com o computador é um fio de cobre comum que passa pelo regenerador de
sinal. Já estão sendo usados repetidores puramente óticos. Esses dispositivos dispensam as conversões
óticas/elétricas/óticas, isso significa que eles podem operar em larguras
de banda extremamente altas.
Se um repetidor ativo entrar em pane, o anel será interrompido e a rede, desfeita. Por outro lado, como
o sinal é regenerado em cada interface, as ligações individuais entre os computadores podem ter
quilômetros de distância, o que, na prática, significa que o anel pode ter qualquer tamanho. As
interfaces passivas perdem luz em cada junção, por isso, o número total de computadores e o tamanho
total do anel acabam sofrendo grandes restrições.
Uma topologia em anel não é a única forma de se construir uma LAN usando fibras óticas. Também é
possível ter um hardware se comunicando através do uso de uma “estrela passiva”, que é mostrada na
Figura 4.21. Nesse projeto, cada interface tem uma fibra entre seu transmissor e um cilindro de sílica, e
as fibras de entrada são fundidas em uma extremidade do cilindro. Da mesma forma, as fibras fundidas
à outra extremidade do cilindro são conectadas a cada um dos receptores. Quando uma interface emite
um pulso de luz, ele é difundido dentro da estrela passiva para iluminar todos os receptores e, dessa
forma, possibilitar a transmissão dos dados. Na prática, a estrela passiva combina todos os sinais de
entrada e transmite o resultado obtido em todas as linhas. Como a energia de entrada é dividida entre
todas as linhas de saída, o número de nós da rede é limitado pela sensibilidade dos fotodiodos.
Por mais estranho que possa parecer, as companhias telefônicas gostam da fibra por outra razão. ela é
fina e leve. Muitos dos dutos de cabo atuais estão completamente lotados, de modo que não há espaço
para aumentar. Além da remoção, e subseqüente substituição, do cobre por fibras deixar os dutos
vazios, o cobre tem um excelente valor de revenda para as refinarias especializadas, pois trata-se de
um minério de altíssima qualidade. Além disso, a fibra é mais leve que o cobre.
Mil pares trançados com 1 quilômetro de comprimento pesam 8 t. Duas fibras têm mais capacidade e
pesam apénas 100 kg, reduzindo de maneira significativa a necessidade de sistemas mecânicos de
suporte, cuja manutenção é extremamente cara. Nas novas rotas, as fibras têm preferência por terem
um custo de instalação muito mais baixo.
Por fim, as fibras não desperdiçam luz e dificilmente são interceptadas. Por essas razões, trata-se de
uma alternativa muito mais segura contra possíveis escutas telefônicas.
A razão para que a fibra seja melhor do que o cobre é inerente às questões físicas subjacentes a esses
dois materiais.
Quando os elétrons se movem dentro de um fio, eles afetam um ao outro e, além do mais, são afetados
pelos elétrons existentes fora do fio. Os fótons de uma fibra não afetam um ao outro (não têm carga
elétrica) e não são afetados pelos fótons dispersos existentes do lado de fora da fibra.
Vale lembrar, no entanto, que a fibra é uma tecnologia nova, que requer conhecimentos de que a
maioria dos engenheiros não dispõe. Como a transmissão é basicamente unidirecional, a comunicação
bidirecional exige duas fibras e duas bandas de freqüência em uma fibra ou a utilização da
multiplexação em comprimento de onda. Finalmente, as interfaces de fibra são mais caras do que as
interfaces elétricas. No entanto, todos sabemos que o futuro das comunicações de dados em distâncias
significativas pertence à fibra. Para obter maiores
informações sobre todos os aspectos físicos da rede de fibra ótica, consulte Green (1993).
Fibras óticas são elementos de transmissão que utilizam sinais de luz codificados para transmitir os
dados. A luz que circula pela fibra ótica situa-se no espectro do infravermelho e seu comprimento de

onda está entre 10xE14 a 10xE15 Hz.

Por mais estranho que possa parecer, as companhias telefônicas gostam da fibra por outra razão. ela é
fina e leve. Muitos dos dutos de cabo atuais estão completamente lotados, de modo que não há espaço
para aumentar. Além da remoção, e subseqüente substituição, do cobre por fibras deixar os dutos
vazios, o cobre tem um excelente valor de revenda para as refinarias especializadas, pois trata-se de
um minério de altíssima qualidade. Além disso, a fibra é mais leve que o cobre.
Mil pares trançados com 1 quilômetro de comprimento pesam 8 t. Duas fibras têm mais capacidade e
pesam apénas 100 kg, reduzindo de maneira significativa a necessidade de sistemas mecânicos de
suporte, cuja manutenção é extremamente cara.
Nas novas rotas, as fibras têm preferência por terem um custo de instalação muito mais baixo.
Por fim, as fibras não desperdiçam luz e dificilmente são interceptadas. Por essas razões, trata-se de
uma alternativa muito mais segura contra possíveis escutas telefônicas.
A razão para que a fibra seja melhor do que o cobre é inerente às questões físicas subjacentes a esses
dois materiais.
Quando os elétrons se movem dentro de um fio, eles afetam um ao outro e, além do mais, são afetados
pelos elétrons existentes fora do fio. Os fótons de uma fibra não afetam um ao outro (não têm carga
elétrica) e não são afetados pelos fótons dispersos existentes do lado de fora da fibra.
Vale lembrar, no entanto, que a fibra é uma tecnologia nova, que requer conhecimentos de que a
maioria dos engenheiros não dispõe. Como a transmissão é basicamente unidirecional, a comunicação
bidirecional exige duas fibras e duas bandas de freqüência em uma fibra. Finalmente, as interfaces de
fibra são mais caras do que as interfaces elétricas. No entanto, todos sabemos que o futuro das
comunicações de dados em distâncias significativas pertence à fibra.
Fibras óticas são elementos de transmissão que utilizam sinais de luz codificados para transmitir os
dados. A luz que circula pela fibra ótica situa-se no espectro do infravermelho e seu comprimento de
onda está entre 10xE14 a 10xE15 Hz.

Sistema DWDM
. Princípios Básicos
O WDM (Wavelength Division Multiplexing) é uma tecnologia onde os sinais que transportam a
informação, em diferentes comprimentos de onda óptico, são combinados em um multiplexador óptico
e transportados através de um único par de fibras, com o objetivo de aumentar a capacidade de
transmissão e, consequentemente, usar a largura de banda da fibra óptica de uma maneira mais
adequada. Os sistemas que utilizam esta tecnologia, em conjunto com amplificadores ópticos, podem
aumentar significativamente a capacidade de transmissão de uma rota sem a necessidade de se
aumentar o número de fibras.
Os sinais a serem transmitidos nos diferentes comprimentos de onda podem possuir formatos e taxas
de bit diferenciados, trazendo uma maior transparência as sistemas de transporte.
O WDM foi criado aproveitando algumas tecnologias que estavam sendo desenvolvidas,
principalmente no setor de transponders, os transponders atuam na dispersão de banda, que é o grande
obstáculo nas comunicações ópticas, com capacidade de selecionar corretamente o comprimento de
onda do laser. Surgiu a idéia de colocar mais canais na mesma fibra. No início falava-se em sistemas
de quatro canais. Atualmente, existe o limite teórico de 256 canais de 10Gbps na mesma fibra, o que
eqüivale a 22,56 Tbps de largura de banda.
A grande vantagem associada ao WDM é a possibilidade de modular o aumento da capacidade de
transmissão de acordo com o mercado, com a necessidade de tráfego. A principal razão para o uso
destes sistemas é a economia gerada para os clientes. Estes sistemas permitem alcançar uma melhor
relação entre custos e bits transmitidos, sob determinadas condições. Análises mostram que, para
distâncias abaixo de 50Km para ligação de transmissão, a solução de multi-fibra é menos dispendiosa;
mas para distâncias acima de 50 Km, o custo da solução WDM é melhor que da solução de alta-
velocidade-eletrônica.
Cabo Multifibra

A Figura nos mostra um Cabo de Fibras Ópticas Monomodo, do tipo multifibra convencionalmente
empregado em linhas de dutos subterrâneas, por Empresas de Telecomunicações.
Os sistemas WDM possuem algumas características básicas, que devem ser exploradas de acordo com
a necessidade e situação:

• Flexibilidade de capacidade: Migrações de 622 Mbps para 2,5 Gbps e, a seguir para 10 Gbps
poderão ser feitas sem a necessidade de se trocar os amplificadores e multiplexadores WDM. Assim os
investimentos realizados podem ser preservados;

• Transparência as sinais transmitidos: Podem transmitir uma grande variedade de sinais de uma
maneira transparente. Por não haver envolvimento de processos elétricos, diferentes taxas de
transmissão e sinais poderão ser multiplexados e transmitidos para o outro lado do sistema sem que
seja necessária uma conversão ópto-elétrica. A mesma fibra pode transportar sinais PDH, SDH e
ATM de uma maneira transparentes;

• Permite crescimento gradual de capacidade: Um sistema WDM pode ser planejado para 16
canais, mais iniciar sua operação com um número menor de canais. A introdução de mais canais
pode ser feita simplesmente adicionando novos equipamentos terminais;

• Reuso dos equipamentos terminais e da fibra: Permite o crescimento da capacidade mantendo


os mesmos equipamentos terminais e a mesma fibra;

• Atendimento de demanda inesperada: Freqüentemente o tráfego aumenta de uma maneira mais


rápida do que o esperado e, neste caso, não há uma infra-estrutura disponível para suportá-lo. Os
sistemas WDM podem solucionar este problema, economizando tempo na expansão da rede.
Algumas condições que favorecem a utilização de WDM:

• Quando a rede apresenta longas distâncias e especialmente para redes ponto-a-ponto e em cadeia;

• Onde aumento da capacidade requer a instalação de novos cabos e especialmente se não há espaço
para novos cabos na infra-estrutura existente;

• Quando o aumento de capacidade deve ser alcançado em curtos períodos de tempo.


Uma outra discussão comum é a comparação entre sistemas TDM e WDM de maneira a se encontrar a
melhor solução: um sistema STM-64 ou 4 vezes um STM-16 sobre uma rede WDM (STM são
hierarquias de velocidades do SDH, ou seja, STM módulo de transporte síncrono; um STM-1 tem
velocidade de transporte de 155,52 Mbps, um STM-64 significa 64 vezes STM-1) Através de alguns
testes, chegou-se às seguintes conclusões:

• Para aplicações de pequena distância, onde regeneradores e amplificadores não são utilizados, um
sistema TDM é uma solução mais viável;

• Para aplicações de longa distância, o sistema WDM se torna mais barato, pois o mesmo
regenerador óptico é utilizado para um grupo de canais, reduzindo o número de regeneradores e
fibras utilizados;

• Para aplicações entre 120 e 300 Km, a melhor solução varia de caso a caso e também dos custos de
implementação.
Como já visto, o WDM pode ser introduzido em sistemas já existentes de modo a aumentar a
capacidade de transmissão destes. Para isso, uma seqüência de passos deve ser seguida para assegurar
uma perfeita integração:

• Ter uma visão geral do tráfego que é transmitido pela rota, definindo se ele é PDH, SDH ou ATM
e suas respectivas taxas de bit. Deve-se avaliar também a existência de tráfego analógico.

• Ter uma visão da infra-estrutura existente, com a definição com cabo óptico (atenuação e
dispersão), comprimentos dos enlaces e pontos de regeneração;

• Definir a capacidade final de transporte do sistema;

• Fazer cálculos em softwares adequados, utilizando os dados coletados;

• Ter uma visão das interfaces ópticas disponíveis no equipamento terminal;

• Definir os equipamentos. Com os dados coletados anteriormente, será possível definir a


necessidade de uso de transponders, módulos de compensação e o número de regeneradores;

• Instalação e migração do tráfego para novos sistemas. A instalação causa uma interrupção do
tráfego, que terá um tempo indeterminado. É possível evitar a interrupção de tráfego utilizando
proteções SDH já existentes.

3.2. DWDM
DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing, ou seja, Multiplexação densa por comprimento de
onda), processo de transmissão de diferentes comprimentos de onda sobre uma fibra, é um
revolucionário desenvolvimento do WDM. O desenvolvimento de amplificadores ópticos que operam
a 1550 nm, junto com a mais baixa perda daquela janela, proporcionaram o desenvolvimento do
sistema DWDM.
O DWDM é a chave tecnológica para integração das redes de dados, voz e imagem de altíssima
capacidade.
É baseado no uso de componentes chamados Optical Multiplexer (OM) e Optical Demultiplexer (OD).
A função do OM é combinar os diferentes comprimentos de onda em um único caminho e o OD
separá-los.
Além de aumentar a capacidade disponível exponencialmente em fibra embutida, DWDM tem a
vantagem de não precisar equipamentos finais para ser implementado. São colocados laser de DWDM,
transponders, amplificadores, multiplexers de add/drop e filtros entre engrenagem de transmissão
existente e em cima de arquiteturas de rede existentes. Uma coisa que torna o DWDM um sucesso é
que esta tecnologia obedece ao padrão de fibra G.652 (monomodo) que é utilizado na maioria dos
backbones de fibra óptica.
Embora DWDM seja principalmente usado em ligações de ponto-a-ponto hoje, equipamento utilizado
para uso em arquiteturas de anel fez seu debute em 1998. Além disso, sistemas DWDM podem receber
tráfego de muitos tipos diferentes de equipamentos de transmissão, inclusive SONET e rede
assíncrona.
DWDM combina múltiplos sinais ópticos de forma que eles possam ser ampliados como um grupo e
possam ser transportados sobre uma única fibra, aumentando sua capacidade. Cada sinal transmitido
pode estar em uma taxa diferente (OC-3/12/24, etc) e em um formato diferente (SONET, SDH, ATM,
dados, etc) por exemplo, uma rede DWDM com uma mistura de sinais de SONET que operam a 2,5
Gbps (OC-48) e 10 Gbps (OC-192), ( veja http://www.teleco.com.br/canalizacaopdh.asp) em cima de
uma infra-estrutura de DWDM, podem alcançar capacidades de mais de 40 Gbps. Um sistema com
DWDM pode alcançar isso facilmente enquanto mantém o mesmo grau desempenho, confiabilidade, e
robustez do sistema, ou até mesmo ultrapassando isso utilizando o mesmo sistema de transporte.
Futuros terminais de DWDM levarão até 80 comprimentos de onda de OC-48, um total de 200 Gbps,
ou até 40 comprimentos de onda de OC-192, um total de 400 Gbps, a qual capacidade é suficiente para
transmitir 90.000 volumes de uma enciclopédia em um segundo.

A tecnologia que permite esta alta velocidade de transmissão de alto-volume, estão no


amplificador óptico. Amplificadores ópticos operam em uma faixa específica do espectro de
freqüência e são aperfeiçoados para operação com a fibra existente e torna isto possível impulsionar
sinais de ondas de luz e assim aumenta seu alcance sem antes convertê-los para forma elétrica.

Foram feitas demonstrações de amplificadores de óptico-fibras de faixa ultra-larga que podem


impulsionar sinais luz levando mais de 100 canais (ou comprimentos de onda) de luz. Uma rede que
usa tal amplificador poderia facilmente transmitir um Terabit de informação.
Nesta faixa, seria possível transmitir todos os canais de Televisão de todo o mundo de uma vez ou
aproximadamente meio milhão de filmes ao mesmo tempo.
Considere a seguinte analogia, imagine a fibra como sendo uma estrada de várias pistas. Sistemas de
TDM tradicionais utilizariam uma única pista desta estrada e aumentado a capacidade desta pista. Em
networking óptico, utilizando DWDM é análogo a tendo acesso as novas pistas na estrada
(aumentando o número de comprimentos de onda na base de fibra embutida) ganhar acesso para uma
quantia incrível de capacidade de escoamento na fibra.
Um benefício adicional de networking óptico é que a estrada é cega ao tipo de tráfego que viaja nisto.
Por conseguinte, os veículos na estrada podem levar pacotes de ATM, SONET, SDH e IP.
Começando com DWDM, os provedores de serviços podem estabelecer um crescimento de infra-
estrutura que lhes permita somar a corrente e a próxima geração de sistemas TDM para expansão de
capacidade virtualmente infinita.
DWDM também dá aos provedores de serviços a flexibilidade para ampliar a capacidade em qualquer
proporção de suas redes, uma vantagem que nenhuma outra tecnologia pode oferecer.
Portadores podem endereçar problemas de áreas específicas que estão congestionadas por causa de
altas demandas de capacidade, Isto é especialmente útil onde múltiplos anéis cruzam entre dois nós,
resultando em uma fibra sobrecarregada.
Provedores de serviços que procuram novos e criativos caminhos para gerar renda, enquanto
satisfazem completamente as variadas necessidades dos seus clientes, podem muito bem beneficiar de
uma infra-estrutura DWDM.
Dividindo e mantendo comprimentos de ondas diferentes dedicados para clientes diferentes, por
exemplo, os provedores de serviço podem alugar um comprimento de onda individual ao invés de
colocar uma fibra inteira, para uma alta utilização, de seus clientes empresariais.
Comparando com aplicações baseadas em repetidor, uma infra-estrutura DWDM também aumenta as
distâncias entre os elementos da rede, um grande benefício para provedores de serviços interurbanos
que reduzem significativamente seus investimentos inicias de rede. O componente amplificador óptico
de fibra do sistema DWDM, permite um provedor de serviço economizar custos ampliando sinais
ópticos sem os converter para sinais elétricos. Além disso, DWDM permite para os provedores de
serviços fazerem isto em um grande alcance de comprimentos de onda de 1,55µm na região. Por
exemplo, com uma multiplexação de sistema DWDM de até 16 comprimentos de onda em uma única
fibra, os portadores podem diminuir o número de amplificadores em um fator de 16 em cada
regenerador de sinal. Usando menos regeneradores em redes interurbanas resultará em menos
interrupções e melhor eficiência.
3.3. Evolução do DWDM
Uma infra-estrutura DWDM é projetada para prover uma evolução de rede significativa para
provedores de serviços que buscam atender as demandas de capacidade sempre crescentes de seus
clientes. Para que uma infra-estrutura de DWDM possa entregar a expansão necessária de capacidade,
colocando uma estrutura baseada nesta tecnologia é ponto de partida para atender tais requisitos.
Fazendo um incremento ao crescimento baseado em DWDM, é possível aos provedores de serviços
reduzir significativamente seus custos iniciais, estendendo a infra-estrutura de rede que os servirá no
final das contas.
Alguns analistas da indústria tem chamado DWDM de uma ajuste perfeito para redes que satisfazem
demandas para mais largura de banda. Um sistema DWDM deve ser modular. Apesar do fato que um
sistema de OC-48 que conecta com 8 ou 16 canais por fibra poderia parecer agora como suficientes,
tais medidas são necessárias para o sistema ser eficiente desse momento até daqui a dois anos.
Como a tecnologia terminal OC-48 e as operações relacionadas apoiam sistemas que correspondam
hoje com sistemas DWDM, isso é possível para provedores de serviços começarem a evoluir a
capacidade dos sistema de TDM conectados às suas redes. Sistemas OC-192 podem ser somados
depois à infra-estrutura de DWDM estabelecida para ampliar capacidade para 40 Gbps ou além.
À parte da capacidade enorme de ganho por networking óptico, a camada óptica provê os únicos meios
para portadores integrar as diversas tecnologias de suas redes existentes em uma infra-estrutura física.
Sistemas DWDM têm taxa-bit e formatos independentes, e podem aceitar qualquer combinação de
taxas de interface (por exemplo, síncrono, assíncrono, OC-3, -12, -48, ou –192) na mesma fibra ao
mesmo tempo. Se um portador opera ATM e redes SONET, o sinal do ATM não tem que ser
multiplexado até a taxa SONET para ser levado na rede DWDM. Como a camada óptica leva sinais
sem qualquer multiplexação adicional, os portadores podem introduzir ATM ou IP rapidamente sem
acréscimos na rede. Um benefício importante de networking óptico é que habilita qualquer tipo de
carga a ser transmitida na fibra.
Mas DWDM é justamente o primeiro passo a ser feito na cheia estrada óptica para networking e a
realização da camada óptica. O conceito de uma rede toda óptica implica que o provedor de serviço
terá acesso óptico para trafegar nos vários nós da rede, tanto como na camada SONET para tráfego
SONET. Soma de comprimento de onda óptico (OWAD) add aumenta a capacidade, onde
comprimentos de onda são somados ou diminuídos em uma fibra, sem requerer um término SONET.
Mas a última flexibilidade da administração de largura de banda virá com um cross-connect da
capacidade na camada óptica. Combinado com OWAD e DWDM, o cross-connect óptico (OXC)
oferecerá para os provedores de serviço a habilidade para criar uma flexibilidade, de alta capacidade, e
eficiente rede óptica com administração de bandwidth óptica cheia. Estas tecnologias são a realidade
de hoje. DWDM está sendo utilizado na rede interurbana desde 1995, OWAD está disponível em
produtos desde 1998, e o primeiro OXC estava em demonstrações em convenções da indústria em
1997.
3.4. Características do sistema DWDM
Há certas características chaves de sistemas DWDM, para sistemas aceitáveis e ótimos. Estas
características deveriam estar em destaque para qualquer sistema DWDM:
 Alcance do sistema DWDM sem regeneração elétrica

Os equipamentos DWDM comercialmente disponíveis possibilitam um alcance sem a regeneração


elétrica até 600 Km ou uma dispersão acumulada até 10.200 ps/nm para fibras G652 (fibra standard).
No entanto não devem ser usados em enlaces com grandes atenuações entre repetições com
amplificadores ópticos, pois isto provocaria a degradação dos sinais causados pelos efeitos não
lineares. O espaçamento ideal entre os OLA's (Optical Line Amplifier) é de 80 Km.
Esta limitação é devido aos amplificadores EDFA em geral apresentarem ligeira variação do ganho
dentro da faixa de operação (1530nm a 1565nm), já que:
Ganho de amplificador (dB) = Potência de saída(dBm) - Potência de Entrada(dBm)
Neste sentido, para diferentes potências de entrada o sistema apresentaria a variações no ganho do
amplificadores, o que consequentemente com a repetição desta característica ao longo da rota,
resultaria na perda de alguns comprimento de
onda por ruídos ou por falta de potência
óptica. Além deste fator vale ressaltar também
a questão da limitação por dispersão
(cromática e polarização). Maiores
comprimentos de onda de luz sofrem uma
dispersão maior em relação aos comprimentos
de onda mais curtos, neste sentido é
necessário um maior controle para a compensação da dispersão ao longo da rota.

Os espaçamentos típicos para sistemas de 16 x STM-16 são feitos conforme o diagrama abaixo:

É possível que um ou outro fornecedor afirme que é possível disponibilizar os sistemas com maiores
espaçamentos sem regeneração elétrica. Entretanto para o cálculo do dimensionamento do enlace é
necessário considerar fator EOL ( End Of Life) do sistema, que não deve exceder o BER 10 -12 ,
considerando sempre uma possível degradação da fibra óptica.

Quando da escolha do fornecedor devemos atentar em relação a quantidade de diferentes


amplificadores com características próprias e os transponders para cada tipo de aplicação. Estes fatores
podem alterar significativamente o custo do sistema, não em termos dos equipamentos em operação,
mas em relação aos sobressalentes que devem ser adquiridos para garantir a continuidade do
funcionamento. Portanto, quanto menor a variedade, melhor.

 Sistema de Gerenciamento

A maioria dos sistemas comerciais dispõe equipamentos para a monitoração da qualidade do sinal
óptico. O processo de monitoração utiliza um sinal óptico piloto em 1510 nm (ITU-T) com uma
modulação de 2 Mbits/s, que pode ser utilizado também como canal de serviço. Entretanto, a
garantia de qualidade em termo de BER , somente é possível de ser monitorado pelos
equipamentos digitais que sobre ela trafegam.
 Sistemas de DWDM à 2,5 Gbps deveria usar toda a capacidade do equipamento e de fibra
instalados.
 Sistemas de DWDM bem projetados oferecem componentes de confiabilidade, disponibilidade e
margem de sistema.
 Um amplificador óptico tem dois elementos-chave: o amplificador e a fibra óptica que é dopada
com o elemento Erbium. Quando uma bomba de laser é usada para energizar o érbium com luz a
um comprimento de onda específico, o erbium age como um ganho médio que amplia o sinal
óptico entrante. Se um conector é usado em lugar de uma emenda, leves quantias de sujeiras na
superfície podem causar danos ao conector.
 Ajuste automático dos amplificadores ópticos quando são somados canais ou são removidos,
alcança ótimo desempenho do sistema. Isto é importante porque se há poucos canais no sistema
com alta potência, degradação em desempenho por modulação de fase pode acontecer. Por outro
lado, pouca potência resulta um ganho não suficiente do amplificador.

 Na seqüência de 1530 a 1565 ηm (comprimento de onda), executam igualmente bem,


amplificadores ópticos baseados em sílica com filtros e amplificadores ópticos baseados em
fluoreto. Porém, amplificadores ópticos baseados em fluoreto são intrinsecamente mais caros para
uso em campo. A confiabilidade a longo prazo de fibras baseadas em fluoreto não tem, contudo,
sido verificadas.
 Nos sistemas DWDM, o planejamento do número de comprimentos de onda e taxa de bit do
sistema é crítico. Se os provedores de serviços colocarem suas redes de um modo específico e
então quererem melhorá-la, deverá acontecer o seguinte: precisará de mais potência ou relação
adicional de sinal-ruído. Por exemplo, cada provedor de tempo dobra o número de canais ou a
taxa-bit, de 3 dB de margem adicional de sinal-ruído é necessária.
 Uma linguagem padrão de interfaces de interação técnica são extensamente disponíveis para
sistemas DWDM. Interfaces devem ajustar prontamente às rotinas típicas de manutenção de um
provedor de serviço.

3.5. Filosofias de proteção


Devido ao alto tráfego transportado em sistemas WDM, uma grande atenção deve ser dada à proteção
deste tráfego. Duas filosofias são adotadas, de acordo com o tipo de tráfego transportado: tráfegos
SDH e não-SDH.
Para tráfego SDH, a melhor opção é manter os esquemas de proteção SDH já existentes. Como o
sistema WDM é transparente aos sinais transportados, do ponto de vista de um equipamento SDH, o
sistema WDM simplesmente não existe. Como uma conseqüência imediata, pode-se concluir que as
redes SDH podem apresentar qualquer topologia SDH existente, indiferente dos sinais que estão sendo
transmitidos através do WDM..
Em anel, os mux de SDH usam duas saídas óptica para fazer o quadro STM-N circular numa única
direção (da direita para a esquerda ou vice-versa). A cada mux de SDH o quadro é alterado, por meio
de inserções e extrações de tributários (ADM – Add and Drop Multiplexer). Em caso de falha na
comunicação entre um mux e outro, o quadro STM-N imediatamente começa a circular na direção
oposta, sem que o operador ou o software de gerência precisem intervir.
Para o tráfego não-SDH, ou melhor dizendo, para as tecnologias nos quais não estão definidos
esquemas de proteção nas camadas de enlace e física, a melhor implementação é agir diretamente na
camada óptica. Neste caso, os sinais de saída dos terminais ópticos são multiplexados e então enviados
simultaneamente através dos canais de operação e proteção. Assim, em caso de falha de uma das rotas,
o operador pode comutar o tráfego para a outra rota.

3.6. Fibras ópticas em sistemas DWDM


Neste tópico apresentaremos, resumidamente, sobre as fibras ópticas, suas características, influências,
pois elas são o meio pelo qual passam todas as informações transmitidas pelos sistemas DWDM que
estamos apresentado, embora já comentamos alguma teoria sobre o assunto na Introdução.
As fibras ópticas modernas apresentam largura de faixa muito grande (multigigahertz X quilômetros)
com baixa atenuação e pequena dispersão dos pulsos emitidos. Por estas propriedades os sistemas a
fibra são os que apresentam o menor custo por quilômetro por canal instalado.
Fenômenos luminosos tem sido estudados há séculos, partindo de princípios e leis estabelecidos por
vários pesquisadores.
O espectro óptico inclui freqüências entre 3x1011 Hz e 3x1016 Hz, correspondendo ao extremo inferior
da faixa de infravermelho e o limite superior da faixa de ultravioleta. O interesse para comunicações
ópticas são as freqüências no infravermelho na faixa de 1,5x1014 Hz a 4x1014 Hz, aproximadamente.
Usualmente, em lugar das freqüências ópticas expressam-se os correspondentes comprimentos de
onda.
Para comunicações ópticas o valor calculado de comprimento de
onda está entre 800 ηm e 1600ηm, aproximadamente no meio da
faixa conhecida como infravermelho próximo. Em vista destas
equações a energia de um fóton, pode ser expressa em termos do
comprimento de onda.
A luz comum é constituída de diversas freqüências próximas entre si, formando um sinal composto
pela superposição dos vários campos. O sinal composto constitui um gruo de ondas que se desloca no
meio, ondas essas, formadas pelas interferências construtivas e destrutivas das freqüências próximas
que compõem um sinal de luz.
A velocidade de propagação deve ser considerada como a rapidez de deslocamento do conjunto que
representa toda a irradiação e não a velocidade de uma única componente.

De 1974 para cá a tecnologia de fabricação das fibras ópticas permitiu que se obtivessem fibras para
transmissão mutimodo com atenuações abaixo de 3 dB/Km em comprimentos de onda em torno de
850 ηm (primeira janela de baixa atenuação), perdas inferiores a 0,3 dB/Km para transmissões em 1,3
µm (segunda janela de baixa atenuação) e perdas ainda menores, ao redor de 0,20 dB/Km em
comprimentos de onda por volta de 1,55 µm (terceira janela de baixa atenuação). Estes valores de
comprimentos de onda foram determinados como os mais convenientes para comunicações. Os
modelos de fibras óptica para transmissão em um único modo de propagação, os equipamentos,
componentes e dispositivos para aplicação nesses comprimentos de onda constituíram o sistema de
terceira geração.
Mesmo com os aperfeiçoamentos que se seguiram desde essa época, a estrutura básica da fibra
continua a mesma.
Será importante, também no estudo de outras características de transmissão, como em cálculo de
dispersão, na determinação da quantidade de modos de propagação, no cálculo das perdas de potência
nas emendas de dois trechos de fibra., etc.
A energia na fibra óptica propaga-se como sendo campos superpostos chamados modos de
propagação. A maneira com que a luz é lançada na fibra óptica influencia muito na posterior
distribuição da luz em seu interior. Este efeito é preponderantemente sentido em fibras multi-modo,
pois sabe-se que a potência óptica acoplada distribui-se entre os modos excitados na fibra. No caso de
fibras monomodo parte da luz é acoplada através do modo fundamental e outra parte é radiada.
Para fibras multimodo se todo o seu núcleo é iluminado, então todos os modos guiados são excitados,
inclusive alguns modos de baixa ordem. A intensidade de cada modo varia ao longo da fibra pelo
efeito da atenuação e do fenômeno de transferência de energia entre os modos. A distribuição de
energia no final da fibra depende fundamentalmente das condições de injeção de luz no início.
Nas fibras monomodo a iluminação de toda a seção de entrada, excita modos na casca. Estes modos
indesejados são eliminados após centímetros de penetração na fibra, quando a casca é recoberta com
um material de índice de refração maior que o seu.
Os modos guiados são os que resultam em interferências construtivas no núcleo, computadas as
diferenças de fase causadas pela reflexão e pelo percurso da onda. Dependendo do ângulo de
incidência, a interferência construtiva ocorre na casca, representado modos de casca ou modos de
irradiação, que não serão úteis para a transmissão de mensagens pela fibra óptica.
Desta análise deduz-se que existe uma quantidade finita de modos possíveis e úteis na transmissão por
fibra óptica.
A quantidade de modos guiados e as distribuições do campo óptico dependem das condições de
lançamento da luz na face da fibra e das suas características geométricas e ópticas.
Ainda nas características de transmissão em fibras ópticas existem alguns fatores que influenciam
fortemente no desempenho das fibras com o meio de transmissão, como o DWDM.
Deve-se levar em conta estes fatores no projeto de comunicações ópticas, pois eles certamente
influenciarão no desempenho do modelo adotado. Dentro destes fatores citaremos alguns, como:
 Atenuação – Impacta na distância máxima de transmissão. Entre as causas mais
importantes citam-se a absorção pelo material, irradiação devido a curvaturas, espalhamento pelo
material (linear e não linear), perdas por modos vazantes, perdas por microcurvaturas, atenuações
em emendas e conectores, perdas por acoplamento no início e no final da fibra. Os parâmetros que
influenciam na atenuação global da fibra óptica relacionam-se à qualidade de sua fabricação, ao
comprimento de onda da luz guiada (estrutura do guia dielétrico), grau de pureza do material
utilizado. Muitas dessas causas estão com valores bem reduzidos atualmente, graças ao
extraordinário avanço nos processos de fabricação, aos novos equipamentos para emendas e
modernos recursos para a montagem e instalação dos cabos ópticos.
Ainda dentro de atenuação, as perdas por absorção pelo material que se relaciona com a
composição e processo de fabricação da fibra, podemos dividir em duas:
- Absorção intrínseca – causada pela interação da luz com um ou mais componentes do material.
- Absorção extrínseca – causada pela interação da luz com as impurezas de vidro.
Nas perdas por espalhamento ainda podemos considerar alguns mecanismos que contribuem para as
perdas de transmissão nas fibras:
- Espalhamento Linear - causados pela transferência linear de potência de um modo guiado para
outros modos vazados ou radiados. Dentre eles, estão:
Rayleigh - é um dos mais importantes, originado em defeitos sub-microscópicos na
composição e na densidade do material que podem surgir durante o processo de fabricação da fibra ou
em função de irregularidades próprias na estrutura molecular do vidro.
Mie – pode observado quando as irregularidades da fibra têm dimensões comparáveis
ao comprimento de onda da luz.
- Espalhamento Não-linear - causados pela transferência de potência de luz de um modo guiado para
si mesmo, ou para outros modos em um comprimento de onda diferente. Dentre eles, estão:
Raman – são efeitos originados por elevados campos elétricos da luz transmitida no núcleo. Neste
caso porém, a transferência de potência ocorre principalmente na direção de propagação.
Brillouin – também originado por elevados campos elétricos da luz transmitida no núcleo. Neste
caso porém, ocorre uma modulação da luz causado pela vibração das moléculas do meio
 Dispersão – é associada ao fato de que os modos de propagação são transmitidos através da fibra
óptica com velocidades diferentes. Causa interferência inter-simbólica, aumenta taxa de erros de bits e
implica na redução da taxa de transmissão. Impactua em sistemas de transmissão como DWDM.
Existem três mecanismos básicos de dispersão em fibras ópticas:
- Dispersão modal ou intramodal (cromática);
- Dispersão material;
- Dispersão de guia de onda.

 Largura de banda
 PMD – Polarization Mode Dispersion – presente em fibras DS e em sistemas operando na região
próxima a de zero-dispersão, onde a contribuição do termo de segundo ordem (dispersão cromática)
diminui e a de primeira ordem (atraso de grupo) aumenta. Devido a birefringência da fibra surgem
diferentes modos de propagação. A interação entre estes modos provoca o atraso de grupo diferencial,
fazendo com que o sinal se propague a diferentes velocidades, dispersando-se. O processo de cabeação
e variações nas condições ambientais também contribuem. O principal efeito causado é a interferência
intersimbólica.
 PDL – Perda dependente da polarização, presente em componentes ópticos passivos dicróicos.
 PHB – Resultante de uma saturação quando um sinal saturado é polarizado numa fibra de érbio.
São ruídos gerados numa cadeia de amplificadores .
 Four-Wave Mixing (FWM) – Aqui merece uma atenção especial pois este fator limita o uso de
certos tipos de fibras. FWM - Presente em sistemas monocanais, em sistemas multimodos (entre o
modo principal e os modos laterais e principalmente, em sistemas WDM (entre canais). Causado pela
interação de multifótons, devido a não linearidade do índice de refração, duas ou mais portadoras se
combinam, gerando novas raias laterais. Causa interferência nos canais vizinhos em sistemas WDM,
bem como degradação da potência óptica. Limita o número de freqüências que podem ser usadas pelo
sistema.
Por isso deve se tomar cuidado no projeto de enlaces ópticos que utilizarão sistemas de transmissão
DWDM, pois com a utilização de fibras DS (Dispersion Shifted) agrava o efeito, uma vez que com
dispersão nula, os sinais interferentes se propagam na mesma velocidade/fase que os sinais principais.
Enquanto que com a dispersão a potência dos sinais interferentes tende a reduzir.
No entanto a utilização de fibras NZD (non-zero dispersion) reduz a geração das bandas laterais. Ela
foi criada para resolver os problemas de dispersão. É uma fibra com dispersão baixa suficiente para
atingir grandes distâncias sem altos valores de dispersão e alta suficiente para evitar o aumento do
fenômeno de FWM. É um pouco mais cara que a fibra standard e sua utilização deve ser bem definida.
A escolha do tipo de fibra óptica, para operação em sistemas WDM, deve ser levado em conta estes
fatores comentados anteriormente, pois são fundamentais para um bom desempenho do sistema.
Características estas comentadas como: atenuação, dispersão e efeitos não lineares devem ser
analisados antes da instalação das fibras do sistema.
Cada tipo de fibra apresenta algum comportamento para operação em WDM que irá resultar em
restrições para este tipo de operação. Estas restrições terão impacto direto na performance do sistema,
limitando sua capacidade de transmissão ou diminuindo o alcance dos enlaces

4.2 Meios não físicos de Transmissão


Quando se movem, os elétrons criam ondas eletromagnéticas que podem se propagar através do espaço
livre (inclusive em um vácuo). Essas ondas foram previstas pelo físico inglês James Clerk Maxwell em
1865 e produzidas e observadas pela primeira vez .pelo físico alemão Heinrich Hertz em 1887. O
número de oscilações por segundo de uma onda eletromagnética é chamado de freqüência, f, e é
medida em Hz (em homenagem a Heinrich Hertz). A distância entre dois
pontos máximos (ou mínimos) consecutivos é chamada de comprimento de onda, que é universalmente
designada pela letra grega λ, (lambda).
Quando se instala uma antena com o tamanho apropriado em um circuito elétrico, as ondas
eletromagnéticas podem ser transmitidas e recebidas com eficiência por um receptor localizado a uma
distância bastante razoável. Toda a comunicação sem fio é baseada nesse princípio.
No vácuo, todas as ondas eletromagnéticas viajam na mesma velocidade, independente de sua
freqüência. Essa velocidade, geralmente chamada de velocidade da luz, que é de cerca de 300.000
Km/s., ou aproximadamente de 30 cm por nanossegundo. No cobre ou na fibra, a velocidade cai para
cerca de 2/3 desse valor e se torna ligeiramente dependente da freqüência. A velocidade da luz é o
limite máximo que se pode alcançar. Nenhum objeto ou sinal pode se mover com maior
rapidez do que ela.
O espectro eletromagnético é mostrado na Figura 4.22. O rádio, a microonda, o raio infravermelho e os
trechos luminosos do espectro podem ser usados na transmissão de informações, desde que sejam
moduladas a amplitude, a freqüência ou a fase das ondas. A luz ultravioleta, o raio X e o raio gama
representariam opções ainda melhores, já que têm freqüências mais altas, mas eles são difíceis de
produzir e modular, além de não se propagarem através dos prédios e serem perigosos
para os seres vivos. As freqüências listadas na parte inferior da Figura 4.22 são os nomes oficiais
definidos pela ITU. Essas freqüências se baseiam nos comprimentos de onda, portanto, a banda LF vai
de 1 a 10 km (aproximadamente, de 30 kHz a 300 kHz). Os termos LF, MF e HF são as abreviaturas,
em inglês, de baíxa, média e alta freqüência, respectivamente. Vê-se
com clareza que, quando esses nomes foram criados, ninguém esperava ultrapassar 10 Mhz. Portanto,
foram atribuídos os seguintes nomes às bandas mais altas surgidas posteriormente. Very, Ultra, Super,
Extremely e Tremendously High Frequency. Esses foram os últimos nomes criados e, pelo que se vê,
os próximos padrões de alta freqüência terão nomes como Incredibly, Astonishingly e Prodigiously
(IHF, AHF e PHF)

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